sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ECONOMIA: Após jantar com Temer, presidente da Fiesp pede saída de Levy

OGLOBO.COM.BR
POR JULIANNA GRANJEIA

Reunido com vice e empresários em SP, Skaf diz que ‘o Brasil não precisa desse ministro da Fazenda’


SÃO PAULO - Na noite em que promoveu um jantar entre o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) e grandes empresários do país, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), pediu a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
— Aqui no Brasil, os juros aumentam, o crédito diminui e o governo só quer saber de aumentar impostos. Um ministro da fazenda que só fala em aumentar impostos, o Brasil não precisa desse ministro da Fazenda - afirmou Skaf nesta quinta-feira, em entrevista coletiva após o jantar, em São Paulo. Temer saiu sem falar com a imprensa.
Entre os presentes hoje estavam Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Rubens Ometto (Cosan) e Benjamin Steinbruch (CSN), que participaram de um jantar com a presidente Dilma Rousseff anteontem.
Os empresários criticaram a política econômica, principalmente os juros altos e a queda na produtividade. Temer discursou nos 30 minutos finais do encontro que durou cerca de duas horas. O vice-presidente explicou sua saída do "varejo" da articulação política, anunciado oficialmente nesta semana.
Skaf, que tem se encontrado frequentemente com Temer em São Paulo, já havia soltado uma nota criticando o ministro da Fazenda. Ontem, no entanto, subiu o tom pela primeira vez em nota enviada à imprensa ao criticar o ajuste fiscal de Levy, a quem chamou de "ministro do desemprego".
O presidente da Fiesp também afirmou que o fato dos mesmos empresários presentes em seu jantar com Temer terem se encontrado também com Dilma não significa que o setor esteja apoiando o governo petista.
— O Brasil é um pouco maior do que meia dúzia de empresários. Se alguns tem uma opinião, não significa a opinião da classe empresarial. Os setores produtivos não concordam com essa politica econômica.
Skaf prometeu "bombardear" o Congresso caso o governo envie ao Congresso o projeto de retorno da CPMF:
— Vamos bombardear no Congresso essa iniciativa do governo ou qualquer iniciativa que esteja ligada ao aumento de impostos - afirmou o peemedebista, dizendo que contará com a "pressão" da sociedade.
Questionado sobre a influência da crise econômica na crise do governo, Skaf disse que certamente as duas situações estão ligadas:
— Não há dúvida nenhuma de que o desempenho da política econômica está enfraquecendo a credibilidade do governo. Há falta de confiança e credibilidade não pela crise econômica mais pela situação política.
Na segunda-feira, Skaf se reúne com a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, que reúne grupos favoráveis ao impeachment da presidente Dilma.

ECONOMIA: Dólar sobe no dia e encerra a semana com valorização de 2,55%, a R$ 3,585

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou em alta de 0,92% nesta sexta-feira (28), a R$ 3,585 na venda. Com isso, a moeda norte-americana encerra a semana com valorização de 2,55%. No mês, o dólar acumula ganhos de 4,69% e, no ano, avanço de 34,85%. 
Na véspera, a moeda norte-americana tinha caído 1,35%.
Contexto brasileiro
Investidores analisaram dados do PIB (Produto Interno Bruto). A economia brasileira encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, e 2,6% em relação ao segundo trimestre de 2014. Os números foram divulgados nesta sexta pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos três primeiros meses do ano, a economia brasileira já havia diminuído 0,2%. O segundo trimestre seguido de recuo mostra que o Brasil está em recessão técnica.
Ainda no cenário nacional, a perspectiva da eventual volta da CPMF --proposta que vem sendo estudada pelo governo para ajudar o reequilíbrio das contas públicas-- provocou críticas intensas entre parlamentares e entre empresários. As notícias reforçaram preocupações com a estabilidade política do governo, em um momento de crise política no país.
"A situação está feia, não importa para qual lado você olhar. E, cada dia que passa, parece que a trajetória do governo fica mais difícil", disse o operador de uma gestora de recursos nacional à agência de notícias Reuters.
Atuações do BC
O Banco Central rolou quase completamente os swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem na semana que vem.
O próximo lote vence em 1º de outubro de 2015 e equivale a US$ 9,458 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Cenário internacional
No contexto internacional, investidores continuavam atentos aos juros nos EUA. O mercado não deve fazer grandes apostas antes de ter mais informações sobre a probabilidade de o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) elevar juros no mês que vem --perspectiva que tem perdido força com as turbulências globais recentes.
O aumento dos juros nos EUA preocupa investidores, pois poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.

(Com Reuters)

CASO PETROBRAS: Laudo da PF aponta que 80% do dinheiro de Dirceu não passou por contas

UOL
De São Paulo

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Dos R$ 4 mi que Dirceu declarou ter obtido, apenas R$ 1 mi passou por suas contas

