sábado, 15 de junho de 2013

POLÍTICA: Torcida vaia e constrange Dilma na abertura da Copa das Confederações

Do UOL
Gustavo Franceschini, Luiz Paulo Montes, Paulo Passos e Ricardo Perrone
AFP PHOTO / EVARISTO SA

Dilma (no centro) discursa na abertura da Copa das Confederações ao lado de Joseph Blatter
A presidente Dilma Rousseff foi muito vaiada momentos antes do início da abertura da Copa das Confederações. Anunciada pelo alto-falante do estádio, ela fez caras de poucos amigos e limitou-se a dizer uma única frase no microfone, enquanto Joseph Blatter, presidente da Fifa, deu uma bronca na torcida pelo comportamento.
"Por favor, onde está o fair play de vocês", disse o cartola, visivelmente constrangido com a situação. Dilma, por sua vez, foi sucinta e ignorou os protestos. "Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações 2013", disse ela, atropelando as vaias.
O momento embaraçoso repete uma outra história polêmica do país em grandes competições. Em 2007, na cerimônia que abriu o Pan do Rio de Janeiro, Lula estava no Maracanã e foi vaiado em todas as vezes que apareceu no estádio ou foi citado. Até por isso, ele quebrou o protocolo e não fez o pronunciamento tradicional de abertura
"Na minha vida política, a vaia e o aplauso são dois momentos de reação do ser humano. A única coisa que eu, particularmente, fico triste é que eu fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá", afirmou Lula após o episódio, no programa "Café com o Presidente".
A vaia só aumenta o clima tenso que cerca a abertura da Copa das Confederações. Durante todo o sábado, centenas de manifestantes protestaram nas cercanias do estádio contra os gastos com a competição. 
Dilma e Blatter estão no camarote do Mané Garrincha. Perto deles está o desafeto de Dilma, José Maria Marin, presidente da CBF, mantido afastado pela presidente por conta de seu passado ligado à ditadura.
Neste sábado, no entanto, ela não pôde fugir de Marin. Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da CBF e que já trabalhou com Lula, conseguiu tirar uma foto em que Dilma aparece junto com o cartola, feito significativo para quem precisa comprovar força política de olho na eleição da CBF no ano que vem.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

COMENTÁRIO: Mais uma tentativa

Por CELSO MING - O Estado de S.Paulo

No início da noite de quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a remoção de mais um obstáculo à entrada de dólares no País. Além disso, esforçou-se por tentar convencer os brasileiros de que a inflação está sob controle e que tudo na economia segue dentro dos conformes.
Após a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% nas operações com derivativos (câmbio futuro), que começou a valer ontem, o dólar teve ligeira queda, de 0,46%. Fechou a R$ 2,142.
A medida foi adotada uma semana depois de ser zerado o IOF de 6% sobre entradas de dólares destinadas a aplicações em renda fixa, indicando que o governo está preocupado com a deterioração das contas externas e com a forte tendência de alta do dólar no câmbio interno (desvalorização do real).
Até há algumas semanas, o governo também estava preocupado com o câmbio fora do lugar, mas, ao contrário de agora, temia a enxurrada de moeda estrangeira. Essa pressão cambial fora objeto das queixas da presidente Dilma, quando denunciou o tal "tsunami monetário", e das reclamações do ministro Mantega, quanto aos efeitos causados no Brasil por aquilo que entendia como "guerra cambial" travada pelos grandes bancos centrais. O governo age agora no sentido de retirar os controles ao afluxo dos capitais que ele mesmo impôs.
A rigor, não há nenhuma reviravolta na ação dos grandes bancos centrais. Há apenas uma declaração de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), de que considera a hipótese de suspender as operações de compra de títulos no mercado americano, na proporção de US$ 85 bilhões por mês. Não há prazo para o início do novo jogo, nem indícios do ritmo em que seria feito.
Bastou essa declaração para que voltasse a turbulência ao mercado financeiro internacional. O Brasil está sofrendo mais do que os outros países emergentes porque a novidade pegou a economia numa situação ruim: baixo crescimento, inflação crescente, desempenho insatisfatório das contas públicas e rombos preocupantes nas contas externas.
Será a suspensão progressiva dos controles de capitais suficiente para impedir a revoada atual e atrair dólares ao Brasil? Provavelmente, não - porque o maior problema são os desequilíbrios internos que, infelizmente, persistem.
Ainda na quarta-feira, o ministro Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, desdobraram-se para tentar convencer os brasileiros de que "tudo está sob controle".
Não é bem assim. O próprio Banco Central vem advertindo que as contas públicas estão se expandindo demais e que a inflação está espalhada e renitente. Não vai ser apenas porque o Banco Central recomeçou a puxar pelos juros que a inflação será reconduzida à meta, especialmente quando o governo continua gastando demais, continua criando renda e consumo acima da oferta.
Há apenas oito dias, uma das mais importantes agências de classificação de risco, a Standard & Poor's (S&P), avisou que se prepara para rebaixar a qualidade da dívida do Brasil, porque o crescimento econômico é ruim e o desempenho das finanças públicas não é lá essas coisas.
É improvável que a simples promessa do ministro Mantega de que o governo vai observar um superávit primário (sobra de arrecadação) de 2,3% do PIB, em vez dos R$ 155,9 bilhões a que antes estava comprometido, consiga convencer os agentes econômicos de que o governo deixou de ser um gastador e se converteu à responsabilidade fiscal.
Também na quarta-feira, a presidente Dilma fez o contrário: baixou um pacote de crédito subsidiado, no total de R$ 18,7 bilhões em dinheiro do contribuinte, destinado à compra de móveis e de aparelhos domésticos.
A economia brasileira está desequilibrada não apenas em relação à perspectiva de redução da oferta de dólares no mundo. Está descontrolada porque se mostra incapaz de cumprir os objetivos a que o próprio governo se propôs: crescer entre 4,0% e 4,5% ao ano; garantir um investimento de 24% do PIB; impedir um desemprego superior a 6%; reconduzir a inflação à meta; obter relativo equilíbrio nas contas externas e recuperar a indústria, prostrada pela baixa competitividade.

ECONOMIA: Bovespa e dólar operam em baixa nesta sexta

Do UOL, em São Paulo

A Bovespa operava em queda nesta sexta-feira (14). Por volta das 10h40, o Ibovespa (principal índice da Bolsa), perdia 0,22%, aos 50.304,38 pontos.
BOLSA E DÓLAR
O dólar comercial tinha leve queda de 0,11%, a R$ 2,131 na venda.
O euro operava quase estável, com leve alta de 0,03%, a R$ 2,837 na venda.
Bolsas internacionais
As ações asiáticas se recuperaram de seus menores níveis em vários meses. Dados econômicos otimistas dos Estados Unidos apaziguaram temores depois de grandes vendas nos mercados, mas investidores continuavam ansiosos antes da próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano. Eles estão preocupados com a possibilidade de redução do estímulo econômico por parte da instituição. 
No Japão, o índice Nikkei fechou em alta de 1,94%. O índice de Seul encerrou em alta de 0,35%, o mercado avançou 0,39% em Hong Kong, a bolsa de Taiwan caiu 0,18%, enquanto o índice referencial de Xangai ganhou 0,64%. Cingapura subiu 0,98% e Sydney fechou com valorização de 2,04%.
(Com Reuters)

