sexta-feira, 15 de agosto de 2014

POLÍTICA: Marina Silva vai apresentar condições para não assumir chapa ‘às escuras’

Da FOLHA.COM
POR PAINEL

As condições de Marina - O grupo de Marina Silva afirma que ela apresentará condições para não assumir “às escuras” a candidatura do PSB. A negociação passará pela escolha de um vice “confiável” para seu núcleo político. “Precisamos de garantias de que os compromissos serão mantidos e precisamos saber quem o PSB vai oferecer para simbolizar esses compromissos”, diz um aliado que conversou com ela nos últimos dois dias. Os preferidos são Júlio Delgado, Maurício Rands e Beto Albuquerque.

Moderador - Para os marineiros, o novo vice precisaria preencher três requisitos: lealdade a Eduardo Campos, confiança da ex-senadora e capacidade de unir a “ala petista” e a “ala tucana” do PSB.

Compromissos - Outro aliado diz que Marina “não será candidata apenas da Rede”. “Há pontos do ideário dela que não estão no programa de Eduardo e isso continuará assim. Ela não fará novas exigências, mas também não cederá completamente”.

Relógio - A cúpula do PSB pré-agendou a primeira reunião formal sobre a nova chapa para o dia seguinte ao sepultamento de Campos. A previsão é que o debate ocorra segunda-feira no Recife.

Bússola - Com isso, a mudança da chapa só será discutida oficialmente após a divulgação do novo Datafolha.

Carteira - Alguns doadores de campanha já enviaram recados de que ajudariam Marina para assegurar que haverá segundo turno.

Verde - Um amigo lembra que a ex-senadora também sofreu forte baque quando Chico Mendes morreu, em 1988, mas resistiu. “A Marina é feito bambu: o vento verga, mas não quebra”, diz.

Último desejo - Renata Campos, viúva de Eduardo, manifestou a esperança de que as buscas no local da tragédia não sejam encerradas até que os bombeiros localizem a aliança do marido.

Silêncio - Próximo ao PT e a Lula, o presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral, não falou ontem com Marina.

Rei posto - Pessoas ligadas a Campos manifestaram desconforto com as duas notas que Amaral assinou como presidente nacional do PSB. Ele ocupava o cargo de vice e dispensou a expressão “interino” ou “em exercício”.

Sozinho - Amaral andava isolado na cúpula do PSB. Contrário ao lançamento da candidatura própria e à aliança com Marina, tinha se distanciado da campanha.

Prazos - O mandato da atual executiva do PSB termina em dezembro, quando estava prevista nova eleição. No entanto, a sigla se antecipou e aprovou em junho a recondução dos dirigentes.

Dúvidas - Em tese, isso significa que Amaral, reeleito para a primeira vice-presidência, pode herdar o comando do partido até o fim de 2017. Mas pode haver pressões por uma nova eleição.

Choque - Um banco de investimentos encomendou pesquisa telefônica para medir a intenção de voto em Marina na quarta-feira, dia do acidente. A enquete foi cancelada porque muitos eleitores se recusaram a responder.

Rebanho - Com Marina no páreo, o PT acredita que o apelo do nanico Pastor Everaldo (PSC) com os evangélicos tende a desaparecer.

POLÍTICA: PSB convoca reunião para decidir candidato à Presidência

Do ESTADAO.COM.BR
JOÃO DOMINGOS E DAIENE CARDOSO, ENVIADOS ESPECIAIS - O ESTADO DE S. PAULO

Encontro da legenda de Campos será na próxima quarta-feira e nome da vice Marina Silva é o mais cotado para assumir a chapa
Comitê da coligação recebe faixa preta de luto em Recife
RECIFE - O presidente do PSB, Roberto Amaral, convocou para quarta-feira, 20, uma reunião da executiva nacional do partido, para decidir se a legenda terá candidato a presidente da República e quem será o substituto de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, em Santos, nessa quarta-feira. O nome mais forte é o da ex-ministra Marina Silva.
"A tendência é o partido ter candidato", disse Amaral ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. A reunião será realizada em Brasília. Amaral informou ainda que na terça-feira, 19, haverá uma missa, em Brasília, para homenagear Campos e os outros seis mortos no acidente.
O grupo majoritário do PSB defende a confirmação de Marina como nome do partido ao Palácio do Planalto, conforme informou o Estado, nesta sexta-feira, 15. Os dirigentes e líderes da legenda, no entanto, querem em troca garantias da candidata a vice. Pedem, por exemplo, que ela não ataque as alianças políticas estaduais costuradas pela cúpula.
Após a morte de Campos, Marina está reclusa em sua casa em São Paulo e não tem falado sobre a sucessão presidencial. A interlocutores, a ex-ministra diz estar de luto e que não vai tratar de questões eleitorais nos próximos dias.
De acordo com a legislação eleitoral, o PSB tem dez dias, a partir da data da morte de Campos, para apresentar o novo candidato à Presidência. Os programas de TV dos partidos, no entanto, começam na próxima terça.

DIREITO: TSE - Presidente do TSE nega pedido do PV para adiar horário eleitoral

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, indeferiu pedido apresentado pelo Partido Verde (PV) e seu candidato a presidente, Eduardo Jorge, para o adiamento por três dias do início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, que começa na próxima terça-feira (19). A sigla e o candidato solicitaram o adiamento em razão do acidente aéreo que vitimou o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) e equipe, que ocorreu em Santos (SP) na quarta-feira (13). 
No pedido, o PV e seu candidato afirmaram que o objetivo da medida era “permitir que a coligação que tinha Eduardo Campos à frente possa ter um pouco mais de tempo e tranquilidade para se organizar e adaptar seus programas de divulgação política, previstos em lei”.
Em sua decisão, o presidente do TSE destaca que, “em que pese a relevância das razões apresentadas, não há como postergar o início da propaganda gratuita, pois a matéria é estabelecida pela legislação eleitoral e não por ato de vontade da Justiça Eleitoral”.
O ministro informa ainda que a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) determina o momento de início do horário gratuito no rádio e na televisão, bem como as demais datas do calendário eleitoral, “não sendo possível sua alteração para atender a pedido isolado, formulado por uma única agremiação partidária”. 

DIREITO: TRF1 - Candidato aprovado em concurso público para formação de cadastro de reserva tem mera expectativa de nomeação

Candidato aprovado em concurso público para cadastro de reserva tem mera expectativa de direito à nomeação no que tange a eventuais vagas que surjam dentro do prazo de validade do certame. Esse foi o entendimento adotado pela 6.ª Turma do TRF da 1.ª Região ao negar provimento a recurso apresentado por concorrente aprovado em 305.º lugar em processo seletivo realizado pela Caixa Econômica Federal (CEF).
O candidato impetrou mandado de segurança na Justiça Federal, requerendo sua nomeação, ao argumento de que a instituição financeira se comprometeu a contratar os aprovados, com o surgimento de novas vagas, na medida em que ocorresse a rescisão de contratos mantidos com empregados terceirizados.
O pedido foi negado pelo Juízo de primeiro grau. “A CEF, promotora do certame, convocou 236 aprovados para procedimentos pré-admissionais, sendo que o demandante obteve a 305.ª posição na classificação, não havendo notícia de que tenha sido preterido por candidato classificado em posição inferior”, diz a sentença.
Inconformada, o demandante recorreu ao TRF1, onde, além de manter as mesmas razões apresentadas na inicial, sustentou que, por ter sido aprovado para cadastro de reserva, “tem direito subjetivo à nomeação”.
Os argumentos do candidato não foram aceitos pelo Colegiado: “Não há direito líquido e certo a socorrer a pretensão do impetrante, visto que inexiste nos autos a demonstração de que ocorreu a alegada preterição, em decorrência da contratação de empregados terceirizados no período de vigência do certame de que participou”, pondera o relator, desembargador federal Daniel Paes Ribeiro.
O magistrado ainda esclareceu que o referido processo seletivo foi realizado tão somente para a formação de cadastro reserva, não se tratando, portanto, de concurso público para o preenchimento de vagas existentes.
A decisão foi unânime.
Processo n.º 0026796-67.2008.4.01.3400