Laudo da Polícia Federal aponta que 80% dos rendimentos declarados pelo ex-ministro José Dirceu não transitaram por suas contas bancárias e que, dos R$ 4 milhões que ele declarou ter obtido como rendimento dos serviços de consultor na JD Assessoria e Consultoria, apenas R$ 1 milhão passou por suas contas analisadas.
"Totalizando-se, no período analisado [2005 a 2013], a movimentação financeira esperada, obtém-se o montante de R$ 7.083.213,17, enquanto que a movimentação financeira efetiva alcança somente o montante de R$ 1.449.242,32", registra o Laudo de Exame Financeiro 1742/2015, da Polícia Federal. "Ou seja, a maior parte dos rendimentos declarados por José Dirceu de Oliveira e Silva não transitou por conta corrente."
O laudo é de 20 de agosto e foi realizado pelos peritos criminais federais Fábio da Silva Salvador e Ivan Roberto Ferreira Pinto, a pedido do delegado Mário Adriano Anselmo. O documento foi anexado nesta quinta-feira (27) ao inquérito que tem Dirceu e o irmão como alvos.
"Comparando-se, então, a movimentação financeira esperada com a movimentação financeira efetiva, observa-se que a movimentação financeira efetiva representa 20,46% da movimentação financeira esperada."
Fora do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, o ex-ministro passou a atuar na JD. A empresa recebeu entre 2005 e 2013 um total de R$ 29 milhões. Para a Lava Jato, a firma era usada para ocultar recursos de propina.
Os peritos afirmam no laudo que, com base nos valores declarados por Dirceu, entre 2005 e 2013 ele teria recebido R$ 4.056.040,84 de rendimentos isentos de tributação oriundos de lucros de sua empresa JD.
"Entretanto, no mesmo período, como se pode observar nos extratos das contas bancárias da empresa JD Assessoria e Consultoria, ocorreram transferências bancárias da empresa para o sócio José Dirceu de Oliveira e Silva no total de R$ 1.051.140,63. A diferença de R$ 3.004.900,21 não transitou em contas correntes disponíveis nesta análise", informam os peritos.
O laudo indica ainda que, mesmo somando todos os saques em cartão (R$ 134.818,03), com cheques não identificados (R$ 2.033.328,62), "ainda assim não é possível identificar como a empresa transferiu seus lucros à pessoa de José Dirceu".
O irmão de Dirceu também apresentou movimentação bancária inferior aos valores declarados. "A maior parte de seus rendimentos são isentos e não tributáveis, frutos de lucros e dividendos. No período analisado (2005 e 2013), Luiz Eduardo Oliveira e Silva declarou o total de R$ 761.130,03 de rendimentos isentos de tributação oriundos de lucro de sua empresa JD."
Da mesma forma que ocorre com Dirceu, o valor transitado pelas contas do irmão são inferiores. "Neste mesmo período, como se pode observar nos extratos das contas bancárias da empresa JD ocorreram transferências bancárias da empresa para o sócio Luiz Eduardo no total de R$ 44.842,72. A diferença de R$ 716.287,31 não transitou em contas correntes disponíveis."
Imóveis

Os peritos tinham 12 itens específicos a serem respondidos, como origens dos valores movimentados em contas, saques em espécie, agências utilizadas, se há lastro para os imóveis declarados e a compatibilidade entre os valores de rendimentos declarados e as movimentações financeiras de Dirceu e seu irmão.
As aquisições imobiliárias declaradas no período não transitaram pelas contas bancárias dos investigados José Dirceu e Luiz Eduardo, bem como da empresa JD Assessoria e Consultoria", informam os peritos. "Se os valores declarados como lucros auferidos com a empresa JD Assessoria não puderam ser comprovados, as aquisições imobiliárias estarão descobertas."
"É possível observar que as declarações de Imposto de Renda de José Dirceu de Oliveira e Silva referentes ao exercício de 2005 e de 2013 apresentaram patrimônio a descoberto, ou seja, evolução superior à sobra financeira, que representou, respectivamente, 473,65% e 111,32%", dizem os peritos.
O irmão de Dirceu, solto após dez dias de prisão temporária, tem novo depoimento marcado na PF no dia 31. Segundo o laudo, "é possível observar que a declaração de Imposto de Renda de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva referente ao exercício de 2013 apresentou patrimônio descoberto, ou seja, evolução patrimonial superior à sobre financeira em 123,66%". Neste ano, o ex-ministro estava condenado pelo mensalão e seria preso pela primeira vez.
O criminalista Roberto Podval, que defende José Dirceu, disse que ainda não leu o laudo da Polícia Federal, mas garantiu que nenhum documento pericial vai demonstrar incompatibilidades na evolução patrimonial do ex-ministro nem de seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.
"Posso afirmar que não há nada de diferente ou de incompatível na evolução patrimonial de Dirceu e de seu irmão. A própria quebra do sigilo bancário (da JD Assessoria e Consultoria, de Dirceu e de seu irmão) demonstra claramente isso", afirma Podval.
O criminalista foi categórico ao falar dos bens que Dirceu em comparação com o patrimônio dos operadores de propinas do esquema Lava Jato. "Os valores encontrados com os operadores são infinitamente superiores. Não tem comparação o patrimônio do Dirceu e do irmão dele com o de qualquer um dos operadores da Lava Jato. Não se pode comparar com os ativos dos que ganharam muito na Lava Jato."
A assessoria de José Dirceu também se pronunciou: "A defesa do ex-ministro José Dirceu informa que ainda não avaliou o laudo, porém reitera que, de acordo com a quebra dos sigilos fiscal e bancário em março, todas as receitas da JDA haviam sido declaradas à Receita Federal e que a evolução patrimonial dos sócios sempre foi condizente com os resultados financeiros da empresa de consultoria."

POLÍTICA: Em entrevista a rádio, Lula diz que disputará eleições de 2018 ‘se for necessário’

OGLOBO.COM.BR
POR TIAGO DANTAS E TATIANA FARAH

Ex-presidente reafirma intenção à candidatura; e admite erros na condução da economia
O ex-presidente Lula - Ailton de Freitas/14-08-2015 / Agência O Globo

