sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

LAVA-JATO: Justiça determina nova transferência de Cabral, agora de Curitiba para o Rio

Do UOL, no Rio
Gustavo Maia

Rodrigo Félix/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Estadão Conteúdo
O ex-governador Sérgio Cabral foi transferido para Curitiba no último sábado (10)

O desembargador Abel Gomes, do TRF 2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), determinou nesta sexta-feira (16) o retorno do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense. A informação foi confirmada ao UOL pela chefe de gabinete do magistrado, no início da noite.
No último sábado (10), ele havia sido transferido do Rio para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde ele é investigado pela Força-tarefa da Operação Lava Jato - ele se tornou réu por este processo nesta sexta.
A assessoria de imprensa do tribunal informou que enviaria uma nota, em instantes, dando mais informações sobre a decisão. Segundo a chefe de gabinete do desembargador, que disse não poder mais detalhes sobre o caso, a decisão foi baseada em um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-governador.
Cabral foi preso no dia 17 de novembro, quando foi levado para Bangu, no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. A primeira transferência foi solicitada à 7ª Vara Criminal Federal pelo promotor André Guilherme Freitas, da Promotoria de Justiça de Execuções Penais do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro).
Em ofício, ele apontou que o ex-governador está recebendo visitas de forma "irregular e ilegal". "O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento de pessoa amiga", informa o documento. Cabral recebeu a visita dos deputados estaduais Jorge Picciani (PMDB), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Paulo Melo (PMDB), e Cidinha Campos (PDT).
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também visitou o marido, antes de ela mesma ser presa, no dia 6, também por conta da Operação Calicute. Ela também se tornou ré na Lava Jato nesta sexta, assim como outras cinco pessoas. Como o documento de acesso ao sistema penitenciário não estava pronto, ela obteve autorização especial para ver Cabral. Adriana está presa em Bangu.
A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) afirmou, em nota, "que todas as visitas de familiares do ex-governador Sérgio Cabral foram previamente cadastradas e tiveram as carteirinhas de visitantes expedidas conforme normas desta secretaria".
"Esta secretaria esclarece, também, que tem sido fiscalizada pelo Ministério Público e pela Vara de Execuções Penais nesta unidade prisional e em todas as outras. Cabe ressaltar que deputados possuem prerrogativas parlamentares para entrar e, inclusive, fiscalizar unidades prisionais a qualquer momento, sem necessariamente ser o dia de visita", completou a Seap, que citou a existência de câmeras na unidade, cujas imagens podem ser acessadas pelo MP-RJ e pelo MPF.
Cabral estava detido na Cadeia Pública Pedrolino de Oliveira, conhecida como Bangu 8. Coincidentemente, a unidade foi inaugurada por ele em 2008, no seu segundo ano como governador do Estado.
Na custódia federal na capital paranaense, Cabral teve como vizinhos de cela o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
A reportagem do UOL telefonou para o advogado Ary Bergher, que representa Cabral e sua mulher, mas o telefone estava na caixa postal.

LAVA-JATO: Cervejaria intermediou repasses da Odebrecht a políticos, dizem delatores

ESTADAO.COM.BR
Beatriz Bulla e Fabio Serapião , 
O Estado de S.Paulo

Empreiteira construía fábricas para Grupo Petrópolis em troca de doações para agentes públicos

BRASÍLIA - A Odebrecht abordou em seu acordo de colaboração com a Justiça detalhes de sua relação com a família Faria, proprietária do Grupo Petrópolis. A Lava Jato já havia identificado que executivos ligados à Odebrecht e o grupo eram sócios no banco Meinl Bank Antígua, utilizado pela empreiteira para operar as contas do departamento da propina no exterior. Na delação, além de assumirem a sociedade com Vanuê Faria, executivos da Odebrecht vão contar como utilizaram empresas dos donos da cervejaria Itaipava para distribuir dinheiro a políticos por meio de doações eleitorais e entregas de dinheiro vivo.

