quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

COMENTÁRIO: A Cide, outra vez

Por CELSO MING - ESTADAO.COM.BR

Já é dada como certa a volta da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico, Cide, sobre os combustíveis
Já é dada como certa a volta da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico, Cide, sobre os combustíveis. É um tributo que serve para regular mercados, e não apenas o dos combustíveis. Mas os objetivos do governo são mais amplos do que simplesmente esse e são de complicada conciliação.
Criada em 2001, a Cide aplicada sobre os preços dos combustíveis cumpriu a função de abrir espaço para o etanol, na medida em que seus custos de produção dificultaram a competição com a gasolina. Em 2011, a Cide foi progressivamente reduzida e em 2012 acabou por ser zerada para ajudar a combater a inflação e compensar a falta de reajustes dos preços dos combustíveis. A partir daí, a capacidade de competição do etanol se estreitou substancialmente. Hoje há mais de 30 usinas de açúcar e álcool em processo de recuperação judicial.
Em debate eleitoral pela TV na campanha presidencial de 2002, o então candidato Anthony Garotinho embaraçou o adversário Lula ao perguntar-lhe sobre a Cide. Lula não tinha ideia do era aquilo.
Como já foi apontado nesta Coluna outras vezes, o simples retorno da Cide poderia não ser suficiente para devolver viabilidade econômica ao setor do etanol, especialmente agora que os preços do petróleo caíram 55% em cinco meses.
Os preços internos dos combustíveis estão cerca de 40% mais altos do que os externos. Se for para dar realismo tarifário também para os combustíveis e, portanto, realinhar os preços internos aos níveis internacionais, a Cide teria de incidir em cerca de 50% dos preços só para cumprir a função de viabilizar o etanol.
Terça-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que os preços dos combustíveis na refinaria (sem a Cide) são assunto interno da Petrobrás. É claro que não será bem assim, porque os preços finais dos combustíveis são essenciais para a definição de custos da economia e têm de integrar a equação que haverá de definir o tamanho da Cide.
O interesse imediato da Petrobrás parece ser o de tão cedo não reajustar (para baixo) os preços dos combustíveis, porque a prioridade é recuperar o seu caixa, castigado por 12 anos de secura. Mas não será o único fator em jogo. Preços altos demais dos combustíveis em relação aos vigentes no exterior tendem a encorajar as importações de gasolina e de diesel, o que também não convém à Petrobrás.
A Cide não é um tributo destinado a arrecadar. Seu objetivo é regular. Mas, na atual penúria do Tesouro, o governo pretende usá-la como instrumento, ainda que temporário, de arrecadação. Em 2011, trouxe para os cofres públicos o volume de R$ 9 bilhões (veja o gráfico).
Mas isso não é tudo. As três funções da Cide acima expostas (a de lançar um colete salva-vidas para o etanol, a de ajudar a recuperação do caixa da Petrobrás e a de contribuir para a arrecadação) têm, entre si, certo grau de incompatibilidade. É preciso levar em conta ainda outra limitação. Os preços internos dos combustíveis não podem ficar tão mais altos em relação aos externos a ponto de prejudicar o sistema produtivo já sobrecarregado de custos. Obrigar a indústria, já sem competitividade, a arcar com despesas mais altas com transporte e logística pode inviabilizar sua recuperação.
CONFIRA:
As vendas no varejo em novembro apontaram certa recuperação sobre o mês anterior. Mas não passam firmeza de melhora nos meses seguintes. É esperar para conferir.

Mal na foto
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que só a Argentina tem piores condições de competitividade do que o Brasil. O universo avaliado compreende 15 países, quase todos em desenvolvimento: Brasil, Argentina, Colômbia, México, Turquia, Índia, Polônia, Rússia, África do Sul, Chile, Espanha, China, Austrália, Coreia do Sul e Canadá.

COMENTÁRIO: Professor aloprado

Por Dora Kramer - ESTADAO.COM.BR

É a velha, batida, mas imprescindível lição que político bom no ramo não dispensa: a esperteza quando é muita vira bicho e come o dono. Há outras duas a completar uma trinca de ouro: só bobo briga e segredo é a alma do negócio.
No afã de pôr em prática um plano para enfraquecer o PMDB a fim de retirar oxigênio do partido, reformular o perfil da aliança, reforçar partidos até então periféricos e alimentar a criação de novas legendas, o governo violou as três regras.
Os articuladores do Planalto só faltaram anunciar no Diário Oficial suas pretensões, tão atabalhoados e explícitos foram os gestos para alijar o principal aliado. A presidente Dilma Rousseff cuidou da arrumação na área econômica e deixou a política a cargo do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Jogou o PMDB para a periferia ministerial, concentrou no Palácio o poder decisório político e de interlocução com o Congresso com pessoas da estrita confiança presidencial, mas sem a necessária experiência nem o indispensável trânsito no Parlamento.
A prova na incompetência está na queimada na largada. O PMDB captou de início o plano. E, ao perceber, se uniu. O movimento para enfraquecer, fortaleceu como se viu na manifestação da executiva do partido em prol das candidaturas às presidências da Câmara e do Senado. O recado foi direto: quaisquer hostilidades dirigidas aos candidatos, notadamente ao deputado Eduardo Cunha, serão interpretadas como agressões ao conjunto dos pemedebistas.
Em miúdos, disse o seguinte: "Mexeu com ele, mexeu conosco". A declaração de guerra de quem pode estar prestes a renovar a posse do comando de um dos Poderes da República não seria necessária se entre os arquitetos palacianos não vigorasse a enganosa tese de que os líderes do PMDB são provincianos a serem passivamente passados para trás em troca de migalhas de fisiologismo.
Pois se a ideia era enfraquecer, os fatos mostram que o Planalto até agora só conseguiu fortalecer o partido. Por exemplo, a manobra trouxe de volta à cena o ex-deputado Geddel Vieira Lima, oposicionista até então atuando só nos bastidores e desde ontem autorizado a dar em nome do partido declarações tais como "o PMDB vai olhar com lupa" as atitudes do governo a partir do momento em que assumir o comando do Congresso.
A manifestação da executiva quer dizer também que os ministros do PMDB, mesmo os nomeados à revelia da direção, não fiquem à vontade para atuar em prol dos interesses do governo quando esses contrariarem os do partido, pelo simples fato de que não se respeitou a regra do segredo como a alma do negócio.
Gilberto Kassab e Valdemar Costa Neto, patrocinadores de novas legendas a serem criadas com o objetivo de aliciar parlamentares da oposição e do PMDB, podem até ser braços armados pelo Planalto. Mas, diante de urdidura tão explícita, é de se perguntar se raposas desse jaez estariam dispostas a brigar com os presidentes da Câmara e do Senado para prestar serviço ao Planalto.
Talvez prometam, mas provavelmente não entreguem a mercadoria.

Inglórios. Antigamente a chefia da Casa Civil era um trampolim para o sucesso. Na administração do PT passou a ser uma máquina de moer carne. À exceção de Dilma Rousseff, todos os que chegaram ao posto cobertos de glórias saíram moídos de lá.
Dos soberbos aos discretos: José Dirceu, Antônio Palocci, Erenice Guerra e Gleisi Hoffmann deram-se mal.

