sexta-feira, 11 de novembro de 2011

POLÍTICA: Para FHC, Aécio ainda não tem ‘comportamento’ para ser presidente

Do BAHIA NOTÍCIAS
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tem poupado críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) devido ao seu comportamento, que seria incompatível com o desejo de ser candidato à Presidência da República. Segundo o colunista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, FHC se queixa da “ausência” de Aécio na discussão sobre os temas mais relevantes. “Ele não dialoga com a nação”, reitera. No privado, o ex-presidente avalia que Aécio sumiu ao tornar-se senador, enquanto deveria correr o país. Aécio monta uma agenda de viagens para o início de dezembro, que contempla os estados de Pernambuco no dia 8, Bahia no dia 9 e Espírito Santo no dia 10. Aécio já foi pego na blitze da Lei Seca no Rio de Janeiro e recusou-se a fazer o teste do bafômetro.

COMENTÁRIO: Bacia das almas

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
Ainda que o PDT não tivesse recuado oficialmente da ameaça, era evidente que o partido não sairia da base aliada ao governo com demissão ou sem demissão de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho.
O motivo é o mesmo que mantém o PR firme, a despeito do esperneio por causa da demissão da cúpula do Ministério dos Transportes. É a razão pela qual não se altera o humor do PMDB mesmo depois da queda de três correligionários ou tampouco se abalam os nervos do PC do B que, houve um momento, pareceu disposto a cair (fora) junto com Orlando Silva.
Para os partidos seria melhor que não houvesse denúncias, mas, uma vez ocorrido o desastre, tanto faz como tanto fez: a eles importa pouquíssimo quem os represente. O importante é que estejam representados, cada qual com seu quinhão da máquina pública para usar e, não raro, abusar.
E quem lhes garante a prerrogativa? Ninguém que esteja ocupando uma cadeira ministerial: é a presidente da República. Ela detém por delegação a guarda da chave de tudo o que lhes interessa. A questão é entre Dilma e os partidos.
Levada em conta essa premissa, haveria uma boa economia de tolices ditas sobre o "risco" de essa ou aquela legenda deixar a base aliada.
Defecções podem acontecer. Mas nunca no primeiro ano de governo nem a razoável distância de eleições, muito menos na ausência de algo ou alguém que represente expectativa concreta _ e de preferência segura - de poder. Enquanto a canoa ao mar for uma só, a maioria estará nela.

Até a ditadura que estava bamba desde o episódio da bomba do Riocentro, em 1981, só veio a sofrer abandono do lar por parte do PDS no último ano do governo João Figueiredo quando, então, a oposição já se articulava pela aprovação das eleições diretas e, depois, em torno da candidatura de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.
Por razões altas ou baixas, os políticos que estão na base não vão a lugar algum. Os fisiológicos votam com o governo sempre que têm seus anseios atendidos; os ideológicos da mesma forma permanecem fiéis por convicção; e os independentes (os há) votam a favor quando concordam e se opõem quando discordam. É isso mesmo, simples assim.
Essa dinâmica não se altera por causa de enrascadas em que eventualmente se envolvem os ministros.
Fora disso é tudo jogo de cena. Por isso mesmo é que a presidente - como qualquer outro governante na condição dela, com boa avaliação popular e oposição desfalcada de unidade de ação e pensamento - tem tudo para, se quiser mesmo, mudar os critérios de funcionamento da coalizão. Começando por ser mais exigente na escalação e na cobrança de desempenho do elenco.
Seus aliados não a confrontarão e ela, de outro lado, ganhará em confiabilidade perante a população.
Dilma amealhou um bom patrimônio até entre opositores dos governos Lula, sustentada na diferença de estilo no trato de auxiliares atingidos por denúncias.


Mas isso é algo que não dura para sempre se não for amparado em dados da realidade. E a realidade vem mostrando a todos que Dilma Rousseff não demite ministros porque eles agem fora da regra imposta por ela. Até porque ela nunca disse quais são as regras.
Só demite quando fica impossível não demitir.
Carlos Lupi obviamente não quis confrontá-la quando disse duvidar de que a presidente o demitisse e que só sairia do ministério "à bala".
Disse o que disse, e como disse, porque se expressa grosseiramente, porque o ambiente permite que o faça, porque não pretende largar o osso e, principalmente, porque sabe que se conseguir administrar razoavelmente o escândalo, se não houver acúmulo de denúncias, ele fica mesmo.
Bom para Lupi, ótimo para uma parte do PDT - há uma banda que reage por não querer se confundir com a turma dos "esquemas". Mas, pode não ser tão bom para o governo em geral nem para a presidente em particular.
A última pesquisa Latinobarômetro/Ibope mostra que Dilma teve uma queda de 11 pontos porcentuais em sua avaliação positiva. Nada aconteceu que justificasse, a não ser talvez o aumento da percepção de que ela só age quando a reputação do ministro em questão está liquidada até na bacia das almas.

POLÍTICA: Gilberto Carvalho diz que Lupi está respondendo bem sobre denúncias

De O GLOBO.COM.BR

Chico de Gois (chico.gois@bsb.oglobo.com.br)
BRASÍLIA - O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, avaliou nesta manhã de sexta-feira, depois de participar do encerramento do Seminário Internacional do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, está respondendo a todos os questionamentos sobre supostas cobranças de propina em sua Pasta e que tudo está caminhando normalmente.
A declaração de Gilberto converge para a afirmação da presidente Dilma Rousseff, quinta-feira, de que os arroubos do boquirroto Lupi ficaram no passado. Depois de ter ameaçado a autoridade de Dilma, dizendo que duvidava que ela o demitisse, o pedetista fez uma cena de dramalhão mexicano ontem em audiência na Câmara ao afirmar que amava a presidente. Dilma, conhecida por seu pavio curto, derreteu-se com a declaração e aceitou as desculpas.
- O passado simplesmente passou. Não tem crise com o ministro do Trabalho -disse Dilma, perdoando quem lhe ameaçou.
Gilberto Carvalho afirmou que as denúncias devem ser verificadas, mas é preciso ter bom senso.
- Cada denúncia dessas merece ser verificada, merece ser analisada... Nós temos que nessas horas sempre ter muito bom senso e ter o sentido democrático da defesa, da explicação - afirmou.
- O episódio Lupi, como vocês estão observando, tem as denúncias, ele está respondendo, ele está bem. Para nós é importante que ele siga trabalhando, então para nós está tudo caminhando como em qualquer outro ministério.
O ministro também afirmou que o governo não vai criminalizar as Organizações Não-Governamentais (ONGs). A presidente assinou dois decretos, em setembro e outubro, visando a tornar mais rígidos os controles sobre repasses de recursos a essas entidades. Um deles deixou claro que os convênios devem ser assinados pelos ministros e não por outros assessores, e outro suspendeu o pagamento por 30 dias para ONGs para que os ministérios façam um pente fino nos contratos.
- De maneira alguma o governo quer se inscrever nessa política de criminalização das entidades sérias. O governo quer combater aquelas formas de apropriação das entidades sérias por pessoas inidôneas que tentaram e que usaram recursos públicos indevidamente - disse ele.
- O governo vai ficar atento . O que se trata aqui é de buscar as formas mais rígidas e ao mesmo tempo mais simples e mais diretas de fazer esse controle, independente de onde vierem as organizações não governamentais. O que interessa é o zelo do recurso público até o último tostão.
Para a presidente da Associação Brasileira das ONGs (Abong), Vera Masargão, os escândalos envolvendo entidades têm causado prejuízos nas ONGs sérias.
- Essa onda de escândalos tem causado um prejuízo enorme, não só para o erário, com esse dinheiro que é desviado ou mal empregado, mas porque a onda de escândalos prejudica a própria confiança da sociedade.

ECONOMIA: Bovespa acompanha Europa e sobe na abertura

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Yolanda Fordelone
Depois de muita turbulência no cenário político europeu, os governos parecem estar voltando a normalidade e com isso as bolsas de valores sobem nesta terça-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) avançava 1,09%, a 57.947 pontos, pouco depois da abertura.
“Hoje não há muita novidade, somente a votação do orçamento no Senado italiano”, diz o economista da corretora Gradual, André Perfeito.
Pela manhã, o Senado da Itália aprovou o orçamento para 2012, com alguns cortes. Agora, o projeto vai para aprovação final na Câmara do país.
No horário, a bolsa de Londres subia 0,83%, Paris, 1,13%, Madri, 1,45%, Frankfurt,1,60%, e Milão, 1,67%.
A agenda econômica vem fraca nesta sexta-feira. O destaque da semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi divulgado ontem no fim da tarde devido a uma falha no site do IBGE. Hoje foram divulgados mais detalhes que mostram que
as passagens aéreas pressionaram a inflação em outubro, mas os alimentos tiveram recuo.
O foco dos investidores fica por conta do calendário de balanços. Após o fechamento do mercado, sai o resultado da Petrobrás. A confiança de Michigan nos EUA também chama a atenção porque analistas esperam uma melhora no indicador.
No horário, o dólar recuava 0,28%, a R$ 1,756.

SEGURANÇA: Corregedoria da Polícia Civil ouve delegado e inspetores chamados por advogado de Nem

De O GLOBO.COM.BR
Rafaela Santos (rafaela.santos@oglobo.com.br)
RIO - O delegado da 82º DP (Maricá), Roberto Gomes Nunes, e o inspetor Mussi prestam depoimento, neste momento, na Corregedoria Interna da Polícia Civil. Eles e o inspetor Figueiredo, lotado na Subchefia Operacional da Polícia Civil, estavam presentes durante a prisão do traficante Nem da Rocinha e foram chamados para esclarecer o motivo de estarem no local, no dia da prisão. O inspetor Figueiredo ainda não foi ouvido.
A delegada Thatiana Losch, diretora da Divisão de Assuntos Internos da Corregedoria disse que só poderá afirmar o real motivo da presença dos policiais no local após ouvir todos os depoimentos.
- Também vamos pedir para a Polícia Federal o depoimento do traficante Nem para saber se ele tem alguma informação sobre os policiais. Não podemos trabalhar com suposições. Temos que apurar os fatos primeiro - afirma a delegada.

