sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DIREITO: Juiz pede ao STF que investigue ministro da Agricultura

ESTADAO.COM.BR
FÁBIO FABRINI E NIVALDO SOUZA - ESTADÃO CONTEÚDO

Investigações da PF apontam que Neri Geller também estaria envolvido em esquema de venda de lotes para reforma agrária; operação levou à prisão de seus irmãos
Brasília - A Justiça Federal em Mato Grosso pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), por suposto envolvimento em esquema de grilagem de terras da União destinadas à reforma agrária. Conforme as investigações da Operação Terra Prometida, deflagrada nessa quinta-feira, 27, Neri e dois de seus irmãos, que estão presos desde quinta em Cuiabá, integram o chamado "Grupo Geller", que possuiria mais de 15 lotes no assentamento Itanhangá/Tapurah, obtidos de forma irregular. Esses terrenos estariam sendo ocupados e revendidos pelos envolvidos.
"Essa família Geller possui mais de 15 lotes dentro do assentamento. Por isso, Neri Geller, na condição de ministro da Agricultura, tem se empenhado tanto em pressionar o superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), através do presidente do Incra de Brasília", disse uma das testemunhas do caso, conforme transcrição da Justiça.
Ministro da Agricultura disse não ter nenhum negócio com seus irmãos e demais envolvidos em esquema de venda ilegal de terrenos para reforma agrária
Em despacho de 27 de agosto deste ano, o juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza declina da competência de julgar o caso em relação a Neri. No documento, ele cita o depoimento de várias testemunhas, que apontaram o envolvimento do ministro no esquema. Ministros de Estado têm foro privilegiado e, por isso, só podem ser investigados com autorização do Supremo.
Segundo as denúncias, Neri e familiares seriam donos de vários lotes no assentamento. A ocupação foi confirmada por laudos do Incra. Dois terrenos teriam sido vendidos pelo próprio ministro a um fazendeiro para financiar sua campanha a deputado federal em 2010. Dois irmãos de Neri, Odair e Milton, estão presos desde a noite de quinta por envolvimento no esquema. O Ministério da Agricultura informou que Neri só vai se pronunciar depois de notificado pelo Supremo.

LAVA-JATO: Juiz manda soltar irmão do ex-ministro Mário Negromonte

OGLOBO.COM.BR
POR JONES ROSSI - ESPECIAL PARA O GLOBO

Adarico foi considerado secundário no esquema de corrupção em torno da Petrobras
Adarico Negromonte Filho é suspeito de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras - Terceiro/Paulo Lisboa - Brazil Photo Press 24/11/2-14
CURITIBA - O juiz federal Sérgio Moro autorizou no final da tarde desta sexta-feira a soltura de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Acusado de participar do esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos envolvendo a Petrobras, Adarico estava preso desde a segunda-feira. Segundo o juiz, responsável pelo processo da Operação Lava-Jato, o papel de Adarico no suposto esquema seria de “caráter subordinado”, funcionando como um “emissário” do doleiro preso Alberto Youssef.
Adarico Negromonte deixou a carceragem da PF em Curitiba por volta das 19h, sem dar entrevista. “Embora haja prova de que Adarico teria participado do grupo criminoso dirigido por Alberto Youssef, dedicado a lavagem de dinheiro e ao pagamento de propina a agentes públicos, é forçoso reconhecer que o papel era de caráter subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos”, diz o juiz no despacho que autorizou a libertação de Adarico.
Moro prossegue afirmando que comprovou a participação de Adarico por meio do depoimento de testemunhas e de acusados. Segundo ele, sua atuação “ainda pode ser inferida por troca de mensagens telemáticas, quando o nome de Adarico é citado como emissário de Alberto Youssef”. “Considerando o papel subordinado (do irmão do ex-ministro), a posição do Ministério Público Federal (MPF) e ainda o princípio da presunção de inocência tornando a prisão preventiva excepcional, é o caso de determinar sua soltura sem prorrogação da (prisão) temporária ou a imposição da preventiva”, escreveu Moro.
O juiz federal fez questão de afirmar, no despacho, que a saída de Adarico Negromonte da prisão não tem relação com uma eventual colaboração nas investigações. “Observo que a soltura se faz sem que tenha havido aparentemente qualquer colaboração dele no processo, não havendo, como reiteradamente afirmado por esse juízo, correlação necessária entre prisão cautelar e colaboração”, afirmou na decisão.
Agora, por ordem judicial, ele deverá entregar seu passaporte dentro de cinco dias, estando proibido de deixar o país e de mudar de endereço. Sua advogada, Joyce Roysen, afirmou que ele comparecerá à Justiça sempre que solicitado, o que é outra determinação de Sérgio Moro na ordem de soltura.
— Já esperava essa decisão, de uma soltura com base no princípio da presunção de inocência. Ele vai comparecer (aos atos do processo) se for chamado— disse a advogada.

GESTÃO: Despesas com funcionalismo público ultrapassam limite legal em 8 Estados

FOLHA.COM
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Com a dívida renegociada, uma nova dor de cabeça surge no horizonte dos governadores que assumirão seus mandatos nos Estados em 2015: a folha de pagamento.
As despesas com o funcionalismo vêm subindo gradativamente nos últimos anos, e já ultrapassaram o limite legal em oito Estados.
Para comparar: antes o grande "vilão" dos orçamentos estaduais, a dívida, que deu origem à Lei de Responsabilidade Fiscal, só está acima do limite em um Estado.
"O gasto com pessoal é nosso principal desafio hoje", diz o secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Eduardo Sebastiani. "É uma despesa intensa, que cresce numa velocidade muito alta."
Editoria de Arte/Folhapress
Por estar acima do limite, o Paraná chegou a ser impedido de contrair empréstimos pelo governo federal.
Quando as despesas ultrapassam o limite de 46,55% da receita, os governadores ficam impedidos de dar reajustes e criar cargos, além de ter problemas para conseguir empréstimos. Se passarem de 49% e reincidirem, eles serão proibidos de receber transferências da União.
AUMENTOS
Em comparação com a gestão anterior (2007-2010), o gasto com pessoal nos 27 Estados neste mandato quase dobrou: foi de R$ 500 bilhões para R$ 855 bilhões, um aumento de 70%. A inflação, no mesmo período, foi de 25%.
Pisos nacionais como o dos professores, pressões por aumento salarial (muitas vezes, com greves), aposentadorias e a crescente demanda por serviços públicos ajudam a explicar o estouro da folha.
Na Bahia, policiais militares entraram em greve por 12 dias em 2012 e garantiram aumentos por três anos. Ameaças de paralisação em Minas, Paraná e Rio Grande do Sul também forçaram reajustes.
A demanda por professores, médicos e policiais forçou contratações, jogando o gasto do gênero para cima.
Em alguns Estados, a relação folha/receita também subiu devido à frustração de receitas com o baixo crescimento da economia do país.
Isso ocorreu especialmente em Estados do Norte e Nordeste, mais dependentes do FPE (Fundo de Participação dos Estados), repassado pela União e afetado por desonerações de impostos.
Não por acaso, dos oito Estados que estão acima do limite, seis ficam nessas regiões.
"Nós entramos num regime quase que de guerra", diz João Henrique Sousa, secretário de Administração do Piauí, Estado que perdeu 85% da receita esperada pelo FPE neste ano, e determinou corte geral de custos para conseguir pagar o funcionalismo.
O Piauí já compromete 50% da receita com a folha –é o "campeão" no país. A média nos Estados é de 45%.
Governadores reclamam que estão engessados porque não conseguem gastar menos com pessoal, e não sobra dinheiro para investir.

