sexta-feira, 11 de julho de 2014

COPA NO BRASIL: Polícia Rodoviária triplica efetivo no RS devido à entrada de argentinos

De OGLOBO.COM.BR
POR FLÁVIO ILHA

Medida foi tomada antevendo grande fluxo de turistas nas fronteiras para a final da Copa do Mundo
Torcedores argentinos já haviam invadido Porto Alegre na primeira fase do Mundial - Nabor Goulart / AP
PORTO ALEGRE – A Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul (PRF) triplicou o efetivo nas estradas do estado para dar conta da invasão de argentinos por via terrestre para a final da Copa do Mundo, domingo no Maracanã.
Segundo o inspetor Alessandro Castro, porta-voz da PRF, a aduana de Uruguaiana está lotada de carros e ônibus do país vizinho que estão se deslocando para o Rio de Janeiro. Segundo castro, o movimento de ingresso pela fronteira nesta época do ano “é praticamente nulo”.
Até a madrugada desta sexta-feira, pelo menos 1.500 veículos argentinos ingressaram no Brasil pela aduana. A viagem de Uruguaiana até o Rio de Janeiro dura em média 30 horas. O reforço na fiscalização deve ser mantido até a próxima quarta-feira, para atender ao movimento de retorno dos torcedores.
Até a madrugada de sábado, segundo Castro, o movimento deve se manter intenso no local. O estacionamento da aduana está lotado e os automóveis estão estacionamento em vias urbanas da cidade, do lado brasileiro, para esperar atendimento, que pode demorar mais de uma hora.
Além de automóveis particulares, a PRF espera um intenso fluxo de ônibus pela fronteira. O porta-voz do órgão disse que a expectativa é de que ingressem no país cerca de 250 coletivos com destino ao Rio de Janeiro até sábado pela manhã. Na avaliação da Polícia, quem não passar até esse momento dificilmente chegará a tempo de ver a final no Maracanã.
A expectativa de Castro é de que o movimento de veículos dobre durante a sexta-feira. A maioria dos turistas está ingressando no0 país sem ingressos para a partida. Segundo ele, três torcedores barra bravas registrados no sistema da PRF e impedidos de entrar no Brasil foram barrados desde a última terça-feira na aduana.
Mesmo com o movimento intenso de turistas pelas estradas do Rio Grande do Sul, a PRF não registrou acidentes graves envolvendo estrangeiros. O órgão informou que apenas um automóvel com placa argentina se envolveu em um acidente na região de Uruguaiana, apenas com danos materiais.

ECONOMIA: Emprego na indústria cai 2,6% na comparação anual, calcula IBGE

Do ESTADAO.COM.BR
DANIELA AMORIM - AGÊNCIA ESTADO

Queda de maio de 2014 em relação a maio de 2013 foi a mais intensa na comparação anual desde novembro de 2009; em relação a abril, emprego industrial recuou 0,7%
RIO - A desaceleração da atividade pela qual passa a economia já afeta os empregos na indústria. Em maio, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria recuou 0,7%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na leitura anterior, o emprego no setor já tinha encolhido 0,4%.
Em relação a maio do ano passado, o emprego industrial teve queda de 2,6% em maio deste ano, o 32º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde novembro de 2009, quando caiu 3,7%.
No acumulado de 2014, o total do pessoal ocupado na indústria já diminuiu 2,2%. Nos últimos 12 meses, o emprego industrial encolheu 1,7%. 
Horas pagas. O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria teve redução de 0,8% em maio ante abril. Na leitura anterior, as horas pagas tinham registrado ligeiro aumento de 0,1%, interrompendo dois meses seguidos de taxas negativas, período em que acumularam perda de 0,5%. 
Na comparação com maio do ano passado, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 3,3%, a 12ª taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desde outubro de 2009 (-5,3%). 
No acumulado do ano, o número de horas pagas na indústria teve retração de 2,7%, enquanto a taxa em 12 meses registra queda de 2,0%. 
Folha de pagamento. O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria aumentou 1,9% em maio. A folha já tinha aumentado 0,5% no mês anterior.
Em maio, houve taxas positivas tanto na indústria de transformação (0,6%) quanto no setor extrativo (34,3%), puxado pelo pagamento de participação nos lucros e resultados em importante empresa do setor, ressaltou o IBGE.
Na comparação com maio do ano anterior, o valor da folha de pagamento da indústria teve expansão de 1,4%, o quinto resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto. No ano, a folha de pagamento aumenta 1,7%. Em 12 meses, houve crescimento de 0,9%, confirmando perda de ritmo em relação aos resultados verificados em janeiro (1,6%), fevereiro (1,5%), março (1,4%) e abril (1,2%). 

DIREITO: Justiça nega habeas corpus a suspeito de abastecer máfia dos ingressos

Do UOL, em São Paulo
Bruno Thadeu

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou pedido de habeas corpus pedido pela defesa do inglês Raymond Whelan, que está foragido e que é acusado de abastecer quadrilha internacional de cambistas. O grupo mafioso agiu nas últimas quatro Copa do Mundo e é chefiada pelo franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, que está preso.
Whelan teve prisão preventiva decretada na quinta, mas fugiu antes de a polícia chegar, e seu paradeiro é desconhecido. Ex-diretor-executivo da Match, única empresa autorizada pela Fifa a comercializar ingressos, Whelan usava seu poder para facilitar na distribuição irregular de ingressos, concluiu a Justiça.
"A desenvoltura do envolvido no agir delituoso está a demonstrar audácia e destemor quanto à força coercitiva da legislação em vigor, especialmente se considerarmos que o mesmo encontra-se foragido", concluiu a desembargadora Flavia Romano de Resende.
"Do conjunto de indícios presentes nos autos emergem sérias e graves suspeitas de comportamento delituoso incompatível com a pretendida liberdade", acrescentou a desembargadora do TJ do Rio.
O inglês havia sido preso provisoriamente no início da semana, mas teve habeas corpus deferido pela desembargadora Marília de Castro Neves Vieira. Na ocasião, a desembargadora alegou que Whelan não oferecia riscos, pois documentos e objetos pessoais haviam sido apreendidos pela polícia, "não havendo necessidade da manutenção da medida restritiva, razão pela qual a revogo liminarmente", apresentou trecho da decisão da magistrada.
De volta às ruas, Whelan teve prisão preventiva decretada na quinta-feira. Mas o inglês fez o check-out no Copacabana Palace antes de a polícia entrar. O hotel informou que não colaborou com a saída do diretor da Match.
Segundo a polícia, Whelan fugiu para não ser preso mais uma vez. O delegado Fábio Barucke. titular da 18ª Delegacia de Polícia, chegou ao hotel para cumprir o mandado de prisão de Whelan por volta das 16h30.
As câmeras de segurança flagraram o inglês deixando o local pela porta dos fundos às 16h15. Em contato com o UOL Esporte, o promotor Marcos Kac disse que o empresário já é considerado foragido por não ter sido encontrado pela Justiça. Até mesmo a Polícia Federal pode ser acionada na tentativa de encontrá-lo. 
Operação Jules Rimet
A operação desbaratou a máfia dos ingressos foi batizada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Ela é resultado de mais de um mês de investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro e Ministério Público.
Na operação, quase 200 ingressos da Copa já foram apreendidos na ação, além de dinheiro e máquinas para pagamento em cartão de crédito. Os bilhetes pegos pela polícia eram reservados pela Fifa a seus patrocinadores, a clientes de pacotes de hospitalidades e até a membros de comissões técnicas. Dez ingressos, inclusive, eram reservados as integrantes da comissão técnica da seleção brasileira.
Segundo Polícia Civil, a quadrilha vendia ingressos por até R$ 35 mil. Com isso, lucrava até R$ 1 milhão por jogo. Na Copa, o grupo poderia faturar R$ 200 milhões.
A polícia informou que o esquema não é novo. Ele funcionava há quatro Copas. O trabalho seria tão lucrativo que integrantes da quadrilha trabalhariam durante o torneio e depois descansariam por quatro anos até o próximo Mundial.
Suspeitos presos e Whelan negam que cometeram qualquer crime. A Match, aliás, divulgou um comunicado na quarta-feira criticando o trabalho da Polícia Civil do Rio de Janeiro e declarando que a prisão do seu diretor executivo foi "ilegal e arbitrária".

