sexta-feira, 11 de maio de 2012

POLÍTICA: Partidos gastam R$ 310 milhões em 2011; PT é o campeão de arrecadação


Do UOL, em São Paulo

Os partidos registrados no TSE gastaram R$ 310.533.832,70 em 2011. O PT foi o partido que mais gastou e também o que mais arrecadou no ano passado.
Os gastos contabilizaram R$ 71.760.939,17 em exercício financeiro. Já a receita foi de R$ 109.882.972,81. Os dados foram divulgados pelo tribunal nesta sexta-feira (11).
O menor gasto e menor renda foi do PPL. O partido, registrado em outubro passado, teve despesa de R$ 124.743,38 e arrecadou R$ 206.052,27. 
 Nessa contabilização geral do TSE não constam os gastos e a renda do PHS. Apesar de ter declarado em dia, os dados da legenda ainda não foram computados.
Quanto à receita, os diretórios nacionais declararam ao TSE que receberam R$ 382.506.512,44.
Deste total, R$ 307.317.749,00 foram recebidos pelo Fundo Partidário. Agora, depois da prestação de contas, os dados dos diretórios nacionais serão analisados pela Corte; os estaduais, pelo Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado; e os municipais ou zonais, pelo juiz eleitoral.

Ano eleitoral

Em 2010, quando houve a eleição para presidente, os dois principais partidos, PT e PSDB, tiveram um arrecadação recorde, mas fecharam o ano com dívida milionária. Os petistas terminaram o ano com um déficit de R$ 42,7 milhões. O PSDB com um rombo de R$ 11,9 milhões.
Os partidos informaram que, além de terem gasto mais do que arrecadaram, ambos herdaram as dívidas das campanhas presidenciais e ainda registram despesa em aberto referente às eleições de 2006.
A maior dívida de 2010 do PSDB era de R$ 8 milhões, com empresas de comunicação das campanhas de 2006 e 2010.
O PT também regostrou dívidas referentes a propaganda eleitoral de 2010, de R$ 6,5 milhões, e pelo menos R$ 3,5 milhões em material gráfico.
Em 2010, segundo o TSE, explodiu a arrecadação declarada dos principais partidos, especialmente com doações de empresas --maior fonte de renda das siglas.
Juntos, PT, PSDB, DEM e PMDB receberam doações de R$ 402 milhões --crescimento de 2.200% em relação a 2009 (ano sem eleições), e 375% maior que 2006 (ano de eleições nacionais).
Os repasses das empreiteiras, tradicionais colaboradoras, representam cerca de um terço do total.
Além das doações, integram a receita o Fundo Partidário (parcela do Orçamento da União repartida entre os partidos) e as colaborações de filiados.
As arrecadações do PT e do PSDB teve um salto em 2010. Empreiteiras e bancos optaram por financiar os partidos em vez de repassar recursos direto a candidatos e comitês.
Os valores, contudo, não foram suficientes para cobrir todos os gastos.

COMENTÁRIO: Brancaleone


Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
Com o exímio diretor de cena João Santana ocupado em burilar a imagem da presidente Dilma Rousseff à semelhança do gosto popular e Lula temporariamente afastado do papel de catalisador de todas as atenções, o PT ficou desguarnecido.
Sem anteparos, desprovido de figurinos elegantes e de roteiro adaptado, deixou de lado o modelo moderado. Joga como veio ao mundo e, explícito, tem feito uma bobagem atrás da outra.
Rui Falcão na presidência do partido é apontado como o responsável pelos trabalhos, no bastidor, reconhecidamente atrapalhados. Não deixa de ser uma injustiça, por meia verdade.
Não foi (só) ele quem andou espalhando que a ideia de montar uma CPI a partir da Operação Monte Carlo teve origem no intuito do ex-presidente Lula de se vingar de adversários envolvidos nas denúncias e socializar prejuízos políticos decorrentes do julgamento do mensalão.
Foram parlamentares e ministros do partido. Emergiu desses personagens também a versão de que a revista Veja seria "sócia" do esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, vulgo Cachoeira, na conspiração para derrubar ministros.
Apressados, nem notaram a tolice: Dilma os demitiu. Então, se maquinação houve, a presidente esteve a ela associada.
Rui Falcão assume as operações atabalhoadas um pouco depois, quando faz convocação pública à "sociedade e movimentos sociais" no apoio à CPI para "desmascarar" os autores da "farsa do mensalão".
Entre os quais não se incluíam José Dirceu e companhia, que levaram a imagem do PT à lama, mas a imprensa, parlamentares que atuaram na CPI dos Correios e ministros do Supremo Tribunal Federal cujos votos foram especialmente rigorosos na aceitação da denúncia.
Aquilo que era para ser executado na sombra veio à luz. Não satisfeito, Falcão fez-se porta-voz do propósito de se aproveitar do momento para "enfrentar o poder da mídia que contrasta com nosso governo desde a subida de Lula". Isso era dito aos sussurros por petistas que asseguravam ter o apoio de parlamentares de outros partidos "loucos para pegar a Veja".
Agora, a pressão sobre o procurador Roberto Gurgel que era apenas insinuada, gestada nos atos dos integrantes da CPI, tornou-se explícita porque Gurgel reagiu apontando claramente a existência de uma ofensiva urdida por quem deve e por isso teme: os réus do mensalão.
Ficou tudo às claras, restando aos feiticeiros buscarem a cada lance um jeito de não ser atingidos pelos efeitos do feitiço.
Indisposição. Um detalhe na pesquisa Ibope sobre a Prefeitura de São Paulo chama atenção. Dos 11 candidatos citados, só um não tem índice de rejeição superior ao porcentual de aprovação.
Por ordem de preferência a escala é a seguinte: José Serra tem 31% de votos positivos, mas 35% dizem que não votariam nele de jeito nenhum; Celso Russomanno é exceção, mas quase empata com 16% de aceitação e 13% de rejeição; Netinho recebe 8% dos "sim", mas é campeão do "não", com 38%.
Soninha Francine é escolhida por 7% e rejeitada por 17%; Gabriel Chalita tem 6% das preferências e 11% das opiniões negativas; 5% escolhem Paulinho da Força e 18% o repudiam; Fernando Haddad atrai 3% de simpatia e 12% de antipatia.
Os lanternas são Carlos Giannazi, Luiz Flávio D'Urso, com 1% cada, e Levy Fidelix sem nada, zero. No quesito rejeição dos dois primeiros recebem respectivamente 9% e 11% e o último vai a 19%.
Perna curta. O pedido - negado pelo ministro relator Joaquim Barbosa - da defesa para desdobrar o processo do mensalão a fim de que 35 dos 38 acusados fossem julgados em tribunal de primeira instância e não do Supremo Tribunal Federal, era clara manobra de procrastinação.
Um dos beneficiados pela volta à estaca zero seria o deputado cassado José Dirceu, justamente o réu que proclama o desejo de ser julgado o mais rápido possível.

COMENTÁRIO: Sinais de desarrumação


Por Celso Ming - O Estado de S.Paulo

Há algumas semanas a economia brasileira vem passando certos sinais de desarrumação.

