sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

ECONOMIA: Dólar sobe 1,45% no dia e fecha a R$ 3,222; moeda fica estável na semana

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (13) em alta de 1,45%, cotado a R$ 3,222 na venda, após duas quedas seguidas. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,5%.
Esta é a maior alta diária desde 1º de dezembro, quando a moeda havia subido 2,4%. Com isso, o dólar ficou praticamente estável na semana, com leve queda acumulada de 0,01%. 
Procura de investidores
Investidores aproveitaram os preços atrativos recentes para comprar dólar. A maior procura fez o preço subir.
"O investidor aproveitou os preços para comprar e se defender de um eventual estresse na próxima semana", disse à agência Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Na próxima semana, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará posse e o mercado segue à procura de mais detalhes sobre como será o governo dele.
"Prévia" do PIB
Nesta sexta-feira, o Banco Central informou que o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,2% em novembro na comparação com o mês anterior.
Em outubro, o IBC-Br havia caído 0,48%. Analistas consultados pela Reuters previam que novembro teria queda de 0,1% no IBC-Br. 

(Com Reuters)

NEGÓCIOS: Bolsa cai 0,47% no dia, mas ganha 3,22% na terceira semana seguida de alta

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (13) em queda de 0,47%, a 63.651,52 pontos, após subir 2,41% na véspera.
Apesar da queda de hoje, a Bolsa acumula ganho de 3,22% na semana, a terceira seguida de alta. 
A queda da sessão foi influenciada, principalmente, pelo desempenho negativo das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e dos bancos Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3). Já os papéis da Vale (VALE3; VALE5) terminaram o dia em alta. Essas empresas têm grande peso no Ibovespa. 
Dólar sobe 1,45%, a R$ 3,222
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 1,45%, cotado a R$ 3,222 na venda, após duas quedas seguidas. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,5%.
Esta é a maior alta diária desde 1º de dezembro, quando a moeda havia subido 2,4%. Com isso, o dólar ficou praticamente estável na semana, com leve queda acumulada de 0,01%. 

(Com Reuters)

ESPORTES: Abel Braga manda indireta a reforço do Bahia e diz que ele trocou 'um Audi' por 'um fusca'

BAHIA NOTÍCIAS

Foto: Nelson Perez / Fluminense FC

O volante Matheus Sales se antecipou ao Bahia e anunciou seu acerto com o clube baiano, na última segunda-feira (9), mas ainda não foi oficializado pelo Tricolor de Aço. Antes do Esquadrão, outro clube tinha interesse no futebol do jogador de 21 anos: o Fluminense, do Rio de Janeiro. Técnico da equipe carioca, Abel Braga mandou uma indireta para o atleta nesta sexta-feira (13). "Tinha um jogador bem encaminhado que me surpreendeu. Ele poderia ter trocado uma BMW por um Audi, mas preferiu um Fusca. Não entendi. Mas não foi o atleta, foi ganância do empresário. Essa ganância fez isso, deixou de pensar no lado esportivo. Mas esse tipo de empresário também não serve para nós", criticou, em entrevista coletiva. O Flu teria feito uma proposta para Sales, indicado pelo próprio Abel. Mas o negócio não evoluiu e ele irá atuar pelo Bahia em 2017.

Meu comentário: kkkkkkkkkkkkkkkk... um chama de Sardinha... o outro, de Fusca... kkkkkkkkk... onde vai parar?...

DENÚNCIA: PMDB foi beneficiário do esquema de corrupção na Caixa, diz investigação

UOL
Em Brasília e em São Paulo

Pedro Ladeira/Folhapress
Geddel (d) é um dos quadros mais importantes do PMDB e foi braço-direito do governo Temer enquanto ministro da Secretaria de Governo

A Operação "Cui Bono?" ("A quem beneficia?"), deflagrada nesta sexta-feira (13) pela Polícia Federal, coloca o partido do governo Temer, PMDB, como suposto favorecido pelo esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal envolvendo o ex-ministro do governo Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Na representação à Justiça Federal em que pede autorização para buscas na sede do banco e na residência de Geddel, entre outros endereços, a Procuradoria da República destaca diálogos recuperados de um celular encontrado na casa de Eduardo Cunha, em Brasília, na Operação Catilinárias.
"Os diálogos não deixam dúvidas de que Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha buscavam contrapartidas indevidas junto às diversas empresas mencionadas ao longo da representação, visando à liberação de créditos que estavam sob a gestão da vice-presidência de Geddel", assinala o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.
O procurador cita o operador financeiro Lucio Bolonha Funaro, capturado na Operação Sépsis, a partir da delação premiada de um ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto.
"Os valores indevidos eram recebidos por meio das empresas de Lucio Bolonha Funaro e possivelmente por outros meios que precisam ser aprofundados, tendo como destinação o beneficiamento pessoal deles ou do PMDB", aponta o procurador.
A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal que teria ocorrido pelo menos entre 2011 e 2013. Geddel, então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Marcos Roberto Vasconcelos, então vice-presidente de Gestão de Ativos, um servidor da CEF, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários e de um operador do mercado financeiro teriam participado do esquema.
Aliado muito próximo do presidente Michel Temer, Geddel caiu da cadeira de ministro da Secretaria de Governo em 25 de novembro, em meio ao escândalo protagonizado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que o acusou de pressioná-lo para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizasse a construção de um residencial de alto padrão em uma área nobre tombada em Salvador.
Calero pediu demissão da Cultura sob alegação de que Geddel teria ameaçado levar o caso a Temer se não fosse atendido.
Marcos Roberto Vasconcelos foi indicado ao cargo pelo PT e exonerado no Governo Michel Temer (PMDB). O executivo teve um imóvel vasculhado em Maringá, no Paraná.
Segundo nota da PF, sete medidas de busca e apreensão foram determinadas pelo Juiz da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
A investigação da Operação "Cui Bono?" é um desdobramento da Operação Catilinárias, realizada em 15 de dezembro de 2015.
Naquela oportunidade, os policiais federais encontraram um aparelho celular em desuso na residência do então Presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Submetido a perícia e mediante autorização judicial de acesso aos dados do dispositivo, a Polícia Federal extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas entre o Presidente da Câmara à época e o Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013. As mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa Econômica Federal, o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Diante destes indícios os policiais passaram então a investigar o caso, que tramitava no Supremo Tribunal Federal em razão de se tratar de investigação contra pessoas detentoras de prerrogativa de foro por função. Porém, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, o Supremo Tribunal Federal decidiu declinar da competência e encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF.
O nome da operação é uma referência a uma expressão latina que, traduzida, significa literalmente, "A quem beneficia?" A frase, atribuída ao cônsul romano Lúcio Cássio Ravila, é muito empregada por investigadores com o sentido de sugerir que a descoberta de um possível interesse ou beneficiado por um delito pode servir para descobrir o responsável maior pelo crime.
Defesa
Alvo da Polícia Federal, que fez buscas no edifício-sede da instituição, em Brasília, a Caixa informou, em nota, que "presta irrestrita colaboração com as investigações".
"Em relação à Operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (13 de janeiro) e no que diz respeito à CAIXA, esclarecemos que o banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado pela CAIXA."
Geddel Vieira Lima ainda não se manifestou sobre as acusações.
Por meio de nota, um dos advogados de Eduardo Cunha, Pedro Ivo Velloso, informou que a defesa do ex-deputado "não teve acesso até o momento à investigação, mas, desde já, rechaça veementemente as suspeitas divulgadas. Tão logo tenha acesso à investigação, irá se pronunciar especificamente sobre cada acusação."