DIREITO: STF - Desembargadora afastada do TJ-BA pede retorno ao cargo

A desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) Telma Laura Silva Britto impetrou, no Supremo Tribunal Federal (STF), o Mandado de Segurança (MS) 33061 contra ato do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que, ao prorrogar por 90 dias o prazo de conclusão de processo administrativo disciplinar (PAD) em curso contra ela, manteve seu afastamento do cargo. Ela pede a concessão de liminar para suspender os efeitos da medida adotada pelo Conselho.
De acordo com os autos, o PAD foi instaurado para apurar o suposto envolvimento de Telma e do então presidente do TJ-BA, desembargador Mario Alberto Simões Hirs, em fatos relacionados a erros no cálculo de precatórios no âmbito da corte baiana. No Supremo, a magistrada alega que não questiona a prorrogação do PAD, mas sim a manutenção de seu afastamento.
Segundo ela, o ato não indica “qualquer fato, fundamento ou justificativa” que comprovasse sua necessidade, em afronta, portanto, ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal. Este dispositivo impõe a fundamentação de todas as decisões judiciais e administrativas. “Não há nada que justifique a manutenção do afastamento, senão sob o viés indefensável de uma antecipação indevida da punição que somente poderia advir ao final, com a conclusão do PAD”, sustenta a desembargadora.
Ainda de acordo com a magistrada, teria havido, também, violação ao artigo 50, incisos I e II, da Lei 9.784/1999 (que trata do processo administrativo no âmbito federal) e ao artigo 20 da Resolução 135 do próprio CNJ. De acordo com esta norma, o julgamento do processo administrativo disciplinar será realizado em sessão pública, e serão fundamentadas todas as decisões, inclusive as interlocutórias.
Em dezembro do ano passado, o ministro Luís Roberto Barroso (também relator deste MS) indeferiu liminar em outro processo (MS 32567) no qual a magistrada questiona a decisão do CNJ que determinou a abertura do PAD e seu afastamento do cargo. Naquela ocasião, o relator destacou que, “nessas situações, o que justifica a medida é a prevalência do interesse público em se afastar quaisquer obstáculos à apuração plena dos fatos, bem como as dúvidas fundadas que tenham sido geradas quanto à regularidade da atuação estatal”.
Processos relacionados

DIREITO: STF - Rejeitado HC sobre prisão temporária de envolvido na Operação Lava-Jato

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, julgou inviável (não conheceu) Habeas Corpus (HC 123322) apresentado pela defesa do executivo João Procópio Prado, que teve a prisão cautelar decretada pelo juízo da 13ª Vara Federal da Seção Judiciária de Curitiba (PR) no âmbito da investigação conhecida como Operação Lava-Jato. Como há dois habeas corpus pendentes de apreciação de mérito nas instâncias inferiores – no Tribunal Regional Federal da 4ª Região e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro entendeu que analisar o HC acarretaria “inadmissível supressão de instâncias”.
A defesa de João Procópio, investigado por suposta ligação com o doleiro Alberto Youssef, pedia a superação da Súmula 691* do STF e a imediata restituição de sua liberdade, alegando falta de fundamentação para a manutenção da custódia e, ainda, o fato de ser “possuidor de condições pessoais que lhe possibilitariam permanecer em liberdade até o trânsito em julgado de eventual condenação”.
Para o ministro Joaquim Barbosa, porém, o caso não apresenta “qualquer excepcionalidade” que justifique a superação do entendimento da Súmula 691, e, além disso, a prisão temporária foi suficientemente fundamentada. Ele explicou, na decisão monocrática, que os requisitos da prisão temporária são distintos daqueles necessários à prisão preventiva. No caso de Procópio, o fundamento principal – a necessidade de preservação da prova – “está devidamente demonstrado e comprovado”.
Ligação
Segundo a decisão que decretou a prisão, Procópio “possuía mesa no escritório de Alberto Youssef”, na qual foram encontrados documentos que revelaram ser titular de empresas no exterior e extratos de contas bancárias no exterior em nome de offshores que, segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público Federal, estariam envolvidas “nos desvios de recursos da Petrobras e de outras empreiteiras nacionais, como a OAS”, entre outros documentos.
Para o juízo de primeiro grau, “João Procópio aparenta ser subordinado de Alberto Youssef e envolvido nas operações deste de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas”. O decreto assinala que a prisão temporária se justifica pelos indícios de ligação ao grupo criminoso e da prática de crimes financeiros, além da necessidade de preservar a coleta da prova de qualquer interferência.
Ao decidir pelo não conhecimento do HC, o ministro Joaquim Barbosa destacou que há risco de que a revogação da prisão antes das diligências e da análise dos documentos apreendidos venha a frustrar a instrução probatória.
O ministro reafirmou ainda o entendimento do STF no sentido de que as circunstâncias pessoais favoráveis dos réus numa ação penal ou dos investigados de um inquérito, por si, não são suficientes para afastar a prisão cautelar “quando a custódia se demonstrar necessária e for devidamente justificada pelo juízo competente para sua decretação, o que efetivamente pode ser verificado nos autos”.
*Sumula 691 – Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.
Processos relacionados

DIREITO: TSE - Ministro suspende propaganda da Petrobras com suposta finalidade eleitoral

Em decisão liminar expedida nesta quarta-feira (10), o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga determinou a suspensão da veiculação da publicidade da Petrobras divulgada nos dias 7 e 8 de julho de 2014 na Rede Bandeirantes de Televisão, no bloco das 19h do Jornal da Bandeirantes. O vídeo, com duração de 32 segundos, foi exibido com o seguinte teor: “A gente faz tudo para evoluir sempre. Por isso, modernizamos nossas refinarias e hoje estamos fazendo uma gasolina com menos enxofre. Um combustível com padrão internacional que já está nos postos do Brasil inteiro. Para levar o melhor para quem conta com a gente todos os dias: você".
Segundo a Coligação Muda Brasil (encabeçada pelo PSDB), autora da ação ajuizada contra a presidente Dilma Rousseff e outros, a propaganda institucional não foi utilizada para divulgar produtos e serviços que tenham concorrência no mercado. Sustentam ainda que, “independente do conteúdo, a lei eleitoral (art. 73, VI, da Lei nº 9.504/97) objetivamente veda a publicidade institucional nos três meses que antecedem as eleições”.
O relator da matéria, ministro Admar Gonzaga, considerou que a publicidade configura autopromoção da empresa e não visa concorrência de produto no mercado, que sequer é nominado. “Verifico que não se trata de propaganda acoberta por uma das ressalvas legais, fato que dá à sua reiteração considerável risco de desequilíbrio na disputa”, julgou o ministro ao determinar que os representados cessem imediatamente a veiculação da publicidade, até decisão mais aprofundada sobre o caso. 
Processo relacionado: RP 77873

DIREITO: TRF1 - Pena por improbidade administrativa não pode ser transferida a sucessores do acusado