Não dá mais, por exemplo, para continuar afirmando que a inflação não é problema. O avanço do IPCA de abril, de nada menos que 0,64% (foi de 0,21% em março), e, mais do que isso, o nível de difusão dessa alta (63%) mostram que ela não pode ser atribuída apenas à estocada dos preços dos cigarros - como sugeriu ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A primeira prévia do IGP-M de maio também apontou uma guinada forte dos preços no atacado (de 1,15%). E, como o atacado de hoje tende a ser o varejo de amanhã, em consequência desse fator alguma inflação adicional está encomendada.
A força das remarcações no atacado, por sua vez, reflete em alguma medida a escalada das cotações do dólar no câmbio interno, de 6,5% nas últimas cinco semanas, induzidas por ação do Banco Central.
A ânsia por puxar pela desvalorização do real parece ter impedido o governo Dilma de entender que, nos dois últimos anos, a indústria ficou muito mais dependente das importações. Para enfrentar custos crescentes dos fatores de produção, sobretudo da mão de obra, o setor industrial recorreu mais pesadamente às importações de matérias-primas, insumos, peças e conjuntos. A alta do dólar no câmbio interno criou um custo adicional de produção que está sendo repassado quase automaticamente para os preços finais.
Essa nova alta de preços vai sendo desenhada num ambiente em que o consumo cresce entre 5% e 6% ao ano sem contrapartida da atividade econômica, que vai ficando para trás.
Por falar nisso, a presidente Dilma enfrenta agora a perspectiva de não poder entregar, pelo segundo ano consecutivo, o crescimento econômico anual prometido, desta vez entre 4,0% e 4,5%. O discurso oficial ainda conta com essas projeções. Mas o mercado, consultado semanalmente pelo Banco Central por meio de sua Pesquisa Focus (que atinge cerca de 100 instituições), já trabalha com crescimento do PIB para 2012 de só 3,2%. Mas um punhado de analistas passou a projetar números inferiores a 3,0%. O mau desempenho da indústria, reafirmado por um punhado de estatísticas de origens diversas, parece confirmar essa percepção.
Em outras palavras, o comportamento insatisfatório do setor produtivo vai mostrando os limites da atual política econômica voluntarista da presidente Dilma, construída com sucessão de puxadinhos e expedientes improvisados. Parece mais difícil agora esticar a alta do dólar e derrubar os juros para elevar a competitividade da indústria.
Essa desarrumação foi ontem enfaticamente desmentida pelo ministro Guido Mantega. Mas está cada vez mais difícil confiar nas declarações dele, ultimamente contrariadas pelos fatos. O último objeto dos reiterados desmentidos do ministro foram as mudanças nas cadernetas. Mantega argumentava que não havia o que alterar nas regras das cadernetas, porque não detectara migração significativa de aplicações dos fundos de renda fixa para elas. Agora, insiste em que a alta do dólar no câmbio interno não provoca inflação relevante. Tomara que o ministro esteja certo e que, no final deste ano, possa comemorar um crescimento do PIB de ao menos 4,5%.

ECONOMIA: Dólar sobe, mas volta a R$ 1,95; Bolsa inverte sinal e sobe


De OGLOBO.COM.BR

Investidores continuam monitorando situação da Espanha e Grécia e repercutem dados da ChinaSÃO PAULO - O  dólar  reduziu  um  pouco  a valorização verificada no início do pregão e às 11h03m  subia  0,15 %  vontando  a  operar  no  patamar  de  R$  1,95.  Na   venda, a moeda americana estava sendo negociada a  R$ 1,9550  e  na  compra  a  R$ 1,9530.  O  Ibovespa, principal  índice  da  Bolsa  de  Valores de  São  Paulo (Bovespa), que abriu o dia em queda, inverteu o   sinal e passou a subir. Por volta de 11h, o índice se valorizava 0,63% aos 60.079 pontos.
Na quinta, após dois pregões de alta próxima a 1%, o dólar comercial encerrou a sessão desta quinta-feira em queda de 0,56%, cotado a R$ 1,9520 na venda e R$ 1,9500 na compra. Nos primeiros dez dias de maio, a valorização da moeda americana chega a 2,36% e, no ano, é de 4,47%. Também na quinta, o Ibovespa fechou em queda de 0,14% aos 59.702 pontos, abaixo da linha dos 60 mil pontos.
Entre as ações de maior peso no índice, Vale cai 0,02% a R$ 39,22; Petrobras PN sobe 0,30% a R$ 19,98; OGX Petróleo tem alta de 1,38% a R$ 13,88; Itaú Unibanco ganha 1,29% a R$ 29,00 e PDG Realty tem alta de 0,42% a R$ 4,73.
No campo corporativo, o banco BTG Pactual, que recentemente abriu seu capital na Bolsa, e a BTG Pactual Participations registraram lucro combinado de R$ 786 milhões no primeiro trimestre, mais que o dobro do resultado de R$ 328 milhões vistos um ano antes. A receita total do grupo alcançou R$ 1,603 bilhão de janeiro a março, ante R$ 819 milhões em igual período de 2011.
Na Europa, as Bolsas voltam a ter um dia negativo, mas os pregões reduziram um pouco as perdas. O índice Ibex da Bolsa de Madri cai 1,45%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, inverteu o sinal e se valoriza 0,40%; o Cac, de Paris, cai 0,54% e o FTSE, da Bolsa de Londres, se desvaloriza 0,07%. O índice Eurostoxx, que reúne as blue chips europeis, cai 0,28%. Os investidores repercutem os dados da produção industrial da China, a situação política na Grécia e a fragilidade do setor bancário na Espanha. As previsões feitas para o crescimento econômico da zona do euro também desanimam o mercado.
Nos EUA, as Bolsas operam com sinais opostos. O S&P 500 cai 0,16%; o Dow Jones se desvaloriza 0,19% e o Nasdaq ganha 0,16%.
Nos EUA, o índice de confiança do consumidor, medido pela universidade de Michigan apresentou resultado acima da coleta anterior (76,4 pontos) e das projeções médias do mercado (76 pontos) chegando a 77,8 pontos na prévia de maio, uma melhora em relação à medida final do mês passado e acima da média dos últimos 4 meses e muito acima da média de 12 meses.
- O resultado é considerado positivo e a alta foi basicamente causada pela queda do preço da gasolina, com a chegada da primavera nos EUA - diz um analista
A produção industrial chinesa aumentou 9,3% em abril. É o número mais fraco desde maio de 2009. As vendas no varejo também vieram mais fracas e passaram de 15,2% para 14,1%. De acordo com o relatório de previsões econômicas da Comissão Europeia, o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia recuará 4,7% neste ano e ficará estável em 2013. Já para os 17 países da zona do euro, a previsão é que o PIB deve se contrair 0,3% este ano e apresentar expansão de 1,0% em 2013.
A situação política da Grécia permanece inalterada. O líder do partido grego Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), Alexis Tsipras, enviou uma carta a diversos líderes europeus afirmando que o segundo pacote de resgate para a Grécia não é mais válido, após as eleições parlamentares de domingo. Tsipras afirma no texto que a crise da dívida não é grega, mas europeia, e precisa ser resolvida pela União Europeia.
Na Espanha, o governo informou que vai contratar duas consultorias independentes para revisar as carteiras de crédito dos bancos locais. Madri vai obrigar as instituições a reservar mais recursos para cobrir perdas. Calcula-se que 45 bilhões de euros devem ser provisionados para evitar perdas principalmente em crédito concedidos no setor imobiliário
Como se já não bastassem os problemas na Europa, a sexta amanhece com a notícia das perdas fora de padrão de um operador do JP Morgan. Conhecido como a “Baleia de Londres” este operador amargou perdas de US$ 2 bilhões com transações erradas com derivativos, o que levou ao CEO do grupo, James Dimon, a se pronunciar em público.
Na Ásia, as Bolsas repercutiram as preocupações na Europa, os dados da China e a notícia do JP Morgan e fecharam em queda. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,63%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng se retraiu 1,30%. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,6% e o índice Shenzhen Composto também caiu 0,6%.