SEGURANÇA: Depois de serrar grade, grupo foge da Penitenciária Lemos de Brito

METRO1

Foto: Reprodução/Jornal Grande Bahia

Pelo menos 17 presos fugiram da Cadeia Pública, na Penitenciária Lemos de Brito, na madrugada desta sexta-feira (13), em Salvador.
O grupo serrou as grades de uma cela e violou três barreiras antes de conseguir deixar a unidade. A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) confirmou a informação.
O coordenador do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), Geonias Santos, disse ao ATarde, "que os fugitivos fazem parte da facção Bonde do Maluco (BDM)".
Segundo o sindicalista, "é na Cadeia Pública de Salvador que acontece o maior índice de arremessos de objetos para dentro da prisão e que estes itens devem ter sido usados na fuga". "Não há fiscalização suficiente, devido à falta de funcionários" afirmou. Segundo informações do sindicato "as celas, que deveriam ter capacidade máxima para seis pessoas, comportam cerca de 20 presos".
Somente durante a manhã os policiais perceberam a fuga. Até o momento, nenhum fugitivo foi recapturado. A Seap diz que, é a primeira fuga da Cadeia Pública, inaugurada em maio de 2010.

MUNDO: Jornais chineses dizem que provocações de Trump poderiam causar guerra entre os países

ESTADAO.COM.BR
O Estado de S. Paulo

Editoriais publicados pelo 'Global Times' e pelo 'China Daily' afirmam que apenas com 'uma guerra em grande escala' Washington conseguirá evitar que Pequim acesse ilhas que são reivindicada por vários países vizinhos

PEQUIM - O jornal "Global Times", ligado ao Partido Comunista da China, publicou nesta sexta-feira, 13, um editorial crítico no qual adverte que se a diplomacia da equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prosseguir com seus desafios, ambas as partes "deveriam pensar em se preparar para um enfrentamento militar".
"Como Trump ainda tem que tomar posse, a China mostrou contenção cada vez que os membros de sua equipe expressaram pontos de vista radicais, mas os EUA não deveriam pensar que Pequim tem medo de suas ameaças", afirmou a publicação, que pertence ao mesmo grupo editorial do "Diário do Povo".

Foto: Reprodução                                                                  
Editorial do jornal chinês 'Global Times', que alerta para possível guerra entre os EUA de Trump e Pequim

O artigo responde principalmente às alusões que o secretário de Estado designado por Trump, Rex Tillerson, fez durante su audiência de confirmação no Senado na quarta-feira, onde deu a entender que Washington não permitiria que a China tivesse acesso às ilhas do Mar do Sul da China que são, total ou em parte, reivindicadas por vários países vizinhos.
"A menos que Washington planeje lançar uma guerra em grande escala no Mar do Sul da China, qualquer outro método para evitar o acesso chinês a essas ilhas será estúpido", garantiu o "Global Times", que é conhecido por seus pontos de vista belicistas e nacionalistas e cujas duras palavras e editoriais nacionalistas não reflete, necessariamente, políticas chinesas. 
O jornal lançou inclusive a hipótese de um conflito atômico, ao assinalar que "Tillerson faria bem em se atualizar sobre estratégias nucleares se quer que uma potência nuclear (em referência à China) se retire de seus próprios territórios".
A China disputa com outros países da região, como as Filipinas e o Vietnã, a soberania de arquipélagos no Mar do Sul da China como as ilhas Spratly e as Paracel, mas esse contencioso esfriou com a chegada de Rodrigo Duterte à presidência filipina, já que ele defende mais diálogo com Pequim e o afastamento de suas relações com Washington.
"Justo no momento em que as Filipinas e o Vietnã tentam melhorar suas relações com a China, as palavras de Tillerson não poderiam ser mais irritantes", opinou o "Global Times", que, ao longo do ano passado, já publicou vários artigos com críticas a Trump.
Em seu comparecimento ao Senado, Tillerson comparou as ações da China nas ilhas disputadas com a anexação russa da Crimeia, e assegurou que o novo governo de Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, enviará a Pequim um sinal claro de que deve interromper sua ampliação artificial das ilhotas na região que controla.
No editorial, o "Global Times" afirmou que as palavras de Tillerson, "as mais radicais até agora" que os EUA emitiram na questão do Mar do Sul da China, poderiam ter sido apenas um gesto teatral, para que ele se mostrasse como um político firme em relação a Pequim.
Outro jornal oficial, o "China Daily", também se mostrou condescendente, assinalando que "é melhor não levar a sério as declarações (de Tillerson) porque são uma mistura de inocência, falta de visão, preconceitos e fantasias políticas não realistas".
Se forem colocadas em prática "no mundo real" as ideias do futuro secretário de Estado, acrescentou o China Daily, "isto abriria o caminho para um devastador confronto entre China e Estados Unidos". / EFE e REUTERS