ECONOMIA: Governo usará receita de privatizações para atingir meta de superávit

Do ESTADAO.COM.BR
João Villaverde e Adriana Fernandes, de O Estado de S. Paulo

Com dificuldades para cumprir a meta de economia para pagamento dos juros, Planalto deve alocar no caixa do Tesouro os recursos com concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos e poços de petróleo
O governo federal definiu a fórmula que usará neste ano para atingir a meta de economizar, no mínimo, R$ 110,9 bilhões para pagar os juros que incidem sobre a dívida pública. A presidente Dilma Rousseff tomou a decisão política de usar todo o dinheiro que for obtido com as concessões de infraestrutura deste ano, como as de blocos de petróleo e gás e grandes aeroportos e rodovias, para engordar a meta fiscal, conhecida como superávit primário.
Nas contas do Planalto, as privatizações previstas para o segundo semestre devem render pouco mais de R$ 30 bilhões ao governo. Segundo apurou o Estado, o uso dos recursos das concessões para atingir a meta de superávit primário foi definido na última quarta-feira, durante reunião entre a presidente Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Quando anunciou as concessões de rodovias e ferrovias, em agosto de 2012, a presidente criticou as privatizações feitas por Fernando Henrique Cardoso, quando o dinheiro era usado para o pagamento de juros da dívida, e não para reforçar os investimentos públicos.
A principal aposta é para o leilão do poço de petróleo Libra, na Bacia de Santos. De acordo com uma fonte da área econômica, o governo vai "calibrar com Libra a meta fiscal". De lá viriam grandes volumes de recursos, que os técnicos calculam, hoje, em algo entre R$ 17 bilhões e R$ 25 bilhões.
Mas a nova estratégia ganha fôlego com o expediente de engordar a meta fiscal com todas as outras concessões, em especial a de aeroportos. A avaliação é que as licitações dos terminais do Galeão (RJ) e de Confins (MG), previstas para setembro, são as mais promissoras. A equipe econômica estima que as outorgas dos consórcios vencedores devem somar cerca de R$ 13 bilhões, mas apenas uma parcela disso entrará no cofre este ano - as concessionárias pagam parcelas anuais.
Alteração via MP. Antes blindados pela legislação do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), criado em 2011 para receber o dinheiro das outorgas dos terminais privatizados e que somente poderia ser gasto em investimentos no setor de aviação, os técnicos do governo agora estão livres. Um artigo inserido na Medida Provisória (MP) 600, publicada em dezembro, permite que os recursos das outorgas sejam depositados na conta única do Tesouro, e, portanto, engordem a meta fiscal.
No governo, a opção de ampliar o bloqueio de recursos do Orçamento é vista como última hipótese. O cenário da equipe econômica inclui uma melhora da arrecadação de tributos ao longo do ano, que será reforçada pela nova estratégia de engordar a economia para o pagamento de juros da dívida com os recursos das concessões. No limite, de forma a atingir "a qualquer custo" a meta de poupar 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), serão retidos gastos do orçamento.
A presidente Dilma Rousseff encara como missão a recuperação da credibilidade perdida na área fiscal. As manobras contábeis conduzidas no fim de 2012, quando até créditos da usina hidrelétrica de Itaipu foram usados para fechar as contas, mancharam a imagem construída em 2011, quando o governo cumpriu uma meta fiscal mais rigorosa que a inicialmente proposta.
Para o ano que vem, a estratégia voltará a ser aquela usada no início da gestão Dilma Rousseff. A meta de superávit primário será de 3,1% do PIB.

POLÍTICA: Dilma oferece cargo para evitar deserção na base

Do ESTADAO.COM.BR
VERA ROSA , DAIENE CARDOSO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Ex-prefeita de Fortaleza, sondada por Eduardo Campos, recebe convite para integrar assessoria da Secretaria de Mulheres
Preocupada com a montagem dos palanques estaduais para sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff entrou na articulação para impedir deserções de aliados, à custa de cargos no governo. Ao receber na quarta-feira a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), que ameaça migrar para o PSB do governador Eduardo Campos (Pernambuco), Dilma lhe ofereceu uma cadeira na assessoria especial da Secretaria de Políticas para Mulheres.
A presidente fez o convite ao pedir a Luizianne que fique no PT e ajude sua campanha. Além disso, jogou água na fervura petista e afagou a ex-prefeita ao dizer que confia no acordo entre ela e o deputado José Guimarães (CE), líder do PT na Câmara, em nome do projeto nacional.
Luizianne não aceitou o emprego no governo, alegando que não pode se ausentar de Fortaleza, onde é professora universitária. Dilma incumbiu então o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, de procurar algo mais "adequado" para a petista. "Para mim foi muito importante o apoio da presidente. Saí da conversa fortalecida", disse Luizianne, que está em rota de colisão com Guimarães.
Apesar das iniciativas de Dilma, a ex-prefeita ainda avalia a oferta de Eduardo Campos, possível candidato do PSB à Presidência. "Não vou esnobar quem olhou para mim num momento de isolamento", avisou. Em confronto com o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), Campos propôs a Luizianne a candidatura ao Senado ou até ao governo cearense pela sigla que preside.
Com problemas na Bahia e em Pernambuco, onde PT, PMDB e PSB não se entendem, Dilma tenta construir um palanque único e forte no Nordeste. Ela avalia que a missão é viável no Ceará, desde que "segure" a insatisfação de Luizianne. No cenário dos sonhos palacianos, o PT e o PSB abririam mão da cabeça de chapa para apoiar a candidatura do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, ao governo do Ceará.
"Eu sou o fiador da aliança com o PMDB e o PSB no Estado", resumiu o deputado Guimarães, que tem maioria no PT do Ceará e quer disputar o Senado. Desafeto de Luizianne, ele também foi recebido por Dilma nos últimos dias.
No Rio. Na tentativa de neutralizar as investidas de Eduardo Campos, a presidente conversou recentemente, também, com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Pré-candidato ao governo do Rio, Lindbergh é pressionado pelo PMDB a desistir para apoiar a campanha de Luiz Fernando Pezão (PMDB), atual vice. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), chegou até a condicionar o apoio a Dilma à desistência do petista. Ciente do impasse, Campos assediou Lindbergh, mas Dilma pediu ao senador que se mantenha no PT, prometendo resolver a situação. "O jacaré está aqui esperando, de boca aberta", brincou Campos.
"As relações mais tensas que temos com o PT são no Rio, na Bahia e no Ceará", admitiu o senador Valdir Raupp (RO), presidente do PMDB.
Em busca de adesões para o projeto 2014, a ofensiva do governo incluiu também o PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensalão. Na esperança de impedir a aliança com Campos ou mesmo com o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Planalto, Dilma pôs o presidente do PTB, Benito Gama, no Banco do Brasil. "Mesmo com toda essa ação, o PSB está qualificando sua presença no debate político", disse o governador de Pernambuco.