POLÍTICA: Se condenados, réus do mensalão podem sair presos do julgamento


Da FOLHA.COM

Os réus do mensalão já começaram a ser avisados por seus advogados que, em caso de condenação, é grande a probabilidade de serem presos logo depois do julgamento, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta sexta-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Pelo menos três deles estão nessa condição: José Dirceu, Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério.

O julgamento do processo do mensalão ainda não tem uma data definida para acontecer. Depende, ainda, que o ministro Ricardo Lewandowski, que revisa o relatório feito pelo relator Joaquim Barbosa, libere o processo para entrar na pauta do tribunal.

Segundo o ministro Carlos Ayres Britto disse em entrevista à Folha que, se o julgamento do mensalão não for concluído até 30 de junho, ficará para o ano que vem. 
VEJA TAMBÉM: 

NEGÓCIOS: Governo deu aval a negócio com Delta, diz empresário


Da FOLHA.COM

O empresário José Batista Júnior, um dos controladores do frigorífico JBS, disse ontem que o governo foi consultado e deu aval à decisão de sua família de comprar a construtora Delta para impedir a paralisia de suas obras.
A informação é da reportagem de Catia Seabra, publicada na Folha desta sexta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A construtora Delta enfrenta dificuldades por causa de seu envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira, que foi preso em fevereiro e é acusado de comandar um esquema de corrupção. E foi comprada ontem pela JBS.
Investigações conduzidas pela Polícia Federal sugerem que o grupo de Cachoeira defendeu interesses da empresa e ajudou-a a obter contratos em vários Estados.

Editoria de Arte/Folhapress

ECONOMIA: JPMorgan perde US$ 2 bilhões com aposta errada em derivativos



De OGLOBO.COM.BR

Banco pode perder mais US$ 1 bilhão. Operador responsável por erro foi apelidado de ‘Baleia Branca’ e ‘Voldemort’
NOVA YORK — O JPMorgan Chase, que emergiu como o maior banco dos Estados Unidos em ativos após a crise de 2008, perdeu pelo menos US$ 2 bilhões com uma tentativa equivocada de proteção contra perdas financeiras, chamada tecnicamente de “hedge”. O prejuízo ocorreu com uma operação com derivativos — instrumentos financeiros que o valor está vinculado a ações, contratos, empréstimos e outros ativos. O caso prejudicou a reputação da instituição financeira e do presidente-executivo Jamie Dimon.

Os negócios com derivativos faziam parte de uma estratégia para compensar eventuais perdas com empréstimos e títulos de dívida. Mas, como em um pesadelo para qualquer banqueiro, a ideia saiu pela culatra e gerou na verdade muito prejuízo.
O banco estruturou o negócio de uma maneira que, na prática, turbinou as perdas. Comprou seguro contra prejuízo em títulos de dívida privada, por meio de um tipo de derivativo de crédito que ganha valor quando aumenta o risco de crédito (calote) de determinadas empresas. Mas, ao mesmo tempo, também apostou com derivativos no evento contrário (na redução do risco de crédito dessas empresas).
Dimon, presidente-executivo do JPMorgan, assumiu só agora, na divulgação do prejuízo, que a estratégia “para reduzir o risco de crédito” foi “fraca”.
No mês passado, esses negócios equivocados no escritório de Londres da divisão de investimentos do JPMorgan já tinha vindo à tona e preocuparam o mercado, mas não se sabia a real dimensão. Foi noticiado à época que as apostas com derivativos eram tão vultuosas financeiramente que o operador responsável, Bruno Iksil, foi apelidado por investidores de “Baleia Branca” e também de “Voldemort”, em referência ao vilão do filme “Harry Potter” cujo nome não deve ser pronunciado.
Para um banco visto como um grande gestor de risco que passou pela crise financeira sem ter prejuízos, os erros são vexatórios, especialmente levando em conta as notórias críticas de Dimon à proibição de que grandes bancos realizem negócios com ações e derivativos com recursos próprios, conhecido em inglês como “proprietary trading”.
"Estamos com a cara no chão", disse Dimon em teleconferência com analistas.
O banco afirmou ao órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) que desde o fim de março a vice-presidência de investimentos estava tendo grandes perdas em carteira, principalmente no uso de derivativos para tentar antecipar o comportamento das ações.
Embora outros ganhos tenham em parte compensado as perdas nas operações com derivativos, o banco estima que a divisão de investimentos terá um prejuízo de US$ 800 milhões no atual trimestre, excluindo resultados com investimento em participações societárias de empresas (private equity) e despesas com disputas judiciais. O banco antes previa que a unidade teria um lucro de cerca de US$ 200 milhões.
"Isso pode custar US$ 1 bilhão ou mais" além do prejuízo estimado até agora, segundo Dimon. "É um risco que vai durar por trimestres", afirmou.

GESTÃO: TCU contraria parecer técnico e opta por menos transparência


Do ESTADAO.COM.BR

Do blog PÚBLICOS

O Tribunal de Contas da União (TCU) publicou, no último dia 02 de maio, uma resolução regulamentando o funcionamento da Lei de Acesso à Informação em sua jurisdição. É, no âmbito federal, salvo engano, o primeiro órgão a fazê-lo.
Chama a atenção uma decisão específica, constante do relatório da ministra Ana Arraes, relatora da minuta da resolução: a opção por contrariar a Consultoria Jurídica do próprio tribunal, que havia proposto que “informações relativas a inspeções e auditorias poderiam ser repassadas aos requerentes tão logo os relatórios das equipes incumbidas dos trabalhos estivessem concluídos”.
A ministra, no entanto, decidiu adotar entendimento diferente, alinhando-se com a Comissão de Coordenação Geral, de que “a regra geral para atendimento de solicitações embasadas na Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) deve ser prestar informações sobre os resultados de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas após a apreciação dos processos pelo tribunal”.
Trocando em miúdos: as equipes técnicas do TCU, órgão de controle do governo federal, realizam inspeções e auditorias para verificar se o dinheiro saído dos cofres da União está sendo gasto adequadamente. Os relatórios das unidades técnicas são levados a algum dos ministros do TCU, que é escolhido por sorteio. O ministro, então, profere uma decisão acatando total ou parcialmente as análises técnicas ou rejeitando-as.
O que o departamento jurídico do TCU propôs foi que a resolução previsse que o cidadão pode ter acesso aos processos já na etapa em que ele sai da unidade técnica. O que a ministra Ana Arraes sugeriu, e o pleno do TCU acatou, foi que o acesso só será permitido depois da decisão dos ministros.
O argumento: o inciso 3º do 7º artigo da Lei de Acesso à Informação determina que “o direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo”.
Agora pergunta-se: ora, por que razão o cidadão não pode saber qual a decisão da unidade técnica antes da decisão de um ministro ou do pleno? O fato de ser um relatório técnico e não uma decisão definitiva em que impede ou prejudica o processo?
O TCU argumenta que o acesso a determinadas “informações que comprometam ou possam comprometer a eficácia de auditorias e inspeções previstas ou em andamento, v.g., uma inspeção surpresa em determinada unidade jurisdicionada” deverá ser permitido somente quando essas informações “não possam mais comprometer o sucesso da fiscalização”.
Que é um belo argumento, diga-se. Mas será que o departamento jurídico do TCU não pensou nisso?
Mais: sabe-se, de longa data, que o preenchimento dos cargos de ministro do TCU é político, e que não é raro que duras recomendações das unidades técnicas sejam amenizadas pelos ministros-relatores. Será que a publicidade das informações não permitiria jogar uma luz diferente nessa questão?
Estamos, de novo, diante de um problema em que dois interesses se conflitam.
Neste caso, o TCU decidiu por menos transparência, o que não é muito alvissareiro para um começo de conversa, tendo em vista que a resolução é uma das primeiras que regulamentam a lei.
Enfim, preparemo-nos. Questões como essa surgirão aos borbotões daqui pra frente.
(Fernando Gallo)