Crédito: Imagem da web
Condenação de recomposição ao erário imposta a acusado de improbidade administrativa não pode ser transferida aos seus sucessores após sua morte. O entendimento unânime foi da 3.ª Turma do TRF da 1.ª Região após o julgamento de apelação do Ministério Público Federal (MPF) contra decisão do juízo da Vara Federal Única de Ilhéus/BA, que extinguiu ação civil pública movida contra um ex-prefeito de Mascote/BA, em virtude da morte do processado.
A ação de improbidade foi movida em função da ausência de prestação de contas e por inexistência de provas de que o ex-prefeito tenha de fato empregado corretamente recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) referentes ao Programa Dinheiro Direto na Escola em 2000. O juízo sentenciante extinguiu o processo não apenas pelo óbito do acusado, mas também pela existência de ação executiva voltada à recomposição do erário.
No entanto, o MPF não se conformou com a decisão e apelou ao TRF1, pedindo o prosseguimento da ação, sob a alegação de que o fato de ter sido manejada execução de título executivo extrajudicial decorrente da condenação proferida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) não impede que os legitimados ingressem com ação civil pública requerendo o ressarcimento integral do prejuízo. O apelante afirma que não há que se falar em bis in idem (duplicidade de pedidos), pois a proibição da dupla penalização se restringe ao efetivo abalo patrimonial que o executado poderá sofrer (pagamento) e não a simples ameaça de abalo (pendência de dois processos).
Apesar dos argumentos, o relator do processo, juiz federal convocado Klaus Kuschel, destacou que o Tribunal tem adotado entendimento no sentido de que na existência de título extrajudicial decorrente de condenação pelo Tribunal de Contas da União é descabida nova condenação à restituição ao erário: “Havendo o requerido sido condenado no âmbito do TCU, cuja decisão tem força de titulo executivo extrajudicial, não vejo como admitir a existência de interesse processual do Parquet Federal na busca de condenação em favor do erário de valor que já foi reconhecido na esfera administrativa (AC 0000099-47.2011.4.01.3903/PA, Rel. Desembargador Federal Hilton Queiroz, Rel. Conv. Juiz Federal Antonio Oswaldo Scarpa (Conv.), 4.ª Turma, e-DJF1 p.725 de 24/01/2014)”.
Quanto à multa civil prevista na Lei de Improbidade, o magistrado também não vê razões para atender ao pedido do MPF: “Não há como transferir aos seus sucessores eventual pagamento de multa civil, decorrente de possível e futura condenação por ato de improbidade que, quando do falecimento do réu da ação de improbidade, não existia sequer em primeiro grau de jurisdição”. Klaus Kuschel afirmou que a própria Lei 8.429/92 prevê, no artigo 12, que as sanções de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, proibição para contratar com o Poder Público e de receber incentivos fiscais ou creditícios são, como é intuitivo, de natureza personalíssima, não podendo, em consequência, ultrapassar o responsável pelo ato ímprobo, de modo que não se comunicam aos eventuais sucessores.
Processo n.º 2006.33.11.001634-2

DIREITO: TRF1 - Professor pode receber bolsa da Capes

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A 5.ª Turma do TRF da 1.ª Região negou provimento à apelação da Fundação Universidade de Brasília (FUB) contra a sentença que permitiu a uma professora e estudante de doutorado continuar com a bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mesmo exercendo atividade remunerada antes de obter o benefício.
A estudante, ora requerente, teve negado seu pedido administrativo de bolsa de estudos, pois a Capes entendeu que, exercendo atividade empregatícia, a estudante não tinha direito. A demandante, então, entrou com um processo na 15.ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, alegando que a Portaria Conjunta CAPES/CNPq nº 76 de 2010 permite exercer atividade remunerada na área de atuação do requerente, mediante autorização do professor orientador.
O juiz federal deu razão à estudante e destacou que o orientador de doutorado da autora reconheceu sua capacidade para trabalhar e estudar concomitantemente.
A FUB não aceitou os termos da sentença e recorreu ao TRF1, alegando que “o vínculo empregatício da impetrante é anterior à sua admissão no programa de bolsas, não atendendo, portanto, aos requisitos estabelecidos pelo art. 9.º, inciso II da Portaria n.º 76 de 2010”.
O relator, desembargador federal Souza Prudente, ressaltou que a Portaria não impede a concessão da bolsa para estudantes que já trabalham em sua área: “(…) afigura-se ilegítima a negativa de concessão da bolsa de estudo, sob tal fundamento, por pena de afronta ao princípio da legalidade”, confirmou o magistrado.
O voto foi acompanhado à unanimidade pelos demais desembargadores da 5.ª Turma.
Processo nº: 0011148-71.2013.4.01.3400

quinta-feira, 10 de julho de 2014

ECONOMIA: Bovespa sobe quase 2% ajudada pelas ações da Petrobrás e bancos

Do ESTADAO.COM.BR
CLARISSA MANGUEIRA - AGÊNCIA ESTADO

Especulações em torno das pesquisas eleitorais voltaram ao radar; investidores esperam queda nas intenções da presidente Dilma Rousseff após derrota do Brasil na Copa
Especulações em torno das pesquisas eleitorais voltaram ao radar dos investidores nesta quinta-feira, provocando forte alta da Bovespa. A derrota histórica do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo gerou expectativas de que a presidente Dilma Rousseff pode registrar queda nas intenções de voto. A alta do bolsa doméstica ficou na contra-mão dos mercados acionários internacionais, que foram assolados por uma aversão ao risco devido aos problemas financeiros do Banco Espírito Santo (BES), de Portugal.
No fim da sessão, o Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 54.592,75 pontos, maior patamar desde 20 de junho (54.638,19 pontos). Na máxima da sessão, o índice alcançou 54.600 pontos (+1,80%) e na mínima, registrou 53.643 pontos (+0,02%). O volume de negócios somou R$ 7,759 bilhões.
A crise no BES, somada a dados fracos da China e da produção em alguns países europeus, provocou queda das bolsas internacionais e alta do dólar e dos preços dos Treasuries. 
Desde maio, as ações do Banco Espírito Santo têm sido alvo de vendas diante da divulgação de irregularidades nas contas das companhias controladoras da instituição. As perdas se estenderam nesta quinta-feira, depois que os investidores foram informados de que o Espírito Santo International (ESI) atrasou pagamentos de cupons relativos a alguns títulos de dívida de curto prazo. A negociação das ações do BES chegou a ser interrompida após recuarem 17% na Bolsa de Lisboa. O índice PSI 20, da bolsa portuguesa, fechou com queda de 4,18% e conduziu a baixa generalizada nas praças europeias.
O mau humor se estendeu para as bolsas de Nova York, que também terminaram no negativo. Dow Jones (-0,41%), S&P 500 (-0,41%) e Nasdaq (-0,52%). 
Entre os dados divulgados hoje, relatórios mostraram queda da produção industrial na França e na Itália. Na China, o superávit comercial diminuiu para US$ 31,6 bilhões em junho, do saldo positivo de US$ 35,92 bilhões registrado em maio, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país. O número veio abaixo da mediana das previsões de um superávit de US$ 36,9 bilhões.
Os números chineses pressionaram as ações da Vale no Brasil, que terminaram em quedas de 0,03% (ON) e 0,07% (PN).
Nos EUA, foram apresentados números positivos. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 304 mil, ante previsão 319 mil solicitações. Os estoques no atacado subiram 0,5% em maio, em linha com as projeções.
Já no Brasil, os indicadores continuaram a apontar enfraquecimento da atividade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disse que produção industrial recuou em sete dos 14 locais de abril para maio. Os destaques foram as retrações verificados no Amazonas (-9,7%), Bahia (-6,8%) e Região Nordeste (-4,5%). 
A primeira prévia do IGP-M de julho, calculada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu 0,50%, ante recuo de 0,64% na primeira prévia do mesmo índice de junho. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam taxa entre -0,63% a -0,10%, com mediana das expectativas em -0,30%.
Entre os destaques positivos do pregão estavam os papéis de empresas estatais e do setor financeiro. Petrobrás ON (+5,20%) e Petrobrás PN (+4,50%); Banco do Brasil (+3,96%), Bradesco ON (+4,21%), Bradesco PN (+2,96%) e Itaú Unibanco (+4,63%).