Cerveró. Com a queda, um a um, dos personagens do escândalo da Petrobrás, outros galos cantariam na hipótese de uma nova CPI sobre a estatal.

SEGURANÇA: PF investiga fraude de mais de R$ 15 mi no seguro-desemprego

ESTADAO.COM.BR
ERICH DECAT - O ESTADO DE S. PAULO

Operação MAC 70 prendeu grupo suspeito de inserir dados falsos em sistema de informação; MTE suspendeu 3 mil benefícios
BRASÍLIA - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 15, em Brasília, a Operação MAC 70 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar mais de R$ 15 milhões dos cofres públicos. A ação contou com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que suspendeu benefícios de 3 mil segurados.
Foram apreendidos R$ 127 mil com o grupo, além de uma arma, carros e remédios não autorizados
Os investigados responderão pela prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa. Além disso, serão realizadas investigações a fim de garantir o ressarcimento do prejuízo suportado pela União. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados, sendo 15 de busca e apreensão, 11 conduções coercitivas e 4 prisões temporárias. As buscas também culminaram na apreensão R$ 127 mil, uma arma, carros, documentos e remédios não autorizados. 
A investigação teve início em outubro do ano passado com base em informações fornecidas pelo MTE. Durante a apuração, verificou-se que a fraude era realizada a partir da inserção de dados falsos no sistema do seguro-desemprego por servidores do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Constatou-se ainda que os beneficiários efetivamente existem e estão espalhados em mais de 10 Estados. Entretanto, até o momento, não se sabe se são vítimas ou envolvidos no esquema. A PF averiguará a participação de cada um.

CASO PETROBRÁS: Cerveró diz que diretoria executiva da Petrobrás aprovou negócio das sondas

ESTADAO.COM.BR
REDAÇÃO
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, e Fausto Macedo

Ex-diretor da estatal que teria recebido propina milionária, declarou à PF que compra foi feita ‘fora do procedimento licitatório’; na época, diretoria era presidida por Sérgio Gabrielli.
O ex-diretor da área de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró afirmou que a compra dos navios-sondas de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões para a força tarefa da Lava Jato, foram feitas “fora de procedimento licitatório” e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal petrolífera, “composta por seis diretores e o presidente a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos”.
Na época, o presidente da Petrobrás era Sérgio Gabrielli, apadrinhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Gostaria de esclarecer de forma espontânea que a aquisição das sondas em questão se deu fora de procedimento licitatório, por ser incabível diante das circunstâncias que cercavam o negócio, que visava atender uma necessidade específica e imediata da Petrobrás”, disse Cerveró em depoimento de mais de três horas na manhã de hoje.
O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró chega ao IML de Curitiba, na quarta-feira, 14. Foto: Vagner Rosário/Futura Press
Cerveró afirmou ainda que o negócio teve parecer jurídico da estatal. O ex-diretor, preso desde terça-feira, acusado de tentar ocultar patrimônio mesmo depois de denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema multibilionário alvo da Lava Jato. Por meio de indicações políticas, partidos da base do governo (PT, PMDB e PP) controlavam um esquema de corrupção, cujas propinas variavam de 1% a 3%.
Fernando Baiano
Cerveró foi questionado em especial sobre seu envolvimento com outro réu da Lava Jato, Fernando Baiano. Ele respondeu que “conheceu por volta do ano de 2000, quando era gerente executivo de Energia” da Petrobrás e que ele teve participação ativa no negócio das sondas, sabendo que recebeu comissão por isso.
Trata-se de Fernando Antônio Falcão Soares, apontado como operador do esquema de propina para o PMDB via Cerveró. O ex-diretor diz tê-lo conhecido em 2000 e ter relação de amizade com ele.
“Fernando representava empresas espanholas do ramo de energia térmica”, afirmou a quatro delegados da Polícia Federal, que ouvira seu depoimento. Cerveró lembrou que, nesse período, o País passava por uma crise de abastecimento e apontou a Union Fenosa como uma dessas empresas representadas pelo suposto operador do PMDB.
“Tais empresas tinham interesse em entrar no mercado brasileiro e que outras teriam feitos contatos semelhantes a época”, disse Cerveró.
Segundo ele, Baiano continuou atuando na Petrobrás, “tendo se dirigido a outras diretorias, como a de Abastecimento e Gás e Energia.
A primeira, era ocupada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, por intermédio do PP. Preso em março de 2014, ele acabou confessando os crimes e virou delator do caso. A de Gás e Energia era ocupada pela atual presidente da Petrobrás, Graça Foster. Cerveró não citou nome no depoimento.
Sua única referência à Graça, foi quando perguntado sobre as transferências de imóveis que fez para as filhas.
“A atual presidente da Petrobrás realizou operações semelhantes, transferindo imóveis aos filhos dela”, afirmou Cerveró ao ser questionado sobre as informações veiculadas na imprensa em que o nome de Graça foi citado pela sua defesa.
Acompanhado do criminalista Beno Fraga Brandão, Cerveró negou ter recebido propina nas negociações de navios-sonda, que teriam resultado em uma propina de US$ 30 milhões paga pelo executivo Julio Camargo, delator do processo. Ele afirmou também que suas transações financeiras foram legais e feitas para deixar dinheiro para filha, que mora do Rio, durante sua viagem à Londres.
VEJA TAMBÉM:

ECONOMIA E NEGÓCIOS: Petrobras dispara mais de 6% e ajuda Bolsa a fechar no azul, após 4 quedas

Do UOL, em São Paulo

As ações da Petrobras dispararam nesta quinta-feira (15) e ajudaram a Bolsa a fechar no azul, após quatro dias seguidos em baixa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,8%, aos 48.026,31 pontos. Na semana, a Bovespa acumula queda de 1,67%. No mês e no ano, tem perdas de 3,96%.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, subiram 6,86%, a R$ 9,34. As ações ordinárias (PETR3), com direito a voto, tiveram valorização de 8,82%, a R$ 9,25. 

Dólar sobe 0,8% e vale R$ 2,642, após ficar abaixo de R$ 2,60 durante o dia
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,8%, cotado a R$ 2,642 na venda, após duas quedas seguidas. 
Durante o dia, o dólar chegou a operar em queda e ficou abaixo de R$ 2,60, o que levou investidores a comprar a moeda, aproveitando a cotação considerada barata.
Suíça gera 'tumulto financeiro'
O banco central da Suíça anunciou mais cedo o fim das medidas que mantinham a moeda nacional artificialmente baixa em relação ao euro, com a taxa de câmbio mínima de 1,20 franco suíço por euro. A decisão foi inesperada.
Na Bolsa de Zurique, o principal índice acionário do país, o SMI, caiu 8,67%, na maior queda diária em pelo menos 25 anos. As ações do banco UBS despencaram 11,74% e as do Credit Suisse, 10,99%. 