GERAL: Produtores rurais bloqueiam estradas contra demarcações de terras indígenas

Da FOLHA.COM
FELIPE BÄCHTOLD, DE PORTO ALEGRE

Produtores rurais promovem em rodovias de vários Estados na manhã desta sexta-feira (14) um protesto contra demarcações de terras indígenas. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, já há bloqueios do trânsito em estradas, de acordo com os organizadores.
Em Santa Catarina, uma manifestação em uma rodovia estadual ocorre na cidade de Abelardo Luz (oeste do Estado), que concentra comunidades indígenas.
No Rio Grande do Sul, a situação é tensa na cidade de Mato Castelhano (norte gaúcho). Produtores rurais bloqueiam a BR-285 no município em um ponto que fica a 1 km de um acampamento indígena. Os índios da região fecharam a mesma estrada por dois dias na semana passada.
Hoje, os agricultores levaram tratores e máquinas agrícolas para o local e promovem uma panfletagem.
Em Minas, um bloqueio parcial de estrada ocorre na cidade de Martinho Campos (região central do Estado).
O dia de protesto pelo país foi convocado por deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária e por federações da agricultura. Só em Santa Catarina, são previstos sete pontos de bloqueios.
As manifestações, segundo a Frente, vão ocorrer em nove Estados. A maior delas deve ser em Mato Grosso do Sul, centro de um conflito no qual um índio terena foi morto há duas semanas.
REIVINDICAÇÃO
Uma das reivindicações é o pagamento de indenização a proprietários afetados pela criação de terras indígenas.
O líder da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), nega que a mobilização possa contribuir para elevar a tensão entre índios e fazendeiros --diz que quer apenas chamar a atenção para a causa. "Estamos recomendando todo o cuidado."
A bancada ruralista, que diz contar com o apoio de metade do Congresso, vem elevando o tom contra a política indigenista no país e liderou iniciativas como o pedido de uma CPI da Funai (Fundação Nacional do Índio) e a proposta que transfere do governo para o Congresso a homologação de novas terras indígenas no país.
DEMARCAÇÃO
Principal motivo de desavença entre índios e produtores rurais, ainda há ao menos 196 terras indígenas a serem demarcadas pelo governo federal no país.
Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), 81 terras --que juntas equivalem a área de dois Estados de Sergipe precisam apenas ser homologadas pela presidente Dilma Rousseff.
A homologação, uma das últimas etapas para reconhecer que uma área pertence aos índios, é atribuição exclusiva do presidente e ocorre depois que a Funai e o Ministério da Justiça demarcam e delimitam a terra.

ECONOMIA: Emprego na zona do euro cai para menor nível em 7 anos

Do ESTADAO.COM.BR
Agência Estado

A queda deixou, no total, 145,1 milhões de pessoas empregadas, o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2005. 
LONDRES - Uma queda acentuada no número de pessoas contratadas na zona do euro no primeiro trimestre levou o emprego da região para seu nível mais baixo em mais de sete anos, mostraram dados oficiais nesta sexta-feira.
A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, disse que o número de pessoas empregadas nos 17 países que usam o euro caiu 0,5% no primeiro trimestre em comparação com os últimos três meses de 2012, a maior queda trimestral desde o segundo trimestre de 2009.
A queda deixou, no total, 145,1 milhões de pessoas empregadas, o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2005.
Os piores resultados referem-se a Grécia, onde o número de pessoas empregadas caiu 2,3% na comparação trimestral, e a Portugal, onde recuou 2,2%. Espanha, Chipre e Itália, todos viram quedas de mais de 1%. Por outro lado, as economias mais resistentes com fardos de dívida menos significativos, como a Alemanha e a Áustria, continuaram a registrar um crescimento no emprego. 
Fonte: Dow Jones Newswires.

POLÍTICA: Congresso votará projeto que define crime de terrorismo e estabelece penas de até 30 anos

Do UOL
Do blog do Josias de Souza


A comissão criada no Congresso para regulamentar artigos da Constituição que ainda dependem de lei aprontou um projeto que define o crime de terrorismo e estabelece as punições. Distribuído nesta quinta-feira (13), o texto será votado no colegiado em 27 de junho. Depois, vai aos plenários da Câmara e do Senado.
Presidente da comissão, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse ao blog que espera ver proposta convertida em lei até agosto. A iniciativa chega num instante em que o país se prepara para sediar dois grandes eventos esportivos internacionais: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
O relator da comissão é o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele acomodou a definição de terrorismo no artigo 2º do projeto: “Provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação da liberdade de pessoa, por motivo ideológico, religioso, político ou de preconceito racial ou étnico.”
Se o ato considerado terrorista não resultar em mortes, a punição será de 15 a 30 anos de cadeia. Com mortos, a prisão será mais salgada: de 24 a 30 anos. As penas serão agravadas em um terço se o ato de terror tiver como alvo os chefes dos três Poderes: presidente e vice-presidente da República, além dos presidentes da Câmara, do Senado e do STF. O mesmo se aplica aos criminosos que atentarem contra chefes de Estado estrangeiros, diplomatas e representantes de organizações internacionais sediadas no Brasil.
A majoração da pena em um terço valerá também para os casos em que os terroristas utilizarem explosivos, armas químicas, biológicas, radioativas “ou outro meio capaz de causar danos ou promover destruição em massa”.
O projeto alcança as pessoas que auxiliarem no financiamento do terrorismo: 15 a 30 anos de cadeia. Vale para os provedores e também para os que emprestarem seus nomes para manter depósitos ou investimentos. A punição neste caso não depende da consumação do ato terrorista.
O projeto prevê punição para os responsáveis por atentados contra bens ou serviços públicos essenciais: 8 a 20 anos de prisão. O texto traz uma lista extensa. Inclui, por exemplo: barragem, central elétrica, linha de transmissão de energia, aeroporto, porto, rodoviária, ferroviária, estação de metrô, meio de transporte coletivo, ponte, hospital, escola, estádio esportivo, etc.
Nos artigos 9º e 10º, a proposta redigida por de Jucá informa como as penas terão de ser executadas. O regime será fechado. E os crimes serão inafiançáveis. Der resto, os condenados por crime de terrorismo não poderão ser agraciados com anistias ou indultos.
Jucá aproveitou sugestões dos membros da comissão. Entre eles Miro Teixeira (PDT-RJ), Pedro Taques (PDT-MT) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Mas ele também desprezou várias opiniões. Na hora em que a comissão for deliberar, devem surgir emendas ao texto.
Alguns congressistas avaliam, por exemplo, que é preciso incluir no projeto um trecho que faça artigo distinção explícita entre o crime de terrorismo e delitos como o vandalismo. Receia-se que uma lei vaga possa ser utilizada no futuro para enquadrar como terroristas ativistas de movimentos sociais.
De resto, a comissão presidida por Vaccarezza e relatada por Jucá distribuiu aos seus membros uma proposta de regulamentação de artigo da Constituição que obriga emissoras de rádio e tevê a veicular programas regionais e estaduais. Coube ao deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ) redigir o primeiro esboço. O texto foi discutido previamente com as principais redes de tevê do país.