CONSUMIDOR: Decreto que susta cobrança por malas despachadas será votado pela Câmara

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO, COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA SENADO

A suspensão da decisão da Anac foi aprovada pelo Senado em dezembro passado

Despacho de bagagens em voos domésticos passa a ser cobrado em março - Rafael Moraes / Agência O Globo

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados vai analisar logo após o fim do recesso parlamentar, em fevereiro, o projeto de decreto legislativo do Senado (PDS 89/2016) que suspende a decisão da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) de autorizar as empresas aéreas a cobrar pelas malas despachadas.
O senador Jorge Viana (PT-AC), relator do projeto em Plenário, entende que as agências reguladoras estão subordinadas ao Senado e que a Anac não poderia adotar uma medida como essa, que prejudica o consumidor, sem ouvir o Legislativo ou realizar audiência pública.
“As agência reguladoras estão subordinadas ao Senado. Elas não podem adotar medidas que prejudiquem o consumidor, como essa, à revelia, sem uma audiência, sem um debate aqui (no Senado). A aprovação deste decreto é uma demonstração de que primeiro tem que se debater, discutir nas comissões do Senado, para a Anac poder aprovar uma resoluição como esssa que, do nosso ponto de vista, é prejudicial ao cidadão brasileiro”, afimou Viana, em entrevista à Rádio Senado.
A suspensão foi aprovada pelo Senado em dezembro passado. O autor da proposta, o senador Humberto Costa (PT-PE), considera a cobrança abusiva:
“Todos nós entendemos que é absolutamente abusiva, e impedir que este abuso aconteça, a não ser que eles venham aqui nos convencer, como estão dizendo no jornal que a passagem vai baratear. O que não é verdade”, disse Costa.
O prazo para deliberação pelo Congresso é curto, já que a cobrança está prevista para começar em 14 de março.
Além do pojeto do Senado, pelo menos mais sete proposições suspendendo a decisão da ANAC aguardam por uma decisão da Câmara dos Deputados. Autor de um desses projetos, o deputado Celso Russomano (PRB-SP), defende a realização de uma audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor com todos os interessados, logo após o recesso parlamentar.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) tem acompanhado as mudanças das Condições Gerais do Transporte Aéreo desde o início, afirma a advogada do instituto, Claudia Pontes Almeida, lembrando que haviam propostas extremamente prejudiciais ao consumidor, como desobrigar as empresas aéreas ao ressarcimento dos consumidores em atrasos causados por condições climáticas, que foram excluídas da versão final, após o apelo do IDEC e de outros órgãos de defesa do consumidor. Contudo, a questão da franquia de bagagem continuou e representa uma afronta ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), já que em nenhum momento foi feito um estudo para demonstrar quanto representava a bagagem no valor da passagem.
— Assim, tirar a franquia sem o abatimento proporcional do preço da passagem configura aumento injustificado do serviço de transporte aéreo, o que deve ser afastado pelo Senado, já que é uma pratica abusiva, apoiada pela ANAC, que tem a obrigação de regular o setor com base na lei —completa Claudia.
Ação movida pela OAB
na quinta-feira, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto citou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) questionando a permissão dada pela agência para cobrança de bagagem em voos domésticos. Após a manifestação da Anac, o juiz deverá avaliar o pedido da OAB em ação civil pública pela suspensão da possibilidade de cobrança por bagagem despachada. No pedido, a OAB solicita uma decisão liminar impedindo o início da cobrança em março.