Bolsas internacionais têm altas expressivas
Tirando a Suíça, as demais Bolsas da Europa fecharam com altas expressivas. Em Londres, o índice avançou 1,73%; em Frankfurt, 2,2%; em Paris, 2,37%. A Bolsa de Milão subiu 2,36%; a de Madri, 1,39%; e a de Lisboa, 1,31%.
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico também tiveram altas expressivas, após uma recuperação dos preços do petróleo e do cobre, que deixou os investidores otimistas. 
A Bolsa de Xangai, na China, saltou 3,52%; o índice Nikkei, do Japão, avançou 1,86%; e Hong Kong subiu 0,99%. Cingapura fechou em alta de 0,38%, e Coreia do Sul ficou quase estável, com leve alta de 0,03%.
Na contramão, a Bolsa da Austrália perdeu 0,42% e a de Taiwan, 0,16%.
(Com Reuters)

POLÍTICA: Medo de investigação faz PMDB dar apoio tímido a candidatos

FOLHA.COM
RANIER BRAGON
GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Pedro Ladeira - 14.jan.15/Folhapress 
Michel Temer (esq.), Henrique Alves e Moreira Franco (dir.) na reunião do PMDB
O temor dos desdobramentos da Lava Jato levou a cúpula do PMDB a divulgar nesta quarta-feira (14) um tímido e lacônico apoio aos seus dois postulantes à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL).
Maior aliado do PT na coalizão de apoio a Dilma Rousseff, o PMDB foi citado como um dos beneficiários do esquema de desvio de recursos da Petrobras e acordou nesta quarta-feira (14) surpreso com a ]prisão do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró.
Embora negue em público relação com a indicação de Cerveró ou preocupação com sua prisão, peemedebistas dizem nos bastidores que o ex-diretor transitava no entorno político de Renan Calheiros.
A preocupação é que ele possa complicar a vida do atual presidente do Senado, que já protagonizou um bate-boca com o colega Delcídio Amaral (PT-MS) sobre a paternidade da indicação do ex-diretor da Petrobras.
O apoio explícito ao nome de Renan foi, por consequência, o ponto central de divergência da reunião da Executiva do partido nesta quarta.
Enquanto os aliados de Eduardo Cunha queriam divulgar uma nota explícita de apoio aos dois nomes, os partidários de Renan rejeitaram a ideia. Durante a discussão, o senador José Sarney (PMDB-AP) assumiu a blindagem do presidente do Senado.
Renan é candidatíssimo a se reeleger ao comando do Senado no dia 1º, mas pretende tornar isso oficial às vésperas da disputa para não atrair holofotes sobre si.
O PMDB articula um plano B se as investigações atingirem Renan: o lançamento de Eunício Oliveira, derrotado na eleição ao governo do Ceará.
NOTA
Sem citar os nomes dos candidatos, a Executiva do PMDB soltou uma nota em que afirma que o partido vai apoiar "o nome já escolhido de forma amplamente democrática pela bancada da Câmara para disputar a presidência da Casa", com postura semelhante em relação à eleição para o Senado.
Renan e Cunha não participaram do encontro.
Questionado na saída se a prisão traz desgaste para o PMDB, Michel Temer se limitou a dizer: "zero [desgaste]".
O ex-ministro Geddel Vieira Lima reforçou: "Não temos absolutamente nada que debater a respeito do sr. Nestor Cerveró e da sua prisão".
O executivo da Toyo Setal Julio Camargo disse que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB na Petrobras, tinha "compromisso de confiança" com Cerveró.
O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento à Polícia Federal que Cerveró tinha uma ligação forte com o PMDB. A legenda nega.

CASO PETROBRÁS: Cerveró diz que conhecia Fernando Baiano e diretor da Toyo Setal

G1
Samuel Nunes 
Do G1 PR

Declarações foram feitas em depoimento à Polícia Federal, em Curitiba.
Ex-diretor da área internacional da Petrobras está preso desde quarta (14).
Nestor Cerveró (esq) durante a chegada ao IML, em Curitiba, para exame de corpo de delito, na quarta-feira (14) e Fernando Baiano, em imagem de novembro de 2014 (Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo e Vagner Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse em depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (15), que conhece pessoalmente o diretor da empreiteira Toyo Setal, Júlio Camargo, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Segundo Cerveró, ele intermediou com Camargo o aluguel de sondas de prospecção para a estatal. Já a respeito de Baiano, ele disse ter sido abordado apenas uma vez pelo lobista. O conteúdo do depoimento está disponível no sistema de processo eletrônico da Justiça Federal.
Júlio Camargo é um dos investigados na Operação Lava Jato. Partiu dele, em um acordo de delação premiada, o detalhamento das informações de que empreiteiras promoviam um cartel para definir quem ganharia as licitações junto à Petrobras. Já Baiano foi citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como operador do PMDB para o recebimento e distribuição de propina para o partido.
De acordo com Cerveró, Baiano o procurou diretamente apenas uma vez, no ano de 2000, para oferecer os serviços de uma empresa espanhola que ele representava, especializada em gás e óleo, áreas em que a Petrobras ainda engatinhava. À época, o Brasil vivia o começo de uma crise energética, que, no ano seguinte, chegou ao ponto de haver racionamento de energia elétrica. Para evitar novas crises, o governo pensava em investir em usinas termelétricas.
A empresa espanhola, conforme Cerveró, que ainda trabalhava como gerente executivo de energia, pretendia fazer uma parceria com a Petrobras para investir no fornecimento às usinas. O contrato foi celebrado, mas de acordo com o ex-diretor, não teve valores significativos para a estatal. Cerveró garantiu que, a partir de então, só via Fernando Baiano nos corredores da Petrobras, mas nunca mais teve qualquer contato comercial com ele. Também negou que tenha recebido qualquer propina para a celebração do acordo entre a Petrobras e a empresa.
Com Júlio Camargo, porém, o contato foi mais longo. O ex-diretor disse que o diretor da Toyo Setal atuava também como lobista na Petrobras. No depoimento, ele conta que, em 2006, a estatal promoveu uma parceria com a empresa Mitsui, representada por Camargo, para a construção de navios-sonda. As duas companhias constituiram uma subsidiária no exterior que, mais tarde, alugou as embarcações para a própria Petrobras.
No depoimento, ele também falou a respeito da polêmica em torno da transferência de bens para familiares. O Ministério Público Federal considerou que isso foi uma tentativa de evitar o confisco de imóveis e investimentos para pedir a prisão do ex-diretor. Sobre o tema, Cerveró repetiu o que o advogado já havia adiantado. Ele negou que as movimentações financeiras e imobiliárias tenham sido ilegais e disse que apenas decidiu antecipar a herança que deixaria aos filhos.

