Reuters
Queda é causada por aumento de provisões contra perdas e ligeira alta nos calotes
SÃO PAULO — O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre com queda no lucro
líquido, impactado por aumento nas provisões para perdas com empréstimos e
ligeiro aumento na inadimplência na comparação anual. Mas os resultados ficaram
acima do esperado pelo mercado financeiro. A maior instituição financeira do
país em ativos teve lucro líquido de R$ 3,008 bilhões no período, queda de 9,7%
sobre o resultado obtido um ano antes.
Em termos ajustados, o banco fechou o trimestre passado com lucro líquido de
R$ 2,986 bilhões, acima da estimativa média de analistas consultados pela
agência de notícias Reuters, que previam ganho de R$ 2,767 bilhões.
O banco revisou algumas estimativas para 2012. A perspectiva de retorno sobre
patrimônio líquido ajustado, um indicador de rentabilidade de um banco, passou
de 19% a 22% para 17% a 20%, diante de um cenário em que o “acirramento da
concorrência entre as instituições financeiras e perspectiva de continuidade de
decréscimo na taxa de juros Selic, impactará o resultado dos bancos”.
Além disso, a perspectiva de 2012 para o crescimento da margem financeira
bruta, a diferença entre os juros cobrados dos tomadores de empréstimos e os
juros que remuneram depósitos, caiu de 11% a 15% para 10% a 14%. Porém, no
segundo trimestre, a margem financeira bruta do banco avançou 16,4% sobre um ano
antes, para R$ 11,858 bilhões.
Apesar do movimento do governo, spread aumenta
Apesar do movimento de pressão do governo para a redução dos juros do setor
bancário, o spread de operações de crédito do Banco Brasil fechou o
trimestre passado em 9,2%, ante 8,6% no mesmo período de 2011 e 8,9% no primeiro
trimestre.
O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre com um índice de inadimplência
de operações vencidas há mais de 90 dias de 2,1% ante 2% no mesmo período de
2011 e 2,2% no comparativo com os três meses encerrados em março deste ano.
O indicador do segundo trimestre, porém, ficou abaixo da média do mercado de
3,8%, segundo o balanço do Banco do Brasil, que considera o movimento dos
calotes como “sob controle”. Apesar disso, o banco elevou em 20,7% o volume de
provisões com perdas com crédito no segundo trimestre em comparação com o mesmo
período de 2011, para R$ 3,677 bilhões. O saldo também foi 2,8% maior que o
volume reservado para o primeiro trimestre.
Enquanto isso, a carteira de crédito ampliada cresceu 20,3% nos três meses
encerrados em junho, para R$ 508,18 bilhões. Os ativos do banco alcançaram R$
1,05 trilhão ao fim do primeiro semestre, avanço de 16,3% em relação ao mesmo
período do ano anterior.
Os resultados do Banco do Brasil fecham a temporada de resultados dos grandes
bancos de capital aberto do país, após as divulgações de Itaú Unibanco, Bradesco
e Santander Brasil, que também foram impactados por aumento de provisões para
perdas com crédito e alta na inadimplência.
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