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

ECONOMIA: Bovespa ganha 0,36% puxada por ações de bancos; BB sobe mais de 3,5%

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,36% nesta quinta-feira (14), a 55.780,41 pontos. Na véspera, a Bolsa havia caído 1,53%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou em queda de 0,4%, cotado a R$ 2,27 na venda.
Investidores analisaram balanços de empresas divulgados entre a véspera, após o fechamento dos mercados, e esta quinta-feira. As ações do Banco do Brasil (BB) subiram mais de 3,5% após divulgação de resultados.
As ações de Bradesco e Itaú Unibanco também influenciaram a alta da Bolsa; eles não divulgaram balanço nesta quinta.
Os três bancos têm grande peso sobre o Ibovespa.
O mercado também analisava como a saída abrupta de Eduardo Campos da corrida eleitoral pode mudar o resultado de outubro. O candidato do PSB à Presidênciamorreu na véspera em acidente de avião.
O Bank of America Merrill Lynch destacou que ainda é muito cedo para avaliar corretamente os impactos da morte de Campos nas eleições. A instabilidade do mercado, no entanto, deve aumentar até o PSB definir quem irá assumir a candidatura, e as pesquisas mostrarem o efeito sobre os eleitores.
Bancos puxam alta da Bolsa
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) lideraram as altas da Bolsa, com valorização de 3,65%, a R$ 28,66. O BB teve lucro líquido de R$ 2,829 bilhões no segundo trimestre deste ano, menos que a metade dos R$ 7,47 bilhões que o banco tinha lucrado no mesmo período do ano passado.
No segundo trimestre de 2013, no entanto, o lucro do banco tinha sido "inflado" pelo lançamento bilionário de ações de sua área de previdência, seguros e capitalização, a BB Seguridade (BBSE3). 
As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4), com prioridade na distribuição de dividendos, tiveram o segundo maior ganho da Bolsa, de 2,98%, a R$ 35,65. As preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) avançaram 1,67%, a R$ 35,23. 
Ações da Vale caem mais de 2%
As ações Vale caíram mais de 2%, após a queda do preço do minério de ferro na China, principal destino das exportações da mineradora. 
As ações ordinárias (VALE3) tiveram perdas de 2,39%, a R$ 30,59. As preferenciais (VALE5) caíram 2,15%, a R$ 27,26. As ações tiveram a quarta e a quinta maior desvalorização da Bolsa, respectivamente. 
Bolsas internacionais
As Bolsas de Valores da Europa fecharam sem uma tendência definida nesta quinta-feira. O mercado de ações de Portugal valorizou-se 1,02%, e o da Inglaterra avançou 0,43%. Alemanha subiu 0,29%, e a França ganhou 0,25%.
No sentido oposto, a Bolsa da Itália teve desvalorização de 0,29%. Espanha fechou praticamente estável, com leve queda de 0,09%.
Na Ásia e no Pacífico, o índice japonês Nikkei fechou em alta de 0,66%. A Bolsa de Sydney, na Austrália, avançou 0,61%. Seul, na Coreia do Sul, fechou praticamente estável, com leve alta de 0,04%.
A Bolsa de Taiwan também fechou perto da estabilidade, mas com leve queda de 0,01%. A Bolsa de Xangai, na China, caiu 0,74%, e a de Hong Kong perdeu 0,36%. Cingapura recuou 0,2%.
(Com Reuters)

DIREITO: STJ decide a favor de poupadores em ação contra Banco do Brasil

Da FOLHA.COM
SOFIA FERNANDES, DE BRASÍLIA

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quarta-feira (13) a favor dos poupadores, novamente, no julgamento de um recurso sobre perdas com os planos econômicos.
No julgamento em questão, o tribunal avaliou que todos os clientes do Banco do Brasil, de todo o país, que tinham caderneta de poupança na época de adoção do Plano Verão (janeiro de 1989), terão direito a ter ressarcidas eventuais perdas no rendimento de suas aplicações. O BB ainda pode recorrer.
O julgamento diz respeito a uma ação civil pública movida em Brasília contra o banco estatal por conta das perdas na poupança decorrentes daquele plano econômico. O poupador venceu a ação, gerando o entendimento de que outros clientes da instituição teriam o mesmo direito.
O Banco do Brasil e o Banco Central defendiam, contudo, que a ação deveria valer apenas para os poupadores do Distrito Federal, onde foi movida a ação.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que moveu o recurso, defendia que a repercussão dessa decisão deveria ser nacional, interpretação que prevaleceu no julgamento desta terça.
A decisão do tribunal, contudo, não vale para poupadores de outros bancos. Também não se aplica a eventuais perdas em decorrência de outros planos econômicos - Bresser, Collor 1 e Collor 2, no caso.
O STJ também decidiu que não é necessário ser associado do Idec, autor da ação civil pública contra o BB, para ter direito ao ressarcimento.
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou, em nota, que a decisão do STJ "não surtirá efeitos imediatos, pois deve-se aguardar a publicação do acórdão, sobre o qual o BB interporá os recursos cabíveis para obter o pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal".
"Essa questão deve ser analisada em conjunto com o tema relativo à própria constitucionalidade do plano econômico envolvido, que será decidida pela Corte Suprema", diz o banco estatal.
O julgamento mais importante sobre o assunto está no STF (Supremo Tribunal Federal), que vai decidir se os bancos terão de pagar ou não pelas perdas com todos os planos econômicos editados com o intuito de controlar a hiperinflação no país no final da década de 1980 e início dos 1990.
Entretanto, de acordo com relator do caso no STJ, o ministro Luis Felipe Salomão, qualquer decisão do STF contrária aos poupadores só terá efeito sobre essa caso o Supremo estenda o efeito de seu pronunciamento para os casos já transitados em julgado.
Salomão afirmou que o banco recorreu na ação civil pública tanto para o STJ quanto para o STF, que rejeitou seu recurso.
Segundo o STJ, o Banco do Brasil havia pedido a suspensão do trâmite do recurso até a decisão final do Supremo. O juiz, porém, negou o pedido por entender que a questão não diz respeito à matéria que será julgada pelo STF, mas sim à execução individual de sentença coletiva já transitada em julgado.
A decisão do STJ, por ter sido julgada sob o rito dos recursos repetitivos, deve orientar outras ações em casos idênticos que transcorrem em outros tribunais. "Há notícia dos tribunais no sentido de que já são mais de 5.000 recursos parados, aguardando este julgamento, todos decorrentes da mesma ação civil pública", informou o ministro.
"A questão está pacificada nesta corte, com inúmeros julgados no mesmo sentido, não havendo nenhuma posição contrária entre os integrantes da Seção", concluiu.
POSIÇÕES
"O Idec comemora a decisão do STJ, pois considerava o julgamento uma aberração jurídica, já que a decisão da ACP era definitiva desde 2009 e sem nenhuma restrição quanto à abrangência nacional", afirmou o instituto, em nota.
"A decisão do STJ está alinhada com a previsão constitucional, que proíbe a modificação de decisões já transitadas em julgado. Essa decisão só reafirma o que ficou definido desde 2009, isto é, que alcança e beneficia poupadores de todo Brasil ", afirmou Mariana Alves Tornero, advogada do Idec.
Isaac Ferreira, procurador-geral do Banco Central, pontuou que o julgamento é restrito ao Banco do Brasil e Plano Verão.
"Não há qualquer novidade no julgamento do STJ, que já havia sido iniciado em junho passado e foi concluído agora, tanto mais porque o voto do relator já era conhecido e, atendendo a questão de ordem do BC, o julgamento ficou restrito ao BB e ao Plano Verão."
Na visão do procurador, cada ação civil pública relativa a planos econômicos terá de levar à Justiça a questão da abrangência.
"Existem outras várias ações civis públicas, ajuizadas não só pelo Idec, envolvendo outros planos econômicos, cujo trânsito em julgado ainda não aconteceu. E ainda que tenha acontecido, terá de ser trazido para cá", disse Ferreira, em junho, quando o julgamento começou.
JUROS DE MORA
Não é a primeira decisão do STJ a favor dos poupadores nesse caso dos planos econômicos. Em maio, o tribunal decidiu que os juros de mora incidentes nas ações coletivas movidas pelos poupadores devem ser contabilizados a partir da citação da ação, ou seja, no início do processo.
Os bancos e o governo defendiam que os juros de mora - espécie de punição pelo atraso no pagamento de títulos de crédito - deveriam incidir só a partir da execução individual da condenação.

