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POR RENNAN SETTI / JULIANA GARÇON
Bolsas globais se animam com manutenção de juros nos EUA

- Dennis Brack / Bloomberg News
RIO - Depois de cair a R$ 3,183 no início da sessão, o dólar comercial encerrou em alta de 0,49% nesta quinta-feira, cotado a R$ 3,227 para venda, na contramão do movimento global para a moeda. Segundo analistas, a divisa americana inverteu a trajetória ao longo do dia com a redução do fluxo de venda de dólares após a cotação recuar abaixo de R$ 3,20, além de rumores de que o Banco Central (BC) poderia aumentar a intervenção para impedir que o dólar fique muito barato. Também ajudou a valorizar a divisa americana a queda dos juros futuros no Brasil, provocada pela inflação mais baixa que o esperado e pela declaração do ministro da Fazenda de que “é altamente provável” um corte de juros este ano. No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 1,02%, a 58.994 pontos, ainda beneficiada pela manutenção dos juros nos EUA, anunciada na tarde de ontem.
— Quando o dólar cai abaixo de R$ 3,20, fica a percepção de que a venda perde força, uma vez que o vendedor fica receoso com a possibilidade de a moeda voltar a ganhar força porque o ajuste fiscal ainda é incerto. A aprovação da PEC do teto de gastos é considerada fundamental para a continuidade da lua de mel dos investidores, mas ela ainda é algo que não se concretizou. Uma nova rodada de compra de ativos do Brasil só pode se dar caso essa agenda avance — explicou Cleber Alessie, “trader” de câmbio da H. Commcor.
Pela manhã, o BC vendeu todos os cinco mil contratos de swap cambial reverso, operação que equivale à compra futura de dólares e acaba contribuindo para valorizar a divisa americana. Segundo Alessie, circulou no mercado hoje os rumores de que o BC estaria avaliando voltar a vender 10 mil contratos por dia, dobrando a intervenção e voltando aos níveis que vinha mantendo nos meses passados:
— Embora eu não acredite que o BC tenha essa intenção caso o dólar não se aproxime de R$ 3,15 nos próximos dias, o mercado tem esse receio.
No exterior, o Dollar Index Spot, que compara a moeda americana com uma cesta global de dez divisas, recua 0,1% na esteira da manutenção de juros pelo Fed.
Ontem, a divisa recuou 1,3% por causa da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter os juros entre 0,25% e 0,5% ao ano. Isso garante a ampla liquidez global por mais algum tempo — e, consequentemente, os recursos que vêm sustentando a valorização dos ativos em todo o mundo, e especialmente nos mercados emergentes, como o Brasil, a fim de garantir rentabilidade. O Fed sinalizou que deverá haver uma alta nos juros do país este ano, e não mais duas, movimento que reforçou a expectativa do mercado de que ocorra em dezembro.
Também ontem, o Banco do Japão mudou o foco de sua política monetária e determinou meta para rendimento de títulos públicos, movimento que também agradou os mercados. Ainda no cenário internacional, a alta do petróleo favorece as bolsas: a cotação do Brent, referência para o mercado brasileiro, sobe 1,47%, a US$ 47,52 em Londres.
Na Bovespa, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras ganharam 1,30% e as preferencias, sem direito a voto, avançaram 2,48%. Entre os bancos, o Itaú Unibanco PN subiu 1,59%, enquanto o Bradesco PN avançou 1,92%. O Banco do Brasil ON registrou alta de 0,47%. No setor de consumo, a Ambev subiu 1,07%.
— A sinalização do Fed e do BoJ foi muito importante pois muita gente estava começando a questionar se esses BCs iam continuar com uma política muito expansiva ou se começariam a mudar essa situação. A mensagem que foi dada é que o Fed parece ver juros mais baixos por mais tempo, e os BCs continuarão com uma política expansionista mais forte. O mercado ficou, então, mais leve e propício à tomada de risco — disse Hersz Ferman, da Elite Corretora
A mineradora Vale fechou em queda, com os papéis ON em baixa de 0,56% e os PN, de 0,19%. A companhia caiu a despeito da alta do minério de ferro, que subiu pelo terceiro dia consecutivo. Hoje, a commodity ganhou 0,84% e foi a US$ 56,34, maior cotação em 13 dias.
No cenário interno, a desaceleração do IPCA foi bem recebida pelos investidores. Como informou hoje o IBGE, a prévia oficial da inflação medida pelo IPCA-15 desacelerou para 0,23% em setembro, refletindo uma deflação de 0,01% registrada nos preços dos alimentos, que vinham pressionando a taxa para cima
— Especialmente, porque a origem desse movimento é nos alimentos, o que indica consolidação da tendência — explica Adeodato Netto, chefe de mercados da Eleven Financial Research. — Assim, começa a se desenhar um quadro de estabilidade, que permite alívio nos juros, tira peso da dívida pública e reduz o custo de capital.
A inflação menor que o esperado e a declaração de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, dizendo que “é altamente provável” o corte da Selic este ano fizeram com que os juros futuros caíssem. O contrato DI com vencimento em 2021 recuou de 11,88% para 11,72%. Para Ferman, essa é uma das explicações para a alta do dólar - juros menores atraem menos investidores estrangeiros, reduzindo a oferta da moeda americana no Brasil.
BOLSAS GLOBAIS EM ALTA
Em Wall Street, o índice Dow Jones ganhou 0,54%, o S&P avançou 0,65% e a Bolsa eletrônica Nasdaq teve alta de 0,84%. Em Londres, o FTSE 100 registrou alta de 1,12%. O Dax, em Frankfurt, teve valorização de 2,28%. O CAC, em Paris, subiu 2,27%.
Na Ásia, o mercado acionário chinês terminou em alta, em resposta à decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de manter a taxa de juros aliviou o nervosismo dos investidores. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,75%. O índice de Xangai subiu 0,56%. O restante da região também apresentou alta diante da decisão do Fed. Em Tóquio, o índice Nikkei não operou. Hong Kong subiu 0,38%; Seul teve valorização de 0,67%; Taiwan registrou alta de 0,07%; Cingapura desvalorizou-se 0,16%; e Sydney avançou 0,65%.


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