CORRUPÇÃO: Traficante Nem diz que metade do seu faturamento ia para policiais

De O GLOBO.COM.BR
Antônio Werneck (werneck@oglobo.com.br)
RIO - Num longo depoimento na sede da Polícia Federal na madrugada de quinta-feira, acompanhado por um grupo restrito de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, preso na quarta-feira na Lagoa , afirmou que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a policiais civis e militares da banda podre. A propina gorda seria entregue a numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas, de casos de extorsão. Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.
- Metade do dinheiro que eu ganhava era para o "arrego" (gíria para propina) - afirmou Nem.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse em entrevista ao "RJ-TV", da TV Globo, que gostaria muito que Nem falasse mesmo o que sabe, por conhecer "a arquitetura do tráfico de drogas e como são os meandros da corrupção".
- Ele tem uma prestação de contas muito séria e importante a fazer à sociedade fluminense. Ele tem que prestar contas sobre a corrupção de agentes públicos. Eu acho que isso faria com que fosse dado um passo importante no combate à criminalidade - disse Beltrame, por telefone, de Berlim, onde está apresentando os projetos na área de segurança para a Copa e as Olimpíadas.
O bandido contou no depoimento que uma parte do seu lucro com a venda de drogas era gasta em assistencialismo na Rocinha, com pagamento de enterros, fornecimento de cestas básicas, compra de remédios e realização de obras.
- Quando me pediam, eu comprava tijolos e financiava a construção de casas na comunidade - disse.
O delegado Victor Hugo Poubel, coordenador da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF, garantiu que as informações passadas pelo bandido serão investigadas em inquérito. Poubel afirmou também que outras prisões podem ocorrer nos próximos dias e que a PF tem acompanhado a movimentação dos bandidos do Rio, em especial os da Rocinha.
- Nossos policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) estão monitorando a movimentação de bandidos que porventura tentem fugir da Favela da Rocinha. Estamos trabalhando intensamente, com apoio da Secretaria de Segurança, numa troca constante de dados de inteligência - afirmou Poubel.
Durante
a operação de quarta-feira na Gávea , quando o traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, chefe do tráfico no São Carlos e sócio de Nem, e seu braço direito Sandro Luiz de Paula Amorim, o Lindinho ou Peixe, foram presos pela PF, os agentes apreenderam pelo menos dez celulares. No verso dos aparelhos havia a etiqueta "arrego". Coelho, no momento da prisão, estava sendo escoltado por três policiais civis, sendo dois da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves) e um da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública (Carlos Daniel Ferreira Dias). O grupo também contava com dois ex-PMs: José Faustino Silva e Flávio Melo dos Santos.
- Parece que cada celular tinha uma função. Achamos curioso: no verso de pelo menos dez dos aparelhos havia essa referência ao "arrego". Supomos que os traficantes usavam os celulares só para receber ligações da banda pobre e providenciar a propina - afirmou o delegado Fábio Andrade, da DRE da PF.
Coelho era um dos bandidos mais importantes da estrutura atual da Favela da Rocinha. Ele teria instalado vários laboratórios para refinar cocaína, trazendo da Bolívia pasta-base da droga. Além de controlar parte do complexo de São Carlos, atualmente ocupado por uma Unidade de Polícia Pacificadora, o criminoso foi encarregado de assumir também o comando das favelas de Macaé, após a morte do traficante Roupinol, ocorrida em 2010. Desde 2005, policiais federais investigavam o pagamento de propina a policiais da banda podre no Rio.
Nem chegou ao Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, na tarde de quinta-feira. O comboio que levou o traficante e outros bandidos presos no entorno da favela da Rocinha, na noite de quarta-feira, passou pelas principais vias expressas da cidade. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, o traficante teve o cabelo cortado, seguindo o mesmo procedimento que aconteceu com Alexander Mendes da Silva, o Polegar da Mangueira, preso em setembro no Paraguai. Ele também passou a usar uniforme padrão: camisa verde, calça jeans e tênis azul.
Em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), Nem terá direito a apenas duas horas de banho de sol por dia. Nas outras 22 horas, deve ficar confinado numa cela individual. O Bangu 1 possui quatro galerias com 12 celas individuais. Há alguns anos, uma das galerias já era destinada a presos no RDD. Considerado o presídio mais seguro do Estado, Bangu 1 abrigava presos de alta periculosidade - líderes de facções de tráficos de drogas.
A possibilidade de ocupação da favela da Rocinha por forças policiais neste fim de semana ficou mais forte com um comunicado da Aeronáutica divulgado nesta quinta-feira. Segundo a Força Armada, o espaço aéreo sobre a comunidade será fechado entre as 2h do domingo e a tarde da próxima segunda-feira. Segundo o RJ-TV, da TV Globo, está prevista a utilização de helicópteros com sensores e câmeras na operação de tomada da favela pelas forças de pacificação da polícia. Também nesta quinta-feira, o governador Sérgio Cabral afirmou que a ocupação da Rocinha, na Zona Oeste do Rio, será concluída até domingo.
- É mais um passo importante na política de pacificação das comunidades para oferecer paz, dessa vez aos moradores da Rocinha e do Vidigal, que se somam às demais comunidades pacificadas. Até o final dessa semana, nós teremos concluído esse processo - disse ele ao site G1, da TV Globo.
Desde a semana passada, a polícia vem apertando o cerco no entorno da favela. No último dia 3, agentes da polícia civil fecharam uma clínica de aborto e uma fábrica, numa operação que envolveu cerca de 65 policiais das Delegacias de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), do Consumidor (DECON), de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), de Combate às Drogas (DCOD) e da Polinter. Também participam da operação agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Coordenadoria de Informações e Inteligência Policial (CINPOL), da 14ª DP (Leblon) e da 15ª DP (Gávea). Na ocasião, os policiais também encontraram 22 motos roubadas, que foram encaminhadas para o Pátio Legal da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), em Deodoro.
COLABOROU Elenilce Bottari

GERAL: Voo 447: Identificados corpos de 18 brasileiros mortos no acidente

Do ESTADÃO.COM.BR

Priscila Trindade

Mais 20 corpos de brasileiros ainda não foram identificados; 228 morreram na queda do avião
SÃO PAULO - O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta-feira, 10, que foram identificados os corpos de 18 brasileiros mortos no acidente com o voo 447 da Air France, em 1º de junho de 2009. O avião caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo quando fazia o trajeto Rio-Paris.
O Itamaraty disse que está notificando os familiares das vítimas. Os nomes dos 18 brasileiros identificados não serão divulgados. A comissão de identificação encontrou outros 20 corpos de brasileiros, que ainda não foram identificados.
Na segunda-feira, a polícia francesa informou ter
identificado 103 dos 104 corpos recuperados dos destroços do A330 da Air France no fundo do mar, quase dois anos após o acidente. Na época da queda, 50 corpos foram resgatados pelas marinhas brasileira e francesa.

Veja também:



MEIO AMBIENTE: Agência nuclear da ONU detecta partículas radioativas em território europeu

O Globo, com Reuters
VIENA - A agência nuclear da ONU (IAEA, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira que detectou níveis baixos de iodo radioativo 131 em território europeu. De acordo com o órgão, as partículas não representam risco à saúde pública, já que a radiação presente nelas está dentro dos limites de segurança.
Ainda não se sabe a origem do iodo, mas autoridades afirmam não acretidar que as partículas venham da usina japonesa de Fukushima, que emitiu um alerta nuclear em março desde ano, depois de ter sido danificada pelo terremoto seguido da tsunami que assolou o país.

MUNDO: Mais corpos são achados após terremoto na Turquia

De O GLOBO.COM.BR
Reuters/Brasil Online
Por Jonathon Burch
VAN, Turquia (Reuters) - Equipes de resgate encontraram nesta sexta-feira seis corpos, inclusive o de uma criança, em meio aos escombros de edifícios derrubados pelo terremoto desta semana na cidade de Van, no leste da Turquia. Já são 18 mortos confirmados.
Dois hotéis que caíram devido ao tremor de quarta-feira, de magnitude 5,7, eram os únicos edifícios ocupados. A maioria das pessoas havia deixado suas casas depois de um terremoto anterior, há cerca de três semanas, que havia matado mais de 600 pessoas.
A nova tragédia alimenta o descontentamento entre famílias que imploram por barracas e outros recursos, embora o governo diga estar fornecendo tudo o que é preciso. O desespero dos desabrigados é ainda maior por causa da aproximação do inverno. Na sexta-feira, Van, cidade de maioria étnica curda, com cerca de 1 milhão de habitantes, recebeu a primeira nevada da temporada.
Na quinta-feira, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 200 pessoas que exigiam a demissão do governador local, acusado de ineficácia na prestação do auxílio.
Tremores secundários sacodem a região com assustadora regularidade desde o sismo de 23 de outubro, que atingiu a magnitude 7,2. Mas especialistas dizem que o abalo de quarta-feira foi um novo incidente sísmico, e não um repique do terremoto de outubro, segundo o vice-premiê Besir Atalay, que supervisiona os trabalhos de auxílio.
Um terremoto de magnitude 5,7 geralmente não causaria grandes danos, mas muitos imóveis já estavam enfraquecidos pelo tremor anterior, e 22 desabaram.
Usando picaretas, serras e maquinário pesado, as equipes de resgate já retiraram 28 sobreviventes dos escombros, fazendo eventuais pausas para tentar escutar ruídos emitidos pelas vítimas.
"Vamos continuar procurando até que todo o entulho tenha sido removido", disse um policial envolvido na atividade, tomando um chá enquanto um colega o substituía no meio dos destroços.
O terremoto interrompeu a energia elétrica em Van, mas geradores alimentam holofotes que permitiram a continuidade do trabalho de resgate durante a noite. Com todos os prédios abandonados, o centro de Van parecia uma cidade fantasma.
Ao amanhecer, alguns homens se aglomeravam em casas de chá e restaurantes de kebab, que, por serem térreos, ficaram de pé e já reabriram.
Um ou dois grupos acendeu fogueiras na rua, queimando lixo para se aquecer.
Acampamentos para os desabrigados foram armados nos arredores da cidade, mas muitas famílias preferiram montar as barracas perto de suas casas, a despeito dos esforços das autoridades para levar essas pessoas a áreas onde a ajuda é mais organizada.
(Por Simon Cameron-Moore)

MUNDO: Sargento americano é condenado à prisão perpétua por morte de civis no Afeganistão

De O Globo

Com agências internacionais
WASHINGTON - Um sargento do Exército dos Estados Unidos foi condenado à prisão perpétua na noite de quinta-feira pelo assassinato de civis afegãos na província de Kandahar e por cortar os dedos de seus corpos. Depois de cinco horas de julgamento, os cinco membros do júri decidiram que Calvin Gibbs poderá ser candidato à liberdade condicional após oito anos e meio de prisão.
Gibbs foi condenado por conspiração e assassinato, entre outras acusações. O sargento reconheceu ter cortado e guardado dedos dos corpos das vítimas como troféus de guerra.
O veredicto encerra uma investigação de um ano e meio sobre atrocidades cometidas por militares durante uma década de guerra no Afeganistão. Autoridades do Pentágono disseram que a má conduta exposta pelos casos prejudica a imagem dos EUA ao redor do mundo.
Fotos usadas como provas mostraram Gibbs e outros soldados posando junto com corpos de afegãos ensanguentados. O caso foi comparado ao escândalo de Abu Ghraib, sobre os abusos de presos no Iraque cometidos por militares americanos em 2004.
O sargento foi o militar de mais alta patente entre os cinco militares condenados pelas mortes de homens desarmados durante patrulhas realizadas na província de Kandahar, no início do ano passado.

