sexta-feira, 20 de maio de 2016

CASO PETROBRAS: Teori inclui provas de relação entre Lula e Esteves em denúncia no STF

ESTADAO.COM.BR
GUSTAVO AGUIAR - O ESTADO DE S.PAULO

Pedido tem como base a delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral; segundo ele, o banqueiro é é um dos principais mantenedores do Instituto Lula, responsável por organizar as palestras do ex-presidente

BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou incluir na denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva novas provas que demonstram a proximidade do petista com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos são acusados de participar da trama para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró.
A ordem de Teori inclui na denúncia trechos da delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), que também foi denunciado por envolvimento no mesmo caso. Delcídio afirmou, nos termos de colaboração, que Esteves é um dos principais mantenedores do Instituto Lula, responsável por organizar as palestras do ex-presidente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

De acordo com o ex-senador, a relação de Esteves com Lula se deve ao fato de o ex-presidente ter sido um dos principais apoiadores dos negócios do BTG, e que Lula era um “alavancador eficaz” de negócios para agentes econômicos no Brasil e no exterior. No pedido enviado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a Teori, o procurador-geral Rodrigo Janot aponta o “relacionamento estreito” entre o banqueiro e o Instituto Lula.
"Embora isoladamente não constitua crime, (a proximidade) indica que o contexto das doações a que (Delcídio) faz menção é extremamente relevante para algumas investigações em curso, tanto em ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (especialmente a que trata de possível prática de crime de lavagem de dinheiro envolvendo o pagamento de suas palestras), quanto a relacionada à própria organização criminosa do Caso Lava Jato”, afirma Janot.
Além de Lula, Delcídio e Esteves, também foram denunciados no mesmo procedimento o assessor do ex-senador, Diogo Ferreira, o ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o ruralista José Carlos Bumlai, e seu filho, Maurício Bumlai. Todos são acusados de tentativa de obstrução à justiça ao tentar evitar que Cerveró fizesse delação premiada no âmbito da Lava Jato.
Quadrilha. Na decisão, Teori também juntou o trecho da delação de Delcídio sobre Lula e Esteves no inquérito da Lava Jato que investiga parlamentares e operadores do esquema de corrupção por formação de quadrilha. Há um pedido pendente para que o ex-presidente também seja incluído neste inquérito.
As informações do ex-senador sobre o caso também foram atreladas às investigações no Supremo e na 13ª Vara Federal de Curitiba, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, sobre o embandeiramento dos postos BR. O caso envolve, além de Esteves, o empresário Carlos Santiago, investigados na primeira instância, e o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), que tem foro privilegiado.

INVESTIGAÇÃO: PF investiga lobby de Lula, BNDES e pagamentos da Odebrecht em Cuba e outros países

UOL
JOTA
Por Bárbara Lobato  barbara.lobato@jota.info
Brasília

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

A Polícia Federal tem um inquérito aberto para investigar empréstimos do BNDES, com a intervenção do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio. Entre as obras investigadas estão a do Porto Mariel, em Cuba. Documentos aos quais o JOTA teve acesso mostram que os investigadores apontam que “o ex-presidente Lula atuava como verdadeiro lobista da construtora Odebrecht nos países visitados, defendendo os interesses da empresa e promovendo-a junto aos governos estrangeiros e ao BNDES”.
Para os investigadores, há “indícios de que, ao longo dos anos de 2011 e 2014, Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido vantagens econômicas indevidas, direta e indiretamente, do conglomerado Odebrecht, a pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente na República Dominicana, Cuba e Angola, além de facilitar e/ou agilizar o trâmite de procedimentos de financiamentos de interesse do conglomerado referido no âmbito do BNDES”.
Ainda segundo a documentação, os investigadores indicam que Lula “incorreu em conduta tipificada no código penal, pois teria usado do seu prestígio político e da sua condição de ex-presidente para influenciar governos estrangeiros e interferir nos procedimentos de financiamento do BNDES, tudo em prol da Odebrecht, fazendo-o também em interesse próprio, visto que foi muito bem remunerado, direta e indiretamente (através de familiares e pessoas próximas), pelos serviços prestados”.
Sobre a atuação no BNDES, escreveram os investigadores: “São fartos os elementos que apontam no sentido de que Lula também influenciava a atuação do BNDES, facilitando a concessão de financiamentos aos países que contratariam a Odebrecht”. Segundo levantamento apresentado à Justiça, em um período de quatro anos o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, teve “oito eventos públicos registrado em sua agenda, sendo que, desses, apenas um não contou com a presença ativa de diretores do Instiuto Lula. Nesse lapso temporal, o mandatário do BNDES compareceu cinco vezes ao Instituto Lula para tratar de ‘conjuntura econômica’ com seus diretores”.
A PF cruzou informações colhidas nesta investigação com a delação de Delcídio do Amaral. Diz o documento: “Esta interferência explícita do governo e de Luiz Inácio Lula da Silva e pessoas ligadas a ele nas decisões do BNDES transparece em trechos da delação premiada do senador Delcídio do Amaral”.
Foi em meio a esta apuração mais completa que a PF fez operação na manhã desta sexta-feira (20/5). Foi pedida a quebra de sigilo fiscal e bancário de investigados. Para a Justiça Federal, Taiguara Rodrigues dos Santos, “pessoa próxima e do convívio familiar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, foi contratado para prestar serviços especializados (como sondagens, perfurações, serviços de topografia), “sem experiência anterior e sem a demonstração inequívoca de capacidade técnica, o que indica a ocorrência de irregularidades e dissimulação de valores de origem ilícita”. Para a Justiça, “tais elementos são convincentes e estão bem delineados” em representação feita pela PF. Ainda segundo os documentos, “restou comprovada nos autos a rápida ascensão financeira de Taiguara”.
Taiguara foi contratado, segundo a apuração, para fazer obra para Joana Cordeiro. Segundo a PF, usando fontes abertas, seria uma pessoa com ligações com o Trade Link Bank. Os investigadores apontam que o banco foi usado – de acordo com reportagens – pelo publicitário Marcos Valério para repasses de US$ 900 mil para off-shore de Duda Mendonça, publicitário da campanha de Lula em 2002. “A contratação de empresa de Taiguara (Projetai) por Joana, pessoa que recebeu valores de banco ligado ao PT, a Marcos Valério e utilizado para pagar marqueteiro que atuou na campanha de Lula, revela que ex-presidente realmente movimentou-se para propiciar negócios para seu ‘sobrinho’ em Angola. O pacto levanta até mesmo suspeitas de configurar apenas artifício para transações bancárias irregulares no interesse do Partido dos Trabalhadores.”
Segundo os documentos obtidos pelo JOTA, os investigadores apontam que Lula viajou para realizar “palestras” (as aspas constam dos documentos). “Percebe-se, no conteúdo de alguns telegramas, a atuação de Lula no intuito de beneficiar a construtora, fazendo ‘lobby’ a seu favor”.
Segundo os documentos, Lula recebeu R$ 372.935,54, a título de palestras na República Dominicana. A partir de dados fornecidos pelo BNDES, os investigadores apontam que os empréstimos do BNDES à República Dominicana aumentaram “consideravelmente nos anos de 2013, 2014 e 2015”. Conclui o documento: “Houve, portanto, substancial aumento da atuação do BNDES na República Dominicana após a visita de Lula ao país”.
A comitiva de Lula ao país entre 31/5 a 2/6/2011 foi recepcionada por José Dirceu e Marcelo Odebreht.
Ainda segundo os documentos, chamou a atenção dos investigadores mudança de posicionamento do MDIC em relação a um projeto de interesse da Odebrecht em Cuba. Diz um trecho: “Em meados de 2012, é assertivo em afirmar que a Odebrecht não obteria, pelo menos até o final de 2013 (final das obras do Porto Mariel), recursos para outros projetos e em abril de 2013 já prepara informação ao COFIG para aprovar financiamento ao aeroporto de Havana”.
Os investigadores apontam que o financiamento para a modernização do aeroporto foi aprovado pelo COFIG em 29/05/2013, “poucos meses após a visita de Luiz Inácio Lula da Silva”. A PF diz que diálogos reproduzidos de outra visita de Lula a Cuba mostram “claramente a atuação de Lula em prol da Odebrecht, inclusive com intervenção junto a presidente Dilma Rousseff”.
Nota Instituto Lula
Há mais de um ano alguns procuradores da república no Distrito Federal tentam, sem nenhum resultado, apontar ilegalidades na conduta do ex-presidente Lula.
Uma investigação aberta a partir de ilações fantasiosas transformou-se em verdadeira devassa sobre a contabilidade do Instituto Lula, da empresa LILS Palestras e sobre as contas do ex-presidente.
Os procuradores vasculharam as viagens internacionais de Lula, quem o acompanhou, os hotéis em que se hospedou, com quem ele conversou no exterior.
E o resultado apenas comprova que Lula sempre atuou dentro da lei, em defesa do Brasil, como fazem ex-presidentes em todo o mundo.
Por isso mesmo, Lula não é parte da operação policial desta manhã, nem poderia ser.