NEGÓCIOS: Bolsa cai 2,5% na semana; envolta em denúncias Petrobras perde 16% no mês

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou em leve queda de 0,1% nesta sexta-feira (28), a 54.664,36 pontos. As perdas na semana chegaram a 2,53%, mas, no mês, a Bovespa ficou praticamente estável, com leve alta de 0,07%.
Envolvida em denúncias, a Petrobras perdeu de 16% a 17% no mês. Em novembro, a ação preferencial saiu de R$ 15,28 para os atuais R$ 12,80 (-16,23%); a ação ordinária foi de R$ 14,65 para R$ 12,15, queda de 17%.
Nesta sexta-feira, a Petrobras foi destaque de baixa, registrando a maior queda do Ibovespa: a ação preferencial (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, caiu 4,76%, a R$ 12,80; a ação ordinária (PETR3), que dá direito a voto, caiu 4,71%, a R$ 12,15.
Ao longo da semana, a ação preferencial da Petrobras acumulou perda de 10,5% (de R$ 14,30 para R$ 12,80); a ação ordinária perdeu 10,9% (de R$ 13,63 para R$ 12,15).
A empresa está envolvida em denúncias de corrupção investigadas pela operaçãoLava-Jato, da Polícia Federal.
Dólar sobe quase 4% no mês, para R$ 2,572
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 1,66% nesta sexta, cotado a R$ 2,572 na venda, na segunda alta diária seguida. Com isso, os ganhos da moeda na semana foram de 1,98%. 
Ao longo do mês, a moeda foi de R$ 2,48 no dia 31 de outubro para os atuais R$ 2,572. Isso representa uma alta mensal de 3,75%, a terceira seguida. Em outubro, os ganhos tinham sido de 1,25%; em setembro, de 9,33%.
Só nesse período de três meses, a alta acumulada chega a 14,8% (de R$ 2,239 para R$ 2,572).
Bolsas internacionais
As principais Bolsas da Europa fecharam sem uma tendência definida, com ganhos do setor de consumo compensando partes das perdas do setor de energia. As ações caíram por causa da baixa no preço do petróleo.
A Bolsa de Portugal foi destaque de baixa, perdendo 2,11%; a da Itália também fechou em queda, de 0,43%. Espanha subiu 0,4%, e França ganhou 0,18%.
Alemanha e Inglaterra ficaram quase estáveis, respectivamente, com leve alta de 0,06% e leve queda de 0,01%.
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico também fecharam sem uma tendência definida, com destaque para a Bolsa de Xangai, na China, que saltou 1,99%.
O índice do Japão subiu 1,23%, enquanto Cingapura ganhou 0,29% e Taiwan teve alta de 0,24%.
Por outro lado, a queda no preço do petróleo derrubou as ações das empresas de energia, fazendo o índice da Austrália cair 1,63%.
Hong Kong e Coreia do Sul fecharam praticamente estáveis, com leve queda de 0,07% cada uma.
(Com Reuters)

POLÍTICA: Definir tamanho do PMDB é o próximo desafio de Dilma

FOLHA.COM
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA

Após anunciar oficialmente a nova equipe econômica, nesta quinta-feira (27), a presidente Dilma Rousseff terá agora que resolver o tamanho que o PMDB ocupará nos próximos quatro anos de gestão.
Principal aliado da presidente, o partido, que tem a Vice-Presidência com Michel Temer, avisou Dilma que quer ampliar seu espaço na Esplanada dos Ministérios. Atualmente, a sigla ocupa cinco pastas e pleiteia mais uma.
Dilma, no entanto, ainda não decidiu quais cargos entregará ao aliado. Na semana que vem, ela terá uma reunião com Michel Temer para discutir o assunto.
Até agora, Dilma só definiu a indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. O partido alega que o nome é da cota pessoal'' da presidente, mas que não fará resistências contanto que seja compensado.
Sem garantias, alas do PMDB têm trabalhado paralelamente para emplacar nomes. O PMDB do Senado quer Eunício Oliveira (CE) e Eduardo Braga (AM) para integrar o time de Dilma. Os ministérios cobiçados por eles são Minas e Energia e Integração Nacional.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), conta com a manutenção de seu indicado Vinicius Lages no Turismo. Já o PMDB da Câmara quer Henrique Eduardo Alves (RN) na Esplanada.
Ele aceitaria uma vaga na Previdência, indo para o lugar hoje ocupado por seu primo Garibaldi Alves, ou para Integração Nacional.
Alves foi derrotado na disputa estadual do Rio Grande do Norte e não tem mandato em 2015.
No Planalto, Dilma contará com Miguel Rossetto (PT) na Secretaria-Geral. Ela ainda decide se deslocará Ricardo Berzoini (PT) das Relações Institucionais para Comunicações ou Trabalho. O governador da Bahia, Jaques Wagner, também está cotado para Comunicações.
COBIÇA
O Ministério das Cidades é alvo da cobiça de quatro partidos. A pasta comanda o Minha Casa, Minha Vida, programa de moradias populares e uma das principais vitrines do governo Dilma.
O PT entrou na disputa pela vaga após Lula orientar a legenda a ocupar o ministério. O PP quer se manter na vaga e pode indicar o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PB). O PMDB também colocou como opção o posto e o PSD quer emplacar o ex-prefeito Gilberto Kassab.

ECONOMIA: Dólar sobe quase 4% em novembro, 3ª alta mensal seguida, e vai a R$ 2,572

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou em alta de 1,66% nesta sexta-feira (28), cotado a R$ 2,572 na venda, na segunda alta diária seguida. Com isso, os ganhos da moeda na semana foram de 1,98%. 
Ao longo do mês, a moeda foi de R$ 2,48 no dia 31 de outubro para os atuais R$ 2,572. Isso representa uma alta mensal de 3,75%, a terceira seguida. Em outubro, os ganhos tinham sido de 1,25%; em setembro, de 9,33%.
Só nesse período de três meses, a alta acumulada chega a 14,8% (de R$ 2,239 para R$ 2,572).
Expectativa com equipe econômica marcou novembro
Ao longo do mês, a moeda oscilou ao sabor das expectativas com a nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff, após a instabilidade das eleições.
Quando saíram os nomes de Joaquim Levy para a Fazenda e Nelson Barbosa para o Planejamento, dias antes do anúncio oficial, os investidores ficaram otimistas, avaliando que o governo sinalizava adotar uma política mais ortodoxa para a economia.
Na quinta-feira (27), os nomes foram anunciados oficialmente. No entanto, a moeda fechou em alta, devido a uma declaração do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que foi interpretada como a possibilidade de redução ou corte nos programas de atuação no mercado.
Tombini negou que tenha feito esta sinalização, mas mesmo asim o dólar fechou em alta.
Tombini nega ter sinalizado fim dos leilões
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negou que tenha indicado que o programa de intervenção no câmbio irá mudar ou acabar a partir de janeiro do próximo ano, em vídeo publicado na página da internet do Palácio do Planalto.
Durante a entrevista de apresentação da nova equipe econômica, na quinta-feira, Tombini afirmou que o estoque atual de swaps cambiais "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial.
A declaração levou investidores a apostar na redução ou mesmo no fim do programa de intervenções diárias, impulsionando o dólar sobre o real.
"Eu não disse absolutamente nada em relação ao que vai ser o programa a partir de 1º de janeiro de 2015, que é até quando esse programa vai, 31 de dezembro de 2014. O que eu disse é que essa é uma posição confortável", afirmou Tombini no vídeo.
Atuação do BC no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, com as novas regras anunciadas em junho, vendendo os 4.000 novos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) ofertados.
Foram 1.600 contratos com vencimento em 1º de junho de 2015, e outros 2.400 para 1º de setembro no ano que vem. A operação movimentou o equivalente a US$ 197,6 milhões.
(Com Reuters e Valor)