SÃO PAULO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na manhã desta sexta-feira, que “se for necessário” vai disputar as eleições presidenciais de 2018. Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, ele disse que vai passar a ter uma atividade política mais intensa a partir de agora, viajando pelo país, reconheceu que o PT cometeu erros na condução da política econômica, defendeu punição a quem cometeu desvios no esquema da Lava-Jato e criticou as tentativas da oposição de derrubar a presidente Dilma Rousseff.
Ao ser perguntado se seria candidato em 2018, Lula evitou se colocar na disputa e disse esperar que outros nomes fortes apareçam dentro do partido:
— Sinceramente, não posso dizer que sou ou que não sou (candidato). Espero que tenham outras pessoas para serem candidatas. Agora, se a oposição pensa que vai ganhar, que não vai ter disputa, que o PT está acabado, pode ficar certo o seguinte: se for necessário, eu vou pra disputa e vou trabalhar para que oposição não ganhe as eleições.
Esta não é a primeira vez que o ex-presidente cogita voltar a se candidatar. Ano passado, em 2014, em Caxias do Sul, o ex-presidente declarou não descartar seu retorno, para evitar que 'retrógrados voltem ao poder'. Ainda durante a campanha da então candidata à reeleição Dilma Roussef, o presidente do PT Rui Falcão lançou o nome de Lula para 2018.
Lula concedeu a entrevista durante visita a Montes Claros, no interior de Minas Gerais, onde começou, na quinta-feira, uma série de viagens para discutir o momento vivido pelo país. Segundo o ex-presidente, um dos seus objetivos é popularizar o Plano Nacional de Educação, aprovado ano passado no Congresso com as diretrizes para o ensino do país até 2024. O ex-presidente afirmou que as viagens também devem marcar uma presença maior dele na imprensa:
— Vou voltar a falar, vou voltar a dar palpite nas coisas porque eu vejo muita gente que já governou esse país, que já foi deputado, governador, que não fez nada e agora fica dando palpite como se fosse salvador da pátria. Então pode ficar certo o seguinte: o Lula vai voltar a ter uma atividade política mais intensa. Vou viajar o Brasil e quero disputar com eles no campo das ideias.
Assim como a presidente Dilma havia feito no início da semana, Lula admitiu que o governo federal errou na economia:
— Lógico que teve erro. Se não tivesse erro não teríamos chegado onde nós chegamos, e a Dilma reconhece que teve erros. Acho que houve alguns equívocos na questão econômica e que Dilma tentou consertar quando propôs o ajuste fiscal. A Dilma fez essa correção e trabalha com a ideia que vamos ter 2015 sofrido, mas, em 2016 começa a melhorar.
Durante a entrevista, Lula foi questionado sobre a Operação Lava-Jato. Ele voltou a dizer que não sabia que havia um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, defendeu que Dilma também não tinha informações sobre a corrupção da estatal e cobrou punição de políticos do PT e de outros partidos que cometeram equívocos:
— Acho que o PT cometeu desvios porque o PT passou a fazer política igual aos outros partidos. O PT era pra ser diferente de verdade. Mas os erros aparecem. E aí o PT começa a pagar. Serão punidos todos que errarem.
Lula também criticou a oposição e os pedidos de impeachment:
— Acho que a oposição tem que ter paciência. A oposição precisa parar de resmungar, precisa parar de xingar a presidenta. Ela tem que torcer para que esse país melhore, volte a crescer pra viver em paz, não pode querer antecipar mandato. Até porque o povo não aceita golpes. Ninguém quer mais golpe nesse país. Quem quiser ser candidato à Presidência da República que espere até 2018.
Sobre o pedido de impeachment contra Dilma, Lula disse não acreditar que ele vá adiante, e pediu para que a população espere o mandato terminar para avaliar o segundo mandato da presidente.
RUI FALCÃO
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta sexta-feira que existe um “desejo muito grande” do PT de que Lula concorra à Presidência da República, mas que a decisão só será tomada em 2018. Ontem, em discurso em Minas Gerais, Lula afirmou mais uma vez que poderia ser o candidato, mas que esperava haver outros nomes para substituí-lo.
— Eu ouço no povo, na militância do PT, um desejo muito grande de que ele seja (candidato). Mas, daí, voltar ou não é uma decisão para 2018 — disse o petista.
Desde o ano passado, o retorno de Lula tem sido cogitado pelo PT é lembrado pelo próprio ex-presidente.
— Lula tem dito duas coisas: não quero ser como o Schumacher (piloto de F1), fez o que tinha de fazer, voltou e não teve uma pole position. E a outra é: se ficarem me enchendo o saco, eu volto — falou Falcão.
Para o dirigente petista, no entanto, não é essa antecipação eleitoral que tem acirrado a campanha contra Lula e sim tentativas de “destruir o PT e destruir o Lula”.

POLÍTICA: Michel Temer recusa pedido de Dilma para ajudar na recriação da CPMF

FOLHA.COM
MARINA DIAS, DE BRASÍLIA

Comunicada de que havia irritado o vice-presidente ao deixá-lo de fora das tratativas sobre a recriação da CPMF, a presidente Dilma Rousseff telefonou nesta quinta-feira (27) para Michel Temer e pediu ajuda para defender a volta do imposto.
O vice, porém, criticou a proposta, disse que haveria muita resistência no Congresso e que não poderia fazer nada para levar a ideia adiante.
Segundo a Folha apurou, a conversa foi bastante dura e classificada por aliados como "o primeiro embate direto" entre Dilma e Temer. Até agora, os dois mantinham uma relação distante, mas cordial.
A discussão sobre a volta do tributo sobre transações financeiras, extinto em 2007 e agora visto pela equipe econômica do governo como essencial para equilibrar as contas públicas, pegou Temer de surpresa.
Em viagem a São Paulo, o vice afirmou na manhã de quinta (27) que o tema era só "um burburinho", sem saber que Dilma estava reunida no Palácio da Alvorada com os ministros de sua equipe econômica e Arthur Chioro (Saúde) para discutir a real viabilidade de recriar o imposto.
A reação dos peemedebistas ligados ao vice foi imediata. Deputados e senadores afirmam que se o PMDB precisava de algo concreto para se afastar do governo encontrou: a CPMF.
Segundo a assessoria do vice-presidente, porém, Temer nega que não vá colaborar com o governo. Durante a conversa, o vice fez uma avaliação das dificuldades que a matéria enfrentará no Congresso Nacional e deu sugestões que a presidente acatou e vai tentar colocar em prática para tentar diminuir essas resistências.
Em nenhum momento houve, diz a assessoria, houve um embate ou discussão entre os dois.
SUSTO
A repercussão negativa do principal aliado, além de políticos e empresários que se opõem à recriação do tributo, assustou integrantes do governo.
No Palácio do Planalto há quem defenda enviar a recriação da CPMF ao Congresso na segunda-feira (31), junto com a proposta Orçamentária para 2016. Ministros do núcleo político do governo, no entanto, ainda tentam dissuadir a equipe econômica. O martelo será batido até domingo (30).
Na noite desta terça, Temer se reuniu com empresários em jantar na Fiesp e disse que quer ser o "advogado" do setor produtivo na superação da crise.
Durante o encontro, ouviu críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e, segundo relatos, não fez nenhum defesa enfática da presidente.
Nesta sexta (28), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ironizou a proposta do governo : "Acho que o governo pode unir o PMDB novamente com a nova CPMF. Todos contra: eu, Michel Temer e Renan Calheiros [presidente do Senado]".