INVESTIGAÇÃO: Geddel fazia parte de 'verdadeira organização criminosa', diz MPF

OGLOBO.COM.BR
POR ANDRÉ DE SOUZA / CATARINA ALENCASTRO

Investigados na Operação Cui Bono manipularam recursos da Caixa Econômica


Trecho da representação do Ministério Público na Operação Cui Bono? - Reprodução

BRASÍLIA — No documento em que pediu a realização de busca e apreensão em endereços do ex-ministro Geddel Vieria Lima, o Ministério Público Federal aponta que ele e outras pessoas "faziam parte de uma verdadeira organização criminosa". Os investigados são suspeitos de facilitar a liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal a empresas e, em troca, receber propina. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco entre 2011 e 2013. No ano passado, foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer.
As buscas — assim como a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, telemático e postal para acessar dados eventualmente conseguidos nos materiais apreendidos durante a operação — foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, em 19 de dezembro do ano passado. Os mandados, porém, foram cumpridos apenas nesta sexta-feira pela PF, como parte da Operação "Cui Bono?", no Distrito Federal, na Bahia, no Paraná e em São Paulo.
"Os elementos de prova colhidos até o presente momento apontam para a existência de uma organização criminosa integrada por empresários brasileiros e agentes públicos que, ocupando altos cargos na Caixa Econômica Federal e no Parlamento brasileiro, desviavam de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares", escreveu o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.
A Polícia Federal (PF), em trecho reproduzido pelo MPF, também aponta uma atuação conjunta entre Geddel, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e outras pessoas. Segundo a PF, várias empresas seriam beneficiadas com isso: BR Vias, Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários S.A, Marfig S.A, J&F Investimentos S.A, Grupo Bertin e JBS S.A, entre outras.
"A narrativa exposta demonstra que Geddel Quadros Vieira Lima, juntamente com Eduardo Consentino da Cunha, Lúcio Bolonha Funaro, e ainda contando em alguns momentos com a participação de Fábio Ferreira Cleto, agiram de forma ilícita para a liberação de créditos da área da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, a qual era dirigida por Geddel Quadros Vieira Lima", diz a PF.
Segundo o MPF, a organização criminosa era composta por Geddel, pelo ex-vice-presidente de Gestão de Ativos e Terceiros da Caixa Marcos Roberto Vasconcelos, pelo funcionário do banco José Henrique Marques da Cruz, e por Marcos Antonio Molina dos Santos, fundador da Marfrig Alimentos. Na decisão, o juiz considerou urgente autorizar as buscas em endereços de todos eles. Isso porque as provas poderiam ser eliminados e "por serem fortes os indícios de que todas as pessoas relacionadas na representação da autoridade policial tiveram participação nos atos que ensejaram as referidas irregularidades/ilícitos".
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro e ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias Fábio Cleto são investigados em outros inquéritos e não foram alvos da operação desta sexta-feira.
No documento em que fez o pedido de buscas, o MPF apontou indícios de que Geddel foi um dos beneficiados com valores indevidos decorrentes de fraudes nas vice-presidências da Caixa. Há menção, por exemplo, a diálogos interceptados depois da apreensão de um telefone celular de Cleto, evidenciando o envolvimento do ex-ministro.
Segundo o MPF, as investigações começaram com informações apreendidas numa operação envolvendo Cleto, que foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias entre 2011 e 2015. Ele se tornou delator da Operação Lava-Jato e confessou que atuava no cargo para conseguir recursos para Cunha e Funaro.
O juiz autorizou buscas em um apartamento de Geddel em Salvador e em uma casa do ex-ministro num condomínio em Camaçari, na região metropolitana da capital baiana. Também foram autorizadas buscas em um apartamento de Marcos Roberto Vasconcelos em Maringá (PR), em um apartamento de José Henrique Marques Cruz em Brasília, em um apartamento de Marcos Antonio Molina dos Santos em São Paulo, e na sede da Caixa, mais precisamente nas vice-presidências de Pessoa Jurídica e de Tecnologia da Informação.
A PF também solicitou buscas no apartamento funcional do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, em Brasília. Mas, nesse caso, o juiz Vallisney negou o pedido, lembrando que ele tem foro privilegiado e que essa medida só poderia ser autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o MPF, as provas obtidas na operação desta sexta também vão ajudar outras investigações ligadas a fraudes em fundos de pensão.
PLANALTO GANHA TEMPO
O fato de Geddel não ser mais ministro do governo Michel Temer deu ao Palácio do Planalto tempo para se posicionar sobre a operação. Auxiliares de Temer demonstraram um certo alívio por não terem que se manifestar prontamente sobre o caso, podendo lançar mão de evasivas como: "Estamos colhendo informações para poder avaliar."
Um assessor presidencial admitiu que se Geddel não tivesse sido demitido em novembro do ano passado, após a polêmica envolvendo um apartamento dele em Salvador e um suposto tráfico de influência, o governo estaria novamente diante de uma crise a ser debelada rapidamente.
— As coisas estariam bem piores — disse o assessor.
Geddel e Temer são amigos há 23 anos e fazem parte do mesmo grupo político dentro do PMDB. O presidente relutou bastante em demitir Geddel, que era o titular da Secretaria de Governo. E só o fez depois que o caso ganhou dimensões insustentáveis. O então ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de pressioná-lo a mudar um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar as obras do prédio onde que Geddel possui uma unidade. Inicialmente, Temer avaliou se tratar de um episódio menor. Mas Calero foi à Polícia Federal e disse ter gravações de conversas sobre o tema, jogando a história no colo do presidente e de outros integrantes do Planalto.
Apesar do escândalo, Geddel e Temer continuam próximos e mantém contato frequente. Até hoje o lugar de Geddel no governo continua vago, devendo ser ocupado pelo ex-líder do PSDB Antonio Imbassahy após a eleição pelas presidências da Câmara e do Senado.o.
INVESTIGAÇÕES COMEÇARAM COM CELULAR DE CUNHA
As investigações começaram após a apreensão de um telefone celular em 2015, na residência oficial da Câmara, quando Eduardo Cunha ainda presidia a Casa. Perícia realizada no celular apreendido extraiu “uma intensa troca de mensagens eletrônicas” entre 2011 e 2013 de Cunha e Geddel, então vice-presidente da Caixa Econômica Federal de Pessoa Jurídica.
Um das conversas mostra Lucio Funaro fazendo uma reclamação para o ex-presidente da Câmara de cobrança de recursos que seriam feitas por Geddel. Em outra ocasião, o ex-ministro ironizou Cunha, afirmando que não era "um desses ministros" indicado por ele.
O caso vinha sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi encaminhado para a Justiça Federal do DF depois que um dos investigados perdeu o foro privilegiado após deixar a função pública. Geddel deixou a secretária de Governo no mês de novembro de 2016, após ser acusado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero de tráfico de influência. Cunha está preso em Curitiba, desde outubro, devido às investigações da Operação Lava-Jato.
A Caixa afirmou, por meio de nota enviada pela assessoria ao GLOBO, que presta "irrestrita colaboração com as investigações".
"Em relação à Operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (13 de janeiro) e no que diz respeito à CAIXA, esclarecemos que o banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado pela CAIXA", afirma o banco.