POLÍTICA: Partidos coligados ao PSB apoiam 'Marina 2.0' como candidata da chapa

De OGLOBO.COM.BR
POR CARINA BACELAR

Lideranças destacam que a ex-ministra está ‘diferente’ e pedem reafirmação de compromissos de campanha
Para integrantes da aliança, candidatura de Marina é ‘caminho natural’ - Ivo Gonzalez / O Globo
RIO — Líderes dos cinco partidos coligados ao PSB na chapa "Muda Brasil", que até a quarta-feira tinha Eduardo Campos como candidato à Presidência, declararam ao GLOBO que vão apoiar uma provável escolha de Marina Silva (PSB) para encabeçar a coligação. Eles pontuam, entretanto, que Marina está diferente desde que iniciou a campanha com Campos e alguns pedem que ela reafirme compromissos da época em que ingressou no PSB, em novembro do ano passado. Nesta quinta-feira, membros da Executiva do PSB se reuniram em um hotel em São Paulo para discutir os próximos passos a serem tomados na eleição.
Roberto Freire, deputado federal e presidente nacional do PPS, afirmou que a legenda vai “conversar com Marina sobre os compromissos que vamos ter que ter”. Ele disse que só depois do enterro de Eduardo Campos a coligação deve se reunir para chegar a uma posição sobre a substituição da candidatura. Inicialmente, ele declarou que “o PPS tinha compromisso claro e com muita confiança em Eduardo Campos”, sem citar o nome da ex-ministra do Meio Ambiente. No entanto, “não vê problema” na candidatura de Marina.
— Ontem não pensamos em nada e hoje estamos começando a voltar um pouco à vida. Vamos começar a conversar pra saber como encaminha. O PPS tinha compromisso claro e com muita confiança com Eduardo Campos. Não vejo nenhum problema, o partido estava integrado na campanha de Eduardo e de Marina. Vamos continuar com o projeto, vamos ter que discutir como vamos caminhar.
Já Eduardo Machado, presidente nacional do PHS, afirma que o nome de Marina é o mais natural à sucessão na chapa não por ela ser vice, e sim por ter popularidade. Ele espera que a decisão sobre o novo candidato à Presidência seja tomada em conjunto entre os dirigentes dos seis partidos.
— Não abrimos mão de que essa decisão passe por todos os partidos. O Eduardo Campos não era candidato do PSB, e sim da coligação Unidos pelo Brasil. Eu diria que é natural não em função dela ser a vice, mas em função da popularidade que ela tem. Se algo acontecesse com a Dilma, eu não diria que o Michel Temer seria o candidato do PT.
Machado afirma que, ao longo da campanha, Marina demonstrou ser “menos xiita do que pregam”.
— Ela tem os pontos de vista dela bem radicais, tudo bem, mas no momento em que ela aceitou ser vice de Eduardo, que não tinha a mesma linha de raciocínio dela, ela demonstrou flexibilidade. Quando você aceita caminhar junto com alguém, tem que aceitar minimamente essas pessoas, aceitar e respeitar. Assim como a gente aceita a postura dela, queremos ser aceitos e discutir. Eu acredito que o simples fato de ela ter aceito caminhar com Eduardo mostrou que ela não é tão xiita quanto pregam que ela seja — afirma o presidente da sigla, que vai a Recife acompanhar o enterro de Campos.
Luciano Bivar, presidente nacional do PSL ressalta que o prazo de dez dias para a substituição, prevista pelo TSE, é uma “data muito fria”. Ele diz que o natural é que Marina assuma o lugar de Campos na chapa. No entanto, perguntado sobre a fama de radical da ex-ministra com a questão da sustentabilidade, que levou a diversos debates com ruralistas, ele afirma que Marina precisa ter “compromissos mais cristalinos”.
PASSOS "PONDERADOS"
— O PSL pode comungar com a Marina, mas é preciso que ela reafirme os compromissos de Eduardo, principalmente, com respeito à reforma tributária. O próprio depoimento dela disse que ela conseguiu admirá-lo e acreditar no seu projeto [de Campos]. É uma questão natural a vice assumir a campanha.
Miguel Manso, secretário nacional de Organização do PPL, conta que a legenda está “absolutamente integrada com o Eduardo e Marina”. Ele chegou a falar com Marina na quarta-feira, que afirmou que a perda de Chico Mendes e Eduardo tinham sido importantes na vida dela. Manso avalia que a candidata à Presidência em 2010 “cresceu muito na campanha” e “aprendeu” com Eduardo.
— Ela cresceu muito nessa campanha. Nós não vemos nenhuma dificuldade. A Marina é uma pessoa que o próprio Eduardo via com muito carinho. Temos absoluta convicção de que é possível ter um projeto de desenvolvimento do Brasil com o cuidado que temos que ter.
Peguntado sobre a defesa de Marina na área ambiental, ele afirmou que é preciso “ponderar cada passo”.
— É claro que temos que ponderar cada passo, como a gente faz, como evolui a economia de baixo carbono.
O vice-presidente do PRP , Oswaldo Souza, informou que vai se reunir para decidir uma posição formal sobre a candidatura de Marina à Presidência.
— Estamos decidindo e como nós fazemos isso tudo. Daqui a pouco vou estar reunido com o presidente nacional [do partido, Ovasco Resende].
MARINA FAZ SILÊNCIO
Em meio às expectativas sobre o que será do futuro da chapa, Marina Silva tem dito a aliados desde a última quarta-feira que "não é hora de falar de política". A frase, segundo integrantes da Rede, é repetida por ela a qualquer um que tenta falar sobre o assunto. Aliados da ex-senadora disseram que dificilmente ela aceitará tratar dessa questão até o enterro de Campos.