ECONOMIA: Dólar segue exterior e sobe para R$ 2,22

Do ESTADAO.COM.BR
CLARISSA MANGUEIRA - AGÊNCIA ESTADO

A moeda e outros ativos considerados seguros foram beneficiados com a aversão ao risco desencadeada na Europa por problemas em um banco português
O dólar terminou em alta ante o real na sessão desta quinta-feira, em sintonia com o avanço registrado ante outras moedas no exterior. O dólar e outros ativos considerados seguros, com os Treasuries, foram beneficiados pela aversão ao risco desencadeada na Europa por problemas em um banco português e dados fracos da região. Além disso, alguns dados da China favoreceram a busca por segurança. O avanço do dólar ajudou a sustentar o viés positivo da curva de juros futuros, à medida que os indicadores domésticos anunciados pela manhã já estavam precificados pelo mercado.
No fim da sessão, o dólar à vista fechou em alta de 0,18%, a R$ 2,2210, no balcão. O volume de negócios somava US$ 1,668 bilhão. No mercado futuro, o dólar para agosto tinha alta de 0,25%, a R$ 2,2350.
O dólar operou em terreno positivo desde o início da sessão, favorecido pelo avanço no exterior, após uma onda de fuga por segurança impulsionar a moeda, que é visto como um porto seguro em momentos de turbulência. O mau humor nos mercados foi desencadeado pela crise financeira do Banco Espírito Santo (BES) e pela queda da produção industrial reportada pela França e pela Itália. Também pesou sobre o sentimento dos investidores o superávit comercial abaixo da mediana registrado pela China.
Indicadores econômicos do Brasil se juntaram ao conjunto de notícias ruins da sessão. A produção industrial brasileira recuou em sete dos 14 locais que integram a Pesquisa Industrial Mensal divulgada hoje pelo IBGE. As vendas de papelão também caíram 3,38% na prévia de junho ante junho de 2013, para 261,580 mil toneladas. Em relação à inflação, a primeira prévia do IGP-M de julho caiu 0,50%, ante recuo de 0,64% na primeira prévia do mesmo índice de junho. O recuo ficou dentro das projeções do mercado, de entre -0,63% a -0,10%, mas superou a mediana das expectativas, de -0,30%.
O Banco Central realizou os leilões de contratos de swaps cambiais programados, após interrompê-los ontem devido ao feriado em São Paulo. A instituição vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados, totalizando de US$ 198,8 milhões. Na oferta para rolagem, foram vendidos 7 mil contratos que vencem em 1º de agosto de 2014, num total de US$ 346,7 milhões.

ECONOMIA: Governo negocia novo empréstimo a distribuidoras de energia, desta vez, de R$ 2 bi

De OGLOBO.COM.BR
POR REUTERS

Ideia é que bancos concedam aditivo ao crédito de R$ 11,2 bi para cobrir dívidas de curto prazo
Linha de transmissão da energia de Itaipu - Dado Galdieri / Bloomberg News
BRASÍLIA - O governo federal está negociando com bancos um aditivo ao empréstimo de R$ 11,2 bilhões para as distribuidoras de eletricidade que seja suficiente para, pelo menos, cobrir as liquidações do mercado de curto prazo de energia de julho e agosto, disse à Reuters uma fonte que acompanha as negociações. Segundo essa mesma fonte, o valor desse aditivo deve superar a casa dos R$ 2 bilhões.
Somente em julho, o montante que precisa ser liquidado pelas distribuidoras, e que não está coberto pelas tarifas de energia elétrica, é de R$ 1,3 bilhão, referentes às operações do mercado de curto prazo de maio. Na quarta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou para 31 de julho o pagamento desse R$ 1,3 bilhão, que deveria inicialmente ocorrer até a sexta-feira desta semana. O adiamento teve como principal objetivo ganhar tempo para achar uma solução para ajudar as distribuidoras a fazer a liquidação sem comprometer suas finanças.
No fim de abril, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinou contrato de empréstimo dos R$ 11,2 bilhões com um sindicato formado por Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, Citibank, BTG Pactual, Bank of America Merrill Lynch, JPMorgan e Credit Suisse.
Os recursos contratados na ocasião serviriam para cobrir as necessidades das distribuidoras ao longo deste ano, mas terminaram em junho diante dos altos custos das empresas com a compra de energia mais cara das termelétricas.

POLÍTICA: Primo de Rose Noronha é exonerado dos Transportes

Do ESTADAO.COM.BR
REDAÇÃO
Fausto Macedo e Mateus Coutinho

Medida atende ao pedido do Ministério Público, que acusa a ex-chefe de gabinete da Presidência de beneficiar o parente com nomeação
O Ministério dos Transportes exonerou o primo da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha. A medida atende ao pedido do Ministério Público Federal, que acusa Rose de ter se aproveitado do cargo para pedir a nomeação de seu parente, Marcelo de Lara Peixoto, para cargo comissionado na extinta Rede Ferroviária Nacional em São Paulo. A informação foi divulgada nesta tarde pelo MPF.
Segundo a Procuradoria da República, e-mails interceptados pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro mostram que Rosemary teria pedido a nomeação do primo “com urgência” ao ex-diretor da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, em 2009. A nomeação de Marcelo ocorreu três dias após a troca de mensagens.
Para a procuradoria, a admissão resultou de troca de favores entre Rosemary e Paulo Vieira e por essa razão “violou os princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade e da moralidade”.
“O Supremo Tribunal Federal já consagrou o entendimento de que a prática do nepotismo viola a Constituição Federal”, afirmou a procuradora na recomendação, encaminhada ao Ministério dos Transportes no dia 3 de junho.
A exoneração foi publicada no dia 24 de junho e comunicada ao MPF no dia seguinte.

ECONOMIA: Bolsa chega a ganhar mais de 1,5% com Petrobras; dólar sobe a R$ 2,22

Do UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta nesta quinta-feira (10), puxado pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4). Na véspera, a Bolsa ficou fechada devido a feriado no Estado de São Paulo. Por volta das 15h50, o Ibovespa subia 1,65%, a 54.517,5 pontos. No mesmo momento, o dólar comercial avançava 0,15%, a R$ 2,22 na venda. Nesta sessão, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo 4.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) com vencimento em 2 de fevereiro de 2015. O BC também realizou mais um leilão para rolar swapsque vencem em 1º de agosto, vendendo 7.000 contratos.

GESTÃO: Laboratório que era para ser entregue em 2012 está com obras paradas na BA

Do UOL, em Vitória da Conquista
Mário Bittencourt

Obra da Saúde diz que gera 200 empregos na BA, mas está parada
Uma obra do Ministério da Saúde em Vitória da Conquista (BA) informa que gera 200 empregos, mas ninguém trabalha na área, quase toda tomada pelo mato. A obra é de um laboratório oficial de medicamentos que era para entrar em operação em 2012, segundo o governo federal anunciou em junho de 2011, em um evento em Salvador. O valor total da obra é R$ 601.748,95, sendo R$ 479.272,06 do governo federal e o restante é contrapartida estadual - Mário Bittencourt/UOL
Uma obra do Ministério da Saúde em Vitória da Conquista (BA) informa que gera 200 empregos, mas ninguém trabalha na área, quase toda tomada pelo mato. A obra é de um laboratório oficial de medicamentos que era para entrar em operação em 2012, segundo o governo federal anunciou em junho de 2011, em um evento em Salvador.
O valor total da obra é R$ 601.748,95, sendo R$ 479.272,06 do governo federal e o restante é contrapartida estadual.
O laboratório é um dos centros industriais da Bahiafarma, estatal da Bahia cuja unidade de Simões Filho (Grande Salvador) foi reaberta mês passado, também com atraso nas obras – assim como a unidade de Vitória da Conquista, a de Simões Filho era para funcionar em 2012.
A inércia na realização dos trabalhos em Vitória da Conquista fez com que outro cronograma fosse estabelecido, com início em 17 de junho de 2013 e prazo de conclusão em 5 meses, conforme está registrado na placa.
Materiais espalhados
Os trabalhos em Vitória da Conquista chegaram a ser retomados no meio do ano passado, com a construção de parte dos alojamentos dos operários e do material de construção, mas parou na metade. Alguns dos materiais de construção ainda estão por lá.
Há pelo menos dois meses não é visto ninguém trabalhando no local, segundo trabalhadores do Centro Industrial dos Imborés – onde está localizada a obra. Já são quase sete meses de atraso do novo cronograma oficial.
A obra está sendo tocada pela prefeitura local, que contratou, via licitação, uma empresa de Brasília chamada Antônio José Leão Teixeira – ME, não localizada para comentar o assunto.
O local ainda está em poder da prefeitura de Vitória da Conquista e só após o término das obras é que será repassado à Bahiafarma para que sejam feitas às adequações necessárias.
Viagem a Cuba
Desde 2010, quando a Bahiafarma voltou a existir no Estado, após ser extinta em 1999, na gestão César Borges (atual ministro dos Portos), que a obra vem sendo prometida.
Em 2011, inclusive, o prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes (PT), chegou a ir a Cuba para realizar parceria com o país, com vistas à instalação do laboratório, o que não foi concretizado.
A produção de medicamentos da Bahiafarma é para atender, sobretudo, à demanda do Sistema Único de Saúde e fazer o governo economizar mais com a compra de remédios.
A unidade que foi reaberta na Grande Salvador, por exemplo, vai gerar economia de R$ 39,7 milhões ao Ministério da Saúde com a produção anual de mais de um milhão de comprimidos do medicamento Cabergolina, que gera custo anual de R$ 9,1 milhões. 
Usado para combater problemas hormonais, sobretudo nas mulheres, o comprimido Cabergolina tem previsão de ter o primeiro lote vendido ao Ministério da Saúde no prazo de dois meses. Com a Bahiafarma de Simões Filho, agora são 17 laboratórios públicos no país.
Outro lado
A prefeitura de Vitória da Conquista não informou o motivo da obra estar parada. Comunicou apenas, via assessoria de comunicação, que "a obra de urbanização está em execução e que o contrato firmado tem vigência até novembro de 2014", apesar de a placa indicar prazo de cinco meses para finalização da mesma.
A assessoria do Ministério da Saúde ficou de enviar resposta informando sobre os valores que já foram liberados para a obra e eventuais providências que estão sendo tomadas para a conclusão da mesma, mas isso não ocorreu.
Já a assessoria da Bahiafarma, em Simões Filho, informou que não conseguiu falar sobre a obra parada em Vitória da Conquista com a diretora o órgão, Julieta Palmeira, e não respondeu ao UOL.