INVESTIGAÇÃO: Geddel passava informações privilegiadas a grupo criminoso, diz investigação

ESTADAO.COM.BR
Fábio Fabrini, de Brasília

Operação Cui Bono?, deflagrada nesta sexta 13, põe ex-ministro de Temer no papel de protagonista de milionário esquema de corrupção na Caixa

Geddel Vieira Lima. Foto: André Dusek/Estadão

Investigadores da Operação Cui Bono? (a quem beneficia?), deflagrada nesta sexta 13 pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, sustentam que Geddel Vieira Lima, ex-ministro do presidente Michel Temer, era braço-direito do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba, em esquema para liberar empréstimos a empresas ‘dispostas a realizar negociações ilícitas’.
No pedido de buscas e apreensões enviado à Justiça Federal, a PF afirma que, valendo-se do cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, o qual exerceu entre 2011 e 2013, ainda no governo Dilma Rousseff, Geddel agia internamente, em ajuste com Cunha, para beneficiar as empresas suspeitas de pagamento de propina.
A ele caberia fornecer informações privilegiadas para ‘outros membros do grupo criminoso’, que incluiria o ex-presidente da Câmara, o também ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto, que delatou o esquema na Caixa, e o operador do mercado financeiro Lúcio Bolonha Funaro.
Ente as empresas suspeitas de pagar suborno, segundo a Operação Cui Bono? estão BR Vias, Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários, Marfrig, J&S Investimentos, Bertin, JBS Comporte Participações, Big Frango e Digibras.
As evidências contra Geddel surgiram em mensagens de um celular apreendido na casa de Cunha na Operação Catilinárias. Elas revelam diálogos entre Cunha e Geddel indicando, por exemplo, que ‘já tinham saído votos favoráveis às operações da Marfrig, de que os valores estavam liberados’.
Após essas conversas, a Marfrig repassou R$ 469,5 mil à Viscaya Holding, de Funaro, que seria um dos captadores de propina para Cunha.
O executivo da Marfrig à época dos fatos, Marcos Antônio Molina dos Santos, que pleiteava a liberação do dinheiro, está sendo investigado.
Marcos Roberto Vasconcelos, ex-vice-presidente de Gestão de Ativos da Caixa, cujo imóvel foi alvo de buscas nesta sexta, tinha “papel importante” na liberação dos créditos pretendidos por Cunha, Geddel, Funaro e Cleto.
Também são alvos da ‘Cui Bono? o servidos da CEF José Henrique Marques da Cruz, citado em algumas mensagens apreendidas pela PF como Henrique da Vigan (Vice-Presidência de Atendimento e Distribuição da Caixa). Esse setor, segundo a PF, exercia função essencial na liberação dos recursos, conforme mensagens trocadas entre Geddel e Cunha. Elas mencionavam as pendências de análise do “Henrique”, suspeito de ter “proximidade ilícita” com o grupo investigado.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal, em Brasília, autorizou acesso a dados telefônicos, telemáticos, bancários e fiscais dos envolvidos, eventualmente apreendidos. Também permitiu buscas na vice-presidência de Tecnologia da Informação da Caixa, com o objetivo de esclarecer melhor como se dava o trâmite dos processos sob suspeita.
A ordem é apreender mídias e comunicações, por canais corporativos, dos envolvidos.
O magistrado sustenta que há ‘fortes indícios de que todas as pessoas relacionadas (na investigação) tiveram participação nos fatos que ensejaram as referidas irregularidades/ilícitos”, escreveu, na decisão que autorizou as medidas.
A operação apura crimes de corrupção, associação ou organização criminosa e lavagem de dinheiro.
COM A PALAVRA, A CAIXA
Alvo da Polícia Federal, que fez buscas no edifício-sede da instituição, em Brasília, a Caixa informou, em nota, que ‘presta irrestrita colaboração com as investigações’.
“Em relação à Operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (13 de janeiro) e no que diz respeito à CAIXA, esclarecemos que o banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado pela CAIXA.”
COM A PALAVRA, A J&F
“Todas as relações da J&F e de suas empresas com a Caixa Econômica Federal e com bancos públicos em geral são feitas sempre de forma profissional e na mesma forma de concorrência e tratamento com instituições privadas — ou seja, relações comerciais transparentes, abertas e legais.
A J&F tem o máximo interesse no esclarecimento de todos os fatos que por vezes colocam em dúvida a transparência e lisura de seus negócios. Pois, afinal, tais acusações provocam imensos danos às nossas marcas e reputação.”
COM A PALAVRA, A JBS
“A JBS informa que não foi alvo da operação Cui Bono? realizada hoje pela Polícia Federal e não foi notificada sobre a decisão judicial referente à essa operação. A empresa pauta suas relações na ética e profissionalismo e tem convicção da regularidade das suas práticas. A Companhia ressalta ainda que sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade.”

(MÁ)GESTÃO: Estado gastou com salários R$ 34,1 bi em 2016, desrespeitando Lei de Responsabilidade Fiscal

OGLOBO.COM.BR
POR CARINA BACELAR E MARTHA BECK

Valor corresponde a 73,8% da receita, quando a LRF prevê um limite de 60%

Palácio Guanabara, sede do governo do estado - Ana Branco / Agência O Globo

BRASÍLIA E RIO — Com a queda na arrecadação e o aumento dos gastos com pessoal, o Estado do Rio fechou 2016 desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Um levantamento feito pelo deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), da Comissão de Tributação da Alerj, no Sistema Integrado de Gestão Orçamentária, Financeira e Contábil do Rio (Siafe-Rio), revela que o governo gastou R$ 34,1 bilhões com o pagamento dos servidores dos três poderes no ano passado. O valor corresponde a 73,8% de sua receita corrente líquida, quando a lei prevê um limite de 60%. Só com as despesas do Poder Executivo, segundo fontes do governo, esse índice ficou entre 51% e 54%, também ultrapassando o percentual fixado na LRF, que é de 49%.
De acordo com a Secretaria estadual de Fazenda, os dados de 2016 só serão divulgados no fim deste mês. O descumprimento da lei deve ser usado como fundamentação para que o estado deixe de conceder reajustes salariais já previstos e lance um programa de demissão voluntária. Outra iniciativa seria a redução da jornada e dos salários dos servidores, mas ela depende de um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Já se sabe que essas medidas são contrapartidas discutidas com o governo federal, como parte de um plano de recuperação fiscal para o Rio. E é por isso que o pacote de austeridade enviado pelo estado à Alerj em novembro do ano passado — alvo de protestos de servidores e de oposição ferrenha da maioria dos deputados da Casa — deve voltar à pauta. Uma fonte do Executivo garantiu que o pacote, com 22 projetos, será enviado para votação “praticamente na íntegra”.