TERROR: Ação antiterrorista mata 2 suspeitos e fere um na Bélgica

Do UOL, em São Paulo

Dois suspeitos foram mortos durante uma operação antiterrorismo nesta quinta-feira (15) da polícia em Verviers, no leste da Bélgica, afirmaram as autoridades belgas. Um terceiro suspeito foi preso. Eles teriam acabado de retornar da Síria. 
Dez operações de busca e apreensão foram conduzidas tambéml nas cidades de Vilvorde, Bruxelles-Ville, Schaerbeek, Zaventem e Molenbeek-Saint-Jean. O alerta para possíveis atentados terroristas na Bélgica subiu para o nível três (o máximo é quatro). 
Reprodução/Twitter/NathanSoret
Morador de Viviers, no leste da Bélgica, publica imagem da movimentação da polícia no local da operação antiterrorista
O porta-voz da procuradoria federal da Bélgica, Eric Van der Sypt, confirmou que dois dos suspeitos foram mortos. Eles atiraram contra as forças da polícia federal belga que chegaram ao apartamento dos suspeitos para prendê-los.
Durante a operação, três explosões e dezenas de tiros foram ouvidos perto do local da ação por moradores ouvidos pela emissora "RTBF". 
Os suspeitos detinham armamentos "leves e pesados", segundo Van der Sypt. Nenhum policial ou testemunha foram feridos na ação. "A célula terrorista pretendia praticar grandes atentados na Bélgica", detalhou. 
A célula terrorista era investigada pela Polícia Federal do país e escutas telefônicas revelaram a intenção de um ataque à capital belga, inspirados nos atentados em Paris.
A Bélgica está no foco as operações antiterror na Europa após forças policiais descobrirem que as armas usadas nos atentados à revista "Charlie Hebdo" e ao mercado judaico em Paris foram compradas por gangues belgas em Bruxelas e Charleroi. (Com agências)

HABITAÇÃO: Caixa aumenta taxa de juros de financiamento da casa própria

ESTADAO.COM.BR
ALINE BRONZATI - O ESTADO DE S. PAULO

Juro vai aumentar mais para os imóveis com preço acima de R$ 750 mil; banco diz que o reajuste reflete a elevação da Selic, parâmetro para o custo dos financiamentos 
Agência da Caixa em São Paulo 
A Caixa Econômica Federal confirmou que elevou os juros efetivos no financiamento imobiliário de imóveis residenciais em até 0,50 ponto porcentual nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), para imóveis de até R$ 750 mil e que tem como 'funding' (fonte de recursos) principal a poupança. Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados via Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o juro vai aumentar em no máximo 1,80 p.p.. As novas taxas começam a valer, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a partir da próxima segunda-feira (19).
O aumento de juros na maioria das linhas de financiamento imobiliário reflete, conforme confirmou a Caixa, a taxa de juros básicos (Selic) maior. O banco informou ainda que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção.
O maior aumento de juro promovido pela Caixa no âmbito do SFH ocorreu na linha voltada a servidores que além de terem relacionamento com a Caixa, recebem seu salário pelo banco. O juro passou de 8,00% para 8,50%. Já no SFI, subiu de 8,80% para 10,20%. Apesar das elevações, a modalidade servidor (relacionamento + salário) segue com o juro mais atrativo praticado pela Caixa.
Já no caso do SFI, as taxas balcão foram as que mais subiram, passando de 9,20% para 11,00%. No SFH, essa modalidade foi mantida em 9,15%. Os novos juros cobrados nos financiamentos habitacionais da Caixa foram comunicadas aos gerentes na semana passada e, imediatamente, já começaram a ser informados aos clientes.
Veja abaixo as novas taxas de juros do crédito habitacional:
Uma fonte próxima ao banco garante que a elevação não é fruto de orientações da nova equipe econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tem defendido redução dos benefícios concedidos pelo governo. A Caixa, ao lado do Banco do Brasil, liderou o movimento de redução dos juros em 2012, pressionando as instituições privadas a fazerem o mesmo. Esse caminho, porém, teve ter de ser alterado com o aumento da Selic para controlar a inflação. Hoje, a taxa Selic, que chegou à mínima histórica de 7,25% em 2012, está em 11,75%.
Líder no segmento, com participação de mercado de 67,6%, a Caixa encerrou setembro último com saldo de R$ 320,628 bilhões no crédito imobiliário, aumento de 26,1% em um ano e de 5,6% ante junho. Em outubro do ano passado, o diretor executivo de Habitação da Caixa, Teotônio Rezende, havia antecipado, em entrevista ao Broadcast, a possibilidade de o banco elevar os juros nos financiamentos habitacionais. "Não estamos pensando nisso. Mas se houvesse algum movimento, seria para cima. Até 0,5 ponto porcentual para cima. Não há espaço para uma subida brusca", afirmou ele, na ocasião.
Além de taxas mais elevadas, os consumidores que escolherem a Caixa para financiar o seu imóvel residencial também terão novidades quanto ao uso de renda informal, sem origem comprovada da fonte pagadora, para obter o crédito. Agora, o banco vai passar a exigir um valor máximo que, segundo fonte, será de até R$ 2 mil por pessoa. Geralmente, os clientes comprovam sua renda via holerite, extratos bancários e utilizam a renda informal para complementá-la. Com a limitação, a renda total admitida para a concessão de crédito tende a reduzir, consequentemente, o valor máximo de financiamento.

DIREITO: TRF1 - Licença-prêmio não gozada pode ser convertida em pecúnia para fins de aposentadoria

Servidor possui direito a converter em pecúnia o período de licença-prêmio adquirido e não gozado ou não utilizado para contagem em dobro do tempo para fins de aposentadoria. Essa foi a fundamentação adotada pela 2ª Turma do TRF da 1ª Região para determinar a conversão em pecúnia do período de trabalho de uma servidora, autora da presente demanda, ocorrido no intervalo de 1950 a 1960. O caso foi de relatoria do juiz federal convocado Cleberson José Rocha.
Em primeira instância, o pedido de conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada e da contagem em dobro para fins de aposentadoria foi julgado parcialmente procedente. Servidora e União, então, recorreram contra a sentença ao TRF1. A primeira defendeu o reconhecimento do direito. A segunda alegou que, além de ser impossível a conversão da licença em pecúnia, houve prescrição do direito.
Ao analisar a questão, o relator deu razão à servidora. Segundo o magistrado, diferentemente do que sustenta a União, não houve prescrição de qualquer parcela, por força da Resolução nº 120, de 2010, oportunidade em que a Administração Pública reconheceu, na via administrativa, a possibilidade de conversão em pecúnia, por ocasião da aposentadoria, os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não usufruídos ou contados em dobro.
O relator ainda ressaltou em seu voto ser “assente na jurisprudência que o servidor possui direito a converter em pecúnia o período de licença-prêmio adquirido e não gozado ou não utilizado para contagem em dobro para fins de aposentadoria, desde que o beneficiário não esteja no exercício de suas atividades funcionais”.
A decisão foi unânime.
Processo n.º 0025481-37.2013.4.01.3300
Data do julgamento: 26/11/2014

DIREITO: TRF1 - Turma determina que servidora indenize a União pela ocupação irregular de imóvel funcional

