sexta-feira, 19 de agosto de 2016

ACIDENTE: Quatro executivos da Mitsubishi morrem durante teste de novo modelo no Chile

ESTADAO.COM.BR
EFE,
O Estado de S.Paulo

Carro que seria lançado na próxima semana caiu por uma ribanceira de 15 metros; causas ainda estão sendo investigadas

Santiago do Chile - A Mitsubishi Chile informou nesta sexta-feira, 19, que quatro executivos e representantes da montadora japonesa morreram durante o teste de um novo automóvel, que era realizado na região sul do país.

Foto: REUTERS/Jessica Rinaldi
Acidente ocorreu na cidade de Ensenada, no teste do novo modelo da caminhonete Mitsubishi Pajero Sport

O acidente ocorreu na tarde de ontem na cidade de Ensenada, a cerca de mil quilômetros de Santiago, na região de Los Lagos, enquanto eram realizados testes do novo modelo da caminhonete Mitsubishi Pajero Sport, que seria lançado oficialmente na próxima semana.
Um total de 15 veículos estava sendo testado por executivos da marca e distribuidores de diversas cidades quando, por causas que ainda estão sendo investigadas, um dos carros caiu por uma ribanceira de 15 metros até um pequeno rio, onde ficou tombado.
Quatro de seus ocupantes morreram na hora e um quinto foi resgatado com vida. As vítimas são Matías Riquelme, gerente de Vendas da Mitsubishi Chile; Andrés Donoso, gerente comercial da Skeberge S.A; Carlos Ratti e Marco Ratti, concessionários da marca na cidade de Rancagua.
O sobrevivente foi identificado como Ariel Patrício Miranda Figaredo, que foi levado ao hospital da cidade vizinha de Puerto Varas, onde permanece em estado grave, mas sem risco de morte, de acordo com os médicos da unidade.
A marca japonesa manifestou seu pesar pelas vítimas e cancelou o lançamento do seu novo 4x4 e do Sangyong Tivoli XLV, previsto para o dia 23 de agosto.

SEGURANÇA: Americano impedido de entrar no país causa confusão no Tom Jobim

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Homem de 20 anos, que está na lista de pessoas que não podem ingressar no Brasil, tentou fugir mas foi capturado

RIO - A Polícia Federal e equipes das Forças Armadas empenhadas na segurança do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão tiveram trabalho na noite de quinta-feira para conter um americano que seria expulso do país. Ele é um dos dois americanos que desembarcaram no Rio e foram barrados por constarem de uma lista de pessoas que não podem ingressar no Brasil. Quando era conduzido para uma aeronave que o levaria de volta aos Estados Unidos, ele escapou das autoridades e chegou até a pista do aeroporto, causando um grande alvoroço. Segundo a Polícia Federal, o homem foi capturado “e reconduzido à autoridades para as providências necessárias para a deportação”.
O americano, de 20 anos, que, de acordo com nota da Polícia Federal, tem passagens na polícia americana por roubo, foi encontrado numa parte desativada do aeroporto. O incidente aconteceu por volta das 20h e levou mais de uma hora para ser controlado.
Em nota, a PF relata que “dois americanos foram inadmitidos pela autoridade de imigração e entregues à companhia aérea para que retornassem ao país de origem. Durante a condução dos passageiros para o ingresso na aeronave, um dos estrangeiros fugiu da área de embarque, foi posteriormente localizado e reconduzido às autoridades para as providências necessárias de deportação”.

ECONOMIA: Dólar interrompe série de 6 altas e fecha a R$ 3,207, com menos ação do BC

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (19) em queda de 0,81%, cotado a R$ 3,207 na venda, após seis altas consecutivas. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,68%.
Apesar de cair no dia, o dólar termina a semana com valorização acumulada de 0,69%. No mês, a queda é 1,1% e, no ano, de 18,77%.
O dia foi marcado pela redução no ritmo de intervenção do BC no mercado de câmbio.
Atuação do BC
O Banco Central reduziu o ritmo de atuação no mercado de câmbio. Nesta sexta-feira, o BC vendeu 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Desde a quinta-feira da semana passada (11) até a véspera, o BC vinha vendendo 15 mil contratos diários. A pisada no freio do BC fez com que o impacto da alta do dólar no exterior e de preocupações com os rumos fiscais do Brasil fosse limitado.
"A mudança nos swaps traz uma ajuda marginal, faz o real ter desempenho melhor que outras moedas em um dia de alta do dólar [no exterior] como hoje", disse à agência de notícias Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Alguns operadores do mercado, no entanto, já esperavam a manobra do BC, após o dólar acumular alta de 3,22% em seis sessões.
Dólar barato demais pode atrapalhar a recuperação econômica ao prejudicar as exportações e impulsionar as importações. Por outro lado, o dólar alto faz a inflação acelerar.
Ajuste fiscal
Investidores continuavam cautelosos em relação às contas públicas, após o governo do presidente interino, Michel Temer, encontrar dificuldades para a aprovação de medidas no Congresso.
Nesta sexta-feira, Temer convocou reunião em São Paulo com a equipe econômica e líderes parlamentares para definir estratégia para aprovação do ajuste fiscal. 
"Essas batalhas precisam ser ganhas nos bastidores e parece que o governo está, pelo menos, se esforçando para melhorar a articulação", disse à Reuters o operador da corretora de um banco nacional.
Muitos operadores esperam que o governo endureça sua postura caso o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, seja confirmado.

(Com Reuters)

NEGÓCIOS: Bolsa cai no dia, mas tem 10ª semana com alta, melhor sequência em 10 anos

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (19) em queda de 0,11%, a 59.098,92 pontos. Foi a segunda baixa seguida da Bovespa, que havia caído 0,27% na véspera.
Apesar do desempenho negativo no dia, o índice termina a semana com valorização acumulada de 1,37%. É a décima semana seguida de alta, a maior sequência desde 2006.
A Bovespa acumula ainda ganho de 3,12% no mês e de 36,33% no ano.
A baixa de hoje foi puxada, principalmente, pela queda nas ações de Petrobras, Itaú Unibanco e Bradesco. Por outro lado, a mineradora Vale e o Banco do Brasil fecharam em alta. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
Petrobras perde 0,79%
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, perderam 0,79%, a R$ 15,06.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, tiveram baixa de 0,7%, a R$ 12,79.
Os papéis foram influenciados pelos preços do petróleo no exterior. O barril do petróleo Brent, referência no mercado, ficou praticamente estável, com leve queda de 0,02%, enquanto o barril nos EUA fechou em alta de 0,62%.
Itaú e Bradesco caem; BB sobe
As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 0,66%, a R$ 36,34, e as ações doBradesco (BBDC4) se desvalorizaram 0,57%, a R$ 29,42.
No sentido oposto, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 2,07%, a R$ 23,20.
Vale ganha 1,32%
As ações preferenciais da Vale (VALE5) ganharam 1,32%, a R$ 16,17, e as ações ordinárias da Vale (VALE3) avançaram 0,85%, a R$ 19,08.
Os papéis da empresa foram influenciados pela alta nos preços do minério de ferro na China,.
Dólar cai 0,81%, a R$ 3,207
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,81%, cotado a R$ 3,207 na venda, após seis altas consecutivas. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,68%.
Apesar de cair no dia, o dólar termina a semana com valorização acumulada de 0,69%. No mês, a queda é 1,1% e, no ano, de 18,77%.
Bolsas internacionais
As Bolsas de Valores da Europa fecharam em queda: 
Itália: -2,18%
Espanha: -1,16%
França: -0,82%
Alemanha: -0,55%
Portugal: -0,55%
Inglaterra: - 0,15%
Das sete principais Bolsas da Ásia e do Pacífico, quatro tiveram alta, duas fecharam em baixa e uma ficou praticamente estável:
Japão: +0,36%
Austrália: +0,34%
Cingapura: +0,25%
China: +0,15%
Coreia do Sul: +0,04%
Hong Kong: -0,37%
Taiwan: -0,97%