REAJUSTES ADIADOS

Uma das propostas que devem ser reenviadas é a que adia reajustes de servidores da área de segurança e de auditores para 2020. Agora, ela seria embasada pela violação dos limites de gastos com pessoal estabelecidos pela LRF. Em dezembro passado, o projeto acabou sendo devolvido ao Palácio Guanabara pelo presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB).
Também voltará à Casa a proposta de elevar a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%. Além disso, o governo pretende cobrar, por dois anos, um adicional de 6% (no projeto original, o índice era 16%). Nesse período, a alíquota seria de 20%.
Para inativos e pensionistas que recebem abaixo do teto da Previdência (R$ 5.189) — hoje eles não contribuem —, está prevista também uma cobrança temporária, por 24 meses, de 20% (no projeto original, a contribuição seria de 30%).
O governo sabe que as propostas são polêmicas e enfrentarão forte resistência na Alerj, mas diz que elevar receitas é crucial para reequilibrar as contas.
No acordo entre União e Rio, também há medidas de contenção de gastos, como a redução da jornada de trabalho, com a diminuição proporcional da remuneração dos servidores. No entanto, a avaliação é que, mesmo que essa medida seja homologada pelo Supremo Tribunal Federal, enfrentará ainda mais rejeição que um aumento da contribuição previdenciária.
— Além de ter um impacto pequeno em termos de corte de gastos, a redução da jornada e dos salários é muito polêmica e será difícil de ser implementada — admitiu um integrante da equipe econômica.
Nas contas preliminares feitas pelo Ministério da Fazenda e pelo governo do Rio, a privatização da Cedae, outro item do acordo, renderá R$ 4 bilhões ao estado. Não haverá federalização da empresa. A ideia é que os recursos da privatização sejam antecipados ao Rio pelo Banco do Brasil e que o estado não possa voltar atrás. Por isso, as ações da Cedae devem ser repassadas ao banco como garantia.
Outra parte do acordo é a antecipação de receitas dos royalties que o estado tem a receber pela exploração de petróleo. Segundo os técnicos, no entanto, essa medida não trará recursos tão expressivos, porque boa parte deles já está comprometida por operações anteriores. A iniciativa deve render cerca de R$ 3 bilhões.
Já com o aumento da contribuição previdenciária, deverão ser arrecadados R$ 2 bilhões.
O plano inclui ainda a renegociação das dívidas do Rio tanto com a União, quanto com bancos públicos e organismos multilaterais. Durante sua vigência, os pagamentos ao governo federal ficarão suspensos.
— A ideia é tentar fazer com que a suspensão fique dentro do prazo de três anos — disse um técnico.
Para reduzir despesas, o acordo prevê também a extinção de empresas estatais. Entre as que podem ser fechadas, estão a Companhia de Armazéns e Silos do Rio e a Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Rio.
Ao todo, as ações do acordo somam R$ 20 bilhões somente em 2017. Até 2020, o valor chega a cerca de R$ 50 bilhões.
Das 22 medidas propostas por Pezão no pacote anticrise no ano passado, só oito foram votadas na Alerj e apenas sete aprovadas.
— Vai ser muito complicado. A Alerj é um ponto fundamental. Se não aprovar, não tem acordo (com o governo federal) — avaliou uma fonte do governo estadual.
ALERJ TERÁ 4 MESES PARA VOTAR MEDIDAS
Além do pacote reciclado, deverão ter que passar pela Alerj também a privatização da Cedae e a redução da jornada de trabalho e dos salários dos servidores. Como o governo teve vida difícil na Casa no final de 2016, o presidente Jorge Picciani (PMDB) pretende colocar essas medidas em votação apenas quando o estado conseguir regularizar os salários. Só que nem o alto escalão do Poder Executivo sabe com precisão quando isso vai ocorrer.
— O governador está buscando alternativas. Ainda não há certeza sobre quando vai ser regularizada a folha de pagamento — disse um interlocutor de Pezão.
Uma vez assinado o acordo, o que deve acontecer na semana que vem, a Alerj terá quatro meses após para aprovar os projetos. Ao GLOBO, Picciani disse anteontem que o alívio provocado pelo adiamento do pagamento das dívidas com a União vá acalmar os ânimos dos servidores.
Sindicatos e outras entidades do funcionalismo, entretanto, criticaram as contrapartidas exigidas pelo governo federal, principalmente o aumento das contribuições dos servidores e a redução dos salários. Nesta quinta-feira, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio fez uma manifestação na porta do Ministério Público, cobrando o engajamento do órgão na crise do estado. Integrantes do movimento vão protocolar nesta sexta um novo pedido de impeachment de Pezão e do vice-governador Francisco Dornelles. O documento cita irregularidades nas isenções fiscais concedidas pelo estado.
Em meio às negociações com a União, Pezão aproveitou sua passagem por Brasília para se encontrar com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e pedir a transferência do Arco Metropolitano para o estado. O objetivo do governo seria conceder a estrada à iniciativa privada logo em seguida, para não precisar arcar com os custos de manutenção e, eventualmente, ainda receber recursos.