DIREITO: Para Gilmar Mendes, não houve abuso de Temer ao doar acima do limite

UOL
Em São Paulo

Pedro Ladeira/Folhapress
Temer (à dir.) foi condenado pelo TRE-SP; para Gilmar Mendes, não houve abuso

Em São Paulo, durante visita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) nesta sexta-feira (20), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, afirmou que a doação de campanha acima do limite legal feita em 2014 pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB-SP) não caracteriza abuso.
Condenado pelo TRE-SP, Michel Temer está inelegível pelos próximos oito anos, contados a partir de 3 de maio, segundo a Procuradoria.
Gilmar Mendes afirmou que não examinou a questão. "A jurisprudência do TSE indica que a partir de um dado limite poder-se-ia caracterizar. Não parece ser o caso aqui, não me parece que seja o caso. Acho que o debate está mais colocado no plano político. Acho que não houve esse tipo de caracterização, em geral, ocorrem estes erros por pequenas margens. Às vezes saber qual é a sua capacidade de doação, isso acontece, isso por si só não caracteriza qualquer abuso", afirmou o presidente do TSE.
Temer foi condenado na terça-feira (10) por unanimidade no plenário do TRE-SP a pagar multa de R$ 80 mil por ter feito doações acima do limite imposto pela legislação eleitoral na campanha de 2014, na qual o peemedebista concorreu na chapa da então candidata Dilma Rousseff.
Segundo a representação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral, Temer doou ao todo R$ 100 mil para dois candidatos do PMDB do Rio Grande do Sul a deputado federal, Alceu Moreira e Darcísio Perondi, que receberam R$ 50 mil, cada um.
O valor é 11,9% do rendimento declarado pelo vice em 2013. Naquele ano, Temer declarou ter tido rendimentos de R$ 839.924,46. O peemedebista não poderia, portanto, doar quantia superior a R$ 83.992,44. A lei eleitoral impõe teto de 10% do rendimento declarado pelo doador no ano anterior.
A assessoria de Temer afirmou que ele pretende pagar a multa com recursos próprios e que isso, por si só, já o livraria de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e extinguiria a inelegibilidade.
O argumento, no entanto é questionado pelo advogado e ex-juiz eleitoral Marlón Reis, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa, para quem o pagamento da multa não livra o vice-presidente de ficar inelegível por oito anos.
Segundo Reis, Temer só poderá concorrer em eleições se o TSE revogar a decisão ou se forem transcorridos os oito anos estabelecidos pela lei da Ficha Limpa.

PREVIDÊNCIA: Para ministros, proposta de Meirelles de mexer em aposentadoria de quem já está no mercado é inviável

FOLHA.COM

Ministros da área política do governo ou familiarizados com ela já encaram a proposta feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a Previdência como um "bode" que, mais tarde, precisará ser retirado da sala.Mexer nas regras de aposentadorias trabalhadores que já estão no mercado de trabalho seria proposta inviável pois dificilmente passaria pelo crivo do Congresso Nacional.

EU DISSE
O próprio Temer já tinha prometido a presidentes de partidos políticos e a líderes no Congresso, antes do impeachment, que não alteraria regras para quem já está no mercado.

ELE DISSE
Moreira Franco, que ocupa a Secretaria de Parcerias do governo e é um dos integrantes da equipe de Temer mais ouvidos pelo presidente, por exemplo, tem dito, inclusive publicamente, que a experiência mostra que é extremamente difícil alterar regras para quem já está no mercado.

HISTÓRIA
Outros líderes que participaram do governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, ponderam que, se ele tivesse se convencido de que seria mais viável aprovar novas regras de aposentadoria só para os que ingressassem no mercado, o problema do déficit da Previdência já estaria praticamente resolvido.

CORRUPÇÃO: Sobrinho de Lula é suspeito de ser laranja de ex-presidente

ESTADAO.COM.BR
POR ADRIANO CEOLIN E ANDREZA MATAIS

BRASÍLIA. Sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Taiguara Rodrigues dos Santos é suspeito de ser laranja e operador do petista num esquema de tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para a conquista de financiamento de obras da Odebrecht fora do País. Ele foi alvo de condução coercitiva e seus endereços tiveram ações de busca e apreensão na Operação Janus, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira.
Conforme o Estado apurou com investigadores do caso, há fortes indícios de um relacionamento entre Lula e Taiguara para recebimento de vantagens indevidas. O ex-presidente é investigado por conseguir financiamentos – por meio do seu prestígio político – para Odebrecht realizar obras no exterior. Na sequência, empreiteira subcontratava Exergia Brasil, de propriedade de Taiguara.
Para investigadores, a empresa do sobrinho de Lula não teria capacidade de operação e seria apenas usada para receber repasses da Odebrecht. Investigada na Operação Lava Jato, a empreiteira baiana é responsável por obras na República Dominicana, Cuba e Angola. Em todos os casos, as obras foram realizadas por meio de financiamentos do BNDES.
Filho do irmão da primeira mulher de Lula, Taiguara tem residência oficial em Santos, no litoral paulista. Ele, porém, foi detido num hotel no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado do seu funcionário José Emmanuel de Deus Camano. Além de trabalhar para Taiguara, Camano é procurador da empresa, assina documentos e faz pagamentos.
Conforme o Estado apurou, foi preparado um questionário de cerca de 100 perguntas para Taiguara. Ainda não se sabe se ele permaneceu calado durante o interrogatório prestado na Superintendência da PF do Rio de Janeiro.

