sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CONSUMIDOR: Direitos de clientes serão mantidos com ou sem a venda da TIM, diz advogado

Do UOL, em São Paulo
Larissa Leiros Baroni

Apesar dos rumores da possível venda da TIM, os clientes da operadora --que correspondem a cerca de 27% do total do mercado-- não precisam se preocupar. É o que afirma Fábio Lopes Soares, professor da Escola de Direito da FGV-Rio (Fundação Getúlio Vargas), que diz que os direitos dos consumidores são preservados independente das tramitações comerciais da prestadora de serviço.
"Desde que não seja declarada falência --que não é o caso--, os direitos adquiridos e firmados no contrato de prestação de serviço devem ser mantidos, seja pela própria TIM ou por qualquer uma das possíveis compradoras da empresa", explica. De acordo com ele, os clientes não podem ser lesados ainda mais se tratando de um serviço denominado essencial. "E se isso por ventura não vir a acontecer, é como se estivessem rasgando o código do consumidor."
Soares compara a possível venda da TIM à compra da Telefônica. "A Vivo teve que manter todos os contratos da empresa espanhola. O mesmo acontece quando uma operadora extingue um determinado plano. Deixa de habilitar novas operações, mas é obrigada a manter os contratos vigentes."
Sendo ou não verdade, a possível aprovação da venda da TIM, segundo Soares, dependeria de uma aprovação da Anatel (Anatel Agência Nacional de Telecomunicações), bem como da avaliação do Ministério da Justiça, que consulta órgãos do Direito do Consumidor, e até mesmo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que apura a existência de possível monopólio do setor.
E para a Proteste - Associação de Consumidores, portanto, o papel da Anatel será fundamental para que os consumidores não se prejudiquem no possível processo de venda da TIM. "Como regulador do setor, esperamos que o órgão garanta que as compradoras funcionem como sucessoras nos contratos já firmados com os clientes da TIM", destaca Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.
Na opinião de Maria Inês, a venda da TIM, principalmente por se tratar da segunda maior operadora do mercado e responsável por 83,5% dos celulares pré-pagos, representaria a redução da concorrência e a diminuição do poder de negociação de uma área que lidera as queixas nas entidades de defesa do consumidor.
Claro, Vivo e Oi estudam comprar a TIM
Segundo a Folha de S.Paulo, as operadoras Claro e Vivo fecharam acordo com o banco BTG Pactual para, junto com a Oi, comprar a TIM Brasil, a segunda maior empresa do mercado brasileira, e reparti-la em três.
O valor não está fechado, mas pode chegar a R$ 31,5 bilhões, o maior negócio no setor no país. São cerca de R$ 30 bilhões, mais um prêmio de 5% pago aos acionistas, incluindo minoritários. A oferta será proposta aos acionistas da Telecom Italia, dona da TIM Brasil, que decidirão a possível venda em assembleia.
A TIM afirmou, no entanto, que seus diretores e sua controladora, a Telecom Italia, não estão participando de qualquer discussão para a venda da operadora. "A companhia informa que ambos os diretores e a Telecom Italia não têm qualquer conhecimento e não estão tomando parte em qualquer discussão que visa uma possível venda da companhia", informou um comunicado da empresa.
A reportagem entrou em contato com a Oi, Vivo e Claro, mas todas elas disseram que não estão comentando o assunto.

GESTÃO: STF manda Planalto incluir aumento a juízes no projeto de Orçamento

UOL, DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber determinou nesta sexta-feira (31) que a Presidência da República inclua no projeto de Orçamento de 2015, enviado do Planalto ao Congresso, as propostas de aumento salarial de juízes, promotores e servidores.
O Poder Judiciário e o MPU (Ministério Público da União) haviam elaborado propostas orçamentárias que continham os aumentos, mas os valores foram suprimidos do projeto encaminhando ao Congresso. O corte feito pelo governo afetou principalmente os projetos que previam aumento salarial.
No STF, por exemplo, os ministros tentam ampliar os próprios salários dos atuais R$ 29,4 mil para R$ 35,9 mil, o que representa um reajuste de 22%. Já esta previsto um aumento para R$ 30,9 mil.
Alan Marques/Folhapress 
A ministra Rosa Weber em sessão no Supremo Tribunal Federal
O aumento pretendido pelo STF produziria um efeito cascata no Judiciário, uma vez que o salário dos ministros do Supremo é base para o subsídios de ministros de outros tribunais superiores, juízes e desembargadores, além de membros de tribunais de contas.
Ao promover o corte, o Ministério do Planejamento disse que o Orçamento de 2015 seria impactado em R$ 16,9 bilhões caso as propostas de aumento do Judiciário e do Ministério Público fossem contempladas.
Na decisão de Weber, o Planalto deverá enviar as propostas de aumento sem cortes, cabendo ao Congresso fazer alguma redução dos valores.
A ministra está atendendo em parte a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para o procurador, o Executivo deve simplesmente receber os números e encaminhá-los, sem cortes, ao Legislativo.
Houve casos semelhantes em 2012, quando a proposta de Orçamento de 2013 modificou os valores pleiteados pelo MPU, e em 2011, quando o projeto de Orçamento de 2012 não incluiu a previsão de aumento salarial para o Poder Judiciário –14,7% a mais para os ministros do Supremo. Em ambos os casos, a proposta inicial acabou sendo enviada sem cortes ao Congresso.

CONSUMIDOR: Definição sobre reajuste do preço da gasolina é adiada para a próxima terça-feira

ESTADAO.COM.BR
FERNANDA NUNES E ANTONIO PITA - O ESTADO DE S. PAULO

Neste dia, o conselho de administração da Petrobrás voltará a se encontrar para dar continuidade à reunião realizada nesta sexta-feira pela manhã, mas interrompida ainda no primeiro ponto da pauta, sem que o aumento dos preços fosse debatido
A definição sobre o reajuste dos combustíveis foi adiada para a próxima terça-feira, dia 4. Neste dia, o conselho de administração da Petrobrás voltará a se encontrar para dar continuidade à reunião realizada nesta sexta-feira pela manhã, mas interrompida ainda no primeiro ponto da pauta, sem que o aumento dos preços da gasolina e do óleo diesel fosse debatido. 
A pauta foi interrompida em meio a discussões sobre a exigência da PwC, auditora das finanças da empresa, de que a estatal contrate duas auditorias externas independentes para investigar denúncias de corrupção envolvendo a petroleira. A PwC se negou a validar os números do terceiro trimestre, enquanto a Petrobras não contratasse as empresas. 
Na segunda-feira, a Petrobrás anunciou a contratação de dois escritórios de advocacia para investigar o esquema de corrupção denunciados pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa. São eles o americano Gibson, Dunn & Crutcher LLP e o brasileiro Trench, Rossi e Watanabe Advogados.
Fonte ouvida pelo Broadcast - serviço de informações em tempo real da Agência Estado - contou que a expectativa dos conselheiros é decidir sobre o reajuste na terça. Já o resultado financeiro da empresa relativo ao terceiro trimestre deste ano não chegou a entrar na pauta da reunião desta sexta-feira e também não entrará no próximo encontro. 

DIREITO: AGU recupera R$ 792 milhões de quadrilha que agia em Mato Grosso

UOL.COM.BR
André Richter
Da Agência Brasil, em Brasília

A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu na Justiça Federal o bloqueio de R$ 792,3 milhões em bens pertencentes à quadrilha liderada por João Arcanjo Ribeiro, conhecido como comendador. Na década passada, Arcanjo Ribeiro foi acusado de chefiar uma quadrilha que atuava no crime organizado no Mato Grosso, com envolvimento na exploração ilegal de jogos.
No caso específico da ação da AGU, ele é acusado de lavagem de dinheiro por meio de empresas de factoring no Uruguai. Descoberto pela Polícia Federal na Operação Arca de Noé, em 2002, o esquema consistia em empréstimos fraudulentos com instituições financeiras. Os valores eram remetidos ilegalmente de volta ao Brasil.
Para decretar a perdição dos bens, foi necessário um trabalho conjunto da AGU, da Receita Federal e do MPF (Ministério Público Federal), durante quatro meses. Entre os bens recuperados estão um hotel de luxo em Orlando, nos Estados Unidos, uma aeronave, uma rede de postos de gasolina em Cuiabá e 70 imóveis.
De acordo com a sentença da Justiça Federal em Mato Grosso, o patrimônio recuperado pela União deverá ser usado em gastos sociais e em projetos de segurança pública.

ECONOMIA: Bolsa salta 4,38% no dia, tem melhor semana desde março e fecha mês no azul


Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com alta de 4,38%, a 54.628,6 pontos nesta sexta-feira (31). Foi a maior alta percentual diária desde 13 de outubro, quando subiu 4,78%.
Com isso, a Bolsa fechou a semana pós-eleições com alta de 5,17%, o maior avanço desde a semana terminada em 21 de março (quando a alta foi de 5,37%).
A Bolsa também conseguiu anular as perdas mensais (que até ontem estavam em 3,29%) e fechou outubro com alta de 0,95%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 2,94%,, negociado a R$ 2,479 na venda. Foi a maior alta percentual diária desde 23 de novembro de 2011, quando o dólar também tinha subido 2,94%.
Com isso, o dólar fecha a semana com ganhos de 0,88% e encerra outubro com avanço de 1,25%. No ano, até agora, a moeda acumula alta de 5,14%. Segundo operadores, a moeda subiu para "compensar" um pouco as quedas recentes.
TIM e Oi lideram ganhos do dia
As ações da TIM (TIMP3) e da Oi (OIBR4) lideraram os ganhos no dia, depois de notícias sobre uma possível venda da TIM para suas concorrentes. A TIM subiu 15,33%, a R$ 13,47; a Oi avançou 13,04%, a R$ 1,30.
A Folha de S.Paulo noticiou que as operadoras Claro e Vivo (VIVT4) fecharam um acordo com o banco BTG Pactual (BBTG11) para, junto com a Oi (OIBR4), comprarem a TIM (TIMP3), hoje a segunda maior empresa brasileira do setor.
Construtoras sobem na Bolsa
As ações de construtoras também foram destaque de alta na Bovespa. A PDG Realty (PDGR3) anunciou uma alta no prejuízo trimestral, mas informou que está tomando medidas para diminuir seu grau de endividamento.
Assim, o papel fechou com ganhos de 9,91%, negociado a R$ 1,22. A Gafisa (GFSA3) subiu 9,31%, a R$ 2,70. A Rossi Residencial (RSID3) fechou em alta de 8,89%, a R$ 0,98.
Bolsas internacionais fecham em alta após medidas do BC do Japão
As medidas de estímulo econômico anunciadas pelo banco central japonês para fugir da deflação impulsionaram as principais Bolsas internacionais nesta sexta.
Na Europa, a Bolsa da Itália fechou com ganhos de 3,07%; a da Alemanha subiu 2,33%; a da França avançou 2,22%. A Bolsa espanhola teve alta de 2,09%; a de Portugal ganhou 1,98%; e a da Inglaterra subiu 1,28%.
As Bolsas da Ásia e do Pacífico também subiram, com destaque para o japonês Nikkei, que subiu 4,83% e fechou no maior nível desde novembro de 2007. A Bolsa de Hong Kong registrou alta de 1,25%; a de Cingapura subiu 1,23%; a de Xangai avançou 1,22%. Taiwan ganhou 0,98%; Austrália teve alta de 0,92%; e Coreia do Sul subiu 0,28%. 
"Há uma euforia nos mercados depois das notícias do BC japonês. Isso vai ajudar a ofuscar o fim do programa de estímulo nos EUA e também mostra quão determinados estão os bancos centrais em suas lutas contra a deflação", disse o operador do Saxo Bank Pierre Martin.
(Com Reuters) 




CORRUPÇÃO: PF indicia Pizzolato por nove crimes cometidos durante fuga para Itália

ESTADAO.COM.BR
ANDREZA MATAIS - O ESTADO DE S. PAULO

Entre os crimes estão falsidade ideológica e uso de documento falso
Brasília - A Polícia Federal indiciou o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por nove crimes cometidos durante a fuga do Brasil para a Itália, entre eles falsidade ideológica e uso de documento falso. Pizzolato fugiu com o documento de seu irmão Celso Pizzolato, falecido em abril de 1978. A pena para cada crime pode variar de 1 a 5 anos de reclusão.
Além de RG e CPF, Pizzolato chegou a tirar até título de eleitor em nome do irmão morto - e votou com o documento falso. Também requereu passaportes brasileiro e italiano.
O ex-diretor do BB foi condenado por envolvimento no esquema do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão. Quando o Supremo Tribunal Federal rejeitou recurso dos condenados, ele fugiu para a Itália, no segundo semestre do ano passado. Em fevereiro deste ano, foi descoberto pela polícia italiana e levado para uma prisão em Módena. Nesta semana, a Justiça italiana negou ao Brasil a extradição de Pizzolato e ele foi solto na tarde de terça-feira.

ECONOMIA: Dólar e Bolsa sobem mais de 2% nesta sexta

UOL

O dólar comercial e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira operavam em alta de mais de 2% nesta sexta-feira (31). Por volta das 15h15, a moeda tinha alta de 2,08%, a R$ 2,458 na venda. Enquanto isso, a Bolsa subia 2,07%, a 53.421,31 pontos. Hoje é dia de fechamento da Ptax, uma taxa do dólar calculada pelo Banco Central que serve como referência para contratos no mercado futuro. A cotação fechou a R$ 2,4436 para compra e R$ 2,4442 para venda. Pela manhã, o Banco Central deu continuidade aos leilões diários de dólar, vendendo todos os contratos oferecidos. (Com Reuters)

ECONOMIA: Após rombo, governo vai enviar ao Congresso proposta para reduzir meta de superávit

OGLOBO.COM.BR
POR MARTHA BECK

Déficit do governo central em setembro, de R$ 20,4 bilhões, foi o quinto seguido e o pior resultado fiscal da série histórica
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, anuncia os resultados de setembro - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA - As contas públicas voltaram a ficar no vermelho em setembro. Pelo quinto mês consecutivo, o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit primário. O valor, de R$ 20,4 bilhões, representa o pior resultado mensal da série histórica iniciada em 1997.
Ele significa que o governo não conseguiu poupar nenhum centavo para o pagamento de juros da dívida pública. Essa é a primeira vez na história que o resultado das contas públicas fica negativo por cinco meses seguidos.
Diante do péssimo resultado fiscal de setembro, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, admitiu hoje que o governo vai encaminhar ao Congresso uma proposta de mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014. Para evitar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, será preciso reduzir a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) do ano. Ele não informou para quanto.
No ano, o governo central acumula um déficit primário de R$ 15,7 bilhões. O resultado também é o pior da história para o período. Com isso, é impossível que a equipe econômica consiga atingir a meta fiscal fixada para o ano, de superávit de R$ 80,8 bilhões, ou 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).
Pela série histórica do Tesouro Nacional, até setembro deste ano, o pior resultado mensal registrado pelo governo central havia sido em dezembro de 2008, no auge da crise mundial: um déficit de R$ 19,9 bilhões.
RESULTADO RUIM DIVULGADO APÓS ELEIÇÕES
O governo deixou para o último dia do mês a divulgação do dado mais desfavorável para a presidente Dilma Rousseff. O anúncio do resultado das contas públicas vem cinco dias depois do fim da disputa eleitoral.
Questionado sobre o fato, Augustin negou que a decisão de só fazer isso agora tenha sido política:
— Temos um modelo de trabalho que faz com que de dois em dois meses nós façamos uma programação. As datas dessa sistemática nunca atendem ao calendário eleitoral. O número de setembro era um número crucial para essa decisão. Temos já a convicção dessa necessidade.
Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira, o déficit primário de setembro se deve principalmente a um aumento nas despesas. Houve, por exemplo, um crescimento de R$ 7,4 bilhões nos gastos da Previdência Social devido ao pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário aos segurados.
Por outro lado, as receitas continuam fracas. Houve uma queda de R$ 3,1 bilhões no recolhimento do Imposto de Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).
No acumulado do ano, as despesas subiram num ritmo muito mais forte que as receitas. Enquanto a arrecadação líquida somou R$ 739,5 bilhões (alta de 7,2%), os gastos chegaram a R$ 755,2 bilhões, com um crescimento de 13,2%. Somente os desembolsos com custeio cresceram 15,9%. Já os investimentos subiram 34,1%.
Os gastos do governo com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) até setembro chegam a R$ 8 bilhões, o que equivale ao dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
METAS DE 2015 SERÃO MANTIDAS
O secretário do Tesouro afirmou que o governo não estuda mexer nas metas fiscais de 2015. Apesar da forte deterioração do quadro fiscal em 2014, Augustin disse que o governo vai trabalhar para melhorar o desempenho e chegar ao superávit primário entre 2,5% e 2% que foi fixado na LDO do ano que vem.
Segundo Augustin, entre as medidas que o governo vai adotar estão reduções de gastos, como os de seguro-desemprego e abono salarial:
— É possível fazer reduções de despesas que não sejam negativas para o crescimento da economia de modo a assegurar o cumprimento da meta de 2015.
Outro elemento que vai ajudar na política fiscal, de acordo com ele, é o crescimento da atividade econômica:
— A meta de 2015 é factível dentro de uma economia que já deu sinais de melhora.
Augustin reafirmou que a política fiscal brasileira é sólida e que isso não vai mudar em função de resultados pontuais. Ele justificou o pior desempenho das contas públicas na história com o baixo crescimento da economia em 2014, que prejudicou a arrecadação, e com as medidas de desoneração que foram adotadas pelo governo para tentar reativar a atividade. Ele também citou o aumento das despesas com investimento e educação.
— A opção do Brasil é a de um país que tem solidez fiscal. Não vai deixar de ter isso por causa de um resultado específico — disse ele, acrescentando: — Tivemos um crescimento econômico bem abaixo do que nós estávamos trabalhando devido a um crescimento internacional mais baixo e também a choques de oferta que resultaram numa política monetária contracionista. Assim, o crescimento da receita foi bem abaixo do que nós estimávamos — disse ele, destacando ainda que as receitas no ano ficaram R$ 40 bilhões abaixo das estimativas do primeiro decreto do ano.
Mesmo assim, o secretário disse não acreditar que o Brasil será rebaixado pelas agências de classificação de risco em função da deterioração fiscal:
— Não acredito nisso (rebaixamento). Acho que estamos fazendo uma política econômica para retomar o crescimento. Sobre as mudanças na LDO de 2014, Augustin afirmou que o governo vai aumentar o abatimento previsto em lei com investimentos e desonerações, que está hoje em R$ 67 bilhões.

ECONOMIA: União Europeia aciona a OMC contra os incentivos industriais do Brasil

ESTADAO.COM.BR
JAMIL CHADE - O ESTADO DE S. PAULO

Trata-se do maior questionamento já aberto contra as regras de investimento do setor produtivo brasileiro, base da política industrial do governo da presidente Dilma Rousseff
GENEBRA - A União Europeia acaba de abrir o maior contencioso comercial contra o Brasil dos últimos dez anos, iniciando um embate que poderá obrigar o País a rever toda a sua política industrial.
Nesta sexta-feira, 31, Bruxelas acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) para que julgue o sistema de incentivos fiscais dados pelo Brasil nos setores de automóveis, telecomunicações e até fertilizantes. 
Se perder a disputa, o Brasil terá de rever, por exemplo, sua política de redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos. A União Europeia há mais de um ano vinha criticando a política industrial brasileira e acusando o sistema de ser "ilegal", por entender que é uma forma de subsídio e um protecionismo à indústria local.
Trata-se do maior questionamento sobre as regras de investimento do setor produtivo brasileiro e base da política industrial do governo da presidente Dilma Rousseff. Estados Unidos e Japão também podem entrar na disputa apoiando os europeus.
A União Europeia aguardava uma definição das eleições para tomar a decisão.

ECONOMIA: Bolsa chega a subir 2%, e dólar opera em alta de mais de 1%, perto de R$ 2,45

UOL.COM.BR

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a subir mais de 2%, enquanto o dólar comercial operava em alta de mais de 1% nesta sexta-feira (31). Por volta das 13h, o dólar avançava 1,79%, para R$ 2,451 na venda, enquanto a Bovespa subia 2,02%, aos 53.392,41 pontos. Hoje é dia de fechamento da Ptax, uma taxa do dólar calculada pelo Banco Central que serve como referência para contratos no mercado futuro. Até o fechamento, às 13h, o dólar deve ter variações mais acentuadas. Pela manhã, o Banco Central deu continuidade aos leilões diários de dólar, vendendo todos os contratos oferecidos. (Com Reuters)

ECONOMIA: Com rombo recorde em setembro, Tesouro passa a ser deficitário no ano, pela primeira vez desde o Plano Real

FOLHA.COM
POR DINHEIRO PÚBLICO & CIA

O governo Dilma Rousseff gastou além de sua arrecadação pelo quinto mês consecutivo, e o Tesouro Nacional agora acumula até setembro um deficit inédito em duas décadas.
No mês passado, as despesas com pessoal, programas sociais, investimentos e custeio superaram as receitas em R$ 20,4 bilhões, o maior valor em vermelho já contabilizado em um mês. Com isso, o resultado do ano passou de um saldo fraco para um rombo de R$ 15,7 bilhões.
Em outras palavras, o governo federal teve, de janeiro a setembro, deficit primário, ou seja, precisou se endividar para fazer os pagamentos rotineiros e as obras de infraestrutura.
Nas estatísticas do Tesouro, é a primeira vez que isso acontece por um período tão longo desde o Plano Real, lançado em 1994 -os dados anteriores são distorcidos pela hiperinflação e não permitem comparações apropriadas.
A deterioração das contas federais começou em 2012, quando o governo acelerou seus gastos na tentativa de estimular a economia, e o descompasso entre receitas e despesas se agravou neste ano eleitoral.
As primeiras, prejudicadas pela debilidade da indústria e do comércio, tiveram expansão de 6,4% até o mês passado; as segundas, de 13,2%.
A escalada dos gastos neste ano é puxada pelos programas sociais -especialmente em educação, saúde e amparo ao trabalhador- e pelos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O desequilíbrio fiscal produziu um círculo vicioso na economia, ao elevar a dívida pública, alimentar o consumo e dificultar o controle dos preços. Com credores mais temerosos e inflação elevada, o Banco Central precisa manter juros altos, comprometendo ainda mais o crescimento da economia e a arrecadação.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, finalmente admitiu que a promessa de fazer um superavit primário de R$ 80,8 bilhões neste ano será descumprida.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, o saldo pode ser reduzido a R$ 49 bilhões. O governo, no entanto, vai propor ao Congresso a alteração da lei para permitir um resultado ainda menor.
Passadas as eleições, o mercado aguarda o anúncio de medidas para conter despesas e elevar receitas. As alternativas à disposição do governo, porém, não são animadoras.
Cerca de três quartos do Orçamento são ocupados por pagamentos obrigatórios, como salários, repasses ao Sistema Único de Saúde, benefícios previdenciários e assistenciais. Por isso, as vítimas preferenciais dos ajustes são as obras públicas, das quais o país precisa para enfrentar as deficiências da infraestrutura.
Um aumento de impostos elevaria ainda mais a carga tributária do país, a mais alta do mundo emergente ao lado da argentina -e criaria um desgaste político adicional para uma presidente que acabou de passar por uma reeleição apertada.

ECONOMIA: Mulher contribui com 40,9% da renda familiar

ESTADAO.COM.BR
CLARISSA THOMÉ - O ESTADO DE S. PAULO

Estudo do IBGE mostra ainda que na maioria dos Estados do Nordeste a contribuição feminina para o rendimento familiar era maior do que a dos homens
No País, quanto maior a renda, menor a participação feminina no rendimento familiar
A mulher contribui com 40,9% para a renda familiar; entre os homens, essa contribuição é de 59,1%. É a primeira vez que o IBGE divulga esse dado. Entre as mulheres de áreas rurais, a participação feminina no rendimento da família é ligeiramente maior - 42,4%. A contribuição das mulheres é mais importante na zona rural nordestina (51%). E é menor na zona rural do Centro-Oeste (26%).
Quando o responsável pela família era branco, a parcela da contribuição feminina correspondia a 39,7%. Se o chefe da família era negro ou pardo, a contribuição da mulher foi maior: 42%. Nas famílias formadas por casais com filhos, a participação feminina também foi menor (31,7%) do que nas famílias monoparentais (70,8%), quando elas eram responsáveis pelo sustento.
O estudo do IBGE mostra ainda que na maioria dos Estados do Nordeste a contribuição feminina para o rendimento familiar era maior do que a dos homens. 
No País, quanto maior a renda, menor a participação feminina no rendimento familiar. Entre os mais pobres (até meio salário mínimo per capita), essa participação foi de 45%. Já entre aqueles que ganhavam mais de dois salários mínimos per capita, a contribuição foi de 39,1%.

DIREITO: STF - STF reafirma que aumento da jornada sem contraprestação remuneratória é inconstitucional

Nesta quinta-feira (30), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou jurisprudência consolidada da Corte no sentido de que a ampliação de jornada sem alteração da remuneração do servidor viola a regra da irredutibilidade de vencimentos (artigo 37, inciso XV, da Constituição Federal). Ao dar provimento ao Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 660010, com repercussão geral reconhecida, os ministros declararam que o Decreto estadual 4.345/2005, do Paraná, que fixou em 40 horas semanais a carga horária dos servidores públicos estaduais, não se aplica aos servidores que, antes de sua edição, estavam legitimamente subordinados a carga horária semanal inferior a 40 horas.
O pano de fundo da discussão foi a transposição dos servidores ocupantes do cargo de odontólogo, contratados sob o regime celetista para jornada semanal de 20 horas, para o regime estatutário, em 1992, passando a ser regidos pelo Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado do Paraná (Lei 6.174/70). Em 2005, o Decreto 4.345 alterou a jornada de todos os servidores públicos estaduais para 40 horas semanais, e, assim, os dentistas passaram a ter jornada diária de oito horas, sem aumento de vencimentos.
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), em apelação cível em ação movida pelo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores do SUS e da Previdência do Paraná (Sindisaúde-PR), julgou constitucional a majoração da jornada, levando a entidade sindical a interpor recurso extraordinário ao STF.
Na conclusão do julgamento, na sessão desta quinta-feira, a maioria do Plenário seguiu o voto do relator, ministro Dias Toffoli, no sentido de se reafirmar a jurisprudência quanto à irredutibilidade de vencimentos. No caso concreto, o entendimento foi o de que o parágrafo 1º do artigo 1º do Decreto estadual 4.345/2005 não se aplica aos servidores que já tinham carga horária semanal inferior a 40 horas antes de sua edição.
Com a decisão, o processo retornará à primeira instância da Justiça do Paraná para que os demais pedidos formulados na ação movida pelo Sindisaúde-PR sejam julgados, após a produção de provas.
Ficou vencido parcialmente o ministro Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso nos termos do pedido formulado pelo recorrente.

DIREITO: TSE: Estatísticas de resultados do segundo turno já estão disponíveis















Os interessados em consultar os dados estatísticos referentes ao resultado do segundo turno das Eleições 2014 já podem acessar oPortal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na opção Eleições – Eleições 2014 – Estatísticas, o usuário poderá acessar o número de votos de cada candidato que concorreu no último dia 26 de outubro. 
Também é possível consultar as estatísticas de resultado por município e zona, comparecimento e votação, votação de candidatos indeferidos e cassados com recurso, quadros que relacionam cargo/partido, partido/coligação, cargo/faixa etária, cargo/profissão, cargo/sexo e cargo/partido/sexo. Os dados do primeiro turno estão disponíveis desde o dia 8 de outubro.
comparecimento e votação, votação de candidatos indeferidos e cassados com recurso, quadros que relacionam cargo/partido, partido/coligação, cargo/faixa etária, cargo/profissão, cargo/sexo e cargo/partido/sexo. Os dados do primeiro turno estão disponíveis desde o dia 8 de outubro.
Ao preencher os tópicos da pesquisa, o usuário pode definir critérios de busca por abrangência (Brasil, UF e, em alguns casos, município) e por cargo, o que permite obter informações específicas.
Todas as informações também estão disponíveis no Repositório de Dados Eleitorais, com nível de detalhamento mais abrangente por município e zona eleitoral.

DIREITO: TRF1 - Menor residente no exterior não precisa de autorização para retornar ao país de origem

Crédito: imagem da Web
É dispensável a autorização judicial ou qualquer autorização escrita para que menores brasileiros residentes fora do Brasil, detentores ou não de outra nacionalidade, retornem ao seu país de residência em companhia de um dos pais. Com essa fundamentação, a 5ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou sentença que autorizou um menor de idade, ora impetrante, a embarcar com sua mãe e irmão de volta aos Estados Unidos da América, independentemente de qualquer tipo de autorização do pai biológico.
A ação foi movida contra ato do Delegado da Polícia Federal da Delegacia de Imigração do Distrito Federal. Narra o requerente, nascido em 24 de abril de 2002, residente na cidade de Los Angeles, Califórnia (EUA), que veio ao Brasil acompanhado da mãe, do pai adotivo e do irmão, tendo passado alguns dias no Brasil. Ocorre que no momento do retorno lhe foi exigida a apresentação de autorização de regresso assinada por seu pai biológico, o que o motivou a impetrar mandado de segurança.
O pedido foi julgado procedente pelo Juízo de primeiro grau. O processo chegou ao TRF1 por meio de remessa oficial. Trata-se de um instituto previsto no Código de Processo Civil (artigo 475) que exige que o juiz singular envie o processo para o tribunal de segunda instância, havendo ou não apelação das partes, sempre que a sentença for contrária a algum ente público. A sentença só produzirá efeitos depois de confirmada pelo tribunal.
Ao analisar a questão, o relator, desembargador federal Souza Prudente, esclareceu que a Resolução n. 131, de 26 de maio de 2011, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estabeleceu em seu artigo 2º que “é dispensável a autorização judicial ou qualquer autorização escrita para que menores brasileiros residentes fora do Brasil, detentores ou não de outra nacionalidade, viajem de volta ao país de residência em companhia de um dos genitores, como no caso dos autos”.
Ademais, acrescentou o magistrado que “a orientação jurisprudencial é no sentido de que se deve preservar a situação de fato consolidada com o deferimento da medida liminar postulada nos autos, em 29/12/2012, autorizando a realização da viagem pretendida”.
A decisão foi unânime.
Processo n.º 0000612-98.2013.4.01.3400
Data do julgamento: 1º/10/2014

DIREITO: TRF1 - Universitários podem estagiar desde o primeiro semestre do curso

Crédito: Imagem da web
A 5ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou, por unanimidade, sentença proferida pelo Juízo Federal da 14ª Vara do DF em mandado de segurança impetrado contra ato do chefe do departamento de audiovisuais e publicidade da faculdade de comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Assim, foi concedida a segurança para garantir assinatura de contrato de estágio da impetrante com o Tribunal de Contas da União (TCU).
A ação teve início quando a requerente, aluna da UnB, teve negado pela instituição o direito a realizar estágio no TCU ao argumento de que ela ainda não havia concluído as disciplinas do 5º período de seu curso.
Concedida a segurança, o processo chegou ao TRF1 para revisão da sentença.
O desembargador federal Souza Prudente, relator do processo, ressaltou que, de acordo com a Lei 11.788/2008, não há restrição relativa a tempo mínimo de curso ou número de disciplinas cursadas. Desse modo, a estudante pode estagiar desde o primeiro semestre do curso.
Portanto, o magistrado considerou “carente de amparo legal e razoabilidade a norma interna do Departamento de Audiovisuais e Publicidade da Faculdade de Comunicação da UnB que proíbe genericamente a realização de estágio para estudantes que não tiverem cumprido integralmente a grade curricular do quinto semestre”.
Por outro lado, o relator entendeu que, tendo sido assinado o Termo de Compromisso de Estágio entre o TCU e a aluna em 30/05/2011, trata-se de situação consolidada pelo decurso do tempo, cuja desconstituição não é recomendada. Considerou, por fim, que o direito da estudante deve ser assegurado, pois “encontra-se em sintonia com o exercício do direito constitucional à educação (CF, art. 205) e com a expectativa de futuro retorno intelectual em proveito da nação, que há de prevalecer sobre formalismos eventualmente inibidores e desestimuladores do potencial científico daí decorrente”.
Processo nº 0030311-08.2011.4.01.3400
Data de julgamento: 8/10/2014

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ECONOMIA: Dólar cai a R$ 2,41 e Bolsa sobe 2,52% após alta 'surpresa' da Selic

ESTADAO.COM.BR
AGÊNCIA ESTADO E REUTERS - O ESTADO DE S. PAULO

Para alguns especialistas, a alta do juro pode ser sinal de que a política econômica no 2º mandato de Dilma tende ser diferente da feita até agora, criticada pela inflação alta e baixo crescimento
O dólar operou em queda expressiva durante toda esta quinta-feira, 30. Na cotação mínima, registrada às 12h30, o dólar à vista estava em queda de quase 3%, cotado a R$ 2,393. Fechou em queda de 2,11%, a R$ 2,4130, em seu terceiro dia de baixa. A desvalorização do dólar foi influenciada pela decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa de juros básica, a Selic. 
Nas três últimas sessões, a moeda acumula queda de 4,47%. Perto das 16h30, o giro no mercado à vista era de US$ 1,363 bilhão. 
Na noite de quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25% ao ano, citando maiores riscos à inflação. Dentro do BC, a avaliação é de que a alta expressiva da inflação em setembro e o avanço da moeda norte-americana de setembro para cá aumentaram ainda mais os riscos aos preços.
Bovespa. A Bolsa subiu durante todo o pregão, influenciada pela temporada de balanços das companhias e pelo Copom. No fechamento, o Ibovespa - principal índice do mercado acionário - registrou alta de 2,52%, aos 52.336 pontos. 
Alguns especialistas entenderam que o movimento pode ser sinal de que a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff tende ser diferente da feita até agora, criticada por causar inflação elevada e baixo crescimento.
Por outro lado, o tom mais duro do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, e a expectativa de que os juros nos Estados Unidos comecem a subir mais cedo trazem pressão de alta, mostrando uma tendência de enfraquecimento não só do real como de outras moedas emergentes. 
O BC é duramente criticado pelo mercado por deixar o índice oficial de inflação (IPCA) grudado no teto da meta de 6,5% por muito tempo e agora tenta deixar claro, de forma mais contundente, que não despreza as pressões inflacionárias e que buscará trazer o IPCA ao centro da meta de 4,5% no novo mandato de Dilma Rousseff. O IPCA acumulado em 12 meses está acima do teto da meta, em 6,75%.
Para analistas, a medida sinaliza que o BC busca retomar a confiança do mercado. O ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola, avaliou que a alta da Selic é um sinal de que o órgão busca "recuperar a credibilidade da política monetária após o embate eleitoral", numa sinalização ao mercado de um maior rigor da política monetária.

POLÍTICA: Câmara entra com ação para STF rever mudança em julgamentos de políticos

FOLHA.COM
MÁRCIO FALCÃO, DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados ingressou nesta quinta-feira (30) com uma ação de inconstitucionalidade contra a mudança promovida pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento de políticos.
Na ação, a instituição defende que a análise de processos contra senadores e deputados deve ser feita pelo plenário do Supremo, que é composto por 11 ministros. A alteração no regimento interno do Supremo foi aprovada em maio.
Na prática, transferiu do plenário do STF para suas duas turmas, colegiados com metade do total de ministros da corte, o julgamento de processos contra congressistas e ministros. Os casos também deixaram de ser exibidos pela TV Justiça, que não transmiti as sessões das turmas.
A Câmara argumenta que a medida é inconstitucional e fere o princípio de isonomia entre os congressistas.
Para a Câmara, o novo sistema provoca "desarmonia interna e constrangimento perante o eleitorado". "A Constituição sempre dispensou tratamento isonômico a todos os deputados federais, independentemente do número de votos recebidos nas urnas, dos partidos a que pertençam e dos cargos ocupados na administração da Casa", afirma o texto.
A Casa argumenta ainda que "a distinção criada entre o mandato do presidente da Câmara dos Deputados e o mandato dos demais membros da Casa colide com o espírito da Norma Constitucional, lastreado no entendimento já sedimentado na doutrina e na vida política do país de que todos os mandatos têm o mesmo valor representativo e merecem o mesmo tratamento".
Pela norma do STF, o plenário seguirá analisando casos ligados à Presidência da República, à Vice-Presidência, à Câmara, ao Senado, à Procuradoria-Geral da República e aos ministros do STF.
A decisão de questionar o sistema do Supremo foi tomada após encontro do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e líderes aliados com o presidente da corte, Ricardo Lewandowski, nesta quarta.
Na reunião, deputados reclamaram da condenação do colega Protógenes Queiroz (PC do B-SP) a 2 anos e 6 meses de prisão por vazar informações da operação Satiagraha a jornalistas. A decisão foi tomada pela 2ª turma do STF.
Durante o julgamento de Protógenes, na turma, apenas três ministros estavam presentes. Os três o condenaram.

ECONOMIA: Bovespa chega a subir mais de 2%, e dólar cai 2,6%, perto de R$ 2,40

UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta nesta quinta-feira (30), e o dólar comercial caía, após o Banco Central elevar a Selic (taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual, a 11,25%. A avaliação do BC é de que a alta expressiva da inflação em setembro e o avanço de cerca de 10% da moeda norte-americana de setembro para cá aumentaram ainda mais os riscos aos preços. Por volta das 13h15, a Bolsa subia 2,21%, a 52.176,72 pontos, e o dólar recuava 2,62%, a R$ 2,404 na venda. Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio e também realizou o que deve ser o último leilão de rolagem dos contratos de dólar que vencem em 3 de novembro. (Com Reuters)

CORRUPÇÃO: Em 7 meses, tribunais federais e estaduais julgam mais de 74 mil processos sobre corrupção

OGLOBOCOM.BR
POR CARINA BACELAR

De acordo com balanço do CNJ, soma parcial de 2014 supera as 63.363 ações analisadas em 2012 e 2013
Poder Judiciário: metas ajudam, mas podem gerar sentenças “atropeladas”, diz especialista - Givaldo Barbosa / O Globo
RIO — Nos sete primeiros meses de 2014, a Justiça Federal e Estadual julgaram um total de 74.186 processos referentes a corrupção, de acordo com dados dos tribunais organizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O levantamento foi feito para medir o cumprimento da chamada “Meta 4”, firmada no ano passado. Ela estabelece que que os tribunais identifiquem e julguem até 31 de dezembro deste ano ações de improbidade administrativa e ações penais ligadas a crimes contra a administração pública.
De acordo com o levantamento, a Justiça Federal já cumpriu 82% da meta, julgando 15.474 processos ajuizados em 2011 e 8.057 ajuizados em 2012. No total, deve julgar 28.463 processos até o fim de 2014 para cumpri-la. A Justiça Estadual, por sua vez, executou 35,77% da meta de combate à corrupção, julgando 50.655 processos.
No caso da Justiça Estadual, Militar da União e dos Tribunais de Justiça Militar Estadual, a Meta 4 se refere aos processos distribuídas até o fim de de 2012. Já na Justiça Federal e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), é em relação a 100% das ações distribuídas até 31 de dezembro de 2011 e a 50% das ações distribuídas em 2012. Entre os crimes que constam no cálculo estão os de corrupção ativa, corrupção passiva, improbidade administrativa e outros contra a administração pública, como peculato.
Ao longo de 2013, foram julgados 28.580 processos ajuizados até dezembro de 2011 e, em 2012, 34.783. Nos dois anos, a soma foi de 63.363 ações sobre corrupção. Em novembro de 2012, foi estabelecida, também durante o encontro Nacional do Judiciário de 2012, a chamada “Meta 18”. Parecida com a “Meta 4”, estabelecia que, até o fim de 2013, fossem julgados todos os processos ajuizados até 31 de dezembro de 2012. Na época, ela não foi cumprida: em âmbito federal e regional, os tribunais deixaram 50.435 processos, 44,32% do total acumulado até o fim de 2012, para serem julgados neste ano.
A meta, entretanto, não estabelece nada a respeito de condenações. O CNJ sequer precisa ser informado sobre quantas são elas nos tribunais. Alguns deles, porém, divulgaram esses números. O Tribunal de Justiça de São Paulo registrou 248 condenações entre os 14.394 processos julgados de janeiro a julho de 2014. No TJ- RS, 511 foram condenados entre 2.111 julgamentos. No TJ-DF, foram 807 condenações em 1.909 ações julgadas.
No âmbito da Justiça Federal, o tribunal mais atuante foi, de janeiro a julho de 2014, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, responsável pelos estados da Região Sul. Lá, foram julgadas 8.196 ações. Destas, 2.149 terminaram em condenações. Com esse resultado, o tribunal já cumpriu 85,3% da meta em relação aos processos ajuizados até 2011, e 102,9% em relação aos distribuídos em 2012. Além do TRF 4, o Tribunal Regional Federal da 5ª região também divulgou o saldo de condenações: elas foram 705 entre 5.127 processos julgados.
Na visão do presidente da Comissão Especial de Combate à Corrupção e à Impunidade da OAB, Humberto Henrique Costa Fernandes, as metas estabelecidas pelo CNJ ajudaram na melhoria da logística do judiciário brasileiro. Além disso, ele destaca que o aumento do número de processos julgados revela que o “processo de civilidade está mais intolerante à corrupção e, por conseguinte, à impunidade”. Mas ressalta que as metas apresentam o risco de padronização das sentenças para que os prazos sejam cumpridos.
— O CNJ em um ponto específico tem o contribuído para melhorar o Judiciário, que é a politica de planejamento, dar metas para o Judiciário cumprir e fiscalizar o cumprimento delas. A logística do Judiciário brasileiro melhorou sensivelmente. Mas tem um lado que nos preocupa, que é o fato de haver uma padronização de julgamentos. Para cumprir a meta, a Justiça tenta a dar vazão ao julgamento de forma mais rápida, ou repetir o padrão deles. As comissões estaduais que fazem julgamentos em série desse tipo de processo. Há um ferimento do papel do juiz natural. Os processos são deslocados para a capital para o julgamento. São Magistrados que vão apenas pegar o processo e julgar.
Para Humberto Henrique, o desempenho melhor do Tribunal Federal que engloba a Região Sul é pontual — ele argumenta que, em geral, os tribunais federais, mais aparelhados que os estaduais, têm um padrão de rigor parecido. O presidente da comissão da OAB afirma que, por outro lado, falta transparência quando apenas alguns tribunais divulgam números referentes a condenações.
— Existe falta de transparência. A nossa tradição de ser um estado monárquico ainda nos faz ser um pouco refratário aos ideais republicanos da publicidade como regra. Historicamente o Judiciário sempre foi um poder fechado, houve uma deficiência na transparência quando não encaminham a tramitação processual para o Conselho.
OS PROCESSOS
Enquanto as ações de improbidade administrativa correm na esfera cível, os crimes contra a administração pública pertencem à esfera criminal. A improbidade administrativa se caracteriza por enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos, como a obtenção de vantagens patrimoniais às custas do cargo exercido. As ações de improbidade se referem, por exemplo, a um funcionário que recebeu dinheiro para facilitar a contratação de serviços pela administração pública.
Já entre os crimes contra a administração estão, por exemplo, o abuso de poder, a falsificação de papéis públicos, a má gestão praticada por prefeitos e vereadores, a apropriação indébita previdenciária, a lavagem ou ocultação de bens oriundos de corrupção, o emprego irregular de verbas ou rendas públicas, o contrabando ou descaminho e a corrupção ativa, entre outros.

POLÍTICA: PMDB não aceita PT no comando da Câmara e promete derrotar o governo

FOLHA.COM
POR PAINEL

Pintado para a guerra O PMDB capitaneou a derrubada do decreto dos conselhos populares com um objetivo claro: cortar na raiz a movimentação do Planalto contra a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a presidente da Câmara. “A votação mostra que a Câmara tem maioria contra o PT e não aceita o PT no comando”, diz o deputado. Ele promete repetir a dose se Dilma Rousseff insistir no plebiscito da reforma política. “Vamos derrubar tudo. Nada disso vai passar. Vamos derrotar o governo”, desafia.
Para inglês ver O PSDB está disposto a apoiar Eduardo Cunha para impor nova derrota ao governo. No entanto, estuda lançar o líder Antonio Imbassahy (BA) e “marcar posição” na disputa pela presidência da Câmara.

ECONOMIA: Dólar chega a cair 2,7%, perto de R$ 2,40, e Bolsa avança 1,8%

UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta nesta quinta-feira (30), e o dólar comercial caía, após o Banco Central elevar a Selic (taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual, a 11,25%. A avaliação do BC é de que a alta expressiva da inflação em setembro e o avanço de cerca de 10% da moeda norte-americana de setembro para cá aumentaram ainda mais os riscos aos preços. Por volta das 12h25, a Bolsa subia 1,77%, a 51.954,65 pontos, e o dólar recuava 2,7%, a R$ 2,402 na venda. Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio e também realizou o que deve ser o último leilão de rolagem dos contratos de dólar que vencem em 3 de novembro. (Com Reuters)

ECONOMIA: Índice que reajusta aluguel sobe 0,28% em outubro e vai a 2,96% em 12 meses

UOL

O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), índice usado para reajustar contratos de energia elétrica e aluguel, subiu 0,28% em outubro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (30).
A alta em 12 meses é de 2,96% --ou seja, quem tem contratos corrigidos pelo IGP-M em outubro vai passar a pagar 2,96% a mais pelo serviço prestado.
Em setembro, a alta mensal tinha sido de 0,2%. A variação acumulada em 2014, até outubro, é de 2,05%.
O IGP-M é calculado com base em três indicadores (Índice de Preços ao Produtor Amplo, Índice de Preços ao Consumidor e Índice Nacional de Custo da Construção).
Os preços são coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
(Com Reuters)

DENÚNCIA: Delação de executivo pode envolver Marcelo Odebrecht

BAHIA NOTÍCIAS
Foto: Enrique Castro/ Reuters
O acordo de delação firmado entre o executivo da empresa Toyo Setal, Julio Camargo, e o Ministério Público Federal (MPF), nas investigações da Operação Lava Jato, criou ambiente de tensão no grupo presidido por Marcelo Odebrecht, um dos maiores parceiros do governo federal, de acordo com informações do Diário do Poder. Camargo pagará uma multa de R$ 40 milhões, segundo o acordo, além de colaborar nas investigações de desvio de dinheiro de obras da Petrobras para partidos políticos, como PT, PP e PMDB. A empresa de origem japonesa Toyo Setal e a Odebrecht foram citadas pelo doleiro Alberto Youssef em depoimento à Justiça Federal de Curitiba, como fornecedoras da Petrobras que realizaram pagamento de propina no exterior. Ele revelou que a propina foi depositada no exterior e “internalizada” por ele no Brasil, para distribuição aos políticos. No acordo de delação premiada direcionado a empresas, o MPF promete redução do tamanho de sentenças em troca da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que se comprometam a cessar a prática e adotar normas de governança corporativa em contratos com o setor público. Executivos da Odebrecht já sinalizaram que podem entrar na delação.

DIREITO: STF - Julgamento sobre desaposentação é suspenso por novo pedido de vista

Pedido de vista apresentado pela ministra Rosa Weber suspendeu, nesta quarta-feira (29), o julgamento de recursos extraordinários (RE) que discutem a possibilidade de desaposentação de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Na sessão de hoje, votaram os ministros Dias Toffoli e Teori Zavascki, ambos entendendo que a legislação não assegura o direito ao recálculo do benefício com base nas contribuições dos aposentados que continuaram no mercado de trabalho.
O relator do RE 381367, ministro Marco Aurélio, votou pelo reconhecimento do direito dos aposentados autores do recurso, em setembro de 2010. Em seu entendimento, da mesma forma que o trabalhador aposentado que retorna à atividade tem o ônus de contribuir, a previdência social tem o dever de, em contrapartida, assegurar-lhe os benefícios próprios, levando em consideração as novas contribuições feitas.
Na sessão de 9 de outubro deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso, relator dos REs 661256 (com repercussão geral) e RE 827833, considerou válida a desaposentação, sob o argumento de que a legislação é omissa em relação ao tema, não havendo qualquer proibição expressa a que um aposentado do RGPS que tenha continuado a trabalhar pleiteie novo benefício. Propôs ainda que, como não há norma legal sobre o assunto, a orientação passe a ser aplicada somente 180 dias após publicação do acórdão do Supremo, com o objetivo de possibilitar que os Poderes Legislativo e Executivo, se o desejarem, tenham a possibilidade de regulamentar a matéria.
Ministro Toffoli
Ao apresentar voto-vista no RE 381367, em que um grupo de aposentados recorreu de acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que lhes negou direito à desaposentação, o ministro Dias Toffoli considerou constitucional a obrigatoriedade de o segurado aposentado, que permaneça em atividade ou a ela retorne, continue a contribuir para a previdência social, nos termos do parágrafo 2º do artigo 18 da Lei 8.213/1991.
No entendimento do ministro, dado o caráter solidário e contributivo do sistema previdenciário brasileiro, no qual os trabalhadores de hoje são responsáveis pelo custeio dos benefícios dos aposentados, não há qualquer inconstitucionalidade na norma que veda aos beneficiários que permaneceram no mercado de trabalho, ou a ele voltaram, o direito a qualquer benefício, exceto o salário-família ou a reabilitação profissional.
O ministro Toffoli destacou que, como a Constituição Federal estabelece o princípio da universalidade do custeio da previdência, a vedação prevista na Lei 8.213/1991 é razoável, pois garante a solidariedade do regime. Lembrou ainda que a Constituição remete à legislação ordinária as hipóteses em que as contribuições previdenciárias repercutem de forma direta na concessão de benefícios.
Ao abrir divergência também nos recursos sob a relatoria do ministro Barroso, o ministro Dias Toffoli argumentou que, se não há vedação constitucional expressa à desaposentação, também não há previsão desse direito. Destacou ainda que a Constituição dispõe de forma clara e específica que compete à legislação ordinária estabelecer as hipóteses em que as contribuições previdenciárias repercutem diretamente no valor dos benefícios.
“A desaposentação não possui previsão legal, pode não estar vedada na Constituição, mas não há previsão legal, assim sendo esse instituto não pode ter natureza jurídica de ato administrativo, que pressupõe previsão legal”, sustentou.
Ministro Zavascki
Ao votar sobre a matéria, o ministro Teori Zavascki destacou que o legislador introduziu dispositivos na Lei 8.212/1991 (Lei de Custeio da Previdência) e na Lei 8.213/1991 (Lei de Benefícios da Previdência) explicitando que as contribuições vertidas pelos aposentados que retornem ao mercado de trabalho são destinadas ao financiamento da seguridade social. Segundo ele, essas modificações retiraram das contribuições, que tinham características típicas de regime de capitalização, com a formação de fundo e seu retorno ao contribuinte quando interrompesse as atividades definitivamente, o chamado pecúlio, dando a elas características do regime de repartição simples a que estão submetidos todos os segurados.
“Essas normas deixam claro que, a partir da extinção dos pecúlios, essas contribuições efetuadas pelos aposentados destinam-se ao custeio atual do sistema de seguridade, e não ao incremento de um benefício para o segurado ou seus dependentes”, afirmou. 
O ministro lembrou que o RGPS tem natureza estatutária ou institucional e não contratual e, por este motivo, deve ser sempre regrado por lei sem qualquer espaço para intervenção da vontade individual. Segundo ele, a aquisição dos direitos subjetivos, nesses casos, se dá apenas com previsão legal, estabelecendo os mesmo direitos a todos os indivíduos abrangidos pela situação. 
Argumentou também que, de acordo com a jurisprudência do STF, nas situações jurídicas estatutárias os direitos subjetivos somente se tornam adquiridos quando aperfeiçoados por lei. Destacou que, neste sentido, a aposentadoria se regula pela lei vigente ao tempo em que forem alcançadas todas as condições necessárias para sua implementação, não havendo, antes disso, direito adquirido à manutenção de eventuais benefícios, nem impedimento para que a lei seja alterada com a modificação do regime vigente. No entendimento do ministro, a ausência de proibição à obtenção de certa vantagem, como a desaposentação, não pode ser considerada como afirmação do direito subjetivo de exercê-la.
“Na verdade, dada a natureza institucional do regime, a simples ausência de previsão estatutária do direito equivale à inexistência de um dever de prestação por parte da previdência social”, afirmou.
Segundo o ministro, não há como supor a existência de um direito subjetivo que permita ao segurado do RGPS renunciar a um benefício já concedido para simultaneamente obter outro da mesma natureza, porém mais vantajoso, com base em contribuições ocorridas posteriormente à concessão.
“Não é preciso enfatizar que de renúncia não se trata, mas sim substituição de um benefício menor por um maior, uma espécie de progressão de escala. Essa espécie de promoção não tem previsão legal alguma no sistema previdenciário estabelecido atualmente, o que seria indispensável para gerar um dever de prestação”, sustentou.

DIREITO: STJ - STJ rejeita recurso contra liminar que suspendeu anistia de Carlos Lamarca

Em decisão monocrática, o ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou seguimento a recurso especial interposto pela viúva de Carlos Lamarca, oficial do Exército que se tornou um dos líderes da oposição armada à ditadura militar instalada no país em 1964.
Maria Pavan Lamarca contestava liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que suspendeu portaria do Ministério da Justiça, a qual havia concedido anistia política post-mortem ao capitão Carlos Lamarca, com promoção ao posto de coronel e proventos de general-de-brigada, além de reparação econômica. A liminar foi dada em ação proposta pelo Clube Naval, Clube Militar e pelo Clube da Aeronáutica. 
No STJ, a viúva apontou violação aos artigos 5º e 93 da Constituição Federal. Também alegou ofensa a diversos artigos do Código de Processo Civil (CPC), ilegitimidade para figurar no polo passivo da ação e ilegitimidade ativa dos autores da demanda.
O relator não acolheu nenhum dos argumentos. Em relação às disposições constitucionais, Campbell entendeu que a análise da suposta afronta foge da competência do STJ, porque a matéria cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A apreciação das alegadas violações ao CPC e da ilegitimidade passiva também foi considerada inviável ante a falta de prequestionamento. Como essas questões não foram tratadas no acórdão do TRF2, não há como o STJ se manifestar sobre elas.
Em relação aos argumentos de falta de legitimidade ativa dos autores e de ocorrência de litispendência, coisa julgada, conexão e continência, Campbell concluiu que a revisão desses entendimentos exigiria o exame das disposições estatutárias dos clubes militares e a reapreciação de provas, o que é vedado pelas Súmulas 5 e 7 do STJ.

DIREITO: STJ - Disputa por área ocupada por quilombolas é competência da Justiça Federal

Caberá à Justiça Federal decidir sobre questões relacionadas ao direito de propriedade da área ocupada pela comunidade remanescente do quilombo Cambury, no interior de São Paulo, que é disputada desde a década de 1970 por posseiros. A decisão é da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que seguiu por maioria o voto do ministro Benedito Gonçalves.
O conflito de competência chegou ao STJ porque tanto a Justiça estadual quanto a federal proferiram decisões sobre a ocupação da área na qual se encontra a comunidade de quilombolas.
De acordo com o relator, o processo de demarcação e titulação das terras ocupadas por comunidade remanescente de quilombo compete ao Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Assim, o ministro considera “evidente” que as demandas judiciais sobre a posse dessas áreas repercutem no processo demarcatório de responsabilidade da autarquia federal agrária.
Daí o interesse da União em tais demandas, razão pela qual a Seção fixou a competência da Justiça Federal para o seu processamento e julgamento, conforme o artigo 109, I, da Constituição.
Histórico
Em 1976, foi ajuizada na Justiça estadual ação de reintegração de posse por particulares, cujo objeto é um terreno que está inserido na gleba ocupada pelos quilombolas, no município de Ubatuba (SP).
Já em 1984, foi proferida decisão em favor dos autores da ação, para determinar a sua reintegração na posse do terreno. Diante da inércia dos autores, os quilombolas continuaram instalados na área. Os autores só deram início ao cumprimento da sentença em 2007, quando a comunidade já havia sido reconhecida por entidades federais como remanescente do quilombo Cambury.
Tendo em vista o mandado de reintegração de posse expedido pela 1ª Vara Cível de Ubatuba, o Incra e a Fundação Cultural Palmares (FCP) ajuizaram ação civil pública na Justiça Federal e obtiveram liminar para assegurar a posse em favor da comunidade remanescente do quilombo.
Natureza originária
A decisão da Primeira Seção determina o envio dos autos da ação de reintegração de posse à Justiça Federal. O ministro Benedito Gonçalves destacou que a decisão da Justiça paulista “atenta contra a demarcação e titulação da área ocupada pela comunidade quilombola” e, consequentemente, contraria o que dispõe o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)da Constituição de 88.
O ADCT diz que “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o estado emitir-lhes os títulos respectivos".
Ao concluir, o ministro salientou que “o princípio da perpetuação da jurisdição (a ação de reintegração de posse já se encontra em fase de cumprimento de sentença) deve ser mitigado no caso concreto, em razão de outro princípio que busca a tutela do direito de natureza originária que recai sobre as áreas ocupadas por comunidades quilombolas e a que alude o artigo 68 do ADCT”.
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