FRAUDE: Operação policial apreende 4 mil pares de sapatos de grife na Bahia





Calçados da Arezzo e Schutz eram vendidos por preços que variavam entre R$80 e R$130
Fotos: PC Bahia/Ascom
Mellyna ReisDo NE10/Bahia
Uma operação articulada pela Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (DREOF-BA) e Procon Bahia apreendeu, nesta quinta-feira (13), quatro mil pares de sapatos femininos da Arezzo e Schutz, que eram comercializados em Salvador sem a autorização do detentor das marcas. Os calçados estavam à venda em lojas do Comércio, São Caetano e na Baixa do Sapateiros. 
O operação Marca Registrada foi deflagrada depois que um representante da empresa Arezzo e Co. procurou a unidade especializada para denunciar a fraude. Os calçados traziam adesivos de marcas diversas, para esconder a origem ilícita, e possivelmente estavam sendo desviados dos depósitos da empresa. 
Nas quatro lojas visitadas, o preço dos calçados variava entre R$80 e R$130. A proprietária, identificada como Francisca do Carmo, foi conduzida à delegacia para prestar esclarecimento. A empresária apresentou notas fiscais emitidas pela terceirizada Henrich e Cia Ltda., do Rio Grande do Sul, que fabrica os calçados vendidos pela marca. 
Operação foi deflagrada após denúncia de representante da marca
As notas entregues pela dona da loja serão submetidas à perícia. Um representante da terceirizada gaúcha também deve ser interrogado por meio de carta precatória. "A proprietária poderá ser indiciada por receptação, violação de direito autoral e crime contra a relação de consumo, consistente na omissão de informação acerca das características e origem dos produtos", explicou o delegado titular da DREOF, Oscar Vieira Neto. A pena para estes crimes varia de três meses a um ano.
Ainda segundo o delegado, mesmo que seja comprovada a autenticidade das notas fiscais a transação é considerada ilícita por violar os direitos autorais. "O comprador de produtos provenientes de crimes também pratica uma ilicitude", alertou Oscar Neto, acrescentando que alguns consumidores procuraram as lojas autorizadas para efetuarem trocas dos produtos, o que gerou transtornos.
O Procon-BA ressalta que o artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor estabelece que a oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, sobre suas características e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

MUNDO: Ex-presidente Carlos Menem é condenado a sete anos de prisão na Argentina

De OGLOBO.COM.BR
JANAÍNA FIGUEIREDO, CORRESPONDENTE

Atualmente senador, Menem foi acusado por venda ilegal de armas à Croácia e ao Equador; ele tem imunidade parlamentar
Carlos Menem durante sessão no Senado em 2009 - La Nación/Maxie Amena
BUENOS AIRES — Mais de 18 anos após as primeiras denúncias e investigações, o ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) foi condenado nesta quinta-feira a sete anos de prisão por sua responsabilidade no contrabando de armas para Croácia e Equador, entre 1991 e 1995. Menem, durante uma década o homem mais poderoso da política argentina e um dos chefes de Estado mais importantes da região, transformou-se no primeiro presidente eleito após a redemocratização do país a ser condenado pela Justiça.
A histórica sentença anunciada pelo Tribunal Oral em matéria Penal Econômica N° 3, que incluiu a condenação de outras 16 pessoas (entre elas o ex-ministro da Defesa, Oscar Camilión), porém, ainda não poderá ser aplicada no caso do ex-presidente, reeleito senador pela província de La Rioja em outubro de 2011, como aliado do governo Cristina Kirchner. Antes, o Senado, casa na qual o kirchnerismo tem maioria (entre próprios e aliados), deverá votar o pedido de suspensão de imunidade parlamentar de Menem, já apresentado pela Justiça. Paralelamente, a provável apelação do ex-presidente deixará em mãos da Corte Suprema a decisão de ratificar, ou não, sua condenação.
Se Menem perder a imunidade e a Corte confirmar a sentença, o ex-presidente, de 82 anos, poderá solicitar a prisão domiciliar, concedida a pessoas acima de 70 anos. O benefício já lhe foi autorizado no primeiro ano de governo Fernando De la Rúa (1999-2001), quando o ex-presidente esteve seis meses detido numa casa na província de Buenos Aires, também pelo contrabando de armas. O ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981), falecido mês passado na prisão, também cumpriu regime de detenção domiciliar até 2008, ano em que a Justiça, por forte pressão de ONGs de defesa dos direitos humanos, ordenou seu traslado a um quartel militar e, dois anos depois, a uma prisão comum.
Depois de ter presenciado a audiência anterior, há cerca de duas semanas, na qual o promotor federal da acusação solicitou oito anos de detenção, Menem não esteve na leitura da sentença final nesta quinta-feira. O ex-presidente, que nos últimos meses ausentou-se de debates e votações no Parlamento, alegou motivos de saúde.
- Esta decisão mostra que todos somos iguais perante à lei, seja presidente ou senador, quem comete um delito deve ser castigado - declarou o advogado Ricardo Monner Sanz.
Ele é um dos principais denunciantes de Menem e dos demais acusados da associação ilícita que vendeu 6.500 toneladas de armas usadas para Croácia e Equador, em momentos em que ambos os países estavam em guerra e sob embargo da ONU.
Os decretos assinados pelo ex-presidente e Camilión autorizavam a entrega de armamento usado para Venezuela e Panamá — países que, segundo investigações judiciais, foram usados como falsos destinos pelo governo.
Sanz mostrou-se satisfeito, mas disse que esperava uma condenação maior.
- O que mais pode fazer um presidente e mesmo assim não chegar aos 12 anos (de prisão) que autoriza a lei? - perguntou o advogado.
Ele, como muitos analistas políticos, tem dúvidas sobre qual será a decisão do Senado sobre o pedido de suspensão da imunidade parlamentar do ex-presidente, nos últimos anos um aliado do kirchnerismo em votações cruciais para a Casa Rosada.
O contrabando de armas foi denunciado pela primeira vez há 18 anos, pelo jornal “Clarín”. As investigações do jornalista Daniel Santoro contribuíram para o trabalho da Justiça, que em 2000 ordenou a detenção de Menem, poucos meses após o final de seus dez anos de governo.
Foram seis meses de prisão domiciliar, na época em companhia da ex-miss Universo chilena, sua ex-mulher e mãe de seu filho mais novo, Cecília Bolocco. O ex-presidente recuperou a liberdade graças a uma resolução da Corte Suprema, mas o caso continuou aberto e, em 2008, começou um longo julgamento, que contou com a participação de 383 testemunhas.
Saúde deteriorada
Em setembro de 2011, a Justiça absolveu Menem e os demais acusados, apesar de o promotor federal Mariano Borinsky ter assegurado que o ex-presidente era culpado. Em março deste ano, a Câmara de Cassação (instância inferior apenas à Corte Suprema, em matéria penal) votou, por unanimidade, a favor da revisão da sentença - levando à condenação.
Embora senador e aliado da Casa Rosada, atualmente Menem não é uma figura relevante da política argentina. Com uma saúde que, segundo seus colaboradores mais próximos, está bastante deteriorada, o ex-presidente passa seus dias em companhia de familiares, principalmente sua filha Zulemita e seus netos, numa casa do bairro portenho de Belgrano. Seu futuro, segundo analistas locais, só será definido dentro de alguns meses.