POLÍTICA: Dilma fará aceno à esquerda para acalmar bases petistas

FOLHA.COM
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA
MARINA DIAS
CÁTIA SEABRA
ENVIADAS ESPECIAIS A FORTALEZA

Criticada por formar uma equipe econômica de perfil conservador e escolher uma representante do agronegócio para seu novo ministério, a presidente Dilma Rousseff planeja fazer acenos à esquerda do PT para tentar tranquilizar as bases de seu partido.
Nesta sexta-feira (28), a presidente participará de um encontro do diretório nacional da legenda em Fortaleza e fará um discurso para agradecer o apoio do PT e reafirmar seu compromisso com as políticas sociais adotadas durante os governos petistas.
Confirmado nesta quinta (27) como próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy é visto nos bastidores do PT como um economista liberal e contrário à política de valorização do salário mínimo, que tem contribuído para aumentar as despesas do governo.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Aliados de Dilma também estimularam nas redes sociais manifestações contrárias à indicação da senadora e colunista da Folha Kátia Abreu (PMDB-TO), defensora do agronegócio em seus embates com ambientalistas e indígenas, para o Ministério da Agricultura.
Nesta quinta, na 3ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, um grupo na plateia entoou "Kátia Abreu não!" quando Dilma deixava o local.
Integrantes da cúpula petista dizem que não haverá animosidade no encontro de Fortaleza, que irá até sábado, mas o partido pretende cobrar de Dilma a indicação de ministros comprometidos com bandeiras históricas, como a regulação da mídia e a reforma do sistema político.
Um documento preliminar elaborado pelo secretário-geral do PT, Geraldo Magela, afirma que a sigla precisa ser "protagonista" diante da necessidade de reformas. Nem que, para isso, tenha que enfrentar partidos aliados.
"O PT deve impulsionar o processo de mudança que o país exige. Isso poderá nos levar a confrontos e enfrentamentos com partidos aliados no Congresso e até a criar dificuldades para a composição parlamentar. Tais dificuldades não podem impedir o PT de lutar por essas mudanças", diz o texto.
A proposta afirma que a eleição de 2018 dependerá do desempenho do segundo mandato de Dilma.
O documento preliminar afirma ainda que o PT deve honrar seu compromisso de combate à corrupção. Citado nas investigações da Operação Lava jato, o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, estará no evento.
"O PT não dará a trégua que deu a Dilma no primeiro mandato", disse um dirigente do partido, que pediu para não ser identificado. "Agora é preciso fazer alguns acenos para a nossa militância."
Para os petistas, a escolha de Joaquim Levy não enfrentará resistência do partido se a presidente escolher para outras pastas quadros comprometidos com as reivindicações do PT, mesmo que não sejam filiados à legenda.
Dilma tem demonstrado que está disposta a refazer pontes com o partido. Nesta quinta, participou de um evento sobre economia solidária a pedido de Gilberto Carvalho (Secretaria Geral).
Na quarta (26), recebeu o teólogo Leonardo Boff, que assinou manifesto divulgado nesta semana por intelectuais de esquerda que criticam a entrada de Levy e Kátia Abreu no governo.
O PT reconhece que, para abrir lugar no ministério para outros partidos que a apoiam no Congresso, a presidente terá que reduzir o espaço ocupado pelos petistas.
Mas Dilma já indicou que lideranças representativas de alas importantes do PT ficarão encarregadas da negociação das bandeiras do partido.
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O QUE O PT QUER
As principais reivindicações do partido
REGULAÇÃO DA MÍDIA O presidente do PT, Rui Falcão, elegeu como prioridade a "democratização da mídia", com foco no combate aos "oligopólios e monopólios". Dilma considera discutir a regulação econômica da mídia, mas diz que não apoiará propostas de controle de conteúdo
REFORMA POLÍTICA O partido defende a realização de um plebiscito para a convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Entre as principais bandeiras defendidas pela sigla está a proibição das doações de empresas a campanhas
CARGOS O PT se opôs a duas escolhas de Dilma para a futura equipe: Joaquim Levy (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura). O partido deve emplacar os nomes do ex-governador da Bahia Jaques Wagner e do deputado Edinho Silva
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LINHA DE FRENTE
Petistas que terão força no próximo governo
ALOIZIO MERCADANTE - Casa Civil Mais influente auxiliar e braço direito de Dilma, já ocupou outras duas pastas no governo da petista: Educação e Ciência e Tecnologia
RICARDO BERZOINI - Relações Institucionais Ex-ministro de Lula, voltou ao Planalto por indicação do ex-presidente com a missão de melhorar as relações de Dilma com o PT e com o Congresso
MIGUEL ROSSETTO - Desenvolvimento Agrário Foi titular da pasta de 2003 a 2006, no governo Lula. Reassumiu o cargo em março e se tornou um dos auxiliares mais próximos de Dilma

INVESTIGAÇÃO: Investigação aponta envolvimento de ministro com fraude em terras para reforma agrária

OGLOBO.COM.BR
POR JAILTON DE CARVALHO E ADRIANA MENDES

Caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ministro nega envolvimento
Ministro da Agricultura, Neri Geller, pode estar envolvido em fraudes na regularização de terras para a reforma agrária - Reprodução/Ministério da Agricultura
BRASÍLIA - As investigações da Operação “Terra Prometida”, sobre grilagem de terras destinadas à reforma agrária em Mato Grosso, podem complicar a situação do ministro da Agricultura, Neri Geller. Testemunhas ouvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal apontam o envolvimento do ministro com a apropriação de lotes que, pelo programa do governo federal, seriam destinados a agricultores sem-terra. Trechos sobre os supostos vínculos do ministro com os desvios do programa já foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Geller foi citado várias vezes ao longo da investigação. A suspeita é que ele tenha favorecido a negociação ilegal de lotes e até se tornado proprietário de um deles. O programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prevê a distribuição de 1.149 lotes de 100 hectares. Hoje cada um desses lotes está avaliado pelo mercado local em R$ 1 milhão. Dois irmãos do ministro, Odair e Milton Geller, se entregaram ontem à PF após terem a prisão decretada.
Ao todo, a Justiça Federal decretou a prisão de 52 fazendeiros, empresários e servidores públicos acusados de se apropriar de forma ilegal de lotes da reforma agrária nas imediações de Itanhangá (MT). Trata-se do segundo maior assentamento da reforma agrária da América Latina.
As investigações começaram em 2010, a partir de reportagens do “Jornal Nacional” sobre negociação de lotes da reforma agrária, o que é proibido por lei. O esquema, porém, ocorre desde 1997. O centro do esquema são os municípios de Itanhangá e Lucas do Rio Verde (MT), cidade onde a família Geller tem fazendas.
Procurado pelo GLOBO, o ministro não quis se manifestar. Em nota divulgada ontem, o Ministério da Agricultura negou o envolvimento de Neri Geller.
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que o ministro Neri Geller não foi arrolado na “Operação Terra Prometida”, deflagrada pela Polícia Federal. O ministro, que estava em missão internacional nos Emirados Árabes e retornou ao Brasil no final da tarde desta quinta-feira (27), lamenta a presença de familiares entre os investigados e diz não acreditar na participação dos mesmos em qualquer irregularidade. Geller afirma não possuir associação jurídica ou outro tipo de sociedade com os envolvidos no processo”, diz a nota.