SAÚDE: MG decreta situação de emergência em 152 cidades com casos de febre amarela

ESTADAO.COM.BR
Leonardo Augusto , 
Especial para o Estado

Decisão vale por 180 dias e abrange regionais de saúde com sede em Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni

BELO HORIZONTE - O governo de Minas Gerais decretou nesta sexta-feira, 13, situação de emergência em 152 municípios com incidência de casos de febre amarela. A decisão abrange as regionais de saúde que têm como sede as cidades de Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Governador Valadares (Leste), Manhumirim (Zona da Mata) e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri). 

Foto: Divulgação                                                                                     
Cerca de 53% da população mineira é vacinada contra febre amarela

O decreto vale por 180 dias e tem como objetivo "adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, em especial à aquisição de insumos materiais e à contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial".
O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), visita nesta sexta-feira cidades incluídas no decreto.
Segundo o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, há a suspeita de que 30 'pessoas tenham morrido em 2017 em Minas Gerais por causa da doença. Exames estão sendo realizados para comprovação da causa dos óbitos. Há ainda 110 casos suspeitos de infecção.
Da peste negra ao zika: 11 epidemias que assustaram (e ainda assustam) a humanidade

Na prática, o decreto de situação de emergência dispensa a necessidade de licitação para compra de medicamentos e contratação de profissionais durante a vigência da decisão. Uma "sala de emergência" foi criada pelo governador para acompanhar a o surto da doença no Estado.
O grupo é composto por representantes da Secretaria de Saúde, Gabinete Militar, Secretaria de Agricultura e Secretaria do Meio Ambiente.

INVESTIGAÇÃO: Justiça quebra sigilos de Geddel e demais investigados na Cui Bono

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

PF investiga esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa entre 2011 e 2013

Caixa Econômica Federal - Cléber Júnior / Agência O Globo

RIO - O juiz Vallisney de Souza, da Justiça Federal de Brasília, autorizou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, postal, bancário e fiscal de Geddel Vieira Lima e dos demais investigados da operação Cui Bono, realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira. A informação é do blog da coluna de Lauro Jardim. A expressão "Cui Bono"vem do latim e significa "A quem beneficia?".
Agentes da PF cumpriram pela manhã mandado de busca e apreensão em um imóvel do ex-ministro, em Salvador, e na sede da Caixa, que fica em Brasília. Os policiais chegaram ao condomínio de Geddel por volta de 6h e saíram com uma maleta nas mãos. A PF investiga esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica entre 2011 e 2013. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa no período investigado pela PF. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão no Paraná e em São Paulo.
As investigações começaram após a apreensão de um telefone celular em 2015, na residência oficial da Câmara, quando Eduardo Cunha ainda presidia a Casa. Perícia realizada no celular apreendido extraiu “uma intensa troca de mensagens eletrônicas” entre 2011 e 2013 de Cunha e Geddel, então vice-presidente da Caixa Econômica Federal de Pessoa Jurídica.
Segundo a PF, Geddel atuou em conjunto com Eduardo Cunha, o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto e o doleiro Lúcio Funaro para beneficiar empresas como o grupo J&F, a BR Vias, a Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários e o Grupo Bertin. A afirmação da Polícia Federal, segundo o blog do colunista Lauro Jardim, foi citada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de Brasília, no despacho que autorizou a operação Cui Bono.
"(...) Consta dos autos que, valendo-se do cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, agia internamente, em prévio e harmônico ajuste com Eduardo Cunha e outros, para beneficiar empresas com iberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para outros membros do grupo criminoso composto, ainda, por Eduardo Consentino da Cunha, Fábio Ferreira Cleto e Lúcio Bolonha Funaro, para que, co isso, pudessem obter vantagens indevidas juntos às empresas beneficiárias dos créditos liberados pela insituiçao financeira", escreveu o juiz.
O caso vinha sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi encaminhado para a Justiça Federal do DF depois que um dos investigados perdeu o foro privilegiado após deixar a função pública. Geddel deixou o cargo no mês de novembro de 2016, após ser acusado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calaro de tráfico de influência. Cunha está preso em Curitiba, desde outubro, devido às investigações da Operação Lava-Jato.

INVESTIGAÇÃO: Operação da PF apura propina a Cunha e Geddel por fraudes na Caixa

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BRESCIANI

Operação Cui Bono foi deflagrada nesta sexta-feira

O ex-ministro Geddel Vieira Lima e o deputado cassado Eduardo Cunha são alvos de operação da PF - Montagem sobre fotos de aquivo

BRASÍLIA — A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação sobre fraudes na Caixa Econômica Federal que decorreriam de pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. As investigações da Operação Cui Bono - cujo nome vem do latim e significa "A quem beneficia?" - começaram após a apreensão de um telefone celular em 2015, na residência oficial da Câmara, quando Cunha ainda presidia a Casa. Foram expedidos mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, na Bahia, no Paraná e em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, uma perícia realizada no celular apreendido extraiu “uma intensa troca de mensagens eletrônicas” entre Cunha e “o Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013”. Geddel ocupou este cargo entre março de 2011 e dezembro de 2013.
As mensagens indicariam “a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa Econômica Federal, o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro”, de acordo com a PF.
Segundo a PF, Geddel atuou em conjunto com Eduardo Cunha, o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto e o doleiro Lúcio Funaro para beneficiar empresas como o grupo J&F, a BR Vias, a Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários e o Grupo Bertin. A afirmação da Polícia Federal, segundo o blog do colunista Lauro Jardim, foi citada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de Brasília, no despacho que autorizou a operação Cui Bono.
"(...) Consta dos autos que, valendo-se do cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, agia internamente, em prévio e harmônico ajuste com Eduardo Cunha e outros, para beneficiar empresas com iberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para outros membros do grupo criminoso composto, ainda, por Eduardo Consentino da Cunha, Fábio Ferreira Cleto e Lúcio Bolonha Funaro, para que, co isso, pudessem obter vantagens indevidas juntos às empresas beneficiárias dos créditos liberados pela insituiçao financeira", escreveu o juiz.
O caso vinha sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi encaminhado para a Justiça Federal do DF depois que um dos investigados perdeu o foro privilegiado após deixar a função pública. Geddel deixou o cargo no mês de novembro de 2016, após ser acusado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calaro de tráfico de influência. Cunha está preso em Curitiba, desde outubro, devido às investigações da Operação Lava-Jato.
A Caixa afirmou, por meio de nota enviada pela assessoria ao GLOBO, que presta "irrestrita colaboração com as investigações".
"Em relação à Operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (13 de janeiro) e no que diz respeito à CAIXA, esclarecemos que o banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado pela CAIXA", afirma o banco.