ELEIÇÕES: Presidente do TSE diz que horário eleitoral pode ser adiado

Do ESTADAO.COM.BR
BEATRIZ BULLA E LETÍCIA SORG - O ESTADO DE S. PAULO

Ministro Dias Toffoli explica que se todos os partidos chegarem em um consenso Corte pode analisar situação
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, afirmou em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo que a Corte poderia analisar o adiamento da propaganda eleitoral gratuita caso haja um consenso entre todos os partidos envolvidos na disputa à Presidência da República. O candidato do PV à presidência, Eduardo Jorge, disse nesta quinta-feira que iria pedir ao TSE a suspensão da propaganda eleitoral, em razão da morte do candidato do PSB, Eduardo Campos.
"Os prazos são fixados por lei e, portanto, são obrigatórios. O que poderia ser analisado pela Justiça eleitoral seria um consenso entre todas as candidaturas", afirmou Toffoli, destacando que a decisão dependeria da análise do colegiado do TSE. Se apenas uma ou duas candidaturas se manifestarem nesse sentido, disse o presidente da Corte, não haveria fundamento legal para fazer a alteração.
O horário eleitoral gratuito está previsto para ter início no próximo dia 19, terça-feira. A data é anterior ao final do prazo que a coligação Unidos pelo Brasil, que lançou Campos à Presidência, tem para apresentar substituto no pleito.
Toffoli afirmou ainda que o prazo de dez dias para apresentação de um substituto começa a correr a partir de hoje. "Do ponto de vista formal, seria necessário a identificação do corpo e a comunicação ao TSE. Mas como todos os envolvidos já reconheceram que ele estava no voo, já há o que chamamos de fato público e notório", afirmou o ministro.
Ele lembrou que a substituição deve ser decidida pela maioria absoluta das executivas dos partidos que compõem a coligação e não há necessidade de realizar uma nova convenção.
No decorrer do prazo de dez dias, a regularidade da coligação sobrevive. Assim como a candidatura da vice, Marina Silva. Os registros de candidatura são feitos separadamente para partido e coligação, candidato e vice-candidato. "Não há mais cabeça de chapa. Esse registro para candidato a presidente fica dependendo de substituição. Se não houver substituição, essa chapa deixa de existir", afirmou o ministro.
Ele preferiu não comentar o que aconteceria se algum dos partidos resolvesse deixar a coligação após a morte do candidato. "Eu não posso responder sobre desejos alheios", disse o ministro, que atendeu ao Broadcast em intervalo de sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF).

POLÍTICA: Coligado ao PSB, PPS vê candidatura de Marina Silva como “natural”

Do UOL

Decisão sobre quem vai substituir Eduardo Campos só deve sair após enterro, mas, para o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, “é natural que a então candidata a vice-presidente seja a principal cogitada para cabeça de chapa”
Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), o PPS avalia como “natural” que a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva passe a encabeçar a coligação “Unidos pelo Brasil”, em substituição a Eduardo Campos (PSB), presidenciável que morreu ontem em um acidente aéreo.
Presidente do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) afirmou que “é natural que a então candidata a vice-presidente [Marina Silva] seja a principal cogitada para a cabeça de chapa”.
“Esse é o momento de manter a unidade em torno do projeto da coligação para o Brasil. O mais importante não são os candidatos, mas a continuidade do projeto de Eduardo Campos para o país. Esse é um assunto que será definido pelos partidos da coligação”, disse Freire.
Para Freire, Eduardo Campos tinha “o respeito e a dignidade para não ser plano B de ninguém”. “Era uma alternativa no primeiro e no segundo turnos”, acrescentou. Além do PPS e do PSB, fazem parte da coligação os nanicos PPL, PHS, PRP e PSL, cujos líderes sinalizaram que vão apoiar a provável escolha de Marina. A decisão só deve sair após o enterro de Eduardo, previsto para domingo (17).
Marina Silva foi candidata a presidente nas eleições de 2010 pelo PV e ficou em terceiro lugar. Antes de migrar para o PSB, Marina tentou criar uma nova sigla, chamada Rede Sustentabilidade, mas não conseguiu o registro junto à Justiça eleitoral. Por isso, ela se filiou ao PSB, deixando claro não ter abandonado a pretensão em relação à Rede.
Senadores
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também avaliou hoje que Marina Silva é a “substituta natural” de Eduardo Campos. “É a forma ideal para garantir a possibilidade de uma terceira via. Não apenas do ponto de vista eleitoral, mas para implementar uma forma diferente de fazer política, buscando a governabilidade, sem fisiologismo”.
Já o também senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que “Marina Silva é a pessoa mais próxima do projeto [de Eduardo Campos] e que tem patrimônio eleitoral”. Tanto Simon quanto Buarque eram próximos do pessebista.

POLÍTICA: ‘Sou eu que vou abrir o processo para a nova candidatura’, diz Roberto Amaral

De OGLOBO.COM.BR
POR PAULA FERREIRA

Presidente do PSB, que já foi entusiasta de aliança com o PT, evitou falar sobre Marina
Roberto Amaral chamou para si a responsabilidade de conduzir a nova candidatura - Márcia Foletto / Agência O Globo
RIO— O presidente do PSB, Roberto Amaral, em entrevista ao GLOBO, nesta quinta-feira, assumiu a responsabilidade de conduzir o procedimento para a nova candidatura do partido à presidência. De acordo com ele, o trâmite só será feito após o sepultamento de Eduardo Campos. Roberto Amaral, que já foi entusiasta da aliança entre seu partido e o PT, evitou comentar sobre Marina Silva (PSB), que seria a sucessora natural de Campos na disputa.
— Acho um desrespeito alguém tratar desse assunto enquanto estamos coletando os pedaços do Eduardo. Sou eu que vou abrir o processo para a nova candidatura e isso não será feito enquanto ele não for enterrado— declarou Amaral.
Em nota oficial assinada por Amaral, o PSB afirma que está de luto e que as decisões a respeito do futuro da campanha presidencial serão tomadas "ao exclusivo critério" do partido: "O Partido Socialista Brasileiro (PSB) está de luto pela trágica morte de seu Presidente Nacional, Eduardo Henrique Accioly Campos, ocorrida em 13 de agosto de 2014. Recolhe-se, neste momento, irmanado com os sentimentos dos seus militantes e da sociedade brasileira, cuidando tão somente das homenagens devidas ao líder que partiu.A direção do PSB tomará, quando julgar oportuno, e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral.São Paulo, 14 de agosto de 2014".
RELAÇÃO ANTIGA COM O PT
A relação de Amaral com o PT desperta questionamentos a respeito de seu apoio a uma eventual candidatura de Marina Silva. No ano passado, o líder do PSB, que é ex-ministro do governo Lula, chegou a sugerir a Eduardo Campos que desistisse da corrida eleitoral e apoiasse a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Na época, Amaral propôs que o candidato partisse para a disputa presidencial somente em 2018. O socialista foi quem articulou ainda a aliança do PSB com o PT do Rio, para apoiar Lindbergh Farias (PT) ao governo do estado.
Também em 2013, Roberto Amaral escreveu um polêmico artigo no qual chamou dois economistas ligados a Marina de "adversários estratégicos" e do "campo conservador". Na ocasião, quando foi dito que o político seria contra a candidata, o ex-ministro argumentou que poderia ter suas próprias opiniões dentro do partido e que as intrigas viriam de setores interessados em desestabilizar a sigla. No mesmo texto, Amaral defendeu os governos petistas sustentando que Lula viabilizou a emergência das massas, produziu riquezas e diminuiu as desigualdades do País e que Dilma dava continuidade ao binômio "desenvolvimento- distribuição de renda".
Embora Roberto Amaral tenha negado que o partido já esteja discutindo sobre a substituição de Campos, o GLOBO apurou que na manhã desta quinta-feira, líderes do PSB se reuniram em um hotel em São Paulo para tratar dos rumos da sigla na campanha e da remoção do corpo. Questionado pela reportagem sobre a necessidade de lançar rapidamente um novo nome, já que o horário eleitoral na TV e no rádio começa na terça-feira que vem, o presidente do PSB desconversou:
— O programa de TV será uma homenagem a Campos.
Na reunião do partido, estiveram presentes, além de Amaral, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), líder no senado, Beto Albuquerque (PSB-RS), líder na Câmara, o deputado Gláuber Braga, o presidente do partido no Rio, e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
O prazo para a substituição da candidatura já começou a correr. Segundo a Justiça Eleitoral, o partido tem até dez dias para definir o novo candidato. De acordo com a lei, o substituto pode pertencer a qualquer legenda da coligação, que é composta por PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL.