GESTÃO: Jucá acena com carência para pagamento de dívida dos Estados

ESTADAO.COM.BR

Brasília - O governo quer avançar na semana que vem nas negociações com os Estados sobre o alívio da dívida com a União. O ministro do Planejamento, Romero Jucá, sinalizou que o Tesouro Nacional poderá conceder um prazo de carência para o pagamento do valor principal e dos juros da dívida.
Segundo apurou a reportagem, o governo deverá exigir como contrapartidas medidas mais duras e pretende deixar claro que é uma ação emergencial para resolver o problema de curto prazo de fluxo de caixa dos governos estaduais. A proposta de socorro, enviada ao Congresso Nacional pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff, terá que ser modificada. O governo federal quer, no entanto, evitar o termo "moratória" para as negociações.
O secretário de Fazenda de São Paulo, Renato Villela, disse nesta sexta-feira ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que, sem uma interrupção do pagamento da dívida por um prazo mínimo de um ano, o problema dos Estados não será resolvido. Ele defendeu que as regras têm que ser diferenciadas, porque cada Estado tem problemas específicos. Por isso, para o governo de São Paulo as regras de limitação do gasto, que serão exigidas dos Estados, terão que ser mais abrangentes, valendo para gastos correntes em geral e não para um item de despesas específico, como de pessoal.
"Não dá para fazer um sapato servindo para todo mundo", afirmou. Segundo ele, Estados com maiores problemas de caixa poderiam ter uma interrupção maior do pagamento da dívida, mas em contrapartida medidas mais duras para sanear as suas finanças.
Outra preocupação dos Estados é de que o governo federal não aumente os gastos dos governos estaduais. Há uma preocupação com o impacto do reajuste do Judiciário que serve de parâmetro para gastos dos servidores nos governos estaduais.
Para a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, uma proposta que tenha a interrupção do pagamento por um período, desde que acompanhada de medidas duras de reequilíbrio estrutural, seria uma boa solução. "Há que se entender que a crise financeira dos Estados é consequência desse desequilíbrio e não será resolvida sem ações concretas nesse sentido", afirmou.
Segundo ela, é preciso atacar a causa do problema, o desequilíbrio estrutural, e não só a consequência. "É a única chance de sairmos do atual problema", disse Ana Carla. "Interromper o pagamento sem reversão na trajetória de gastos só irá adiar e fazer aumentar o problema, a exemplo do que aconteceu na União", alertou.

EMPREGO: Bahia lidera desemprego no 1º trimestre do ano, aponta IBGE

CORREIO24HS
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)

Depois da Bahia, os maiores aumentos na taxa de desempregados foram registrados no Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%). A menor foi em Santa Catarina (6%)

Foto: EBC

Nos primeiros três meses do ano, o desemprego no Brasil atingiu 10,9% da população, o maior índice desde 2012. De todos os estados, a Bahia teve o pior resultado onde o percentual de desempregados saiu de 12,2% (no último trimestre de 2015) para 15,5%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Continua), divulgada em abril, mas somente ontem detalhada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado da Bahia colaborou com que o Nordeste fosse a região do país onde houve maior aumento no número de desempregados. No primeiro trimestre deste ano, o desemprego na região atingiu 12,8% da população contra 10,5% no trimestre anterior.
Depois da Bahia, os maiores aumentos na taxa de desempregados foram registrados no Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%). A menor foi em Santa Catarina (6%).
“A taxa de desocupação é causa de um processo. O que aconteceu? A gente percebe que em praticamente todas as regiões, com poucas exceções, houve queda no contingente de pessoas trabalhando com carteira assinada. A perda de carteira é perda de estabilidade. Isso faz com que pessoas que estavam fora do mercado passem a procurar uma ocupação para recuperar essa estabilidade e renda perdidas”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Segundo Azeredo, os sucessivos cortes de vagas com carteira assinada resultaram numa mudança na estrutura do mercado de trabalho, com maior informalidade.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$ 1.966) nas regiões Sudeste (R$ 2.299), Centro-Oeste (R$ 2.200) e Sul (R$ 2.098), enquanto Norte (R$ 1.481) e Nordeste (R$ 1.323) ficaram abaixo da média.
Na pesquisa do IBGE, todas as grandes regiões do país apresentaram diferenças significativas na taxa de desocupação por sexo. No Brasil, a taxa ficou em 9,5% para os homens e 12,7% para as mulheres, uma diferença de 3,2 %. A região Norte mostrou a maior diferença (5,4% maior para as mulheres) e as regiões Sul e Sudeste apresentaram a menor diferença (2,9 % maior para as mulheres).
O IBGE informou, ainda, que o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,7% para o total do país no primeiro trimestre do ano. Apenas o Nordeste, com taxa de ocupação de 49%, ficou abaixo da média do país. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,8% no Sul; 58,6% no Centro-Oeste; 55,9% no Sudeste; e 55,0% no Norte. Percentualmente, as maiores taxas de desemprego ficaram com Santa Catarina (60,4%) e Rio Grande do Sul (59,8%) . Já as mais baixas foram anotadas em Alagoas (42,8%) e Rio Grande do Norte (46,7%).

POLÍTICA: Wagner diz que não entendeu Walter Pinheiro na Educação

TRIBUNA DA BAHIA

"Confesso que não entendi muito bem a escolha dele"

Foto: Marcelo Camargo

O ex-governador da Bahia e ex-ministro do governo Dilma, Jaques Wagner, disse não ter entendido a escolha do nome de Walter Pinheiro para comandar a Secretaria de Educação. Em entrevista à rádio Metrópole na manhã desta sexta-feira, 20, Wagner não escondeu a surpresa com a decisão do governador Rui Costa (PT). Pinheiro vai assumir a pasta no dia 1º de junho.
“Confesso que não entendi muito bem a escolha dele [Pinheiro]. Rui entendeu que Oswaldo Barreto [ex-secretário da pasta] já tinha dado a participação dele e precisava renovar. Do ponto de vista da política, eu não entendi, depois de ele [Pinheiro] sair do PT”, explicou. Apesar da surpresa, Wagner reafirmou a competência de Pinheiro para assumir a pasta. “É um cabra que trabalha, se dedica. Desejo a ele toda a inteligência para tocar uma pasta muito importante. E falar para Roberto [Muniz], que vai assumir como senador, que faça um belo trabalho no Senado. Quero que o governo de Rui dê mais certo”, disse.