ECONOMIA: Compare as taxas de juros para financiar seu carro


Do UOL, em São Paulo

Aiana Freitas

A pressão do governo federal para que os bancos reduzam os juros tem surtido grande efeito no financiamento de veículos. Quase todas as grandes instituições que cortaram taxas de consumidores e empresas até agora incluíram, em seus pacotes, diminuição de juros do financiamento de carros.
Nesta sexta-feira (11), a Caixa Econômica Federal começa a oferecer juros mais baixos para quem financiar veículos na instituição. A taxa máxima cobrada nessa linha de financiamento, que era de 1,55% ao mês, caiu para 1,26%. A mínima permanece em 0,89% ao mês.
Considerando-se só o financiamento de carro, esse foi o terceiro corte feito recentemente pela Caixa. Em 9 de abril, o banco tinha cortado a taxa mínima para 0,98% ao mês. No dia 24 do mesmo mês, cortou para 0,89%. Agora, reduziu apenas a taxa máxima.
O Banco do Brasil também já promoveu dois cortes nos juros do financiamento de veículos em um mês. Em 4 de abril, o banco reduziu a taxa mínima para 0,99% ao mês. No dia 19 do mesmo mês, a taxa mínima caiu para 0,95% ao mês.
Além do Banco do Brasil e da Caixa, Bradesco, HSBC e Itaú também reduziram os juros do financiamento de carro nas últimas semanas. O Santander não cortou os juros do financiamento de veículos, mas fez reduções no cheque especial.

Taxas menores não valem para todos

As reduções feitas pelos bancos, porém, não valem para todos os consumidores. No caso da Caixa, o corte que começa a valer nesta sexta só é para quem financiar, no máximo, 70% do valor do veículo. Ou seja: para quem der uma entrada de pelo menos 30%.
O benefício também só vale se o cliente se encaixar em alguns perfis. Ele precisa estar em uma das situações seguintes: possuir conta corrente no banco há pelo menos três meses, ter financiamento de imóvel na Caixa, ter conta-salário no banco há pelo menos três meses ou ser funcionário público e abrir conta corrente na instituição.
No caso do Banco do Brasil, para ter acesso à taxa mínima do financiamento de veículos (0,95%), é preciso aderir a um pacote de serviços chamado de "Bom pra todos", e dar uma entrada de mais de 50% do valor do veículo.
No Bradesco, é preciso dar entrada de pelo menos 40% do valor do carro. O prazo de financiamento é de até 12 meses e a taxa cobrada parte de 0,97% ao mês.
"Essas reduções são uma grande enganação. Elas só privilegiam as classes A e B", diz o economista Ayrton Fontes, especializado em varejo automotivo. "E consumidores com renda mais alta já conseguem ter acesso a taxas mais baixas porque têm outros produtos do banco, como seguros de vida e aplicações financeiras."

COMPARE AS TAXAS DO FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS

BANCO TAXAS (AO MÊS)*
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL De 0,89% a 1,26%
BANCO DO BRASIL De 0,95% a 1,99%
BRADESCO A partir de 0,97%
HSBC De 0,98% a 2,55%
ITAÚ A partir de 0,99%
SANTANDER De 0,98% a 2,45%
  • As taxas variam de acordo com o relacionamento do cliente com o banco, o percentual de entrada e o prazo de financiamento
  • Fonte: bancos

ECONOMIA: Dólar sobe e volta ao patamar de R$ 1,96; Bolsa abre em queda


De OGLOBO.COM.BR
Investidores continuam monitorando situação da Espanha e Grécia e repercutem dados da China 

SÃO PAULO - O dólar volta a operar no patamar de R$ 1,96  nesta  sexta-feira.  Por volta de 9h50m, a moeda americana se valorizava 0,40% cotada a R$ 1,9600 na venda e  R$ 1,9580 na compra. O  Ibovespa,  principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda e por volta de 10h10m se desvalorizava 0,65% aos 59.315 pontos.
Na quinta, após dois pregões de alta próxima a 1%, o dólar comercial encerrou a sessão desta quinta-feira em queda de 0,56%, cotado a R$ 1,9520 na venda e R$ 1,9500 na compra. Nos primeiros dez dias de maio, a valorização da moeda americana chega a 2,36% e, no ano, é de 4,47%. Também na quinta, o Ibovespa fechou em queda de 0,14% aos 59.702 pontos, abaixo da linha dos 60 mil pontos.
No campo corporativo, o banco BTG Pactual, que recentemente abriu seu capital na Bolsa, e a BTG Pactual Participations registraram lucro combinado de R$ 786 milhões no primeiro trimestre, mais que o dobro do resultado de R$ 328 milhões vistos um ano antes. A receita total do grupo alcançou R$ 1,603 bilhão de janeiro a março, ante R$ 819 milhões em igual período de 2011.
Na Europa, as Bolsas voltam a ter um dia de quedas. O índice Ibex da Bolsa de Madri perde 2,88%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, se desvaloriza 0,73%; o Cac, de Paris, tem perda de 1,57% e o FTSE, da Bolsa de Londres, se desvaloriza 0,62%. O índice Eurostoxx, que reúne as blue chips europeis, cai 1,47%. Os investidores repercutem os dados da produção industrial da China, a situação política na Grécia e a fragilidade do setor bancário na Espanha. As previsões feitas para o crescimento econômico da zona do euro também desanimam o mercado.
A produção industrial chinesa aumentou 9,3% em abril. É o número mais fraco desde maio de 2009. As vendas no varejo também vieram mais fracas e passaram de 15,2% para 14,1%. De acordo com o relatório de previsões econômicas da Comissão Europeia, o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia recuará 4,7% neste ano e ficará estável em 2013. Já para os 17 países da zona do euro, a previsão é que o PIB deve se contrair 0,3% este ano e apresentar expansão de 1,0% em 2013.
A situação política da Grécia permanece inalterada. O líder do partido grego Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), Alexis Tsipras, enviou uma carta a diversos líderes europeus afirmando que o segundo pacote de resgate para a Grécia não é mais válido, após as eleições parlamentares de domingo. Tsipras afirma no texto que a crise da dívida não é grega, mas europeia, e precisa ser resolvida pela União Europeia.
Na Espanha, o governo informou que vai contratar duas consultorias independentes para revisar as carteiras de crédito dos bancos locais. Madri vai obrigar as instituições a reservar mais recursos para cobrir perdas. Calcula-se que 45 bilhões de euros devem ser provisionados para evitar perdas principalmente em crédito concedidos no setor imobiliário
Como se já não bastassem os problemas na Europa, a sexta amanhece com a notícia das perdas fora de padrão de um operador do JP Morgan. Conhecido como a “Baleia de Londres” este operador amargou perdas de US$ 2 bilhões com transações erradas com derivativos, o que levou ao CEO do grupo, James Dimon, a se pronunciar em público.
Na Ásia, as Bolsas repercutiram as preocupações na Europa, os dados da China e a notícia do JP Morgan e fecharam em queda. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,63%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng se retraiu 1,30%. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,6% e o índice Shenzhen Composto também caiu 0,6%.