COPA NO BRASIL: As três poderosas

De OGLOBO.COM.BR
Ancelmo.com
Por Ancelmo Gois

Agora é oficial: Angela Merkel e Cristina Kirchner confirmaram presença, domingo, no Rio, para a partida final entre Alemanha x Argentina.
Vão se juntar a Dilma no Maracanã. A alemã já esteve aqui no início da Copa. Mas a argentina relutava por conta da crendice, por lá, de que presidente ir ao jogo da seleção dá azar.
É que, na Copa da Itália de 1990, Menem testemunhou a derrota da favorita Argentina para Camarões por 1 x 0.

OPINIÃO: Brasil precisa se livrar do fetiche provinciano pelo preço alto

Do UOL
Álvaro GarneroEspecial para o UOL

Todo mundo sabe que viajar faz bem para a alma, para o corpo, para o espírito e muitas vezes até para o bolso. Quantas pessoas não se cansam de elogiar as vantagens de fazer compras no exterior, comparadas a qualquer aventura por lojas que parecem ter perdido o senso da realidade no Brasil?
É verdade que avaliar qualquer viagem pelas vantagens para compras pode ser um exercício de irrecuperável miopia: nosso bolso deveria ser um facilitador, não um ponto de vista. Ainda mais quando estamos passeando pelo mundo.
E o que eu acredito que mais deva ser levado em conta quando se viaja, muito mais que a comparação de preços entre produtos, é a comparação de facilidades entre estilos de vida. Nesse sentido, o Brasil parece que ainda tem um bom caminho a percorrer.
Divulgação/Record
Percorri uma infinidade de países, de cidades e de regiões em função do programa 50 por 1, que apresento. O que mais me impressionou nos lugares por onde passei foi como as pessoas precisam de pouco para ser felizes. Se eu pudesse traçar um grande mapa da felicidade pelo mundo, as regiões mais felizes raramente iriam coincidir com as mais ricas.
Seja na Mongólia ou em Santo Amaro da Purificação, por exemplo, as pessoas parecem cultivar uma espécie de vocação para o bem-estar que prescinde olimpicamente da capacidade de acumular patrimônio ou dinheiro. É essa vocação que o Brasil precisa incorporar.
Numa comparação simples e mais ou menos elementar, é evidente que o custo de tudo no Brasil vem assustando cada vez mais não só brasileiros, mas também ingleses, americanos, suíços, alemães e quem quer que venha nos visitar esperando algum tipo de racionalidade no que é cobrado.
Nossos preços talvez só não assustem os japoneses – que ou não se assustam com nada ou são sempre muito educados para expressar qualquer tipo de assombro.
O problema maior talvez seja que não há sentido em pagar o triplo por uma refeição num restaurante em São Paulo do que o que se paga num restaurante no East Side, por mais que todos os donos de restaurante no Brasil adorem justificar seus custos mencionando impostos, encargos trabalhistas, tributários, investimentos em mão de obra, em manutenção e na última remessa de beaujolais nouveau. O Brasil precisa aprender a nivelar tudo por cima, não por baixo.
Esse método de nivelar o modo de vida das pessoas baseado em um patamar mais saudável e um pouco menos mercenário é a grande lição que o mundo tem me ensinado. Com pouco dinheiro em Paris, é possível comer com um mínimo de qualidade, visitar um museu importante e conhecer a dinâmica de uma cidade que é civilizada o bastante para revelar seus segredos sem precisar vendê-los.
No Brasil, nós parecemos muitas vezes acometidos de um deslumbramento provinciano pelo preço alto. Não é uma atitude particularmente educada.
Por tudo isso, o que mais me fascina é justamente a possibilidade de transformar toda a riqueza das experiências que vivi pelo mundo em algo acessível para muita gente. O turismo precisa ser repensado não só porque é um setor de negócios vital para qualquer país, mas porque é uma experiência de vida essencial para qualquer pessoa. 
Não é justo sobretaxar experiências: todo mundo deveria ter o sagrado direito de, pelo menos em boa medida, ver o que eu vi, saborear o que eu saboreei e conhecer o que eu conheci. Um conjunto de experiências não precisa ser caro. Precisa ser acessível. Precisa ser possível. Precisa ser pensado.
Muita gente se lembra de que, de todas as experiências que vivi em cada episódio do 50 por 1, eu sempre acabava definindo uma delas como a experiência mais emblemática do país ou da cidade com a frase que se tornou um bordão no país todo, "Esta é a minha Itália" ou "Esta é a minha Cingapura" ou "Este é o meu Alasca".
Não me lembro de nenhuma vez em que essa grande experiência não fosse algo perfeitamente acessível a qualquer pessoa, fosse passear de bicicleta por Nova York, visitar um comerciante humilde na periferia de Istambul ou experimentar frutas secas na Síria. No Brasil, precisamos aprender a repensar a relação entre valor e preço, ainda mais quando se trata de experiências. O valor de uma experiência importante é essencial demais para poder ser cobrado caro.
O Brasil precisa se livrar do fetiche pelo preço alto. É muito mais civilizado.

ECONOMIA: Ibovespa abre operando em alta com ações da Petrobras acompanhando ADRs