POLÍTICA: Ao lado de Dilma, Lula diz que não é candidato em 2014

De OGLOBO.COM.BR
LUIS LOMBA, ESPECIAL PARA O GLOBO

Presidente, por sua vez, declarou amor ao companheiro de partido: ‘Estarei ao seu lado pelo resto da vida’
CURITIBA - Ao mesmo tempo em que o ex-presidente Luiza Inácio Lula da Silva disse na noite desta quinta-feira ter confiança plena em Dilma Rousseff, a presidente fez questão de colar sua imagem a do companheiro de partido, a quem pretende estar ao lado "pelo resto da minha vida". Diante das especulações de que seu nome se fortalecera para a próxima eleição por conta da queda na popularidade de Dilma, Lula fez questão de mostrar quem estará na disputa ano que vem:
— Eu não sou o candidato. Existe uma plena confiança entre nós dois, e a candidata é ela (Dilma) — disse Lula, para em seguida afirmar que a presidente não deveria se preocupar com o tema nos próximos meses.
— Você (Dilma) não tem que falar em reeleição, apenas governe. Quem tem que falar em reeleição somos nós, o partido — disse ele, durante o seminário "O Decênio que Mudou o Brasil", promovido pelo PT em Curitiba.
Dilma, por sua vez, retribuiu os afagos:
— Compartilhamos oito anos. Ficarei com ele pelo resto da minha vida — disse ela, que aproveitou para alfinetar os adversários.
— Quem quer antecipar campanha eleitoral é quem está fora do poder — emendou.
Em seguida, Dilma retomou o discurso de viés econômico.
— Vamos fortalecer um novo ciclo de desenvolvimento, é isso que o governo faz todos os dias.

ECONOMIA: Com dívida de R$ 120 milhões, Laselva pede recuperação judicial

Da FOLHA.COM
RAQUEL COZER, COLUNISTA DA FOLHA
MARIANA BARBOSA, DE SÃO PAULO

Maior rede de livrarias dos aeroportos brasileiros, a Laselva entrou com pedido de recuperação judicial no dia 29 de maio, com dívidas estimadas em R$ 120 milhões.
Há quase um ano a empresa não paga as principais editoras do país - há casos de atrasos que chegam a R$ 1 milhão. Recentemente, editoras passaram a fornecer livros apenas mediante pagamento à vista.
Fundada em 1947 por Onófrio Laselva e ainda nas mãos da família, a rede fatura R$ 160 milhões ao ano e chegou a contabilizar 83 lojas, incluindo endereços luxuosos como Daslu e shopping Iguatemi, em São Paulo. Hoje, são 56 lojas em 18 aeroportos, além de uma em um shopping de Maceió.
A recuperação judicial protege a empresa de pedidos de falência. Do total do endividamento, R$ 87 milhões se enquadram na recuperação judicial.
Dívidas com fisco e Previdência não entram.
Enquanto negocia com fornecedores na Justiça, a empresa deixará de obter livros em consignação, como é praxe no mercado editorial.
A aquisição de livros à vista vai restringir ainda mais a oferta de títulos nas lojas da Laselva, já conhecida por focar em bestsellers. Agora, mais do que nunca, a empresa não pode ter livros encalhados no estoque.
Lalo de Almeida/Folhapress 
Livraria Laselva no aeroporto de Congonhas (SP)
CRISES
A Laselva já passou por diversas crises. A mais recente começou em 2010, quando a empresa venceu licitação para 37 novos pontos em aeroportos, mas não conseguiu recursos para financiar a abertura das lojas.
Para não perder os contratos, arcou com o ônus dos alugueis. Só 16 lojas foram abertas. Outras duas estão nos planos.
Isso foi um golpe no planejamento traçado pela livraria para se recuperar de uma crise anterior, relacionada a uma série de aquisições realizadas nos anos 2000, incluindo a da rede Sodiler. No processo, a Laselva se endividou, principalmente com o banco HSBC.
Há cerca de cinco anos, os sócios chegaram a negociar a venda da empresa para fundos de investimentos, como o Advent, dono dos restaurantes Viena, também presente em aeroportos. Mas as tentativas de buscar um sócio investidor sempre esbarraram na precariedade dos contratos com a Infraero.
Por anos os aeroportos de Galeão e Guarulhos garantiram a maior parte do faturamento do grupo. Mas das seis lojas que a empresa tinha no aeroporto paulista, só restam três. No Galeão, três lojas estão com contratos vencendo em outubro. Uma quarta loja se mantém por força de liminar judicial.
Com o fracasso das negociações com os fundos, a Laselva fez uma reestruturação e conseguiu renegociar parte das dívidas, voltando a conquistar a confiança de editores. Mas o agressivo plano traçado para fazer a empresa voltar a crescer, com dezenas de novas lojas em shoppings e aeroportos, com cafés e restaurantes, esbarrou novamente na falta de crédito.
Em nota, a empresa atribui os problemas ao caos aéreo à crise financeira internacional e, mais recentemente, às mudanças no sistema de licitação da Infraero e à privatização de aeroportos. Esses eventos, segundo a empresa, tiveram impacto no faturamento e no valor dos alugueis.

ECONOMIA: Prévia do PIB inicia 2º trimestre com alta de 0,84% em abril

Da FOLHA.COM
DA REUTERS

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), índice do BC considerado uma espécie de sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), avançou 0,84% em abril ante março de acordo com dados dessazonalizados --livres de influências típicas de certa época do ano.
Apesar de indicar que a economia brasileira iniciou o segundo trimestre com expansão, o dado divide opiniões de analistas. Enquanto alguns esperam uma aceleração da economia, outros preveem um retrocesso da atividade em maio.
O dado dessazonalizado ficou um pouco acima das expectativas de analistas consultados pela agência Reuters, que estimavam uma alta mensal de 0,8%. No entanto, representa uma desaceleração sobre o resultado de março, quando houve crescimento mensal de 1,07% (número revisado de alta de 0,72%).
Na comparação com abril de 2012, o IBC-Br avançou 4,85%, e acumula em 12 meses alta de 1,66%, segundo os dados com ajuste sazonal.
O desempenho da indústria e do varejo, que mostraram recuperação em abril, ajudaram na alta do IBC-Br no mês, mas o cenário pode não se sustentar.
"Nós esperamos algum retrocesso em maio sobre os dados sólidos de abril (produção industrial deve se contrair em maio)", escreveu em relatório o diretor de pesquisa do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
A produção industrial subiu 1,8% em abril sobre março, para marcar o segundo mês seguido de crescimento, enquanto as vendas no varejo avançaram apenas 0,5% no período, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mais otimista, o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, considerou que o resultado do IBC-Br aponta aceleração da economia no segundo trimestre.
"O indicador reforça a percepção de aceleração na margem da economia brasileira neste segundo trimestre. Esperamos alta de 0,9% no período, após expansão de 0,6% registrada nos primeiros três meses deste ano", escreveu.
A posição otimista é compartilhada pelo economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves. "Os números de abril do IBC-Br sugerem que o PIB do segundo trimestre pode ser melhor do que o observado no primeiro trimestre", afirmou.
EXPANSÃO DA ECONOMIA
A economia brasileira mostrou sinais de que ainda cambaleava no primeiro trimestre ao crescer apenas 0,6%, abaixo do esperado, segundo os dados do PIB divulgados pelo IBGE.
O resultado oficial ficou bem abaixo daquele apontado pelo IBC-Br, que estimava uma expansão de 1,22% ante os três meses imediatamente anteriores (dado revisado de alta de 1,05%).
O desempenho ruim da indústria e do consumo recentemente afetou a atividade, apesar das diversas medidas de estímulo adotadas pelo governo, e consolidou as apostas de que o crescimento do PIB não atingirá 3% neste ano, com economistas já falando em cerca de 2,5%.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