ECONOMIA: Grécia só receberá novos recursos se cumprir o acordo de resgate


De OGLOBO.COM.BR

O Globo com agências

Desemprego atinge o nível recorde de 21,7%. S&P ameaça novo rebaixamento

Trabalhadores restauram o Templo Parthenon, em Atenas, capital do país que recebeu ontem do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef) 4,2 bilhões de euros para cumprir obrigações
Foto: LOUISA GOULIAMAKI / AFP
Trabalhadores restauram o Templo Parthenon, em Atenas, capital do país que recebeu ontem do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef) 4,2 bilhões de euros para cumprir obrigações LOUISA GOULIAMAKI / AFP
ATENAS, VIENA e BERLIM — A Grécia viu seu índice de desemprego atingir um novo recorde, de 21,7% em fevereiro, ao mesmo tempo em que recebeu o aviso de que terá de cumprir os termos do pacote de socorro para receber mais dinheiro depois de junho. Além disso, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alertou nesta quinta-feira que pode reduzir ainda mais a nota do país, hoje em “CCC” (próximo da inadimplência).
O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef) liberou no mesmo dia 4,2 bilhões de euros para ajudar a Grécia a cumprir suas obrigações. Mas o diretor do Feef, Klaus Regling, avisou que, para receber mais recursos, o país terá de chegar a um acordo com a chamada troika, que reúne União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre o que acontecerá no segundo semestre e no ano que vem.
A Alemanha ainda reforçou seu discurso de que o governo grego tem de se ater ao acordo com a troika, maciçamente rejeitado nas eleições do último domingo. O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, avisou que o país “precisa fazer o que é necessário”:
— A Grécia pode contar com a solidariedade da Europa, mas se a Grécia não ajudar a si própria, nada poderá ser feito.
Merkel: crescimento com crédito leva de volta à crise
Mais cedo, a chanceler Angela Merkel reforçara sua posição contrária a medidas de estímulo econômico para combater a crise — como defendem cada vez mais líderes europeus, como o recém-eleito presidente francês, François Hollande. Em discurso no Parlamento alemão, Merkel afirmou que “crescimento com crédito” só aprofundaria a crise na Europa.
— Crescimento através de reformas estruturais é sensato, importante e necessário. O crescimento com crédito só nos levaria de volta ao início da crise — disse Merkel, que receberá Hollande na semana que vem. — O único caminho sustentável é aceitar que superar a crise é um processo longo, que só será bem-sucedido se lidarmos com as causas da crise: a horrenda dívida e a falta de competitividade de alguns Estados da zona do euro.
Mas será difícil convencer disso a população grega, imersa numa crise sem precedentes. No primeiro trimestre, a produção industrial despencou 7,6%.

POLÍTICA: Brasil terá em 2012 ao menos 2,4 milhões de eleitores a mais em relação a 2010


Do UOL, em São Paulo


Aiuri Rebell

O Brasil terá nas eleições municipais de 2012 pelo menos 2,4 milhões de eleitores aptos a votar a mais do que nas eleições presidenciais de 2010. Até o dia 30 de abril deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) havia contabilizado 138.242.323 eleiores aptos a votar. No pleito de 2010, eram 135.804.433 pessoas, uma diferença de 2.437.890 eleitores.

Na estatística não estão contabilizados os eleitores que foram habilitados no mês de maio. Apenas do dia 7 ao dia 9 deste mês, quando terminou o prazo para novas emissões, transferências ou regularizações dos títulos de eleitor para votar em 2012, a Justiça Eleitoral registrou pelo menos 1,5 milhão de atendimentos por todo o país.

Deste total, ainda não é possível saber quantos são os pedidos de regularizaração ou de novos títulos. Logo, a diferença do número total de eleitores em relação a 2010 deve crescer.

Em 2008, o país tinha 130.604.430 eleitores aptos, uma diferença de 5,2 milhões de eleitores em relação às eleições de 2010.

No Amazonas, são 84.007 eleitores aptos a mais este do que em 2010. De acordo com TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), em 2010 havia 2.034.326 eleitores no estado. Este ano (incluindo maio), são 2.118.333 eleitores.

Já em São Paulo, são 684.919 eleitores aptos a mais este do que nas eleições passadas (sem considerar o mês de maio).

O TSE também ressalva que é possível que títulos considerados válidos ainda sejam cassados até as eleições, caso seja detectada alguma irregularidade. No início de julho, o TSE deve divulgar as estatísticas completas e atualizadas com o perfil do eleitorado brasileiro.

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ECONOMIA: UE vê sinais de recuperação da economia, mas riscos persistem


Do ESTADAO.COM.BR

Danielle Chaves, da Agência Estado

Crise de dívida preocupa porque pode haver contágio no setor financeiro e recuo do crédito

BRUXELAS - A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, afirmou no relatório de previsões econômicas divulgado hoje que existem sinais iniciais de uma recuperação na economia do bloco no próximo ano, embora ainda haja riscos. "O principal risco continua sendo um agravamento da crise de dívida soberana com contágio financeiro e uma forte queda da disponibilidade de crédito", disse a Comissão. "Outro risco tem origem nas incertezas geopolíticas que podem provocar aumento nos preços do petróleo", acrescentou.
Segundo as previsões da Comissão, o Produto Interno Bruto (PIB) da UE deve ficar estável neste ano, antes de se recuperar e crescer 1,3% em 2013. Para os 17 países da zona do euro, a projeção é de contração de 0,3% neste ano e expansão de 1,0% em 2013. As estimativas para 2012 ficaram inalteradas em relação ao último relatório divulgado pela Comissão, em fevereiro, mas as de 2013 são as primeiras feitas pelo organismo.
Há diferenças expressivas entre o desempenho de cada país da UE, segundo o relatório. A Alemanha, que é a maior economia da Europa, vai crescer neste ano e em 2013, enquanto a Espanha deverá continuar em recessão.
A Comissão também prevê que o desemprego continuará alto, com uma taxa de 11% na zona do euro e de 10,3% na UE, e a inflação ficará acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) neste ano, a 2,4% na zona do euro, antes de diminuir para 1,8% em 2013.
"Uma recuperação está em vista, mas a situação econômica permanece frágil, com disparidades ainda grandes entre os países membros", disse Olli Rehn, comissário europeu para assuntos econômicos e monetários, em comunicado. "Sem mais ação determinada o baixo crescimento na União Europeia pode prosseguir". As informações são da Dow Jones. 
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DIREITO: Ministro Dias Toffoli é eleito membro titular do TSE