(Com Reuters)

MEIO AMBIENTE: Justiça de Minas Gerais suspende licenças ambientais da Samarco

FOLHA.COM
JOSÉ MARQUES, DE BELO HORIZONTE

Uma decisão judicial suspendeu de forma liminar (temporária) todas as licenças ambientais do Complexo de Germano, da Samarco, em Mariana (MG), onde ficava a barragem de Fundão. Na prática, a decisão dificulta o retorno das atividades de operação da mineradora.
Caso a determinação seja mantida, a mineradora terá que passar por um novo processo de licenciamento ambiental.
Segundo o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, Michel Curi e Silva, autor da liminar, a empresa pretendia voltar a funcionar com as mesmas licenças ambientais obtidas antes do rompimento.

Tadeu Jungle

Ele diz que as permissões que a Samarco (cujas donas são a Vale e a BHP Billiton) obteve anteriormente não tiveram eficácia e que nota técnica do Ibama demonstra que ainda não há um planejamento de ações emergenciais para o complexo.
"[As licenças ambientais] Não podem prevalecer diante da nova realidade que se verificou após o nefasto e mortífero rompimento da barragem e da já constatada ineficácia de tais licenças", afirma a decisão. A mineradora diz que ainda não foi notificada.
O pedido de suspensão foi feito pelo Ministério Público de Minas Gerais. Segundo o promotor Felipe Faria de Oliveira, a intenção do órgão é que uma eventual volta das operações fique condicionada à interrupção do dano ambiental –depois do rompimento da barragem, houve vazamentos de lama e há possibilidade de esses vazamentos voltarem no período chuvoso.
Desde que barragem Fundão ruiu, em 5 de novembro do ano passado, as operações do complexo estão embargadas. Em julho, a Samarco fez um pedido de licenciamento ambiental apenas de um novo local para a disposição de rejeitos, já que o reservatório foi danificado.
Nesse pedido, a mineradora afirmou que estuda utilizar o Vale do Fundão, onde a barragem se rompeu, como um novo depósito de rejeitos de minério.
A tragédia de Mariana matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo.

IMPEACHMENT: Senado vai responder à OEA perguntas sobre impeachment de Dilma

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT

Planalto e Câmara também foram notificados pela organização

O plenário do Senado - Ailton de Freitas / O Globo / 12-7-2016

BRASÍLIA - O Senado Federal vai responder aos questionamentos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre o processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff. A decisão foi acertada com o Palácio do Planalto, notificado ontem pela organização.
Segundo informações do Senado, a Casa fará a elaboração jurídica uma vez que a Constituição deixa claro que o processo de impeachment de um presidente da República é conduzido pelos senadores. A Câmara, também notificada pela OEA, apenas aprova o recebimento da denúncia e a repassa ao Senado, onde o processo é aberto e julgado. O prazo final para resposta é a próxima segunda-feira.
Assessores do presidente interino Michel Temer foram ao Senado nesta quinta-feira para tratar do assunto. O pedido da OEA foi motivado por petição do PT, que acusa o processo do impeachment de ser um golpe parlamentar contra um governo eleito por meio do voto.
Segundo o documento, Dilma é vítima de violação de seus direitos humanos em descumprimento a tratados assinados pelo Brasil, O julgamento final começará dia 25 e deve durar até sete dias. No dia 29, Dilma vai ao Senado fazer sua defesa pessoal.

IMPEACHMENT: Ex-ministros de Dilma não farão perguntas quando petista for ao Senado

UOL
Fernando Rodrigues
As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

8 ex-ministros da presidente afastada julgarão processo de impeachment
Desses, somente aliados (3) farão questionamentos à petista 
Presença de Dilma no plenário do Senado causa apreensão