Por unanimidade, a 5ª Turma do TRF da 1ª Região condenou uma servidora do extinto Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) ao pagamento de indenização, a título de perdas e danos, em favor da União, em virtude da ocupação irregular de imóvel funcional, localizado em Ceilândia, Distrito Federal. O relator do caso foi o desembargador federal Souza Prudente.
A União entrou com ação na Justiça Federal contra a servidora requerendo, além da reintegração de posse do imóvel, a condenação da ré ao pagamento de indenização por perdas e danos. Em primeira instância, o pedido foi julgado parcialmente procedente tão somente para determinar a reintegração de posse do imóvel, bem como condenar a ré ao pagamento das taxas de ocupação, IPTU, despesas e gastos de manutenção e serviços e demais encargos.
Inconformada, União e servidora recorreram ao TRF1. A União sustentou que o pagamento de indenização por perdas e danos à União encontra respaldo no novo Código Civil, que lhe assegura a restituição do valor correspondente ao período da ocupação irregular. Ponderou o ente público também ser devida a multa prevista na Lei 8.025/90, desde a data em que se caracterizou o esbulho possessório.
A servidora, por sua vez, argumentou ser vedada ao Distrito Federal a instituição de IPTU sobre o patrimônio vinculado às finalidades essenciais de autarquia federal, como é o caso do INSS. “Desta feita, por se tratar de imóvel funcional, sujeito à imunidade recíproca, a sentença do juízo a quo deve ser reformada para desobrigar a recorrente a pagar qualquer valor a título de IPTU do imóvel objeto da lide”.
Decisão – Os argumentos apresentados pela União foram aceitos pelo Colegiado. Em seu voto, o relator destacou que a manutenção do esbulho possessório, decorrente da não devolução de imóvel funcional após a cessação dos motivos que legitimaram a sua ocupação, “autoriza o pagamento de indenização por perdas e danos, correspondente ao valor do seu aluguel, a ser contada a partir do término do prazo assinalado na notificação para desocupação do imóvel”.
Com relação às alegações apresentadas pela servidora acerca da impossibilidade de cobrança de IPTU sobre o imóvel, o magistrado ressaltou que imóveis de propriedade da União possuem imunidade tributária, ou seja, sobre ele não incide a cobrança de Imposto Predial e Territorial Urbano.
Com tais fundamentos, a Turma deu parcial provimento à apelação da União para condenar a ré ao pagamento de indenização por perdas e danos, e integral provimento ao recurso da servidora para desobrigá-la de pagar IPTU do imóvel indicado nos autos.
Processo n.º 0022251-46.2011.4.01.3400
Data do julgamento: 10/12/2014

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ECONOMIA: Ação da Vale despenca 8% e puxa 4ª queda seguida da Bolsa; Petrobras recua

Do UOL, em São Paulo

As ações da Vale despencaram 8% nesta quarta-feira (14) e puxaram a quarta queda seguida do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira. O índice teve baixa de 0,82%, a 47.645,87 pontos. Na véspera, a Bolsa tinha caído 0,2%. 
Os papéis ordinários da mineradora (VALE3), com direito a voto, perderam 8,04%, a R$ 20,70. Os preferenciais (VALE5), com prioridade na distribuição de dividendos, tombaram 7,77%, a R$ 18,40. 
O preço do minério de ferro na China caiu próximo do menor nível em mais de cinco anos. O Citibank cortou a projeção para o minério de US$ 65 para US$ 58 a tonelada em 2015.
As ações da Petrobras, que assim como as da Vale têm grande peso sobre o Ibovespa, também tiveram queda expressiva. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 3,74%, a R$ 8,50. As preferenciais (PETR4), caíram 2,89%, a R$ 8,74. 

Dólar tem 2ª queda seguida e vai a R$ 2,621
No mercado de câmbio, o dólar comercial teve a segunda queda seguida, com perda de 0,59%, a R$ 2,621 na venda. Com isso, a moeda norte-americana se mantém com o menor valor de fechamento desde 10 de dezembro do ano passado, quando valia R$ 2,613. 
Na véspera, o dólar tinha caído 1,17%. 

Bolsas internacionais
As Bolsas de Valores da Europa fecharam em queda, com exceção de Portugal, que avançou 1,38%. A baixa mais expressiva da região foi da Inglaterra, que recuou 2,35%. A Bolsa da Alemanha caiu 1,25%, e a da França perdeu 1,56%. O mercado de ações da Espanha registrou baixa de 1,2%, e o da Itália teve desvalorização de 1,59%.
Na Ásia e no Pacífico, as principais Bolsas também fecharam em queda. A Bolsa do Japão caiu 1,71%, enquanto a de Sydney, na Austrália, recuou 0,95%. Taiwan fechou em queda de 0,56%; Cingapura perdeu 0,45%; Hong Kong caiu 0,43%; a Bolsa de Xangai, na China, teve baixa de 0,37%; e a da Coreia do Sul cedeu 0,18%.
(Com Reuters)

CASO PETROBRÁS: Procuradoria diz não haver provas de que corrupção na Petrobras acabou

FOLHA.COM
DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal no Paraná afirma, na representação em que pediu a prisão do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que "não há indicativos de que o esquema criminoso foi estancado".
No documento, a Procuradoria se refere a pagamentos de propina a antigos diretores, cujo parcelamento foi acertado no passado, e não apresenta provas contra os atuais diretores e gestores da Petrobras. Diz, porém, que "não se tem provas de que [o esquema] foi estancado".
Para justificar a prisão de Cerveró, o Ministério Público Federal compara sua situação à do ex-diretor da área de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada.
"Paulo Roberto recebeu pagamentos de 'propina' mesmo em 2014, pois as empresas pagam ao longo da execução de contratos e não raro atrasam pagamentos, conforme se apurou", escreveu a Procuradoria.
E completa: "Se Paulo Roberto continuou recebendo propina –e muita– até 2014, mesmo tendo deixado a diretoria em 2012, é razoável inferir, num juízo de probabilidade, que Cerveró esteja em posição semelhante, o que está sob investigação".
O pedido de prisão também cita a cifra de US$ 53 milhões como o valor da propina que teria sido paga a Cerveró, ao lobista Fernando Baiano e ao consultor Júlio Camargo.
Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress 
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba (PR), nesta quarta-feira (14)
A Procuradoria chega a fazer comparações entre Cerveró e personalidades como o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado pelo mensalão que fugiu para a Itália, para justificar que não bastaria a entrega do passaporte de Cerveró, e com o deputado Paulo Maluf (PP-SP), para dizer que Cerveró deve manter seu dinheiro escondido no exterior em contas registradas em nome de empresas de fachada.
"Sabe-se que o dinheiro não está com Cerveró, porque não está em suas contas no Brasil. Se fosse mantido sob seu nome, no exterior, provavelmente bancos e países já teriam comunicado. Como no caso de Paulo Roberto Costa, Paulo Maluf, Nicolau dos Santos Neto e tantos outros, o provável é que o dinheiro esteja sob o nome de empresas de fachada –offshores– no exterior, cujos proprietários beneficiários serão ele mesmo e parentes seus", escreveu a Procuradoria.
As principais evidências apontadas contra Cerveró para justificar o pedido são as transferências de imóveis para os filhos e a tentativa de transferência de recursos para sua filha, por meio de uma operação na qual ele perderia R$ 100 mil e, ainda assim, concordou em efetuar.

DIREITO: Justiça derruba liminar que suspendia multa da água em São Paulo

ESTADAO.COM.BR
BRUNO RIBEIRO E FABIO LEITE - O ESTADO DE S. PAULO

Decisão do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo acatou recurso proposto pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin
SÃO PAULO - O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini, derrubou nesta quarta-feira, 14, a liminar que impedia a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de cobrar a chamada sobretaxa para consumidores que gastassem mais água do que a média de antes da crise.
Segundo a decisão, a não cobrança da sobretaxa colocaria em risco a saúde pública. "Ninguém sobrevive sem água. A tarifa de contingência obteria economia aproximada a 2.500 litros por segundo, volume capaz de abastecer mais de 2 milhões de consumidores”, afirma o desembargador, na decisão.
Na terça-feira, a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8.ª Vara da Fazenda Pública, deferiu pedido de liminar da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) contra a sobretaxa de 100% na tarifa de água da Sabesp, que entrou em vigor há seis dias. Segundo ela, a medida deve ser precedida de uma declaração oficial de racionamento pelo órgão gestor de recursos hídricos, como estabelece a Lei de Saneamento, de 2007.
Segundo a decisão, a não cobrança da sobretaxa colocaria em risco a saúde pública
Nesta quarta-feira, 14, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que "há racionamento" na Grande São Paulo desde março, quando a Agencia Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), do seu próprio governo, determinaram a uma série de reduções na retirada de água do Sistema Cantareira pela Sabesp.
A medida que entrou em vigor no dia 8 de janeiro prevê sobretaxa de 40% na tarifa de água para quem consumir até 20% mais do que a média anterior à crise, e de 100% para quem exceder esse limite.