INVESTIGAÇÃO: Aeronáutica fez alerta sobre área de veículo não tripulado próxima à base aérea de Santos

Do ESTADAO.COM.BR
ANDREZA MATAIS, TÂNIA MONTEIRO E FÁBIO BRANDT - O ESTADO DE S. PAULO

Local ativado para voos de drone ou Vant ficaria a 19,5 km da pista. Especialista em investigação de acidentes aéreos não descarta hipótese de que veículo tenha colidido com avião
BRASÍLIA - O piloto do jato que conduzia o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos recebeu um informe com alerta para uma área de veículos aéreos não tripulados, chamados drone ou Vant. O documento, ao qual o Estado teve acesso, informa que no período entre 11 e 31 de agosto havia uma área de voo de Vant nas proximidades da base aérea de Santos. Sete pessoas morreram no acidente, entre eles Campos, o piloto, o copiloto e assessores da candidatura de Campos à Presidência da República. 
Com base nas coordenadas geográficas citadas no informe, um especialista identificou a pedido do Estado que a área ativada para voos de veículos aéreos não tripulados está aproximadamente a 19,5 km da pista de pouso na base aérea de Santos. Segundo três pilotos ouvidos pelo jornal, a área é distante do aeroporto, mas não se pode descartar a hipótese de que um Vant possa ter se deslocado. 
"Era uma área que estava ativada para Vant. Não deveria se descolar, mas é claro que pode acontecer", afirmou Rodrigo Spader, diretor de regulação do Sindicato Nacional dos Aeronautas. "Tudo é possível, mas nós não vamos trabalhar com hipóteses. Vamos aguardar a investigação."
Especialista em investigação de acidentes aéreos, o comandante Carlos Camacho afirmou ao Estado, após analisar o alerta, que "não se descarta a possibilidade de que o Vant pode ter se colidido com o avião" em que estavam o governador e outras seis pessoas. "Como é um objeto muito pequeno, se ele estava na linha (da aeronave), pode ter contribuído para a explosão do motor", complementou. 
Segundo os especialistas, o alerta para o período pode ter levado em conta o fato de que várias aeronaves se deslocariam para a base aérea devido ao período eleitoral. 
Outro piloto ouvido pelo Estado, em condição de anonimato, afirmou que a distância geográfica da área de veículos não tripulados é grande em relação à base aérea, mas também não descarta a hipótese de o Vant ter se deslocado. A Notam (Notice to Airman), como é chamado o informe, é entregue aos pilotos no momento em que se tem acesso ao plano de voo. Camacho fez um alerta para que as pessoas que encontrarem qualquer peça relativa ao acidente a devolvam às autoridades, o que pode ajudar a esclarecer se houve colisão com um veículo aéreo não tripulado.

ELEIÇÕES: Marina candidata seria vontade de Campos, diz irmão de ex-governador

Do ESTADAO.COM.BR
ANGELA LACERDA - O ESTADO DE S. PAULO

Em carta aberta, Antonio Campos defende indicação de vice para liderar chapa após morte de candidato
Recife - Único irmão do ex-governador Eduardo Campos, o advogado e escritor Antonio Campos defendeu, em carta aberta divulgada nesta quinta-feira, 14, que a candidata a vice, Marina Silva, assuma a candidatura à presidência da República pela coligação Unidos pelo Brasil, liderada pelo PSB.
Intitulada "Não vamos desistir do Brasil", frase dita por Campos na sua última entrevista antes da morte, na bancada do Jornal Nacional, na carta o advogado afirmou que "o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr riscos para viver seus sonhos". Para ele, Marina se enquadra neste perfil.
O PSB tem dez dias para apresentar a Justiça Eleitoral o novo candidato à Presidência.
Leia a íntegra da carta:
'Não vamos desistir do Brasil'
A minha perda afetiva do único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, político de talento e firmeza de propósitos.
A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco. Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava.
O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: " tenho duas mãos e o sentimento do mundo". Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava.
Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes - IMA e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores. Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo.
Agradeço, em nome da minha família enlutada, as mensagens do povo brasileiro e de outras nacionalidades.

ECONOMIA: Governo segura R$ 17 bilhões do FGTS para garantir resultado fiscal

De OGLOBO.COM.BR
POR GERALDA DOCA / MARTHA BECK

Maior parte se refere à contribuição adicional de demissão sem justa causa
Débito: prédios do Minha Casa Minha Vida: parte da dívida do Tesouro se refere a desconto no valor de imóveis - Fabio Teixeira / Fabio Teixeira/“Extra”
BRASÍLIA - Diante das dificuldades para fechar as contas de 2014, o Tesouro Nacional vem atrasando o repasse de recursos destinados a programas sociais. Segundo técnicos do governo, quase R$ 20 bilhões que deveriam estar nas mãos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do FGTS estão depositados hoje no caixa único do Tesouro para ajudar na realização do superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública).
Deste total, R$ 17 bilhões são do FGTS. Segundo fontes, o adiamento da transferência desse montante pode até mesmo prejudicar as contratações de novas moradias a médio e longo prazo (2017 e 2018). O assunto tem preocupado o Conselho Curador do Fundo e será um dos principais pontos discutidos numa reunião técnica da semana que vem.
A dívida do Tesouro com o FGTS inclui R$ 10 bilhões da contribuição adicional de 10% das demissões sem justa causa que o Executivo retém desde 2012. Outros R$ 7 bilhões são referentes ao subsídio (desconto no valor do imóvel) do Minha Casa Minha Vida. O desconto é arcado pelo FGTS (maior parte) e pelo Tesouro. Nas operações, o FGTS antecipa a parcela do Tesouro, que não está sendo repassada dentro do prazo.
DEMORA LEVA CAIXA A RECORRER À AGU
Além disso, o Tesouro deve R$ 2,5 bilhões ao FAT, dinheiro que o Fundo transfere para a Caixa, que paga benefícios como o programa Bolsa Família e o seguro-desemprego. Neste caso, existe uma previsão de que, em caso de atraso no repasse, a Caixa arque com a despesa e depois seja reembolsada com correção. O problema é que isso acabou gerando uma discrepância no balanço da Caixa, que foi questionada pelo Banco Central (BC).
Assim, a Caixa recorreu à Advocacia-Geral da União (AGU), que criou uma câmara de conciliação para arbitrar o caso. Segundo técnicos do governo, o que a instituição quer é que seja dado mais um parecer jurídico que sustente essa forma de operação e evite problemas com o BC. No entanto, o mais provável é que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, não se pronuncie sobre o caso.
Procurado, o Tesouro informou, por meio de nota, que os repasses para benefícios sociais como o Bolsa Família seguem a programação financeira e que não há qualquer anormalidade no processo de transferência. O texto diz ainda que “o saldo nas contas dos programas sociais está atualmente positivo”. Sobre os repasses ao FGTS, o Tesouro não se pronunciou até o fechamento da edição.
Já a Caixa informou que o processo de repasse do Tesouro prevê a compensação de custos financeiros decorrentes de saldos positivos ou negativos. Em nota, a instituição explicou que o recurso à AGU foi feito para “dirimir dúvidas entre entes da administração federal. Esse procedimento é rotineiro e definido em legislação”.