ECONOMIA: Medvedev diz que Rússia está mais preparada para enfrentar nova crise mundial

Do UOL
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou nesta sexta-feira (11) que seu país está melhor preparado que em 2008 para enfrentar uma nova crise econômica mundial. A Rússia "superará a nova crise, se esta realmente chegar a acontecer, melhor que em 2008", disse o chefe do Kremlin em Khabarovsk, cidade no extremo oriente da Rússia, informaram as agências locais.
Medvedev se definiu como "otimista moderado" em relação à situação financeira no mundo e, em particular, na Rússia. "Claro, há muitas dificuldades, principalmente na zona do euro. E isto se deve ao fato de os países não concordarem sobre as vias para superar a crise, o que leva ao arrefecimento da economia", considerou.
Sobre a situação na Rússia, Medvedev ressaltou que a receita voltou ao nível anterior à crise de 2008 e que, no caso do desemprego, os números são bem melhores que antes. "Temos problemas nas cidades industriais, mas em geral os dados de desemprego são muito melhores que em alguns países", acrescentou.
O presidente russo destacou que este ano a inflação, da ordem de 7%, é a mais baixa na era pós-soviética e que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá entre 4% e 4,5%.
"Também no que se refere à relação dívida-PIB estamos muito melhor que outros países: na Rússia (a dívida) representa 13% (do PIB), enquanto em outros países chega a 100%", frisou.

ECONOMIA: Senado italiano aprova lei com medidas prometidas à UE

Da FOLHA.COM

Com Agencias de Notícias

O Senado da Itália aprovou nesta sexta-feira o projeto de Lei de Orçamentos para 2012, que contém medidas de austeridade demandadas pela UE (União Europeia) para conter a crise da zona do euro.
A ratificação definitiva do projeto deve ocorrer neste fim de semana na Câmara dos Deputados. Após sua aprovação total, o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, deve cumprir o prometido e apresentar sua renúncia.
O plano de ajuste, aprovado por 156 votos a favor, 12 contrários, inclui a venda de ativos públicos, a reforma do sistema previdenciário, a privatização de empresas públicas e a simplificação da administração pública.
No entanto, um senador que votou contra e outro que se absteve afirmaram, logo depois de encerrada a sessão, que tinham errado a opção e que a intenção era aprovar o texto.
Também fixa medidas para estimular o emprego e o aumento do crescimento econômico, quase nulo nos últimos anos.
Berlusconi assumiu o compromisso de se demitir na terça-feira perante o presidente italiano, Giorgio Napolitano, que nestes dias quis tranquilizar os mercados assegurando que após a saída do premiê não vai haver um "prolongado período" de inatividade governamental ou parlamentar.
A opção que aparece com mais força para a era pós-Berlusconi é a formação de um governo técnico capaz de se entender com todas as forças políticas para tirar a Itália da difícil situação na qual se encontra.
Para liderar o governo, o nome mais forte é o do economista e ex-comissário europeu Mario Monti, 68, que conta com um grande apoio entre as forças parlamentares e foi nomeado senador vitalício pelo presidente. Monti votou pela primeira vez na Câmara Alta.
MEDIDAS
As medidas de austeridade e reforma, com o objetivo de ajudar a economia e reduzir a enorme dívida pública do país, vieram após exigências de outras nações europeias por uma ação urgente para restaurar a confiança do mercado nas finanças públicas italianas.
editoria de arte/folhapress
O texto do projeto de Lei de Orçamentos e da emenda com algumas das reformas prometidas à UE foi aprovado ontem pela comissão de Balanço do Senado, que acelerou os trâmites para que o documento estivesse pronto para chegar hoje à Câmara Alta.
Segundo a emissora britânica BBC, o pacote de austeridade prevê 59,6 bilhões de euros economizados em cortes de gastos e arrecadados em aumento de impostos, com o objetivo de equilibrar o orçamento italiano até 2014.
Entre as medidas citadas pela emissora, está prevista uma alta em impostos sobre valor agregado (chamado de VAT) de 20% para 21%, além da criação de uma taxa especial para o setor energético. Os salários no setor público devem ficar congelados até 2014 e a idade para aposentadoria feminina subirá gradativamente para 60 anos em 2014 e 65 em 2026.
Serão implementadas também medidas que combatam a evasão fiscal, incluindo a imposição de um limite de 2.500 euros em transações financeiras.
RENÚNCIA
Cedendo a crescentes pressões políticas, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, confirmou na terça-feira que renunciaria ao cargo após a aplicação das medidas de austeridade para reduzir o deficit público do país exigidas pela UE.
"Depois da aprovação da Lei de Estabilidade, apresentarei minha demissão, de modo que o chefe de Estado possa abrir as consultas e decidir sobre o futuro", disse, acrescentando que essa decisão "não me diz respeito". "Eu vejo só a possibilidade de novas eleições. O Parlamento está paralisado".
A pressão política pela saída de Berlusconi aumentou com a votação da revisão das contas fiscais de 2010. O projeto passou, mas sem maioria parlamentar. Isso porque a oposição do país, em vez de votar contra, não votou para não atrapalhar a já combalida situação econômica do país.
Do total de 630 parlamentares, 308 votaram a favor do projeto fiscal, um se absteve e 321 não votaram. Assim, o projeto foi aprovado mas o premiê ficou sem a maioria de 316. A votação era considerada um voto de confiança informal no atual governo.
O anúncio veio após uma reunião do premiê com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, no palácio do Quirinale, sede da Presidência da Itália, junto a lideranças do partido direitista Liga Norte, da base do governo.
Segundo o comunicado da Presidência, Berlusconi teria dito que tem consciência das implicações da votação e expressou preocupação com a necessidade de dar respostas aos parceiros europeus.

DIREITO: Ministro pode mudar voto sobre Lei da Ficha Limpa

Da CONJUR

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, relator das ações que tratam da legalidade da Lei da Ficha Limpa, pode mudar seu voto sobre a questão da renúncia de políticos para escapar de processo de cassação. Fux defendeu na quarta-feira (9/11), em seu voto, que a Lei da Ficha Limpa deveria ser alterada para que a renúncia só pudesse tornar o parlamentar inelegível se já houvesse processo de cassação aberto contra ele. Mas, nesta quinta-feira (10/11), disse que vai reanalisar a matéria.
Caso entenda que sua proposta abre brechas para impunidade, pretende modificar o voto concordando com o atual texto da lei diz que o político já fica inelegível se renunciar quando houver uma representação para abertura do processo que pode levar a cassação.
"Vamos refletir e recolocar, porque o julgamento não acabou", ressaltou Fux. "E se nós entendermos que de alguma maneira essa proposição abre alguma brecha que tira a higidez desse item da Lei da Ficha Limpa, vamos fazer uma retificação."
O ministro disse ainda que seu voto tinha o objetivo de manter todas as restrições da Lei da Ficha Limpa. Para ele, não lhe parecia razoável que a renúncia a partir de uma simples petição pudesse tornar alguém inelegível. "Posso mudar. Você sempre reflete sobre a repercussão da decisão. Então, até o termino do julgamento, a lei permite que o próprio relator possa pedir vista e mudar o seu voto. É uma reflexão jurídica e fática."
ReaçõesO voto de Fux provocou reações de entidades que entenderam que se criou uma brecha para impunidade. De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil, o voto de Fux contém uma "excrecência". "A se manter esse ponto do voto do ministro Fux, ficarão elegíveis todos os políticos que já renunciaram antes da abertura do processo pelo Conselho de Ética para escapar de cassações", assinalou o presidente da entidade, Ophir Cavalcante.
Segundo Ophir, a Constituição já determina a suspensão da renúncia de um parlamentar submetido a processo de cassação enquanto não houver decisão sobre o caso, item incluído por uma emenda de 1994. "Por isso, os parlamentares acabam decidindo sobre eventual renúncia antes mesmo da abertura do processo pelo Conselho de Ética."
Nesta quarta-feira, ao comentar seu voto, Fux disse que sua proposta vem dar mais seriedade ao critério da renúncia. "Uma petição todo mundo pode entrar, até um inimigo político. Se houver, então é preciso que haja seriedade. Para obedecer essa seriedade [a renúncia] tem que ocorrer quando for instalado processo de cassação. Aí o político sabe que já está a caminho de um processo que pode levar à cassação de seu direito político."
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quinta-feira que essa proposta certamente será analisada pelos demais ministros e que o momento que passa a valer a inelegibilidade por renúncia sempre foi objeto de contestação. "Mas, no geral, o voto foi animador porque proclama a constitucionalidade da lei."
Gurgel assinalou também que a a proposta de subtrair os anos de inelegibilidade do tempo decorrido entre a condenação e a decisão definitiva da Justiça foi surpreendente. "A proposta surpreendeu um pouco, porque foi uma abordagem nova, mas vamos esperar o final do julgamento."
CasosOs primeiros dois casos analisados no STF sobre a Lei da Ficha Limpa — os registros de Joaquim Roriz e de Jader Barbalho — dizem respeito ao item que trata da renúncia. Jader entregou o mandato de senador, em 2001, em meio a denúncias de desvio de verbas no Banpará. Joaquim Roriz fez o mesmo em 2007, depois de ser acusado de negociar a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília Tarcísio Franklin de Moura. Roriz e Jader renunciaram antes da abertura do processo, o que poderia levar à cassação do mandato parlamentar. Com informações da Agência Brasil.

DIREITO: Íntegra do voto do ministro Luiz Fux sobre a Lei da Ficha Limpa

Leia a íntegra do voto do ministro Luiz Fux no julgamento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 29 e 30 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4578, que tratam da Lei Complementar (LC) 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Relator do processo, o ministro foi parcialmente favorável à constitucionalidade da lei. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa.