MUNDO: Vazamento de substância isola parte da Estação Espacial, diz agência

G1.COM.BR
em São Paulo

Ocorrência foi detectada no setor americano da plataforma espacial.
Grupo de seis astronautas se deslocou para setor russo da ISS.
Estação Espacial Internacional em foto de arquivo (Foto: Nasa)
Um vazamento de uma substância do sistema de refrigeração de parte da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) obrigou a equipe de astronautas a abandonar o lado americano da plataforma e seguir para a área russa da ISS, de acordo com agências de notícias internacionais, que citam o Centro de Controle de Voos da Rússia.
À Interfax, um porta-voz da Roscosmos disse que os astronautas, três russos, dois americanos e uma italiana, estão em segurança e não correm perigo. Inicialmente, havia suspeita de que a substância se trataria de amônia. No entanto, de acordo com a agência espacial americana, a Nasa, esse vazamento não foi confirmado.
Segundo a agência, a tripulação trabalha para conter a pressão do líquido do sistema de refrigeração. A Nasa informou ainda, via Twitter, que os controladores de voo não sabem o porquê do alarme ter sido disparado. "A tripulação segue os procedimentos de segurança e está isolada no segmento russo, enquanto as equipes técnicas avaliam a situação", informou a agência americana.
Em maio de 2013, um vazamento de amônia foi detectado na Estação Espacial. Na época, os cientistas identificaram que se tratava da amônia que corria num duto que refrigera canais de transmissão de energia. A anomalia foi considerada "muito grave".
Atualmente, estão na plataforma espacial seis astronautas: Elena Serova, Barry Wilmore (comandante), Alexander Samokutyaev, Anton Shkaplerov, Terry Virts e Samantha Cristoforetti.
Parceria
A ISS é um dos raros domínios da cooperação russo-americana que não sofreu com a degradação das relações entre os dois países com a crise na Ucrânia, que fez com que os ocidentais adotassem sanções econômicas sem precedentes contra a Rússia. No entanto, Moscou anunciou na terça-feira (13) que decidirá na primavera se irá manter as atividades da Estação Espacial para além de 2020, como deseja os americanos.
A Rússia fornece à plataforma seu principal módulo, onde estão os motores-foguetes, e os foguetes russos Soyuz são, desde o fim das atividades das naves espaciais americanas, o único meio de se chegar e de repatriar a tripulação.
Dezesseis países participam da ISS, posto avançado e laboratório espacial colocado em órbita em 1998 que custou US$ 100 bilhões, financiados principalmente pela Rússia e os Estados Unidos.

COMENTÁRIO: Prisão de Cerveró gera apreensão no meio político em Brasília

Por Gerson Camarotti - G1.COM.BR

A prisão de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras , causou apreensão no mundo político em Brasília.
O temor entre os partidos da base aliada é que Cerveró, depois de um período na prisão, acabe colaborando com delação premiada, como fizeram Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal, o doleiro Alberto Yousseff e até mesmo alguns executivos de emepreiteiras.
A maior preocupação hoje é entre integrantes do PMDB, já que Cerveró é apontado nas delações premiadas já feitas até o momento como um operador do partido dentro da Petrobras.
No início de 2014, PT e PMDB chegaram a repassar um para o outro a responsabilidade pela indicação de Cerveró. À época, a própria presidente Dilma Rousseff havia responsabilizado a área internacional da Petrobras pelo parecer falho em que se baseou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Na ocasião, Cerveró era apontado como representante dos dois partidos dentro da estatal. Sentindo-se ameaçado, o ex-diretor chegou a dar sinais para integrantes da oposição de que não iria assumir sozinho a responsabilidade pela compra da refinaria, que deu prejuízo de quase 800 milhões de dólares.
Apontado como homem-bomba pela oposição, Cerveró foi blindado pela base governista e acabou recuando de suas ameaças. Nesse processo de reaproximação com o governo depois dos ataques pessoais de Dilma, Cerveró chegou a participar de um media training patrocinado pela estatal para se preparar para depoimentos às CPIs da Petrobras no Senado e no Congresso Nacional.
No entanto, desde que foi apontado por Paulo Roberto Costa como o nome do PMDB dentro do loteamento político na estatal, e acusado de receber propinas, inclusive pela compra da refinaria de Pasadena, Cerveró passou a trabalhar sozinho pela sua defesa.
A prisão de Cerveró, por ter tentado transferir e repassar imóveis que estavam em seu nome para parentes, surpreendeu inclusive caciques peemedebistas, que nesta quarta-feira estão reunidos para prestar apoio a candidatos da legenda para as presidências da Câmara e do Senado.
Um integrante da cúpula do partido lembrou hoje que, antes do escândalo, Cerveró circulava com desenvoltura não só em Brasília, mas também no Congresso Nacional, por vários gabinetes de parlamentares.
"É preciso saber a capacidade de resistência do Cerveró. Se ele falar como Paulo Roberto Costa, será uma bomba", desabafou ao Blog esse integrante da cúpula do partido.