DIREITO: OAB divulga resultado preliminar da 1ª fase do 14º Exame de Ordem

Do UOL, em São Paulo

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) publicou nesta quinta-feira (14) o resultado preliminar da primeira fase do 14º Exame Unificado de Ordem. A prova, que teve 110.820 candidatos inscritos, foi realizada no dia 3 de agosto. 
OAB
Segundo a OAB, o examinando poderá interpor recurso contra o resultado preliminar da prova objetiva das 12h de hoje até as 12h de domingo (17), conforme o horário oficial de Brasília (DF). O resultado final desta fase deve ser divulgado no dia 29 de agosto.
A prova da primeira fase teve 80 questões de múltipla escolha. O exame tinha questões de disciplinas profissionalizantes obrigatórias e integrantes do currículo mínimo do curso de direito, além de questões sobre o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina da OAB, Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Filosofia do Direito, Direito Ambiental e Direito Internacional.
Os aprovados na primeira fase deste exame e os candidatos que solicitaram o reaproveitamento da primeira fase do exame anterior farão a prova da segunda etapa no dia 14 de setembro. A solicitação de reaproveitamento deve ser feita no site www.oab.fgv.br, das 14h do dia 5 de agosto até as 23h59 do dia 12 de agosto. 
O que é o Exame de Ordem
A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de direito do último ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres.
Exame da OAB

POLÍTICA: Marina vem aí

Por Ilimar Franco - O Globo

O PSB e seus aliados pretendem fazer da vice Marina Silva sua candidata ao Planalto. Com a morte de Eduardo Campos, os políticos avaliam que será preciso escolher um nome de viabilidade eleitoral garantida para dissuadir os que querem se entregar ao PT ou ao PSDB. Os cientistas políticos e marqueteiros avaliam que a posição de Aécio Neves está ameaçada e que a disputa irá agora, com certeza, para o 2º turno. 

HUMOR

Do blog do NOBLAT

COMENTÁRIO: Sem Marina, acaba a terceira via

Por Elio Gaspari - O Globo

Caberá ao PSB decidir o que fará com a cabeça de sua chapa à Presidência da República, mas de duas uma: ou Marina Silva ascende à posição aberta com a morte de Eduardo Campos, ou a terceira opção desaparece. Se ela era a candidata a vice-presidente até as primeiras horas da manhã de ontem, será difícil justificar outra solução, sobretudo tratando-se de uma companheira de chapa que tem identidade própria e recebeu 20 milhões de votos na última eleição.
Marina não entrou na chapa de Eduardo Campos como um simples apenso destinado a costurar acordos partidários. Se não serve para substituir o candidato morto, serviria para quê? Com algum exagero no paralelo, o entendimento de que o vice-presidente é um enfeite desemboca na manhã de outro agosto, de 1969, quando o presidente Costa e Silva estava entrevado por uma isquemia cerebral, e os ministros militares mandaram o vice Pedro Aleixo para casa. Dezesseis anos depois, para alívio geral, o vice-presidente José Sarney assumiu no dia em que Tancredo Neves deveria ser empossado. O presidente eleito estava hospitalizado e morreria mês depois.
Pedro Aleixo e Sarney já haviam sido eleitos. Ambos, contudo, eram enfeites. Um, para dar um toque civil à Presidência de um marechal. O outro, dava sabor governista a um presidente da oposição. Não sendo enfeite, Marina é mais que isso.
Se a ex-senadora for deixada de lado, a terceira via implode. Se ela substituir Eduardo Campos, a natureza dessa terceira via muda de qualidade e transforma a eleição deste ano numa reedição do pleito de 2010.
Eduardo Campos será sepultado no mesmo jazigo onde está seu avô, Miguel Arraes, morto em outro 13 de agosto. Ele disputava a Presidência contra outro neto, Aécio Neves. Nos próximos dias, vai-se saber o que farão o PSB e Marina. A lembrança de Arraes e Tancredo, contudo, leva a uma especulação passadológica. Em 1980, quando a polarização bipartidária foi rompida pelo governo, Tancredo sinalizou que iria para um terceiro caminho, dizendo que o seu MDB não era o de Arraes. Quatro anos depois, quando se costurava o arco de alianças que permitiria a eleição indireta de Tancredo, o deputado Fernando Lyra (irmão do atual governador de Pernambuco) costurou um encontro de Tancredo com Arraes e o impossível aconteceu. Os dois ficaram juntos, acabaram com a ditadura e foram felizes para sempre.
Tancredo elegeu-se presidente da República porque costurou alianças consideradas impossíveis pela política do andar de cima e óbvias para o ronco das ruas no andar de baixo, ouvida durante a campanha das Diretas. Havia no avô de Aécio Neves habilidade, mas sobretudo conhecimento da História. Diferenciou-se pela percepção que teve do fenômeno político que formaria alianças prá lá de implausíveis.
Se o PSB, marineiros e tucanos quiserem impedir que o PT permaneça no governo por 16 anos seguidos, em algum lugar alguém pensará o impossível: Marina Silva na campanha de Aécio Neves. Olhando-se essa hipótese pela ótica da política é enorme o espaço que os separa. Pela ótica da História, caso ela esteja no tabuleiro, é razoável. Se não estiver, paciência. Tancredo não fazia só política, fazia História.
Elio Gaspari é jornalista

COMENTÁRIO: Se Marina disputar eleição, governo terá que mudar tática do “nós contra eles”

Por MARCELO MORAES - ESTADAO.COM.BR

Se for nomeada como substituta da Campos, Marina trará uma candidatura fora dos eixos tradicionais
Ainda sob forte impacto emocional da morte de Eduardo Campos, o PSB e sua candidata a vice-presidente, Marina Silva, sabem que o relógio eleitoral está correndo. Precisam decidir até os próximos nove dias se o partido se retira da disputa ou se efetiva Marina ou algum outro candidato no lugar de Campos. Enquanto essa decisão não é anunciada, os aliados da presidente Dilma Rousseff já se preparam para a entrada de Marina na campanha e para uma mudança completa de estratégia.
No cenário anterior, a eleição estava polarizada entre Dilma e o tucano Aécio Neves. Esse era a situação considerada ideal pelos governistas, uma vez que reproduzia a situação das cinco eleições passadas, que opuseram tucanos e petistas na disputa direta pelo Palácio do Planalto. O cenário trazia um conforto para o modelo de campanha desejado pelos petistas. Com esse quadro, o discurso foi construído para comparar gestões de PT e PSDB, confrontando números, indicadores e visões de País. Sempre dentro do tema “nós contra eles”, uma espécie de zona de conforto para os estratégicas petistas.
Se for a candidata, Marina trará um potencial político de rompimento dessa lógica. Seu perfil se identifica com as críticas apresentadas nas manifestações de junho do ano passado e que estavam órfãos de candidatos no quadro anterior. Marina prega a nào política, criticando acordos políticos convencionais. Seus aliados se movem com grande desenvoltura pelo campo das redes sociais e ela traz para o debate um discurso que inclui ambientalismo, desenvolvimento sustentável e novas práticas políticas. Agrega ainda voto conservador por ser evangélica. Em compensação, é vista com desconfiança pelo mercado e com imensa preocupação pelo setor do agronegócio.
Como Campos, Marina é uma dissidente dos governos petistas. Depois de ter sido ministra do Meio Ambiente com Lula, Marina tem criticado diretamente o atual modelo de governo. Em 2010, pelo PV, teve apenas um minutos de televisão para fazer campanha e somou quase 20 milhões de votos. Se conseguirá ampliar esse cacife, ainda é um mistério. Mas para que essa resposta surja, PSB e Marina precisam tomar a decisão sobre seu futuro político na disputa presidencial.