COMENTÁRIO: Transparência aos estragos dos governos Lula e Dilma

POLÍTICA LIVRE

Por mais que os estragos saltem a olhos vistos, não custa ratificar o estado em que a série de erros promovida pelas gestões petistas deixou o país, demarcando claramente sua responsabilidade no tempo e no espaço

Faz bem o presidente interino Michel Temer (PMDB) ao anunciar que sua equipe pretende fazer um inventário completo sobre os descalabros herdados da gestão Dilma Rousseff (PT) a fim de dar-lhes ampla e plena divulgação.
Por mais que os estragos saltem a olhos vistos, não custa ratificar o estado em que a série de erros promovida pelas gestões petistas deixou o país, demarcando claramente sua responsabilidade no tempo e no espaço.
Não há nada de novo na iniciativa. Pelo contrário, ela reproduz padrão de atuação do próprio petismo, que, enquanto esteve no poder, aperfeiçou os mecanismos de enfrentamento com que se especializou na oposição.
Foi Lula e sua turma que cunhou o termo “herança maldita” para se referir de forma quase automática a qualquer ato da gestão anterior, como se dela tivesse recebido o país tão esfrangalhado como ele se encontra agora, após 13 anos de administração petista ininterrrupta.
Com a decisão, Temer pensa em duas frentes: criar uma espécie de vacina às críticas dos petistas e seus principais aliados, que já não dão descanso ao novo governo, e diminuir as cobranças à sua gestão por uma recuperação rápida da economia.
A mais importante delas, no entanto, é assegurar total transparência a processos e procedimentos usados até aqui e, fundamentalmente, à situação real do Estado brasileiro, informações sempre sonegadas pelo ufanismo petista representado pela tese de que só eles são bons.
Ainda que a medida esteja sendo adotada por clara preocupação política do presidente em exercício, a sociedade é a maior beneficiária do propósito de deixar às claras como atuam e sob que princípios seus dirigentes exercem o poder.

POLÍTICA: Temer vai mostrar balanço com rombo deixado por Dilma

ESTADAO.COM.BR
Estadão Conteúdo

A ideia é transmitir a mensagem de que o governo funciona e não está paralisado como na gestão da presidente afastada

Aconselhado a mostrar resultados o mais rápido possível, o presidente em exercício Michel Temer vai apresentar na segunda-feira um balanço de como encontrou as finanças do País, com os principais problemas da administração de Dilma Rousseff, e anunciará seu plano para sair do vermelho.
A ideia é transmitir a mensagem de que o governo funciona e não está paralisado como na gestão da presidente afastada. Além da proposta de revisão da meta fiscal que será enviada ao Congresso naquele dia, Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Romero Jucá (Planejamento) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) farão uma prestação de contas sobre a situação herdada e o atual rombo, que pode ultrapassar R$ 150 bilhões. A ofensiva de comunicação também tem o objetivo de deixar claro os motivos da mudança na meta e por que sacrifícios precisam ser feitos para ajustar as contas públicas. Embora aliados do governo tenham batizado esse inventário de “herança maldita”,
Temer prefere não usar esta expressão. “Não chamamos de herança maldita porque quem falava isso eram eles”, afirmou Geddel, numa referência ao termo usado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para citar os problemas deixados pelo antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. Questionado sobre as dificuldades que o Palácio do Planalto terá para aprovar medidas amargas no Congresso, diante das brigas entre aliados do Centrão, o ministro tentou jogar água na fervura.
“Esse é um governo de solução, sem intrigas nem futricas. Aqui não tem centrão nem centrinho. Minha tarefa é construir consensos e administrar dissensos”, disse ele ao Estado. A ordem de Temer é para que todos os ministérios façam um levantamento minucioso de dívidas, desvios e do que pode ser cortado em cada pasta. Nem tudo ficará pronto em prazo tão escasso e mais adiante haverá um relatório maior sobre a herança recebida, para fazer um contraponto com Dilma.

MUNDO: Corpos, malas e poltronas da Egyptair que decolou de Paris são achados no mar

JB

Avião com 66 a bordo havia desaparecido na quinta-feira. Suspeitas são de ataque terrorista

Restos de corpos, duas poltronas e algumas malas do avião da Egyptair que desapareceu dos radares quinta-feira (20) com 66 pessoas a bordo foram encontrados a cerca de 290 quilômetros de Alexandria, no Egito. A informação foi anunciada pelo Ministério da Defesa da Grécia. 
"Pedaços do avião e objetos de passageiros foram localizados a 290 quilômetros ao norte de Alexandria", informou a emissora estatal egípcia. Em sua página oficial no Facebook, o Exército egípcio também confirmou a descoberta. "Os aviões militares e veículos da Marina do Egito conseguiram encontrar nesta sexta-feira destroços do avião e bens pessoais dos passageiros, a uma distância de 290 quilômetros da costa", escreveu o porta-voz Mohamed Samir. Equipes de investigadores estão conduzindo ainda outras buscas próximo ao local onde o voo MS804 perdeu contato com os radares.
"As operações prosseguem até recuperarmos tudo que será encontrado", garantiu o oficial. "Três agentes do Serviço de Investigação e Análise da Aviação Civil da França e um especialista técnico da Airbus chegaram ao Cairo para participar das operações no Mar Mediterrâneo e no Mar Egeu", acrescentou, por sua vez, a emissora estatal. O avião da Egyptair decolou de Paris, na França, com destino ao Cairo e interrompeu sua comunicação com os radares logo que se aproximou do espaço aéreo egípcio. 
O ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos, disse que o avião fez manobras bruscas minutos antes de sumir dos radares. Ontem, a imprensa da ilha dizia que um pesqueiro tinha avistado uma explosão no céu e que objetos laranjas haviam sido encontrados na costa grega, podendo pertencer ao A320 da Egyptair. A informação chegou a ser confirmada pelo vice-presidente da companhia aérea, Ahmed Adel, mas negada em seguida por Atenas. De acordo com o governo, as peças achadas não eram de um avião. Por sua vez, o ministro da Aviação do Egito, Sherif Fathi, admitiu que a probabilidade de que a aeronave tenha sido derrubada em um atentado terrorista é "maior" do que a de que tenha sofrido problemas técnicos.
Os familiares dos 56 passageiros e 10 tripulantes que estavam a bordo do voo passaram a noite em um hotel no Cairo esperando notícias. A maioria dos 66 viajantes tinha nacionadade egípcia ou francesa. As Promotorias de Paris e do Cairo já abriram uma investigação sobre o desastre. 
Com Ansa

CASO PETROBRAS: STF autoriza e Moro investigará Eduardo da Fonte

UOL
CONGRESSO EM FOCO

Juiz recebeu vídeo que flagra o vice-líder do Partido Progressista em reunião com operadores do esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato. Gravação revela que, além de PMDB e PP, outros partidos também eram beneficiários do dinheiro ilegal

Divulgação
Deputado é um dos membros do Partido Progressista às voltas com a Lava Jato

Mesmo com direito a foro privilegiado, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) será investigado pelo juiz Sérgio Moro, titular da 13ª vara federal de Curitiba e coordenador da Operação Lava Jato. O magistrado de primeira instância foi autorizado pelo ministro Teori Zavaski, relator da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), a analisar cópia de um vídeo que mostra uma reunião realizada em 2009 pelo parlamentar com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa e o lobista Fernando Soares Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da estatal. O compartilhamento do vídeo sob a guarda do STF foi solicitado há uma semana a Teori pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Do encontro com Dudu da Fonte, como o parlamentar é conhecido, também participou o ex-deputado pernambucano já falecido Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB e depois parlamentar do PSB. A reunião foi filmada no escritório do operador do mercado financeiro, Marcos Duarte Santos, o Marcão, sócio de Baiano em imóveis.Também estavam presentes à reunião gravada em vídeo os executivos da Construtora Queiroz Galvão, Ildefonso Colares, e Eerton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia. As duas empresas estão sob investigação na Lava jato por envolvimento na rede de propina e fraudes em contratos com a Petrobras.
O vídeo é crucial para as investigações da Polícia Federal e dos procuradores. Moro pretende confrontar o conteúdo das conversas com a delação premiada de Fernando Baiano, preso em novembro de 2014 e hoje em detenção domiciliar em razão de sua colaboração com a Justiça. Ele é apontado como o intermediário no recebimento de propinas destinadas ao PMDB e pagas por empreiteiras contratadas pela Petrobras, mas o vídeo revela que outros partidos também eram beneficiários do dinheiro ilegal.