POLÍTICA: Henrique Alves na Integração

Por ILIMAR FRANCO - OGLOBO.COM.BR

A presidente Dilma não bateu o martelo, mas o presença do PMDB na Esplanada está bem encaminhada. O partido terá um ministério a mais, o da Integração, e o nome do vice Michel Temer para a pasta é o do presidente da Câmara, Henrique Alves. O PMDB da Câmara voltará ao Turismo e o do Senado ganhará a Agricultura, mantendo Minas e Energia e, a contragosto, a Previdência.

Eduardo Braga para Minas e Energia
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, é o nome do PMDB para Minas e Energia. O presidente do Senado, Renan Calheiros, ainda não definiu quem vai indicar para a Previdência. Ele está lutando para passar o mico adiante e pegar coisa melhor. O nome da senadora Kátia Abreu foi colocado na lista do partido atendendo pedido da presidente Dilma para o seu vice Michel Temer. Ela irá para a Agricultura mesmo com os ruídos. Deputados não gostaram da perda da pasta, e os senadores, do nome. Mas está feito. A cota da Câmara terá ainda a permanência de Moreira Franco na Aviação Civil e a provável nomeação de Eliseu Padilha para o Turismo.
“O Ministério da Previdência é da cota do Senado. Não podemos nem tirar do Senado. Tem que ficar com o Senado”
Michel Temer 
Vice-presidente da República, em conversa com líderes do PMDB e ministros do Planalto, conforme relato de um graduado dirigente do partido

COMENTÁRIO: Depois do vendaval

Por Nelson Motta  -  O Globo

Pode se assim? A elite das elites de que Lula tanto fala caiu no arrastão da Lava-Jato, com companheiros empresários, partidos e políticos unidos para saquear a Petrobras
Em Lisboa, estou me sentindo como se estivesse no Brasil: o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates foi preso no aeroporto, chegando de Paris, pilhado com pelo menos 20 milhões de euros de negociatas depositados num banco suíço. Nunca na história desse país, ó pá. E logo um socialista, que sempre se alardeou homem de vida e posses modestas, lutando pelos pobres e oprimidos.
Depois de deixar o poder, com o governo socialista derrubado pela crise econômica que quebrou Portugal, Sócrates estava estudando Filosofia em Paris e morando num belo apartamento de milhões de euros, aparentemente alugado, mas na verdade de um testa de ferro, também preso, além do seu motorista Pedro Perna, que levava o dinheiro vivo para Paris periodicamente. Ah, os motoristas e secretárias, o que seria dos corruptos sem eles?
A diferença é que aqui ninguém alega que era para o partido, a causa popular ou a luta política. Nem levanta punhos. Em Portugal, como na Inglaterra ou na Itália, roubos e falcatruas para favorecer um partido ou candidato não são atenuante, mas agravante, porque o objetivo é fraudar o processo eleitoral e a vontade popular, um crime que não atinge só uma pessoa física ou jurídica, mas toda a sociedade e a democracia.
Falando em Itália, quem acompanhou de perto a devastação provocada pela Operação Mãos Limpas, que investigou 872 empresários, 1.978 administradores e 438 parlamentares, entre eles quatro ex-primeiros-ministros, e levou centenas à prisão, não tem dúvidas: com o fim dos partidos tradicionais, mas sem uma reforma política, criou-se o vácuo em que apareceu Berlusconi, que ficou 20 anos no poder. E deixou a Itália pior do que antes da Mãos Limpas, com a segunda geração de partidos mais suja e execrada do que a primeira.
A elite das elites de que Lula tanto fala caiu no arrastão da Lava-Jato, com amigos e companheiros empresários, administradores, partidos e políticos unidos para saquear a Petrobras. Espera-se que todos sejam condenados e punidos, mas depois do vendaval é que mora o maior perigo: sem uma profunda reforma política, um Berlusconi tropical.
Nelson Motta é jornalista
José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal (Imagem: Nuno André Ferreira / Lusa)

ECONOMIA: Dólar continua em alta mesmo após fala de Tombini; Bolsa sobe

UOL

O dólar continuou operando em alta nesta sexta-feira (28), mesmo depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negou ter sinalizado o fim do programa de atuações no mercado da instituição. Por volta das 16h05, o dólar comercial ganhava 1,76%, a R$ 2,574 na venda. Nesta sexta, o BC realizou seu leilão diário de dólares, vendendo a oferta total de até 4.000 contratos. No mesmo momento, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subia 0,3%, a 54.884,75 pontos, depois que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que a economia brasileira saiu da recessão técnica, crescendo 0,1% no terceiro trimestre. (Com Reuters)