COMENTÁRIO: Um partido na encruzilhada

Por  José Casado - O Globo

Nas próximas horas, Roberto Amaral assume a presidência do PSB. Pela segunda vez no mesmo papel: substituiu Miguel Arraes, morto em 2005, e sucederá a Eduardo Campos, neto de Arraes, vítima ontem.
Depois do funeral, ele vai convocar o diretório do partido para decidir: a) se o PSB terá ou não candidato presidencial; b) caso tenha, se vai ser Marina Silva, a vice de Eduardo Campos.
Aos 75 anos, Amaral encarna as ambiguidades do PSB nesta disputa presidencial. Cresceu na política como burocrata de partido e é aliado de Lula e Dilma Rousseff. Ano passado, sugeriu a Campos apoiar Dilma deixando a candidatura presidencial para 2018. Aliou o PSB do Rio ao candidato petista Lindbergh Farias.
A decisão sobre o futuro imediato do PSB passa por outro personagem ambíguo, Márcio França, 51 anos, ex-prefeito de Campinas, deputado federal e candidato a vice-governador de São Paulo na chapa liderada por Geraldo Alckmin (PSDB).
França controla pouco mais de um terço dos votos no diretório nacional do PSB. Venceu a rejeição de Marina Silva à aliança com o PSDB de Alckmin, mas tem preservado uma pública equidistância do candidato Aécio Neves.
O PSB realizou uma proeza, em dezembro, ao unir Campos a Marina, que sempre o suplantou nas pesquisas. Desde a eleição passada, quando levou 21% dos votos de Minas, 31% do Rio e 21% de São Paulo, ela insiste em se apresentar como alternativa ao jogo PT-PSDB.
Marina seria a candidata "natural", mas a oposição interna deixa o PSB numa encruzilhada: tem muito pouco tempo para decidir se continuará na trilha aberta por Campos ou se recua e congela seu futuro, subordinando-se como satélite na constelação do PSDB ou do PT.

ELEIÇÕES: Caciques do PSB se reúnem em SP para definir rumo de candidatura

De OGLOBO.COM.BR
POR MARCO GRILLO / PAULA FERREIRA / JULIANNA GRANJEIA / FLÁVIO ILHA / SÉRGIO ROXO, ENVIADO ESPECIAL

Para nome forte do partido, Marina Silva seria a escolha de Eduardo Campos
Deputado Júlio Delgado (PSB-MG) participou de reunião com a cúpula do partido - Ailton de Freitas/09-04-2014 / Agência O Globo
RIO, SÃO PAULO, PORTO ALEGRE, BRASÍLIA, RECIFE E TERESINA — Caciques do PSB se reuniram na manhã desta quinta-feira em São Paulo para discutir os rumos do partido na campanha presidencial e definiram que qualquer decisão a respeito do futuro da sucessão presidencial só será anunciada oficialmente depois do sepultamento de Eduardo Campos.
O presidente nacional do partido, Roberto Amaral, o líder no Senado e candidato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o líder na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), o presidente do partido no Rio, deputado Gláuber Braga e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) estão na capital paulista. Roberto Freire, presidente nacional do PPS, um dos partidos que compõem a chapa, também está em São Paulo.
Após o encontro, Delgado e o ex-ministro Fernando Bezerra seguiram para o Instituto Médico Legal (IML) para acompanhar a liberação do corpo de Eduardo Campos, que morreu na manhã de quarta-feira, vítima de um acidente de avião em Santos, no litoral paulista.
Júlio Delgado afirmou que Eduardo Campos, caso estivesse vivo, gostaria de ver Marina Silva candidata. A ex-senadora, vice na chapa da coligação "Unidos pelo Brasil" (PSB, PPS, PHS, PRP, PPL, PSL, além da Rede), ainda não se posicionou sobre o assunto.
— É um sentimento que tenho (de que Eduardo gostaria de ver Marina candidata), pela relação que eles construíram ao longo dos últimos meses — afirmou, por telefone, o deputado, presidente do PSB em Minas Gerais e integrante do Diretório Nacional do partido.
CANDIDATA "NATURAL"
A opinião é compartilhada por Beto Albuquerque, que considera a candidatura de Marina "natural".
— Não sabemos exatamente qual será o destino (da candidatura). Temos que conversar internamente, ver a disposição de um ou de outro, nossos aliados também, saber o que estão pensando. Não sei se a Marina, que é nossa grande companheira, aceita ou não (a candidatura). Não a consultamos, não tivemos nenhum diálogo ainda. O nome dela, num primeiro momento, parece ser natural. Mas num abalo desses a gente não sabe o que está passando na cabeça de cada um — disse o deputado, ressaltando que o PSB vai "honrar o legado de Campos". — A chama que ele acendeu, e que não era pequena no Brasil, estava crescendo muito. Essa chama, não vamos deixar apagar. Vamos honrar esse legado do Eduardo, não vamos deixar a peteca cair.
Outro nome presente à reunião, Rollemberg também citou a candidatura de Marina como o cenário mais provável.
— O que a gente acertou é que qualquer desdobramento será depois do sepultamento do Eduardo. Claro que é natural que seja Marina (a candidata), mas esse não é o momento de falar nisso — disse Rollemberg, emocionado.
Ex-senador e candidato a deputado federal no Piauí, Heráclito Fortes (PSB) foi além. Segundo ele, a candidatura de Marina à Presidência e a de Roberto Freire para a vice-presidência são "naturais".
— Se Marina Silva podia ser a vice-presidente, também pode ser a presidente. O lógico que o nome seja o de Marina e acho que o nome natural é o do Roberto Freire (para a vice), porque ele já foi senador, foi deputado federal por Pernambuco, é deputado por São Paulo. É um nome que o Brasil conhece — disse Heráclito.
O prazo do partido para resolver a questão é apertado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipula um prazo de dez dias para a definição sobre a candidatura, mas a agenda é ainda mais apertada, já que a campanha na televisão começa na próxima terça-feira.
NOME ESPECULADO
Por telefone, a secretária de Roberto Amaral afirmou que o vice-presidente do partido estava em reunião. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos nomes influentes do partido e ventilado como um possível candidato a vice-presidente, nega que a sucessão presidencial esteja na pauta do encontro.
— Estou aqui com o (Rodrigo) Rollemberg, o Beto (Albuquerque) e o Roberto Amaral e não existe essa discussão. Estamos aqui para prestar as últimas homenagens ao nosso grande irmão, o Eduardo — afirmou.
Questionado se aceitaria uma indicação do partido para a vice-presidência da chapa, o deputado desconversou.
— Não existe essa especulação, em momento nenhum isso foi conversado. Não vou falar sobre o futuro, porque o presente é a dor.
Delgado, candidato à reeleição para deputado federal, ressaltou que ainda é cedo para o partido tomar alguma decisão.
— O abalo do pessoal ligado ao Eduardo é muito grande. Não existe posicionamento, batida de martelo. Primeiro, estamos pegando energia. O que eu tenho é um sentimento (sobre Marina), mas não é uma deliberação e nem uma decisão partidária. O que pode acontecer (alguma posição do partido) é em Recife, após o sepultamento, porque, por enquanto, não tem a menor condição. Hoje, nada acontece, isso eu posso garantir — afirmou o deputado, destacando que não é nenhuma reunião partidária agendada para debater o assunto.
FUTURO DE MARINA NA ELEIÇÃO
Há muitas questões a serem acertadas entre PSB e Rede antes de uma decisão sobre o futuro de Marina. Uma preocupação por parte de lideranças do PSB é com relação às alianças feitas por Eduardo Campos em alguns estados e que não tiveram o apoio de Marina, como no caso de São Paulo. No estado, o PSB se aliou ao PSDB, por exemplo. Muitos no PSB se perguntam se a vice vai manter esses acordos políticos.
Outra preocupação é com o futuro de Marina no PSB no caso de uma vitória nesta eleição. Há quem diga que o partido pode ganhar a Presidência da República, mas não levá-la. A ex-senadora repetiu inúmeras vezes nos últimos meses que, no ano que vem, voltará a se empenhar na criação do seu partido, a Rede Sustentabilidade. No processo de aliança e filiação, havia o compromisso de permitir a saída de Marina e de seus aliados em 2015.
Apesar da aliança com Campos, Marina ainda mantém grande distância da maioria dos integrantes do PSB. Campos era o principal elo dela com a legenda. A ex-senadora discordava das alianças feitas nos principais estados. Para se ter uma ideia, desde o início oficial da campanha, a candidata a vice não fez nenhuma atividade de rua ao lado de Campos nos 13 estados em que o seu grupo e o PSB não chegaram a um acordo sobre as candidaturas estaduais. Nesse locais, a campanha conjunta se resumiu a reuniões fechadas.
Um outro ponto é que todo o núcleo central da campanha era formado por homens de confiança de Campos, muitos deles oriundos de Pernambuco. É o caso, por exemplo, do tesoureiro da campanha Henrique Costa, amigo do ex-governador. O partido surpreendeu ao declarar na primeira prestação de contas uma arrecadação de R$ 8,2 milhões. A coordenação do programa de televisão estava a cargo do argentino Diego Brandy, que trabalhou nas duas campanhas ao governo de Pernambuco de Campos.
Embora considerada neste momento remota, existe a possibilidade de descartar Marina na cabeça de chapa e optar por um outro nome. O partido não possui nenhuma liderança que lidere uma eleição majoritária em estado importante. Abaixo de Campos, os principais nomes da legenda são o senador Rodrigo Rollemberg (DF), candidato a governador do Distrito Federal, e os deputados federais Márcio França, candidato a vice de Geraldo Alckmin em São Paulo, Beto Albuquerque, candidato ao Senado no Rio Grande do Sul, e Julio Delgado (MG).
No caso da escolha de um novo nome, o partido também corre o risco de ver a debanda de Marina e seu grupo, o que enfraqueceria o projeto presidencial
DOCUMENTOS ENCONTRADOS
Durante a madrugada, bombeiros localizaram a carteira de Eduardo Campos, com uma série de documentos, na área atingida pela quada do avião, na manhã de quarta-feira. Durante a manhã desta quinta, o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, e o presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, estiveram na casa da família de Campos, no bairro Dois Irmão. Geraldo Júlio afirmou que Campos é o maior líder político que ele já conheceu.
(Colaborou Efrém Ribeiro)