STF
Nos depoimentos negociados com o Ministério Público Federal, a PF e o magistrado, o lobista cita o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teriam recebido propina por intermédio do lobista Jorge Luz. Baiano também citou o senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) como beneficiário da propina, além do senador cassado Delcídio do Amaral e o ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula, Silas Rondeau.
O vídeo com imagens do deputado na reunião vai servir de instrução de mais um processo a ser aberto por Moro. No entanto, a decisão de processar o parlamentar e julgá-lo só poderá ocorrer no STF em razão da prerrogativa de foro privilegiado que assiste a Dudu da Fonte.
Por meio de sua assessoria, o deputado Dudu da Fonte preferiu enviar ao Congresso em Foco uma declaração por escrito: “Estive e estou, sempre, à disposição da Justiça para esclarecer, logo, todo o fato”, registrou.

POLÍTICA: 'Dilma está sitiada no Palácio do Alvorada', diz senador petista

Do UOL, em São Paulo

O senador Jorge Viana (PT-AC) revelou nesta quinta-feira (19) em discurso no Senado, que foram implantadas restrições, pela segurança do Palácio do Alvorada, às pessoas que querem visitar a presidente afastada Dilma Rousseff, que continua morando no local. 
Viana reclamou publicamente de uma barreira colocada perto do Palácio do Jaburu, onde mora o presidente interino Michel Temer, que é próximo do Palácio da Alvorada. "Quem precisa ir ver a presidente é parado e precisa de autorização do Jaburu para passar", disse o senador. Para ele, Dilma está "sitiada por conta das restrições a visitas impostas pela segurança determinada pelo Palácio do Planalto".
"Faço um apelo ao presidente do Supremo, ministro Lewandowski: questione as autoridades instaladas provisoriamente no Palácio do Planalto se isso é legal. Faço um apelo às autoridades: que garantam o ir e vir conforme estabelece a Constituição", afirmou o senador em seu discurso.
Embora não tenha falado em falta de educação, Viana disse que se sentiu incomodado ao ter de se identificar na barreira, que tinha militares "fortemente armados". 
"Dilma está sitiada. Acabei de fazer uma visita a ela, ao lado de outros parlamentares, e tivemos que nos identificar, esperar um bom tempo para que telefonemas fossem dados, para que ligações fossem feitas para ver se nós podíamos passar para fazer uma simples visita à Presidente Dilma. Isso significa que a Presidente eleita está sitiada? Que país é este? Que governo provisório é esse? Essa é a plena democracia? Isso é o funcionamento pleno das instituições?", disse o senador.
O UOL não conseguiu contato com o Palácio do Planalto na noite de ontem para que a Presidência da República informasse como está sendo feita a segurança dos Palácios da Alvorada e do Jaburu.

POLÍTICA: "Eu vi tudo ruir", diz Lula sobre afastamento de Dilma

Do UOL, em São Paulo

Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Lula, durante entrevista a um jornalista estrangeiro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (19), em entrevista a jornalistas estrangeiros, que o dia do afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República foi "o dia da indignação" para ele, marcado também por um sentimento de derrota e frustração. "Eu vi aquilo ruir, desmoronar."
"Eu não queria estar naquele ato, eu não queria estar naquela foto, porque penso que foi uma sangria, e foi quase que um estupro feito na democracia brasileira que permitiu que a presidenta Dilma deixasse a Presidência antes de terminar o seu mandato", afirmou Lula.
O ex-presidente disse que não se sentiu "confortável". "Foi um dia muito triste para mim porque não era apenas uma presidenta que estava deixando a Presidência de forma abrupta, era um projeto, um projeto de sonho, um projeto de inclusão social, um projeto que mostrou ao mundo que fica muito fácil governar um país e resolver os problemas do povo pobre quando você inclui os pobres no orçamento do país, quando você deixa de tratá-los apenas como uma estatística ou problema social", explicou. 
O ex-presidente disse que fez questão de acompanhar Dilma naquele momento por "solidariedade" e "para mostrar aos adversários que tem muita coisa para acontecer nesse país, tem muita luta e ainda falta muita conquista para o povo brasileiro".
Dilma foi afastada temporariamente no último dia 12 pelo Senado, no processo que analisa e julga o pedido de impeachment. A presidente afastada terá agora de apresentar nova defesa aos senadores, para tentar retomar a Presidência. Esse processo pode durar até 180 dias.

MUNDO: Forças Armadas do Egito anunciam ter encontrado destroços do avião da EgyptAir

UOL
No Cairo

Avião desaparece entre Paris e o Cairo com 66 passageiros
19.mai.2016 - Um Airbus A320 da companhia EgyptAir desapareceu na madrugada desta quinta-feira (19) enquanto sobrevoava o leste do mar Mediterrâneo com 56 passageiros e dez tripulantes. O avião havia decolado de Paris, na França, a caminho do Cairo, no Egito. O ministro da Aviação do Egito, Sherif Fathy , disse nesta quinta-feira (19) que as chances de um ato terrorista como causa do desaparecimento do avião da companhia EgyptAir são maiores que as de uma falha técnica.VEJA MAIS >Imagem: Andreas Soos/AFP

As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta sexta-feira (20) que encontraram destroços e objetos pessoais dos passageiros do voo MS804 da EgyptAir que caiu na madrugada de quinta-feira no Mediterrâneo, durante uma viagem de Paris ao Cairo.
"Aviões e navios das Forças Armadas encontraram objetos pessoas dos passageiros e destroços da aeronave 290 quilômetros ao norte de Alexandria", afirma o exército em um comunicado.
"A busca continua, estamos retirando água de tudo o que encontramos", completa a nota oficial.
O voo MS804 desapareceu na quarta-feira à noite dos radares entre as ilhas do sul da Grécia e a costa norte do Egito por razões ainda desconhecidas.
O presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi determinou na quinta-feira a intensificação das operações de busca após anúncios contraditórios sobre a localização de destroços, que não pertenciam ao Airbus da EgyptAir.