Foto: Rodrigo Paiva
Fachada da empresa, em São Paulo

Entre os que participaram das negociações com integrantes da família Faria e entregaram informações sobre o esquema estão Benedicto Júnior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e Luiz Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o departamento da propina.
Durante as negociações, Luizinho prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes públicos.
No caso das doações, depois de compensada com pagamentos no exterior, em especial na conta Legacy no AOB, o Grupo Petrópolis utilizava algumas de suas empresas para efetuar os repasses para campanha de políticos por ordem da Odebrecht. Ao menos duas empresas, segundo Luizinho, a Praiamar e Leyros Caxias, teriam sido utilizadas para escoar o dinheiro do departamento de propina para campanhas nas eleições de 2010 e 2012.
Doações. Os delatores prometeram entregar aos investigadores planilhas das contribuições eleitorais executadas pelo Grupo Petrópolis e os documentos relacionados ao controle da movimentação real/dólar entre as contas das empresas. No site do Tribunal Superior Eleitoral constam doações relacionadas à Praiamar e Leyroz. Em 2010, a Leyroz doou cerca de R$ 4,3 milhões para políticos do PT, PMDB, PP, PSDB, PV, DEM, PTC, PSB, PSDC e PSOL. Nas eleições de 2012, a empresa repassou outros 560 mil para candidatos do PSB e PMDB. Por sua vez, a Praiamar, em 2010, doou R$ 1,1 milhão para os mesmos partidos destinatários dos valores da Leyroz. Em 2012, foram mais R$ 1,5 milhão para PSB, PMDB, PPS e PcdoB.
Entre os políticos que receberam as doações da empresa, segundo o delator, por conta e ordem da Odebrecht, estão alguns que já apareceram nas delações da Odebrecht. Como os repasses em 2010 a Aécio Neves (PSDB-MG), no valor total de R$ 120 mil, Ciro Nogueira (PP) com R$ 200 mil, o tucano Arthur Virgílio (R$ 100 mil), o democrata Heráclito Fortes (R$ 100 mil), o tucano Jutahy Magalhães (30 mil).
Para os pagamentos em espécie, segundo Luizinho, a Odebrecht acionava o operador Álvaro José Galliez Novis, que já foi alvo da Lava Jato, para distribuir o dinheiro fornecido pelo Grupo Petrópolis. De acordo com as anotações de Maria Lúcia Tavares, secretária do departamento da propina, Novis atuava sob o codinome da conta “Carioquinha” e "Paulistinha" e era diretor da Hoya Corretora de Valores. Segundo relatório da PF, ele é sobrinho de Álvaro Pereira Novis, ex-dirigente da Odebrecht na área de apoio e desenvolvimento de oportunidades e representação.
Os investigadores já haviam encontrado indícios da relação entre o Grupo Petrópolis e a Odebrecht na 23.ª fase de 279 políticos de 22 partidos. Com Benedicto Júnior, a Polícia Federal apreendeu uma planilha na qual “Itaipava” está anotada à mão ao lado de um repasse de R$ 500 mil para Luís Fernando Pezão (PMDB), atual governador do Rio de Janeiro. Essa mesma doação para Pezão está relacionada, no topo da coluna dos valores, a “Parceito IT”.
Há ainda na planilha doações para a campanha eleitoral de 2012, o total chega a R$ 5,8 milhões. Em outro quadro, sem data definida, o “parceiro” aparece como responsável por doações de R$ 30 milhões a 13 partidos, entre eles PT, PMDB e PSDB.
Defesas. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Grupo Petrópolis afirmou "desconhecer as informações da suposta delação, que não tem amparo na realidade e que Cleber e Vanuê Faria não são membros do Grupo."
A Odebrecht informou que “não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade”.
A assessoria do senador Aécio Neves reitera que as doações feitas à campanha eleitoral ocorreram na forma legal e estão demonstradas nos documentos públicos registrados pelo PSDB junto ao TRE-MG, em 2010.
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o senador Ciro Nogueira, afirmou que não irá se manifestar sobre delações da Odebrecht pois "tem certeza que os acordos serão anulados em razão de ilegalidades".
O prefeito de Manaus Arthur Virgilio e o deputado Jutahy Magalhães foram procurados pela reportagem, mas ainda não reponderam aos contatos. A reportagem tentou contato com o deputado Heráclito Fortes, mas ainda não conseguiu encontrá-lo.

IMPROBIDADE: Procuradoria entra com oito ações de improbidade contra Ivo Cassol

UOL
De São Paulo

Moreira Mariz/Agência Senado

O Ministério Público Federal entrou com oito ações de improbidade administrativa contra o senador Ivo Cassol (PP), outras nove pessoas e duas empresas por supostas fraudes em licitações realizadas no período em que ele foi governador de Rondônia (2003/2010).
Segundo a acusação, empresas pertencentes ou ligadas diretamente a Cassol "venceram várias licitações realizadas pela administração pública estadual e foram contratadas para execução de obras".
As oito ações serão julgadas pela Justiça Federal em Porto Velho e não possuem caráter sigiloso. O Ministério Público Federal em Rondônia vai remeter cópia das ações à Procuradoria-Geral da República, "a fim de que se avalie a possibilidade de ingresso de nova denúncia no Supremo Tribunal Federal pelos crimes cometidos".
O Ministério Público Federal aponta que "assim que assumiu o governo de Rondônia, Cassol reproduziu no âmbito estadual o mesmo esquema que fez quando era prefeito de Rolim de Moura (RO), o direcionamento das licitações para favorecer um estrito grupo de empresas pertencentes a seus parentes ou a pessoas próximas a ele".
Além de Ivo Cassol, também são réus nas ações de improbidade as empresas que venceram as licitações - J.K. Construções e Terraplanagem e Construtora Rondoniense de Obras - CRO -, os sócios dessas empresas - Izalino Mezzomo, Ivalino Mezzomo, Edna Aparecida Soares Mezzomo, Aníbal de Jesus Rodrigues, Odeval Divino Teixeira, Gian Marcos de Jesus e Sebastiana Dutra Corrêa -, o então superintendente de Licitações de Rondônia, Salomão da Silveira, e o diretor do Departamento de Viação e Obras Públicas (Devop) Jacques da Silva Albagli.
A Procuradoria pede que a Justiça Federal condene Cassol e os outros acusados às penas do artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa - perda do cargo, mandato, emprego ou função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa, ressarcimento dos prejuízos causados ao erário, entre outras sanções.
A Procuradoria também quer que todos sejam obrigados "a pagar indenização por danos morais sofridos pela União e pela própria sociedade, totalizando R$ 8 milhões em reparação".
Ivo Cassol e outros envolvidos já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal a quase cinco anos de prisão por fraude em licitações em Rolim de Moura.
"Apesar da condenação no STF e do reconhecimento das irregularidades por outras instituições, como o Tribunal Contas da União (TCU), Ivo Cassol e os demais réus praticaram as mesmas improbidades nas licitações realizadas no Governo de Rondônia a partir de 2003", diz o Ministério Público Federal.
Defesa
A assessoria do senador Ivo Cassol informou que ele só vai se manifestar sobre o caso nos meios oficiais: no plenário do Senado ou perante a Justiça.