ELEIÇÕES: Marina Silva é tratada como sucessora natural de Eduardo Campos

Do ESTADAO.COM.BR
JOÃO DOMINGOS E PEDRO VENCESLAU - O ESTADO DE S. PAULO

Lideranças da coligação em torno do PSB avaliam que ex-ministra não vai resistir à pressão para assumir o posto de presidenciável
BRASÍLIA - A ex-ministra Marina Silva é considerada a sucessora natural do ex-governador Eduardo Campos para disputar a Presidência da República pelo PSB por todos os integrantes do partido e da coligação, que conta também com PPS, PHS, PRP, PPL e PSL. 
Embora as principais lideranças desses partidos estejam ainda muito emocionadas com a morte de Campos, provocada pela queda do jatinho que o transportava do Rio de Janeiro para Santos, na quarta-feira pela manhã, a impressão geral é de que Marina, candidata a vice na chapa, não conseguirá resistir à pressão para que assuma o posto de presidenciável da coligação. O PSB tem prazo de dez dias para fazer a substituição. 
Marina terá de se preocupar mais com a campanha e menos com a Rede
Entre os líderes existe ainda a avaliação de que Marina vai se defrontar com uma realidade diferente da que tinha traçado para si: enquanto Eduardo Campos lutava para chegar ao segundo turno da eleição, ela estava mais interessada era na formalização de seu partido, a Rede Sustentabilidade, cujo registro foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro do ano passado, por não ter conseguido as assinaturas necessárias para ser legalizado. 
Agora, Marina terá de se preocupar mais com a campanha e menos com a Rede. Especulam-se já nomes para substituir a ex-ministra no posto de vice. Entre o PSB, a percepção é a de que será preciso ter na chapa um nome “orgânico” do partido, um “pessebista de raiz”, de um Estado grande. O deputado Júlio Delgado, presidente do PSB de Minas, nome que era ligado a Eduardo Campos, seria uma opção clássica. Questionado nesta quarta sobre o futuro do PSB, porém, Delgado foi taxativo. “Perdemos o nosso norte. Não existe conversa de partido ainda. Para o PSB, Eduardo é insubstituível”, afirmou o parlamentar.
Fala-se ainda na possibilidade de candidatura a vice da ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, cujo perfil é marcado pela luta contra a corrupção, hoje candidata a senadora pela Bahia; no deputado Romário Farias, candidato a senador pelo Rio de Janeiro; no deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, e no economista Eduardo Gianetti da Fonseca. 
Este último seria uma espécie de vacina contra as desconfianças do empresariado em relação a Marina, uma repetição do que ocorreu em 2010, quando seu vice foi o empresário Guilherme Leal. 
Um dos principais quadros políticos da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina Silva dentro do PSB, o ex-deputado Walter Feldman afirma que Marina proibiu seus correligionários de falarem sobre a eleição até o enterro de Campos. “Ninguém teve ousadia de perguntar isso a ela”, diz. 
Choque. Se confirmar a candidatura à Presidência no lugar de Campos, Marina tenderá a depurar mais a aliança que se formou em torno do ex-governador de Pernambuco. É provável, por exemplo, um choque ideológico com o presidente do PSB de Santa Catarina, deputado Paulo Bornhausen, agora candidato a senador.
Marina posicionou-se contrária à abertura do PSB para setores que ele considera à direita. Para o cientista político Leonardo Barreto, surgiu à frente de Marina Silva “uma janela para o improvável”.
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