CIDADES: Secretaria de Segurança vai investigar se houve abuso da PM em protesto de SP

De OGLOBO.COM.BR

Movimento Passe Livre promete nova manifestação na segunda-feira
Quarto protesto contra o reajuste de ônibus em SP teve confronto  - Eliaria Andrade / Agência O Globo
SÃO PAULO — O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou a apuração de possíveis abusos por parte da Polícia Militar durante a manifestação na quinta-feira contra o reajuste da tarifa de ônibus em São Paulo. No quarta protesto, o maior e mais violento deles, manifestantes e policiais entraram mais uma vez em confronto. No total, 235 pessoas foram detidas, a maioria para averiguação. Destes, quatro estão presos por formação de quadrilha, sem direito a pagamento de fiança. Entre os feridos, há também jornalistas.
A adesão ao Movimento Passe Livre (MPL), que organiza os protestos, cresceu na internet de ontem para hoje. O perfil do grupo no Facebook mais que dobrou o número de adeptos. No início da manhã desta sexta-feira, o grupo ultrapassou 50 mil “curtidas”. O MPL promete um novo ato para a próxima segunda-feira, com concentração no Largo da Batata, em Pinheiros. Mais de 42 mil pessoas já confirmaram presença. O número já ultrapassou as 28 mil confirmações para o protesto de ontem que levou cerca de 20 mil pessoas às ruas, segundo os organizadores.
Em entrevista à TV Globo, nesta sexta-feira, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) reafirmou que não vai voltar atrás no valor da passagem - R$ 3,20. Haddad voltou a criticar a violência dos protestos.
— A Prefeitura não pode se submeter ao jogo de tudo ou nada. Ou é do jeito que eles querem ou não tem conversa — disse o prefeito de São Paulo.
Segundo Haddad, a Prefeitura adiou por seis meses o anúncio da tarifa, que ele considera “o menor possível”.
Vídeo na internet mostra policial supostamente quebrando viatura
Na internet, foi divulgado um vídeo que mostra um policial supostamente quebrando o vidro de uma viatura, na Rua da Consolação. O vídeo está sendo divulgado nas redes sociais. No Twitter, #Policial Quebra Vidro da Própria Viatura está entre os dez assuntos mais comentados.
A Polícia Militar de São Paulo, em nota, disse que “a viatura já se encontrava danificada e o policial militar, no momento em que foi filmado, retirava os estilhaços que restaram no veículo”.
A quarta manifestação contra o reajuste da passagem de ônibus começou no fim da tarde de quinta-feira, em frente ao Theatro Municipal, no Centro. Os manifestantes caminharam ruas do centro da cidade por cerca de uma hora. A confusão começou quando a multidão chegou ao final do percurso que havia sido combinado com a Polícia Militar. A PM usou bombas de gás lacrimogêneo e deu tiros de balas de borracha. Alguns participantes do protesto revidaram com rojões e pedras. Manifestantes então se dispersaram em vários grupos, e os confrontos se multiplicaram.
Os quatro detidos estão na carceragem do 2º DP (Bom Retiro) e devem ser transferidos para um CDP (Centro de Detenção Provisória) ainda nesta sexta-feira.
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DIREITO: STF - Suspenso julgamento que discute trâmite do PLC 14/2013 no Congresso Nacional

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) irá retomar na próxima semana o julgamento do Mandado de Segurança (MS) 32033, impetrado pelo Senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) contra o projeto de lei que cria restrições para a criação de novos partidos políticos (PL 4470/2012 – aprovado pela Câmara e recebido no Senado Federal como PLC 14/2013). Ainda faltam votar a ministra Cármen Lúcia e os ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Até o momento, há dois votos pela concessão parcial do MS, considerando inconstitucional a deliberação legislativa até agora adotada pelo Congresso Nacional, e cinco pelo indeferimento do pedido.
Na sessão de ontem, o relator, ministro Gilmar Mendes, sustentou que as regras propostas pelo projeto de lei não podem ser aplicadas às eleições de 2014, porque, se aprovadas, criariam uma flagrante discriminação entre parlamentares eleitos na atual legislatura e os que se mobilizam para a criação de novas agremiações com vistas às próximas eleições. O ministro Dias Toffoli seguiu o relator.
Primeiro a votar na sessão de hoje (13), o ministro Teori Zavascki abriu divergência e afirmou que não cabe ao STF julgar a constitucionalidade de meras propostas legislativas: é necessário que estas se transformem em leis para, só então, o Supremo se manifestar sobre elas, mediante provocação. Seguiram a divergência os ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.
Ministra Rosa Weber
A ministra Rosa Weber acompanhou a divergência aberta pelo ministro Teori Zavascki, votando pelo indeferimento do pedido no Mandado de Segurança (MS) 32033 e pela cassação da liminar concedida pelo relator do processo, ministro Gilmar Mendes. Ela se manifestou no sentido de que o controle prévio da constitucionalidade de projeto de lei – no caso, o PLC 14/2013 – cabe ao próprio Poder Legislativo e, em seguida, ao Executivo, que poderá exercer seu poder de veto. Só depois, se o projeto de converter em lei, poderá haver um controle de sua constitucionalidade pelo Supremo.
A ministra Rosa Weber lembrou que, no MS em apreciação, seu autor, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), pede a suspensão e o arquivamento do projeto. Ela observou, entretanto, que o relator, ministro Gilmar Mendes, votou pela concessão parcial da ordem, não suspendendo a tramitação da proposta, nem a arquivando. Isso porque, segundo ela, “seria como mandar que se cale o Legislativo, no exercício de sua função precípua, que pressupõe o debate”.
“É por isso, entendo eu – na linha do ministro Teori – que devemos dar chance e permitir que o próprio Legislativo e o Executivo exerçam o controle prévio de constitucionalidade. Uma vez efetivada a norma, aí a tarefa passa para o Judiciário”, conclui ela.
Ministro Luiz Fux
O ministro Luiz Fux votou pelo indeferimento do Mandado de Segurança, pois, de acordo com ele, o controle prévio de constitucionalidade de projeto de lei por suposta ofensa a cláusulas pétreas não cabe ao Supremo. O ministro Fux ressaltou que não há precedente na Corte autorizando de forma expressa o controle preventivo de constitucionalidade de projeto de lei por vício material. A Constituição Federal, afirmou o ministro, outorga ao STF a última palavra sob o prisma formal, “aí sim há vários precedentes”.
“Tutelar os direito dos parlamentares de oposição, diversamente do que abreviar a discussão como pretende o impetrante [autor do MS], é permitir que os debates sejam realizados de forma republicana, transparente e com canais de participação aberto a todos os que queiram deles participar. Esse sim é o modelo de atuação legislativa legítima”, salientou. Por fim, o ministro observou que o grande desafio da jurisdição constitucional no estado democrático de direito é “não ir além da sua missão, nem ficar aquém do seu dever”.
Ministro Dias Toffoli
Acompanhando o relator, ministro Gilmar Mendes, pelo deferimento parcial do pedido, o ministro Dias Toffoli ressaltou o caráter rescisório do projeto de lei questionado pela ação, o qual seria uma forma de contornar a decisão tomada pela Corte na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4430. De relatoria do ministro Toffoli, a ADI foi julgada em junho de 2012, tendo como resultado garantir aos partidos criados após a realização de eleições para a Câmara dos Deputados o acesso ao tempo de rádio e TV proporcional à sua representação pelos deputados que migraram para a nova legenda, ao tempo de sua fundação.
“Este projeto de lei é uma rescisória da decisão na ADI 4430. As críticas feitas à liminar concedida no MS foram de que haveria um atentado a decisão do parlamento. Mas o que houve foi um atentado do parlamento à decisão do STF“, sustentou o ministro.
Ministro Lewandowski
O ministro Ricardo Lewandowski posicionou-se no sentido de negar o pedido feito no MS 32033, salientando o princípio da separação entre os poderes e a impossibilidade de que seja exercido, no caso específico, o controle prévio de constitucionalidade. O ministro ressaltou que a Constituição Federal, em seu artigo 60, parágrafo 4º, restringe a deliberação sobre emendas constitucionais, mas não faz o mesmo quanto a projetos de lei. “O silêncio se justifica porque um projeto de lei, mesmo se aprovado, não tem força de alterar as balizas constitucionais que configuram os paradigmas para o controle judicial repressivo de constitucionalidade”, afirmou o ministro.
Apenas depois de transformado em lei, disse o ministro Lewandowski, é que o mérito do projeto poderia ser apreciado pela Corte. “Penso que impedir o parlamento de deliberar sobre um projeto de lei que disciplina sobre matéria eminentemente política é que colidiria com uma cláusula pétrea, aquela que estabelece a separação entre os poderes”.
Ministro Marco Aurélio
Sétimo a votar, o ministro Marco Aurélio se manifestou preliminarmente pela não admissão do mandado de segurança e sua consequente extinção sem apreciação do mérito, por considerá-lo incabível. Segundo ele, não há previsão constitucional que permita o controle prévio de constitucionalidade do conteúdo dos projetos de lei no processo legislativo ordinário. Assim, o projeto de lei só seria impugnável, por meio desse instrumento, se houvesse a inobservância do processo legislativo e de seus dispositivos regimentais – “que disciplinam a tramitação, e não o conteúdo”, ressaltou.
No caso, o ministro considerou que a pretensão do senador Rodrigo Rollemberg foi a de que o STF examinasse a constitucionalidade de uma lei que ainda não foi aprovada. “Em momento algum se arguiu vício na tramitação do processo legislativo, ao contrário: a inicial sustenta que a irregularidade vem do conteúdo do projeto”, destacou. “O STF não está autorizado a julgar questão de fundo em projeto em tramitação”. Como a questão do conhecimento já estava superada, uma vez que os seis ministros que votaram antes haviam se manifestado sobre o mérito, o ministro Marco Aurélio votou pelo indeferimento da ordem, no sentido da divergência aberta pelo ministro Teori Zavascki.