ECONOMIA: PIB cai 1,9% no 2º trimestre, na maior queda desde 2009, e confirma recessão

ESTADAO.COM.BR
IDIANA TOMAZELLI, MARIANA DURÃO E VINICIUS NEDER - O ESTADO DE S. PAULO

Recuo ocorre ante uma base ainda mais fraca de comparação, já que o PIB do 1º trimestre foi revisado para -0,7%; investimento, consumo e serviços têm maior tombo desde a década de 1990

A economia brasileira está em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,9% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano. Foi o maior tombo desde o primeiro trimestre de 2009, quando também houve queda de 1,9%, segundo o dado revisado. Na época, o País ainda se recuperava dos impactos mais imediatos da crise interncional.
No primeiro trimestre de 2015, o PIB já havia encolhido - o que configura o cenário que os economistas chamam de recessão técnica. E a atividade teve uma queda bem mais intensa nesses três primeiros meses do que se imaginava: o dado foi revisado de -0,2% para -0,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Recentemente, porém, o Codace/FGV apontou que a economia brasileira está em recessão há muito mais tempo, desde o segundo trimestre de 2014. 
Na comparação com o período de maio a junho de 2014, houve queda de 2,6%. Com os dados divulgados hoje, a economia encolheu 2,1% no primeiro semestre ante igual período do ano passado, e acumula recuo de 1,2% em 12 meses. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,43 trilhão.
A turbulência tanto política quanto econômica está afetando a atividade, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. Segundo ela, a conjuntura atual guarda algumas semelhanças em relação ao período da crise internacional, mas também algumas diferenças. "Tem coisas parecidas e coisas diferentes. Em 2008 e 2009, por exemplo, o consumo das famílias não tinha sido tão afetado, já que houve medidas para diminuir o efeito (da crise). A situação agora é um pouco diferente", explicou Rebeca.
Segundo Rebeca, todos os setores da atividade são afetados pela turbulência política, mas alguns com mais força. É o caso da construção civil, com destaque para os ramos ligados à infraestrutura. Além disso, a queda nos índices de confiança também influencia negativamente.
Investimento. Os investimentos, chamados de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e considerados o motor da economia, registraram o oitavo trimestre consecutivo de queda ante os três meses imediatamente anteriores: 8,1%. Já na comparação com o mesmo período de 2014, a queda foi de 11,9% - o pior resultado desde 1996.
A taxa de investimento do País ficou em 17,8% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (19,5%). Já a taxa de poupança passou para 14,4%, de 16% em 2014.
O consumo das famílias também teve desempenho negativo, impactado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda.Houve recuo de 2,7% ante o mesmo período de 2014, o segundo consecutivo nessa base de comparação e o maior desde 1997.
O consumo do governo, por sua vez, caiu 1,1%, em relação ao segundo trimestre de 2014. Mas cresceu 0,7% na comparação com os três primeiros meses do ano.
José Patrício/Estadão

Pela ótica da oferta, a indústria apresentou a maior retração ante os primeiros três meses do ano: 4,3%. O principal impacto negativo veio da construção civil. Já a agropecuária encolheu 2,7% e os serviços tiveram queda de 0,7%.
Na comparação com o mesmo período de 2014, os serviços recuaram 1,4%, o maior tombo desde o início da série do IBGE, em 1996. A indústria, por sua vez, encolheu 5,2% nessa base de comparação, maior queda desde 2009.
Afetada pela alta de preços, a alimentação fora do domicílio foi um dos destaques negativos dentro de serviços. De acordo com Rebeca, a média dos preços de alimentação fora de casa no segundo trimestre de 2015 ante o mesmo período de 2014 subiu 10,4%, enquanto o preço médio da economia medido pelo IPCA teve alta de 8,5%. "Isso afetou o setor negativamente", disse.
A desaceleração da economia também se refletiu na arrecadação. O volume de impostos pagos caiu 5,7% no segundo trimestre ante igual período de 2014. "Todos os impostos tiveram impacto negativo. Mas os principais foram o Imposto de Importação (II) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), muito por causa da indústria", disse Rebeca.
Setor externo. As importações também tiveram o pior desempenho desde 2009, devido ao quadro de recessão. O recuo no segundo trimestre de 2015 ante igual período de 2014, de 11,7%, só é superada pelos 12,6% de abril a junho daquele ano. "Com a queda nas importações e a alta nas exportações, isso gerou contribuição positiva do setor externo (ao PIB)", acrescentou Rebeca.
As exportações cresceram 3,4% no segundo trimestre de 2015 em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já em relação ao período de abril a junho de 2014, o avanço foi de 7,5%.

DIREITO: STJ - Demora da Justiça não pode ser resolvida por mandado de segurança

A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), extinguiu mandado de segurança impetrado pela União Nacional dos Juízes Federais do Brasil (Unajuf) em favor de um de seus associados, que cobrava celeridade no julgamento de um recurso.
Segundo a ministra, o mandado de segurança não é instrumento adequado para fazer valer o princípio constitucional da razoável duração do processo.
A Anajuf apontou como omissivo ato do ministro presidente da Sexta Turma, que teria colocado em mesa para julgamento embargos de declaração protocolados apenas um mês antes, enquanto outro recurso do mesmo tipo espera há mais de três anos para ser julgado.
O juiz e o Ministério Público Federal são partes contrárias em dois recursos especiais que tramitam no STJ sob segredo de Justiça. No mandado de segurança, a Anajuf pediu liminar para suspender o julgamento dos embargos apresentados pelo MP em um dos recursos especiais enquanto não fossem levados a julgamento os embargos que o juiz manejou no outro recurso.
No mérito, requereu pressa para o julgamento do recurso especial interposto pelo magistrado.
Cobrança legítima
Laurita Vaz reconheceu ser legítima a cobrança do jurisdicionado por julgamentos mais céleres e em prazos razoáveis. Ela observou, entretanto, que, como vários fatores podem comprometer a rapidez da prestação jurisdicional, avaliar se a demora é ou não justificada exigiria dilação probatória, o que não é possível no rito do mandado de segurança.
“Sendo manifesta a ausência de demonstração de direito líquido e certo, não há como processar o mandamus”, disse a ministra. Ela ressalvou, porém, a existência das vias de controle administrativo da atividade jurisdicional, que podem ser acionadas pelo cidadão para a cobrança do preceito da razoável duração do processo, assegurado pela Constituição Federal.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira (27).