Do JB.COM.BR
Rafael Gonzaga

Ibovespa e Wall Street abrem em alta; bolsas europeias ampliam quadro de quedas
Nesta quinta-feira (10), o principal índice da Bolsa da Valores de São Paulo avançava no início dos negócios. Ações influentes, como as da Petrobras acompanhavam o avanço de suas ADRs (certificados de depósito emitidos por bancos norte-americanos, representando ações de empresas com sedes fora dos Estados Unidos) em Wall Street nesta quarta-feira. Os ADRs tiveram alta na véspera por conta de especulações relacionando a perda da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo com resultados eleitorais em outubro. De acordo com os analistas, a goleada da Alemanha no Brasil pelas semifinais do Mundial diminuiu as chances da presidente Dilma Rousseff se reeleger.
Às 11h11, o Ibovespa avançava 0,82%, a 54.075 pontos – a máxima alcançada durante a manhã desta quinta-feira foi 1,12%, às 10h14.
Entre as principais variações positivas estavam as ações da Petrobras: Petrobras PN subia 3.23% E Petrobras ON avançava 3,16%. Quem liderava o quadro de avanços era a Gol PN N2, com alta de 4,42%.
uedas, a Oi PN N1 liderava expressivamente, com recuo de 5,42%, seguida pela Ambev S/A ON, que perdia 1,80% e pela Tim Part S/A ON NM, com variação negativa de 1,16%.
Wall Street abre em queda e segue recuando com preocupações europeias
As ações da Bolsa de Valores de Nova York iniciaram as negociações desta quinta-feira em baixa. Um dos motivos que influenciava o recuo era a baixa nas ações europeias por conta de preocupações a respeito do setor bancário em Portugal.
Às 11h16, o índice Dow Jones recuava 0,80%, a 16.850 pontos. O S&P 500 também recuava, apresentando variação negativa de 0,75%, a 1.958 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq marcava queda de 1,07%, a 4.371 pontos.
Na Europa, queda é amplificada por dados de Itália e Portugal
Nesta quinta-feira, as quedas nas principais bolsas europeias eram ainda mais expressivas. Dados econômicos fracos da Itália e uma preocupação dos investidores com o setor bancário de Portugal eram os principais motivos para o aumento da queda.
Às 11h22, o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais bolsas da região, apresentava baixa de 0,91% a 1.351 pontos.O Euro Stoxx 50 também recuava, com perdas de 1,50% a 3.155 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI 20 recuava 3,76% a 6.131 pontos, liderando as quedas mais expressivas dentre os demais principais índices europeus. O forte recuo era principalmente resultado da suspensão das ações e dos bônus do principal acionista do Banco Espírito Santo devido à problemas com a ESI, companhia controladora. Em Milão, o FTSE MIB recuava 1,92% por conta da divulgação de dados que apontam para a maior queda mensal desde novembro de 2012 na produção industrial.
Em Londres, o FTSE 100 perdia 0,76% a 6.666 pontos. Em Paris, o CAC 40 tinha baixa de 1,25% aos 4.305 pontos. Em Frankfurt, o Deutsche Borse AG HDAX recuava 1,35% a 5.004 pontos. Em Madrid, o Ibex 35 recua 1,94% a 10.538 pontos.
Bolsas asiáticas encerram sessão mais uma vez sem direcionamento
No encerramento dos negócios desta quinta-feira (10) o Hang Seng, principal indicador em Hong Kong, encerrou em alta de 0,27% aos 23.238 pontos; na bolsa de Xangai, o índice SSE Composite, fechou em queda de 0,01% aos 2.038 pontos; na bolsa de Bombai, o índice BSE fechou em queda de 0,28% aos 25.372 pontos; e no Japão, o índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, perdeu 0,56% aos 15.216 pontos.

COMENTÁRIO: De surpresa em surpresa

Por Celso Ming - ESTADAO.COM.BR

O governo se reconhece surpreendido pela disparada da inflação para acima do teto da meta, para 6,52% em junho. Foi o que disse terça-feira o ministro interino da Fazenda, Paulo Caffarelli (foto).
E, no entanto, se não era propriamente uma caçapa cantada, esse estouro era bem mais do que uma simples possibilidade. Estava no radar de todos os analistas. Teria bastado que a inflação de junho fosse de 0,38% - foi 0,40%. E um governo surpreendido por essa goleada da inflação não deixa de ser chocante.
É mais uma indicação de que o governo está perdido em campo, sem resposta e sem postura diante dos primeiros gols do adversário. Seguir afirmando que a inflação pode ficar por aí ao longo de mais dois ou três meses, mas que fechará o ano abaixo dos 6,5% ao ano, não é nem uma aposta; é ficar mais perto da leviandade.
O Banco Central, por exemplo, está projetando para todo o ano de 2014 uma inflação de 6,4%. É um número sujeito a quaisquer imponderáveis, como tantos que vêm acontecendo. O risco do estouro da meta em 2014 é cada vez mais alto.
Entre as indicações de que o governo está sem reação e sem estratégia é o que ocorre no câmbio, que agora desempenha a função de âncora cambial, ou seja, trabalha para evitar a alta do dólar que, por sua vez, encareceria os importados.
Durante os últimos três anos, os atuais integrantes da equipe econômica criticaram insistentemente as operações de carry trade. Ou seja, criticaram as práticas especulativas feitas com moeda estrangeira. Trata-se do levantamento de empréstimos em moeda estrangeira a juros baixos no exterior para trocá-los por reais no câmbio interno, aplicá-los no mercado financeiro brasileiro a juros que hoje estão nos 11% ao ano e, assim, ganhar um bom retorno, na moleza. O problema dessas operações do ponto de vista do interesse brasileiro é que a qualquer momento os dólares podem levantar voo e produzir uma forte escassez de moeda estrangeira no câmbio interno. Para que isso não aconteça, o Banco Central tem de garantir uma certa estabilidade nas cotações da moeda estrangeira, o que o obrigou a prorrogar até dezembro os leilões de dólares no câmbio futuro, que já somam US$ 90 bilhões.
Pois hoje, as operações carry trade são desejadas. Foram estimuladas pelo governo que, em junho, reduziu a zero o IOF que antes era de 6% para operações de curto prazo. Lá se foi o tempo em que o ministro Guido Mantega denunciava a valorização forçada do real (baixa do dólar) como efeito perverso da guerra cambial promovida pelos grandes bancos centrais. O prolongamento da guerra cambial também passou a ser desejado, para que os dólares continuem aportando no Brasil e continuem a segurar a inflação por aqui. No entanto, ontem, a Ata do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) acenou com o fim das compras de títulos em outubro e, portanto, com o fim das emissões de dólares, o que pode provocar certa escassez de dólares e menos fluxo para o Brasil.
A atual prostração da economia, que se caracteriza por uma inflação em 12 meses mais perto dos 7% do que dos 6% e pelo crescimento do PIB já mais próximo de zero do que de 1%, não foi produzida por nenhum sapo enterrado. Tem explicações racionais. É, em grande parte, consequência das opções experimentalistas de política econômica feitas nos últimos três anos.

COMENTÁRIO: Apropriação indébita

Por Dora Kramer - ESTADAO.COMBR

O melhor que os políticos teriam a fazer de agora em diante seria deixar de lado o assunto Copa do Mundo. Pelo menos no que diz respeito ao futebol.
Isso na teoria, com base na premissa de que a oposição não deve sair comemorando a derrota horripilante e a situação não tem como captar dividendos nem pode ser responsabilizada pela surpresa que a "caixinha" desta vez nos reservou.
Aliás, não deixa de ser uma cruel ironia que a lavada da Alemanha sobre o Brasil tenha contribuído significativamente para aumentar o saldo de gols dessa Copa tão festejada também pela quantidade de bolas no fundo das redes.
A desconexão entre esporte e política é uma tese confirmada em eleições anteriores. Agora, porém, tornou-se uma hipótese a ser submetida a teste. Por diversos fatores, sendo o principal deles a nítida tentativa do governo de se apropriar do sucesso caso a seleção tivesse conseguido ir até o fim e conquistado o hexa.
A outra razão é a enrustida torcida da oposição para que algo desse errado. Se antes tudo parecia conspirar contra, quando o campeonato começou os ares ficaram favoráveis e os políticos seguiram o rumo dos ventos. Sempre, claro, dizendo que estavam todos unidos em um só coração.
Ninguém poderia, contudo, prever uma surra daquela proporção. Uma coisa horrorosa que pode levar as pessoas a reavaliarem a posição predominantemente favorável à realização da Copa no Brasil enquanto tudo era festa, e voltarem a querer discutir a oportunidade, a necessidade, os gastos, os atrasos, as promessas não cumpridas e os falsos legados do Mundial.
Considerando que os problemas, assim como os aeroportos, não serão levados de volta nas malas dos turistas - para usar uma imagem da presidente Dilma - já seria de esperar o retorno do azedume. Agora, no entanto, acentuado por um fato inimaginável e altamente negativo.
A oposição naturalmente não vai se recusar a esse tipo de debate. E é neste aspecto que agora possa haver, sim, uma conexão entre o futebol e as eleições. Não uma ligação direta entre a derrota em campo e a vitória nas urnas ou vice-versa. Há muitos fatores envolvidos, todos eles devidamente expostos naquele clima de exasperação que há um ano se instalou no País.
Junte-se a Copa realizada no Brasil com eleição disputada e os ânimos profundamente alterados, tudo fica superlativo. Não foi apenas a seleção que se perdeu em campo diante do profissionalismo dos alemães.
O departamento de propaganda do governo também dá sinais de atabalhoamento, pois age no improviso, a cada momento reagindo de uma forma diferente. Antes, quando temia que se concretizassem as previsões de falhas graves de organização e infraestrutura, procurou distanciar-se do campeonato em si para se concentrar no "legado".
Depois, à medida que ia saindo tudo melhor que a encomenda, a equipe do marketing houve por bem aconselhar a presidente a pegar uma carona na amabilidade do brasileiro - contrariando a personalidade irascível de Dilma, a inflexível - a fim de construir às pressas uma identificação.
A presidente foi às redes sociais falar contra o "uso indevido do pessimismo", imitar gestos de Neymar, atacar os "urubus" e misturar condenações à política econômica com críticas à organização da Copa ou mesmo à atuação do time de Luiz Felipe Scolari.
Tal salada governista revelou-se precipitada no uso indevido do otimismo. A suposição era a de que, tendo chegado até as semifinais, o Brasil poderia conseguir o título, ou pelo menos uma colocação razoável. Farejou aí a possibilidade de dividir as honras e apressou-se em abraçar a Taça.
Uma vez consumada a tragédia no campo, o Planalto volta a dizer que a Copa é uma coisa e a política é outra coisa. Mas foi o governo, na palavra da presidente, quem insinuou que era a mesma coisa.