Da CONJUR

O ministro Dias Toffoli foi eleito novo membro titular do Tribunal Superior Eleitoral. Ele vai ocupar a vaga aberta com o pedido de exoneração do ministro Ricardo Lewandowski. A escolha foi feita pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira (10/5). Na mesma sessão, o ministro Marco Aurélio foi reconduzido para um novo biênio no TSE.
Marco Aurélio está em sua terceira passagem pelo TSE, do qual já foi presidente e cuja vice-presidência ocupa atualmente – seu primeiro biênio se encerra no dia 13 de maio. Por seu turno, o ministro Dias Toffoli era ministro substituto daquela corte. Seu substituto na suplência deverá ser escolhido em breve pela Suprema Corte, quando a abertura da vaga for comunicada oficialmente ao STF pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha.
O TSE é sempre presidido por um ministro do STF, que também ocupa a vice-presidência e mais uma vaga de ministro entre os sete ministros titulares, além de dois suplentes. Dos demais integrantes titulares do TSE, dois são ministros do Superior Tribunal de Justiça e outros dois, representantes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil. Há, ainda, dois ministros substitutos de cada uma dessas instituições. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

POLÍTICA: Presidente divulga integrantes da Comissão da Verdade


Da CONJUR

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira (10/5) os sete integrantes da Comissão da Verdade: José Carlos Dias (ministro da Justiça no governo Fernando Henrique), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada de presos políticos, entre eles da agora presidente Dilma Rousseff), Cláudio Fontelles (procurador-geral da República no governo Fernando Henrique Cardoso), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista). Os sete integrantes foram escolhidos pela própria presidenta por critérios como conduta ética e atuação em defesa dos direitos humanos.
A Comissão da Verdade vai apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988). O grupo terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo. A comissão vai aproveitar as informações produzidas há 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia.
Os nomes dos sete integrantes serão publicados nesta sexta-feira (11/5) no Diário Oficial da União. O convite a cada um foi feito pessoalmente pela presidente, que recebeu os sete em audiências, nesta quinta-feira (10/5), no Palácio do Planalto. Ainda não há informações sobre quem presidirá o colegiado. A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio, às 11h, em uma cerimônia em que estarão presentes os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. “Todos já confirmaram presença, numa demonstração de que a Comissão da Verdade não é uma comissão de governo, e sim de Estado”, avaliou o porta-voz da presidência Thomas Traumann.
A lei que cria a Comissão da Verdade foi sancionada em novembro do ano passado. Por lei, não podem participar da comissão pessoas que tenham cargos executivos em partidos políticos, que “não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da comissão” ou “estejam no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do Poder Público”, disse Traumann. Com informações da Agência Brasil.

DIREITO: Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes defendem Roberto Gurgel


Da CONJUR

“O procurador-geral da República é inatacável”, disse, nesta quinta-feira (10/5) o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, relator do mensalão. Segundo Barbosa, a autonomia do cargo permite que Roberto Gurgel escolha a estratégia que considerar melhor para conduzir um processo criminal.
A frase em defesa do procurador-geral surgiu após questionamentos de parlamentares por Gurgel não ter acionado o Supremo depois de ter recebido as conclusões da Operação Vegas, da Polícia Federal, em 2009. A investigação antecedeu à Operação Monte Carlo nas apurações sobre o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de explorar jogos ilegais e de traficar influência. Em resposta às críticas, Gurgel tem alegado que a primeira operação ainda não oferecia elementos suficientes para incriminar os envolvidos.
“Não há porque convocá-lo para explicar suas atribuições, que são constitucionais. É um agente que goza do mais alto grau da independência funcional, é o titular da ação penal. Ninguém mais detém essa prerrogativa”, disse Barbosa, explicando por que é contrário à convocação do procurador-geral para depor no Congresso Nacional. Barbosa também disse “não ter elementos” para analisar se as críticas ao procurador-geral em relação ao caso Cachoeira são uma retaliação ao trabalho feito pelo Ministério Público no caso do mensalão. “Vivo fechado no meu mundo. Não sei o que ocorre na praça pública”.
Já ministro Gilmar Mendes, do Supremo, disse nesta quinta-feira (10/5) que vê ligação entre os ataques ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a proximidade do julgamento do mensalão. Na quarta-feira (9/5), o procurador disse que seus detratores são pessoas “que morrem de medo do julgamento do mensalão”. Mendes acredita que as críticas ao procurador têm relação com o mensalão. “Há uma expectativa em torno disso, pescadores de águas turvas, pessoas que estão interessadas em misturar excitações, tirar proveito, inibir as ações dos órgãos que estão funcionando normalmente.”
Barbosa, por sua vez diz que tentativas de desestabilização de Gurgel e ministros do STF são inúteis, pois, segundo ele, da sua parte, não sente “absolutamente nada”. 
Segundo Gilmar Mendes, não é preciso pressa para o julgamento do mensalão, porque o processo está caminhando em seu tempo normal. Ele também não vê problema do julgamento em ano eleitoral. “Vai julgar quando houver a possibilidade. Sempre foi assim. Temos recebido denúncia no período eleitoral e não há reflexo no período eleitoral”. O ministro também se disse contrário à convocação de Gurgel para depor na CPI e defendeu o trabalho da PGR. “É evidente que a Procuradoria pode ter a sua estratégia em relação a qualquer tema”. Com informações da Agência Brasil.

DIREITO: Associação de procuradores divulga apoio a Gurgel


Da CONJUR

A Associação Nacional dos Procuradores da República expressou apoio ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e outros procuradores que participaram das operações Vegas e Monte Carlo, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (10/5).
Em nota, a ANPR afirma que as críticas a Gurgel desconsideram que ele lidera uma “instituição chave na defesa da probidade na utilização dos recursos públicos e da gestão idônea em todas as esferas governamentais”. E diz que a atuação dos procuradores envolvidos deu-se em “estrita obediência” à atribuição do Ministério Público prevista na Constituição.
Parlamentares integrantes da CPI que investigam as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e outras autoridades questionaram o fato de Gurgel não ter iniciado investigações em 2009. O delegado Raul Alexandre Marques Sousa, da Polícia Federal, afirma que entregou o inquérito da Operação Vegas ao procurador-geral naquela época.
Leia a nota:
Operações Vegas e Monte Carlo: ANPR apoia PGR e procuradores da República
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) expressa o apoio dos membros do Ministério Público Federal ao procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos, à subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio Marques e aos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira, participantes das operações Vegas e Monte Carlo.
A atuação dos referidos membros na condução de tais operações deu-se em estrita obediência ao que a Constituição atribui ao Ministério Público. Sua estratégia de atuação e preservação das investigações desvelou o alcance do esquema criminoso liderado por Carlinhos Cachoeira. Merece destaque o fato de que a atuação do MPF nas referidas Operações gerou a instauração de quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal e o recebimento de denúncia pela Justiça Federal, estando a ação penal - contra 80 réus - em fase avançada de reunião de provas.
Ataques recentemente veiculados desconsideram que o procurador-geral da República lidera uma instituição chave na defesa da probidade na utilização dos recursos públicos e da gestão idônea em todas as esferas governamentais valores especialmente caros à República e à Democracia, pelos quais a sociedade clama e que têm nos procuradores da República defensores infatigáveis.
O procurador-geral da República é protagonista de marcos da evolução do Estado de Direito brasileiro, como a sujeição à Justiça de poderosos integrantes de esquemas criminosos. A adequação de sua conduta foi destacada nesta quarta-feira, 9, pelos ministros do STF, a mais alta corte da República, cujos integrantes têm prerrogativas idênticas às do procurador-geral da República.
Dessa forma, a ANPR reitera e reforça o apoio integral dos procuradores da República de todo o Brasil ao procurador-geral da República e aos diligentes e hábeis procuradores participantes das referidas operações.