COMENTÁRIO: A verdade (de Marta) dói

Por Eliane Cantanhêde -ESTADAO.COM.BR

A revelação mais importante da senadora Marta Suplicy, em sua entrevista ao Estado, é que o ex-presidente Lula queria, sim, e autorizou, sim, o movimento "Volta, Lula" para disputar a Presidência da República no lugar da pupila Dilma Rousseff.
Até por isso, Marta se reuniu com ele "uma, duas, três, quatro vezes". Não foi para falar de flores. Nem foi para falar bem de Dilma. Muito menos para avalizar o "fracasso" (nas palavras da senadora) da política econômica.
Por delicadeza, ou lealdade, Marta insistiu várias vezes que Lula nunca disse, cabalmente, que seria, ou ao menos que queria, puxar o tapete de Dilma e virar candidato. Mas, para bom entendedor, meia palavra basta. Cá para nós, a fala de Marta foi muito mais do que apenas meia palavra.
O Planalto e Dilma calam. O PT e Lula calam. Mas não há viv'alma afirmando que Marta mentiu e/ou que Lula jamais, em nenhum momento, ficou assanhado com a possibilidade de subir a rampa de novo, nos braços do povo.
O que ocorreu foi mais ou menos uma repetição daquele vai-não-vai sobre mudar a Constituição para permitir o terceiro mandato consecutivo, num movimento que rapidamente - e com excelentes razões - foi chamado de golpismo a la Hugo Chávez.
Lula se encantou agora com a ideia de voltar já em 2014, como ficou inebriado naquela época com a ideia de ir ficando, ficando... Mas o senso de oportunidade, as vozes mais sensatas e sua incrível inteligência política acabaram desaconselhando.
Na alma de Lula, nessas duas ocasiões, passou-se algo assim: "Se colar, colou". Não colou antes, para a re-reeleição. Não colou agora, para o drible em Dilma. E pode não funcionar, de novo, e definitivamente, em 2018.
De qualquer jeito, a fala de Marta expõe ao digníssimo público leitor e eleitor o que dez entre dez petistas, peemedebistas e outros menos cotados sabem: Lula perdeu e Dilma sabe que ele teve a coceira da traição. O trauma fica.
Os dilmistas venceram, ocuparam o Planalto e deixaram os lulistas chupando o dedo. Estes, porém, não estão sozinhos. Quem ficou sozinha, um tanto ilhada na própria casa, ou no próprio palácio, foi Dilma Rousseff, que tem agora - para gritar, dar bronca, ouvir, discutir, saudavelmente polemizar e, enfim, tirar conclusões - um grupo exclusivo do PT. Ou melhor, de meio PT. O mais do mesmo, sem contraponto.
Num segundo mandato que começa conturbado na economia e na política, Dilma deveria ter aberto o leque para arejar o debate interno. Ela fez o contrário. Fechou-o. Deu uma tarefa para Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini, virou as costas e se trancou com seu "núcleo duro", todo ele petista dilmista.
Mexer nos impostos? Que gastos cortar? Aumento de conta de luz? Evitar Eduardo Cunha na presidência da Câmara? Ir a Davos ou a La Paz? A palavra final da presidente em todos esses temas essenciais será dada depois de reunir-se com Mercadante, Miguel Rossetto, José Eduardo Cardozo. Vá lá, com Ricardo Berzoini e Jaques Wagner. Haja diversidade! Viva a controvérsia!
Do lado de fora, ruminando sua ração rala (Portos, Avião Civil, Pesca...), ficaram não só os lulistas ressentidos, mas as feras do PMDB, que, depois das decisões, vão ter de enfrentar os touros - e a oposição - a unha.
Repetindo aqui uma das muitas frases de Marta que ainda vai dar muito o que falar, "Lula está totalmente fora". Pois é... Lula, os lulistas, o PMDB, enquanto a equipe econômica nem está dentro nem está fora. Digamos que esteja na antessala, em fase de teste.
Há muitas verdades na fala de Marta Suplicy. E nenhuma mentira.

COMENTÁRIO: Minorias em Paris

Por Gilles Lapouge - ESTADAO.COM.BR

No domingo a França, estupefata, mas radiante e entusiasmada, repentinamente se uniu. Esqueceu fissuras, venenos. Todos se abraçaram. A França, e o mundo inteiro com ela, entrou numa nova "casa", bem arrumada, com flores e belas cortinas coloridas nas janelas. Todos os homens eram Charlie e todos os Charlie se amavam. Os imundos assassinos do Charlie Hebdo fracassaram: semearam o ódio, colheram o amor.
Poucos dias depois, onde está o amor? Como se comporta? Onde está Charlie? Em Dresden, na Alemanha, 25.000 pessoas se reuniram no Skate Park, na segunda-feira, agitando bandeiras francesas e cartazes com a inscrição "Eu sou Charlie". Quem eram esses milhares de alemães? Adeptos do grupo islamofóbico Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida, na sigla em alemão), que toda segunda-feira leva multidões para as ruas de Dresden e outras cidades alemãs para gritar seu ódio histérico contra o Islã.
Felizmente ontem, na mesma cidade, 35.000 pessoas se reuniram também portando cartazes com inscrições um pouco modificadas: "Eu sou Charlie, não o Pegida". Tranquilizador? Sim, porque essa contramanifestação denunciava a ferocidade desencadeada contra o Islã.
Por outro lado estas duas manifestações na mesma cidade com a mesma palavra de ordem, mas com objetivos rigorosamente antagônicos, ilustram a ambiguidade desta onda planetária, "Je suis Charlie". A cena é emblemática: mostra como as manifestações que ocorrem há dias são confusas, imprecisas, evasivas e, portanto, perigosas.
Vamos dirigir agora nossos olhos para a comunidade que foi golpeada logo após as mortes no Charlie Hebdo: a comunidade judaica, quando quatro membros foram abatidos por um terceiro fanático islamista, Amedy Coulibaly, num supermercado kosher de Vincennes, em Paris. Lá também se alimentava uma grande esperança de que as mortes fariam o ódio recuar. "Os judeus pagaram um pesado tributo ao terrorismo. O repentino movimento de domingo foi emocionante", escreveu a revista judaica L´Arche. Entretanto desde domingo as agressões, as afrontas e ameaças dirigidas contra judeus se multiplicaram.
No momento não se observam incidentes graves, mas o poder público teve de adotar medidas exorbitantes. Bairros judeus, como a Rue des Rosiers, em Paris, parecem estar em estado de sítio. Todas as escolas judaicas estão guardadas por policiais munidos de armas pesadas. Para proteger as 717 escolas e locais de culto judaicos da França foram mobilizados 4.700 policiais e gendarmes.
Esta é a realidade: "nossas crianças não são mais livres", disse o rabino de Estrasburgo. "Nós as proibimos de brincar no jardim." A imagem é forte. Os judeus da França estão ao abrigo, mas sob proteção da polícia, de soldados. As crianças ao deixarem as escolas vão para casa apavoradas. E depois que todo o mundo é Charlie a sua insegurança, em vez de diminuir, aumentou.
O primeiro-ministro francês, Manuel Vals, disse que "a França sem os judeus não é a França". A comunidade judaica francesa é a mais numerosa da Europa. Os judeus estão totalmente inseridos no "romance nacional" francês. Presentes desde a formação do país, eles foram emancipados pela Revolução Francesa e, depois, pelo decreto Crémieux, em 1870.
Fundidos na sociedade francesa e sentindo-se franceses até a raiz dos cabelos, seus talentos (Bergson, Lévi-Strauss, Mendès France, Léon Blum, Montaigne, e outras centenas ou milhares de pessoas) levaram à incandescência o gênio da França, a beleza da sua civilização - excluindo, claro, o vergonhoso episódio da ocupação nazista (1940-44) quando o marechal Pétain empreendeu uma campanha de perseguição dos judeus. Sim, Vals tem razão: "Uma França sem os judeus não seria a França". Essa é a imagem dilacerada deste país: nas noites nas cidades e nas noites no campo, mesquitas e locais de oração muçulmanos são saqueados, demolidos, emporcalhados pelos inimigos do Islã.
Ao mesmo tempo os judeus, ainda sob o choque da carnificina no supermercado de Vincennes, são obrigados a se ocultar ou se colocar sob a proteção dos militares. Isso poucos dias depois do belo domingo da unanimidade e do amor. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
*Gilles Lapouge é correspondente em Paris

ECONOMIA: Dólar recua a R$ 2,62, e Bovespa opera em queda

UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em queda de 0,36%, a 47.867,49 pontos, por volta das 12h desta quarta-feira (14). O dólar comercial recuava 0,54%, a R$ 2,623 na venda. Investidores estavam atentos à contínua queda do preço do petróleo e ao futuro da política fiscal brasileira. Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo 2.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares), e também realizou mais um leilão para rolar os swaps que vencem em 2 de fevereiro. (Com Reuters)