COMENTÁRIO: O mundo pop do golpe

Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

O “exército do Stédile” estava perdendo a guerra da opinião pública e os que ainda insistem em falar em “golpe” trocaram os carimbados MST, CUT, UNE e MTST por uma tropa de elite: os artistas, que se misturam às mocinhas bonitas da classe média alta de Rio e São Paulo que ilustram as manifestações da Avenida Paulista e as capas dos jornais.
Como a turma do vermelho é a minoria da minoria, a estratégia petista é usar a transformação do Ministério da Cultura em Secretaria como pretexto para mobilizar os aliados do ambiente artístico, que acham chiquérrimo ser “de esquerda” e, a partir disso, defendem qualquer coisa. Os “movimentos sociais” dividem, mas o PT acha que esse “mundo pop” soma. É assim que artistas e assemelhados invadem prédios da área de Cultura, para ganhar espaço nas TVs e atrair simpatias entre os que não entenderam nada das pedaladas fiscais e caem na história do “golpe”.
Se ainda há dúvidas sobre por que Dilma Rousseff foi afastada, basta olhar o rombo das contas públicas: o governo dela admitia que era mais de R$ 90 bilhões e Henrique Meirelles e equipe – aliás, excelente equipe – já trabalham com quase R$ 200 bilhões. R$ 200 bi!
As pedaladas foram exatamente isso: Dilma gastou o que tinha e o que não tinha e, mesmo depois de estourar o Orçamento, continuou contraindo mais dívida, inclusive sem permissão do Congresso. Ou seja: ela “pedalou” para esconder o rombo, para continuar gastando mais e mais em políticas populistas e para se reeleger. É ou não crime de responsabilidade?
Aliás, há quem diga, principalmente nas Forças Armadas e na diplomacia, que um outro crime de responsabilidade de Dilma foi, e é, insistir na história do “golpe” no exterior. Para parlamentares, isso configura calúnia e difamações contra as instituições brasileiras: o Supremo, a Câmara e o Senado. Sem falar nos ataques do PT ao MP, à PF e à mídia, pilares da democracia.
Se faltava cutucar os militares, não falta mais, depois da Resolução do Diretório Nacional sobre Conjuntura em que os petistas lamentam terem aproveitado os tempos de poder para modificar os currículos das academias militares e promover oficiais “com compromisso democrático e nacionalista”. Por em dúvida o compromisso democrático e até o nacionalismo de generais, almirantes e brigadeiros é um insulto às Forças Armadas.
Apesar de as três Forças terem mantido silêncio e distância da crise política, econômica e ética, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, não resistiu. Ontem, ele me disse que, com coisas assim, o PT está agindo como nas décadas de 1960 e 1970, aproximando-se do “bolivarianismo” de Cuba e Venezuela e “plantando o antipetismo no Exército”. Essa declaração de um comandante militar, convenhamos, não é trivial.
No próprio plano externo, a tese do golpe está ficando restrita aos próprios “bolivarianos”. Os Estados Unidos já se manifestaram em sentido contrário na Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Argentina e o Paraguai, entre outros, abortaram ameaças conjuntas contra o Brasil. Venezuela e seus seguidores podem ficar falando sozinhos.
Nicolás Maduro diz que há um golpe no Brasil, mas ele é que está na mira da OEA. O diretor-geral da organização, Luis Almagro, o chamou de “ditadorzinho”. Maduro reagiu dizendo que ele é “agente da Cia”. E, como Almagro foi chanceler do Uruguai, o ex-presidente Mujica tomou as dores: “Maduro está louco como uma cabra”.
Temos, pois, que Dilma anda mal de defensores. Os artistas farão manifestações inconsequentes internamente e Maduro tem de se preocupar mais com ele e com a OEA do que com o Brasil, enquanto Michel Temer toureia um Congresso rebelde e Henrique Meirelles tenta descobrir o tamanho do rombo e o fundo de um poço que parece não ter fim.

INVESTIGAÇÃO: Janot quer investigar Jucá e Renan por suposta propina em Belo Monte

FOLHA.COM
MÁRCIO FALCÃO, DE BRASÍLIA

Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress 
Romero Jucá (PMDB-RR), senador licenciado e agora ministro do Planejamento

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito contra integrantes da cúpula do PMDB para apurar o suposto pagamento de propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
São alvos da Procuradoria: o ministro Romero Jucá(Planejamento), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Janot solicitou que eles passem a figurar como investigados em inquérito no Supremo que já apura a suposta participação do senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, com o esquema na usina.
A linha de investigação tem como base delações premiadas, como a do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e de Luiz Carlos Martins, ligado a construtora Camargo Corrêa.
Aos investigadores, Delcídio afirmou que ex-ministros operaram um esquemade desvio de dinheiro das obras da usina de Belo Monte. Os recursos teriam ido para campanhas do PT e do PMDB.
Delcídio afirmou que os ex-ministros Erenice Guerra e Silas Rondeau, do governo Lula, e Antônio Palocci, dos governos Lula e Dilma, movimentaram cerca de R$ 25 bilhões e desviaram pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas do PT e do PMDB em 2010 e 2014.
O ex-senador disse que o "time" formado pelos senadores Renan Calheiros, Edison Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp, exerceu um arco de influência amplo no governo, como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul, Eletronorte, diretorias de abastecimento e internacional da Petrobras, além das usinas de Jirau e Belo Monte.
Segundo Delcídio, houve o pagamento, à época, de ao menos R$ 30 milhões a título de propina pela construção de Belo Monte ao PT e ao PMDB, sendo que Palocci coordenou esses pagamentos no âmbito do PT, destinando-os à campanha eleitoral da presidente afastada Dilma Rousseff e ao próprio partido, para redistribuição em beneficio de diversas outras campanhas eleitorais.
Ele afirmou ainda que, pelo PMDB, Rondeau destinou propina para o grupo do ex-senador José Sarney (AP), do qual fazem parte Lobão, Renan, Romero Jucá, Raupp e Jader.
Luiz Carlos Martins narrou com riqueza de detalhes a ocorrência sistêmica de pagamento de propina decorrente dos citados contratos a agentes políticos facilitadores das negociações e contratações da usina.
Segundo a Procuradoria, ele "não apenas menciona explicitamente, por duas ocasiões, que o agente corrupto seria Lobão, então ministro, como havia cobrança para pagamento de propina a agente político do PMDB e que teve que fazer contratações simuladas para a remessa de dinheiro ilícito. Ele entregou aos investigadores notas fiscais frias para esquentar pagamentos de propina realizados", diz a acusação, a Lobão.
Eduardo Anizelli -11.mai.2016/Folhapress 
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)

CORRUPÇÃO
De acordo com delatores, a propina em Belo Monte chegaria a R$ 20 milhões –sendo que a obra, prevista para ser concluída em janeiro de 2019, tem um investimento estimado em R$ 28,9 bilhões.
No pedido, Janot afirmou que as informações dos delatores podem configurar crime de corrupção passiva.
"Os políticos não apenas tinham consciência de que os valores eram provenientes das vantagens indevidas destinadas aos diretores e altos funcionários de empresas públicas e sociedades de economia mista federais, mas também atuavam, direta ou indiretamente, para a continuidade do esquema de pagamento de vantagens indevidas, seja pela manutenção dos diretores em seus cargos, seja pela manutenção do cartel de empresas ou, ao menos, pela não interferência em seu funcionamento", escreveu.
Os peemedebistas já estão investigados na Lava Jato. Jucá e Renan também são alvos de inquéritos ligados à Operação Zelotes, que apura suposto esquema de compra de medidas provisórias.
A Procuradoria afirma ao STF que a Justiça do Paraná já investiga Palocci, Erenice, Rondeau, Valter Cardeal e João Vaccari pelos fatos relacionados a Belo Monte –eles não têm foro privilegiado e não precisam ser investigados no Supremo.
OUTRO LADO
A Folha não localizou os advogados do ministro e dos senadores peemedebistas na noite desta quinta, mas os cinco negam envolvimento com desvios.
O PMDB tem afirmado que não participou de esquema de corrupção do setor elétrico ou de qualquer outra área do governo. O PT afirma que suas doações são legais.
O presidente do Senado tem classificado a delação premiada de Delcídio de um "delírio" e afirmou que não conhece as pessoas que poderiam ter viabilizado o suposto esquema.
O senador Romero Jucá negou que tenha indicado nomes do governo e que tenha ligação com irregularidades.
O senador Valdir Raupp informou que desconhece indicações para o setor elétrico.
O senador Jader Barbalho afirmou que Delcídio cometeu um exagero e que não se sente influenciando o governo há bastante tempo.
Ex-ministro de Minas e Energia, Lobão também tem rechaçado qualquer relação com desvios.

