sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ECONOMIA: Dólar cai pelo 2º dia e fecha a R$ 3,759; queda na semana é de quase 5%

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (9) em queda de 0,9%, a R$ 3,759 na venda. É a segunda baixa seguida e o menor valor de fechamento desde 1º de setembro, quando o dólar valia R$ 3,688. 
Na véspera, o dólar já tinha caído 2,17%. 
Com isso, a moeda norte-americana fecha a semana com baixa de 4,74%. No mês, o dólar acumula queda de 5,21%. No entanto, em 2015, ainda tem valorização de 41,38%.
Cenário internacional 
Investidores se mantiveram otimistas um dia após a ata da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) reforçar apostas de que a entidade só elevará os juros nos Estados Unidos no ano que vem.
A ata da reunião de setembro mostrou que o Fed acreditava que a economia do país estava próxima de justificar aumento de juros em setembro, mas seus membros decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.
"Ao deixar evidente sua falta de segurança no que tange à elevação dos juros do país..., a instituição [Fed] justifica sua conduta e motiva o investidor a partir para o risco novamente", escreveu o operador da Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, em nota a clientes.
Taxas de juros mais altas nos EUA preocupam investidores, pois podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.
Cenário nacional
O mercado continuava atento à política brasileira, que ainda pode voltar a pressionar o dólar.
Investidores estavam de olho no desenrolar da análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional, adiada duas vezes esta semana por falta de quórum.
Também avaliavam a rejeição das contas públicas de 2014 proposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que abre espaço para um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O parecer pela reprovação não significa que as contas foram reprovadas. Elas ainda precisam ser julgadas pelo Legislativo.
"Não dá para saber até quando essa queda [do dólar] se sustenta", disse à agência de notícias Reuters o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. "Se piorar muito, a tendência é voltar tudo", afirmou, referindo-se à cotação do dólar acima de R$ 4 atingida em setembro.
Atuações do BC
O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.
Até agora, o BC já rolou US$ 3,581 bilhões, ou cerca de 35% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com Reuters)

COMENTÁRIO: Rebelião institucional

Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

A presidente Dilma Rousseff precisa ser como os gatos, que caem de pé e têm sete vidas. Ela vai perdendo uma vida no Tribunal de Contas da União, outra no Tribunal Superior Eleitoral, mais uma no Supremo Tribunal Federal e, todo santo dia, ela morre um pouco no Congresso. Haja fôlego!
Isoladamente, nada disso tem um efeito mortal. Nem o TCU, nem o TSE, nem o STF (neste caso específico), nem a falta de quórum para a votação de vetos presidenciais no Congresso são suficientes, em si, para aniquilar as condições de governabilidade e derrubar Dilma. O problema é que eles não são movimentos isolados. Estão profundamente interlaçados.
O TCU, órgão de assessoramento do Congresso para monitorar, investigar e julgar as contas públicas, não é de reprovar facilmente contas de presidentes, tanto que as últimas rejeitadas foram de Getúlio Vargas, 78 anos atrás. Se foi sempre assim, bem que o tribunal poderia fechar os olhos e deixar para lá as “pedaladas” de Dilma, Guido Mantega e Arno Augustin.
O TSE, que julga contas, mandos e desmandos de campanha, é tradicionalmente bonzinho. Podia até mostrar as garras para governadores e prefeitos, mas nunca foi de rugir e ameaçar presidentes da República e seus vices. Logo, poderia deixar passar em branco os jeitinhos da chapa Dilma-Michel Temer.
O STF é outra história, mas, aqui entre nós, o governo tinha lá suas razões ao reclamar que o relator Augusto Nardes vinha antecipando o voto dele havia dias, semanas, meses. Independentemente do mérito desse voto, preparado com esmero por 14 técnicos do TCU, a verdade é que dez entre dez leitores de jornais e revistas sabiam como ele iria votar. E a Lei Orgânica da Magistratura está em vigor, pois não?
O Congresso: Dilma deu tudo para saciar a sede e a fome da base aliada, especialmente do PMDB. Pela praxe, deveria ganhar pelo menos as primeiras votações. Mas não. Perde uma atrás da outra e não consegue quórum para confirmar importantes vetos presidenciais. Nem o PMDB, empanturrado com sete ministérios, inclusive o da Saúde, comparece em peso.
Então, que revolução é essa nessas instituições, na mesma hora, com a mesma intensidade e na mesma direção? As sucessivas e contundentes derrotas de Dilma, na verdade, estão conectadas e são desdobramentos de um pecado original: a arrogância do PT que, no poder, achou que podia tudo, nas contas, no governo, nas estatais, nas eleições. E esse pecado é agravado pelos vícios da própria Dilma, que achincalhou a economia e tem reprovação recorde na opinião pública. 
O TCU tem 106 bilhões de motivos para reprovar as contas de governo em 2014, o TSE tem bilhões de causas na Petrobrás para impugnar as contas da última campanha, o Congresso pode alegar que apenas defende funcionários do Judiciário, aposentados e pensionistas. Mas, independentemente do mérito, de haver ou não boas razões, TCU, TSE e Congresso só se rebelam assim e só dão gritos tão estridentes contra o Planalto por causa do ambiente político. Fraca, com o governo ao deus-dará, a economia em queda livre e a popularidade no chão, Dilma perdeu virou alvo fácil.
Ela demorou tempo demais para captar a gravidade da situação, engolir o orgulho, assumir os erros, dar as guinadas que precisava dar. Agora, tudo parece tardio, inócuo, vazio. Ela anuncia a reforma ministerial numa sexta, dá posse aos ministros na segunda e, já na terça, em vez de melhorar, sua posição só piora até mesmo no grande beneficiário, o PMDB.
As instituições estão cumprindo cada vez mais o seu papel também porque o país avança e amadurece, mas principalmente porque a pressão para mudar e por mais ética e moral não é de dentro para fora, mas de fora para dentro. No fundo, por trás de cada voto dos ministros do TSE, do TCU e do Supremo havia milhões de cidadãos e cidadãs que querem lisura, justiça e um país melhor para o futuro.

POLÍTICA: Sessão do Congresso para analisar vetos vai ficar para novembro

ESTADAO.COM.BR
RICARDO BRITO - O ESTADO DE S. PAULO

Secretaria-Geral informa não haver convocação para a próxima terça, como pretendia o governo

Brasília - Não haverá sessão do plenário do Congresso na próxima terça-feira, 13, para a apreciação dos vetos presidenciais. A informação foi repassada ao Broadcast Político pelo secretário-geral da Mesa Diretora do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho. "Não está convocada", disse. A Secretaria-Geral da Mesa do Senado é a responsável, nas sessões do Congresso, por auxiliar o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na organização dos trabalhos legislativos.
Renan já avisou a aliados que a tendência é convocar a sessão do Congresso apenas em novembro. Ele pretende seguir o regimento interno, que dispõe que a sessão conjunta das duas Casas Legislativas tem de ser convocada na terceira semana de cada mês. Desta forma, deve ficar para o dia 17 do mês que vem. Ainda pesa contra uma convocação extraordinária na terça o fato de que um dia antes é feriado de 12 de outubro. 