COMENTÁRIO: Devaneios esquerdistas

Por MERVAL PEREIRA - OGLOBO.COM.BR

As diversas facções em que se divide a esquerda brasileira aliada ao governo petista estão atônitas com a chegada ao ministério do segundo mandato de Dilma de Joaquim "mãos de tesoura" Levy, que pretende, como anunciou ontem em linguagem diplomática, colocar ordem na bagunça em que se encontra a economia nacional.
Num primeiro momento, correntes diversas uniram-se para tentar barrar a nomeação, sob o argumento fantasioso de que ela ia de encontro ao modelo econômico que fora vitorioso nas urnas. Como se a presidente Dilma, reeleita por estreita margem, tivesse perdido a noção de que era a grande vencedora das eleições de outubro e, do nada, tivesse escolhido um ministro da Fazenda para fazer tudo ao contrário do que defendia no seu primeiro mandato.
Como se o próprio Lula, que batalhou para nomear Luiz Trabuco, o presidente do Bradesco, para o ministério da Fazenda, tivesse perdido a sanidade da noite para o dia. O que esse pessoal não quer enxergar, e que Dilma foi obrigada a entender, é que a vitória eleitoral do PT em outubro não correspondeu a uma vitória política, pois forjada à base do abuso da máquina pública e mentiras, sejam as divulgadas pela propaganda eleitoral, ou as espalhadas em diversas formas pelo país para amedrontar os menos informados.
Da mesma forma que Collor espalhava em 1989 que Lula confiscaria a poupança dos brasileiros para depois fazer ele mesmo o que criticava no adversário, também hoje estamos vendo o governo Dilma anunciar "medidas impopulares" que seriam a base do governo de seu adversário "neoliberal".
Os que assinaram o tal manifesto contra a nomeação do economista Joaquim Levy para o ministério da Fazenda acreditam piamente que banqueiros roubam comida dos pratos dos pobres, e se chocaram com a decisão de colocar o Bradesco no lugar do Itaú na Fazenda, e de ter um colaborador de Arminio Fraga em seu lugar no ministério.
Quem, ao que tudo indica, já desconfiava do que seu marqueteiro dizia era a própria Dilma, insegura de suas próprias convicções que na prática deram errado, e talvez por isso se enrolasse toda quando tentava explicar alguma coisa. Provavelmente nem mesmo o próprio João Santana acreditasse no que seus filmetes mostravam, já que ele confessadamente diz que não lida com conceitos como verdade, mas com a percepção do cidadão.
O fato é que, acreditando ou não no que defendia, a presidente Dilma viu-se obrigada a dar um salto triplo carpado para tentar recuperar a credibilidade de um governo que termina seu primeiro mandato com os piores indicadores econômicos de todos os tempos de nossa República, salvo dois outros governos, um dos quais o do próprio Collor.
E a nova equipe econômica pontuou durante sua apresentação o que talvez seja a chave para o entendimento do que está acontecendo: ter uma economia saudável é bom para as famílias brasileiras, e garante a manutenção dos avanços sociais conquistados.
O que estava sendo ameaçado com a performance dos últimos anos era justamente a jóia da coroa petista, os programas sociais, que agora serão garantidos por uma política econômica que os petistas chamam de "neoliberal" mas que na verdade é apenas sensata e equilibrada, que usa o mercado privado para ajudar o governo a atingir metas que, sózinho, ele não conseguiu nos últimos quatro anos e nem conseguiria nos próximos quatro, mantidas as mesmas premissas que vigoravam e foram formalmente rejeitadas pela nova equipe econômica.
Talvez constatando que espernear não levará a nada, o futuro ex-ministro Gilberto Carvalho, que já tem até substituto dentro do próprio PT no Palácio do Planalto, tentou ele sim dar um salto triplo carpado para encontrar uma explicação que não deixasse mal os petistas revoltados.
Disse Carvalho que, ao contrário do que parece, é Joaquim Levy quem está aderindo ao projeto econômico petista. Por este estranho raciocínio, o mesmo economista que já trabalhou no primeiro governo Lula e era execrado pelos petistas assim como outros do mesmo grupo, como Murilo Portugal e Marcos Lisboa, teria sido chamado de volta ao governo petista não por suas virtudes necessárias à mudança de rumos, mas por que aderiu ao projeto que está para ser mudado.
Por essa lógica, Mantega pode perfeitamente substituir Levy no Bradesco, afinal pensam de maneira semelhante. O que estraga a tentativa de Carvalho de fingir que não houve mudanças de orientação econômica é o estranho caso de um ministro nomeado para um governo de continuidade fazer parte da equipe de transição desse mesmo governo, formalizando assim a mudança de postura.

COMENTÁRIO: A Economia de Dilma 2

Por CELSO MING - ESTADAO.COM.BR

A presidente é a mesma, mas, decididamente, Dilma 1 não é igual à Dilma 2; As equipes econômicas bem diferentes uma da outra apontam para uma política econômica também diferente.
A presidente é a mesma, mas, decididamente, Dilma 1 não é igual à Dilma 2. As equipes econômicas bem diferentes uma da outra apontam para uma política econômica também diferente.
Não é à toa que, desta vez, passou a ser necessário assegurar um período de transição entre as duas administrações. Este cumpre a função das eclusas nas barragens, quando uma embarcação precisa passar de um nível d’água a outro.
A apresentação e os primeiros pronunciamentos da nova troica econômica (Joaquim Levy indicado para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central) deram ênfase ao saneamento das contas públicas, a ser obtido sem solavancos, de maneira relativamente gradual.
Tombini, Levy e Barbosa (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO)
A poupança do setor público (superávit primário) prevista para 2015 é relativamente baixa, de apenas 1,2% do PIB (cerca de R$ 70 bilhões). Deve aumentar para 2% do PIB nos anos seguintes. Não é o aperto asfixiante que vinham temendo segmentos de esquerda, os mesmos que se manifestaram contra o que entenderam como excessiva ortodoxia da nova equipe econômica. Resta saber se esse gradualismo não comprometerá um efeito desejado: a recuperação da confiança seriamente abalada pelos experimentos destes últimos quatro anos a que foi submetida a política econômica.
A preocupação mais importante parece ser agora garantir solidez ao ajuste, qualidade que não se viu neste primeiro mandato de Dilma. Tombini fez referência a isso quando avisou que a maior firmeza na área fiscal contribuirá para empurrar a inflação para o centro da meta, tarefa que o Banco Central não cumpriu em consequência da forte deterioração das contas públicas.
Embora não tenha sido mencionado por nenhum dos integrantes da nova equipe, um dos mais importantes objetivos imediatos da nova política econômica será evitar o rebaixamento da qualidade dos títulos de dívida do Brasil pelas agências de avaliação de risco. Se esse rebaixamento acontecesse, o mercado para os títulos brasileiros se estreitaria e as despesas com juros aumentariam, o que, por si só, implicaria novo impacto ruim para as contas públicas.
O próximo ministro da Fazenda não anunciou quais serão as primeiras providências que deverão ser adotadas para dar partida ao ajuste. Mas ficou subentendido que foi abandonado o diagnóstico de que o problema da economia brasileira é a demanda fraca a ser ativada pela disparada das despesas públicas, sem contrapartida no aumento da oferta. Foi abandonado porque fracassou e esse fracasso se deveu à aplicação de um keynesianismo tosco, como se qualquer modelo, ainda que consagrado no passado, pudesse ser implantado às custas do desleixo nas contas públicas. É uma pena que tenha sido assim. Esse resultado pode ter adiado, indefinidamente, a utilização de diretrizes keynesianas no País.
Certas reações contrárias à nomeação da troica Levy, Barbosa e Tombini, reclamam de que a ênfase a ser dada à arrumação das contas públicas produzirá recessão. Como já observado acima, esta é uma preocupação improcedente, diante do gradualismo a ser adotado agora. A economia já está em recessão ou, se não isso, pelo menos se arrasta a esse ritmo exasperante quase parando a ser conferido nesta sexta-feira com a divulgação do PIB do terceiro trimestre.
CONFIRA:
Esta foi a derrubada dos preços do petróleo ao longo de novembro.
Alijamento
As cotações do petróleo desabaram nesta quinta-feira depois que a reunião da Opep terminou em Viena com a decisão de não reduzir a oferta do bloco, que hoje é de 30 milhões de barris diários. Na prática, a escolha foi permitir o afundamento dos preços para alijar do mercado os milhares de novos produtores que operam a custos mais altos. Do ponto de vista da Venezuela, a decisão amplia o desastre da economia hoje altamente dependente das receitas com exportação de petróleo.

GERAL: Piloto cancela voo após declarar exaustão

UOL.COM.BR
Da Redação com Jornal da Band noticias@band.com.br

Caso aconteceu em um avião da Gol na última segunda-feira, no aeroporto de Confins (MG)
Além dos passageiros, pilotos de avião se estressam com os atrasos causados pelo mau tempo nos aeroportos. Em Confins, na Grande Belo Horizonte, um comandante resolveu abrir o jogo a bordo e expor a estafa para justificar um cancelamento de voo – ele havia extrapolado o limite de horas de trabalho e não havia substituto a postos.
“Eu não tenho mais reflexo nem condições físicas”, foi a que os passageiros do voo número 2125 da Gol, que deveria sair Do aeroporto Confins com destino ao Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ouviram.
Todos tinham embarcado havia cerca de 50 minutos quando o piloto avisou que o avião não poderia decolar. O voo tinha previsão de saída às 20h de segunda-feira (24), mas houve atraso por causa das condições meteorológicas, e o embarque só aconteceu por volta das 23h.
Os 115 passageiros tiveram que desembarcar e foram levados para um hotel pago pela companhia aérea. Eles só conseguiriam viajar para o Rio na manhã do dia seguinte.
Em nota, a Gol informou que o piloto agiu corretamente prezando pela segurança e que o estouro no limite de horas se deu por conta dos atrasos em voos anteriores, causados pelo mau tempo naquele dia.
De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a recomendação para esses casos é que a empresa tenha uma equipe de sobreaviso para fazer a substituição da tripulação.

COMENTÁRIO: De mau jeito

Por Dora Kramer -ESTADAO.COM.BR

A presidente Dilma Rousseff viu no que deu querer ser também ministra da Fazenda. Não é certeza, mas talvez tenha percebido que achar que entende de tudo faz mal ao andamento geral dos trabalhos. Quem sabe era a isso que ela se referia no discurso após a vitória quando prometeu ser uma pessoa melhor. É de se conferir.
Há um fato, porém, que não necessita de confirmação: a presidente não sabe absolutamente nada de política na acepção ampla do termo. Passa longe da compreensão dela o significado de certos atos, não faz uso de tipo algum de sutileza - ingrediente indispensável ao exercício do poder -, parece não se importar com os efeitos que suas atitudes causam em seus subordinados (presentes e futuros) e age da maneira como fala: toda atrapalhada.
Contrariada, escolheu a pessoa certa para a Fazenda. Supõe-se que tenha assegurado autonomia a Joaquim Levy que, de outro modo, não teria aceitado a missão. Ainda mais nessa inusitada situação em que temos dois ministros: um demitido, sentado no ministério; outro nomeado, despachando no Palácio do Planalto.
Isso sem falar no processo "indecisório". Escolhido, tudo pronto para a divulgação oficial, sala arrumada no Palácio, ato adiado sem explicação. Em seguida, a assessoria fez o que a presidente mandou fazer: diz a jornalistas que ela ficou muito irritada com o "vazamento" dos nomes escolhidos para compor a equipe econômica. Como assim, vazamento? Eram os funcionários do governo que preparavam, pouco abaixo do gabinete presidencial, a sala onde seria feito o anúncio oficial.
Posse anunciada para amanhã e depois adiada sabe-se lá para quando porque tampouco se sabe mais quando será aprovada uma votação que é vitória de fava contada. Ou pelo menos era até a base aliada resolver fazer jogo duro para aprovar a extinção da meta de superávit primário para 2014. De onde decorre outra trapalhada da presidente.
Ela não sabe como funciona o Congresso, não conhece as pessoas e parece não estar preocupada em montar a melhor equipe para fazer essa interlocução. Resultado: vácuo. Espaço em que ficaram parados os presumidos ministros Kátia Abreu e Armando Monteiro.
Houve reclamações do PMDB porque a presidente não se "lembrou" (e pelo jeito o ex-senador e o ex-deputado, ambos do PT, que a assessoram de perto também não) de avisar ao partido do vice-presidente que escolhera uma correligionária para ministra da Agricultura.
O jeito foi fazer um novo remendo. Deixar o anúncio oficial de Kátia para depois, junto com outros nomeados, a fim de "parecer" que a indicação foi do PMDB do Senado. Esse grau de improvisação e desorganização é algo inédito e altamente arriscado para o governo, que fica desguarnecido na área política. Consta que a presidente não se importa com o que pensam os demais dos mortais.
Mas então que interprete por si mesma os sinais: a oposição se fortaleceu e a maioria governista é numérica, mas completamente descompromissada com a presidente. Em matéria de desdém - dela em relação aos parlamentares - hoje a base aliada não perde a oportunidade de mostrar que a recíproca é verdadeira.
Portanto, se a presidente Dilma continuar insistindo em fazer as coisas do "seu jeito", pode se preparar para colecionar muitas derrotas no Congresso.

Deserto de ideias. Pouco mais de uma semana depois de desligadas as urnas os institutos Data Popular e Ideia Inteligência fizeram uma pesquisa sobre as eleições. Um dos dados mostra que 81% dos brasileiros consideraram que nenhum dos candidatos apresentou propostas concretas para solucionar problemas do País.
Os mais velhos são os mais decepcionados: 88%. O estudo "Radar ideia popular" foi realizado entre os dias 4 e 10 de novembro em 128 cidades do Brasil todo.

ECONOMIA: Temor de fim de programa de swaps faz dólar encostar em R$ 2,58

ESTADAO.COMBR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Ações da Petrobras limitam ganhos do Ibovespa, que sobe apenas 0,21%
SÃO PAULO - Mesmo com a queda nas ações da Petrobras, a Bolsa brasileira consegue se manter em terreno positivo nessa sexta-feira. Às 15h17, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário local, operava em leve alta de 0,21%, aos 54.835 pontos. Já no mercado de câmbio, o dólar comercial avançava 1,93% diante o real, a R$ 2,576 na compra e a R$ 2,578 na venda. Na máxima, a moeda americana foi negociada a R$ 2,583.
Os investidores estão em dúvida sobre a continuidade dos leilões diários de swaps cambiais, que equivalem a uma venda de moeda, em 2015. Na quinta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que “o estoque de derivativos cambiais ofertados pelo BC até o presente momento já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial”. Afirmou que ainda que as operações vão ser renovadas no futuro, “observadas as condições de demanda’. A avaliação é que a autoridade monetária poderia reduzir esse programa nos próximos meses, o que pressiona a moeda.
Além disso, na avaliação de Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, a alta do dólar no Brasil acompanha o movimento externo.
— Lá fora, o dólar está com viés de alta frente às moedas de países emergentes produtores de commodities. Só isso já justifica a alta por aqui — afirmou.
O estrategista lembra ainda que, devido ao feriado nos Estados Unidos na quinta-feira, a participação de investidores estrangeiros no atual pregão também deve ser baixa.
Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, lembra ainda que o fato dessa sexta-feira ser o último dia útil do mês também estimulou a alta, já que é a cotação de hoje que servirá de referência para a liquidação de contratos baseados na moeda americana.
— O dólar subiu como resposta do PIB, que ainda está fraco, e também porque é fechamento de mês — explicou.
PRESSÃO NAS AÇÕES DA PETROBRAS
A principal notícia nos mercados nessa sexta-feira é o anúncio do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro primeiro, que mostrou um leve crescimento de 0,1% na comparação com o segundo trimestre, revertendo dois trimestre seguidos de queda. No entanto, não chegou a surpreender.
Os investidores ainda analisam a entrevista dada na quinta-feira pelo ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, que se comprometeu em entregar um superávit primário (economia para o pagamento dos juros) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e o controlada da dívida pública bruta, que subiu nos últimos anos devido, entre outros fatores, à transferência de recursos do Tesouro Nacional para os bancos públicos. "Porém, o novo ministro afirmou que não havia urgência nas medidas. Resta saber ainda se Levy vai ter autonomia para fazer tudo aquilo que a presidente Dilma Rousseff afirmou que não ia fazer durante a sua campanha", afirmou, em relatório, os analistas da Yield Capital.
Nesse cenário, as ações mais pressionadas são da Petrobras. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) registram queda de 3,27% e os ordinários (com direito a voto) recuam 3,92%. Na quinta-feira, a Organização dos Países Produtores de Petróleo) anunciou que irá manter em 30 milhões de barris a produção diária de petróleo. Essa manutenção não deve ajudar no aumento dos preços do óleo no mercado internacional, o que afeta as empresas produtoras.
— A Bolsa sobe um pouco e a liquidez é menor devido ao feriado de quinta-feira nos Estados Unidos, que reduz o volume de negócios nessa sexta-feira — disse Figueredo, da Clear.
Entre as ações mais negociadas, o setor bancário opera em alta. Os papéis preferenciais do Itaú estão praticamente estáveis, com leve queda de 0,07%. Na quinta-feira à noite, a instituição financeira anunciou a recompra de até 10 milhões de ações ordinárias e 50 milhões de preferenciais. Bradesco tem alta de 0,47% e Banco do Brasil avança 0,89%. A Gol também tem alta expressiva, de 2,26%, uma vez que a companhia é beneficiada pela queda no preço do petróleo.
Já no mercado externo, a atenção dos investidores é para os dados da Europa, que mostraram uma nova desaceleração da inflação, indicando que a economia ainda fraca. A interpretação é que novos estímulos serão necessários e que podem ocorrer já no primeiro trimestre de 2015, o que pode ser benéfico para os mercados emergentes.
Na Europa, os principais índices operaram em leve queda. O DAX, de Frankfurt, teve leve variação positiva de 0,06%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, subiu 0,18% e o FTSE 100 fechou praticamente estável (-0,01%). Nos Estados Unidos, o S&P 500 tem leve queda de 0,10%. O Dow Jones sobe 0,21% e o Nasdaq avança 0,56%.

ECONOMIA: Brasil está quase na lanterna do ranking mundial de crescimento do PIB

OGLOBO.COM.BR
POR JOÃO SORIMA NETO

País ocupa a 31ª posição da lista de 34 nações, que é liderada pela China
SÃO PAULO - A expansão de apenas 0,1% da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano manteve o país perto da lanterna num ranking de crescimento que engloba 34 países e foi elaborado pela consultoria de avaliação de risco Austin Asis. Na comparação do terceiro trimestre com o mesmo período de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresenta um recuo de 0,2%, ocupando a 31ª posição no estudo da Austin Asis, à frente apenas de países como a Itália, que ainda sofre as consequências da crise europeia; do Japão, cuja economia patina há pelo menos 20 anos e da Ucrânia, que está em guerra civil.
Com esse resultado, o economista-chefe da Austin Rating manteve sua estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 0,3% para 2014 e de 1,4% para 2015.
— O resultado do PIB é ruim no trimestre e na comparação com o mesmo período ano passado. Se olharmos a média de crescimento dos países do ranking, nos últimos 12 meses, ela fica em 2,1%. Portanto, o Brasil está muito abaixo da média. Não dá para culpar o cenário externo pelo baixo crescimento, como o governo faz. O problema está aqui dentro - diz o economista Alex Agostini.
Agostini estima que o país tem potencial para crescer entre 3% e 3,5% ao ano e ficar entre os dez primeiros do ranking. Mas isso não acontece porque a o governo continua apostando no consumo para puxar a economia, e esse motor já está esgotado. O endividamento das famílias é elevado e, com perspectiva ruim para a economia, a disposição dos consumidores em gastar se reduz. O economista lembra que desde 2011 até agora, a inflação média do país é de 27%, mostrando que mais de um quarto da renda do trabalhador foi consumida pela alta dos preços neste período.
- O governo focou apenas no consumo e se esqueceu do investimento. Com juros altos, que não fizeram a inflação recuar do patamar de 6%, e gastos elevados, Brasília minou a confiança dos empresários para investir. A política fiscal expansionista também anula os efeitos da elevação da Selic para conter a alta dos preços e causa graves desequilíbrios nas contas públicas - explica Agostini.
TROCA DE EQUIPE PODE RESGATAR CONFIANÇA
A nova equipe econômica pode trazer um pouco mais de previsibilidade e confiança aos empresários para investir. Agostini avaliou que as metas de superávit primário anunciadas (1,2% do PIB em 2015 e 2% em 2016 e 2017) são factíveis, embora sejam mais baixas do que o mercado esperava. Mas ele lembra que o governo precisa abandonar os malabarismos fiscais e usar a fórmula adotada por todos os países para mostrar se vai cumprir as metas ou não: receitas menos despesas.
O economista lembra que o resultado do crescimento da economia brasileira foi tão ruim nos últimos 12 meses, que o país ficou atrás de nações como Grécia, Espanha e Portugal no ranking.
- A Grécia ficou seis anos em recessão; a Espanha, tinha há dois anos uma taxa de desemprego de 25% e Portugal precisou de socorro financeiro para não quebrar - afirma o economista da Austin.
O Brasil também foi superado no ranking por nações do leste europeu como Polônia, Lituânia, Estônia e Eslováquia. Também ficou atrás de países desenvolvidos que viveram profundamente os efeitos da crise financeira de 2008, como Estados Unidos (2,4%), Reino Unido (3,0%) e Alemanha (1,2%).
Entre os 10 melhores países colocados no ranking há seis da Ásia: China, Malásia, Filipinas, Indonésia, Taiwan e Coreia do Sul. Entre os Brics, os destaques ficaram para China e Índia. Já a África do Sul e a Rússia, apesar de apresentarem crescimento relativamente baixo, tiveram desempenho melhor que o Brasil ao apresentarem expansão de 1,4% e 0,7%, respectivamente.
Já entre os países latino-americanos que já divulgaram seus números do PIB do terceiro trimestre (Peru, Chile e México) todos superam o Brasil. O México é o melhor colocado na 16ª posição com taxa de 2,2%, seguido pelo Peru com taxa de 1,8% e o Chile na 26ª posição com crescimento de 0,8%. O México tem se beneficiado da recuperação econômica dos Estados Unidos.
O ranking mundial do PIB
1) China: 7,3%
2) Malásia: 5,6%
3) Filipinas: 5,3%
4) Índia (preliminar): 5,0%
5) Indonésia: 5,0%
6) Taiwan: 3,8%
7) Polônia: 3,3%
8) Coreia do Sul: 3,2%
9) Hungria: 3,2%
10) Grã-Bretanha: 3,0%
11) Cingapura: 2,8%
12) Hong Kong: 2,7%
13) Lituânia: 2,7%
14) Israel: 2,5%
15) Estados Unidos: 2,4%
16) México: 2,2%
17) Noruega: 2,1%
18) Estônia: 2,1%
19) Peru: 1,8%
20) Grécia: 1,7%
21) Espanha: 1,6%
22) África do Sul: 1,4%
23) Alemanha: 1,2%
24) Holanda: 1,1%
25) Portugal: 1,0%
26) Chile: 0,8%
27) Bélgica: 0,8%
28) Rússia: 0,7%
29) Tailândia: 0,6%
30) França: 0,4%
31) BRASIL: -0,2%
32) Itália: -0,4%
33) Japão: -1,2%
34) Ucrânia: -5,1%
Fonte: Austin Rating

CORRUPÇÃO: Dados fornecidos pela Suíça devem ficar fora de denúncia contra acusados da Lava Jato

ESTADAO.COM.BR
JAMIL CHADES - CORRESPONDENTE DE O ESTADO DE S.PAULO

Procuradores ainda terão de requisitar formalmente documentos encontrados pelo Ministério Público suíço sobre movimentação bancária de ex-diretor da Petrobrás para iniciar nova frente de investigação; denúncia deve ser apresentada em dezembro
GENEBRA - Os extratos bancários das contas suíças de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, poderão abrir novas frentes de investigação no escândalo da corrupção no País. 
As novas descobertas, no entanto, não devem chegar ao Brasil a tempo para serem incluídas nos primeiras denúncias que devem ser apresentadas ao Judiciário em dezembro. As autoridades ainda precisam solicitar oficialmente alguns documentos e encaminhá-los à Justiça brasileira. 
O Ministério Público pretende apresentar, até a segunda semana de dezembro, denúncia contra Paulo Roberto Costa e 11 executivos de empreiteiras suspeitos de participarem de esquema para desviar recursos da Petrobrás, segundo investigação da Polícia Federal. O juiz federal Sérgio Moro tem até 20 de dezembro, quando começa o recesso do Poder Judiciário, para decidir se aceita e torna réus os acusados ou se rejeita a peça.
Nesta sexta, 28, os três procuradores brasileiros que passaram a semana consultando documentos da investigação do Ministério Público da Suíça sobre o caso retornam ao Brasil repletos de novos materiais. As informações revelaram nomes de empresas e pessoas que os procuradores brasileiros nem sequer conheciam antes de aterrissar em Lausanne. Os documentos vão permitir que o Ministério Público brasileiro conclua as investigações e acelere o processo para abrir a fase de instrução contra os principais suspeitos. 
Suíça. No início do ano, os suíços iniciaram sua própria investigação e identificaram como as contas encontradas tinham uma relação direta com refinarias em Pernambuco e nos EUA. Costa poderá responder a um processo de lavagem de dinheiro na Suíça. 
Cinco contas em nome do ex-executivo da empresa foram encontradas com um total de US$ 26 milhões. Os recursos voltarão ao Brasil para uma conta que será administrada de forma conjunta pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
Mas é o que indicam os extratos e nomes de quem fez os depósitos que mais chama a atenção do grupo de brasileiros. O conteúdo dos extratos, quem alimentou as contas na Suíça e quem recebeu o dinheiro estão mantidos sob total sigilo enquanto a delegação brasileira estiver em Lausanne. O que os suíços fizeram, porém, foi traçar a origem e o percurso do dinheiro, o que revelou um caminho e envolvidos até agora desconhecidos no Brasil. Na Suíça, Costa não é o único investigado e a apuração do MP local avalia toda a rede de pagamentos. 
Entre os nomes buscados na investigação estão Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o suposto operador do PMDB, além de empresas e intermediários. 
Os documentos foram liberados pelos bancos suíços por exigência da Justiça, que acumula verdadeiro dossiê sobre como funciona o pagamento de propinas no Brasil. Algumas das evidências apontam que as contas e o esquema já funcionam há anos nos bancos suíços, principalmente em Genebra. 
Essa promete não ser a última visita do grupo de procuradores brasileiros - Orlando Martello, Deltan Dallagnol e Eduardo Pelella. Visivelmente entusiasmados com as descobertas, os procuradores também fornecerão informações para o processo que corre na Suíça e devem retornar à Lausanne nos próximos meses.

CONSUMIDOR: Black Friday: preço, lentidão e falta de produto lideram queixas no Procon

Do UOL, em São Paulo

O Procon-SP, que montou um esquema especial de atendimento para a Black Friday, recebeu, entre 19h de quinta-feira (27) e 12h desta sexta (28), 527 reclamações por telefone, site e redes sociais.
Os principais problemas relatados pelos consumidores foram mudança de preço na hora em que a compra é finalizada, falhas nos sites das empresas e falta de produto anunciado para venda.
Segundo o Procon-SP, as reclamações sobre esses três problemas equivalem a 84% do total registrado.
As empresas que mais geraram queixas foram B2W (que reúne Americanas.com, Submarino e Shoptime), Saraiva e Nova Pontocom (que engloba os sites de Ponto Frio, Casas Bahia e Extra).
Não é a primeira vez que a B2W e a Nova Pontocon geram reclamações na Black Friday. No evento do ano passado, as duas empresas chegaram a ser autuadas e multadas pelo Procon-SP.
"Os resultados mostram que algumas grandes redes de varejo ainda não aprenderam com os erros de 2013. Respeitar o consumidor é obrigação das empresas. As companhias serão multadas pelas irregularidades cometidas", disse, em comunicado, o diretor-executivo do Procon-SP, Alexandre Modonezi. 
A reportagem entrou em contato com B2W, Nova Pontocom e Saraiva. Em nota, a Saraiva informa que não vai se pronunciar sobre as supostas irregularidades porque ainda não foi notificada oficialmente sobre o assunto.
B2W e Nova Pontocom ainda não responderam ao pedido de posicionamento feito pelo UOL.
Atendimento especial por telefone e internet
O órgão montou um um plantão especial de atendimento por telefone e pela internet para a data.
Os consumidores podem registrar as reclamações pelo telefone 151 (somente para a cidade de São Paulo), pelo atendimento eletrônico do site do Procon, pelo Facebook (www.facebook.com/proconsp) e pelo endereço do Twitter (twitter.com/@proconspoficial) do órgão usando a hashtag #BlackFridaynamiradoProconSP.
O Procon também mantém, na internet, uma lista de sites que devem ser evitados pelos consumidores. São lojas virtuais que foram alvo de reclamações e notificações, mas não responderam ou não foram encontradas pelo órgão.
A lista (disponível em http://zip.net/bgnDcw) conta, atualmente, com 449 lojas. Ela é atualizada sempre que o órgão constata problemas em uma nova loja. A última atualização foi feita na segunda-feira (24).
Em 2013, o Procon-SP recebeu 302 reclamações sobre a Black Friday. Elas resultaram na autuação de cinco empresas: B2W, Nova Pontocon, Centauro, Kabum e EBazar.
Direitos dos consumidores na Black Friday
Compra pela internetO consumidor tem um prazo de sete dias para desistir da compra fora do estabelecimento comercial (por telefone, em domicílio, telemarketing, catálogos, internet etc.). Essa troca não precisa ser justificada, e pode ser feita mesmo que o produto não tenha defeito. O prazo começa a ser contado a partir da aquisição do produto ou de seu recebimentoFoto: Chad Baker/Thinkstock
Propaganda e embalagemToda informação transmitida ao consumidor, por meio de publicidade, embalagens ou mesmo declarações dos vendedores, torna-se uma cláusula contratual a ser cumprida pelos lojistas e fabricantesFoto: Andrew Parsons/Reuters
Produtos com defeitoO Código de Defesa do Consumidor estabelece prazo de 30 dias para reclamações sobre problemas aparentes ou de fácil constatação, no caso de produtos não duráveis, e de 90 dias para bens duráveis, contados a partir da constatação do problema. Produtos com defeito devem ser consertados ou trocadosFoto: Reprodução/Blod PopLoad
Troca de produto sem defeitoA troca ou a devolução de produtos que não têm defeito não é obrigatória. Mas, se a loja permitir a troca por um determinado prazo, ela deve informar isso claramente ao consumidorFoto: Getty Images
Canais de atendimentoA empresa deve manter canais de atendimento de fácil acesso para que o consumidor esclareça suas dúvidasFoto: Getty Images
Procon e Juizado EspecialO consumidor tem o direito de exigir que os produtos sejam vendidos exatamente pelos preços e condições anunciados na mídia, cartazes ou outros meios. Se essas garantias forem violadas, o consumidor deve registrar uma reclamação ao Procon ou entrar com ação no Juizado Especial CívelFoto: Getty Image
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