Presidente afastada, Dilma Rousseff, será sabatinada por senadores

A presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou nesta semana que vai ao julgamento final do processo de impeachment no Senado, em 29 de agosto. Ela explicou a decisão num vídeo de 50 segundos
Nenhum dos 5 senadores ex-ministros de Dilma que são favoráveis ao impeachment deve fazer perguntas à presidente afastada. 
Os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA) eGaribaldi Alves Filho (PMDB-RN) confirmam que não irão questioná-la sobre a acusação de crime de responsabilidade. Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) decidirá na hora. O Blog não encontrou a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), mas soube que a peemedebista deve seguir os demais. 
Apenas 3 senadores que ocuparam ministérios durante os governos de Dilma votarão contra o impeachment. Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Kátia Abreu (PMDB-TO) farão perguntas à petista. Armando Monteiro (PTB-PE) está indeciso.
Outros 3 senadores que estarão presentes no julgamento final e votarão a favor do processo foram ministros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eunício Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR) e Cristovam Buarque (PPS-DF). Desses, é possível que somente Cristovam faça uma indagação à presidente afastada.
José Pimental (PT-CE) e Humberto Costa (PT-PE), também ex-ministros de Lula, farão como as colegas Gleisi Hoffmann e Kátia Abreu.
Senadores que ficarão em silêncio diante da ex-chefe querem evitar constrangimentos. Apesar de votarem pelo afastamento, consideram desnecessário o uso da palavra para questionar Dilma Rousseff.
Os que defendem a petista, porém, já preparam estratégias para tentar deixá-la mais à vontade. Serão formuladas perguntas que a presidente afastada tenha mais embasamento para responder.
IDA AO SENADO CAUSA APREENSÃO
A definição sobre a presença de Dilma Rousseff no Senado surpreendeu aliados de Michel Temer. Uma importante voz do presidente interino no Congresso chegou a duvidar da presença da petista no Senado: “Ela não vem. Ela tem de se preservar como cidadã”, disse.
Diante da confirmação, porém, senadores começaram a traçar estratégias sobre como se comportar no julgamento.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) age nos bastidores. Começou na 4ª feira (17.ago) a procurar os colegas que costumam ser mais agressivos. Teme que um eventual bombardeio acabe dando a Dilma o papel de vítima do processo.
Na 3a feira que vem, senadores do PSDB se reunirão com congressistas aliados para traçar planos para o julgamento final. Tucanos defendem que o colegiado se comporte de maneira objetiva e respeitosa.
SEM VOTOS, O QUE IMPORTA É A IMAGEM
Nos bastidores, aliados da presidente Dilma Rousseff admitem que é impossível reverter o afastamento definitivo.
“Ela não vem como ré, vem como vítima'', admite a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), uma das poucas defensoras da presidente afastada.
Dilma deve comparecer ao plenário do Senado em 29 de agosto (uma 2ª feira). Terá 30 minutos para fazer 1 pronunciamento. Poderá ser questionada por cada 1 dos senadores presentes. Terá 5 minutos para responder às indagações. O advogado da petista, José Eduardo Cardozo, afirma que todas as perguntas serão respondidas. “Ela não vai discursar e sair. Ela vai e responderá às perguntas''.
JULGAMENTO FINAL
O início do julgamento será em 25 de agosto (uma 5ª feira), às 9h. Há dúvida sobre quando acabará. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acha que a votação pode acontecer já na noite 2a feira (29.ago). O PT aposta em levar tudo até 4a feira (31.ago). Mas é possível que o veredicto saia na 3a feira (30.ago).
Em reunião com senadores nesta semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, definiu o rito do julgamento final. Eis o documento oficial com as regras da sessão que analisará o pedido de cassação de Dilma Rousseff.
Lewandowski atendeu a um pedido de peemedebistas e definiu que testemunhas serão ouvidas, se necessário, no sábado e no domingo (27 e 28 de agosto). Inicialmente contrário, o magistrado voltou atrás após forte pressão de aliados de Michel Temer.
A defesa terá 6 testemunhas. A acusação poderia ter igual número. Mas, para acelerar o andamento do processo, decidiu ficar só com 1 nome.

DENÚNCIA: Igreja Universal é investigada por suspeita de obrigar pastores a fazer vasectomia

FOLHA.COM
MONICA BERGAMO

A Igreja Universal do Reino de Deus poderá ter que se explicar na Justiça sobre a acusação de que obriga pastores e bispos a se submeterem a vasectomias. A unidade do MPT (Ministério Público do Trabalho) em Osasco tenta reunir detalhes para entrar com uma ação civil pública contra a instituição.

FORA DE CASA
A Universal se recusa a assinar o compromisso de interromper a prática de esterilização, proposto pelo MPT, porque diz que ela não existe. Numa audiência, a igreja afirmou saber de dez processos contra ela, num total de 10 mil pastores no país. Disse também que filhos dificultam o trabalho das lideranças de "propagar o evangelho pelo mundo", mas que a decisão de tê-los ou não é livre.

FORA DE CASA 2
O Ministério Público do Estado de SP também tem uma apuração na área criminal sobre as denúncias. Ela foi iniciada a partir de uma derrota da igreja no Tribunal de Justiça, com a condenação de indenizar em R$ 150 mil um pastor que disse ter sido obrigado a fazer a cirurgia como condição para exercer a função.

DENTRO DE CASA
"A acusação é desmentida facilmente pelo fato público e notório de que grande parte de nossos bispos e pastores têm filhos", afirma a Universal, em nota. Diz ainda considerar "que o planejamento familiar é um tema que deve ser debatido exclusivamente pelo casal e a instituição não interfere na questão, que é de absoluto foro íntimo de cada marido e cada esposa".

LAVA-JATO: Lula diz que Dilma vai se expor a 'Judas' no Senado: 'História muitas vezes demora séculos para julgar'