CORRUPÇÃO: Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, é alvo de operação da PF

ESTADAO.COM.BR
Coluna ESTADAO
POR ANDREZA MATAIS

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram, na manhã desta sexta-feira, a Operação Janus. Um dos alvos é Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, filho do irmão da primeira mulher do petista. Ele foi alvo de mandado de condução coercitiva. O sócio dele, José Manuel Camano, também foi levado a prestar depoimento.
Essa investigação, inicialmente instaurada para apurar suposto tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para beneficiar a Odebrecht , se ampliou e resultou na operação de hoje, da qual Lula não é alvo. Os policiais cumprem quatro mandados de busca e apreensão, dois de condução coercitiva e cinco intimações todos em Santos.
As medidas cumpridas hoje têm como meta esclarecer quais razões para a Odebrecht ter celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção civil de pequeno porte com sede em Santos/SP para a realização de obras complexas em Angola. De acordo com a investigação, apenas por seus serviços nas obras de reforma do complexo hidrelétrico de Cambambe, a empresa recebeu R$ 3,5 milhões. A obra recebeu do BNDES financiamento que totalizava US$ 464 milhões.
O nome da operação é uma referência ao Deus romano Janus (ou Jano). A menção à divindade latina de duas faces, que olha ao mesmo tempo para o passado e para o futuro, quer mostrar como deve ser realizado o trabalho policial, sempre atento a todos os lados e aspectos da investigação.

ECONOMIA: Prévia da inflação acelera a 0,86% e é a maior para maio em 20 anos

Do UOL, em São Paulo

Stefan Wermuth/Reuters

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), voltou a acelerar e ficou em 0,86% em maio. É o maior IPCA-15 para o mês em 20 anos, desde 1996, quando foi de 1,32%.
Em abril, o indicador havia ficado em 0,51%. Em maio do ano passado, foi de 0,6%.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (20). Em 12 meses, o indicador acumula 9,62%. 
A prévia da inflação continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, acima do limite máximo da meta. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%).
Alta no preço dos remédios
O IPCA-15 de maio foi puxado principalmente pelos preços dos remédios, que subiram 6,5%. No início de abril, entrou em vigor uma alta de até 12,5% nos preços dos medicamentos, com reflexo em maio.
Os preços dos alimentos, com grande peso no índice, também influenciaram a prévia da inflação. Os destaques foram a alta no preço da batata-inglesa (+ 29,65%), do feijão carioca (+5,04%) e do leite (+2,82%). 
Taxa de água da Sabesp subiu 35,93%
O encerramento da política de bônus, com desconto na conta de quem economizava água na região metropolitana de São Paulo, também impactou a prévia da inflação.
Com o fim dos descontos na conta da Sabesp, a taxa de água e de esgoto na região subiu 35,93%. Em 12 de maio, entrou em vigor um aumento de 8,5% nas contas de água dos municípios atendidos pela empresa. 
Em todo o país, a taxa de água e esgoto teve alta de 9,03%. 
Passagem aérea fica mais barata
Entre os itens que ficaram mais baratos no início do mês, os destaques são as passagens aéreas (-8,59%) e o etanol (-8,54%).
Perspectivas
A expectativa de economistas é que a inflação recue em direção à meta neste ano e no próximo, mas não de forma rápida o suficiente para que o Banco Central se sinta confortável em baixar a Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião, em junho.
De acordo com analistas consultados pelo BC para a pesquisa Focus, a estimativa é que a inflação de 2016 seja de 7%. Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação divulgada na última segunda-feira (16) caiu de 6,15% para 6,09%. Em relação a 2017, os economistas também reduziram a previsão para a inflação, de 5,62% para 5,50%.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Com Reuters)