DIREITO: Supremo declara constitucional lei sobre forma de composição do STJ

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria dos votos, manter a regra prevista na Lei 7.746/89 sobre a forma de composição do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A matéria foi discutida no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4078, proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) contra o artigo 1º, inciso I, da norma.
O dispositivo questionado prevê que, dos 33 ministros do STJ, um terço deve ser reservado aos juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço aos desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal. O inciso II [que não foi objeto da ADI] estabelece que um terço destina-se, em partes iguais, a advogados e membros do Ministério Público Federal, estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94 da Constituição Federal.
Alegações
De acordo com a autora da ADI, quatro das 22 vagas reservadas aos juízes são ocupadas, atualmente, por magistrados que ingressaram nos tribunais federais (TRFs) e estaduais (TJs) pelo quinto constitucional. Isto porque, conforme a AMB, magistrados desses tribunais, oriundos do quinto constitucional, e não de carreira – sem um mínimo de 10 anos de atuação nestas instâncias –, estão sendo conduzidos aos cargos de ministro do STJ nas vagas destinadas à magistratura.
Essa passagem pelo TJ ou TRF não “apaga” a origem do ministro como advogado ou membro do MP, afirmava a associação. Para a entidade, a Constituição Federal explicitou, em seu artigo 104, inciso II, o acesso direto de advogados e membros do MP ao STJ. Assim, entendia a AMB, por exclusão, que somente podem chegar ao STJ pela classe da magistratura os “magistrados de carreira”.
Alegava que, ao permitir a advogados e membros do Ministério Público – que tenham ingressado nos Tribunais de Justiça ou nos Tribunais Regionais Federais pela regra do quinto constitucional – o direito de ser indicados à composição daquela Corte Superior, a norma violaria os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, na medida em que seria assegurada a eles dupla possibilidade de acesso ao Superior Tribunal.
Voto do relator
No início de seu voto, o relator, ministro Luiz Fux afirmou que, atualmente, o quinto constitucional é consagrado em todos os tribunais. Segundo ele, o instituto do quinto “é extremamente saudável e traz ideias arejadas de carreiras que não são, ab origine [desde a origem], da magistratura, como o Ministério Público e advocacia, no sentido lato”. No entanto, o ministro revelou que membro do quinto constitucional, com um ano de carreira, pode concorrer imediatamente ao STJ como se fosse magistrado de carreira “vencendo todas as agruras que teve que passar pela carreira um desembargador com 25 anos de carreira”.
O ministro considerou que a Lei 7.746, ao regulamentar o texto constitucional, optou por uma interpretação equivocada do artigo 104 da CF, que cuida da composição do Superior Tribunal de Justiça. “A lei impugnada desvirtua, no meu entender, o telos [o objetivo] da Constituição, tornado letra morta o que foi o espírito do constituinte que teve o intento de consagrar a composição plúrima da Corte, permitindo a divisão da composição entre magistrados, advogados e membros do Ministério Público, todos com experiência na sua profissão de origem”, afirmou.
Para ele, a Constituição Federal não pretendeu estabelecer dois pesos e duas medidas. “Se o advogado ou membro do Ministério Público, candidato ao quinto constitucional, necessita comprovar 10 anos na respectiva atividade profissional, o que fundamentaria a possibilidade de um magistrado oriundo da advocacia se candidatar sem qualquer restrição temporal nas vagas destinadas aos magistrados?”, questionou o relator. Ele considerou que o parágrafo único do artigo 104 da Constituição, “nos faz intuir que se refira a magistrados de carreira ou que já tenham exercido sua profissão por um prazo razoável como juízes”.
A leitura do parágrafo único do artigo 104 da CF, segundo o ministro, “não pode gerar a conclusão de que qualquer juiz ou desembargador, independentemente de sua origem e de uma razoável vivência no ofício da magistratura, possa concorrer ao STJ, nas vagas destinadas à magistratura”. “Isso seria uma interpretação capaz de desvirtuar o propósito da regra que não pode ser vista de forma dissociada das demais previsões constitucionais”, salientou.
Preocupação mundial
O ministro Luiz Fux citou a experiência de alguns países, observando que no direito comparado também há preocupação de que alguns cargos nos tribunais superiores da estrutura do Poder Judiciário sejam providos por juízes com vivência razoável na magistratura.
Unidade da Constituição
“Uma análise conjunta dos dispositivos constitucionais concernentes ao provimento de cargos no âmbito do egrégio Superior Tribunal de Justiça nos conduz a conclusão de que, no Brasil, o parâmetro de experiência a ser exigido na magistratura para os fins de candidatura ao STJ deve ser de 10 anos”, avaliou. O ministro disse que esta é uma exigência feita aos advogados e membros do MP quando eles pretendem se candidatar as vagas destinadas a essas classes.
Diante disso, o ministro Luiz Fux julgou parcialmente procedente a ADI para interpretar o inciso I do artigo 1º da Lei 7.746/89 conforme a Constituição Federal, a fim de que a nomeação para um terço dos cargos vagos do STJ dentre juízes dos tribunais regionais federais e desembargadores dos tribunais de justiça só possam recair sobre magistrados de carreira e magistrados oriundos do quinto constitucional, estes com mais de 10 anos de exercício na magistratura. Ele também propôs a modulação dos efeitos da decisão para preservar os efeitos dos atos já praticados.
Improcedência
No entanto, o voto do relator, pela parcial procedência da ADI, ficou vencido. O resultado do julgamento foi conduzido pelo voto da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha que, ao considerar a ADI improcedente, abriu divergência e orientou a decisão dos demais ministros.
Ela considerou que o texto do artigo 1º da Lei 7.746 traz, rigorosamente, a repetição textual da Constituição Federal no inciso I do parágrafo único do artigo 104. “Se há uma pluralidade de sentidos de que se poderia atribuir a esta norma, evidentemente isso não a faz inconstitucional”, afirmou a ministra, ao considerar que essa lei, por ser de repetição, não pode conter inconstitucionalidade.
“A ausência de proporcionalidade também não se nota pela circunstância de um número de ministros do STJ serem advindos de desembargadores ou de juízes dos tribunais regionais federais que fossem egressos da carreira da advocacia porque a escolha da lista é feita pelo STJ”, considerou. Segundo a ministra Cármen Lúcia, ao elaborar sua lista, o Superior Tribunal de Justiça pode preferir – porque ser ato discricionário – juízes que sejam egressos da magistratura, “mas essa prática não tem absolutamente nada a ver, na minha forma de ver, com qualquer inconstitucionalidade que pudesse tisnar ou macular essa norma”.
Com base em tese apresentada na tribuna pela Advocacia-Geral da União, a ministra ressaltou que se criariam duas categorias de desembargadores e juízes ao se considerar a afirmação de que aqueles magistrados que viessem da advocacia para compor o quadro de Tribunal Regional Federal ou de Tribunal de Justiça, por ser egresso da carreira da advocacia, haveria alguma diferença. “A pessoa não é mais advogado, é juiz, mas não tem os mesmos direitos dos outros juízes ou desembargadores? Aí sim, a meu ver, estaria criada uma desonomia que não tem base no artigo 104, nem nos princípios fundamentais da Constituição Federal, um dos quais é a igualdade daqueles que estejam em igualdade de condições”, finalizou a ministra Cármen Lúcia.

DIREITO: STF rejeita denúncia contra deputado paulista

Na sessão desta quinta-feira (10), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, rejeitou denúncia (Inquérito 3038) contra o deputado federal José Abelardo Camarinha. Ele era acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta prática de crime de responsabilidade quando exerceu o cargo de prefeito de Marília (SP). Para o MPF, Camarinha teria editado, em 2003, decretos de abertura de crédito adicional que somaram mais de R$ 6 milhões, sem previsão de lastro, em desacordo com a lei.
Em seu voto, o relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, disse que existem deficiências na inicial acusatória que seriam insuperáveis. A narrativa do MPF não identificou os atos normativos (e as datas) que autorizaram a abertura de crédito que teriam dado ensejo à caracterização dos delitos, disse o ministro. E, como os decretos seriam do ano de 2003, o ministro frisou que muitos dos apontados delitos já podem ter sido alcançados pela prescrição, que se daria em oito anos.
Para o ministro Lewandowski, a omissão dos decretos na peça inicial não tem justificativa razoável. Este fato, no entender do ministro, prejudicaria até mesmo o direito à ampla defesa.
Além disso, o ministro frisou que em todos os atos citados é possível constatar a participação de outras autoridades municipais, que segundo o ministro devem ter tido participação efetiva na edição destes decretos, até porque Marília é uma cidade de porte médio, com uma administração financeira complexa. Ao concluir seu voto pela rejeição da denúncia, o relator disse não vislumbrar que o denunciado tenha agido sob intenção consciente de abrir crédito sem a correspondente receita do tesouro municipal.
Acompanharam o relator pelo arquivamento do inquérito os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ayres Britto e Gilmar Mendes. Recebiam a denúncia os ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso.

DIREITO: STJ - Segunda Seção limita uso de reclamações contra decisões da Justiça especial estadual

A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu limitar a admissibilidade de reclamações contra decisões de turmas recursais dos juizados especiais estaduais. Segundo a ministra Nancy Andrighi, que apresentou a proposta, o objetivo do novo procedimento para o processamento das reclamações é reduzir a análise às questões que estejam cristalizadas por súmulas ou em teses adotadas no julgamento de recursos repetitivos (artigo 543-C do Código de Processo Civil).
Com isso, serão admitidas somente as reclamações em que seja contestada decisão de turma recursal dos juizados especiais que divirja de entendimentos já sumulados no STJ ou já pacificados por meio de julgamento de recurso repetitivo. Conforme a Seção deliberou, serão analisadas apenas questões de direito material, não podendo ser discutido direito processual. Fora desses critérios, as decisões consideradas aberrantes serão avaliadas individualmente.
Os ministros ainda observaram que, uma vez inadmitido o processamento da reclamação por decisão individual do relator, havendo recurso (agravo regimental) para que a Seção decida quanto à admissibilidade, tais agravos não serão conhecidos por decisão monocrática do relator.
A proposta foi apresentada em voto-vista da ministra Andrighi no julgamento de uma reclamação contra decisão da Terceira Tuma Recursal dos Juizados Especiais do Espírito Santo. Por não preencher os requisitos definidos pela Seção, a reclamação não foi conhecida.
Em 2009, amparado em entendimento do Supremo Tribunal Federal, o STJ decidiu que, enquanto não fosse criada turma de uniformização das decisões dos juizados especiais estaduais, as reclamações seriam aceitas para dirimir divergência entre essas decisões e sua própria jurisprudência.
Desde então, quando editou a Resolução 12, que regulamentou a tramitação desse tipo de reclamação, o STJ vem recebendo centenas de processos contra decisões das turmas recursais dos juizados especiais estaduais. A Segunda Seção, que julga questões de Direito Privado, foi a que mais recebeu processos.
As reclamações têm prioridade na tramitação e devem continuar chegando ao STJ até que se crie um órgão nacional de uniformização de jurisprudência para os juizados especiais estaduais, da forma como já existe na Justiça Federal. Em 2009, o STJ recebeu 150 reclamações provenientes desses juízos; em 2010, foram 829, e em 2011, até o momento, já são cerca de 1.500.