COMENTÁRIO: Fichas-sujas

Por Merval Pereira, O Globo
Do blog do NOBLAT

A judicialização da política trouxe nos últimos dias notícias nada alvissareiras, com a Justiça sendo usada de variadas maneiras para manter na vida pública políticos que a desonraram. Num dos casos, o do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, há filmes comprovando o recebimento de propinas.
Ele foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do DF, juntamente com a candidata a deputada Jaqueline Roriz, mas ambos podem escapar da Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados.
A interpretação da Justiça tem sido de que os políticos somente são impedidos de disputar uma eleição se a condenação ocorrer antes do registro da candidatura, cujo prazo final foi 5 de julho.
Outro caso também tem a ver com registro de candidaturas: o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar anulando a convenção estadual do PT paulista, porque o partido recusou a candidatura do deputado estadual Luiz Moura, acusado de ligação com facções criminosas em São Paulo.
Ele participou de uma reunião com membros do PCC no sindicato dos rodoviários, e não conseguiu explicar o que fazia lá. O passado de Luiz Moura o condena: preso por assalto à mão armada, fugiu da prisão e ficou foragido por 10 anos.
No retorno, conseguiu uma anistia dos crimes e entrou para a política. Hoje, possui postos de gasolina e participação em empresas de ônibus.
O efeito colateral da medida por si só demonstra sua total falta de realidade: a anulação invalida todas as candidaturas do PT no estado de São Paulo, não apenas dos deputados estaduais e federais, mas, sobretudo, a de governador, do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Poderia ser uma solução para o PT, que já começa a “cristianizar” seu candidato antes mesmo de a campanha começar, mas privaria o estado economicamente mais forte do país e seu maior colégio eleitoral de ter uma representação do PT no Congresso, o que é inaceitável por uma decisão fora das urnas.
No caso de Brasília, a situação é mais surreal do que parece. Embora condenado, ele teve o voto do desembargador Mário-Zam Belmiro Rosa que entendeu que as provas não eram suficientes para ligar Arruda ao esquema, mesmo com o depoimento do delator e com os filmes comprobatórios, inclusive um mostrando o próprio ex-governador com maços de dinheiro, e outro a deputada Jaqueline Roriz recebendo a suposta propina.
Além do mais, o julgamento só ocorreu porque o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa determinou que a Justiça do DF julgasse o processo, derrubando uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) que o suspendera.
O Ministério Público vai tentar derrotar a jurisprudência que permite a candidatos fichas-sujas disputarem uma eleição, destruindo completamente o espírito da legislação moralizante. Além do mais, ainda está vigendo o prazo para os registros de candidaturas serem impugnados, o que reforça a tese do Ministério Público.

A Copa das Copas
Há uma conspiração dos astros contra a presidente Dilma. Na análise de seus conselheiros, o melhor resultado para sua candidatura, depois da tragédia do Mineirazo, seria a derrota ontem da seleção da Argentina e uma vitória da seleção brasileira contra os “hermanos” no sábado, na disputa pelo terceiro lugar.
Pois os argentinos venceram a Holanda e disputarão a final contra a Alemanha. Corre o risco de a presidente Dilma ter que entregar a Copa das Copas a Messi, o capitão da seleção argentina.
Pior desfecho não poderia haver. Só falta alguém sugerir à presidente Dilma que ela deve ir sábado ao estádio em Brasília para dar uma força à seleção brasileira. É o que dá misturar futebol e política.

MUNDO: Operação israelense em Gaza deixa 76 mortos e 500 feridos em 3 dias

Do ESTADO DE S. PAULO

Israel afirma que desde o início da Operação Limite Protetor, as forças armadas atacaram cerca de 750 alvos
GAZA - Pelo menos 76 palestinos morreram e outros 500 ficaram feridos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva militar israelense - operação Limite Protetor - que, somente na madrugada desta quinta-feira, 10, atacou 108 novos alvos.
Caças-bombardeiros e embarcações de guerra das Forças Armadas israelenses continuaram pela terceira noite consecutiva com os bombardeios no território palestino, disseram testemunhas. Segundo os relatosm desde a meia-noite os ataques incluíram casas de famílias de milicianos, edifícios pertencentes ao Ministério do Interior do Hamas, veículos de militantes de facções armadas, terrenos e fazendas.
Moradores da Faixa de Gaza disseram ter escutado fortes explosões em cidades e aldeias de todo o território palestino, principalmente na Cidade de Gaza, enquanto ambulâncias e equipes de resgate se apressavam para transferir as vítimas para os hospitais.
O Exército israelense informou em comunicado que matou, no norte da Faixa de Gaza, um "terrorista do Hamas" envolvido com o disparo de foguetes contra Israel e informou sobre outro ataque contra três milicianos da Jihad Islâmica suspeitos de envolvimento na fabricação de foguetes de médio alcance.
O porta-voz do serviço do Ministério da Saúde em Gaza, Ashraf al Qedra, disse que a contagem dos mortos pelos bombardeios israelenses, em três dias de operação, subiu para 76 nas últimas horas, enquanto os feridos chegam a 500. Segundo Qedra, cerca de dois terços dos mortos e feridos são mulheres e crianças.
O funcionário acrescentou que o número de vítimas civis aumentou nas últimas 48 horas da ofensiva, pois Israel está fazendo ataques aéreos contra edifícios residenciais e grupos de pessoas no litoral.
Na noite de quarta, sete civis morreram - três mulheres e quatro crianças - em um bombardeio contra imóveis na cidade de Khan Yunes, no sul da Faixa de Gaza. O Ministério do Interior em Gaza disse em um comunicado enviado aos meios de comunicação que aproximadamente 80 imóveis foram destruídos nos últimos três dias.
Especialistas militares citados pela imprensa israelense explicaram que o aumento do número de civis mortos nos bombardeios ocorre porque, em algumas ocasiões, essas pessoas não dão atenção às advertências feitas antes dos ataques pelo Exército.
O Canal 10 da televisão israelense explicou que a inteligência militar costuma telefonar para os moradores dos imóveis que serão atingidos pelos bombardeios. Em alguns casos, as pessoas nem atendem aos telefonemas.
Nas advertências, Israel costuma dar uma margem de quatro minutos antes de atacar, além de um disparo de alerta antes do bombardeio propriamente dito, informou a emissora de televisão.
Desde a terça-feira, Israel calcula que a operação Limite Protetor atingiu cerca 750 alvos.
O braço armado do Hamas, as "Brigadas de Ezedin al-Qassam", assumiu a autoria do lançamento de mais foguetes contra Tel-Aviv e outras cidades do centro e do sul de Israel.
As sirenes voltaram a soar esta manhã em Tel-Aviv e, de acordo com o Exército israelense, um foguete foi abatido em pleno voo pelas baterias antimísseis. O aeroporto internacional Ben Gurion sofreu novamente com atrasos devido à ativação das sirenes.
Fontes militares israelenses calcularam em aproximadamente que 360 foguetes de alcances diferentes foram disparados do território palestino, dos quais 255 caíram em solo israelense e 67 foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro.
Por enquanto, os lançamentos de mísseis dos milicianos palestinos não provocaram mortes, mas muitos israelenses tiveram que ser atendidos pelos serviços médicos por ataques de ansiedade e pânico. /EFE