ARTIGO: Advogado deve receber honorários parciais de cliente


Da CONJUR


“O contrato de prestação de serviços de advocacia, no qual está sempre presente o direito de revogação do mandato, impõe ao profissional o risco de rompimento e, consequentemente, da não realização dos honorários inicialmente previstos”. O entendimento é da 35ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou a pretensão de um advogado de receber o total de honorários contratados após a rescisão do contrato que firmou com seu cliente.
O contrato previa o pagamento de honorários no valor de R$ 18 mil. O valor seria pago em 18 parcelas mensais de R$ 1 mil. No entanto, o cliente resolveu cancelar o contrato após o pagamento da segunda parcela, quando o advogado já havia iniciado o processo.
O advogado então entrou na Justiça pleiteando o recebimento de todo o valor acertado em contrato. Alegou que não havia abusividade na cláusula, que inclusive encontrava respaldo no artigo 22 do Estatuto da OAB.
Para o relator do caso, desembargador Arthur Marques da Silva Filho, mesmo havendo cláusula que estabelece que no caso de rescisão antecipada por conta do contratante, os honorários serão devidos por inteiro, “não torna o contrato inexigível, visto como os serviços foram prestados, apenas devem ser dimensionados para apuração do justo valor da remuneração do profissional que trabalhou e deve receber”. Ainda de acordo com o relator, este entendimento não encontra empecilho no artigo 22 do Estatuto da Advocacia, justificando-se pela possibilidade de revogação da procuração a qualquer momento, bem como pelo princípio da vedação ao enriquecimento sem causa.
“Considerando que o valor de R$ 18 mil foi estabelecido para o acompanhamento de todo o processo, até a expedição do formal de partilha, não tendo os réus praticado qualquer ato em nome dos autores no processo de inventário, limitando-se a ingressar com pedido de alvará, entendo razoável a fixação dos honorários em R$ 2 mil correspondentes a pouco mais de 10% do valor total, considerando, como dito, os atos praticados e a tabela honorária da OAB", concluiu o relator.
Clique aqui para ler a íntegra da decisão.

DIREITO: STF - Regra que proíbe liberdade provisória a presos por tráfico de drogas é inconstitucional



Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu parcialmente habeas corpus para que um homem preso em flagrante por tráfico de drogas possa ter o seu processo analisado novamente pelo juiz responsável pelo caso e, nessa nova análise, tenha a possibilidade de responder ao processo em liberdade. Nesse sentido, a maioria dos ministros da Corte declarou, incidentalmente*, a inconstitucionalidade de parte do artigo 44** da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), que proibia a concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico de entorpecentes.
A decisão foi tomada no Habeas Corpus (HC 104339) apresentado pela defesa do acusado, que está preso desde agosto de 2009. Ele foi abordado com cerca de cinco quilos de cocaína, além de outros entorpecentes em menor quantidade.
Argumentos
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, afirmou em seu voto que a regra prevista na lei “é incompatível com o princípio constitucional da presunção de inocência e do devido processo legal, dentre outros princípios”.
O ministro afirmou ainda que, ao afastar a concessão de liberdade provisória de forma genérica, a norma retira do juiz competente a oportunidade de, no caso concreto, “analisar os pressupostos da necessidade do cárcere cautelar em inequívoca antecipação de pena, indo de encontro a diversos dispositivos constitucionais”.
Segundo ele, a lei estabelece um tipo de regime de prisão preventiva obrigatório, na medida em que torna a prisão uma regra e a liberdade uma exceção. O ministro lembrou que a Constituição Federal de 1988 instituiu um novo regime no qual a liberdade é a regra e a prisão exige comprovação devidamente fundamentada.
Nesse sentido, o ministro Gilmar Mendes indicou que o caput do artigo 44 da Lei de Drogas deveria ser considerado inconstitucional, por ter sido editado em sentido contrário à Constituição. Por fim, destacou que o pedido de liberdade do acusado deve ser analisado novamente pelo juiz, mas, desta vez, com base nos requisitos previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal.
O mesmo entendimento foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso, Celso de Mello e pelo presidente, ministro Ayres Britto.
Fiança e liberdade provisória
De acordo com o ministro Dias Toffoli, a impossibilidade de pagar fiança em determinado caso não impede a concessão de liberdade provisória, pois são coisas diferentes. Segundo ele, a Constituição não vedou a liberdade provisória e sim a fiança.
O ministro Toffoli destacou regra da própria Constituição segundo a qual “ninguém será levado à prisão ou nela mantida quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
Liberdade como regra
“A regra é a liberdade e a privação da liberdade é a exceção à regra”, destacou o ministro Ayres Britto. Ele lembra que chegou a pensar de forma diferente em relação ao caso: “eu dizia que a prisão em flagrante em crime hediondo perdura até a eventual sentença condenatória”, afirmou, ao destacar que após meditar sobre o tema alcançou uma compreensão diferente.
O presidente também ressaltou que, para determinar a prisão, é preciso que o juiz se pronuncie e também que a continuidade dessa prisão cautelar passe pelo Poder Judiciário. “Há uma necessidade de permanente controle da prisão por órgão do Poder Judiciário que nem a lei pode excluir”, destacou.
O ministro Celso de Mello também afirmou que cabe ao magistrado e, não ao legislador, verificar se se configuram ou não, em cada caso, hipóteses que justifiquem a prisão cautelar.
Divergência
O ministro Luiz Fux foi o primeiro a divergir da posição do relator. Ele entende que a vedação à concessão de liberdade provisória prevista no artigo 44 da Lei Drogas é constitucional e, dessa forma, negou o habeas corpus. O ministro afirmou que “a criminalidade que paira no país está umbilicalmente ligada à questão das drogas”.
“Entendo que foi uma opção do legislador constituinte dar um basta no tráfico de drogas através dessa estratégia de impedir, inclusive, a fiança e a liberdade provisória”, afirmou.
Excesso de prazo
O ministro Marco Aurélio foi o segundo a se posicionar pela constitucionalidade do artigo e afirmou que “os representantes do povo brasileiro e os representantes dos estados, deputados federais e senadores, percebendo a realidade prática e o mal maior que é revelado pelo tráfico de entorpecentes, editou regras mais rígidas no combate ao tráfico de drogas”.
No entanto, ao verificar que o acusado está preso há quase três anos sem condenação definitiva, votou pela concessão do HC para que ele fosse colocado em liberdade, apenas porque há excesso de prazo na prisão cautelar.
O ministro Joaquim Barbosa também votou pela concessão do habeas corpus, mas sob o argumento de falta de fundamentação da prisão. Ele também votou pela constitucionalidade da norma.
Decisões monocráticas
Por sugestão do relator, o Plenário definiu que cada ministro poderá decidir individualmente os casos semelhantes que chegarem aos gabinetes. Dessa forma, cada ministro poderá aplicar esse entendimento por meio de decisão monocrática.
CM/AD