DIREITO: TRF1 - Recebimento de taxa de arrendamento em período de inadimplência descaracteriza a rescisão automática do contrato

Crédito: Imagem da web

O atraso no pagamento das taxas de arrendamento e de condomínio é motivo para a rescisão do contrato de arrendamento residencial e autoriza o agente financeiro a ajuizar ação de reintegração de posse contra o devedor. No entanto, a regularização da dívida antes de proferida sentença pelo Poder Judiciário extingue o direito do autor. Esse foi o entendimento adotado pela 6ª Turma do TRF da 1ª Região para julgar improcedente recurso apresentado pela Caixa Econômica Federal (CEF).
A instituição financeira alega que, em 29/10/2004, celebrou contrato de arrendamento residencial com uma cliente, com opção de compra ao final do prazo contratual. Ocorre que a cliente não teria honrado o compromisso assumido, deixando de pagar as taxas de condomínio, dando causa à rescisão contratual com a devolução do imóvel arrendado, sob pena de caracterização de esbulho possessório. Por essa razão, a CEF entrou com ação na Justiça Federal requerendo a concessão de liminar para reaver a posse do imóvel.
Em primeira instância, o pedido foi julgado improcedente ao fundamento de que a documentação juntada aos autos demonstra que a ré perdeu o emprego como balconista, o que consubstancia fato a caracterizar a hipótese de caso fortuito ou de força maior que a impediu de cumprir com as obrigações assumidas. Ademais, os depósitos efetuados pela requerida, nos valores de R$ 1.500,00 e R$ 4.435,00 são indicativos de sua boa-fé.
Em suas alegações recursais, a CEF sustenta, em síntese, que a parte assumiu, no momento da celebração do contrato de arrendamento, o compromisso de cumpri-lo. “Na hipótese, ocorreu o esbulho possessório, mormente considerando que a parte recorrida foi notificada da irregularidade apontada na peça de início e da consequente rescisão do referido ajuste de vontades”, sustentou.
Decisão
Para o Colegiado, a sentença merece ser confirmada em todos os seus termos. “Conforme já decidiu esta Turma, o recebimento da taxa de arrendamento pela CEF, mesmo durante período em que há inadimplência de taxa de condomínio, descaracteriza a alegada rescisão automática do contrato, pois não existe esbulho possessório”, afirmou o relator, desembargador federal Daniel Paes Ribeiro, em seu voto.
A decisão foi unânime.
Processo nº 0005298-48.2009.4.01.3700/MA
Data do julgamento: 3/8/2015
Data de publicação: 14/8/2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DIREITO: Supremo reconhece validade de delação de Alberto Youssef

ESTADAO.COM.BR
TALITA FERNANDES - O ESTADO DE S. PAULO

Embora dois ministros ainda precisem concluir seu voto, a Corte já tem maioria formada para rejeitar um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Erton Medeiros, executivo da Galvão Engenharia

Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu nesta quinta-feira, 27, a validade do ato do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, de homologar o acordo de delação premiada firmado pelo doleiro Alberto Youssef com o Ministério Público Federal (MPF).
Embora dois ministros ainda precisem concluir seu voto, a Corte já tem maioria formada para rejeitar um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Erton Medeiros, executivo da Galvão Engenharia, que questiona o ato de Teori Zavascki, de homologar a delação do doleiro, em dezembro do ano passado. A delação de Youssef e do ex-diretor Paulo Roberto Costa, ambos homologados pelo STF, deram origem a mais de 20 inquéritos contra parlamentares que investigam suposta participação de políticos no esquema que desviou recursos da Petrobrás. 
O doleiro Alberto Youssef, em depoimento na CPI da Petrobrás

O plenário do STF retomou nesta tarde o julgamento que questiona a validade da delação. A defesa do empreiteiro entrou com um habeas corpus no STF em maio e o pedido havia sido rejeitado em maio pelo relator, ministro Dias Toffoli, mas o caso foi levado ao plenário após recurso apresentado pela defesa do executivo.
Nesta quarta, por maioria, a Corte reconheceu que cabe a análise do pedido apresentado pela defesa do executivo. Porém, os ministros ainda não haviam discutido o mérito da ação, ou seja, se a homologação do acordo tem validade. 
O habeas corpus foi admitido por empate, com cinco ministros votando pela admissibilidade e outros cinco com entendimento contrário. No caso de empate em matéria penal prevalece sempre a decisão que favorece o réu. A discussão ocorrida hoje se deu apenas sobre se o colegiado do STF pode admitir um pedido de habeas corpus quando se trata de questionamento de decisão tomada individualmente por um ministro da Corte.
De acordo com o relator do caso em discussão, o ministro Dias Toffoli, a decisão desta tarde modifica o precedente do Supremo. "O meu voto foi por conhecer da possibilidade do habeas corpus ser apresentado contra atos de ministro do Supremo. A jurisprudência até agora estava no sentido de que habeas corpus contra ministro do Supremo não era conhecido", disse.
Votaram pela admissão do habeas corpus os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Lewandowski. Já Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux votaram pela rejeição. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, não participa do julgamento já que a ação questiona uma decisão sua.
O advogado José Luís de Oliveira Lima, que representa o executivo, disse ontem durante o julgamento que "o Ministério Público induziu em erro o ministro Teori Zavascki". Segundo o advogado, a delação não deveria ter validade já que Youssef já descumpriu um outro acordo de delação, no caso Banestado. De acordo com Oliveira Lima, o MP "omitiu taxativamente" que sete dias antes de o acordo de delação na Lava Jato ter sido celebrado, que o juiz Sérgio Moro já havia dado decisão quebrado acordo firmado no caso Banestado, no início dos anos 2000. "Não há uma linha, uma frase no parecer do doutor Rodrigo Janot (sobre o pedido de habeas corpus) questionando essa afirmação", disse o advogado de defesa.
Representando o Ministério Público, a vice-procuradora-geral Ela Wiecko rejeitou a argumentação da defesa e disse que num acordo, o que interessa é a "confiabilidade das informações" prestadas pelo delator. Ela argumentou ainda que uma eventual quebra de acordo tem reflexo na contraparte oferecida ao colaborador, ou seja, na diminuição de benefícios concedidos ao réu que decide colaborar com as investigações.