SEGURANÇA: PF faz maior apreensão de cocaína da história do Nordeste em condomínio na Bahia

Do CORREIO
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)

Mais de 750kg de cocaína e 130kg de maconha foram encontrados enterrados em uma casa num condomínio em Imbassaí
A Polícia Federal fez a maior apreensão de cocaína da história do nordeste na Bahia. A operação foi realizada na manhã desta quarta-feira (9) no município de Mata de São João, que fica a 56 quilômetros de Salvador, no litoral norte da Bahia.
Segundo a PF, com ajuda de equipes do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil e da Superintendência de Inteligência da SSP/BA, 761kg de cocaína e 130kg de maconha foram encontrados enterrados no quintal de uma casa num condomínio em Imbassaí. Quatro carros, entre eles um Hyundai/Santa Fe, também foram apreendidos.
Na casa estavam duas pessoas, um homem e uma mulher, quem foram presas em flagrante por tráfico de drogas. As identidades dos suspeitos não foram divulgadas. Eles foram encaminhadas à Superintendência da Polícia Federal, em Salvador, onde foi lavrado o flagrante. Em seguida, foram encaminhados para a Cadeia Pública em Salvador, onde permanecerão à disposição da Justiça Estadual.

SAÚDE: Vírus chikungunya deixa 33 mortos nas Antilhas e na Guiana Francesa

Do UOL

PARIS, 10 julho 2014 (AFP) - O vírus chikungunya provocou indiretamente a morte de 33 pessoas nas Antilhas e na Guiana Francesa desde dezembro, indicou nesta quinta-feira (10) a ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, classificando-o de "grande epidemia".
"Até hoje, a doença provocou indiretamente 33 falecimentos de pessoas idosas frágeis, afetou 100.000 pessoas e provocou mil hospitalizações nos departamentos franceses da América", anunciou o ministério da Saúde.
"Trata-se de uma grande epidemia, com 5.000 novos casos por semana", declarou Marisol Touraine em meios de comunicação franceses.
"A epidemia que afeta as Antilhas e a Guiana é um problema importante de saúde pública", acrescentou, ressaltando que "o início do período de verão e a estação de chuvas propiciam a reprodução do mosquito que o transmite, o que aumenta os temores de um crescimento do número de casos".
A ministra insistiu na importância das medidas de precaução para evitar a proliferação dos mosquitos.
O vírus chikungunya que, assim como a dengue, é transmitido através dos mosquitos aedes, causa febre, dores articulares, musculares e de cabeça.
O tratamento se limita a tratar os sintomas, já que não existe cura ou vacina contra esta doença, que raras vezes é mortal, mas que pode ser fatal para as pessoas frágeis.

MUNDO: Alemanha pede que principal agente americano em Berlim deixe o país

Da FOLHA.COM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo alemão pediu aos Estados Unidos que o chefe da agência de inteligência americana em Berlim deixe o país, disse nesta quinta-feira (10) um deputado aliado da chanceler Angela Merkel.
Clemens Binniger, que faz parte da comissão do Parlamento que fiscaliza as agências, disse que "o governo pediu que o representante das agências de inteligência dos EUA na Alemanha deixe o país como resposta a falha em ajudar a responder diversas alegações, a começar pela NSA e até os últimos incidentes".
As relações entre os dois países ficaram estremecidas depois de uma série de denúncias feitas pela Alemanha sobre a espionagem feita por Washington.
Entre os casos citados pelos deputado estão as denúncias recentes que um espião da BDA (a agência de inteligência alemã) e um militar do Exército passaram informações ao governo americano.
O agente foi preso no dia 9 de julho.
Além disso, Berlim também reclama da espionagem feita pela NSA (Agência de Segurança Nacional) americana contra a chanceler Angela Merkel, como revelado por Edward Snowden.

POLÍTICA: Planalto procura estratégia para separar organização da Copa do fiasco em campo

Do ESTADAO.COM.BR
VERA ROSA E TÂNIA MONTEIRO - O ESTADO DE S. PAULO

Após se associar à seleção brasileira com ação em rede social e foto imitando Neymar um dia antes da fragorosa derrota no Mundial, Dilma tenta agora emplacar clima de ‘volta por cima’
Brasília - Um dia após a humilhante derrota do Brasil para a Alemanha, a presidente Dilma Rousseff ajustou o discurso para neutralizar o “efeito Copa” sobre a campanha da reeleição. Com medo de que o mau humor com a seleção respingue na campanha, a presidente e sua equipe tentam separar o “joio do trigo”, concentrando as energias na defesa da “administração” do Mundial.
A ordem no Palácio do Planalto é “virar a página” do que Dilma definiu como “pesadelo” e baixar o tom do mote “Copa das Copas”, com o qual o governo pretendia bater o bumbo na campanha. No lugar do ufanismo, entra agora a retórica da “volta por cima” e da capacidade de superação do brasileiro nas adversidades, além da organização “impecável” do evento.
A equipe da reeleição dá como certo que Dilma será hostilizada na final da Copa, no domingo, quando a presidente entregará a taça ao campeão, no Maracanã. Ministros e coordenadores da campanha petista acreditam que o “efeito Copa” não dure até a eleição, em outubro. O temor, agora, é que o fim antecipado da catarse coletiva alimente novos protestos, que podem ser disseminados e atingir “tudo o que está aí”, mirando em Dilma e na alta dos preços - e consequentemente dos índices de inflação - por causa da Copa.
“Quem tentar transferir para o campo da política eleitoral uma derrota no futebol dará um tiro no pé”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que assistiu à derrota do Brasil em Belo Horizonte. “A politização é simplesmente ridícula”. Para Cardozo, a derrota do Brasil “não muda em nada” o caráter da Copa, nem da segurança e da organização do evento, “que estão sendo aplaudidos pelo mundo inteiro”.
O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que na terça-feira admitiu a preocupação do governo com a possibilidade de volta das ações violentas dos black blocs, ontem disse que “o desastre com a seleção brasileira não é o desastre com a Copa”. “Precisamos cuidar para que tudo continue dando certo.”
Na rede. A coordenação da campanha de Dilma identificou nas redes sociais “perfis falsos” de apoiadores dos candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) associando a presidente ao vexame do Brasil diante da Alemanha, para desconstruir a imagem de “gerente” que a petista tenta apresentar. Vinte e quatro horas antes do fracasso da seleção, Dilma deu estocadas nos adversários e disse, em conversa com internautas, que a Copa era uma “belezura”, para “azar dos urubus”.
“Do ponto de vista de organização, a Copa é um sucesso e isso é inegável”, afirmou o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. “O Brasil sofreu uma derrota absolutamente inesperada, que entristeceu todos nós, e quem quiser fazer proselitismo político com isso terá de enfrentar o julgamento do eleitor.”
Berzoini se reuniu nesta quarta com o presidente do PT, Rui Falcão, coordenador da campanha de Dilma. Mais tarde, Falcão conversou com o jornalista Franklin Martins, responsável pelo monitoramento das redes sociais. O governo e o comitê da reeleição estão atônitos com o fiasco da seleção e avaliam qual a melhor estratégia a seguir para blindar a presidente.
Uma das estratégias será apostar na agenda “positiva” dos próximos dias. Além de almoçar com chefes de Estado que estarão no Rio, no domingo, para a final da Copa, Dilma vai receber 21 presidentes na próxima semana. O comitê da reeleição quer aproveitar esses eventos para mostrar a presidente como “estadista”.
Palpite errado. Em conversa com o fundador da Amil Assistência Medica Internacional, Edson Bueno, ontem à tarde, Dilma não escondeu o abatimento com a derrota da seleção. “Mas ela foi para a guerra e é uma pessoa muito forte”, disse Bueno. “Ela falou para mim: ‘Temos de ir em frente, temos de motivar o País’.”
No encontro, Dilma achava que o Brasil poderia enfrentar a Argentina, na briga pelo terceiro lugar, o que não se concretizou - horas depois, a equipe de Messi se classificou para a final. “Nós discutimos o seguinte: se for contra a Argentina, o negócio é ganhar de uns 4 a 0, porque a gente pelo menos fica um pouco melhor”, afirmou Bueno.
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