ECONOMIA: Governo prepara aumento de impostos para os próximos dias

UOL

Para reequilibrar as contas públicas e reconquistar a confiança do mercado, o governo Dilma Rousseff prepara para os próximos dias o anúncio de aumento de tributos. Dilma esteve reunida nesta terça (13) com sua equipe econômica para definir detalhes das mudanças, que contemplarão a volta da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis), zerada desde 2012, o aumento da alíquota do PIS/Cofins de importados e a alta na tributação sobre cosméticos, segundo o jornal "Folha de S.Paulo" apurou. (Com Folha de S.Paulo) Leia Mais

COMENTÁRIO: O PT mostrou que é o mesmo

Por ELIO GASPARI - FOLHA.COM

Na sua entrevista à repórter Eliane Cantanhêde, a senadora Marta Suplicy anunciou um desejo de início de ano: "O PT muda ou acaba". O PT não mudará, porque já mudou, para pior. Além disso, ela expôs algumas verdades:
1) Em meados de 2013 articulou-se o sequestro da candidatura de Dilma Rousseff, substituindo-a pela de Lula. Nosso Guia deixou a manobra prosseguir, mas não pôs nela suas impressões digitais.
2) O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é "candidatíssimo" a presidente. Um mau candidato, porque "as trapalhadas que ocorreram, que ocorrem agora, e que ocorrerão depois, terão a digital dele".
Mesmo que a senadora estivesse errada em tudo o que disse, a reação do comissariado à sua entrevista mostrou que ela tem razão. "Um desastre total", disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). A resposta mais esclarecedora veio do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um veterano sindicalista e, como Marta, fundador do partido: "Quem sai atirando tem que lembrar que pode ser alvejado".
Nessa frase está a indicação de que o PT não vai mudar, porque já mudou. Ribeiro repetiu o raciocínio de outro comissário, respondendo à sugestão do ex-governador gaúcho Olívio Dutra de que o deputado José Genoino renunciasse ao mandato: "Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão do conjunto do partido em um momento difícil. Ele está sendo pouco compreensivo."
Muita compreensão e pouca vontade de mudar, os problemas do PT são. O autor do ataque a Olívio foi o deputado André Vargas (PT-PR). Era membro da executiva nacional, começara sua militância como voluntário num asilo de idosos de Londrina e viria a ser o primeiro vice-presidente da Câmara. Fazia parte na turma do "partir pra cima". Dizia que o ministro Joaquim Barbosa não estava "à altura do cargo" e desafiou as boas maneiras quando, sentado ao lado do presidente do STF, ergueu o punho cerrado, repetindo o gesto dos comissários encaminhados à penitenciária da Papuda.
Vargas foi apanhado numa militância paralela, ligado ao operador financeiro Alberto Youssef. Em dez anos, seu patrimônio saltara de R$ 9 mil para R$ 2,6 milhões. Até dezembro do ano passado, quando seu mandato foi cassado pela Câmara, nenhum grão-petista disse de Vargas metade do que já se disse contra Marta Suplicy em poucos dias. Todas as articulações para afastar o PT das operações de Vargas foi discreta. Lula, mais audacioso, achou que ele precisava se explicar, para que o PT "não pague o pato". O próprio deputado Vicentinho (PT-SP), outro veterano sindicalista, dizia que a renúncia de Vargas era uma decisão que "cabe estritamente a ele". Falso, a decisão de expurgá-lo publicamente cabia ao PT, mas o partido não fizera isso com a bancada da Papuda. Vargas informava que tinha o apoio de um terço da bancada de 88 deputados petistas. Mesmo que tivesse só dez, o problema estaria aí.
Quando o deputado Devanir diz que "quem sai atirando tem que lembrar que pode ser alvejado" esquece-se de que há vida inteligente fora do PT. O comissariado sabe que o juiz Sergio Moro está artilhado a montante das petrorroubalheiras e que as tentativas para alvejá-lo erraram a pontaria. 
Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.

MUNDO: Napolitano renuncia ao cargo de presidente da Itália

ESTADAO.COM.BR
ESTADÃO CONTEÚDO

Napolitano, que completa 90 anos em junho, anunciou que deixaria poder devido à idade avançada
Napolitano ajudou a conquistar o apoio dos partidos italianos mais reticentes para a ambiciosa agenda de Renzi
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que governou durante um dos períodos políticos mais turbulentos do país, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 14, inaugurando mais uma fase de incertezas que testará a força do governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.
O fim precoce do segundo mandato de Napolitano priva Renzi de um aliado crucial em sua batalha pela aprovação de reformas institucionais e econômicas em um país que é pouco competitivo e enfrenta uma recessão. Com frequência, Napolitano ajudou a conquistar o apoio dos partidos italianos mais reticentes para a ambiciosa agenda de Renzi.
Em seu tradicional discurso de fim de ano, Napolitano, que completa 90 anos em junho, anunciou que encerraria seu mandato antes do previsto devido à idade avançada e a crescentes "sinais de fatiga", que comprometiam cada vez mais sua capacidade de cumprir obrigações institucionais.
O Parlamento da Itália deverá começar a votação para o sucessor de Napolitano no fim deste mês ou no começo de fevereiro, num processo logo e complicado que pode demorar semanas e desacelerar os planos de reforma de Renzi. 
Fonte: Dow Jones Newswires.

CASO PETROBRÁS: Cerveró chega à sede da PF em Curitiba

ESTADAO.COM.BR
O ESTADO DE S. PAULO

Ex-diretor da Petrobrás, citado na Operação Lava Jato, ficará preso preventivamente; defesa diz que decisão é 'arbitrária'
São Paulo - O ex-diretor da área de Internacional da Petrobrás Néstor Cerveró chegou na manhã desta quarta-feira, 14, à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde ficará preso preventivamente. Cerveró foi detido nesta madrugada, ao desembarcar no Rio de uma viagem a Londres.
Nas próximas horas, Cerveró fará exame de corpo de delito. Ele foi transferido do Rio para Curitiba porque a Justiça Federal no Paraná concentra as ações da Operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro. Segundo o Ministério Público Federal, o registro de transações financeiras serviram de justificativa para o pedido de prisão. Para a defesa do ex-diretor, a prisão é "arbitrária e ilegal" e as transações foram feitas dentro da legalidade: "Na época em que ele as fez, não havia nenhuma restrição administrativa ou legal. Tanto que ele e a Graça Foster fizeram. (...) Se é crime para Nestor, é para Graça", disse Edson Ribeiro.
Ex-diretor Nestor Cerveró ao chegar ao IML de Curitiba
A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do acusado por novos fatos revelados nos autos da Operação Lava Jato. Para a Procuradoria, existem "fortes indícios" de que o ex-diretor continue praticando crimes. O ex-diretor, que atuou na área de Internacional da Petrobrás entre 2003 e 2008, prestará depoimento ao Ministério Público Federal do Rio nesta quinta-feira.
Cerveró já é réu em uma ação penal na qual é acusado de participar do esquema de desvios da Petrobrás. Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, que desbaratou o esquema em março do ano passado, o ex-diretor da área Internacional da estatal atuava na cota do PMDB.
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