DIREITO: STJ - Judiciário não pode apreciar validade de cláusula compromissória antes da sentença arbitral

A existência de cláusula compromissória “cheia”, que elege órgão arbitral para solução de conflitos entre as partes, afasta a competência do Poder Judiciário para apreciar a questão relativa à sua validade na fase inicial do procedimento, ou seja, antes da sentença arbitral. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
No caso analisado pela Turma, o dono de um imóvel rural ajuizou ação com objetivo de apurar a ocorrência de danos à sua propriedade devido à construção de um mineroduto pela empresa Samarco Mineração. Foi celebrado acordo judicial para responsabilizar a sociedade mineradora pelos danos eventualmente apurados por perito oficial (nomeado naquele momento). 
No documento, as partes inseriram cláusula compromissória para o caso de haver controvérsias decorrentes do acordo e da perícia. A Câmara de Arbitragem Empresarial Brasil foi eleita como tribunal arbitral. 
Insatisfeito com o resultado da perícia, que apurou não haver dano a indenizar, o proprietário arrependeu-se da inclusão da cláusula arbitral no acordo e ingressou em juízo. Além da indenização que considerava ser seu direito, pediu a anulação da sentença homologatória e da referida cláusula. 
Extinção
A sentença extinguiu o processo sem resolução do mérito. Para o juízo de primeiro grau, a validade e a eficácia da convenção de arbitragem deveriam ser analisadas e decididas primeiramente pelo próprio árbitro. 
Contudo, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deu provimento ao recurso do proprietário. “Embora o compromisso arbitral implique renúncia ao foro estatal, o pedido de nulidade dessa cláusula pode ser examinado pelo Poder Judiciário se a ação declaratória de nulidade for proposta antes da instauração da arbitragem”, afirmou o acórdão. 
No que diz respeito à existência, validade, extensão e eficácia da convenção de arbitragem, o ministro Luis Felipe Salomão – relator do recurso especial interposto contra a decisão do TJMG – afirmou que é certa a coexistência das competências dos juízos arbitral e togado. 
Ele explicou que, sem contar a hipótese de cláusula compromissória “patológica” (em branco, sem definição do órgão arbitral), o que se nota é uma alternância de competência entre os referidos órgãos, “porquanto a ostentam em momentos procedimentais distintos, ou seja, a atuação do Poder Judiciário é possível tão somente após a prolação da sentença arbitral, nos termos dos artigos 32, inciso I, e 33 da Lei de Arbitragem”. 
O ministro lembrou que, em precedente de sua relatoria, a Quarta Turma entendeu pela competência do Poder Judiciário para apreciar as questões anteriores e necessárias à instauração do juízo alternativo de resolução de conflitos, quando a cláusula não especificar o órgão arbitral escolhido pelas partes (REsp 1.082.498). 
Quanto ao caso específico, Salomão entendeu que compete exclusivamente ao órgão eleito pelas partes a análise da cláusula arbitral, “impondo-se ao Poder Judiciário a extinção do processo sem resolução de mérito”. Entretanto, ele ressaltou “a possibilidade de abertura da via jurisdicional estatal no momento adequado, ou seja, após a prolação da sentença arbitral”. 