* O controle incidental de constitucionalidade se dá em qualquer instância judicial, por juiz ou tribunal, em casos concretos, comuns e rotineiros. Também chamada de controle por via difusa, por via de defesa, ou por via de exceção. Ocorre quando uma das partes questiona à Justiça sobre a constitucionalidade de uma norma, prejudicando a própria análise do mérito, quando aceita tal tese. Os efeitos (de não subordinação à lei ou norma pela sua inconstitucionalidade) são restritos ao processo e às partes, e em regra, retroagem desde a origem do ato subordinado à inconstitucionalidade da lei/norma assim declarada.
Dispositivos da Lei 11.343/2006

**Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

Processos relacionados
HC 104339

DIREITO: STJ - Publicado acórdão que reconheceu dano moral por abandono afetivo


Foi publicado no Diário da Justiça eletrônico de quinta-feira (10) o acórdão do julgamento do recurso especial que reconheceu, pela primeira vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ocorrência de dano moral em razão de abandono afetivo. A relatora é a ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma. 
A publicação do acórdão abre prazo para recurso das partes. 

Acesse aqui a íntegra. 

DIREITO: STJ - Justiça comum deve analisar briga de índios ocorrida em reserva no Paraná


Delitos cometidos no interior das reservas indígenas que não envolvem direitos coletivos dos índios devem ser julgados pela Justiça comum. O entendimento é da ministra Laurita Vaz, ao julgar conflito de competência em que se buscava definir o juízo responsável para apreciar a causa em que se apura briga de índios ocorrida na aldeia Tekohan Marangatu. 
O processo foi instaurado junto ao juízo de direito da Vara Criminal da Comarca de Guaíra (PR), que se declarou incompetente para apurar o delito de lesão corporal ocorrido na aldeia. Ao receber o processo, o juiz federal suscitou ao STJ conflito negativo de competência, com o argumento de que a questão deveria permanecer na Justiça estadual, pois não havia disputa sobre direitos indígenas, nem prejuízo direto a bens, serviços ou interesses da União. 
Segundo denúncia do Ministério Público, o suposto delito cometido na aldeia Tekohan Marangatu não envolveu disputa sobre direitos indígenas e resultou de briga de índios alcoolizados. O conflito, segundo o órgão, era de natureza pessoal, em nada envolvendo direitos coletivos. 

A ministra Laurita, ao analisar o conflito, interpretou os artigos 109 e 231 da Constituição e aplicou a Súmula 140 do STJ, segundo a qual “compete à Justiça comum estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima”. No caso, deve o juízo de direito da Vara Criminal da Comarca de Guaíra (PR) julgar o processo. 

A ministra reitera o entendimento do STJ de que a competência é da Justiça Federal nos processos que envolvem questões ligadas à cultura ou disputas de interesses das comunidades indígenas. 

DIREITO: STJ - Sucessora de empresa cindida pode ser incluída em ação indenizatória proposta antes da cisão



Empresa que incorpora o patrimônio de sociedade cindida que tinha contra si, no momento da cisão, ação fundamentada em dispositivos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), pode ser incluída no polo passivo da ação, respondendo solidariamente pelas obrigações impostas. Assim entendeu a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento de recurso especial. 

Uma mulher ajuizou ação indenizatória, por acidente automobilístico, contra uma concessionária de transporte público. Enquanto o processo tramitava na primeira instância, a empresa informou ao juízo sobre sua cisão (transferência, total ou parcial, do patrimônio de uma sociedade para outra ou outras sociedades) e requereu a inclusão de outra empresa de transportes no polo passivo da ação. O pedido não foi apreciado pelo juiz. 

Inclui ou não? 
Em 2003, foi decretada a falência da sociedade cindida e renovado o pedido de inclusão da outra sociedade como responsável solidária na ação indenizatória. O pedido foi deferido. 
Ao ser citada, a sociedade sucessora argumentou que não poderia ser incluída no processo, devido à estabilização da relação processual (envolvendo as duas partes e o juiz). O juízo negou o pedido de exclusão da empresa. 
Na segunda instância, a empresa foi tirada do polo passivo. Para o tribunal estadual, a inclusão da sucessora na ação, com renovação dos atos judiciais, feriria os princípios de celeridade e economia processuais. 
Em seu entendimento, o princípio da estabilização da relação jurídico-processual não permitiria a modificação dos polos do processo após a citação, salvo nas hipóteses previstas em lei. 
No recurso especial interposto no STJ, a mulher argumentou que seria aplicável ao caso, por equiparação, o disposto no artigo 28, parágrafo 5º, do CDC, segundo o qual é possível desconsiderar a personalidade jurídica do fornecedor sempre que esta servir de obstáculo para o ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 

Responsabilidade solidária 
A recorrente alega que o artigo 233 da Lei 6.404 (Lei das S/A) dispõe que “na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta”. Nas hipóteses em que não houver extinção, “a companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira”. 
Reconhece a autora que o parágrafo único do mesmo artigo autoriza que o ato de cisão estipule a ausência de solidariedade na cisão parcial, porém, enfatiza que essa regra é válida somente nas hipóteses nas quais não haja oposição dos credores. 
Para a ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso especial, “nas hipóteses de créditos reconhecidos posteriormente à cisão, o afastamento da solidariedade seria ineficaz, nos termos do que decidiu o STJ no julgamento do REsp 478.824”. 
Ela explicou que a substituição das partes, conforme dispõe o artigo 41 do Código de Processo Civil (CPC), é permitida somente nas hipóteses previstas em lei. 

Mesma interpretação 
Quanto às obrigações relacionadas ao patrimônio transferido, a ministra entendeu que cabe a mesma interpretação dada ao disposto no artigo 42 do CDC, o qual prevê a possibilidade de substituição de partes no processo na hipótese de alienação do objeto litigioso. 
“A lei determina que a sentença produz seus efeitos regularmente em face de quem adquire o objeto litigioso, independentemente de sua participação no processo”, disse Nancy Andrighi. 
Em ambos os casos, “não se pode opor à inclusão da sucessora no polo passivo o princípio da estabilidade da demanda”. No entendimento da relatora, a cisão também gera a sucessão das obrigações da empresa, do mesmo modo que tal sucessão ocorre nos casos de alienação do objeto litigioso do processo. 
A ministra lembrou que o STJ já decidiu, em diversos julgamentos, que eventual restrição da solidariedade entre a empresa sucessora e a cindida somente é válida contra credores cujo título já estivesse constituído antes do ato da cisão. Os credores com título ainda não reconhecido em juízo não podem apresentar oposição no prazo disposto em lei. 
Diante disso, a relatora deu razão à decisão de primeiro grau, que admitiu a inclusão da sucessora. “A análise da responsabilidade da sucessora pelos atos praticados pela companhia cindida é matéria que se confunde com o mérito da ação, momento em que o protocolo da operação será analisado, os bens sucedidos serão individualizados e a responsabilidade pelo acidente definida”, concluiu. 
A Terceira Turma reconheceu a violação do artigo 233 da Lei das S/A e reformou o acórdão, possibilitando que o juízo de primeiro grau analise o caso de sucessão decorrente da cisão no momento de decidir o mérito da questão. 
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