UOL
Júlia Dias Carneiro
Em São Paulo

Paulo Whitaker/Reuters

A menos de uma semana do início do julgamento final da presidente Dilma Rousseff no Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz ter "esperança" em uma vitória, embora às vezes fale como se o afastamento da sucessora estivesse consumado.
Em entrevista à BBC Brasil, Lula disse apostar no julgamento da história. "Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29."
Sem citar nomes, Lula diz que Dilma irá se "expor corajosamente" no Senado "para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela". Afirma que o presidente interino, Michel Temer, é constitucionalista e "sabe" que a antecessora é vítima de um "golpe parlamentar".
Principal líder do projeto político do PT e réu sob acusação de obstrução da Justiça na Operação Lava Jato, Lula se diz alvo de mentiras e afirma que seu partido não deve pedir desculpas pelas acusações de corrupção. "Quem tem que pedir desculpas é quem está inventando acusações."
Confira a íntegra da entrevista concedida à repórter Júlia Dias Carneiro:
BBC Brasil: O senhor é agora réu em processo por tentativa de obstrução da Justiça nas investigações de corrupção na Petrobras e decidiu apelar ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas. Por que o senhor decidiu recorrer a essa instância internacional?
Luiz Inácio Lula da Silva: Tem uma coisa muito esquisita aqui no Brasil. Você tem uma investigação, eu sou vítima de acusações em que você não tem uma única prova.
Eu penso que os procuradores e os delegados que acusaram estão com uma dificuldade muito grande, e a imprensa numa dificuldade maior, porque como eles mentiram muito tempo a respeito das acusações, em algum momento isso vai vir à tona, eles vão ter que provar se procede alguma das coisas que eles me acusaram.
Por falta de prova, eles começaram a preparar um discurso, que você deve conhecer bem, que é a teoria do domínio do fato. Ou seja, se o Lula é presidente, ele deveria saber. Não existe essa de você julgar em tese. Ou você prova ou não prova. Ou você pede desculpa ou não pede desculpa.
E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito. Nós temos uma força-tarefa nesse processo. Que envolve um juiz, procurador e Polícia Federal. Então, você não sabe quem investiga, quem acusa e quem vai julgar. Uma mistura, todo mundo faz tudo.
E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito
Então, nós entramos com um processo no escritório da ONU em Genebra para que a gente mostre que há, no mínimo, uma certa suspeição no comportamento, ou seja, as pessoas querem transformar uma mentira que eles inventaram num processo.
Estão procurando razões para justificar o processo. Eu estou tranquilo, tenho consciência do meu papel nessa história toda, estou tranquilo porque eles inventaram que eu tenho um apartamento e vão ter que provar que o apartamento é meu, ou me dar um apartamento.
Disseram que eu tenho uma chácara que eu frequentava, e a chácara não é minha, a chácara tem dono, foi pago com cheque administrativo, e acho que em algum momento eles vão ter que dizer: "Olha, presidente Lula, desculpa, pensávamos que tinha, mas não tem".
A imprensa mentiu muito e não sei se a imprensa vai ter caráter para pedir desculpas. É por isso que eu recorri a uma instância das Nações Unidas para ver se existe pelo menos um comportamento exemplar de uma Justiça a serviço da justiça.
E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito
BBC Brasil: O que o senhor acha que a ONU pode trazer de efeitos concretos aqui no Brasil?
Lula: Eu não sei se pode trazer efeito concreto. O que eu acho é que pode haver um debate. E esse debate já começou por advogados, sindicalistas e políticos de outros países. E pela imprensa. Se não fosse a imprensa estrangeira cobrir com uma certa isenção e autonomia o impeachment da presidente Dilma, a versão da imprensa brasileira é um horror.
Porque a versão da imprensa brasileira, ela não quer saber da verdade, ela sabe que a Dilma não tem culpa, sabe que a Dilma está sendo cassada politicamente e não cometeu nenhum crime, mas finge que não sabe.
Então graças a Deus, foi através da imprensa estrangeira que a gente conseguiu fazer com que líderes importantes no mundo inteiro se dessem conta de que o país está rasgando a sua Constituição, está rompendo com a nossa democracia incipiente. É isso que eu quero, que haja um debate no mundo sobre o que está acontecendo no Brasil.
BBC Brasil: O senhor tem falado muito em uma caça às bruxas, mas por outro lado o senhor tem enfrentado alegações muito sérias, que precisam ser investigadas.
Lula: Nenhum presidente na história desse país fez o que a presidenta Dilma e eu fizemos para dotar o Estado de instrumentos de combate à corrupção. Se você perguntar para qualquer procurador qual foi o governo que mais criou condições para autonomia do Ministério Público, eles vão dizer que foi o PT.
Se você perguntar para qualquer delegado qual foi o partido que mais investiu na PF, que mais investiu na inteligência da PF, eles vão dizer que foi o PT. Se você perguntar quem fez as maiores transformações na legislação, inclusive com a lei da delação premiada, foi PT que fez, numa demonstração que o PT entende que a lei é para todos, e que ninguém está livre de qualquer investigação.
Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública
O que não queremos e não poderemos aceitar é que as pessoas façam um pacto com a imprensa, contem mentiras para a imprensa, ou a imprensa conte mentiras para eles, porque tanto a imprensa serve alguns procuradores como os procuradores servem à imprensa, tanto o delegado serve à imprensa quanto a imprensa serve ao delegado. É uma alimentação mútua na perspectiva de criar fato consumado.
Eu não acho isso um comportamento inteligente da Justiça. Um comportamento inteligente é aquele que você investiga, você prova, você acusa, julga, e condena. Um julgamento que não é inteligente, você faz um pacto com a imprensa, a imprensa faz a manchete de jornal, ela vai te criminalizando junto à opinião pública sem nenhuma prova. Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública.
BBC Brasil: O senhor tem dado indicações de que poderia voltar a se candidatar, mas as pesquisas mais recentes mostram que esta bem atrás daquela popularidade lá em cima de alguns anos atrás, e isso tem a ver com todas as acusações de corrupção que vem afetando tanto o PT como o senhor. Como o senhor reage a isso?
Lula: Olha, primeiro eu reajo com muita naturalidade, ou seja, estou há praticamente seis anos fora da política, até por respeito à presidenta Dilma, que acho que ela tinha que ter liberdade para governar o país. Então é normal que a pesquisa não seja mais a pesquisa do ano que eu saí da Presidência, com 87% de "bom e ótimo".
Mas tenho clareza de que na hora que a gente começar a debater neste país, que a gente começar a mostrar o que o PT fez nesse país, da diferença do governo do PT com os governos do passado, eu tenho certeza que o povo vai se lembrar que o que o PT trouxe em 12 anos de benefício para esse povo --com educação, saúde, trabalho, politica agrícola-- eles não fizeram em 200 anos.
Então, eu estou tranquilo que eles não vão conseguir nem criminalizar o PT, e muito menos criminalizar o Lula. É preciso que a verdade venha à tona e é isso que estamos buscando, que o Judiciário tenha liberdade, que o Ministério Público tenha liberdade, e defendo a tese de que toda instituição, quando ela é forte, ela tem que ser séria.
Na medida em que a economia não estava bem, na medida em que a pesquisa não estava ajudando a presidente Dilma, eles resolveram dar um golpe político, um golpe parlamentar
Os que representam aquela instituição têm que ser sérios, não podem brincar, não podem mentir. E hoje o que a gente percebe são pessoas se colocando a serviço de uma revista, de um jornal. Muitas vezes a imprensa recebe o relatório antes do advogado de defesa. Isso não é inteligência, é brincar com o direito que todo cidadão tem de ser respeitado pela lei, de ser investigado corretamente, de ser julgado corretamente. É para isso que brigo, é por isso que mudei leis neste país, é por isso que a Dilma mudou leis.
Você veja, é tão grave o que esta acontecendo no Brasil que mesmo os 81 senadores, sabendo que a presidente Dilma não cometeu nenhum crime contra a Constituição, eles resolveram cassá-la politicamente por interesse.
Ou seja, na medida em que a economia não estava bem, na medida em que a pesquisa não estava ajudando a presidente Dilma, eles resolveram dar um golpe político, um golpe parlamentar. Imagina se isso prevalece no mundo inteiro. Cada vez que um governante baixa na pesquisa, a gente manda derrubar o governante.
Na verdade, não foi a Dilma que foi cassada, o que está sendo cassado é o voto de 54 milhões de brasileiros que votaram na Dilma. E amanhã os senadores vão ter que prestar conta aos eleitores, aos seus filhos e netos. Porque eles não querem ser chamados de golpistas, mas o que fizeram foi dar um golpe na Constituição e dar um golpe parlamentar contra uma presidenta democraticamente eleita pelo povo brasileiro.
BBC Brasil: O senhor tem usado a expressão golpe para falar do que está se passando com a presidente Dilma Rousseff, mas o senhor também viveu o golpe militar. Pode-se usar a mesma expressão?
Lula: Dá. Da mesma forma como usamos a palavra golpe militar porque foi um golpe militar em 31 de março de 64, e naquele tempo a gente vivia tempo de Guerra Fria, havia acusação de que o comunismo ia tomar conta do Brasil, então os militares e os conservadores desse país deram um golpe para evitar a ascensão da esquerda neste país. Agora não tem essa razão. O comunismo já não amedronta mais. Não tem a Guerra Fria.
Por que o golpe na Dilma? Não foi o golpe militar. Foi um golpe parlamentar. Uma maioria eventual se juntou para tirar a presidente Dilma da Presidência da Republica. Uma maioria no Senado e uma maioria na Câmara resolveram afastar a presidenta. O que é um absurdo.
As pessoas que estão fazendo isso não querem que a gente fale golpe, porque diz que é feio, que não é golpe militar. O presidente interino [Michel Temer] é constitucionalista. E ele sabe que o que eles estão fazendo é ilegal, porque a Dilma não cometeu crime e segundo porque é um golpe parlamentar.
BBC Brasil: O que isso representa para o legado do PT depois de tantos anos, porque este período está terminando com um quadro bastante ruim, com recessão, inflação, desemprego aumentando e com a presidente saindo desta forma, com o impeachment. O senhor
Lula: Olha, se fossem tirar os governantes do mundo hoje por conta de crise econômica, por conta do desemprego, não tinha um governo no mundo. Já tinham caído todos. O governo inglês, americano, alemão, italiano, francês, chinês. Porque a crise é geral. E é uma crise causada pela irresponsabilidade do sistema financeiro que começou com o problema habitacional americano, o subprime, e terminou com quebra do [banco] Lehman Brothers. A partir daí todos os países entraram em crise.
Quando fizemos o G20 em Londres, em 2009, nós decidimos que, para evitar uma crise econômica muito grande, era necessário não adotar políticas protecionistas e aumentar o comércio exterior para poder gerar mais emprego para as pessoas. Foi feito exatamente o contrário. Cada país tentou se proteger, a crise aumentou e 90% dos países ainda não resolveram seus problemas.
Parte da elite política e econômica desse país não admite a ascensão social dos mais pobres
Aqui no Brasil a gente poderia não estar em crise. A gente poderia não estar na situação em que a gente está, porque poderíamos ter tomado decisões mais rápidas. Mas não tomamos. Agora, não é uma coisa do Brasil. Mas se a Dilma está se afastando não é por uma questão econômica. É porque uma parte da elite política e econômica desse país não admite a ascensão social dos mais pobres.
Os mais pobres subiram um degrau na escada social. E isso já começou a incomodar, porque muito pobre começou a andar de avião, ir a restaurante, comprar coisa que era só de 30% da população. Pobre na universidade, nós colocamos em universidade mais jovens na universidade que 100 anos de conservadores, criamos em 12 anos quatro vezes mais escolas técnicas do que eles criaram em 100 anos.
BBC Brasil: Mas essa parcela mais pobre da população que teve ascensão social também está sofrendo com a recessão. E é difícil argumentar que é uma crise global porque a situação do Brasil no momento está pior do que em outros países.
Lula: Onde é que o crescimento foi retomado? Estados Unidos, muito menos do que se imaginava, na Europa, muito menos do que se esperava. A crise no Brasil chegou por último. Alguns anos depois que chegou nos EUA e na Europa. O que que eu acho que o Brasil deveria ter feito? O Brasil tem um mercado interno extraordinário. São 204 milhões de pessoas.
E defendo a ideia de que os pobres nesse país, toda vez que está em crise, os pobres são a solução. Basta que a gente permita que o pobre receba o crédito necessário para poder consumir alguma coisa, e que a gente faça investimentos necessários em infraestrutura, de que o Brasil tanto precisa. Isso não foi feito e a gente está pagando o preço por isso.
E o Brasil vai sair da recessão, todos os países vão sair. E o que vai fazer o país sair da recessão é investimento, consumo e produção. E isso está diminuindo em tudo que é lugar. O que nós temos que admitir é que só para resolver o problema do sistema financeiro já foram gastos mais de US$ 13 trilhões, e ainda não resolveu. Se esses US$ 13 trilhões fossem colocados para financiar desenvolvimento nos países pobres, a gente não teria essa crise durante o tanto que durou.
BBC Brasil: Como isso deixa o legado do seu governo? Um pouco atrás estava se falando no Brasil como superpotência econômica e agora a realidade é totalmente outra, a recessão no pior nível das últimas décadas. O que isso representa para o legado dos 13 anos do governo do PT?
Lula: Primeiro nós temos que ter em conta o que aconteceu até 2014. Até 2014, esse país tinha gerado 22 milhões de empregos formais, enquanto na Europa tinha 100 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Até 2014, todas as categorias tiveram reajuste salarial acima da inflação. Até 2014, a massa salarial brasileira crescia muito e o desemprego era de apenas 4,7%, igual a Dinamarca, Suécia, Noruega, menos do que outros países europeus grandes.
Então o que aconteceu a partir de 2014 foi isso. É que a presidenta se deu conta de que o Orçamento tinha diminuído porque ela fez R$ 500 bilhões de desoneração, ou seja, para manter a economia crescendo.
De repente, a presidenta demorou ou não percebeu que estava entrando menos dinheiro no caixa e ela foi obrigada a fazer uma proposta de ajuste.
Essa proposta de ajuste foi para a Câmara. Ao invés do presidente da Câmara [Eduardo Cunha] colocar em votação, ele começou a apresentar pautas aumentando cada vez mais o gasto, contrário àquilo que a presidente deveria fazer.
Foi se perdendo a confiança. Os empresários não investiam, o Estado perdeu capacidade de investimento e nós chegamos a isso.
Eu sou muito otimista com relação ao Brasil. Quando fui em 2009 a Copenhague para conquistar as Olimpíadas, a gente defendia que o Brasil chegaria em 2016 sendo a quinta economia mundial. Nós tínhamos passado a Inglaterra naquele tempo, nós já éramos uma economia mais rica do que a Inglaterra.
Esse país é muito grande. Não sei se eu sou excessivamente otimista, mas eu sinceramente acho que é muito fácil fazer o Brasil voltar a crescer. É muito fácil.
Não sei se eu sou excessivamente otimista, mas eu sinceramente acho que é muito fácil fazer o Brasil voltar a crescer
O que precisa é acreditar no Brasil e acreditar que nossa solução está aqui dentro, confiando no povo brasileiro e fazendo esse país voltar a acreditar em si próprio como fizemos nos últimos 12 anos.
Não dá para a gente ficar dependendo apenas da economia mundial. Nós temos um potencial interno muito grande, um mercado interno muito forte e um povo precisando de muita coisa.
Portanto, é preciso a gente pensar outra vez que o pobre pode ser a solução do nosso país, e não o problema.
BBC Brasil: O seu partido vem dizendo que a situação econômica irá se deteriorar se o presidente interino, Michel Temer, ficar no mandato. Então o recado para investidores é que se a situação for essa é melhor se afastar do país?
Lula: Pelo contrário. Quando eu fui eleito, em 2002, você sabe o que os economistas e os especialistas diziam? Que o país não tinha jeito. Que o país estava quebrado. Que eu não ia conseguir governar o Brasil.
E o Brasil se recuperou, pagou a sua dívida com o Fundo Monetário Internacional. O Brasil é o único país do G20 que fez superavit primário todo ano.
Quando eu fui eleito, em 2002, você sabe o que os economistas e os especialistas diziam? Que o país não tinha jeito
Quando as pessoas falarem para você que o Brasil tem uma dívida pública alta, você lembre às pessoas que a Alemanha tem mais do que o Brasil, que os Estados Unidos em 2007 tinham 64,8% de dívida pública em relação ao PIB e hoje tem 107%.
E por que aumentou a dívida pública? Para poder fazer a economia crescer.
BBC Brasil: A grande questão é que isso foi longe demais e será muito difícil trazer de volta o equilíbrio econômico.
Lula: É nada. Não é difícil não. Eu, sinceramente, não vou ficar fazendo profecias aqui porque eu vou esperar o que acontece lá. Não é difícil.
Eu acho que tem uma palavra mágica, que vale para qualquer país do mundo, que é credibilidade. É preciso recuperar a credibilidade do país no próprio país. E o importante é fazer que o povo acredite que as coisas vão acontecer. Se o sistema financeiro não tem crédito, se os empresários não confiam na política, se o Estado não tem dinheiro para investir, não tem como acontecer um milagre.
Nós precisamos recuperar a capacidade do Estado de investir, a confiança para o sistema financeiro fazer crédito e do empresário para investir. E isso nós já fizemos. É possível fazer.
Quando você tem uma crise no país, a política existe para isso. O problema não é técnico. Se fosse técnico, eu iria na melhor universidade da Inglaterra, nos EUA ou na Alemanha, pegaria os dez melhores economistas do mundo e colocaria aqui. Mas não vai acontecer, sabe por quê? Porque a decisão é política.
BBC Brasil: O senhor está falando de credibilidade, mas o problema é que para o PT é um momento de muito descrédito por causa de todos os escândalos de corrupção e investigação em andamento. O senhor acha que é o momento de fazer algum pedido de desculpas?
Lula: Eu não. Quem tem que pedir desculpas é quem está inventando acusações. Eu vou te dar um dado impressionante. Você sabe qual era a preferência eleitoral do PT em 2002, quando fui eleito presidente da República? 11%. Você sabe qual é a credibilidade do PT e a preferência eleitoral em 2016? 12%. É o dobro do PSDB. O dobro do PMDB.
Significa que o PT continua sendo o partido de maior credibilidade eleitoral mesmo depois de sete anos de massacre. Sabe por quê? Porque nós temos história. E temos vínculo com a sociedade com nenhum outro partido teve. Obviamente, eu defendo a tese de que toda denúncia de corrupção seja apurada ao limite máximo e que as pessoas envolvidas sejam condenadas. É isso que eu espero do Brasil.
O PT continua sendo o partido de maior credibilidade eleitoral mesmo depois de sete anos de massacre
É por isso que nós criamos leis. É por isso que nós aperfeiçoamos o sistema de investigação no Brasil. O que nós queremos é que as pessoas tenham o direito de se defender. E queremos que as pessoas não sejam condenadas pelas manchetes de jornais.
Se um jornal inglês fizer cinco manchetes dizendo que você é corrupta, mesmo você sendo absolvida pela Justiça, você está condenada diante da sociedade. É isso que está acontecendo no Brasil. O que menos importa é a investigação. O que mais importa é a especulação.
BBC Brasil: Do jeito que as coisas estão caminhando, o senhor tem medo de ser preso?
Lula: Não. Não tenho medo de ser preso. Tenho a consciência de que eles não têm acusação, da minha inocência. Vamos aguardar com a maior tranquilidade possível.
Eu não sou o primeiro ser humano a ser vítima de um processo de calúnia e não serei o último. A história da humanidade está cheia desse tipo de processo. Eu só encontro uma explicação para tentarem fazer o que estão fazendo comigo: é tentar tirar o Lula da vida política desse país. Eu que fiz tão bem.
E no dia da inauguração da Olimpíada eu me senti como o menino do filme Esqueceram de Mim
A coisa é tão grave que todo mundo sabe o esforço que eu fiz para trazer essa Olimpíada para o Brasil. E no dia da inauguração da Olimpíada eu me senti como o menino do filme Esqueceram de Mim. Ou seja, eu não estava presente numa festa em que fui responsável dela vir para cá.
Você pergunta se eu tenho lamentações, frustrações. Eu não tenho porque eu acho que política você não deve fazer esperando agradecimento. A gente faz política porque a gente acredita, faz política por convicção e eu tenho consciência de que vai demorar muito para um governante, um partido, construir um legado como o PT construiu aqui no Brasil.
Porque ninguém nunca cuidou tanto dos pobres desse país como nós cuidamos. Não é só cuidar materialmente, de melhorar qualidade de vida. É cuidar da autoestima desse povo. É acabar com esse complexo de vira-lata. O Brasil passou a ser importante no mundo, interlocutor, protagonista.
Porque eu aprendi desde pequeno que ninguém respeita quem não se respeita. E eu aprendi a me respeitar desde muito cedo.
BBC Brasil: O senhor acha que dá para ignorar o fato de que a situação agora é totalmente diferente de cinco anos atrás, quando era um momento de otimismo no Brasil? São dois momentos muito diferentes. O legado se perdeu?
Lula: É como se uma pessoa com boa saúde, ficasse doente e perdesse a esperança que fosse ficar boa outra vez. Até hoje o mundo se lembra do New Dealfeito por [pelo presidente americano Franklin] Roosevelt. E já faz quanto tempo? Foi na década de 1930. E todo mundo lembra. Aquilo que é bom as pessoas vão lembrar a vida inteira.
Alguém pode querer que as pessoas esqueçam, mas esse país um dia acreditou que era possível ser diferente e o povo sabe disso.
BBC Brasil: Neste caso, o problema é que começou com uma esperança de que havia um futuro promissor e a coisa não se realizou.
Lula: Tem dia que a gente levanta muito bem de saúde e daqui a pouco tem um infarto. Não significa que a vida acabou. Você vai para o hospital, você volta e a luta continua.
O Brasil tem potencial econômico, um povo que gosta de trabalhar, fronteira com 12 países, é um país que estabeleceu relações comerciais com o mundo inteiro. Na minha opinião é fácil o Brasil se recuperar.
BBC Brasil: Qual o legado planejado que as Olimpíadas trariam para o Rio durante o planejamento e como você acha que está no momento atual?
Lula: Você não briga para trazer uma Olimpíada e resolver os problemas sociais do país. Você briga para trazer uma Olimpíada para fazer uma disputa esportiva e mostrar o seu país ao mundo e deixar como legado tudo o que você gastou com as Olimpíadas.
E obviamente que o Rio de Janeiro está muito mais bonito, com muito mais metrô, com uma cara mais limpa, vai ficar muito melhor.
Resolveu todos os problemas? Não. Mas não era para isso. Nós não estamos fazendo as Olimpíadas de restauração do bem-estar social.
Eu tenho certeza que o mundo viu o Rio de Janeiro como nunca em 500 anos. Um povo extraordinário, alegre, simpático. As praças esportivas melhores do que em qualquer país do mundo, Atlanta, Berlim.
Fui à China e as nossas praças esportivas estão muito mais bonitas. Nós somos capazes.
E isso é o mais importante. Que depois das Olimpíadas o povo vai ter transporte melhor, praças melhores, obras extraordinárias, espeço público para eles.
Eu sinceramente acho que ganhamos as Olimpíadas porque a gente estava em um momento de ascensão econômica e política, e porque a crise nos Estados Unidos estava maior do que no Brasil. A crise na Espanha era pior do que no Brasil e nós fomos mais convincentes.
E acho que dificilmente algum país vai conseguir apresentar uma proposta como a do Brasil porque era 100% paixão, 100% alma e 100% razão.
Lamentavelmente os resultados, tanto na Copa do Mundo contra a Alemanha e agora nas Olimpíadas, não são aquilo que a gente esperava, mas eu te confesso uma coisa. Eu faria tudo outra vez. Iria chorar, conquistar a Olimpíada e participar.
BBC Brasil: Com a situação que está hoje, o senhor se preocupa com o país no próximo ano?
Lula: Eu me preocupo todo dia com o Brasil. Eu acho que a gente nesse instante de crise tem que pensar como sair da crise, não ficar discutindo a crise.
Eu dizia, no G20 de 2009, que o problema da crise era a falta de lideranças políticas para decidir politicamente o que tinha que ser feito. E eu acho que aqui no Brasil a gente poderia ter saído da crise mais rápido.
Quando você demora para tomar uma decisão, pode virar um século. Nós demoramos, o Congresso quis prejudicar a presidenta. A presidenta e o governo exageraram na política de desoneração.
É uma lição. A nossa briga agora é para não permitir que os trabalhadores percam aquilo que conquistaram nos bons períodos do país. Aumento de salário, programas sociais que não permitiram que a miséria voltasse.
Lamentavelmente, nós estamos com o desemprego crescendo e isso é muito ruim. O emprego é uma coisa que dá cidadania ao ser humano. O ser humano, se tem emprego, saúde e salário, ele está muito bem.
Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela
Eu torço para o Brasil ficar bem em qualquer momento. Porque se o Brasil estiver mal, eu também estou mal. Se o Brasil for mal, o povo vai sofrer.
Primeiro, eu estou torcendo para dia 29 o Congresso não afastar a Dilma. Eu tenho esperança. Eu sou um homem de muita esperança.
Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela.
E ela vai tentar mostrar para eles o erro que estão cometendo. Se a Dilma não conseguir convencer os 28 senadores [número necessário para evitar o impeachment], ela vai estar fazendo um gesto histórico neste país.
É uma mulher de coragem se expor diante de 81 senadores e ouvir de cada um, olho no olho de cada um, a acusação e poder, olho no olho, se defender.
Eu quero saber como os senadores vão voltar para casa e olhar para suas mulheres, filhos, netos. Eles vão ter que reconhecer que ilegalmente eles afastaram uma pessoa eleita nesse país.
E a história não julga na mesma semana. Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29.

COMENTÁRIO: Aliados pedem a Dilma o impossível

RICARDO NOBLAT - OGLOBO.COM.BR
Blog do NOBLAT

Aliados de Dilma a pressionam para que abra mão de uma defesa técnica e deixe aflorar seus verdadeiros sentimentos

Dilma Rousseff (Foto: Eraldo Peres / AP)

Embora a presidente afastada Dilma Rousseff tenha anunciado que irá pessoalmente ao Senado defender-se das acusações que ameaçam seu mandato, são muitos os políticos dentro e fora do Congresso que não acreditam que ela irá.
Aliados de Dilma a pressionam para que abra mão de uma defesa técnica e deixe aflorar seus verdadeiros sentimentos. A emoção seria o único meio ao seu alcance para tentar convencer os senadores a absolvê-la.
Em cinco anos e pouco de governo, essa Dilma capaz de se revelar emotiva jamais foi apresentada ao distinto público. Nem mesmo por artes e manhas do marketing político. Pede-se a Dilma algo aparentemente impossível. A conferir.

COMENTÁRIO: As nuvens políticas

POR MERVAL PEREIRA - OGLOBO.COM.BR

Uma das frases mais conhecidas sobre política é a do ex-senador e ex-governador mineiro Magalhães Pinto, que comparava sua volatilidade à das nuvens, que mudam de configuração a cada momento. Nada melhor para definir as posições mutantes do presidente interino Michel Temer e da presidente afastada Dilma Rousseff neste momento.
Temer, que se dizia preparado para as vaias que de fato recebeu na abertura dos Jogos Olímpicos no Rio, desistiu de ir ao encerramento, já prevendo que será vaiado novamente. Dilma, que já anunciara que não compareceria à sessão no Senado de seu julgamento, temendo enfrentar as perguntas da situação, decidiu que irá.
Michel Temer comete um gafe diplomática, pois é tradição que o presidente do país que realiza a Olimpíada transmita simbolicamente a missão ao dirigente do país que sediará a próxima edição, desta vez o Japão em 2020. Para tanto, o Primeiro-Ministro Shinzo Abe estará no Rio no domingo, e receberá no Maracanã do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, o bastão simbólico da Olimpíada.
A vaia que certamente seria direcionada a Temer, o será a Maia, que pagará assim o mico presidencial neste momento conturbado da vida política nacional, uma espécie de taxa de insalubridade que lhe permitirá assumir o cargo de Presidente interino quando Temer viajar ao exterior.
A decisão de Temer de não comparecer ao Maracanã, que, como dizia Nelson Rodrigues vaia até minuto de silêncio, é um erro político inexplicável. Ele abre mão das obrigações do cargo que ocupa para preservar-se, criando uma imagem de fragilidade que não ajuda na tarefa árdua que terá quando assumir definitivamente a presidência da República.
Não há uma explicação razoável para a sua falta, ainda mais quando ela cria até mesmo embaraços diplomáticos. Os cerimoniais das duas chancelarias estão tentando montar um encontro entre Temer e Abe foradas vistas do público, para minimizar a consequência da decisão do presidente brasileiro, que mais parece um adolescente malcriado do que um experiente político que tem noção das suas responsabilidades.
Já a presidente afastada fez muito bem, de seu ponto de vista, em mudar de ideia. Sua ausência na sessão do Senado corroboraria a imagem de fraqueza pessoal, justamente o que ficará colado à imagem do presidente interino.
Dilma está tentando reescrever sua história, montando uma narrativa heroica para o que não passa de uma situação normal em democracias maduras. Seu impedimento é resultado de burlas específicas à legislação brasileira, e mostra que nenhum político, por mais popular que seja – não é seu caso – ou por mais votos que tenha tido, tem o direito de presidir o país sem obedecer às leis.
Mas ela insiste na tese do golpe parlamentar, e é essa visão que estará registrada no livro que pretende escrever, no documentário que está sendo feito por seguidores seus e na carta que divulgou recentemente. Não importa se ninguém, além dos militantes da esquerda no Brasil e no exterior, acredita nisso, para ela o importante é seguir nessa toada até o final, quando, perdidos os direitos políticos por 8 anos, estará relegada a um rodapé da História brasileira.
Só será protagonista quando se contar o descalabro ocasionado por seus anos de governo, que colocaram o país na pior recessão econômica já registrada em toda nossa História, e no caos político em que vivemos. Dilma terá na sessão do Senado oportunidade de exercitar mais uma vez o papel de perseguida política, de uma mulher honesta que está sendo condenado por um bando de corruptos que, aliás, fizeram parte de seu governo até outro dia.
Se der sorte, e os governistas não forem cuidadosos em seus questionamentos, poderá repetir a cena de quando, acusada pelo líder do DEM Agripino Maia de ser mentirosa com base em declarações em que admitia ter mentido muito a seus interrogadores quando esteve presa, teve um momento de brilho político ao transformar em um bumerangue a acusação.
É improvável que um imprevisto mude o resultado do julgamento, mas, para Dilma, ir até o fim na defesa de seus pontos de vista é uma saída melhor do que se esconder. Mesmo que sua versão da História não resista às delações premiadas do marqueteiro João Santana e do empreiteiro Marcelo Odebrecht, entre outros, que a estão culpando de diversos atos de corrupção, que ainda serão cobrados pela Justiça.

MUNDO: Sem acordo de governo, Espanha já admite terceira eleição geral

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Apesar de pacto com liberais, Rajoy não acreditaria em aval de socialistas

Rajoy dá coletiva de imprensa após encontro com Rivera - PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

MADRI - O presidente interino do governo espanhol, Mariano Rajoy, chegou a um acordo para tentar efetivar um segundo mandato. Até agora num impasse político por falta de maioria no Parlamento, o conservador aceitou sete condições propostas pelo partido liberal Cidadãos para obter apoio em sua tentativa de formar o Executivo. No entanto, como uma coalizão dos dois ainda não resolveria a paralisia política no país, por somar menos deputados do que a maioria absoluta no Parlamento, ele já admitiria uma provável terceira eleição.
— Pedi a Rajoy duas coisas: primeiro, que assine o pacto anticorrupção, e ele aceitou. A segunda coisa é que não passe de hoje a definição da data de investidura (a votação para ratificá-lo como chefe do governo), e Rajoy se comprometeu a marcá-la nesta tarde (de ontem). Portanto, as duas premissas foram cumpridas — afirmou Albert Rivera, líder do Cidadãos.
Rajoy então comunicou à presidente do Parlamento, Ana Pastor, que está pronto a se submeter ao processo. Ela marcou para 30 de agosto o início das sessões no Parlamento que definirão se ele tomará posse ou não para o segundo mandato formal — até o momento, continua no cargo de maneira provisória. A primeira votação, para a qual ele precisará de maioria absoluta, será realizada no dia 31; a segunda será no dia 2 de setembro.
O conservador, líder do Partido Popular (PP), não entrou em detalhe sobre os acordos costurados com Rivera, que incluem uma reforma da lei eleitoral, a ampliação de medidas de transparência e a retirada da imunidade de parlamentares investigados. Tema de divisão entre o PP e os demais partidos, o pacto anticorrupção aceito prevê criar uma comissão parlamentar para investigar casos como o Bárcenas — em referência a Luis Bárcenas, ex-tesoureiro da sigla, acusado formalmente em diferentes episódios de corrupção. Esta comissão avaliaria ainda um suposto financiamento ilegal ao PP, que será julgado pelo sumiço de arquivos referentes a pagamentos internos que passavam pelas mãos do ex-tesoureiro.
— Não viemos falar de condições (para apoio). Vocês nunca me escutarão dizer isso — retrucou Rajoy a repórteres.
PARALISIA POLÍTICA
O país vive uma paralisia política desde que as eleições de dezembro e junho resultaram nos Parlamentos mais fragmentados em quatro décadas. O PP, no poder desde 2011, ganhou 137 assentos nas últimas eleições — 39 menos do que a maioria necessária de 176 dos 350 lugares — e precisa do apoio de outros grupos para que a sua posse seja aprovada. Em ambas as votações, ficaram atrás respectivamente o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, 85 cadeiras), o Podemos (esquerda, 71) e o Cidadãos (centro-direita, 32) — os dois últimos tiraram a hegemonia bipartidária do PP e do PSOE.
Até o momento, as tentativas de acordo para governar fracassaram. O apoio solitário do Cidadãos não daria maioria a uma coalizão chefiada por Rajoy. Sem sucesso em suas primeiras incursões, ele teve de abrir mão de investiduras para que o PSOE tentasse — em vão — encabeçar uma coalizão com apoio do Podemos e de outras siglas menores de esquerda.
Trancos e barrancos. Rajoy (esquerda) e Rivera buscam um entendimento: mesmo com acordo, divergências persistem e falta maioria estável - JAVIER BARBANCHO / Javier Barbancho/REUTERS

O acordo entre PP e Cidadãos precisaria ainda do aporte socialista para chegar a uma maioria estável de governo e evitar uma terceira eleição. Rajoy exortou o líder do PSOE, Pedro Sánchez, a fazer concessões para se juntar a ele e acabar com o impasse político, ou ainda que o socialista se abstenha na investidura e dê aval a um governo de minoria.
— Se não tivermos uma colaboração, teríamos que ir a novas eleições e estaríamos diante de um fracasso sem precedentes — advertiu.
Apesar do tom firme de Rajoy, o diário “El Mundo” diz, com base em diversas altas fontes do PP, que ele trabalha com a probabilidade concreta de ser vetado pelo PSOE. Pelo calendário previsto, isto levaria a uma nova eleição geral, que aconteceria em pleno Natal: 25 de dezembro.
— Vamos ver se Sánchez tem coragem de levar 36 milhões de espanhóis às urnas para repetir a eleição no dia de Natal — alfinetou o líder do PP na Catalunha, Xavier García Albiol.
Sánchez saudou a decisão de marcar a investidura, mas indicou qual será seu voto. “Por ética e coerência, o PSOE não virará uma muleta do PP”, disse o perfil institucional do partido no Twitter.
O líder do Podemos, o eurodeputado Pablo Iglesias, insinuou que sua sigla e o PSOE estão “dispostos a explorar uma possibilidade de governo conjunto caso Rajoy não consiga formar”. Sánchez negou ter acordo fechado.
— São contatos habituais — desconversou um porta-voz ao “El País”.
Durante os meses de impasse desde a eleição de novembro, os dois partidos não conseguiram apresentar uma alternativa a Rajoy por divergirem de questões-chave como a ampliação de políticas de bem-estar social e a permissão para um referendo separatista na Catalunha. Analistas temem que o processo se arraste.
— Se o roteiro for seguido, o PSOE dirá ‘não’ na primeira sessão e talvez na segunda. Depois veremos se aceitará negociar para evitar novas eleições — avaliou à AFP o cientista político Pablo Simón.
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