POLÍTICA: Para Alckmin, recondução de Aécio para comando do PSDB foi golpe

FOLHA.COM
THAIS BILENKY, DE SÃO PAULO

Diego Padgurschi /Folhapress 
Os tucanos Geraldo Alckmin, governador de SP, e Aécio Neves

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reagiu com indignação à decisão da cúpula de seu partido de prorrogar o mandato do senador Aécio Neves (MG) na presidência da sigla.
Segundo assessores, Alckmin considerou a medida uma expulsão branca e um golpe branco, como uma tentativa de forçá-lo a deixar o PSDB se quiser garantir a sua candidatura à Presidência em 2018.
O posto de presidenciável tucano é disputado tacitamente pelo governador paulista, de um lado, e Aécio e o ministro José Serra (Relações Exteriores), de outro.
A presidência do PSDB é decisiva na condução do processo interno de escolha do candidato. Com a prorrogação por um ano, Aécio estará no comando durante o ano pré-eleitoral.
Um aliado de Alckmin usou o termo revolta para descrever a reação no Palácio dos Bandeirantes.
Outro interlocutor do governador comparou a articulação àquela que tentou fazer do vereador Andrea Matarazzo, então no PSDB, hoje no PSD, candidato a prefeito de São Paulo.
O nome preferido de Alckmin era o do empresário João Doria, que acabou sendo escolhido e eleito, o que se tornou um ativo político para o governador.
Com o fortalecimento de Alckmin, Serra e Aécio, até então adversários, aproximaram-se.
Em reunião há cerca de duas semanas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não se opôs à articulação para manter Aécio no comando, e Serra declarou à Folha que era favorável.
Em reunião nesta quinta-feira (15), a executiva do PSDB decidiu pela prorrogação por 29 votos a 2.
Na análise de um assessor, a tendência é que aliados de Alckmin façam a crítica pública ao PSDB, enquanto o próprio delimitará sua diferença em relação à cúpula do partido e ao governo Michel Temer (PMDB), apoiado por ela.
"Gosto do Aécio, mas não se deve mudar a regra do jogo com a partida em andamento", afirmou o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa paulista e aliado de Alckmin.

LAVA-JATO: Moro estipula fiança de R$ 1 milhão para ex-tesoureiro do PT deixar prisão

OGLOBO.COM.BR
POR DIMITRIUS DANTAS*

Paulo Ferreira é réu em processo que investiga construção de centro de pesquisa no Rio

Ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira poderá deixar a prisão se pagar uma fiança de R$ 1 milhão - Givaldo Barbosa / Arquivo O Globo 18.09.2006

SÃO PAULO — Preso preventivamente desde julho, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira poderá deixar a prisão se pagar uma fiança de R$ 1 milhão. A substituição da prisão preventiva por medidas alternativas foi definida nesta sexta-feira pelo juiz Sérgio Moro após a defesa de Paulo Ferreira pedir a revogação da prisão na audiência do ex-tesoureiro, na última quarta-feira.
Na ação, Paulo Ferreira, então tesoureiro do PT, é acusado de receber valores de caixa 2 de empreiteiras que atuaram no projeto do novo centro de pesquisa da Petrobras, o Cenpes. As empresas contratavam serviços do escritório de advocacia de Alexandre Romano, ex-vereador do PT em Americana. Os serviços eram feitos por Alexandre Romano, porém, o pagamento era superfaturado e parte era encaminhado para as contas do partido, administradas por Paulo Ferreira.
Ao definir deixar Paulo Ferreira em liberdade, Moro afirmou que não é necessário que ele permaneça preso já que todos as audiências do processo já foram finalizadas. Na última quarta-feira, Paulo Ferreira prestou seu depoimento como réu. Na ocasião, perguntado pelo juiz se havia uso de recursos não contabilizados em campanhas do PT, conhecido como caixa 2, Paulo Ferreira afirmou que sim.
— É um problema da cultura política nacional, doutor Moro. Eu não estou aqui para mentir para ninguém — disse Paulo Ferreira, que completou: — Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio.
Após a audiência dos réus, Moro esperará as alegações finais da defesa e, então, dará sua sentença. Para o juiz, com o processo em sua fase final, os riscos às provas diminuem.
“E no presente caso, como ocorre em alguns outros casos, não há uma indicação de que o acusado oferece um risco às próprias fontes de provas”, escreveu Moro, que lembrou que Paulo Ferreira confessou o recebimento de valores por Alexandre Correa de Oliveira Romano, embora tenha alegado que seriam contribuições de campanha. Além disso, Paulo Ferreira, disse o juiz, não era beneficiáiro de propinas da Petrobras.
“Então e, mais uma vez, sem pretender minorar eventual responsabilidade de Paulo Adalberto Alves Ferreira, o papel aparentemente mais subsidiário dele no esquema criminoso autoriza, nesse momento, a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas. Entre eles a fiança”, disse.
A fiança de R$ 1 milhão foi fixada baseado no montante que o próprio Paulo Ferreira admitiu que teria sido repassado a ele. Além da fiança, Paulo Ferreira não poderá deixar sua casa por mais de 20 dias sem autorização de Moro ou deixar o país. Além disso, não poderá se aproximar ou contatar, diretamente ou indiretamente, outros acusados ou testemunhas do processo.outros acusados ou testemunhas deste feito e seus familiares, inclusive e principalmente Alexandre Correa de Oliveira Romano.
Em nota, a defesa de Paulo Ferreira afirmou que fará novo pedido para que o pagamento seja relevado, já que Paulo Ferreira não teria condições financeiras para arcar com a fiança. “Somente com a resolução dessa questão é que poderá ser o acusado libertado”, afirmou.
*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire

LAVA-JATO: Associação de procuradores diz que Lula tenta ‘amordaçar’ MP

OGLOBO.COM.BR
POR MANOEL VENTURA*

Ex-presidente entrou com ação contra Deltan Dallagnol em que pede indenização de R$ 1 milhão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Leonardo Benassatto / Reuters

BRASÍLIA — A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou uma nota nesta sexta-feira, em apoio ao procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato, na qual acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentar “inibir”, “retaliar” e “amordaçar” o Ministério Público Federal. A manifestação foi divulgada por conta de uma ação por danos morais movida pelo ex-presidente contra Dallagnol.
O petista pede indenização de R$ 1 milhão por causa de uma entrevista à imprensa em que foi apresentado pelo procurador como “comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras. Na ocasião, Dallagnol apresentou aos jornalistas um gráfico em que o nome de Lula aparecia no centro tendo em volta diversas acusações relacionadas ao esquema de corrupção na Petrobras.
“Numa estratégia que busca, nitidamente, inverter os papéis, pessoa acusada por crimes objetiva penalizar agentes do Estado, em caráter pessoal, pelo normal e autêntico exercício de sua missão constitucional. Ao alegar de forma tardia um suposto e absolutamente inexistente abuso de autoridade, pretende-se punir o trabalho de um membro do Ministério Público Federal que cumpriu regularmente o dever e o direito de informar a população sobre os atos relativos à operação”, diz a nota da associação.
Na nota, a ANPR liga a iniciativa de Lula contra o procurador aos projetos de lei no Congresso Nacional “que pretendem criminalizar atos que constituem exercício legítimo da atividade do Ministério Público e de juízes como se fossem supostos abusos”. A associação argumenta que, assim como já o fez nos demais momentos das investigações, ao conceder a entrevista, Deltan Dallagnol, acompanhado de todos os demais membros da Força-tarefa, prestou esclarecimentos à sociedade.
“A estratégia de processar Deltan isoladamente, e não a União ou os membros da Força Tarefa, denota claro propósito intimidatório. Se o real propósito fosse a indenização por supostos prejuízos à imagem, o caminho natural seria acionar o Estado, diante das facilidades jurídicas desse tipo de ação quando comparada à ação contra o servidor público”, ressalta o texto.
Para a ANPR, o direito de petição é livre e as estratégias de defesa estão abertas a qualquer um, mas a ação de Lula “consiste em mal disfarçada intenção de inibir e retaliar a ação de membros do Ministério Público”.
*Estagiário, sob supervisão de Francisco Leali

NEGÓCIOS: Bovespa fecha quase estável no dia, mas acumula perda de 3,5% na semana

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (16) praticamente estável, com leve baixa de 0,01%, a 58.389,04 pontos. Na véspera, a Bovespa havia subido 0,32%.
Com isso, a Bolsa acumulou queda de 3,49% na semana. No mês, a baixa é de 5,68%. No ano, porém, tem valorização acumulada de 34,69%.
As ações da Cielo saltaram mais de 8% e as do Banco do Brasil também subiram. Por outro lado, os papéis da Petrobras, da mineradora Vale, do Bradesco e do Itaú Unibanco fecharam em queda. 
Dólar tem 3ª alta e fecha a R$ 3,391
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,57%, a R$ 3,391 na venda. É o terceiro dia seguido de ganho. 
Com isso, o dólar encerra a semana com valorização de 0,52%. No mês, acumula alta de 0,1% e, no ano, queda de 14,12%. 
Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1,14%. 
Bolsas internacionais
As principais Bolsas da Europa fecharam em alta:
Espanha: +0,77%
Portugal: +0,66%
Alemanha: +0,33%
França: +0,29%
Inglaterra: +0,18%
Itália: +0,11%
Das principais Bolsas da Ásia e do Pacífico, quatro subiram:
Japão: +0,66%
Coreia do Sul: +0,27%
Cingapura: +0,24%
China: +0,2%
Austrália: -0,1%
Hong Kong: -0,18%
Taiwan: -0,36%

(Com Reuters)

ECONOMIA: Dólar tem 3ª alta e fecha a R$ 3,391; na semana, tem ganho de 0,52%

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (16) em alta de 0,57%, a R$ 3,391 na venda. É o terceiro dia seguido de ganho. 
Com isso, o dólar encerra a semana com valorização de 0,52%. No mês, acumula alta de 0,1% e, no ano, queda de 14,12%. 
Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1,14%. 
Economia e política
Na quinta-feira (15), o governo anunciou medidas para tentar estimular a economia, o crescimento do emprego e sair da crise.
Além disso, os investidores estão atentos ao andamento das medidas de ajuste das contas públicas no Congresso, como a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita o crescimento do gasto público por 20 anos.
A preocupação em relação ao cenário político, no entanto, continuava com uma nova delação premiada que cita o nome do presidente Michel Temer.
Nesta sexta-feira, o jornal "Folha de S.Paulo" noticiou que um ex-executivo da Odebrecht disse em delação à força-tarefa da operação Lava Jato que Temer participou de um encontro para tratar de doações da empreiteira para campanha do PMDB em 2010. 
Atuações do BC
O Banco Central brasileiro, pela terceira vez seguida, não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio até o momento.
Fim de ano
Com a proximidade do fim do ano, os mercados devem ficar menos agitados daqui para a frente, já com muitos investidores entrando de férias. Isso deve reduzir o volume de negociações até o final do ano.
(Com Reuters)

INVESTIGAÇÃO: Alvo de operação da PF, pastor Malafaia diz que não é bandido

UOL
Da Agência Brasil
Elaine Patricia Cruz 

J.F. Diorio/Estadão Conteúdo

O pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chegou à sede da superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, para depor, por volta das 16h de hoje (16). Ele é um dos alvos da Operação Timóteo, deflagrada hoje pela PF, que investiga irregularidades em cobranças de royalties da exploração mineral.
Malafaia foi levado coercitivamente para depor. Antes de prestar o depoimento, conversou com jornalistas na porta da superintendência e disse que se apresentou espontaneamente.
O pastor diz ser inocente. Exaltado, confirmou ter recebido um cheque no valor de R$ 100 mil de um amigo, que também é pastor, depositado diretamente em sua conta bancária. Ele disse que o valor era uma "oferta" por ter orado por uma pessoa, em 2011, que agora, descobriu fazer parte do esquema criminoso. O valor, segundo ele, foi declarado no Imposto de Renda.
"Em 2013, eu recebi em meu escritório o pastor Michael Abud, meu amigo há mais de 20 anos, sobre um membro da igreja dele, que é empresário, para me dar uma oferta pessoal. Ele me deu uma oferta de R$ 100 mil depositado na minha conta, declarado no Imposto de Renda", disse. 
Ao ser indagado sobre o depósito ter sido em sua conta pessoal, e não na da Igreja, Malafaia respondeu que "é muito fácil" fazer essa diferenciação. "Recebo oferta, como vários pastores. Eu fui na igreja desse pastor Abud, que é meu amigo, em 2011. 'Ore aqui por um empresário que está envolvido em negócios'. Eu orei por ele. Em 2013, o Michael Abud me liga e diz: 'Silas, sabe aquele empresário por quem você orou? Ele quer fazer uma oferta pessoal. Eu não recebi oferta só de R$ 100 mil não. Recebo ofertas até maiores e declaro no Imposto de Renda. Não tem nada escondido, não tem nada oculto. A diferença é que as pessoas dão oferta ou para o pastor ou para a instituição. Muito mais na instituição do que para o pastor", disse.
O pastor disse que recebe cheques de altos valores para a igreja e, também, pessoalmente. Valores, de acordo com ele, muitas vezes superior a R$ 100 mil, chegando a R$ 5 milhões.
Malafaia reclamou de ter sido convocado para prestar esclarecimentos hoje. "Não sou bandido, não estou envolvido com corrupção, não sou ladrão. Estou indignado. Que Estado de Direito é esse? Sabe o porquê disso? Porque, há dez dias atrás, eu falei que sou a favor de uma justiça independente, forte, mas não absoluta. Retaliação, é isso? Querem aparecer em cima de mim?", falou em tom alto. "Essa é uma tentativa de denegrir, e tem interesses pessoais, porque eu me posiciono, porque eu me coloco. Isso é uma safadeza, uma molecagem. Estou desafiando a provar que estou envolvido com esses canalhas. Metam eles na cadeia", disse.
Segundo ele, é impossível saber se as pessoas que depositam dinheiro ou fazem doações são criminosos. "Amanhã, um vagabundo qualquer, um bandido qualquer, um traficante qualquer, um canalha qualquer deposita um cheque na minha ou qualquer igreja. E o cara é descoberto. Quer dizer que o pastor é bandido?."
Twitter
Sobre o fato de, há alguns meses, ter se posicionado no Twitter a favor das conduções coercitivas, principalmente no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pastor Malafaia disse que agora é diferente. "Acho engraçado os esquerdopatas. Quando o Lula foi levado coercitivamente, eu botei no Twitter. Tem que levar. Agora, são quantas denúncias contra o Lula? Essa cambada de corrupto e de PT quer me comparar com isso? É uma afronta. Quem está me denunciando? Quem é que foi preso e disse que eu recebia dinheiro? Querem comparar? Tem que ter lógica, gente", afirmou.
Operação Timotéo
A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Timóteo, com ações em 11 estados e no Distrito Federal. Estão sendo realizadas buscas e apreensões em 52 endereços relacionados a uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
"Entre uns dos investigados por esse apoio na lavagem do dinheiro está uma liderança religiosa, que recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é se esse líder religioso pode ter 'emprestado' contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência, com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores", informou a corporação.

PREVIDÊNCIA: Governo divulgará balanço trimestral para provar que Previdência tem rombo

Do UOL, em São Paulo

O governo vai passar a divulgar trimestralmente o balanço da seguridade social, que inclui Previdência, saúde e assistência social, para comprovar que as aposentadorias oficiais realmente têm deficit e precisam da reforma proposta.
A informação é do ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, que divulgou um primeiro balanço nesta sexta-feira (16). Segundo ele, no acumulado de 12 meses até outubro, a seguridade social como um todo registra deficit de R$ 243 bilhões. A maior parte desse deficit vem da Previdência, afirma o ministro.
Estes foram os dados divulgados:
Receitas: R$ 616 bilhões
Despesas: R$ 859,2 bilhões (sendo cerca de R$ 500 bilhões só da Previdência)
Deficit (Despesas - receitas): R$ 243 bilhões
Guerra de informações sobre deficit da Previdência
Há muito tempo, circulam versões que contestam a existência de rombo na Previdência, argumentando que as contas do governo são distorcidas. Após a proposta de mudança nas aposentadorias, com idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição, essas versões de que o deficit nas aposentadorias seria uma farsa voltaram a circular com mais força. O governo quer contra-atacar.
O ministro citou o artigo 195 da Constituição, onde se define o que é a Previdência, e que, segundo ele, comprova que os gastos são contabilizados corretamente pelo governo.
"A maior parte do deficit da seguridade social vem da Previdência. É preciso ter clareza da verdadeira informação. Temos percebido informações equivocadas, daí a divulgação desse balanço, e vamos divulgar esse balanço periodicamente, a cada trimestre", disse Oliveira.
"Claramente há necessidade de revisão da Previdência, para que ela não continue tomando espaço de outras despesas da seguridade social", disse o ministro.
Reforma da Previdência
O governo apresentou neste mês seu projeto de reforma da Previdência.
Na madrugada de quinta-feira (15), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade da proposta de reforma. Esta é a primeira etapa da PEC no Congresso. Essa comissão da Câmara avalia se a proposta segue os critérios técnicos para ser votada.
Vídeo diz que rombo é farsa
O rombo na Previdência foi o motivo principal para a proposta de reforma previdenciária. Um vídeo, produzido pela Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), porém, diz que o rombo é uma farsa.
Para a associação, o deficit divulgado pelo governo é fruto de uma manipulação de números. (Clique no link para assistir: http://zip.net/bctyH4)
Um dos argumentos da Anfip é que o governo considera apenas a contribuição de trabalhadores e empresas para calcular o resultado da Previdência. Segundo a entidade, teria de ser considerada também a arrecadação de outras contribuições sociais, como a CSLL (Contribuição Sobre Lucro Líquido), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS/Pasep.
Para o professor de finanças do Ibmec/RJ Gilberto Braga, as contas da Previdência devem ser analisadas de maneira isolada, separadas das demais.
"A questão metodológica (para calcular o deficit da Previdência) é pertinente. Existem formas diferentes de mensurar. Mas, do ponto de vista prático, falta dinheiro", afirma. "O efeito é que cada caixinha tem que ser olhada, na minha visão, de maneira isolada. A Previdência, no que tange à aposentadoria, é deficitária".

MUNDO: Operação de retirada em Aleppo é suspensa por disparos de rebeldes, diz TV

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Seis mil pessoas já deixaram a cidade, incluindo 250 feridos, segundo grupo de médicos e voluntários
Ônibus são vistos durante uma operação de retirada de combatentes da oposição e civis de uma área rebelde de Aleppo -GEORGE OURFALIAN / AFP

DAMASCO — As forças do regime sírio interromperam nesta sexta-feira a operação de retirada de milhares de civis e combatentes presos nas últimas áreas de Aleppo controladas pelos rebeldes, informou a TV estatal síria. Segundo a emissora, a suspensão ocorreu após disparos de insurgentes contra os comboios. As informações sobre o total de pessoas já transferidas divergem, com organizações apontando de três a oito mil retirados.
“A operação de evacuação está suspensa porque os homens armados não respeitaram as condições do acordo”, afirmou uma fonte de segurança à agência AFP.
Segundo uma autoridade síria, a desocupação do Leste de Aleppo será retomada assim que os feridos deixarem os vilarejos xiitas de al-Foua e Kefraya, na província de Idlib.
Durante toda a noite, ambulâncias e ônibus continuaram transferindo pessoas a partir dos bairros do leste de Aleppo, sob controle rebelde, para os setores rurais da província de Aleppo controlados pelos insurgentes. Um oficial rebelde sírio disse que a operação de evacuação estava longe de ser concluída, contrariando informações anteriores da Rússia de que a retirada de insurgentes e familiares já havia sido finalizada nesta sexta-feira.
Em uma declaração à AFP, Ahmad al Dbis, chefe de uma unidade de médicos e voluntários que coordena a evacuação dos feridos, informou que seis mil pessoas já haviam saído da cidade, incluindo 250 feridos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), por sua vez, citou três mil pessoas retiradas e mais de 40 feridos, entre elas crianças. A organização fez um apelo para a retomada da operação:
"Infelizmente, a operação foi suspensa. Pedimos às partes que assegurem que possa ser retomada nas condições certas", disse no Twitter Robert Mardini, diretor regional do CICV para o Oriente Médio, sem dar mais detalhes.
De acordo com fontes locais, carros particulares deixaram a cidade junto aos comboios de ônibus que retiravam rebeldes e civis.
— Pessoas em seus próprios carros foram autorizadas a sair junto com os ônibus hoje — disse Zakaria Malahifji, uma autoridade do grupo rebelde Fastaqim.
No início da operação, os veículos se deslocavam em comboio mas, mais tarde, para acelerar o movimento começaram a circular de forma individual.
A retirada “continuará pelo tempo que for necessário para que as pessoas que desejarem possam partir”, declarou a porta-voz do CICV Ingy Sedky.
Após um cerco de vários meses, o Exército sírio, apoiado pela aviação russa, lançou no dia 15 de novembro uma grande ofensiva que lhe permitiu recuperar praticamente todos os bairros do leste de Aleppo que a rebelião controlava desde 2012.
O governo do presidente sírio Bashar al-Assad proclamará oficialmente a vitória total na cidade quando a operação de evacuação pactada com os rebeldes terminar.



LAVA-JATO: Eduardo Cunha será transferido para presídio devido à lotação de carceragem da PF

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POR GUSTAVO SCHMITT, ENVIADO ESPECIAL

Moro autorizou transferência do deputado cassado para o Complexo Médico de Pinhais
Eduardo Cunha no IML de Curitiba - Jason Silva/AGIF / Agência O Globo

CURITIBA - O juiz Sérgio Moro determinou, nesta sexta-feira, a transferência do deputado cassado Eduardo Cunha da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana. O ex-presidente da Câmara está preso desde outubro, após ordem de Moro em mais um desdobramento da operação Lava-Jato.
Moro justificou a decisão devido à lotação da cadeia e as melhores condições do presídio para receber o ex-deputado. À época da prisão, o Ministério Público Federal (MPF) justificou o pedido de prisão dizendo que Cunha representava riscos à investigação, à ordem pública e à aplicação da lei penal.
No mesmo despacho, Moro negou a transferência do ex-tesoureiro do PP, Claudio Genu, que, segundo o magistrado, manifestou a intenção de colaborar com a Justiça. Na terça-feira, o juiz já havia negado a transferência do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro.

LAVA-JATO: Sérgio Cabral, a esposa e mais cinco viram réus na Operação Lava Jato

JB

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a esposa Adriana Ancelmo e mais cinco pessoas viraram réus nesta sexta-feira (16) em Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato, após o juiz Sérgio Moro aceitar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) feita na quinta-feira (15).
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que o grupo teve envolvimento no pagamento de vantagens indevidas a partir do contrato da Petrobras com o Consórcio Terraplanagem Comperj, formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo já são réus na Operação Calicute

A força-tarefa da Lava Jato pede o ressarcimento de R$ 2,7 milhões. 
Cabral e Adriana Ancelmo já são réus na Operação Calicute, na qual respondem por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.
Confira a lista dos denunciados
Sérgio Cabral, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Adriana Ancelmo, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Wilson Carlos, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Carlos Miranda, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Rogério Nora, corrupção ativa
Clóvis Primo, corrupção ativa
Mônica Carvalho, lavagem de dinheiro

DIREITO: Janot rejeita investigação sobre Temer e Padilha no caso Geddel

OGLOBO.COM.BR
POR JAILTON DE CARVALHO E EDUARDO BARRETTO

Ex-ministro da Secretaria de Governo recebeu censura ética de comissão da Presidência

Conflito de interesses. Geddel usou cargo público para benefício pessoal, concluiu comissão - ANDRE COELHO / André Coelho/22-11-2016

BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entendeu que as denúncias egravações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero não são suficientes para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de investigação contra o presidente Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Mas caberá à Procuradoria da República em Brasília, base do Ministério Público Federal, decidir se abre ou não inquérito contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), alvo central das acusações do ex-ministro da Cultura.
No mês passado, Calero pediu demissão e, em depoimento espontâneo à Polícia Federal, acusou Geddel de fazer pressão indevida pela liberação das obras do La Vue, um prédio em uma área histórica de Salvador onde o ex-ministro da Secretaria de Governo teria comprado um apartamento. As obras estão embargadas com base em decisão técnica do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Calero também apontou a participação de Temer, Padilha e do secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, na articulação para liberar as obras do La Vue.
PF PODE ABRIR INQUÉRITO
Depois de interrogar Calero, a Polícia Federal pediu ao STF autorização para abrir inquérito contra Geddel, que, naquele momento, era ministro e tinha foro especial. Com Geddel fora do governo e o entendimento que não há indícios contra Temer e Padilha, a PF poderá abrir inquérito por conta própria, mesmo antes de qualquer deliberação da Procuradoria da República sobre o assunto.
A Comissão de Ética Pública da Presidência, por sua vez, se reuniu nesta quinta-feira e decidiu, por unanimidade, aplicar uma censura ética contra Geddel. É punição máxima para uma autoridade que já saiu do governo. Na prática, a decisão do colegiado — que deixa uma “mancha no currículo”, segundo o presidente da comissão de ética — não impede que Geddel ocupe cargos públicos.
A decisão da comissão, que avaliou somente o aspecto ético, será remetida ao Ministério Público Federal para avaliar se houve crime no caso. O relator destacou, em seu voto, que Geddel não comunicou à comissão a promessa de compra e venda de apartamento no La Vue entre os bens declarados quando assumiu o ministério, o que era obrigatório.
— Verificamos o uso do cargo público para favorecer interesses particulares e pessoais, o que é vedado tanto pela lei de conflito de interesses quanto pelo código de ética na administração pública federal — declarou o presidente da comissão, Mauro Menezes.
— Não é esse o padrão que se espera e que está previsto no código de ética. É um sinal aos administradores federais de que essa pessoa neste episódio infringiu a ética na gestão pública — afirmou o relator do caso, Marcelo Figueiredo.
O processo na comissão de caráter consultivo contra o ex-auxiliar do presidente teve situações inusitadas. Antes mesmo de ser aberto, o único conselheiro indicado pelo governo Temer, José Leite Saraiva Filho, pediu vista. Horas depois, Geddel telefonou à comissão e o caso foi retomado.
No dia seguinte, Saraiva declarou-se impedido e pediu afastamento do caso. O conselheiro é advogado de uma associação de construtoras na Bahia, incluindo a empresa do prédio em que Geddel tem apartamento, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”.
Geddel pediu demissão da Secretaria de Governo há três semanas. Calero saiu do governo em 18 de novembro. Uma semana depois, apesar de Michel Temer garantir publicamente Geddel no cargo e de parlamentares anunciarem carta de solidariedade, o ministro palaciano se demitiu. Foi o sexto ministro a deixar o cargo em seis meses de gestão Temer.
ALIADO DE GEDDEL VOLTA AO CNMP
Ironicamente, no mesmo dia da decisão da Comissão de Ética Pública, a Câmara aprovou ontem o nome do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, para um novo mandato no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O plenário da Câmara aprovou o nome de Vale Rocha por 225 votos a 119.
Ele já foi advogado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e esteve envolvido no caso que levou à saída de Geddel da Secretaria de Governo.
Como subchefe jurídico da Casa Civil, Vale Rocha apresentou a sugestão de enviar o caso de Geddel à Advocacia Geral da União (AGU). A indicação agora terá que ser analisada pelo Senado. (Colaborou Cristiane Jungblut)

GESTÃO: Governador de SP congela seu salário e de mais de 7.000 servidores

UOL
Em São Paulo

Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB)

Para impedir um aumento em cascata nos altos salários limitados por teto constitucional do funcionalismo público estadual em 2017, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou que sua base na Assembleia Legislativa de São Paulo congele seu próprio salário, que hoje é de R$ 21,6 mil.
Por lei, é a Assembleia quem determina, ao final do exercício do ano corrente, o subsídio para o mandato seguinte. O congelamento foi aprovado na semana passada e agora aguarda sanção do Executivo.
Segundo cálculos de técnicos do Palácio dos Bandeirantes, a decisão vai gerar uma economia estimada entre R$ 406 milhões e R$ 480 milhões anuais nas contas do governo paulista.
Na prática, a medida impediu que fossem automaticamente reajustados os ganhos de 7.390 servidores ativos e inativos que têm salários superiores aos do governador, mas que são limitados pelo teto fixado pela Constituição Federal.
O salário de Alckmin está congelado desde 2014. Até a votação do projeto, havia pressão de deputados estaduais da base e da oposição para que houvesse um reajuste nos vencimentos do governador, vice e secretários de Estado com base os índices de inflação acumulados.
Estimativas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão apontam que, se fosse usado o acumulado do IPC/Fipe para os últimos dois anos, o salário do governador seria reajustado em 16,79%. Com isso, automaticamente, seriam majorados em igual porcentual os ganhos dos mais de 7 mil servidores que esbarram no teto constitucional.
Nas reuniões com os deputados estaduais, o secretário da Casa Civil, Samuel Moreira, argumentou que a medida garante os esforços do ajuste fiscal feito pelo tucano e sinaliza à sociedade que a crise que atinge o País exige sacrifícios.
Pela Constituição do Estado, cabe aos deputados definir os salários do governador, de seu vice, dos secretários estaduais e dos próprios parlamentares.
Atualmente, vice Márcio França (PSB) recebe R$ 20.549 e os secretários estaduais ganham R$ 19.468 por mês.
Em dezembro de 2015, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já havia decidido manter congelado o seu salário e os vencimentos pagos ao vice-governador e aos secretários de Estado.
Em lei publicada no Diário Oficial do Estado no sábado, Alckmin determinou que continua a vigorar em 2016 a legislação de janeiro de 2015 que estabelecia a remuneração desses cargos.
Em 2015, o governo paulista publicou decreto determinando que os órgãos das administrações direta e indireta renegociem todos os contratos com custo superior a R$ 750 mil. A medida também congelou a contratação de imóveis. 
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

MUNDO: EUA atribuem ciberataques eleitorais a Putin e prometem represálias

UOL
Em Washington

Kevin Lamarque/Reuters

A Casa Branca responsabilizou diretamente nesta quinta-feira (15) o presidente russo, Vladimir Putin, pelos ciberataques que interferiram nas eleições presidenciais americanas e prometeu retaliações, elevando a tensão entre as duas maiores potências atômicas do mundo. "Não acho que estas coisas ocorram no governo russo sem que Vladimir Putin saiba", afirmou Ben Rhodes, o principal conselheiro do presidente Barack Obama, ao canal de TV MSNBC.
"Tudo o que sabemos sobre como a Rússia funciona e até que ponto Putin controla o governo sugere que, quando falamos de um ciberataque com estas características, estamos falando das mais altas esferas do governo", afirmou Rhodes. "Em última instância, Vladimir Putin é responsável pelas ações do governo russo", destacou o assessor do presidente.
Obama também falou sobre o assunto na noite desta quinta-feira. Ele disse que adotará represálias pelos ciberataques russos. "Acredito que não há dúvidas de que quando um governo estrangeiro tenta violar a integridade das nossas eleições, é preciso adotar ações. Vamos fazer isto, no lugar e momento adequados". "Algumas ações poderão ser explícitas e anunciadas, e outras, não".
A CIA (central de inteligência americana) concluiu em um relatório secreto revelado na semana passada pelo jornal The Washington Post que a Rússia interveio com ciberataques na campanha eleitoral americana, com o fim preciso de ajudar o republicano Donald Trump a vencer.
Na quarta-feira, a rede NBC noticiou que funcionários de Inteligência dos EUA concluíram que Putin se envolveu pessoalmente nos ciberataques, para se vingar da democrata Hillary Clinton. Segundo os dois altos funcionários de Inteligência, Putin deu instruções diretas sobre como filtrar e usar a informação hackeada dos democratas para atingir Hillary Clinton, finalmente derrotada por Trump.
De acordo com a NBC, Putin jamais perdoou Hillary Clinton por questionar, quando era secretária de Estado, a integridade das eleições parlamentares de 2011 na Rússia, e por instigar protestos nas ruas.
Trump voltou a insinuar nesta quinta-feira que a Casa Branca tem intenções partidárias ao responsabilizar a Rússia pelos ataques de hackers contra sua adversária nas eleições, a democrata Hillary Clinton.
"Se a Rússia ou outra entidade realizavam ataques informáticos, por que a Casa Branca esperou tanto tempo para reagir? Porque acabaram de se queixar após a derrota de Hillary Clinton, escreveu no Twitter.
A acusação já tinha sido rechaçada na quinta-feira por Moscou. "Os absurdos não se baseiam em nenhum fundamento", declarou Dimitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Em relação à suposta responsabilidade de Moscou nestas ações de hackers, "eles precisam parar de falar sobre isso ou finalmente apresentar algum tipo de prova. Caso contrário, isso parece extremamente indecente", disse Peskov aos jornalistas durante uma visita do presidente Vladimir Putin a Tóquio nesta sexta-feira.

LAVA-JATO: 'Le Monde': Caso Odebrecht parece roteiro de "O poderoso chefão"

JB.COM.BR

Reportagem fala que presidente Temer é "mestre em intrigas parlamentares"

Matéria publicada nesta quinta-feira (15) pelo Le Monde fala sobre a situação atual da política brasileira, com escândalos de corrupção envolvendo líderes e empresários de alto escalão, sendo que alguns já foram presos e a grande maioria está sendo investigada. 
O diário francês destaca em seu texto as denúncias de Claudio Melo Filho, confirmadas por Marcelo Odebrecht, que provam o envolvimento de vários caciques do governo e do próprio presidente interino no esquema de corrupção da operação Lava Jato. Temer foi citado 43 vezes na delação de Melo Filho.
O noticiário descreve na reportagem a cena no palácio do Jaburu, em maio de 2014, pouco antes da campanha presidencial. Michel Temer, então vice-presidente, “mestre de intrigas parlamentares”, diz o jornal, se dirige à Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, e diz que precisa de R$ 10 milhões. Um roteiro, segundo Monde, digno do filme “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola.                                                                                      
Le Monde destaca que presidente Michel Temer foi citado 43 vezes na delação de Melo Filho

Le Monde comenta a planilha de Excel do departamento de propinas da empreiteira, onde cada político beneficiado tem um apelido, como Eduardo Cunha, chamado de Caranguejo ou Boca Mole.

INVESTIGAÇÃO: Polícia Federal cumpre mais de 60 mandados em Foz do Iguaçu

OGLOBO.COM.BR

São 31 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão

Em ação conjunta com o Ministério Público Federal, a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (16) a 6ª fase da Operação Pecúlio, dando continuidade à execução de medidas judiciais expedidas pela 3ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu. O objetivo é desarticular um grupo de pessoas que praticava irregularidades na administração pública do município e na Câmara Municipal, mediante desvio de recursos públicos, para obter vantagens indevidas.
Cerca de 120 policiais federais cumprem 31 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados na cidade.
De acordo com a corporação, haverá entrevista coletiva às 10h desta sexta-feira (16) no auditório da Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu.
Vereadores presos
Doze dos 15 vereadores da Câmara de Foz do Iguaçu foram presos nesta quinta-feira (15) durante operação da Polícia Federal. Dez foram presos preventivamente e dois receberam ordem de prisão temporária.
Segundo a corporação, só com algumas obras de pavimentação no município foram constatados prejuízos de quase R$ 4,5 milhões.
Em nota, a Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu informou que os trabalhos internos do Legislativo municipal permanecem inalterados e que a operação causou “estranheza”.
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