ÚLTIMAS DE BRASIL

DIREITO: TRT da 15ª Região cria súmula sobre inconstitucionalidade na Lei 8.212/91

CONJUR

É inconstitucional a expressão "devidas" constante no inciso I do artigo 22 e da alínea "b" do inciso I do artigo 30, bem como a integralidade dos parágrafos 1º e 2º do artigo 43, todos da Lei 8.212/91, por violação ao artigo 195, I, "a", da CF/88. Esse é o teor da súmula aprovada pelo Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP) em dezembro de 2016.
A decisão, por maioria, foi dada em recurso da União que pretendia que "fosse reconhecido, como fato gerador das contribuições previdenciárias, não o pagamento do acordo entabulado entre as partes originais, mas a própria prestação de serviços, com incidência de juros de mora e multa a partir de cada competência do contrato de trabalho mantido".
Em seu voto, seguido pela maioria dos integrantes do Pleno, o desembargador Jorge Luiz Costa, explicou que, no artigo 195, I, "a" da Constituição, o legislador constituinte deixou bastante claro que as contribuições sociais incidiriam sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados.
Contudo, para o desembargador, apesar da clareza e supremacia da norma constitucional, o legislador infraconstitucional, ao aprovar a Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, extrapolou seus limites, inserindo, no inciso I do artigo 22 e na alínea "b" do inciso I do artigo 30, além das expressões "pagas" e "creditadas", também a expressão "devidas" (remunerações), na tentativa de alargar o campo de incidência do tributo.
"O artigo 195, I, 'a' da Constituição da República já havia delimitado, expressa e exaustivamente, os fatos geradores das contribuições previdenciárias, quais sejam, 'folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados' a pessoa física prestadora de serviços, de modo que o legislador infraconstitucional não poderia, como o fez, tê-los alargado, ao acrescentar a expressão 'devidas', nem poderia tê-los fixado em outro momento que não o do pagamento ou do crédito da remuneração devida", complementou o desembargador. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-15.
Processo 0005973-35.2016.5.15.0000

DIREITO: Lula pede indenização de promotor que o chamou de "encantador de burros"

CONJUR

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta quinta-feira (12/1) ação cível contra o promotor Cássio Conserino, de São Paulo, cobrando indenização de R$ 1 milhão por danos morais por supostos ataques à imagem, à honra e à reputação do petista. O processo foi apresentado depois que o membro do Ministério Público compartilhou em seu Facebook publicação que chamava Lula de “encantador de burros”.
Os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira lembram ainda que Conserino se declarou suspeito para atuar em um processo depois que Lula foi retirado da lista de acusados. O promotor foi um dos três autores depedido de prisão contra o ex-presidente em denúncia que aponta irregularidades envolvendo imóveis da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), incluindo um triplex em Guarujá (litoral de São Paulo).
Publicação de Conserino no Facebook motivou ação do ex-presidente.

Depois que o caso foi fragmentado e o trecho sobre Lula ficou nas mãos do juiz federal Sergio Fernando Moro, em Curitiba, Conserinodeclarou sua suspeição. Para os advogados de Lula, isso é um sinal de que seu interesse era prejudicar o petista.
No início de janeiro, a defesa do ex-presidente também já levou as críticas ao promotor ao Conselho Nacional do Ministério Público, depois de a ConJur noticiar a postagem dele sobre Lula. A nova ação, pedindo indenização, afirma que o processo disciplinar já foi instaurado — mas corre sob sigilo.
A revista eletrônica Consultor Jurídico entrou em contato com Conserino na noite desta quinta, mas não teve resposta até a publicação da notícia.
Conserino e os colegas José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo também cobram indenização na Justiça, mas de jornalistas. Em outubro, pediram que o jornal Folha de S.Paulo indenize em pelo menos R$ 200 mil cada um por uma notícia na qual professores de Direito e especialistas classificaram a acusação contra Lula como "um lixo" e chamaram os promotores de "três patetas".
Clique aqui para ler a petição inicial.

DIREITO: Em caso de trabalho perigoso ou insalubre, prova pericial é imprescindível

CONJUR

É imprescindível a realização de prova pericial quando da alegação de labor em condições periculosas ou insalubres. Essa é a jurisprudência da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região estabelecida em análise de Recurso Ordinário que teve relatoria da desembargadora Maria Isabel Cueva Moraes.
No caso analisado, o pedido de perícia do reclamante havia sido negado pelo juiz de primeira instância. Ele se baseou nos artigos 130 do então vigente Código de Processo Civil e 765 da CLT, que falam sobre a liberdade dos juízes na determinação de provas necessárias ao processo.
Porém, nos casos de perícia para periculosidade e insalubridade não há essa discricionariedade. Isso porque o parágrafo 2º do artigo 195 do Texto Consolidado é imperativo ao prever que "o juiz ‘designará’ perito habilitado para tanto". Além disso, a Orientação Jurisprudencial 278 SDI1 TST diz que "a realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade".
Então, com base nesses regramentos, os membros da 4ª Turma decidiram dar provimento ao pedido e declarar a nulidade do processo a partir do indeferimento da prova pericial. Agora, o processo retornará à vara trabalhista de origem para produção da prova pericial referente à insalubridade. 
Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-2.
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