Congresso Nacional, em Brasília. A sede do Legislativo participa do Outubro Rosa

Nesta semana, uma rebelião da base aliada da Câmara fez, por dois dias seguidos (terça, 6, e quarta, 7), com que a sessão do Congresso fosse derrubada por falta de quórum mínimo para que houvesse votação dos vetos presidenciais. Mesmo estando na Casa, os deputados não registraram presença. A manobra mostrou que a reforma ministerial feita na semana anterior pela presidente Dilma Rousseff foi insuficiente para reorganizar a base aliada.
Constam da pauta do Congresso a apreciação de vetos que preveem o reajuste dos servidores do Poder Judiciário, que tem impacto, segundo dados do governo, de R$ 36,2 bilhões até 2019, e o que atrela o aumento do salário mínimo a todos os benefícios do INSS, o que representa uma despesa extra de R$ 11 bilhões em idêntico período.
Apesar de não ter havido votação dos vetos do Congresso, o governo diz ter votos suficientes, ao menos no Senado, para impedir a derrubada das propostas. São necessários o apoio de pelo menos 257 deputados e 41 senadores para que um veto presidencial seja revisto pelo Legislativo.

DENÚNCIA: PF: Montadora pagou por 'vantagens' em ministério

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BRESCIANI E JAILTON DE CARVALHO

Caoa teria feito pagamentos e Fernando Pimentel seria o beneficiário

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em reunião dos governadores do Sudeste para discuir a crise econômica - Gabriel de Paiva / Agência O Globo / Arquivo 30/06/2015

BRASÍLIA — Relatório da Polícia Federal na Operação Acrônimo afirma que a empresa Caoa (fábrica da Hyundai no Brasil) fez pagamentos de “vantagens indevidas” a empresas de fachadas do empresário Benedito Rodrigues, o Bené, em troca da “intermediação de interesses privados” da empresa no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os atos mencionados no relatório foram assinados por Mauro Borges, ex-ministro e atual presidente da Cemig. Ele sucedeu Fernando Pimentel (PT-MG), atual governador, que é apontado pela PF como beneficiário de recursos que passavam pelas empresas de Bené. Foi com base em registros obtidos no celular do empresário que a PF faz a relação entre as decisões e os repasses. Bené é amigo de Pimentel e foi preso na Operação.
Em fevereiro de 2014 Bené fala ao mesmo tempo com Borges e o presidente da Caoa, Antonio Maciel Neto, por meio de mensagens de texto. No dia 27 daquele mês, Bené diz a Maciel Neto que seu “amigo” está em Brasília. Na madrugada do dia 28 manda outra mensagem afirmando que tratou com o “substituto dele” sobre o tema que interessa ao presidente da montadora. Para a PF, o amigo é Pimentel e o substituto é Mauro Borges, que tinha assumido o ministério dias antes.
No dia 28, Maciel Neto manda mensagem para Bené dizendo que está mandando um “portador” ao ministério às 13h30 e pede ajuda ao empresário para que a “assinatura” ocorra ainda nesse dia. Por volta das 16 horas, Bené responde afirmando para que a entrega seja feita para Rubens Gama, que foi chefe de gabinete de Borges, ou para o próprio ministro. Quatro horas mais tarde, Maciel Neto afirma que “seu pessoal” está desde as 13h30 no escritório do ministro e pede ajuda novamente a Bené. Minutos depois, o empresário aciona diretamente o ministro:
“Opa! Se você puder botar pra andar aquele assunto q te falei ontem. Abs (sic)”, escreveu Bené para Borges.
O ministro responde apenas com um “Ok”. Bené, então, envia mensagem a Maciel garantindo a assinatura. Às 22h27, o ministro manda para Bené uma mensagem: “Assinei”. O empresário agradece e informa ao presidente da montadora. Somente no dia 12 de março de 2014 há o registro de nova troca de mensagens entre Bené e Maciel Neto. O empresário pede para o presidente da montadora “dar uma checada pois não apareceu nada até o momento”. Meia hora depois, Maciel Neto responde para Bené que o assunto foi resolvido. Nesse dia, a Caoa faz um repasse de R$ 450,4 mil para a Bridge Participações, uma das empresas de fachada de Bené.
Bené e Maciel Neto trocaram mais mensagens entre março e maio de 2014. O presidente da montadora repassa informações e pede que o empresário lhe telefone para falar do “segundo projeto”. Em maio, a Caoa faz mais dois repasses a empresas de Bené totalizando R$ 469,2 mil. No mesmo mês, portaria assinada por Borges habilitou a Caoa em um programa de incentivo do ministério, o Inovar Auto.
RELATÓRIO TRAZ CONVERSAS AO TELEFONE
Outros registros no celular do empresário tratam de uma portaria do programa. Um e-mail de 4 de agosto de 2014 tem como título “portaria que Mauro precisa ver”. O resumo diz que se trata de rastreabilidade de autopeças. No mês seguinte, portaria assinada pelo ministro faz regulamentação complementar ao Inovar Auto e trata da rastreabilidade. No dia seguinte à publicação da portaria, há o registro de que Bené se registrou em uma rede com o título “Dr. Caoa”.
O relatório trata ainda de outros registros de conversas de Bené que mostrariam encontros de Pimentel com Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da Caoa. A PF fala também da proximidade de Bené com Pimentel. Cita registro de uma mensagem em que o empresário afirma que vai almoçar no apartamento de Fernando na “114 sul”. Carolina Oliveira, primeira-dama de Minas Gerais, morava em um apartamento nessa quadra em Brasília na época. A PF destaca que as empresas de Bené receberam ao todo R$ 2,1 milhões da Caoa para serviços de consultoria. Para os investigadores, as empresas são de fachada e não teriam qualquer condição de prestar os serviços descritos nos contratos com a montadora.
O advogado José Luiz de Oliveira Lima, que defende Bené, disse que o o processo é sigiloso e “no momento oportuno todos os esclarecimentos serão prestados”. O GLOBO também procurou os advogado José Roberto Battochio, que defende a Caoa, e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Pimentel, mas não houve retorno às ligações. Mauro Borges não foi localizado.

ECONOMIA: Inadimplência atinge mais da metade das empresas no Brasil

FOLHA.COM
CLAUDIA ROLLI, DE SÃO PAULO

Carlos Junior - 17.ago.2015/Folhapress

O Brasil registrou 4 milhões de empresas inadimplentes, mais da metade das 7,9 milhões de empresas em operação, segundo critérios da Serasa Experian (é considerada em operação a empresa que teve o CNPJ consultado no último ano e que consta em atividade na Receita).
Juntas, as empresas inadimplentes somam dívidas de R$ 92 bilhões, segundo dados de agosto da Serasa.
O volume é o maior desde julho do ano passado, quando a inadimplência no setor produtivo chegou a 3,5 milhões de devedoras, com
R$ 80 bilhões em débitos.
São dívidas em média com 30 dias de atraso e que constam no cadastro da Serasa Experian, dona do maior banco de dados de crédito do país.
As inadimplentes devem a bancos, deram cheques sem fundo, tiveram títulos protestados ou enfrentam ações judiciais porque não pagaram a fornecedores ou funcionários. Há casos ainda de empresas que entraram em recuperação judicial (processo em que pede prazo para negociar com credores).
Com o aumento dos juros, mais restrições para obter crédito e queda nas vendas, essas empresas enfrentam mais dificuldade para manter as contas em dia.
"O quadro de recessão na economia afeta diretamente o ritmo de negócios e a geração de caixa das empresas", diz Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa.
INADIMPLÊNCIA CRESCENTE - Número de empresas devedoras cresce neste ano
Do total de empresa inadimplentes, 46% estão no comércio (varejo de bebidas, vestuário, veículos, eletrônicos e outros); 44% no setor de serviços (bares, restaurantes, turismo, salões de beleza) e 10% na indústria.
Nove em cada dez inadimplentes são de micro e pequeno portes. Metade delas está na região Sudeste.
EM ALTA
Economistas e empresários acreditam que a tendência é de a inadimplência continuar subindo - entre empresas e entre as pessoas físicas.
"Com a queda nas vendas e os juros nas alturas não há mudança nesse cenário [de endividamento]", diz Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.
No setor industrial, a situação não é diferente. "As empresas estão enfrentando mais dificuldade nas vendas de prazos mais longos, em que existe mais necessidade de capital de giro", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de competitividade da Fiesp.
"E também para discutir alternativas de refinanciamento de dívidas e tomar novos créditos pela falta de perspectivas de melhora do cenário", acrescenta o executivo.
Patrícia Krause, economista-chefe da Coface (empresa especializada em seguro de crédito) para a América Latina, destaca ainda o forte impacto da variação cambial, especialmente no setor industrial, e da elevação da tarifa de energia como fatores que contribuem para agravar a situação do setor. "Estão cada vez mais recorrentes os pedidos de recuperação judicial."
"A condição de capital próprio também vem se deteriorando nos anos recentes o que tem limitado opções e forçado as empresas a deixarem de honrar seus compromissos, elevando a inadimplência", avalia Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi, associação que reúne as instituições de crédito e financeiras, ao lembrar que o planejamento financeiro das empresas tem sido mais afetado neste ano.
"Uma reversão desse quadro depende antes que tudo de sinalização positiva na economia, algo que ainda está em perspectiva insuficiente para mudar as expectativas e futuramente trazer de volta a confiança dos agentes econômicos", completa o economista.
PESSOA FÍSICA
A Serasa Experian também registrou que 3,1 milhões de consumidores entraram na lista de inadimplentes de dezembro de 2014 a agosto deste ano.
Existem no Brasil 57,2 milhões de pessoas endividadas com bancos (financiamento de carros, imóveis), com o varejo e com contas de consumo (luz, água, telefone) em atraso. Juntos esses consumidores devem R$ 246 bilhões.
Esse conjunto de endividados representa 39% do total da população adulta do país - ou seja, com 18 anos ou mais. "Equivale dizer que a cada dez consumidores adultos quatro estão inadimplentes no Brasil;", ressalta Rabi.
O desemprego e a inflação elevada são os principais fatores para explicar o aumento do endividamento entre as pessoas físicas.
"Os reajustes salarias, menores neste período de crise, também complicam a renda do trabalhador. Com menos dinheiro no bolso, fica mais difícil para o consumidor quitar as dívidas", afirma Solimeo, economista da associação comercial.

ECONOMIA: Pesquisa: inflação faz brasileiro cortar gasto com roupa, lazer e comida

Do UOL, em São Paul



Casso/UOL

A alta da inflação, que em setembro acumulou 9,5% (em 12 meses), o maior índice desde 2003, fez os brasileiros apertarem os cintos e deixar de gastar com roupas, lazer e até comida.
É o que mostra um levantamento realizado pela Hello Research, agência especializada em pesquisa de mercado com 2.002 pessoas em mais de 70 cidades de todas as regiões do país.
Dos entrevistados, 84% afirmaram que tiveram de cortar custos nos últimos 12 meses por conta da inflação.
Roupas e lazer foram as categorias mais escolhidas para diminuição dos gastos, com 71% e 69%, respectivamente.
Na sequência aparecem "alimentação fora do lar" e "viagens", com 65% cada.
Em seguida, "serviços" (60%), "alimentação em casa" (56%) e "educação" (33%).
A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Redução de gastos chegou a 91% nas regiões Norte e Sul
A redução de gastos foi mais relatada nas regiões Norte e Sul. 91% dos moradores pesquisados dessas regiões informaram ter cortado despesas por medo da inflação.
Por faixa etária, os brasileiros entre 36 e 45 anos foram os que mais afirmaram ter de reduzir gastos (88%).
Veja, a seguir, os resultados da pesquisa
Por faixa etária
36 a 45 anos: 88%
46 a 59 anos: 85%
26 a 35 anos: 83%
18 a 25 anos: 82%
Mais de 60 anos: 79%

Por região
Norte: 91%
Sul: 91%
Centro-oeste: 90%
Sudeste: 82%
Nordeste: 80%

CASO PETROBRAS: Cunha repete teor de nota e alega haver tentativa de transformá-lo no 'alvo principal' da Lava Jato

ESTADAO.COM.BR
DAIENE CARDOSO - O ESTADO DE S. PAULO

Após notícia de que contas na Suíça tem endereço de seu condomínio no Rio, peemedebista volta a criticar 'vazamento seletivo'

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), divulgou nota na manhã desta sexta-feira, 9, em que reitera desconhecer fatos envolvendo investigações sobre contas secretas na Suíça das quais seria beneficiário e critica o que chama de "vazamento seletivo" de informações da Operação Lava Jato. "Refutamos a tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação", diz o texto distribuído nesta manhã pelo gabinete da presidência da Casa.
O conteúdo da mensagem é o mesmo de nota divulgada na semana passada. Cunha tem evitado comentar as denúncias de que ele e sua família teriam contas em bancos suíços, alegando que não mentiu em depoimento à CPI da Petrobras, e diz que, assim que for notificado oficialmente, seus advogados se pronunciarão sobre o assunto.

Cunha já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro.

Na quinta-feira, o site do jornal O Globo revelou que registros de contas na Suíça atribuídas a Cunha têm o endereço na Barra da Tijuca, no Rio, onde o presidente da Câmara mora. Duas das quatro contas no Julius Baer foram fechadas em abril de 2014, um mês após a Operação Lava Jato ser deflagrada.
Assim como na nota da última semana, a assessoria da Câmara incluiu novamente trecho de texto divulgado em 20 de agosto no qual ataca o fato de não haver "nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado". O texto afirma que os escândalos na Petrobrás foram "patrocinados" pelo partido e seu governo. 
"Diante desses fatos, causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara, em contrapartida ao silêncio sobre fatos graves que não foram objeto de divulgação alguma", diz a nota desta manhã. A assessoria da Câmara diz que Cunha segue "absolutamente tranquilo e confiante" na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (STF).

ECONOMIA: Cenário externo favorece e dólar recua 0,79%, a R$ 3,764

OGLOBOCOM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Na mínima, moeda chegou a R$ 3,737; Bolsa sobe 0,35%, nova alta seguida

Inspeção de notas de dólar - Andrew Harrer / Bloomberg News

SÃO PAULO - O dólar comercial tem um novo pregão de enfraquecimento ante o real e outras moedas de países emergentes, ainda refletindo as expectativa de postergação do aumento dos juros nos Estados Unidos. Às 10h41, a moeda americana era negociada a R$ 3,762 na compra e a R$ 3,764 na venda, um recuo de 0,79%. Na quinta-feira, a divisa já havia recuado 2,14%, a R$ 3,794. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa sobe 0,35%, aos 49.280 pontos, entrando em seu nono pregão de ganhos consecutivos.
Na mínima, a divisa chegou a R$ 3,737. A moeda americana perde força com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que os juros não devem subir neste ano. A ata da última reunião de política monetária, divulgada na quinta-feira, mostrou que a autoridade monetária dos Estados Unidos está preocupada com a desaceleração da economia global e que isso tem contribuído para a manutenção das taxas de juros em níveis próximos ao zero. Para analistas, é baixa a probabilidade de um aumento de juros nos Estados Unidos ainda esse ano.
A retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos e a expectativa em relação ao aumento dos juros têm contribuído para a desvalorização do dólar em todo mundo desde o ano passado. Agora, com esse adiamento, os investidores internacionais ficam mais propensos a tomar risco, e aí direcionam parte de seus recursos para outras economias, como a dos países emergentes. Com mais entrada de recursos, as moedas desses locais tendem a se recuperar. O peso colombiano também tem alta em torno de 1% nesta sexta-feira, assim como o dólar australiano. O “dollar index”, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de dez moedas, cai 0,42%.
Alguns emergentes se beneficiam ainda da recuperação do preço do petróleo. Desde a semana passada, com a redução dos estoques, o preço da matéria-prima está em recuperação. O barril do tipo Brent, que estava sendo negociado pouco acima dos US$ 42 em agosto, nesta sexta-feira tem alta de 0,57%, a US$ 53,35.
Já no campo interno, seguem as preocupações com a fraca articulação política do governo, que impede a votação das medidas de ajuste fiscal, o que pode causar volatilidade nos negócios dos mercados financeiros, mas que acaba sendo minimizada pelo maior apetite ao risco no cenário global.
Há o temor de que, sem a melhora das contas públicas, o país perca o grau de investimento em outras agências de classificação de risco. No mês passado, a Standard & Poor’s retirou esse selo de bom pagador do Brasil, mas a Moody’s e a Fitch ainda não fizeram essa alteração.
“Internamente, os esforços do Planalto para a aprovação dos vetos presidências no Congresso, agora marcado para a próxima terça-feira, além das manobras da presidente e de seus aliados no sentido de impedir a abertura do processo de impeachment, compõe o complicado cenário político”, lembrou Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.
NONA ALTA SEGUIDA
A Bolsa opera em alta pelo nono pregão seguido. Na avaliação de Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, a menor aversão ao risco também favorece os negócios na Bolsa, apesar do ambiente político ainda conturbado - embora a expectativa é que o governo consiga ter um maior protagonismo na articulação com a base aliada e, assim, aprovar algumas medidas do ajuste fiscal.
— A interpretação do mercado após a ata do Fed é é que o processo de normalização dos juros nos EUA ficou para 2016. Sendo assim, a disponibilidade de investimentos para mercados emergentes aumentou sem a competição da alta dos juros na maior economia do mundo — explicou.
As ações de maior liquidez operam em alta. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registram alta de 1,14%, cotados a R$ 8,85, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançam 1,30%, a R$ 10,89. No caso das PNs da Vale, a alta é de 2,07% e, nas ONs, de 2,94%.
No exterior o pregão também é de ganhos. O DAX, de Frankfurt, sobe 1,15%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, tem alta de 0,92%. Já o FTSE 100, de Londres, tem valorização de 0,86%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 0,21% e o S&P 500 registra variação positiva de 0,88%.

ECONOMIA: Em crise, concessionária Morena Veículos perde prédio na Pituba

METRO1

Foto: Reprodução/ Bocão News

Após entrar em recuperação judicial para evitar a falência, a concessionária Morena Veículos, liderada pelo Grupo MC, vai deixar de funcionar no estabelecimento localizado na Avenida Magalhães Neto.
O prédio será desativado no fim do mês. De acordo com o site Bocão News, o Grupo MC emitiu uma nota confirmando a crise. No comunicado, o Grupo MC anunciou nesta sexta-feira (9) que iniciou "uma restruturação empresarial por meio de recuperação judicial". Os funcionários e equipamentos serão relocados para a loja da Avenida Luis Eduardo Magalhães e o prédio ficará com o banco Itaú como forma de pagamento.

ECONOMIA: Shoppings de Salvador já demitiram 1,6 mil funcionários em três meses

METRO1 

Foto: Divulgação/Salvador Shopping

Em meio aos tempos de crise vividos pela economia brasileira, a oferta nos postos de trabalho tem caído drasticamente na capital baiana. Desde o mês de julho, as lojas instaladas em shoppings de Salvador demitiram pelo menos 1,6 mil funcionários, de acordo com informações de associações de lojistas ao jornal Correio.
Segundo a Pesquisa Mensal do Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entre janeiro e julho deste ano, 15,2 mil comerciários foram demitidos na capital.
A análise da Superintendência de Estudos Econômicos (SEI) a respeito da pesquisa afirma que a queda no comércio varejista do estado é atribuída à falta de confiança dos empresários e dos consumidores na economia. "Desde julho, tivemos uma queda expressiva de 20% nas vendas. Isso tem a ver com a crise e foi agravado pela cobrança de estacionamento", afirmou o presidente da Associação de Lojistas do Salvador Shopping, Humberto Paiva, ao jornal.

FRAUDE: PF prende empresário Wagner Canhedo Filho por suspeita de fraude de R$ 875 mi

Do UOL, em Brasília

A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (9) o empresário Wagner Canhedo Filho, principal gestor do grupo Canhedo, que atua nos setores de hotelaria e de transportes no Distrito Federal.
Canhedo Filho é investigado por suspeita de fraude à execução fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A prisão do empresário, segundo informou o MPF (Ministério Público Federal), tem o objetivo de garantir o fim de práticas adotadas para impedir a execução de dívidas tributárias.
O empresário é filho de Wagner Canhedo, que comprou a Vasp (Viação Aérea São Paulo) na década de 1990. A empresa decretou falência em 2008, com dívidas superiores a R$ 1,5 bilhão.
A Procuradoria da Fazenda Nacional estima que as fraudes cometidas pelo grupo empresarial tenham causado um prejuízo de R$ 875 milhões aos cofres públicos. O caso é apurado desde o ano passado pelo MPF e pela Polícia Federal.
A principal suspeita investigada é a de que Canhedo Filho usava empresas fantasmas, abertas em nomes de laranjas, para movimentar o dinheiro do grupo empresarial. Isso impedia o cumprimento de execuções fiscais –a cobrança de dívidas por meio da Justiça.
A pedido dos investigadores, a Justiça proibiu o empresário de deixar o país.
O UOL ainda não conseguiu entrar em contato com o advogado do empresário.

DIREITO: Polícia faz operação e apreende veículos em casa de bilionário baiano

METRO1

Foto: Reprodução/AE/IG

A polícia faz uma operação na casa do empresário baiano João Carlos Cavalcanti, conhecido como JC, na manhã desta sexta-feira (9). Bilionário, ele é conhecido no mundo da geologia como o ‘farejador de minérios’ depois de ter descoberto minas gigantes de fosfato, ferro e níquel ao lado de sócios como Daniel Dantas, Eike Batista e os Ermírio de Moraes, antigos donos do grupo Votorantim.
Oito veículos estão sendo apreendidos na casa do empresário, localizada no condomínio Encontro das Águas, em Lauro de Freitas. Cinco deles são da coleção particular de carros clássicos do bilionário, entre os veículos um Cadilac ano 56. Os carros serão penhorados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo para o pagamento da dívida de R$ 3 milhões com a empresa de investimentos Latour Capital Partner.
De acordo com os advogados da empresa, na conta de JC Cavalcanti só tinha R$ 4 mil e a medida precisa ser cumprida já que o empresário é "listado pela FORBES como a quinta maior fortuna do nordeste e inegavelmente conhecido e influente na Comarca de Lauro de Freitas". Um avião de JC já se encontra em leilão.
Confira a lista de veículos apreendidos pela polícia: 
1) FORD F-1959, Modelo 1959;
2) GM - Chevrolet, Ano 1955, Modelo 1955;
3) GM - Chevrolet, Ano 1955, Modelo 1955;
4) IMP - GMC, Ano 1948, Modelo 1948;
5) IMP - Cadillac, Ano 1956, Modelo 1956;
6) Ford F250 XLT L, Ano 200, Modelo 2001;
7) TOYOTA Land Cruiser PR, Ano 2005, Modelo 2006;
8) JEEP Wrangler 3.8L, Ano 2007, Modelo 2007.

DIREITO: STJ - Quarta Turma afasta penhora de imóvel que garantiu dívida do filho da proprietária

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) vetou a penhora de um imóvel dado como garantia de empréstimo em favor do filho da proprietária. Os ministros concluíram que, quando o imóvel caracterizado como bem de família é oferecido em garantia, a hipoteca só poderá ser executada se a dívida tiver sido contraída em benefício da própria unidade familiar.
“Nas hipóteses em que a hipoteca é suporte a dívida de terceiros, a impenhorabilidade do imóvel deve, em princípio, ser reconhecida”, afirmou ministro Luis Felipe Salomão, relator do caso. Segundo ele, a instituição financeira, ao aceitar a garantia, sabia de suas características, principalmente que não pertencia ao devedor e que poderia ser considerada impenhorável.
A sentença havia reconhecido a impenhorabilidade, mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul entendeu que a proprietária, ao entregar seu único imóvel residencial em garantia da dívida do filho, renunciou à proteção da Lei 8.009/90.
Direito de habitação
Salomão explicou que o benefício da impenhorabilidade não se destina unicamente à proteção da moradia do devedor inadimplente, mas à garantia do direito de habitação da família, que nem sempre é quem se beneficia da dívida contraída.
O colegiado levou em conta que a dívida foi feita para quitar compromissos pessoais do devedor, que morava com a família em cidade diferente daquela onde residia sua mãe. Segundo Salomão, não se pode presumir que o ato de disponibilidade do imóvel tenha favorecido a mãe do devedor.Por isso, concluiu, não incide a exceção do artigo 3º, inciso V, da Lei 8.009/90, que diz que a impenhorabilidade não pode ser invocada em caso de execução de hipoteca sobre imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela família.

DIREITO: STJ - Juiz pode rejeitar ação civil pública proposta por “associação de gaveta”

Mesmo sem ter sido provocado pela parte contrária, o juiz pode verificar a idoneidade de uma associação para decidir se ela tem legitimidade para propor ação em defesa de interesses dos cidadãos que diz representar. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou recurso da Associação Brasileira do Consumidor (Abracon) em processo sobre expurgos nas cadernetas de poupança.
O relator, ministro Luis Felipe Salomão, lamentou que a legitimação coletiva venha sendo utilizada de forma indevida ou abusiva por algumas entidades, taxadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) como “associações de gaveta”, que não têm origem na sociedade civil.
Em ação civil pública ajuizada contra a Caixa Econômica Federal, a Abracon pediu a reposição dos expurgos inflacionários dos Planos Bresser e Verão para os titulares de cadernetas de poupança.
Sem proveito
O juízo de primeiro grau, de ofício, reconheceu a inidoneidade da associação e extinguiu o processo sem analisar o mérito. Concluiu que não haveria utilidade na ação em razão do “pouco proveito prático que poderia ser obtido pelos consumidores”, uma vez que já há decisões sobre o tema em outras ações coletivas. Destacou a “falta de solidez da entidade, montada para fins genéricos”. A associação apelou, mas o TRF2 negou o recurso.
O ministro Salomão afirmou que se deve privilegiar o processo coletivo, pois nele uma única solução resolve conflitos que envolvem grande número de indivíduos, mas explicou que a legislação traz exigências objetivas para que uma associação possa propor a ação civil pública: estar constituída há pelo menos um ano e incluir, entre suas finalidades, a proteção ao patrimônio público, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
No entanto, ao analisar o processo, Salomão observou que a Abracon é composta por pessoas com um único endereço e tem um estatuto “desmesuradamente genérico”, que repete todo o teor do artigo 5º da Lei 7.347/85, que trata da ação civil pública. O ministro ressaltou que é preciso haver pertinência temática para configurar a legitimidade da associação.
Acompanhando o voto do relator, a turma julgadora entendeu que é possível ao juiz, ao analisar as peculiaridades de cada caso, afastar a presunção de legitimidade das associações para a propositura de ação coletiva.

DIREITO: TSE - Série Reforma Eleitoral 2015: regras para mudança de partido ficam mais rígidas

Na última quarta-feira (30), foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 13.165/2015, sancionada um dia antes pela presidente da República, Dilma Rousseff. A chamada Reforma Eleitoral 2015 altera a Leis nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), a Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) e a Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral), tendo como objetivos a redução dos custos das campanhas eleitorais, a simplificação da administração das agremiações partidárias e o incentivo à participação feminina na política.
Confira abaixo as principais alterações promovidas pela Reforma Eleitoral na Lei dos Partidos Políticos:

Registro partidário
A nova lei modificou o parágrafo 1º, artigo 7º, da Lei dos Partidos Políticos, ao definir um prazo de dois anos para comprovar o apoiamento de eleitores não filiados para a criação de novas agremiações. Os demais requisitos permaneceram intactos, ou seja, a Justiça Eleitoral continuará admitindo somente o registro do estatuto das legendas que tenham caráter nacional, após a “comprovação do apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles”.
“Nós examinamos alguns processos aqui no TSE nos quais havia apoios dados há oito, nove anos. Será que aquele apoio é contemporâneo? Será que a pessoa que há oito anos apoiou a criação de um partido político, nesse período, não se filiou a outro, não mudou de ideia? Se você mantém a mesma ideia, afirme novamente seu apoio, assine novamente a ficha de filiação”, destaca o ministro do TSE Henrique Neves, ressaltando que essas questões serão, em breve, reunidas e regulamentadas por nova resolução do Tribunal acerca do assunto.

Mudança de partido
A Reforma Eleitoral 2015 introduziu o artigo 22-A na Lei dos Partidos Políticos. O dispositivo trata da possibilidade de perda do mandato no caso de desfiliação partidária sem justa causa e detalha as situações que serão consideradas como justa causa para se desfiliar. Segundo o novo artigo, “perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito”.
O ministro Henrique Neves lembra que o STF, no julgamento de três mandados de segurança, firmou o entendimento de que os mandatos pertencem aos partidos e que, dessa forma, como o candidato é eleito como filiado de uma agremiação, ele não pode mudar para outra legenda, simplesmente porque quer, e levar consigo o mandato. Em seguida, o TSE editou a Resolução nº 22.610/2007, que estabeleceu quatro hipóteses consideradas como justa causa para a desfiliação partidária sem a consequente perda do cargo: incorporação ou fusão do partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e grave discriminação pessoal.
No entanto, com a Lei 13.165, as situações de justa causa para a desfiliação partidária passam a ser apenas três, conforme o parágrafo único do artigo 22-A: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação política pessoal; e mudança de partido efetuada durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei (seis meses) para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
Segundo o ministro, a nova hipótese introduzida pela Reforma Eleitoral, a chamada “hipótese da janela”, não prevê um fato que gere justa causa para a saída do partido, mas estabelece um momento no qual o candidato poderá mudar de agremiação sem sofrer consequências no exercício do cargo para o qual foi eleito. Henrique Neves explica que, em uma primeira leitura do novo dispositivo, no caso dos deputados, por exemplo, a oportunidade de mudança do partido só poderá ser exercida quando tiverem cumprido cerca de três anos e três meses do seu mandato, ou seja, nos 30 dias que antecedem o início do mês de abril (seis meses antes do pleito).

Prestação de contas
No que se refere às contas anuais dos partidos e às de campanha, a nova lei alterou o texto do artigo 34 da Lei 9.096, suprimindo a exigência de fiscalização sobre a escrituração contábil das legendas. Com a alteração, a Justiça Eleitoral fica obrigada apenas a fiscalizar a prestação de contas do partido e as despesas de campanha eleitoral. Além disso, segundo o novo texto do inciso I, as agremiações não mais estão obrigadas a constituir comitês para a movimentação de recursos financeiros nas campanhas eleitorais, devendo apenas designar dirigentes partidários específicos para tal atribuição.
Com relação à eventual desaprovação das contas, a Reforma Eleitoral 2015 introduziu o parágrafo 5º ao artigo 32 da Lei dos Partidos Políticos, que tem o seguinte texto: “A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral”.
Já o artigo 37, cujo texto foi alterado pela nova lei, taxou como única sanção para a desaprovação das contas partidárias a devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20%. Com a alteração, as legendas não mais serão punidas com a suspensão das cotas do Fundo Partidário por desaprovação das contas, como previsto anteriormente. Isso só ocorrerá no caso de não apresentação das contas, enquanto perdurar a inadimplência (artigo 37-A, introduzido pela nova lei).
Para o ministro Henrique Neves, é preciso destacar que em relação à prestação de contas partidária há duas situações diferentes. A primeira é quando a legenda não apresenta suas contas. Neste caso, a agremiação não permite que a Justiça Eleitoral exerça fiscalização, não possibilitando saber se o dinheiro público que foi disponibilizado ao partido foi bem ou mal utilizado. “Essa situação é drástica, porque o partido passa a ter suas cotas do Fundo Partidário suspensas. Se a União entrega o dinheiro aos partidos e estabelece que ele deve ser aplicado em determinadas situações e o partido não presta contas desse dinheiro que ele recebeu, não seria lógico continuar disponibilizando dinheiro para o partido. Então, as cotas do Fundo Partidário são suspensas até que o partido regularize sua situação”, explica.
O outro cenário, de acordo com o ministro, se configura quando o partido político apresenta suas contas à Justiça Eleitoral, mas durante a análise da prestação de contas são identificadas algumas irregularidades, como, por exemplo, um depósito na conta do partido efetuado por uma fonte vedada ou um recurso de origem não identificada. “Neste caso, estamos falando de uma situação que pode levar à desaprovação das contas e ao pagamento de uma multa, que se dará por meio de desconto. Apresentar e ter suas contas reprovadas não é motivo para impedir alguém de concorrer às eleições; situação diversa, porém, é a daquele partido que não presta contas, que não atende ao comando constitucional [artigo 17 da CF]”, observa.

Doações
O artigo 39 da Lei 9.096 também sofreu alterações com a Reforma Eleitoral 2015. O parágrafo 3º agora estabelece que as doações aos partidos em recursos financeiros poderão ser feitas de três formas: por meio de cheques cruzados e nominais ou de transferência eletrônica de depósitos; mediante depósitos em espécie devidamente identificados; e por mecanismo disponível no site do partido, que permita o uso de cartão de crédito ou de débito, a identificação do doador e a emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

Fundo Partidário
A nova lei também promoveu algumas mudanças no que se refere à aplicação do Fundo Partidário e sua destinação como forma de incentivo à participação feminina na política.
Dentre as principais alterações, estão a do artigo 44, inciso V, da Lei 9.096. Segundo o novo texto, os recursos do Fundo Partidário deverão ser aplicados: “na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total”.
O parágrafo 7º do mesmo artigo, incluído pela Reforma Eleitoral 2015, trouxe outra novidade. Os recursos do Fundo Partidário poderão, a partir de agora, a critério da secretaria da mulher ou da fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, desde que mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido. Na opinião do ministro Henrique Neves, esta é a mais importante mudança na legislação no que se refere à promoção da participação das mulheres na política.
De acordo com o ministro, a destinação histórica de 5% do Fundo Partidário para ações e programas de incentivo à participação feminina na política se justifica porque embora as mulheres sejam a maioria da população do país, elas representam a grande minoria dos cargos públicos eletivos. “Há ainda, sim, em alguns locais, certo preconceito com a participação feminina. Nós temos que lutar contra isso. E não há nada que incentive mais a participação feminina do que financiar a campanha de mulheres, para promover a igualdade entre os candidatos. Essa alteração me parece que é a mais significativa para o incentivo da participação feminina nas eleições”, conclui.
Além disso, o artigo 9º da própria Lei 13.165, especifica que nas próximas três eleições (2016, 2018 e 2020), as legendas deverão reservar, em contas bancárias específicas, no mínimo 5% e no máximo 15% dos recursos do Fundo Partidário destinados ao “financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei no 9.096, de 19 de setembro de 1995”.

Propaganda partidária
A Reforma Eleitoral 2015 reduziu o tempo de propaganda partidária gratuita, tanto no que se refere aos programas, quanto às inserções. Conforme o novo texto do artigo 49 da Lei 9.096, as legendas com pelo menos um representante em qualquer das casas do Congresso Nacional têm assegurada a realização de um programa a cada semestre, em cadeia nacional, com duração de cinco minutos cada para os partidos que tenham elegido até quatro deputados federais, e com duração de dez minutos cada, para aqueles com cinco ou mais deputados. O texto anterior apenas previa a realização de um programa, em cadeia nacional, e de um programa, em cadeia estadual, em cada semestre, com a duração de 20 minutos cada.
Agora, as agremiações que tiverem pelo menos um representante em qualquer das casas do Congresso também têm garantida a utilização, por semestre, para inserções de 30 segundos ou um minuto nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais, do tempo total de: dez minutos, para os partidos que tenham elegido até nove deputados federais; e 20 minutos para aqueles que tenham elegido dez ou mais deputados. Antes, a legislação reservava o tempo total de 40 minutos, por semestre, para inserções de 30 segundos ou um minuto nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais.

Clique aqui para ler a íntegra da Lei nº 13.165/2015.

Acesse aqui a íntegra da Lei nº 9.096/1995 com as alterações promovidas pela Reforma Eleitoral 2015.

DIREITO: TRF1 - Agentes de trânsito podem exercer a advocacia

Crédito: Imagem da web

Por unanimidade, a 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da Primeira Região negou provimento à apelação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional da Bahia, contra a sentença que garantiu a um agente de trânsito efetuar seu registro como advogado, por entender que as atividades exercidas por ocupante do cargo de Agente de Transporte e Trânsito não são incompatíveis com o exercício da advocacia, mas somente seu impedimento, nos termos no art. 30, I, da Lei nº 8.906/94.
A OAB alegou que o exercício do cargo de Agente de Trânsito incide em incompatibilidade para o exercício da advocacia, visto que se trata de atividade de natureza policial.
Ao analisar o caso, o relator, desembargador Federal Hercules Fajoses, entendeu que as atribuições do cargo de Agente de Trânsito não estão vinculadas direta ou indiretamente à atividade policial, pois não têm por propósito a prevenção ou a repressão da criminalidade.
Destacou o magistrado que “as atividades decorrentes do cargo de Agente de Trânsito não estão vinculadas a qualquer atividade policial. Com efeito, trata-se de mera atividade fiscalizatória, decorrente do poder de polícia e não se confunde com a atividade policial”.
Ainda de acordo com o desembargador, “apesar de deter poder de polícia, o agente de transito não exerce atividade policial, sendo, portanto, possível o exercício da advocacia pelos ocupantes do referido cargo”.
Processo nº: 0032080-94.2010.4.01.3300/BA
Data do julgamento: 8/9/2015
Data de publicação: 25/9/2015

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

NEGÓCIOS: Bovespa tem 8ª alta seguida; ações da Petrobras saltam mais de 3%

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve a oitava alta seguida nesta quinta-feira (8). O índice subiu 0,39%, a 49.106,56 pontos. É o maior nível de fechamento desde 10 de agosto, quando a Bolsa encerrou a 49.353 pontos. 
Na véspera, a Bolsa tinha subido 2,47%. Nas últimas oito sessões, a Bovespa acumula ganhos de 11,71%. 
Petrobras sobe
A alta de hoje foi puxada, principalmente, pelas ações da Petrobras, que têm grande peso sobre o Ibovespa. 
Os papéis ordinários da estatal (PETR3), com direito a voto em assembleia, subiram 3,37%, a R$ 10,75. As ações preferenciais da estatal (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, ganharam 3,31%, a R$ 8,75. É a quinta alta seguida da Petrobras.
Rumo ALL salta 14%
A companhia de logística que resultou da fusão da Rumo com a ALL teve a maior alta do Ibovespa. As ações da empresa (RUMO3) dispararam 14,49%, a R$ 7,90. 
Dólar cai mais de 2% e fecha a R$ 3,793

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 2,17%, a R$ 3,793 na venda. É o menor valor de fechamento desde 3 de setembro, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,76. 
Na véspera, o dólar tinha subido 0,89%. 

Bolsas internacionais
As principais Bolsas da Europa fecharam em alta.
Itália: +0,68%
Inglaterra: +0,61%
Alemanha: +0,23%
França: +0,18%
Espanha: +0,11%
Portugal: -0,03%
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem tendência definida,
China: +3%
Coreia do Sul: +0,68%
Austrália: +0,24%
Cingapura: -0,5%
Taiwan: -0,58%
Hong Kong: -0,71%
Japão: -0,99%

(Com Reuters)

CASO PETROBRAS: Cunha fechou contas na Suíça um mês após Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR JAILTON DE CARVALHO

Documentos mostram que endereço é o mesmo de casa de presidente da Câmara

Cunha fechou contas na Suíça um mês após início da Operação Lava-Jato - Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA - Relatório do Ministério Público da Suíça informa que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) fechou duas das quatro contas que mantinha no banco Julius Baer em abril do ano passado, um mês depois do início da Operação Lava-Jato, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. As duas outras contas foram bloqueadas em abril deste ano com um saldo aproximado de US$ 2,5 milhões a partir de uma investigação sobre o suposto envolvimento de Cunha com corrupção e lavagem de dinheiro.
As contas foram abertas em nome de offshores, que têm como beneficiários finais Cunha e a mulher dele, a jornalista Cláudia Cruz. Os documentos contém detalhadas informações sobre os donos das contas investigadas. As duas contas ainda ativas foram abertas em 2008. O relatório informa que numa delas o destinatário tem residência na avenida Heitor Doie Maia, Rio de Janeiro, mesmo endereço de Cunha e da mulher. O beneficiário da conta é brasileiro e nasceu em 29 de setembro de 1958, data de nascimento de Cunha, conforme consta no registro dele na Justiça Eleitoral.
Autoridades brasileiras e suíças não tem dúvidas de que as contas pertencem ao presidente da Câmara. Segundo um investigador, os indícios contra Cunha são evidentes. Ao contrário do que aconteceu com o ex-prefeito Paulo Maluf, ele não teria como negar a responsabilidade sobre as contas. O relatório contém ainda extratos da movimentação financeira das duas contas. Uma delas recebeu entre maio e junho de 2011 quatro depósitos. Três depósitos de 250 mil francos e um de 311,7 mil francos.
Caberá agora ao procurador-geral Rodrigo Janot decidir se pede abertura de um novo inquérito ou se apresenta nova denúncia contra Cunha, que insiste em negar ser correntista no país europeu e que ‘não há hipótese de renunciar à presidência da Casa.
Ontem, o site do GLOBO revelou que Cunha usou empresas offshore para movimentar contas bancárias na Suíça. Hoje, a informação do bloqueio do montante em conta secretas fora do país foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo".
As contas foram descobertas em abril deste ano e desde então o presidente da Câmara vinha sendo investigado na Suíça por corrupção passiva e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Cunha é suspeito de receber propina numa transação relacionada vazamento de informação privilegiada e venda, para a Petrobras, de um campo de petróleo no Benin. Ele foi denunciado, em agosto, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Cunha foi acusado de receber US$ 5 milhões em propina para facilitar a compra de dois navios-sondas da Samsung Heavy Industries, pela Petrobras, um negócio de US$ 1,2 bilhão. O negócio teria resultado em propina no valor total de US$ 40 milhões. Outros dois acusados no caso, o lobista Fernando Soares, o Baiano, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró já foram condenados por Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Baiano foi condenado a 16 anos e um mês de prisão. Cerveró deverá cumprir 12 anos e 3 meses. Na denúncia que fez, Janot pede que Cunha devolva ao cofres públicos US$ 80 milhões, soma entre multa e valores desviados. As investigações iniciadas na Suíça podem se complementar com outras informações já obtidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal no Brasil.
DEPOIMENTO DE LOBISTA FOI CRUCIAL
Parte das suspeitas das autoridades suíças sobre a movimentação financeira de Cunha foram confirmadas pelo lobista João Augusto Rezende Henriques. Em depoimento à Polícia Federal em Curitiba, há duas semanas, João Henriques disse que fez depósito numa conta que, mais tarde, ele descobriu pertencer a Cunha.
A conta destinatária do pagamento foi indicada a ele pelo lobista Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), já falecido, um ex-aliado do presidente da Câmara. João Henrique disse que fez o depósito em retribuição à venda de um campo de Petróleo no Benin para a Petrobras. A transação só foi possível graças a uma informação privilegiada que ele recebeu. A partir da informação, o lobista teve um encontro com o empresário Idalecio de Oliveira, que seria o dono de um terreno no Benin.
Os dois fizeram uma sociedade e logo em seguida venderam a área por US$ 15 milhões para a Petrobras. Depois da operação, ele teria embolsado US$ 7,5 milhões. Em seguida, fez pagamentos para pessoas que o ajudaram na concretização do negócio.
"Que, por fim, o interrogando gostaria de adicionar que em relação a aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, a pessoa que lhe indicou a conta para pagamento foi Felipe Diniz; Que Fernando Diniz era filho de Fernando Diniz; Que Felipe apresentava dificuldades econômicas; Que a conta indicada para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha", afirmou Henriques em depoimento a um dos delegados da Operação Lava-Jato. Henriques foi preso em setembro, na 19ª fase da Lava-Jato, por ordem do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Logo depois da citação ao nome do presidente da Câmara, o depoimento do lobista foi enviado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A existência e o bloqueio do dinheiro nas contas de conta foram confirmadas pelo Ministério Público da Suíça. Mas, procurado várias vezes desde que o caso veio a público, Cunha repete que não tem contas na Suiça. Ele diz que todas as contas que tem estão declaradas à Receita Federal.

ECONOMIA: Dólar cai mais de 2% e fecha a R$ 3,793, menor valor em um mês

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta quinta-feira (8) em queda de 2,17%, a R$ 3,793 na venda. É o menor valor de fechamento desde 3 de setembro, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,76. 
Na véspera, o dólar tinha subido 0,89%. 
Cenário internacional 
O dólar ampliou a queda nesta sessão após a ata da reunião do Federal Reserve(Fed, banco central norte-americano) reforçar apostas de que o BC só elevará os juros nos EUA no ano que vem.
A ata da reunião de setembro mostrou que acredita que a economia estava próxima de justificar aumento de juros em setembro, mas integrantes decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.
A manutenção de juros perto de zero nos EUA pode sustentar a atratividade de investimentos em países como o Brasil, que pagam juros elevados.
"Esta tem sido uma semana ótima para o real, ao ponto em que eu começo a me preocupar. Quando a correção vier, pode ser forte", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à agência de notícias Reuters.
Cenário nacional
No Brasil, investidores continuavam de olho no cenário político. Na véspera, o TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou a reprovação das contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff. O parecer pela reprovação não significa que as contas foram reprovadas. Elas ainda precisam ser julgadas pelo Poder Legislativo.
A decisão já era esperada pelo mercado.
A recomendação do TCU pode será usada por oposicionistas na tentativa de iniciar um eventual processo de impeachment de Dilma. No entanto, não há consensoentre juristas sobre se a rejeição das contas é suficiente para fundamentar um pedido de cassação de seu mandato.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que acha difícil a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso apreciar ainda neste ano o parecer do TCU.
"(A decisão do TCU) não é o fim do mundo e o mercado está mais tranquilo nos últimos dias. Acredito que o dólar deve permanecer abaixo de R$ 4 por mais algum tempo", disse a operadora de uma corretora nacional, sob condição de anonimato, à Reuters.
Atuações do BC
Banco Central brasileiro deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos. Até agora, o BC já rolou US$ 3,069 bilhões, ou cerca de 30% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com Reuters)
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