ECONOMIA: Bolsa opera em alta de mais de 2%, após subir 4%; dólar cai, perto de R$ 3,56

UOL

O dólar comercial operava em baixa e a Bovespa subia nesta quinta-feira (27). Por volta das 16h, a moeda norte-americana caía 1,07%, a R$ 3,563 na venda, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 2,3%, a 47.096,81 pontos. No cenário internacional, a Bolsa da China fechou em alta de 5,4%, após três quedas seguidas. Nos Estados Unidos, dados divulgados nesta quinta mostram crescimento de 3,7% da economia do país no segundo trimestre. Investidores também analisavam a política no Brasil. Na noite de quarta, o Senado aprovou novo mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. (Com Reuters)

CASO PETROBRAS: Ex-deputado do PP preso na Lava Jato decide fazer delação premiada

FOLHA.COM
FLÁVIO FERREIRA,DE SÃO PAULO
ESTELITA HASS CARAZZAI,DE CURITIBA

Alan Marques - 1º.fev.2006/Folhapress 
O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) durante sessão do Conselho de Ética da Câmara, em 2006

O ex-deputado federal e ex-presidente do PP (Partido Progressista) Pedro Corrêa, preso pela Operação Lava Jato, decidiu negociar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal para colaborar com as investigações e obter redução de pena.
Se o objetivo de Corrêa for alcançado, ele será o primeiro político investigado por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção descoberto na Petrobras a se tornar delator.
Corrêa disse a pessoas próximas que está disposto a revelar uma extensa lista de crimes, que pode envolver dezenas de políticos e levar a Operação Lava Jato a novos ministérios e estatais.
Corrêa também promete oferecer aos procuradores da Lava Jato detalhes sobre as indicações políticas para cargos em órgãos do governo federal e a distribuição da propina do esquema a congressistas.
Condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por seu envolvimento com o mensalão em 2012, o ex-deputado tem dito que também poderia fazer revelações sobre o esquema, que distribuiu dinheiro a parlamentares em troca de apoio ao governo no Congresso no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Nesta quarta-feira (26), Corrêa prestou depoimento à Justiça Federal em um dos processos da Lava Jato e disse que seus familiares não têm qualquer envolvimento com os fatos investigados no caso.
Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delatores da Lava Jato, Corrêa recebia pagamentos mensais do esquema e era um dos líderes do PP que decidiam como distribuir os recursos destinados ao partido.
Segundo Costa, ele recebeu R$ 5,3 milhões só na campanha eleitoral de 2010. Sua filha, a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP), também recebia pagamentos mensais do esquema, de acordo com Youssef.

POLÍTICA: Renan diz que criar CPMF é ‘tiro no pé’; Cunha afirma que governo poderá se desgastar

OGLBO.COM.BR
POR ISABEL BRAGA , CRISTIANE JUNGBLUT E BÁRBARA NASCIMENTO

Proposta também é criticada pela Confederação Nacional da Indústria


Presidente do Senado, Renan Calheiros - Jorge William / Agência O Globo


BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta-feira que é contra a recriação da CPMF e de aumento de impostos. Renan disse que aumentar tributos neste momento é um "tiro no pé" e que o Brasil não está preparado para conviver com elevação da carga tributária. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se posicionou contra a proposta que está sendo estudada pelo governo como uma das alternativa para enfrentar a queda na arrecadação de impostos.
— Tenho muita preocupação com criação de imposto, criação de imposto, criação de imposto — disse Renan, incisivo:
— Não dá mais. Elevar novamente a carga tributária, mas com a economia em retração não, é um tiro no pé, não é recomendável. O Brasil não está preparado para voltar a conviver com isso. Estamos numa crise econômica profunda e qualquer movimento nesta direção pode agravar a crise, aumentar desemprego e retração da economia.
Renan disse que é preciso ter "prudência". O senador reclamou que houve aumento de carga, em medidas do ajuste fiscal, e o governo agora ainda quer mais tributos. O presidente do Senado terá hoje um encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Para Cunha, nem quando o governo tinha uma base mais consistente e a economia mais forte, conseguiu aprovar a medida. O presidente disse que "problema de caixa" não se resolve com aumento de impostos, que acredita que a ideia não terá amparo na Câmara e avisa que o governo poderá sofrer um desgaste grande sem colher os frutos.
— É um tema negativo para o governo. O governo terá um desgaste neste debate de tal natureza, sem colher resultados, não sei se vale a pena para ele.Em 2007, até apoiei (a recriação), mas o Senado derrubou. Depois, se tentou criar através de lei complementar uma contribuição semelhante a CPMF, com valor menor, e não se conseguiu ter votos no momento em que o governo tinha uma base muito forte e a economia estava melhor que hoje — disse Cunha, acrescentando:
— Acho pouco provável a gente querer resolver o problema de caixa achando que nós temos que cobrar mais da sociedade em impostos. A solução é a retomada da confiança para a retomada da economia. Não aumentar a carga tributária do contribuinte.
Cunha afirmou que se o governo enviar a proposta, ela tramitará normalmente na Casa. Indagado sobre a possibilidade de governadores apoiarem a ideia, já que também poderia receber parte dos recursos arrecadas, Cunha manteve a opinião de que os deputados dificilmente apoiarão a ideia:
— Não vejo que muda nada ( apoio dos governadores à recriação da CPMF). Temos que ajudar os governadores e estamos ajudando para que não se tenha mais despesas para eles. Mas o mesmo princípio que vale para a União, vale para os estados: não é aumentando impostos que se resolve problemas dos estados e da União. E não sei se os empresários vão apoiar a recriação da CPMF.
Nos bastidores, ministros políticos já aviaram à presidente Dilma Rousseff que ideias como a volta da CPMF não têm apoio no Congresso e nem dos partidos.
CNI: TRIBUTO IRÁ DISTORCER COMPETIVIDADE
Um aumento da CMPF, estudado pelo governo para ajudar a incrementar a receita, irá distorcer a competitividade da indústria, afirmou o diretor de políticas e estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes. Ele garantiu que a notícia é mal vista pelo setor e avalia que a decisão, nesse momento, “é um contrassenso”.
— (A notícia) é muito mal vinda. Distorce a competitividade. É um contrassenso na medida em que, de um lado, estão buscando eliminar a acumulatividade do Pis/Cofins e de outro recria a CPMF. Isso mostra uma dificuldade enorme do Brasil de ter um sistema tributário de classe mundial e que a elevação da carga no Brasil é anticrescimento.
O imposto do cheque, como é conhecida a CPMF, foi extinta em 2007, mas surge agora como uma alternativa para o governo cobrir as despesas de 2016. A volta do tributo não é um consenso ainda e é estudada pela equipe econômica.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes defendeu a volta da contribuição compartilhada com municípios em evento de lançamento do Morar Carioca, projeto de habitação e urbanização da prefeitura. Ele afirmou que, quanto mais dinheiro estiver nas mãos dos prefeitos, melhor será para o Brasil, pois são eles que entregam os serviços como saúde, coleta de lixo, transporte e educação.
— Sempre fui defensor da CPMF. Acho que é um imposto simples, que dispensa fiscalização, que é quase universal. Acho que tem um papel fundamental, inclusive no controle da legalidade. Agora, a gente não pode ter mais uma vez criação de impostos com a concentração da arrecadação na União. A União já arrecada 70% dos impostos no Brasil — declarou Paes. — Não é ruim voltar a CPMF, mas tem que seguir com equilíbrio para não aumentar a carga tributária, principalmente neste momento de retração econômica. Agora, tem que estar atento para não ser mais uma coisa de concentração de recursos para ficar pagando juros da União.