DIREITO: STJ - STF suspende eficácia da lei que autoriza uso da fosfoetanolamina

Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu nesta quinta-feira (19) medida liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5501 para suspender a eficácia da Lei 13.269/2016 e, por consequência, o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. A lei autoriza o uso da substância por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.
A Associação Médica Brasileira (AMB), autora da ação, sustenta que diante da ausência de testes da substância em seres humanos e de desconhecimento acerca da eficácia do medicamento e dos efeitos colaterais, sua liberação é incompatível com direitos constitucionais fundamentais como o direito à saúde (artigos 6° e 196), o direito à segurança e à vida (artigo 5°, caput), e o princípio da dignidade da pessoa humana (artigo 1°, inciso III).
Voto do relator
“Ao suspender a exigibilidade de registro sanitário da fosfoetanolamina sintética, o ato atacado discrepa das balizas constitucionais concernentes ao dever estatal de reduzir o risco de doença e outros agravos à saúde dos cidadãos”, disse o relator, ministro Marco Aurélio, em seu voto (leia a íntegra) pelo deferimento da liminar para suspender a eficácia da lei até o julgamento definitivo da ação.
O relator ressaltou que, ao dever do Estado de fornecer medicamentos à população, contrapõe-se a responsabilidade constitucional de zelar pela qualidade e segurança dos produtos em circulação. O Congresso Nacional, para o ministro, ao permitir a distribuição de remédio sem o controle prévio de viabilidade sanitária pela Anvisa, não cumpriu com o dever constitucional de tutela da saúde da população. “O direito à saúde não será plenamente concretizado sem que o Estado cumpra a obrigação de assegurar a qualidade das drogas distribuídas aos indivíduos mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desenganos, charlatanismos e efeitos prejudiciais ao ser humano”.
Neste ponto, de acordo com o relator, há ofensa ao postulado da separação de Poderes, uma vez que não cabe ao Congresso Nacional viabilizar a distribuição de qualquer medicamento, mas sim, à Anvisa. O ministro salienta que a aprovação do produto pela agencia é condição para industrialização, comercialização e importação com fins comerciais, segundo o artigo 12 da Lei 6.360/1976. “Ante a ausência do registro, a inadequação é presumida”.
“É no mínimo temerária – e potencialmente danosa – a liberação genérica do medicamento sem a realização dos estudos clínicos correspondentes, em razão da ausência, até o momento, de elementos técnicos assertivos da viabilidade da substância para o bem-estar do organismo humano. Salta aos olhos, portanto, a presença dos requisitos para o implemento da medida acauteladora”, concluiu o relator.
Primeiro a acompanhar o relator, o ministro Luís Roberto Barroso entendeu que a autorização de uso da fosfoetanolamina sintética anteriormente à realização de testes necessários para comprovar que o composto seja seguro e eficaz coloca em risco a saúde, o bem-estar e a vida das pessoas, “em clara afronta ao direito à saúde”. Segundo ele, também há, na hipótese, violação à reserva de administração, uma vez que, ao autorizar o uso da fosfoetanolamina sem cumprimento das exigências legais de realização de testes clínicos e de registro sanitário, “o Poder Legislativo substitui o juízo essencialmente técnico da Anvisa, por um juízo político, interferindo de forma indevida em procedimento de natureza tipicamente administrativo”.
De acordo com o ministro Teori Zavascki, a atividade em questão pertence ao Poder Executivo, por essa razão ele considerou relevante a alegação de inconstitucionalidade. “É certo que o legislador pode disciplinar a matéria. O Sistema Único de Saúde (SUS) atua nos termos da lei, todavia, não parece constitucionalmente legítimo que o legislador, além de legislar, assuma para si uma atividade tipicamente executiva”, disse o ministro, ao votar pela concessão da liminar.
No mesmo sentido, votou o ministro Luiz Fux. Ele observou que a utilização do composto pode apresentar um perigo inverso, uma vez que não há uma aferição exata das consequências do uso dessa substância, com possível violação ao direito à saúde e a uma vida digna. O ministro citou parecer da Anvisa, segundo o qual, o uso da fosfoetanolamina pode favorecer o abandono de tratamentos prescritos pela medicina tradicional, os quais podem beneficiar ou curar a doença.
A ministra Cármen Lúcia também acompanhou o relator. De acordo com ela, os médicos são unânimes no sentido de que há riscos na utilização do composto e alegam que ainda não se conhecem os seus efeitos colaterais. “Acho que a interpretação conforme a Constituição liberaria de forma ampla e geral [o uso da substância] e sem os cuidados previstos pela Resolução nº 38, da Anvisa, que estabelece como um dever da própria agência a verificação de quais pacientes podem se submeter ao uso desse medicamento”, ressaltou a ministra, ao acrescentar que a concessão da liminar é “para que não se veja na pílula do câncer mais uma pílula de engano para quem já está sofrendo com o desengano”.
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, uniu-se à maioria pelo deferimento da liminar. Segundo ele, permitir ao parlamento legislar na área da farmacologia abre um precedente “extremamente perigoso”, que coloca em risco a própria saúde da população. “Não me parece admissível que hoje o Estado – sobretudo no campo tão sensível que é o campo da saúde, que diz respeito à vida e à dignidade da pessoa – possa agir irracionalmente, levando em conta razões de ordem metafísica ou fundado em suposições que não tenham base em evidências científicas”, destacou. 
Divergência
Para o ministro Edson Fachin, o primeiro a divergir da conclusão do relator, na dimensão estrita do estágio terminal, a lei em questão é aplicável quando não houver outras opções eficazes. “Em tais casos, pode o Congresso Nacional, no exercício da sua competência privativa para regular o funcionamento do Sistema Único de Saúde, reconhecer o direito de pacientes terminais agirem, ainda que tendo que assumir riscos desconhecidos, em prol de um mínimo de qualidade de vida”, afirmou.
Segundo Fachin, a Anvisa não detém competência privativa para autorizar a comercialização de toda e qualquer substância. O ministro entende que o Congresso pode autorizar a produção dispensando o registro em situações excepcionais. O ministro votou pela concessão parcial do pedido, a fim de dar interpretação conforme a Constituição Federal ao artigo 2º da Lei 13.269/2016 e reconhecer o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes terminais.
A ministra Rosa Weber acompanhou a divergência, votando pela concessão parcial da medida liminar, para conceder ao tema interpretação conforme a Constituição, a fim de que fosse liberada a utilização do composto nos casos de pacientes terminais. “Essa questão, em última análise, envolve alguns casos nos quais será retirada a última esperança de quem tem tão pouca esperança”, disse, ao acrescentar que, por vezes, uma esperança de cura leva a resultados satisfatórios, pelo menos no que diz respeito à qualidade de vida.
O ministro Dias Toffoli também votou pela possibilidade de permitir o acesso ao medicamento para os pacientes terminais. Conforme o ministro, o mérito administrativo de segurança e eficácia, que é da Anvisa, não pode ser invadido pelo Poder Judiciário. “Nós não temos competência para avaliar se um medicamento é seguro ou eficaz”, avaliou o ministro. 
Em seguida, da mesma forma, votou o ministro Gilmar Mendes. “Não vejo aqui, como plausível, o argumento da violação da reserva de iniciativa e nem a prerrogativa do Executivo para legislar sobre a matéria, tanto é que essa legislação toda que hoje disciplina o SUS pode ser alvo de alteração por parte do legislador ordinário, inclusive no que diz respeito à iniciativa”, destacou. Ele considerou que o Supremo, ao suspender a norma questionada, pode estar produzindo uma situação que vai estimular a judicialização da questão.

DIREITO: STJ - Ações de improbidade contra envolvidos na Lava Jato não terão juiz único

O julgamento das ações de improbidade administrativa contra ex-dirigentes da Petrobras e de empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato não será feito por um único juiz, a exemplo do que tem ocorrido com as ações criminais, segundo decisão da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciada nesta quinta-feira (19).
O colegiado do STJ analisou quatro ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF) que pedem a condenação por atos de improbidade administrativa de um ex-diretor da Petrobras e diversos executivos de empreiteiras que prestavam serviços para a empresa estatal. 
Os ministros da Primeira Turma analisaram se essas ações e as demais a serem ajuizadas no âmbito da operação Lava Jato deveriam ser concentradas na 2ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo primeiro processo ajuizado pelo MPF, ou se as ações deveriam ser distribuídas livremente às demais varas federais.
Esquema
O MPF defendeu que todas as ações sejam julgadas pela 2ª Vara Federal da cidade curitibana, sob o argumento de que tratam do mesmo "esquema de corrupção" investigado na Petrobras e que a separação dos processos dificultaria a compreensão completa dos fatos delituosos.
Durante o julgamento na Primeira Turma, a defesa de uma das empreiteiras citadas sustentou que os processos “não têm o mesmo objeto” e que, portanto, devem ter livre distribuição. Entender de forma diversa é ignorar o princípio do juiz natural.
A relatora do caso, ministra Regina Helena Costa, manteve a decisão colegiada do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no sentido de que as ações de improbidade administrativa tenham livre distribuição. O voto da relatora foi aprovado por unanimidade.
Emblemática
O presidente da Primeira Turma, ministro Sérgio Kukina, considerou a decisão “emblemática”, ressaltando que, para o julgamento dos processos da Lava Jato na esfera criminal, “optou-se pela concentração em juízo único” (13ª Vara Federal de Curitiba).
Kukina sublinhou que no STJ as ações criminais da operação Lava Jato também foram concentradas em um juízo único, no caso, na Quinta Turma. “Na seara extrapenal, estamos anunciando que a dinâmica fática não se revelou suficiente para a reunião dos processos”, afirmou.
Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1542107 REsp 1540354 REsp 1541241 REsp 1541243
Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |