sexta-feira, 22 de julho de 2016

NEGÓCIOS: Bolsa sobe no dia e passa dos 57 mil pontos; é a 6ª semana seguida de alta

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (22) em alta de 0,64%, a 57.002,08 pontos. É o segundo avanço seguido da Bovespa, que havia subido 0,11% na véspera.
Essa é também a primeira vez que a Bolsa fecha acima dos 57 mil pontos neste ano. É a maior pontuação de fechamento desde 15 de maio de 2015, quando terminou o dia com 57.248,63 pontos.
Com isso, o índice encerra a semana com valorização de 2,56%. É a sexta semana seguida de ganhos, a maior sequência positiva em quase seis anos. Entre setembro e outubro de 2010, a Bolsa havia acumulado sete semanas seguidas no azul.
A Bovespa acumula, ainda, ganho de 10,63% no mês e de 31,49% no ano.
A alta de hoje foi puxada, principalmente, pelo desempenho positivo das ações preferenciais da Petrobras e dos papéis do Bradesco e do Itaú Unibanco, que têm grande peso sobre o Ibovespa.
Petrobras
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, ganharam 0,76%, a R$ 11,94. Nesta sexta, o Conselho de Administração da estatal deve discutir o modelo de venda da subsidiária BR Distribuidora.
Por outro lado, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, perderam 0,36%, a R$ 13,75, influenciadas pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional.
Itaú e Bradesco sobem; BB cai
As ações do Bradesco (BBDC4) subiram 0,66%, a R$ 29, e as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) avançaram 0,62%, a R$ 34,11.
No sentido oposto, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 1,62%, a R$ 20,61.
Localiza
As ações da Localiza (RENT3), locadora de veículos, dispararam 5,52%, a R$ 38,80. Foi a maior alta do dia do Ibovespa.
Os papéis foram influenciados por resultado trimestral positivo da empresa divulgado na noite passada.
Vale 
As ações ordinárias da Vale (VALE3) tiveram baixa de 1,44%, a R$ 17,15, e as ações preferenciais da Vale (VALE5) se desvalorizaram 0,71%, a R$ 13,94.
Os papéis da mineradora foram influenciados pela queda nos preços do petróleo na China.
Dólar cai 0,72%, a R$ 3,258
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,72%, cotado a R$ 3,258 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1,02%
Apesar da baixa no dia, o dólar termina a semana com leve alta de 0,12%. A moeda acumula ganho de 1,39% no mês. No ano, no entanto, a desvalorização acumulada do dólar é de 17,47%.
Bolsas internacionais
Das seis principais Bolsas de Valores da Europa, quatro fecharam em alta, uma ficou praticamente estável e apenas a Bolsa da Itália teve baixa.
Portugal: +0,53%
Inglaterra: +0,46%
Espanha: +0,19%
França: +0,11%
Alemanha: -0,09%
Itália: -0,16%
As Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em baixa.
Coreia do Sul: -0,09%
Hong Kong: -0,16%
Cingapura: -0,17%
Austrália: -0,26%
Taiwan: -0,48%
China: -0,87%
Japão: -1,09%

(Com Reuters)

ECONOMIA: Dólar cai 0,7% no dia, mas acumula leve alta na semana, e fecha a R$ 3,258

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (22) em queda de 0,72%, cotado a R$ 3,258 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1,02%
Apesar da baixa no dia, o dólar termina a semana com leve alta de 0,12%. A moeda acumula ganho de 1,39% no mês.
No ano, no entanto, a desvalorização acumulada do dólar é de 17,47%.
Contas do governo
Investidores analisavam relatório de receitas e despesas divulgado pelo governo nesta tarde. O Ministério do Planejamento informou que terá de gastar R$ 16,5 bilhões de reservas para cumprir a meta fiscal de 2016, que prevê rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas. Ou seja, sem o uso das reservas, o rombo seria maior.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo não deve cortar gastos.
De maneira geral, investidores têm se mostrado otimistas com as medidas adotadas pelo governo do presidente interino, Michel Temer, para ajustar as contas públicas. 
Atuação do BC
A queda do dólar no dia foi limitada pela atuação do Banco Central no mercado de câmbio
Nesta sessão, foi vendida a oferta total de 10 mil contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra futura de dólares. O BC tem feito esse tipo de intervenção em praticamente todas as sessões no mês de julho. 
Preocupação com Reino Unido
No exterior, investidores estavam cautelosos após dados sinalizarem uma piora na economia do Reino Unido depois que os britânicos decidiram sair da União Europeia.
"O quadro externo está um pouco mais para a cautela, e o mercado prefere não fazer grandes movimentos e esperar mais notícias", disse Glauber Romano, operador da corretora Intercam, à agência de notícias Reuters.

(Com Reuters)

TERROR: Presos em operação antiterror estudaram construção de bombas, diz procurador

FOLHA.COM
GABRIEL MASCARENHAS
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA

Os suspeitos de associação com terrorismo presos durante a Operação Hashtagcompartilharam materiais que ensinavam a como construir uma bomba e disseram que a Olimpíada era a oportunidade de irem para o paraíso, de acordo com o procurador responsável pela operação, Rafael Brum Miron.
"Todos eram bem agressivos e diziam a mesma coisa: 'temos que matar infiéis, aproveitar olimpíadas para irmos para o paraíso' e enviavam vídeos de assassinatos. E também repassaram entre eles instruções e fórmulas para fazer bomba", detalhou Brum Miron, em entrevista à Folha.
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em GuarulhosMario Angelo/Sigmapress/Folhapress

Segundo o procurador, em vários momentos, eles frisaram a necessidade de atuarem isoladamente, reforçando o perfil de lobos solitários.
Miro pondera, no entanto, que o grupo não possuía poderio financeiro nem as investigações mostram que eles estavam prontos a agir imediatamente. "Não temos ninguém comprando passagem para Rio, por exemplo. Nenhum deles era rico, eles não tinha recursos. Eles queriam viajar para a Síria e também não tinham dinheiro", afirmou.
O procurador contou ainda que o trabalho foi facilitado pela cooperação do FBI (polícia federal americana), que enviou ao Brasil os nomes que os integrantes do grupo usavam na internet.
Outro ponto que agilizou a investigação foi um email anônimo, contendo diálogos dos suspeitos, que chegou às mãos dos investigadores. Parte deles também publicou em sites abertos informações sobre suas relações com o islamismo, entre elas um comunicado de que havia passado pelo chamado batismo virtual.
Simulação de atentado terrorista no RioAbrir galeria em tela inteira

AMADORES
Questionado sobre como avaliou o fato de dois ministros (Justiça e Defesa) terem se referido aos suspeitos como amadores, Miron não discorda, mas ressalva que isso não significa que não representasse alguma ameaça.
"Não existe suicida experiente. Ninguém estará preso 30 dias, se não oferecer risco. Quem é profissional disso (terrorismo)? Eles eram muito voluntaristas, diziam 'vamos fazer isso e aquilo".
O procurador disse ainda que, embora não fossem líderes de fato e direito, dois deles tinham uma "participação proeminente", sobretudo o que convocou os demais a aprenderem artes marciais e tiro.
"Ele chegou a dizer que já tinha até um lugar para treinarem, mas não acredito. Acho que não tinham nem dinheiro para ficar só fazendo isso, sem trabalhar", acrescentou.
Miron confirmou que houve quebras de sigilos dos investigados e que as empresas de tecnologia, como o Facebook, contribuíram com informações "mais do que o usual". Ainda assim, para ele, a colaboração esteve longe do ideal.
"Empresas colaboraram muito mais do que num trabalho de corrupção, por exemplo. Nesse caso não botaram tanto impedimento, mas mandaram diálogos e não enviaram alguns anexos. Tinha que colaborar mais do que colaboraram", avaliou o procurador.

TERROR: Tiroteio em shopping deixa nove mortos em Munique; polícia procura atiradores

Do UOL, em São Paulo

A polícia alemã afirmou que um tiroteio deixou ao menos nove mortos em Munique nesta sexta-feira (22). O porta-voz da polícia, Marcus da Gloria Martins, afirmou que a ação pode ter envolvido três atiradores. As autoridades buscam os autores do ataque. Não há informações sobre o número de feridos.
Arte UOL
Homens armados abriram fogo em um shopping center da cidade e nos arredores. Autoridades investigam se um corpo encontrado perto do centro comercial é de algum suspeito de envolvimento com o ataque. A polícia suspeita de terrorismo, mas até agora sem ligação com o terror de inspiração islâmica, e está à procura dos criminosos. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques. Segundo autoridades, a situação geral na cidade "ainda não é clara" --mais de um tiroteio pode ter ocorrido, em diferentes locais, informação ainda não confirmada. Há uma grande operação de segurança na cidade. 
A polícia pediu à população que evitasse lugares públicos na cidade. Além disso, orientou os moradores para que não postem imagens nas redes sociais. "Não apoie os criminosos", escreveu a polícia. A principal estação de trem foi esvaziada, e os serviços de ônibus e metrô foram suspensos.
Testemunhas disseram ter visto três homens fortemente armados. Essas testemunhas também afirmaram que havia tiroteio em ruas próximas, assim como no interior do shopping center Olympia. Pelo Facebook, a polícia alemã confirmou que um tiroteio começou nas ruas de Munique e depois foi registrado dentro do shopping Olympia. Os agentes também atenderam a um chamado ocorrido no centro da cidade, que fica distante do shopping.
A primeira ligação de uma testemunha para os serviços de emergência foi registrada às 17h50 (hora local; 12h50 de Brasília) e alertava sobre um tiroteio em duas das ruas próximas ao complexo comercial, que fica em uma zona residencial e tem um total de 135 estabelecimentos.
O shopping foi esvaziado. Nas redes sociais, por meio da hashtag #OffeneTür (portas abertas), moradores de Munique estão oferecendo abrigo aos que estão nas ruas sem ter como se deslocar, já que não há transporte público. Hotéis e até mesquitas também se dispuseram a receber os que estão sem abrigo.
Segundo o "Süddeutsche Zeitung", jornal de Munique e um dos principais da Alemanha, um hospital da cidade recebeu três feridos em estado grave. Um deles era uma menina de 15 anos que, de acordo com a publicação, acabou não resistindo aos ferimentos.
Vários agentes rodearam o centro comercial e helicópteros sobrevoaram a região.
O Itamaraty disse que, até agora, não há informações sobre brasileiros entre as vítimas em Munique e que o consulado do Brasil acompanha os acontecimentos.
A chanceler Angela Merkel ainda não se manifestou publicamente sobre o ataque em Munique. Pelo Facebook, o governo alemão se disse solidário às vítimas e pediu compreensão por não poder emitir "opiniões nem especulações". Peter Altmaier, um dos assessores mais próximos de Merkel, declarou a um programa de TV alemão que nenhuma hipótese está descartada. O presidente alemão, Joachim Gauck, afirmou em nota oficial estar "profundamente chocado" com o ocorrido.
A jornalista brasileira Sylvia Siqueira Campos, que chegou nesta sexta-feira a Munique para participar de um evento, relatou ao UOL como está o ambiente na região do shopping --ela está hospedada em um hotel próximo. "Eu simplesmente desci na estação errada. Por 10 minutos, eu estaria dentro do local dos tiros. É uma sensação muito ruim", contou.
Lukas Schulze/dpa via AP
Policiais fazem guarda em estação de metrô próximo a local de tiroteio, em Munique

A Alemanha está em estado de alerta desde que um jovem de 17 anos invadiu um trem em Wurzburg e atacou com um machado os passageiros na última segunda-feira (18). No episódio, quatro pessoas ficaram feridas e o atacante, que teria jurado lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico, foi morto pelos policiais.
Atentado de 1972
Munique foi palco do maior atentado da história dos Jogos Olímpicos. No dia 5 de setembro de 1972, um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora.
As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4.000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito).
Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou na morte de 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.
Na última quinta (21), agência de monitoramento de terrorismo SITE informou que um canal de extremistas do aplicativo Telegram citou o atentado em Munique-1972 como exemplo para que terroristas possam fazer atentados nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

(Com agências internacionais)

TERROR: FBI alertou Brasil sobre suspeitos de terrorismo, diz procurador

Blog do Fausto MacedoESTADAO.COM.BR

Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo

Rafael Brum Miron, da Operação Hashtag, revela que Polícia Federal americana apontou 'seis ou sete nomes' e advertiu para o radicalismo dos simpatizantes do Estado Islâmico
Foto: Reprodução

O procurador da República Rafael Brum Miron, da Operação Hashtag, afirmou que o FBI, a Polícia Federal americana, alertou o Brasil sobre ao menos seis suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico, no País. O relatório da polícia americana era ‘sucinto’, segundo o procurador, mas apontava para os investigados e advertia sobre o radicalismo deles.
“Veio do FBI a informação”, afirmou o procurador. “Eles mandaram um relatório bem sucinto. Tais pessoas merecem investigação, atenção maior.”
A Operação Hashtag prendeu 10 suspeitos na quinta-feira, 21. Todos foram levados para o presídio federal de segurança máxima em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Nas missões de buscas nos endereços dos alvos da Hashtag foram apreendidos ‘objetos de apologia’ ao Estado Islâmico.
A operação ocorre a quinze dias dos Jogos Olímpicos, quando o Brasil receberá federações de atletas de todo o mundo, incluindo países que foram alvos de ataques recentes do grupo. Os mandados foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, onde morava o suposto líder do grupo.
Veja por onde a Polícia Federal andou para cumprir Hashtag:
RIO GRANDE DO SUL: Um mandado de prisão e um de busca e apreensão
PARANÁ: Um mandado de prisão e um de busca e apreensão
RIO DE JANEIRO: Um mandado de prisão e um de busca e apreensão
PARAÍBA: Um mandado de prisão e um de busca e apreensão
CEARÁ: Um mandado de prisão e um de busca e apreensão
SÃO PAULO: Quatro mandados de prisão, oito de buscas e um mandado de condução coercitiva
MINAS: Um mandado de busca e apreensão e um de condução coercitiva
GOIÁS: Dois mandados de busca
MATO GROSSO: Um mandado de busca
AMAZONAS: Um mandado de prisão e dois de buscas

INVESTIGAÇÃO: Empresário é preso em operação da PF na Bahia

POLÍTICA LIVRE

Foto: Divulgação/Arquivo

A Operação deflagrada na manhã desta desta sexta-feira em Salvador e mais dois municípios baianos que investiga de desvios de recursos da saúde aconteceu também para garantir a proteção de testemunhas que estariam sob ameaça, segundo o delegado da PF Daniel Madruga. Ele relatou que um empresário, principal investigado do caso, foi preso preventivamente e ficará sob custódia na Cadeia Pública de Salvador. O nome da operação, Copérnico, faz menção a Nicolau Copérnico, que criou o heliocentrismo. Segundo os investigadores, no início das investigações, avaliava-se que o empresário tinha menor importância no esquema criminoso, mas com o desenrolar dos trabalhos, revelou-se ser o verdadeiro centro da organização, em torno do qual toda a organização atuava, assegurou Madruga. O preso é controlador do Instituto Médico Cardiológico da Bahia, cujo real mentor seria Nicolau Martins. O empresário somente prestará depoimento à tarde. Além deste mandado de prisão, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva. Segundo Madruga, o esquema funcionava a partir da constituição de empresas de fachada em nome de laranjas, para participar de licitações fraudadas, com direcionamento, para administração de unidades de saúde em cidades baianas. Os contratos abrangiam serviços que variavam da aquisição de material de limpeza à contratação de médicos. Além do direcionamento, a apuração comprovou a existência de superfaturamento e da não comprovação de despesas feitas por essas empresas na manutenção e gerenciamento das unidades de saúde.

LAVA-JATO: Odebrecht tentou pressionar Antígua para ilha não colaborar com Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR THIAGO HERDY, ENVIADO ESPECIAL / RENATO ONOFRE

País abrigou o ‘banco de propina’ da empreiteira; pressão não teve efeito e cooperação foi adiante

Agentes da Polícia Federal na sede da Odebrecht em São Paulo, em fevereiro - Edilson Dantas / Agência O Globo / 22-2-2016

CURITIBA e SÃO PAULO - Um dos administradores das contas de propina da Odebrecht no exterior e delator da Lava-Jato, Luiz Augusto França disse em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) que a Odebrecht tentou pressionar as autoridades de Antígua, na América Central, para que não colaborassem com a Lava-Jato.
A informação está em documento anexado em processo público que tramita na 13ª Vara Federal Criminal em Curitiba e apura eventuais crimes cometidos por integrantes da empreiteira. De acordo com o delator, o pedido não teve efeito e as autoridades de Antígua acabaram colaborando com as investigações no Brasil. Atualmente, o MPF registra 108 pedidos de cooperação internacional com 36 países, alguns deles conhecidos paraísos fiscais. (Confira no mapa).
França era um dos administradores das contas da Odebrecht no exterior, em especial no Meinl Bank Antigua, cuja participação de 51% foi adquirida para operar uma rede de contas de offshores, que o MPF acredita ter sido usada para pagar agentes políticos pelo mundo. Nas mãos dos agentes da Odebrecht, o banco movimentou US$ 1,6 bilhão, dos quais aproximadamente 70% seria relacionado a operações da empresa brasileira, segundo cálculos dos delatores. A colaboração dos três administradores das contas foi homologada há 10 dias pelo juiz Sérgio Moro.
Com o avanço das investigações no Brasil, no segundo semestre do ano passado, França disse ter recebido um pedido do funcionário da Odebrecht Luiz Eduardo Soares para que “fosse colocado em contato com autoridades da Antígua para tratar das investigações da Lava-Jato no Brasil”. Para o MPF, Soares é a pessoa identificada em anotação no celular de Marcelo Odebrecht com a sigla “LE”, que o executivo diz dever “ir para fora já” e trabalhar com outro executivo, Hilberto Silva, para “fechar todas as contas sob risco”.
‘IMPACTO NEGATIVO’
Segundo ele, em setembro do ano passado Soares foi apresentado ao primeiro ministro de Antígua, Gaston Browne, ocasião em que ele teria sido informado que “haviam sido feitas muitas operações no sistema financeiro antiguano e que a investigação no Brasil poderia acarretar impacto negativo na ilha”.
“A pretensão de Luiz Eduardo (Soares) era que as autoridades de Antígua não colaborassem com as autoridades brasileiras, embora isso não tenha sido falado expressamente”, afirmou França em depoimento ao MPF. De acordo com o delator, foram realizadas outras reuniões entre Luiz Eduardo e as autoridades daquele país para tratar do tema.
Segundo o depoente, foi constituída uma comissão pelas autoridades de Antígua para analisar o caso, mas as investigações não foram prejudicadas no Brasil e os pedidos de cooperação internacionais feitos pelo país acabaram atendidos.
TRANSAÇÕES ARMAZENADAS
Outro delator do caso, Vinícius Veiga Borin, explicou aos investigadores que os dados das tranferências bancárias do Meinl Bank Antigua, pela legislação local, ainda podem estar armazenados na inestituição financeira. De acordo com Borin, o banco tem que armazenar todos os dados por no mínimo seis anos. Ele afirmou que a Odebrecht, sendo disso, cogitou encerrar o banco para apagar os rastros da transação.
Na terça-feira, a empresa informou aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato que está avançando bem no processo de recuperação dos arquivos digitais, que pertenciam ao chamado Setor de Operações Estruturadas. Os dados são peça-chave na negociação do acordo de colaboração que Marcelo Odebrecht tenta.
A Odebrecht informou que não comenta o assunto.

MUNDO: Tiroteio em shopping deixa mortos e feridos em Munique; polícia procura atirador

Do UOL, em São Paulo

Reprodução/ Twitter/ @TimmKraeft
Policiais cercam região do shopping center Olympia-Einkaufszentrum, em Munique

A polícia alemã afirmou nesta sexta-feira (22) que um tiroteio foi registrado no shopping center Olympia, em Munique. Segundo a agência DPA e outros veículos alemães, a polícia confirmou que há "vários mortos e feridos" na ação, que pode ter envolvido mais de um atirador.
A polícia alemã disse que está à procura dos criminosos e diz que a situação geral na cidade "ainda não é clara". Os agentes também atendem a um possível tiroteio ocorrido no centro da cidade, que fica distante do shopping.
Arte UOL

Segundo a CNN, houve mais de um tiroteio em Munique, em mais de um local. A emissora mostrou um vídeo, publicado nas redes sociais, de um homem atirando na saída de uma lanchonete do McDonalds, que pode ter sido o início do ataque.
Pelo Facebook, a polícia alemã confirmou que um tiroteio começou nas ruas de Munique e depois foi registrada dentro do shopping Olympia. Testemunhas afirmaram ter visto três pessoas com armas. A polícia disse que não havia número confirmado de vítimas; segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, ao menos três pessoas morreram.
A polícia alemã pediu à população que evitasse lugares públicos na cidade. Além disso, orientou os moradores para que não postem imagens nas redes sociais. "Não apoie os criminosos", escreveu a polícia.
Lukas Schulze/dpa via AP
Policiais fazem guarda em estação de metrô próximo a local de tiroteio, em Munique

Vários agentes rodearam o centro comercial e helicópteros sobrevoaram a região. O shopping foi evacuado. 
A Bayerischer Rundfunk, emissora pública de Munique, informou que testemunhas disseram ter visto um homem abrindo fogo contra um café e na estação de metrô que fica abaixo do shopping.
A Alemanha está em estado de alerta desde que um jovem de 17 anos invadiu um trem em Wurzburg e atacou com um machado os passageiros na última segunda-feira (18). No episódio, quatro pessoas ficaram feridas e o atacante, que teria jurado lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico, foi morto pelos policiais.
Atentado de 1972
Munique foi palco do maior atentado da história dos Jogos Olímpicos. No dia 5 de setembro de 1972, um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora.
As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4.000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito).
Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou na morte de 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.

(Com agências internacionais)

VIOLÊNCIA: Restaurante no Itaigara é assaltado; clientes foram rendidos

CORREIO24HS
Thais Borges (thais.borges@redebahia.com.br)

Os suspeitos se dividiram na ação: um se encarregou de saquear os clientes, outro rendeu os funcionários e o terceiro ficava ameaçando as vítimas

Três homens armados assaltaram o restaurante Mariposa, no shopping Boulevard 161, localizado no bairro do Itaigara, na noite de quinta-feira (21). De acordo com a 16ª Delegacia (Pituba), o trio chegou por volta das 20h e rendeu os cerca de 40 clientes que estavam no estabelecimento – 20 na parte externa do restaurante, outros 20 na parte interna. Ao CORREIO, porém, o Mariposa informou que apenas 20 clientes estavam no local, no momento do assalto. 
Segundo a delegada Maria Andrade, titular em exercício na 16ª Delegacia, os suspeitos se dividiram na ação: um se encarregou de saquear os clientes, outro rendeu os funcionários e o terceiro ficava ameaçando as vítimas. “Eles mandaram que as vítimas colocassem a mão na cabeça e ficavam gritando, perguntando se tinha alguém ali que era policial. Se tivesse, diziam que iam atirar”, contou a delegada.
Em cinco minutos, os assaltantes recolheram celulares, cartões de crédito, cartões de planos de saúde, documentos e dinheiro – a quantia total não foi informada pela polícia porque, até o fim da manhã desta sexta-feira (22), apenas nove vítimas tinham ido à delegacia prestar queixa. Apesar de tudo o trio não levou nada do caixa do restaurante, nem dos funcionários. Depois, os bandidos fugiram em um Chevrolet Onix branco. 
Momentos antes do crime, inclusive, uma viatura da Polícia Militar responsável pelo policiamento na região fez rondas na frente do Mariposa. De acordo com a assessoria da corporação, os criminosos esperaram que a polícia fossem embora para agir. 
Foi a segunda vez que o estabelecimento foi assaltado em pouco mais de três meses - a primeira situação foi em abril deste ano. No entanto, ainda de acordo com a delegada, não há como afirmar que o caso tem relação com outro crime. “A polícia está na rua fazendo diligências e recolhendo as imagens das câmeras de segurança, que registraram a ação. A gente está tentando identificar a autoria”. 
Através da assessoria, o restaurante Mariposa e o shopping Boulevard 161 divulgaram uma nota lamentando o ocorro. “Salientamos ainda que o Boulevard 161 possui vigilância 24h, inclusive nos finais de semana e feriados, como determina as normas de segurança dos empreendimentos comerciais, inclusive bem reforçada nos últimos meses”, afirmam, no texto. 
Confira a nota na íntegra: 
O Shopping Boulevard 161 e o restaurante Mariposa se manifestam acerca do incidente ocorrido na noite de ontem (21/07). Lamentamos profundamente o fato e estamos colaborando totalmente com as autoridades para esclarecimento do episódio e identificação com punição dos responsáveis.
Como é sabido, a sociedade brasileira vem sofrendo, de forma crescente, com a ineficiência da segurança pública, mas, destacamos aqui que adotamos todas as providências que nos cabem para continuar atendendo com qualidade e conforto todos os nossos clientes, que já estão sendo, por nós, totalmente assistidos.
Salientamos ainda que o Boulevard 161 possui vigilância 24h, inclusive nos finais de semana e feriados, como determina as normas de segurança dos empreendimentos comerciais, inclusive bem reforçada nos últimos meses. 
Estamos em constante trabalho junto às autoridades municipais, responsáveis pela área do estacionamento onde o Boulevard 161 se localiza, e estaduais, para que as melhorias na região aconteçam com maior brevidade. Também atuamos junto com a Abrasel Bahia em cooperação com as centrais policiais para um melhor atendimento aos restaurantes de Salvador.
Esperamos que a segurança pública deixe de ser matéria e preocupações principais da nossa sociedade, sendo substituída pela paz e tranquilidade de toda população, como merecemos.
Diretorias do Boulevard 161 e do restaurante Mariposa

VIOLÊNCIA: Salvador já teve mais de mil assaltos a coletivo este ano

CORREIO24HS
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)

Média é de 5,1 ataques por dia, segundo levantamento feito pelo CORREIO com base em boletim diário da SSP-BA

Salvador registrou, nos primeiros 204 dias do ano - quase sete meses -, 1.035 assaltos a coletivos, de acordo com levantamento feito pelo CORREIO com base no boletim diário da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
A SSP-BA consolidou os dados dos três primeiros meses em 592 assaltos em Salvador. Já entre 1º de abril e 22 de julho, o CORREIO contou mais 443 ocorrências. A mais recente, na manhã desta sexta-feira (22), na BR-324, entre o Bom Juá e a Jaqueira do Carneiro, deixou cinco passageiros feridos e um morto após uma troca de tiros dentro do coletivo do consórcio Integra Plataforma, linha Marechal Rondon-Barra.
O total de assaltos a coletivos na capital gerou uma média de 5,1 ataques por dia. A Avenida Paralela, parte da Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) 11, da Tancredo Neves, lidera o número de assaltos. Este ano, foram 52 ataques, a maior parte deles no mês de janeiro.
Em seguida, aparece a BR-324, com 42 assaltos. Somente este mês, o Bom Juá, onde os assaltantes desta sexta-feira entraram no coletivo, teve dois assaltos, enquanto a Jaqueira do Carneiro, onde o veículo parou após os tiros, teve mais três.
Se contados todos os assaltos do ano, Bom Juá teve cinco registros e a Jaqueira do Carneiro, outros nove. Entre 1º de janeiro e 22 de julho de 2016, assaltantes de ônibus levaram, somente dos caixas dos coletivos, R$ 84.042.
Junho
No início do mês de junho, quando o aposentado José Carlos Cardoso da Silva, 67 anos, reagiu a um assalto a ônibus no bairro de Ondina e morreu após receber um tiro nas costas, o CORREIO fez um levantamento parecido sobre o número de assaltos a coletivos na capital.
Há quase dois meses, a capital tinha registrado 865 assaltos, uma média de seis assaltos a coletivos por dia. Naquela ocasião, a Avenida Paralela também liderava o número de ocorrência - 47 em cinco meses, mais uma vez seguida da BR-324, com 40 assaltos.
No dia 15 de abril deste ano, o porteiro Libânio Trindade dos Santos, 64, reagiu a um assalto a ônibus na Avenida San Martin. Ele morreu no dia 17, depois de ficar dois dias internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
Já no dia 7 de junho, quem morreu durante o assalto foi o próprio assaltante, depois de um passageiro reagir atirando. Ele matou um dos criminosos e deixou o outro ferido dentro de um ônibus intermunicipal que fazia a linha Salvador-Feira de Santana.
Já nesta sexta-feira (22), Julio Farias da Costa, 46 anos, que estava no ônibus assaltado entre o Bom Juá e a Jaqueira do Carneiro, morreu no HGE depois de ser baleado na barriga.

POLÍTICA: Defesa de Cunha pede desbloqueio de conta-salário por comprometer sua 'sobrevivência'

OGLOBO.COM.BR
POR ISABEL BRAGA

Advogados do deputado afastado alegam que medida compromete ‘verbas alimentares’

O deputado federal afastado Eduardo Cunha - Michel Filho / Agência O Globo

BRASÍLIA — Os advogados do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediram, na quinta-feira, à Justiça Federal do Paraná, o desbloqueio da conta-salário em que seu cliente recebe a remuneração como parlamentar. No documento, os advogados relataram urgência e que a situação compromete “a sobrevivência” de Cunha e de seus familiares.
“Assim sendo, diante da evidência de que a indisponibilidade de verbas alimentares (in casu, bloqueio de conta-salário) enseja comprometimento à sobrevivência da pessoa física e de sua família, este réu requer seja oficiado o Banco Central do Brasil, com urgência, para que realize o desbloqueio de todos os valores em nome de Eduardo Consentino da Cunha que advenham de suas atividades funcionais”, pede a defesa.
Em 14 de junho, o juiz Augusto Cesar Pansini Gonçalves, da 6ª Vara Cível da Justiça Federal do Paraná, decretou a indisponibilidade de recursos financeiros e bens de Cunha. No pedido sobre a conta-salário, os advogados argumentam que o bloqueio não é previsto em lei. Dizem que a situação do bloqueio da conta em que Cunha recebe os ordenados da Câmara trata-se de um equívoco. Até a noite de quinta-feira, o juiz não havia decidido.
Além de Cunha, são citados na ação a sua mulher, Cláudia Cruz, o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o suposto operador João Henriques e o empresário Idalécio de Oliveira, que também tiveram bens tornados indisponíveis. Para o Ministério Público Federal, eles estão envolvidos no pagamento de propina na Petrobras.
APARTAMENTO GARANTIDO
Cunha deixará a residência oficial da presidência da Câmara nos próximos dias e irá para um apartamento funcional de deputados. A decisão de permitir que, mesmo afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, ele tenha esse direito foi aprovada por cinco dos sete integrantes da Mesa Diretora e defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Cunha continuará recebendo o salário de R$ 33,7 mil (apesar de a conta estar bloqueada) e, mesmo com a restrição de frequentar a Câmara, mantém o gabinete e seus funcionários. A verba mensal de contratação de funcionários é de R$ de 92 mil.
Na quinta-feira, o clima na residência oficial era de mudança, com a entrada de um caminhão-baú de uma loja de móveis do Distrito Federal. A informação repassada pela loja é que funcionários foram ao local para fazer reparos em um móvel comprado pelo casal e que o serviço foi contratado por Cunha e não pela Câmara.
(Com G1)

POLÍTICA: Renan diz a Temer que impeachment de Dilma deve passar no Senado

OGLOBO.COM.BR
POR JÚNIA GAMA

Senador se reúne com presidente interino e demonstra que deseja superar desavenças

Renan prevê cerca de 60 votos pelo impeachment - Ailton de Freitas/12-7-2016

BRASÍLIA — Em uma demonstração de que pretende deixar as desavenças com o presidente interino, Michel Temer, para trás, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem dado sinais de estar envolvido nas negociações do impeachment de Dilma Rousseff, que deve ser julgado no final de agosto. O jantar na última terça-feira à noite com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Renan deixou Temer ainda mais otimista em relação à aprovação do processo de afastamento de Dilma.
Segundo relatos, Renan teria se mostrado “engajado” na aprovação do impeachment e chegou a fazer uma conta de votos favoráveis à aprovação do processo. Até recentemente, Renan tratava o assunto com distanciamento.
Aliados de Renan dizem que ele relatou a Temer que três votos de indecisos estariam migrando a favor do impeachment: dos senadores Romário (PSB-RJ), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Otto Alencar (PSD-BA). Nas contas de Renan, seriam cerca de 60 votos a favor do impeachment, cálculo semelhante ao de auxiliares de Temer.
O clima entre Renan e Temer, segundo relatos, é de franca melhoria, e os episódios de trocas de ataques públicos, por enquanto, tendem a ficar no passado. A inclinação do presidente interino em nomear um indicado de Renan para o Ministério do Turismo é mais um gesto nessa direção. Apesar de estar reticente quanto à ida do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) para a pasta, pelo fato de Beltrão ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Temer deu ao presidente do Senado a prerrogativa de escolher o nome que comandará a pasta.
A convivência entre Renan e Temer é conturbada. Os dois caciques disputam áreas de influência no PMDB. Um dos maiores cuidados de Temer, neste momento, é evitar turbulências no Senado, onde será dada a palavra final sobre o impeachment. Após a conclusão do processo, caso seja confirmado o afastamento definitivo de Dilma, Temer espera contar com o apoio do Senado para aprovar, rapidamente, medidas para recuperar a economia.
Além de Renan ter ficado até o último momento ao lado do governo Dilma, as divergências entre ele e Temer se tornaram públicas e deixaram cicatrizes, apenas poucos meses atrás, com um troca de ofensas. Renan disse que medidas de Temer fariam “Ulysses tremer na cova” (referência ao ex-deputado e líder do PMDB Ulysses Guimarães) e acusou o então vice de se preocupar apenas com indicações para cargos, quando ocupou a articulação política do governo Dilma. Em resposta, Temer disse que o PMDB não tinha dono, “nem coronel”.
Aliados de Renan afirmam que a mudança de postura foi conseguida com muitas conversas que o levaram a se convencer de que, gerando instabilidade para Temer, poderia prejudicar a si e ao seu partido. O governo Temer é visto por caciques peemedebistas como uma oportunidade única de o PMDB recuperar sua imagem, apagando o estereótipo de partido apenas fisiológico e sem uma grande liderança ou um projeto para o país.

LAVA-JATO: Esquema pagou dívida de Paulo Ferreira, diz delator da Custo Brasil

FOLHA.COM
WÁLTER NUNES, DE SÃO PAULO

Luiz Carlos Murauskas - 22.out.2005/Folhapress 
Paulo Ferreira, então tesoureiro do PT

O ex-vereador petista de Americana (SP) Alexandre Romano, o Chambinho, principal delator de uma das operações decorrentes da Lava Jato, disse em depoimento que dinheiro desviado do Ministério do Planejamento foi usado para pagar dívidas de campanha do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
A delação integra as investigação da Operação Custo Brasil, deflagrada em junho.
Segundo Chambinho, após as eleições de 2014, Ferreira procurou seu sucessor, o então tesoureiro João Vaccari Neto, pedindo ajuda para quitar dívidas de campanha.
Ferreira disputou o cargo de deputado federal pelo PT gaúcho. Teve 43.787 votos, mas não conseguiu se eleger.
Vaccari pediu para Ferreira procurar Chambinho para que o ex-vereador passasse a destinar dinheiro da Consist, empresa contratada pelo Planejamento que desviava dinheiro de contratos de empréstimo consignado, para firma indicada por Ferreira.
O valor seria debitado de metade do que ia para o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e seu advogado Guilherme Gonçalves, também acusados de se beneficiar do esquema.
Para receber, segundo Chambinho, Ferreira indicou o escritório Portanova Advogados, que prestava serviços jurídicos ao petista.
O delator disse ainda que o escritório foi escolhido em razão de um empréstimo que teria sido feito a Ferreira.
Seriam repassados mensalmente para o Portanova R$ 60 mil, sendo metade para abater dívidas e a outra metade para pagamento de despesas pessoais. Segundo o depoimento, foram repassados "três ou quatro parcelas de R$ 60 mil".
Chambinho disse que depois de a empresa Jamp, que também participava do esquema, ter sofrido busca e apreensão na Lava Jato, executivos da Consist passaram a temer fazer repasses sem serviços que os justificassem. Mesmo assim, nada foi alterado nos contratos.
Chambinho disse que, em 2012, uma pessoa com relações com empresas da rua 25 de março, em São Paulo, cujo nome ele disse não lembrar, ajudou-o a lavar dinheiro ao lhe fornecer notas fiscais frias de diversas empresas da região.
O ex-petista então usou as notas para simular prestações de serviços para a Consist. As notas, segundo a delação, eram "no valor de R$ 100 mil cada nota aproximadamente, talvez no total de R$ 300 mil".
A Consist depositou diretamente os valores das notas na conta dessas empresas e, em seguida, a pessoa responsável pela operação levou o dinheiro em espécie até o escritório de Chambinho.
O ex-vereador disse que o dinheiro vivo foi entregue posteriormente para Ferreira e Nelson Freitas, ex-funcionário do Planejamento.
OUTRO LADO
O advogado José Roberto Batochio, responsável pela defesa do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, foi procurado pela reportagem e não comentou as acusações feitas na delação do ex-vereador e ex-petista Alexandre Romano, o Chambinho.
A advogada Verônica Sterman, defensora do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo afirmou: "O ministro é inocente das acusações e provará que não se beneficiou direta ou indiretamente de qualquer quantia relacionada à empresa Consist".
Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ocupou as Comunicações sob a petista Dilma Rousseff.
A defesa de Guilherme Gonçalves, sob responsabilidade do advogado Rodrigo Rios, não retornou o contato da reportagem.
A Folha não conseguiu fazer contato com o advogado de Nelson Freitas, ex-funcionário do Ministério do Planejamento.
Procurada, a defesa de Alexandre Romano, o Chambinho, disse que não iria se manifestar.

MUNDO: Trump promete restaurar ordem e ataca Hillary em encerramento da convenção republicana

OGLOBO.COM.BR
POR HENRIQUE GOMES BATISTA / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em discurso, candidato republicano critica opositora e diz que seu legado se resume a morte, destruição e terrorismo

Donald Trump fala durante encerramento da convenção republicana - BRIAN SNYDER / REUTERS

CLEVELAND, EUA — O indicado republicano à Casa Branca, Donald Trump, pediu os votos dos americanos, prometendo restaurar “a lei e a ordem” em um país abalado por tiroteios e ataques no encerramento da convenção republicana, nesta quinta-feira. No discurso, o mais longo do gênero em 40 anos, com 1h15min, o magnata atacou o presidente americano, Barack Obama, e disse que o legado de Hillary Clinton em sua gestão no Departamento de Estado, se resumia à “morte, destruição e terrorismo”.
Para encerrar a convenção republicana que confirmou sua nomeação, o magnata tentou se aproximar do americano comum, descontente com o governo e temeroso com o atual momento econômico e social. “Eu sou a sua voz”, sentenciou várias vezes durante todo o discurso, que encerrou uma das mais controversas convenções da história moderna dos partidos americanos:
— Nessa corrida para a Casa Branca, eu sou o candidato da lei e da ordem — disse o candidato, acusando o presidente Barack Obama de promover a desunião racial nos EUA. — A retórica irresponsável do nosso presidente, que usou o púlpito da presidência para nos dividir por raça e cor, tornou a América um ambiente mais perigoso para todo mundo.
Na noite desta quinta-feira, encerrando a convenção republicana, o bilionário nova-iorquino aceitou formalmente a indicação do partido. Mas o evento mostrou que Donald Trump não conseguiu seu grande objetivo: unir o partido. A esperada festa viveu polêmicas todos os dias, e transformou-se num festival de problemas, que não só deixou de sarar as feridas das primárias e fortalecer o nome indicado — o magnata teve de jogar para escanteio outros 16 concorrentes numa acirradíssima disputa — como exacerbou o racha no partido.
— Juntos, vamos liderar nosso partido de volta para a Casa Branca — prometeu a seus correligionários. — Eu tenho uma mensagem para todos vocês: o crime e a violência que hoje afligem nossa nação vão, em breve, chegar ao fim. Começando em 20 de janeiro de 2017 (dia da posse), a segurança será restaurada.
Público assiste discurso de Trump na convenção republicana em Cleveland - John Locher / AP

Trump ainda culpou Hillary pela ascensão do grupo Estado Islâmico (EI) e por semear o caos no Iraque, na Líbia, na Síria e no Egito. Também criticou o acordo nuclear negociado pelo governo Barack Obama com o Irã.
— Depois de quatro anos de Hillary Clinton, o que nós temos? O EI se espalhou pela região e pelo mundo. A Líbia está em ruínas, e nosso embaixador e sua equipe foram deixados abandonados para morrer. Esse é o legado de Hillary Clinton: morte, destruição, terrorismo e fraqueza.
Convenção marcada por problemas
O agora candidato também garantiu aos delegados de seu partido que sua política externa colocará os americanos em primeiro lugar.
— A diferença mais significativa entre o nosso plano e o dos nossos oponentes é que nosso plano vai colocar a América primeiro. Americanismo, não globalismo, será nosso credo. O povo americano virá em primeiro mais uma vez.
Lembrando e citando o pré-candidato democrata Bernie Sanders, ainda atacou o sistema e os bilionários de Wall Street, e disse que Hillary é uma “fantoche” dos poderosos.
— Ninguém conhece o sistema melhor do que eu, que é por isso que eu só possa corrigi-lo — disse, afirmando que milhões de democratas vão votar nele.
O início da quarta noite de debates foi marcada pelo discurso de Peter Thiel, empresário fundador do Paypal, que atacou muito a política econômica democrata. Mas o que chamou atenção no pronunciamento foi o fato de ele ser o primeiro gay assumido a discursar numa convenção da legenda em 16 anos. Thiel disse que tem orgulho de ser homossexual, republicano e, sobretudo, de ser americano:
— Quando eu era criança, o grande debate era como derrotar a União Soviética. E nós ganhamos. Agora nos dizem que o grande debate é sobre quem pode usar que banheiro — disse, fazendo referência à polêmica sobre o uso de banheiros por transgêneros em todo o país. — Esta é uma distração de nossos problemas reais. Quem se importa?
Mais cedo, o magnata criou uma nova polêmica, ao dizer que, caso seja eleito, deverá abandonar a garantia de proteção aos aliados da Otan. Desta forma, Trump, que já fez elogios ao presidente russo, Vladimir Putin, alteraria o princípio básico da organização — um ataque a um aliado é um ataque a todos — desmontando o esquema de defesa do Ocidente montado no pós-guerra. As reações foram imediatas. A Casa Branca reafirmou o compromisso blindado com parceiros transatlânticos. O secretário-geral da Otan disse que não se mete na campanha americana, mas ressaltou a solidariedade como ponto-chave da parceria. E até os próprios republicanos reagiram, condenando Trump, que viu a união da legenda ainda distante.

POLÍTICA: Temer prepara pacote de bondades para o Congresso

FOLHA.COM
GUSTAVO URIBE
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA22/07/2016 02h00

Para o retorno do recesso parlamentar, o governo interino de Michel Temer prepara uma espécie de "pacote de bondades" para o Congresso Nacional com o objetivo de aprovar propostas econômicas de interesse da administração federal e sacramentar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
A intenção do Planalto é evitar que queixas e reclamações da base aliada por cargos e recursos, feitas no início do governo Temer, gerem impactos na pauta legislativa para o segundo semestre, considerada essencial na tentativa do presidente interino de ganhar legitimidade para continuar no cargo.
Em um esforço para diminuir insatisfações, o presidente interino determinou à equipe econômica que acelere no início de agosto a liberação do saldo de emendas parlamentares para obras de infraestrutura que já foram contratadas.
O montante ainda está sendo calculado pelo Ministério da Fazenda, mas o objetivo é quitar as pendências até o início de outubro, data do primeiro turno das eleições municipais no país.
Além disso, em reunião na terça-feira (19) o peemedebista pediu para que a equipe econômica realize uma espécie de pente-fino em propostas da base aliada no Congresso que tenham impacto positivo nos cofres públicos.
A intenção é patrociná-las ou até mesmo incorporá-las em pacote de medidas estruturado pelo Ministério do Planejamento. Na avaliação feita até agora, duas medidas foram avaliadas como positivas.
A primeira é a que permite a venda para o mercado de dívidas ativas, a chamada securitização. A segunda é a que proíbe o governo federal de impor ou transferir encargo ou prestação de serviços a Estados e municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao seu custeio.
NOMEAÇÕES
O presidente interino também determinou ao núcleo político que conclua até o final do recesso parlamentar as nomeações pendentes para presidências e diretorias de empresas públicas de indicados pela base aliada.
Em reunião com o núcleo econômico, o peemedebista relatou que deputados e senadores estavam reclamando da demora na nomeação de seus indicados para cargos federais e ressaltou a necessidade de agilizar a publicação dos nomes no "Diário Oficial da União".
Segundo relatos, durante o encontro, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) disse que em parte a demora estava ocorrendo por causa das novas regras estabelecidas pela Lei de Responsabilidade da Estatais, que tornaram mais rigorosas nomeações para cargos de direção em empresas públicas.
O presidente interino disse ser importante concluir o processo durante o recesso parlamentar para que, na volta dos trabalhos do Poder Legislativo, a base aliada esteja unida na votação de projetos da agenda econômica, como o teto para os gastos públicos e as reformas previdenciária e trabalhista.
Mesmo com o pedido de agilidade, o Palácio do Planalto tem encontrado dificuldades em chegar a um consenso com a base aliada para a presidência de algumas estatais, como, por exemplo, de Itaipu.
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