CASO PETROBRAS: CPI aprova convocação de José Dirceu, que será ouvido em Curitiba

FOLHA.COM
AGUIRRE TALENTO, DE BRASÍLIA

Igo Estrela - 3.ago.2015/ObritoNews/Fato Online

A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (27) a convocação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para ser ouvido na próxima segunda-feira (31) em Curitiba.
A convocação do ex-ministro foi aprovada em bloco com outros requerimentos e não teve a resistência do PT. A Folha apurou que, como Dirceu estava preso, os deputados do partido consideraram que não teriam como evitar seu depoimento.
O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou que até o PT teve entendimento de que a convocação de Dirceu era justificável. Houve baixa presença de petistas na sessão da CPI e nenhum pediu a palavra para defender o ex-ministro.
"Houve um entendimento, inclusive da bancada do PT, de que neste momento se justifica o requerimento [de convocação de Dirceu]. É uma oportunidade inclusive para que ele possa passar a sua versão sobre essas novas acusações que pesam sobre ele", disse Luiz Sérgio.
Dirceu foi preso pela Polícia Federal no início deste mês, em mais uma etapa da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido propina da Petrobras por meio de consultorias prestadas a empreiteiras investigadas. O ex-ministro nega a acusação e diz que os serviços foram efetivamente prestados.
Também foi aprovada a convocação de Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, também preso na Operação Pixuleco 2, apontado pelas investigações como lobista suspeito de representar Dirceu na Petrobras.
Isso porque a CPI está indo a Curitiba na próxima semana ouvir os presos na Operação Lava Jato. Isso inclui os representantes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, cujas convocações já haviam sido aprovadas.
A CPI também aprovou a convocação do ex-diretor da Petrobras, Jorge Zelada, do ex-gerente Celso Araripe, e de outros que trabalharam para a Odebrecht: Alexandrino Alencar, que é próximo do ex-presidente Lula, César Ramos Rocha e Márcio Faria.
Também foi aprovado o depoimento de Elton Negrão de Azevedo, da Andrade Gutierrez.
Parlamentares discutiram a convocação dos presos na Operação Lava Jato ligados ao setor elétrico, como o almirante Othon Pinheiro, mas o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), considerou que fugiam ao escopo da CPI, por ser focada na Petrobras.

POLÍTICA: CPI do BNDES aprova convocação de todos os presidentes do banco entre 2003 e 2015

ESTADAO.COM.BR
EDUARDO RODRIGUES - O ESTADO DE S. PAULO

Comissão que investiga a gestão do banco convocou, entre outros ex-mandatários, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que comandou a instituição entre novembro de 2004 e março de 2006

A CPI do BNDES na Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 27, requerimentos de convocação de todos os presidentes que estiveram à frente do banco de fomento entre 2003 e 2015. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que comandou a instituição entre novembro de 2004 e março de 2006, está entre os ex-mandatários que terão que depor à CPI. Também foram convocados Eleazar de Carvalho Filho, Carlos Lessa e Demian Fiocca.

Sede do BNDES

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a gestão do banco nos últimos 12 anos, incluindo contratos de financiamento de empreendimentos no exterior, também aprovou requerimentos para que seis diretores do BNDES prestem depoimento na Câmara. No entanto, apenas quatro deles serão ouvidos inicialmente, por acordo entre os parlamentares.
O atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, presta depoimento na CPI ainda nesta manhã.

ECONOMIA: Delfim Netto: Eles destruíram as finanças pela reeleição

OGLOBO.COM.BR
Blog do MORENO
POR EQUIPE DO BLOG
O GLOBO - LINO RODRIGUES

SP - O economista e ex-ministro Delfim Netto afirmou ontem que ficou "espantado" com as declarações da presidente Dilma Rousseff, que, na terça-feira, reconheceu em entrevistas ter demorado para perceber a gravidade da crise econômica, e que "2016 não será uma maravilha". Segundo o ex-ministro, até 2013 o país não enfrentava grandes problemas econômicos, mas, em 2014, o atual governo decidiu destruir as finanças públicas deliberadamente para conseguir a reeleição.
— Até 2013, você não tinha grandes problemas (nas finanças). Havia alguma orientação equivocada. Mesmo as finanças públicas, que apresentavam um déficit de 3% do PIB, e a dívida pública representando 53% do PIB não eram nada trágico. Mas, em 2014, foi uma coisa deliberada. Eles destruíram as finanças públicas deliberadamente para obter a reeleição — disse Delfim Netto, durante o seminário "Repensando o Desenvolvimento Produtivo no Brasil", da Fundação Getúlio Vargas, que contou a presença do ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Sae).
Delfim, que se tornou um dos conselheiros dos governos do PT desde a eleição de Lula, em 2003, disse que, apesar de a crise econômica ter sido criada para viabilizar mais um mandato, não pode se queixar da presidente Dilma, "uma pessoa inteligente".
— O primeiro dever do governo é continuar governo seja lá como for, porque é a única forma de corrigir os erros que já foram feitos e poder fazer outros — justificou o ex-ministro, acrescentando que Dilma lhe lembrou o "velho" filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), que dizia que "as piores mentiras são as que contamos para nós mesmos. As que contamos para os outros não têm importância".
Apesar das críticas, Delfim se mostrou otimista em relação ao futuro da economia brasileira Segundo ele, desde José Bonifácio (1763-1838), todos os governos do país se comprometeram a controlar despesas, inclusive ele mesmo, quando foi ministro da Fazenda (entre 1967 e 1974), e mesmo assim o país viveu mais de 20 crises, "iguais a essa que estamos vivendo".
— Com todo o controle das despesas, tivemos umas 20 crises, ou 30, iguais a essa que estamos vivendo, e qual é a surpresa? Somos hoje a sétima economia do mundo, com 200 milhões de habitantes, e o quadro final não é tão ruim quanto parece. Mais do que isso, tivemos momentos que incluem praticamente 50 anos de crescimento a 6,5%. Tínhamos defeitos como o da distribuição de renda, mas todos melhoraram — disse.

ANALISE: A caixa-preta do PT

Por Fernando Canzian - FOLHA.COM

Lula e Dilma fizeram explodir em seus mandatos o total de funcionários na administração pública federal. Juntos, os dois contrataram 129.641 servidores concursados (elevando o total para 615.621). Já o pessoal em cargos, funções de confiança e gratificações aumentou em 32.052 (para 99.850; +30%).
Depois de qualificar como "lorota" o plano da oposição na campanha eleitoral para reduzir ministérios, Dilma anuncia sem detalhamento que pode eliminar dez deles (de 39). E mil cargos de confiança. Ou seja, cortaria só 3% dos mais de 32 mil novos cargos, funções de confiança e gratificações que ela e Lula criaram.
SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NA ATIVA
2015
615,6
486
2003
509
2005
528,4
2007
552,9
2009
571,4
2011
586,4
2013
615,6
2015

CARGOS DE CONFIANÇA E GRATIFICAÇÕES
2015
99,9
67,8
2003
69,8
2005
75,9
2007
81,60
2009
86,80
2011
95,10
2013
99,9
2015
Cerca de 75% de tudo o que entra no caixa do governo federal hoje sai diretamente para o bolso de funcionários públicos, aposentados e beneficiários de programas sociais. O governo acaba atuando, portanto, como um simples controlador de uma "grande folha de pagamentos". Entrou, saiu.
O motivo de tantos ministérios, sem que haja mais dinheiro livre para suas ações, seria um mistério não fossem eles usados apenas politicamente. Onde o pouco dinheiro livre que entra normalmente abastece aliados.
No caso de algumas pastas ligadas às áreas sociais, como a do Desenvolvimento Social, há funções claras, como averiguar se crianças do Bolsa Família vão à escola e postos de saúde. Nos da Saúde e Educação, também.
Mas não parece razoável tantos funcionários e cargos novos para lidar com apenas 25% do dinheiro que sobra da arrecadação depois dos repasses diretos.
O aumento, desproporcional aos avanços do país, é mais uma caixa-preta dos quase 13 anos do PT.
As nomenclaturas para cargos, funções de confiança e gratificações (47) são cifradas e herméticas, sem dar pistas do que toda essa gente faz, segundo documento enviado à Folha pela ONG Contas Abertas. Da quantidade de ministérios e relevância, até Dilma agora reconhece a excrescência.
O total de servidores concursados em massa é justamente uma das maiores dificuldades hoje para se reduzir despesas. Assim como fazer cortes nas 75% das despesas que são parte da "grande folha de pagamento".
Consultado, o Ministério do Planejamento diz que o aumento foi "resultado do esforço a partir de 2003 para conter o déficit de pessoal gerado por longo período sem concursos públicos". Teria havido também determinações do Ministério Público de Trabalho para substituir 22 mil terceirizados. E que as contratações "atendem às necessidades da administração pública, adequadas às condições orçamentárias e ao cenário econômico do país".
Como sabemos, as "condições orçamentárias" e o "cenário econômico" requerem cortes profundos no momento. Eles poderiam ter sido iniciados há dez anos, quando Dilma ministra da Casa Civil qualificou como "rudimentar" proposta do Ministério da Fazenda para um plano de ajuste fiscal de longo prazo.
Coisa que a presidente quer fazer agora, de uma hora para a outra. Em condições bem mais adversas.

*
Sobre a crise, Dilma disse nesta semana que no final de 2014 "não tinha indícios de uma coisa dessa envergadura". Na melhor das hipóteses, a presidente é mal informada.
Coluna de out./2014 já mostrava o buraco em que estávamos. Comparados aos números de hoje (inflação perto de 10%; dólar a R$ 3,60; PIB de -2%, superávit primário zero e dívida pública de 62% do PIB) até que não estávamos tão mal mesmo.
Editoria de Arte/Folhapress 
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