DIREITO: STJ - Imóvel da família de réu condenado em ação penal pode ser penhorado para indenizar a vítima

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a penhora do imóvel da família de um homem condenado pelo crime de furto qualificado para pagar indenização à vítima. Os ministros reconheceram a possibilidade da penhora de bem de família em execução de título judicial decorrente de ação de indenização por ato ilícito.
A vítima no caso é uma distribuidora de alimentos. Após a condenação penal do réu pelo furto qualificado de mercadorias da distribuidora, cometido com abuso de confiança e em concurso de agentes, a empresa ingressou na esfera cível com ação de indenização de ilícito penal.
A ação foi julgada procedente para condenar o réu a pagar indenização correspondente ao valor das mercadorias desviadas, avaliadas na época em R$ 35 mil. Na execução, ocorreu a penhora de imóvel localizado da cidade de Foz do Iguaçu (PR), ocupado pela família do condenado.
O réu opôs embargos à execução pedindo a desconstituição da penhora sobre o imóvel, por se tratar de bem de família. Como o pedido foi negado em primeira e segunda instância, veio o recurso especial ao STJ.
Efeitos da condenação
O relator, ministro Luis Felipe Salomão, ressaltou que o artigo 3º da Lei 8.009/90 (que trata da impenhorabilidade do bem de família) aponta as hipóteses excepcionais em que o bem poderá ser penhorado. Entre elas, o inciso VI prevê a penhora quando o bem tiver sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perda de bens.
Salomão explicou que a sentença penal condenatória produz, como efeito principal, a imposição de sanção penal ao condenado. Após essa sentença, surgem alguns efeitos que podem ser de natureza penal, civil ou administrativa. Nessas duas últimas esferas, os efeitos podem ser genéricos e estão previstos no artigo 91 do Código Penal (CP). O inciso I determina que se torna certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
Os efeitos genéricos são automáticos, segundo destacou o ministro. Isso significa que eles não precisam ser abordados pelo juiz na sentença penal. Ao interpretar o inciso I do artigo 91 do CP, Salomão afirmou que o legislador estabeleceu a obrigação de reparar o dano causado pelo crime, sendo desnecessária a prova do dano na área cível, pois já comprovado no processo criminal.
Penhora do bem de família
O relator apontou que a regra de exceção trazida pelo artigo 3º da Lei 8.009 decorre da necessidade e do dever do infrator de reparar os danos causados à vítima. Salomão reconheceu que o legislador não explicitou nesse artigo o caso de execução de título judicial civil, decorrente de ilícito criminal apurado e transitado em julgado.
Contudo, o relator ponderou que entre os bens jurídicos em discussão, de um lado está a preservação da moradia do devedor inadimplente e do outro o dever de ressarcir os prejuízos sofridos por alguém devido à conduta ilícita criminalmente apurada.
Segundo sua interpretação, o legislador preferiu privilegiar o ofendido em detrimento do infrator. Todos os ministros da Turma acompanharam o voto do relator, apenas com ressalvas dos ministros Raul Araújo e Marco Buzzi. Para eles, essa interpretação mais extensiva da lei deve estar sujeita à análise das peculiaridades de cada caso concreto.

DIREITO: STJ - Atropelador que avançou sinal vermelho não escapa do júri popular

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus impetrado em favor de motorista condenado por homicídio, em São Paulo. Ele pretendia ver anulados os atos processuais posteriores à pronúncia, em razão da suposta incompetência do Tribunal do Júri, que o condenou à pena de seis anos de reclusão, a ser cumprida inicialmente no regime semiaberto.
A defesa alegava que não era o caso de ser reconhecido o dolo eventual, “pois os fatos decorreram de acidente de trânsito”, incidindo no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro.
De acordo com a denúncia, o réu estava dirigindo em alta velocidade, aproximadamente a 100 km/h, em via pública com grande movimento, na cidade de São José do Rio Preto (SP), quando ultrapassou o sinal vermelho e atropelou um menino de 15 anos que atravessava a pista na faixa de pedestre. Depois, acabou colidindo com outro carro e esse veículo atingiu outro, em sentido contrário.
Devido ao forte impacto, o pedestre teve ferimentos graves e morreu no dia seguinte, enquanto os veículos envolvidos na colisão sofreram danos materiais. O fato aconteceu em abril de 1999. Na acusação, o Ministério Público de São Paulo destacou que o então denunciado não quis diretamente o resultado lesivo, mas assumiu esse risco ao dirigir com imprudência.
O relator do caso no STJ, ministro Og Fernandes, afirmou que o revolvimento de provas, necessário para analisar se a conduta atribuída ao réu configura dolo eventual ou não, não é compatível com o habeas corpus.
Og Fernandes afirmou que a Sexta Turma, ao julgar um caso de embriaguez ao volante, já havia decidido que, em delitos de trânsito, não é possível a conclusão automática de ocorrência de dolo eventual: “Sendo os crimes de trânsito em regra culposos, impõe-se a indicação de elementos concretos dos autos que indiquem o oposto, demonstrando que o agente tenha assumido o risco do advento do dano, em flagrante indiferença ao bem tutelado.”
Contudo, o relator considerou os fatos apontados válidos para autorizar a acusação pelo delito contra a vida com dolo eventual. Para o ministro, as circunstâncias do caso indicam não ter sido reconhecida automaticamente a competência do júri popular. Ao contrário, o ministro entendeu que as instâncias ordinárias agiram atentas aos elementos juntados no decorrer da instrução, “o que afasta o constrangimento ilegal”.
Segundo o relator, a imputação constante na denúncia foi confirmada quando a justiça paulista rejeitou os recursos da defesa contra a sentença de pronúncia e contra a sentença condenatória, o que enfraquece a tese sustentada no habeas corpus.

CONCURSOS: TSE publica edital de concurso público na próxima semana

Na próxima segunda-feira (14), será publicado o edital de concurso público do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O concurso visa à formação de cadastro de reserva para os seguintes cargos: Analista Judiciário, Área Judiciária; Analista Judiciário, Área Apoio Especializado – Psicologia, Análise de Sistemas, Arquivologia, Biblioteconomia, Estatística, Engenharia Elétrica e Mecânica; Analista Judiciário, Área Administrativa – Contabilidade e Pedagogia; Técnico Judiciário, Área Administrativa; e Técnico Judiciário, Apoio Especializado – Programação de Sistemas.
O concurso será organizado pela Consuplan, contratada por meio de processo licitatório realizado em julho deste ano para elaboração, impressão e aplicação das provas do concurso. A previsão é que as provas ocorram em fevereiro de 2012.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SAÚDE: Efeitos colaterais de tratamento fazem Lula ficar em repouso

Da FOLHA.COM


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sentindo efeitos colaterais da quimioterapia e tem passado os últimos dias em casa.
Lula foi diagnosticado com um câncer de laringe e fez o primeiro ciclo do tratamento na semana passada.
Ao visitar o ex-presidente no sábado, o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT), chegou a dizer que o Lula voltaria a trabalhar em seu instituto nesta semana, o que não ocorreu.
Segundo um de seus médicos, Lula tem sentido muito cansaço, um efeito comum do tratamento, e a orientação é que ele fique em casa.
Outro efeito sentido pelo ex-presidente é a perda do paladar para alguns alimentos. Ele não tem sentido, no entanto, náuseas.
Ontem, ele apareceu na janela de seu apartamento usando máscara cirúrgica. Seu médico disse que o uso é uma recomendação comum devido à redução da imunidade causada pela químio.
Lula, que, segundo sua assessoria, não tem recebido visitas, deve manter a mesma rotina nos próximos dias.
Ele gostaria de ir a uma reunião com empresários promovida pelo Instituto Lula, no próximo dia 16, sobre investimentos na África, mas sua presença ainda não está confirmada.

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MUNDO: Lucas Papademos é o novo primeiro-ministro da Grécia; premiê diz que cumprirá plano de resgate

Do UOL Notícias

O ex-vice presidente do Banco Central Europeu, Lucas Papademos, foi nomeado o novo primeiro-ministro da Grécia nesta quinta-feira, segundo informações do gabinete do presidente Carolos Papoulias. A definição acontece após dias de negociação e um dia após a renúncia do ex-premiê George Papandreou.
"O presidente deu ao Sr. Papademos o mandato para formar um governo", informou o gabinete em um comunicado.
Ao assumir o cargo, Papademos, 64, disse que chefiará o governo de coalizão com o objetivo de cumprir e aplicar o plano de resgate financeiro ao país e garantir sua permanência na zona do euro.
"O novo governo é um governo de transição encarregado de aplicar o acordo do dia 26 outubro e as políticas derivadas dele", declarou ele à imprensa, em referência ao acordo da zona do euro que concede 130 bilhões de euros à Grécia e perdoa metade da dívida do país, em troca de duras medidas de austeridade.
Papademos se mostrou convencido de que a permanência da Grécia na zona do euro representa um fator de "estabilidade financeira" e garante melhores perspectivas para o desenvolvimento do país. "O caminho será difícil. Mas os problemas se resolverão mais facilmente e com mais eficiência se houver colaboração e coesão", advertiu o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, que deve jurar seu novo cargo nesta sexta-feira às 10h (horário de Brasília).
Nesse sentido, reconheceu que a economia grega enfrenta enormes problemas "apesar dos esforços que foram feitos nos últimos anos". O novo primeiro-ministro também disse que não recebeu "nenhuma condição" por parte dos líderes políticos para formar sua equipe de governo.
Espera-se que nas próximas horas seja anunciada a composição desse gabinete, do qual participarão políticos dos dois grandes partidos gregos, o Pasok e o Nova Democracia.
Papandreou disse que a Grécia fará "tudo o que for necessário" para continuar membro da zona do euro e demonstrará ao mundo que é um país capaz de se manter unido, apesar da crise econômica e financeira que enfrenta atualmente.
Natural de Atenas, Papademos estudou no Instituto de Tecnologia de Massachussetts na década de 70. É Ph.D. em economia e chegou a dar aulas na Universidade de Columbia, entre 1975 e 1984, e na Universidade de Atenas, entre 1988 e 1993.
Ontem, o nome do presidente do Parlamento grego, Filippos Petsalnikos, também foi cotado para assumir o cargo do ex-premiê, que oficializou sua renuncia nesta quarta-feira, em um pronunciamento na TV.
Papandreou disse que a Grécia fará "tudo o que for necessário" para continuar membro da zona do euro e demonstrará ao mundo que é um país capaz de se manter unido, apesar da crise econômica e financeira que enfrenta atualmente.

COMENTÁRIO: Alpiste a passarinho

Por SAMUEL CELESTINO - A TARDE


Em outros tempos da política brasileira exercitava-se à larga um remédio infalível para estabelecer um ponto final nas crises resultantes da ineficiência das gestões e dos problemas que cresciam e sombreavam o poder, estruturado como base os partidos políticos. Nada diferente do que hoje se denomina “governo de coalizão”, a exemplo do de Dilma Rousseff, cuja raiz está no lulismo. A presidente recebeu um governo organizado pelo seu antecessor composto por ministros especialistas em “malfeitos”.
Nos tempos a que me refiro, quando aconteciam fatos que nem de longe se aproximam, em semelhança, aos escândalos republicanos de hoje, os ministros se reuniam e, para poupar o governante, acordavam uma renúncia coletiva. Era uma solução sem erro.
A partir da entrega dos cargos, o governante ficava à vontade para decidir, sem que ninguém se sentisse melindrado, aqueles auxiliares que permaneceriam. Os que ficavam de fora permaneciam com o seu conceito ético íntegro. Não significa que, naqueles tempos, houvesse ética ou princípios morais, mas, com certeza e sem qualquer dúvida, o patamar estava muito acima do que hoje se observa. Uma saída para Dilma seria uma renuncia coletiva do seu ministério, abrindo espaço para que ela reorganizasse a sua gestão.
O que se vê, no entanto, é uma República fatiada entre partidos, de acordo com a sua representatividade no Congresso Nacional. Cada um tem o seu ou os seus pedaços e, aí, ou os aparelha, ou aparelham, com amigos e correligionários. Cada ministério se transforma então num espaço para pic-nic (coisa antiga) onde na cesta essencial são recolhidas as propinas destinadas aos partidos, aos seus integrantes, ou aos dois. Dilma perdeu nesse primeiro ano que não chegou ao fim cinco ministros, supostamente por praticar “malfeitos”, palavrazinha mais dignificante do que corrupção, mas que, no fim, dá no mesmo.
Há mais um ministro a caminho da guilhotina, o do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, cuja sorte irá ser determinada por alguns fatores, entre eles a Comissão de Ética Pública que, na segunda-feira última, decidiu abrir processo contra o ministro do Trabalho para apurar as denúncias de irregularidades nos convênios da pasta com organizações não-governamentais (ONG). Se Lupi pensa que pode ser apascentado por tal comissão, se engana e muito. Mesmo que, ufano, em bravata idiota diga que só do cargo na bala. A começar porque a relatora do processo chama-se Marília Muricy, que foi secretária de Direitos Humanos de Jaques Wagner no primeiro governo, seqüenciada por Nelson Pelegrino.
Marília é uma das mulheres mais brilhantes que conheci, colega de turma que foi na Faculdade de Direito da UFBa. Brilhante, séria e inaccessível aos que procuram “facilidades”. Se houver alguma coisa concreta contra Lupi ela apontará. Não é de flexibilizar para favorecer a quem quer que seja. A Comissão, aliás, abriu dois processos: um contra o ministro Lupi, com relação às publicações nas revistas deste fim de semana que passou, e outro contra Marcus Vinicius Neder, ex-auditor da Receita Federal que, segundo a revista "Época", teria logo após deixar o cargo para o exercício profissional da advocacia junto à Receita.
Essa informação sobre o segundo caso é do presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence. Respalda-se, de acordo com o jornal o Globo, de um “achado” da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal. Teriam sido encontrados no ministério indícios de fraudes em convênios com ONGs, “iguais àquelas que provocaram a saída dos ministros do Esporte e do Turismo.” Diz o jornal que “para o Tribunal de Contas da União, a situação no Ministério do Trabalho é crítica.” E mais: “a auditoria revela que a pasta engavetou mais de 500 prestações de contas das entidades sem fins lucrativos.”
Lupi já estava marcado, diante de tantas informações que vazavam em Brasília envolvendo a sua forma de proceder no governo. Mas ele (como os outros ministros que caíram) fala em onda de denuncismo e quer provas. Talvez as tenha. Sua situação torna-se pior porque o PDT, seu partido, está dividido e ele tenta juntar os cacos. Conseguiu, em parte, numa reunião que organizou. Muitos dos seus integrantes no Congresso não gostam de Carlos Lupi, por motivos desconhecidos. Às vezes, há quem não goste daqueles que querem “afogar o gato” sozinho, sem partilha do botim republicano.
Não é o caso, por exemplo, do gaúcho-baiano, Alexandre Brust, um histórico brizolista que preside o PDT na Bahia, homem sério, mais vinculado à história do que à planície que se observa no Brasil de hoje. Brust defende Lupi e crê que ele sairá bem da situação. Pode ser. Quem sabe se não sai bem tal qual Orlando Silva, ex do Esporte, defendido com unhas e dentes pelo PC do B. Saiu com cara de tacho, mas inteiro, elogiado por Dilma como se fosse um deus tropical. A presidente não quer briga com o PC do B, seu velho conhecido e de bela tradição, como tenho acentuado.
Orlando, o Bom, anda por aí se considerando vítima das circunstâncias, e por circunstâncias entenda-se a imprensa denunciante e, quem sabe, as ONGs descaradas (porque há ONGs sérias) que não chegaram a meter a mão no tesouro público porque a comida lhes chegou às mãos. Como se dá alpiste a passarinho.
*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde desta quinta-feira (10).

CONSUMIDOR: Pacientes em tratamento domiciliar terão desconto de 10 a 65% na conta de energia

Do BAHIA NOTÍCIAS


As famílias que precisam manter em casa equipamentos médicos elétricos de uso continuado para tratamento de pessoas com algum tipo de deficiência ou doença passarão a contar com descontos de 10 a 65% na tarifa de energia elétrica. De acordo com a portaria assinada pelos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Saúde, Alexandre Padilha, para ter direito ao benefício as famílias precisarão se inscrever no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e possuir renda mensal de até três salários mínimos. Quem consome até 30 kw/h por mês terá o desconto máximo de 65% na conta de luz e para consumo superior a 100 kw/h a isenção cai para 10%. Índios e quilombolas com consumo de até 50kw/h por mês estarão isentos de pagamento. A medida integra as ações da rede Saúde Toda Hora, que prevê a reestruturação dos serviços de urgência e emergência do país.

SALVADOR: Massaranduba: Vítimas de desabamento recebem alta

Do BAHIA NOTÍCIAS
As três vítimas que foram retiradas dos escombros do prédio de três andares que desabou no bairro de Massaranduba, em Salvador, nesta quarta-feira (9), receberam alta na manhã desta quinta (10). Duas mulheres e um homem estavam internados nos hospitais Geral do Estado (HGE) e do Subúrbio com ferimentos leves, mas passam bem. A Rua Rafael Uchoa, que abrigava o edifício irregular, permanece interditada nesta quinta (10) e os moradores desalojados foram levados para uma escola da cidade. As buscas por vítimas foram encerradas por volta das 23h20, após o Corpo de Bombeiros ter realizado uma varredura no local, com escavações e uso de cães farejadores, e constatado que não havia possibilidade de haver novas vítimas sob os escombros.

DIREITO: Compete à Justiça comum julgar relação de emprego entre Poder Público e servidores

DO MIGALHAS

A 3ª turma do TRT da 2ª regiãoo entendeu que compete à Justiça comum (Federal ou estadual) apreciar e julgar ações que versam sobre relação de emprego entre Poder Público e servidores contratados por prazo temporário.
O entendimento é justificado pelo fato de que a natureza jurídica desse tipo de contratação não é trabalhista em sentido estrito, mas apresenta caráter jurídico-administrativo, de acordo com o que entende o próprio Supremo Tribunal Federal.
No caso analisado pela turma, a servidora do município de Diadema pretendia ver reconhecida sua relação de emprego com o Poder Público, mesmo tendo sido contratada sob lei especial por prazo temporário. Sua tese baseava-se na inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 2.430/2005, que instituiu o Programa Assistencial “Frente de Trabalho”, por afronta aos artigos 6º e 7º da Constituição.
Contudo, o STF já havia declarado a competência da Justiça Comum para casos como esse, afirmando ainda que nem mesmo a prorrogação dos contratos temporários transmuda a natureza jurídica desse vínculo original, que é apenas administrativa e não trabalhista em sentido clássico.
Dessa forma, foi declarada, por unanimidade de votos, e de ofício, a incompetência desta Justiça Trabalhista para apreciar a ação analisada pela turma, determinando-se a anulação da sentença exarada pela 1ª instância e a remessa do processo à Justiça Comum, conforme prevê o artigo 113 do CPC, “caput” e § 2º.
Processo: 01779006320095020263 – RO

COMENTÁRIO: O sétimo selo

Por DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo


O Palácio do Planalto não quer ver, amanhã ou depois, as manchetes relatando a queda do "sétimo ministro em menos de um ano de governo", compreende-se.
De fato não deve ser agradável assistir "à imprensa derrubando ministros de 15 em 15 dias", como disse o secretário-geral da Presidência que, aos primeiros acordes do último (no sentido de ser o mais recente) escândalo da Esplanada, declarou-se "cansado" de tanto administrar crises na equipe.
Admirável a franqueza de Gilberto Carvalho: admite que os ministros só perderam os respectivos lugares porque foram expostos ao público e reconhece que tudo tem um limite. Até a intolerância com o "malfeito".
Na verdade isso já estava mais ou menos claro devido ao desconforto governista diante do entusiasmo geral com a dita "faxina". Apenas ninguém "de dentro", tão próximo ao cotidiano da presidente, havia transferido de papel passado a autoridade dela para a imprensa.
Uma visão equivocada, pois os meios de comunicação só acabaram assumindo o lugar de protagonista porque o governo preferiu ficar de coadjuvante na história, olhando a banda passar enquanto esse problema de convênios fraudulentos seja com ONGs, prefeituras ou sindicatos só se acumulava ao longo dos últimos anos.
Agora vem um decreto tratando como excepcionalidade o que deveria ser a mais básica das regras. Aliás, resumida com muita propriedade dias atrás pela presidente da organização Parceiros Voluntários, Maria Elena Pereira Johannpeter: "Quem dá o dinheiro deve fiscalizar e controlar sua aplicação, com padrões técnicos".

É isso. O decreto recentemente assinado pela presidente Dilma Rousseff determinando uma devassa nos contratos com ONGs, impondo a responsabilidade aos ministros e ordenando que haja avaliação técnica para concessão de recursos e fiscalização para a execução dos convênios, equivale a uma confissão de que o vale qualquer coisa era a lei.
Admite-se que o ministro da área não tenha responsabilidade direta? Que não sejam seguidos pareceres técnicos? Que não se fiscalizem nem por amostragem os contratos? Que, desculpe o leitor o lugar comum, um ministério seja algo comparável ao que o vulgo chama de casa da mãe Joana?
Pois pelo visto ao governo tudo isso parecia normal. Ou, ainda, digno da mais absoluta proteção e preservação.
Agora, em face ao que aparece aos borbotões, é de se perguntar a quais interesses o governo federal atendia quando mobilizou sua maioria no Congresso para, a partir de outubro de 2007 e por três anos, até 2010, obstruir os trabalhos de uma comissão de inquérito criada para investigar em que bases se davam as atividades das ONGs com a administração pública.
Presidida por um senador do DEM e relatada por outro do PC do B, a CPI acabou sem votação de relatório, fez algumas sugestões, não investigou irregularidades e passou ao largo dos problemas que agora tanto têm contribuído para que o secretário-geral da Presidência se sinta extenuado com tantas crises.
Bala com bala. Sorriso largo, semblante confiante - não necessariamente confiável - e a impertinência na ponta da língua, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se exibe como a imagem invertida da realidade que se desmantela à sua volta.

Faz pose de valente como alguns que o antecederam na crista da onda de escândalos, mas dispõe de um diferencial. O linguajar, "abatido à bala", mais afeito a delegacias de polícia que a gabinetes ministeriais.
Na atual conjuntura, seria de acrescentar: ou vice-versa.
À deriva. Tanto bom combate aí à disposição, à espera de quem abrace algum, e a estudantada de um lado fazendo má-criação em prol da droga, do privilégio e da desordem, e de outro, aninhada no colo do Estado.
E a maioria, desorganizada, desmobilizada, calada. Há que haver uma virada ou nessa batida a juventude caminha para se assumir social e politicamente improdutiva.

COMENTÁRIO: Socorro de última instância

Por CELSO MING - O Estado de S.Paulo


A derrubada de Silvio Berlusconi do cargo de chefe de governo, por si só, não melhora a situação das finanças da Itália, a terceira maior economia do bloco do euro. Ele pode ter agravado a encrenca, mas não foi a causa dela.
É pouco provável que o Parlamento italiano aprove um pacote econômico suficientemente robusto, capaz de virar rapidamente esse jogo - hoje perdedor. Se, por um lado, um forte aperto dos cintos poderia reerguer a credibilidade imediata nos mercados, por outro, provocaria efeitos colaterais devastadores, como recessão, desemprego, perda de arrecadação e, lá na frente, talvez deixasse o país em piores condições de honrar a dívida.
Ontem, o rendimento (yield) dos títulos da Itália saltou para acima dos 7%, o nível que lá atrás disparou o pedido de socorro para Portugal e Grécia (veja, ainda, o Confira).
Há dúvidas de que a área do euro consiga construir blindagem suficiente para impedir a deterioração das finanças italianas. Isso significa que, em vez de diminuir, o risco de descontrole e de contágio está aumentando. As eventuais consequências de uma reestruturação da dívida da Itália (corte da dívida) seriam mais do que simplesmente preocupantes. Se mais de 100 bilhões de euros são necessários apenas para recapitalizar bancos europeus depois do calote grego, imagine-se o que não seria exigido se fosse para montar uma operação parecida, dessa vez para evitar o colapso dos credores da Itália, que tem dívida cinco vezes maior do que a da Grécia.
Os especialistas repetem que, numa paisagem de paradeira econômica, qualquer recuperação é muito mais difícil. Daí por que a estratégia correta seria colocar em marcha o crescimento econômico e a criação de empregos. Até agora ninguém explicou como se faz isso. Keynes, é claro, avisou que seria preciso liberar investimentos e produzir um amplo New Deal para recolocar a máquina em movimento. Mas de onde tirar esses recursos se os Estados estão prostrados por dívidas colossais?
Enfim, as portas de saída serão bem mais raras. Talvez a opção restante seja a que hoje ainda está sendo considerada impensável: acionar o Banco Central Europeu (BCE) para que emita moeda e refinancie o rombo acumulado da Itália - apesar de todos os desdobramentos que um passo desses pudesse provocar. De quebra, essa operação produziria certa inflação que provocaria um encolhimento na dívida real dos Estados.
Antes disso, os alemães e todos os ortodoxos europeus tratarão de soltar as fúrias dos seus porões contra o atropelamento dos tratados e das regras de boa governança dos bancos centrais que uma saída dessas implicaria. Mas dificilmente apresentariam melhor escolha. E, é óbvio, esse precedente leva o perigo de causar mais estragos à confiança no euro.
Ainda assim, se for bem conduzida - o que é difícil -, a mobilização do BCE como emprestador de última instância a devedores soberanos, no máximo, conseguiria evitar a implosão desordenada da Eurolândia. Em seguida, ou até mesmo simultaneamente, seria necessário repensar e reconstruir tudo.

COMENTÁRIO: É assim que o euro termina

Por Paul Krugman - ESTADÃO.COM.BR

É assim que o euro termina.
Não com um “bang” mas com “bunga-bunga”.
Falando sério, como os títulos italianos para 10 anos bem acima de 7%, estamos num território onde todos os círculos viciosos entram em ação – e os líderes europeus parecem cervos apanhados na luz de faróis E como Martin Wolf diz hoje (terça-feira), o impensável – uma ruptura do euro – se tornou
perfeitamente pensável:
Uma zona do euro construída sobre um ajuste deflacionário unilateral fracassará. Isso parece certo. Se os líderes da zona do euro insistirem nessa política, eles terão de aceitar o resultado.
Qualquer caminho plausível, mesmo que parcial, para a salvação do euro depende agora de uma mudança radical na política do Banco Central Europeu (BCE). Mas como
diz John Quiggin nesta terça-feira no Times, o BCE tem sido antes parte do problema.
Acredito que a elevação da taxa pelo BCE no começo deste ano vai passar para a história como um clássico exemplo de estupidez política. Provavelmente ainda estaríamos nesse imbróglio se o BCE não tivesse aumentado as taxas, mas a pura estupidez de se obcecar com a inflação quando o euro estava obviamente em risco causa estupor.
Eu ainda acho difícil de acreditar que o euro fracassará; mas parece igualmente difícil de acreditar que a Europa fará o que é necessário para evitar esse fracasso. Força irresistível, encontra objeto imóvel – e vejam a explosão.

COMENTÁRIO: A Itália afunda e o euro treme

Por José Paulo Kupfer - ESTADÃO.COM.BR


Mais um dia de agonia na crise do euro e de tensão forte nos mercados. O anúncio de uma próxima renuncia do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, não desanuviou o ambiente nem dissolveu as desconfianças de que a zona do euro pode estar a caminho de uma implosão.
Os títulos da dívida italiana foram negociados nesta quarta-feira acima de 7% ao ano, um nível recorde que indica a percepção de que a Itália não terá como honrar sua dívida de 2 trilhões de euros – equivalente a 120% do PIB italiano. A perspectiva de um abandono da moeda única pelos italianos entrou no radar dos analistas e seu efeito na zona do euro seria muito mais devastador do que a de uma eventual saída de economias menores, como a da Grécia.
A Itália é a terceira maior economia da zona do euro e sua situação fiscal é relativamente melhor do que a de outros países encalacrados da região. De todo, caso a desconfiança em relação à solvência italiana se torne ainda mais aguda, as consequências de um calote são difíceis de prever. A Itália, é bom não esquecer, é o quarto maior tomador de empréstimos em todo o mundo, atrás apenas de Estados Unidos, Japão e Alemanha.

ECONOMIA: Itália preocupa e dólar oscila na abertura

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Bianca Pinto Lima

O dólar comercial abriu em alta de 0,23%, a R$ 1,769. Ontem, a moeda norte-americana já havia fechado em alta, com valorização de 1,31%, a R$ 1,765. Ao logo da manhã de hoje, porém, o dólar não mantinha a alta. Por volta das 10h30, o dólar caía 0,17%, a R$ 1,762.
O dólar vem ganhando valor ante o real, à medida em que os investidores observam a
deterioração dos cenários político e econômico da Itália e acompanhando também a trajetória internacional da moeda. Tudo sem estresse, porque não há investidores fortemente posicionados em nenhuma das duas pontas. As oscilações pontuais, no entanto, também estão fazendo parte do jogo, dependendo de uma ou outra informação internacional positiva ou de um fluxo.
É o caso da abertura de hoje, que encontra alívio em informações de mercado sobre uma intervenção do Banco Central Europeu, que teria adquirido títulos soberanos da Itália, puxando os juros para baixo. De concreto, o que se sabe é que o país conseguiu vender 5 bilhões de euros em um leilão de bônus de 12 meses, no qual encontrou demanda para 9,947 bilhões de euros. O resultado é considerável, avaliam os analistas. Mas é necessário ponderar que a taxa de retorno para o investidor foi o maior desde a implementação do euro e quase o dobro da registrada no leilão anterior, em 6,087% (de 3,570% no leilão anterior).
O mercado também recebeu bem as declarações do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, garantindo que o país vai cumprir seus deveres. Além disso, coloca fichas na aprovação rápida das medidas de austeridade e a lei do orçamento de 2012 e na renúncia do premiê Silvio Berlusconi, que abriria a porta para que o ex-comissário europeu Mario Monti assumisse o cargo. Isso porque ele foi nomeado senador vitalício ontem.
Para completar, o Banco da Inglaterra (BoE), corroborou as expectativas dos investidores e manteve o juro estável e o programa de compra de bônus no valor de 275 bilhões de libras.
(Cristina Canas, da Agência Estado)

MUNDO: Jornalistas soterrados pedem ajuda por telefone após novo tremor na Turquia

Do ESTADÃO.COM.BR


Repórteres estavam cobrindo a reconstrução de Van, quando a cidade foi atingida por um novo terremoto
VAN - Alguns jornalistas que ficaram soterrados em um hotel que desabou durante um terremoto na Turquia conseguiram usar telefonar celulares para pedir ajuda das equipes de resgate. A informação foi relatada nesta quinta-feira, 10, à televisão turca Haber Turk por um cinegrafista da agência de notícias Cihan.
O cinegrafista, Ozgur Gunes, disse que os jornalistas estavam hospedados no hotel Bayram, um de dois hotéis da cidade de Van que desabaram após um novo tremor de 5,6 pontos de magnitude na região na quarta-feira. Eles ainda não foram resgatados. As equipes estão tentando abrir túneis em meio aos escombros, para retirar as pessoas soterradas.
A agência de notícias turca Dogan disse que dois de seus jornalistas estão desaparecidos. As equipes de resgate conseguiram salvar uma japonesa que estava soterrada no hotel Bayram por seis horas.
Novos tremores Cerca de 40 repórteres estavam hospedados no Bayram para cobrir a reconstrução de Van após um forte terremoto que atingiu a região no mês passado. O proprietário do hotel acredita que 27 pessoas estavam no hotel no momento.
O repórter da BBC na Turquia Jonathan Head disse que muitos prédios que estavam com risco de desabar após os tremores de outubro caíram na quarta-feira, 9. Ao todo, 26 prédios desabaram, mas apenas três estavam ocupados. Os tremores de quarta-feira foram menos intensos do que os de outubro, mas o epicentro foi mais próximo da região central de Van.
Equipes de resgate disseram que 23 pessoas foram salvas com vida, mas que mais de cem continuam desaparecidas. Até o momento, eram sete os mortos no novo tremor.
No terremoto de outubro, de 7,2 pontos de magnitude, 600 pessoas morreram.
Um representante do Crescente Vermelho disse à BBC que a entidade está enviando mais dois aviões com mantimentos para área, como tendas e cobertores, além de trabalhadores de resgate.
Milhares de pessoas atingidas pelo terremoto de outubro ainda estão dormindo em barracas na rua, apesar do intenso frio.
A Turquia é vulnerável a terremotos por estar situada sobre uma grande falha geológica. Em 1999, dois terremotos com mais de sete pontos de magnitude mataram quase 20 mil pessoas no noroeste do país.

DIREITO: AGU quer que prefeito cassado pague as novas eleições

Da CONJUR


A Advocacia-Geral da União entrou com três ações civis públicas no estado de Mato Grosso contra ex-prefeitos cuja cassação causou a necessidade de novas eleições municipais, com uso de recursos públicos extras. O objetivo é ressarcir a União dos custos diretos e indiretos das novas eleições que tiveram que ser convocadas.
As ações foram protocoladas pela Procuradoria da União no estado após o trânsito em julgado das decisões que afastaram definitivamente dos cargos os candidatos eleitos nos municípios de Ribeirão Cascalheira, Santo Antônio do Leverger e Rio Branco. Os ex-prefeitos foram cassados por crimes como compra de votos e abuso de poder político e/ou econômico. O Ministério Público Federal também participa das ações.
Quando as votações atingem mais da metade dos votos válidos, os demais votos são prejudicados, ficando anuladas e, consequentemente, as eleições como um todo. Nestes casos, o artigo 224 do Código Eleitoral estabelece que sejam realizadas outras eleições.
Segundo a Procuradoria de Mato Grosso, os custos das novas eleições nas três cidades mato-grossenses foram calculados pelo próprio Tribunal Regional Eleitoral do estado. "Além do ressarcimento pelos custos das novas votações, os advogados da União pedem indenização por dano moral coletivo", explicou o advogado da União Alexandre Vitor Murata Costa, procurador-chefe da União no estado de Mato Grosso.
A pedido dos advogados da União e do MPF, o TRE-MT editou a Portaria 459/2011 que regulamentou a remessa à AGU e ao Ministério Público Eleitoral das despesas das eleições suplementares.
Com os dados fornecidos pelo tribunal, será possível tomar as providências necessárias para cobrar, por meio das ações judiciais, o ressarcimento das despesas geradas pela convocação de nova votação. As ações foram protocoladas na Justiça Federal de Mato Grosso. Com informações da Assessoria de Imprensa da AGU.

ECONOMIA: Bolsas asiáticas caem com temores sobre Itália

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Hugo Passarelli


As Bolsas da Ásia apresentaram fortes baixas. O aprofundamento da crise da dívida europeia, com temores sobre a Itália, abalou os investidores.
A Bolsa de Tóquio caiu fortemente com as preocupações sobre os problemas da dívida soberana europeia, que puxaram para baixo grandes exportadoras japonesas, como a Fanuc, e ações financeiras, como Dai-ichi Life Insurance. O índice Nikkei 225 perdeu 254,64 pontos, ou 2,9%, e fechou aos 8.500,90 pontos, o nível de fechamento mais baixo desde 5 de outubro.
Em Hong Kong, o tombo foi ainda maior. A bolsa local teve a maior baixa porcentual em três meses, devolvendo os ganhos das últimas duas semanas. O índice Hang Seng caiu 1.050,54 pontos, ou 5,3%, e encerrou aos 18.963,89 pontos. As perdas em peso pesados bancários contribuíram decisivamente para o mau resultado. HSBC perdeu 9,1% e Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) cedeu 8,7%. Juntos, os bancos responderam por 37% da queda do índice HSI.
As Bolsas da China também foram influenciadas pela realização de lucros no setor financeiro, após as exportações chinesas mostrarem sinais adicionais de declínio. O índice Xangai Composto caiu 1,8% e terminou aos 2.479,54 pontos. O índice Shenzhen Composto deslizou 1,2% e encerrou aos 1.058,72 pontos. ICBC recuou 2,8%. Ping An Insurance baixou 4,2%.
O yuan recuou ante o dólar uma vez que o banco central direcionou as cotações fortemente para baixa via a taxa diária de referência, e após dados de exportação diluírem as expectativas de significante apreciação da divisa chinesa. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,3459 yuans, de 6,3402 yuans ontem. A taxa de paridade central dólar-yuan foi fixada em 6,3329 yuans, de 6,3207 yuans ontem.
Já a Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, fechou em pesada queda, com estrangeiros vendendo ações domésticas e investidores preocupados com a situação na Europa, que poderia repetir a turbulência financeira de 2008. O índice Kospi recuou 4,9% e terminou aos 1.813,25 pontos, a maior perda porcentual diária desde 23 de setembro. As ações do setor financeiro e de estaleiros lideraram o declínio. KB Financial perdeu 8,9% e Shinhan Financial baixou 7,8%. Hyundai Heavy Industries cedeu 7,8% e Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering diminuiu 8,5%. Samsung Electronics deslizou 5,1%. Hyundai Motor caiu 5,7%.
A Bolsa de Taipé, em Taiwan fechou na mínima do mês, liderada por ações de empresas financeiras e de exportação. O aprofundamento da crise italiana estimulou preocupações sobre a saúde da economia de Taiwan e seu sistema bancário. O índice Taiwan Weighted recuou 3,35% e encerrou aos 7.308,68 pontos. Mega Financial recuou na máxima diária de 6,8%, enquanto China Life caiu no limite de 7%. Alguns exportadores de eletrônicos também fecharam nos seus limites diários de baixa: TPK retrocedeu 7%, Largan Precision perdeu 6,9% e Genius desvalorizou 6,8%.
Na Austrália, a Bolsa de Sydney também encerrou o dia no campo negativo, diante das notícias adversas. O índice S&P/ASX 200 retrocedeu 2,35% e fechou aos 4.244.1 pontos. Ações do setor financeiro lideraram as quedas, com os maiores bancos caindo ente 2,3% e 5,7%. Mineradoras e petrolíferas seguiram a mesma linha: BHP Billiton, Rio Tinto e Woodside Petroleum recuaram entre 2,2% e 2,6%.
Nas Filipinas, a Bolsa de Manila fechou no vermelho. O índice PSE recuou 1,41% e terminou aos 4.285,06 pontos.
A Bolsa de Cingapura encerrou em baixa, com preocupações sobre a Itália e perdas inesperadas de Noble Group no terceiro trimestre. O índice Straits Times caiu 2,5% e fechou aos 2.786,90 pontos.
O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, recuou 1,9% e fechou aos 3.783,88 pontos, pouco acima da mínima do dia devido à decisão do banco central de reduzir a taxa de juros em 50 pontos-base, para 6% ao ano.O índice SET da Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, perdeu 0,25% e fechou aos 965,46 pontos.
O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, recuou 1,1% e fechou aos 1.472,65 pontos, acompanhando as vendas nos mercados europeus. As informações são da Dow Jones.
(Ricardo Criez e Roberto Carlos dos Santos, da Agência Estado)

ECONOMIA: Comissão corta previsão de crescimento do PIB da Itália e Espanha

Do ESTADÃO.COM.BR

Clarissa Mangueira, da Agência Estado


Expectativa é que a economia italiana cresça 0,5% neste ano, e a espanhola, 0,7%
ROMA - A Comissão Europeia reduziu sua previsão para o crescimento da Itália e da Espanha, segundo seu relatório semestral. A comissão disse que o Produto Interno Bruto (PIB) italiano irá provavelmente se contrair no quarto trimestre e crescer somente 0,5% neste ano, ante a projeção anterior reportada há seis meses de alta anual de 1%.
A Comissão disse que a economia espanhola deverá se expandir somente 0,7%, ante a alta prevista anteriormente de 0,8%. A O braço executivo da União Europeia alertou que mais cortes orçamentários previstos ainda para este ano e em 2012 podem reduzir o crescimento do país.
O PIB da Itália em 2012 aumentará somente 0,1%, em comparação com a projeção anterior de 1,3%, e 0,7% em 2013. Já a economia espanhola deverá crescer 0,7% no ano que vem, uma visão mais otimista que a demonstrada por alguns economistas, que agora esperam uma contração, visto que mais medidas de austeridade afetam o crescimento do país.
A instituição prevê um déficit estrutural orçamentário de 0,5% do PIB naquele ano. As previsões da Comissão apontam, contudo, que o déficit orçamentário da Itália será de somente 3,1% do PIB neste ano e de 1,3% do PIB no ano que vem, abrindo a possibilidade de que cortes de gastos adicionais, além do plano de austeridade de € 60 bilhões aprovado durante o verão em Roma, possam ser adiados.
A relação dívida pública-PIB da Itália deverá atingir um pico de 120,5% do PIB em 2012 e começar a declinar em 2013, de acordo com as novas projeções.
As novas projeções apontam que o desemprego na Itália continuará acima de 8%. A Comissão também espera que o desemprego na Espanha continue acima de 20% até 2013, uma previsão levemente mais negativa do que a anterior, e que a relaçao dívida-PIB subirá para 78% em 2013.
Recessão prolongada
A Comissão Europeia reduziu sua previsão de crescimento do bloco no próximo ano e afirmou que não pode descartar a possibilidade de uma recessão profunda e prolongada.
Em sua previsão semestral, o braço executivo da UE afirmou que a economia está enfrentando uma queda da confiança, turbulência financeira, pacotes de austeridade governamentais e desaceleração dos principais parceiros comerciais da Europa.
A Comissão afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) da UE em 2012, ajustado pela inflação, crescerá somente 0,5%, ante a alta de 1,8% projetada há seis meses.
Desde então, a crise da dívida soberana da zona do euro se intensificou, afetando o investimento e a confiança do consumidor, disse a comissão. Os pacotes de austeridade dos governos suprimiram o crescimento no bloco. A demanda doméstica que, para os economistas, poderia conduzir à recuperação, não conseguiu avançar.
"A probabilidade de um período mais prolongado de estagnação é alta", disse Marco Buti, diretor da divisão de economia da UE. "E, dada a incerteza excepcionalmente elevada em torno de decisões políticas fundamentais, uma recessão profunda e prolongada complementada pela turbulência do mercado não pode ser descartada." As informações são da Dow Jones.
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