DIREITO: STJ permite penhora sobre honorários advocatícios elevados

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial de um advogado que pretendia impedir a penhora de parte de honorários devidos a ele, por se tratar de verba de natureza alimentar. 
Seguindo o voto do relator, ministro Raul Araújo, a Turma entendeu que não é absoluta a impenhorabilidade de verbas de natureza alimentar, como os honorários advocatícios, estabelecida no artigo 649, IV, do Código de Processo Civil (CPC). 
Para os ministros, “não viola a garantia assegurada ao titular de verba de natureza alimentar a penhora de parcela menor desse montante, insuscetível de comprometer o sustento do favorecido e de sua família, quando o percentual alcançado visa à satisfação de legítimo crédito de terceiro, representado por título executivo”.
Particularidades
As particularidades do caso levaram a Turma a afastar o referido dispositivo do CPC e a própria jurisprudência do STJ. O advogado emitiu quatro cheques em 2009 e nunca pagou a dívida. No ano seguinte, o credor ajuizou ação monitória para constituição de título executivo judicial. Mesmo devidamente citado por duas vezes, o réu sequer se manifestou. 
Diante dessas circunstâncias, o juiz determinou a penhora do valor de R$ 35.700 nos autos de execução que o réu moveu contra uma empresa de seguros, para recebimento de aproximadamente R$ 800 mil de honorários profissionais. Ele tem direito à metade desse valor. Somente em razão da penhora é que houve manifestação do réu. 
Segundo o ministro Raul Araújo, o artigo 649, IV, do CPC não pode ser aplicado de forma simplista, sem considerar as peculiaridades do caso. Para ele, é possível deduzir que o réu não tem nenhuma intenção de pagar a dívida, valendo-se da lei e da jurisprudência do STJ. 
Valor
O montante da dívida e dos honorários que o réu tem a receber também pesou na decisão. O relator concordou com a ponderação feita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, de que o réu é credor de aproximadamente R$ 400 mil e que a penhora de R$ 35.700 corresponde a menos de 10% da verba honorária. 
“Então, embora não se negue a natureza alimentar do crédito sobre o qual houve a penhora, deve-se considerar que, desde antes da propositura da monitória, em abril de 2010, o ora recorrido está frustrando o pagamento da dívida constituída mediante os cheques que emitiu”, analisou Araújo. 
O ministro entende que não viola a garantia assegurada ao titular de verba alimentar a afetação de uma pequena parte do valor, incapaz de comprometer o sustento pessoal e familiar, mas, por outro lado, suficiente para satisfazer o legítimo crédito de terceiro.
“Nas hipóteses como a dos autos, tem-se crédito de natureza alimentar de elevada soma, o que permite antever-se que o próprio titular da verba pecuniária destinará parte dela para o atendimento de gastos supérfluos e não, exclusivamente, para o suporte de necessidades fundamentais”, afirmou o ministro no voto. 
Devedor contumaz
O ministro concluiu que, sopesando criteriosamente as circunstâncias de cada caso concreto, o magistrado pode admitir excepcionalmente a penhora de parte menor de verba alimentar maior sem agredir o núcleo essecial dessa garantia. 
Isso evita, segundo Araújo, que o devedor contumaz siga frustrando injustamente o legítimo anseio de seu credor, “valendo-se de argumento meramente formal, desprovido de mínima racionalidade prática”. 
Ainda em reforço desse entendimento, o ministro destacou que são admitidos os descontos de empréstimos consignados em folha de pagamento que alcançam verbas remuneratórias de nítido caráter alimentar, desde que não ultrapassem determinado percentual dos rendimentos brutos do trabalhador.

DIREITO: STJ - Rescisão trabalhista investida em aplicação financeira é passível de penhora

Recurso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) transferido para aplicação financeira deixa de ser verba alimentar e pode ser passível de penhora? Para a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a resposta é sim. 
No processo relatado pela ministra Nancy Andrighi, a Turma analisou minuciosamente a questão da penhorabilidade de verbas rescisórias trabalhistas aplicadas em fundo de investimento, em julgamento de recurso contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ao analisar embargos do devedor. 
No caso em questão, o embargante sustentou que a transferência da verba rescisória trabalhista para fundo de investimento não modifica sua natureza alimentar, devendo ser mantida a sua impenhorabilidade. O tribunal gaúcho rejeitou o recurso e ratificou a sentença. O devedor, então, recorreu ao STJ. 
Citando vários precedentes, Nancy Andrighi ressaltou que o STJ possui jurisprudência pacífica quanto à impenhorabilidade de verbas de natureza alimentar e de depósitos em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos. Mas admitiu que a jurisprudência ainda não se consolidou sobre valor advindo de rescisão trabalhista transferido para fundo de investimento, sendo possível encontrar decisões divergentes sobre o tema. 
Divergência
Como exemplo, ela citou decisão da Quarta Turma que concluiu ser “inadmissível a penhora dos valores recebidos a título de verba rescisória de contrato de trabalho e depositados em conta corrente destinada ao recebimento de remuneração salarial (conta salário), ainda que tais verbas estejam aplicadas em fundos de investimento, no próprio banco, para melhor aproveitamento do depósito”. 
A mesma Quarta Turma também decidiu que valores em caderneta de poupança e outros tipos de aplicações e investimentos, “embora possam ter originalmente natureza alimentar, provindo de remuneração mensal percebida pelo titular, perdem essa característica no decorrer do tempo, justamente porque não foram utilizados para manutenção do empregado e de sua família no período em que auferidos, passando a se constituir em investimento ou poupança”. 
A Terceira Turma alcançou conclusão semelhante ao consignar que, “ainda que percebidos a título remuneratório, ao serem depositados em aplicações financeiras como a poupança, referidos valores perdem a natureza alimentar, afastando a regra da impenhorabilidade”. 
Controvérsia 
Para solucionar a controvérsia, Nancy Andrighi fez uma análise sistemática do artigo 649 do Código de Processo Civil, com base em duas premissas: se a verba manteve ou não o seu caráter alimentar ou, pelo menos, se poderia se valer da impenhorabilidade conferida aos depósitos em caderneta de poupança. 
Ela constatou que, apesar de a impenhorabilidade das verbas alimentares não dispor expressamente até que ponto elas permanecerão sob a proteção desse benefício, infere-se da redação legal que somente manterão essa condição enquanto “destinadas ao sustento do devedor e sua família”, ou seja, enquanto se prestarem ao atendimento das necessidades básicas do devedor e seus dependentes. 
“Em outras palavras, na hipótese de qualquer provento de índole salarial se mostrar, ao final do período – isto é, até o recebimento de novo provento de igual natureza –, superior ao custo necessário ao sustento do titular e seus familiares, essa sobra perde o caráter alimentício e passa a ser uma reserva ou economia, tornando-se, em princípio, penhorável”, destacou. 
Assim, afirmou a ministra em seu voto, não se mostra razoável, como regra, admitir que verbas alimentares não utilizadas no período para a própria subsistência sejam transformadas em aplicações ou investimentos financeiros e continuem a gozar do benefício da impenhorabilidade. 
Fruto do trabalho
Para a ministra, foi justamente pelo fato de grande parte do capital acumulado pelas pessoas ser fruto do seu próprio trabalho que o legislador criou uma exceção à regra, prevendo expressamente que valores até o limite de 40 salários mínimos aplicados em caderneta de poupança são impenhoráveis. 
“Caso contrário, se as verbas salariais não utilizadas pelo titular para subsistência mantivessem sua natureza alimentar, teríamos por impenhoráveis todo o patrimônio construído pelo devedor a partir desses recursos”, enfatizou a relatora. 
Na avaliação da ministra Nancy Andrighi, as aplicações superiores a 40 salários mínimos não foram contempladas pela impenhorabilidade fixada pelo legislador para que efetivamente possam vir a ser objeto de constrição, impedindo que o devedor abuse do benefício legal, escudando-se na proteção conferida às verbas de natureza alimentar para se esquivar do cumprimento de suas obrigações, a despeito de possuir condição financeira para tanto. 
“O que se quis assegurar com a impenhorabilidade de verbas alimentares foi a sobrevivência digna do devedor e não a manutenção de um padrão de vida acima das suas condições, às custas do devedor”, concluiu a relatora, ao negar provimento ao recurso especial. A decisão foi unânime.

DIREITO: STJ - Relator nega cautelar da Petrobras contra cobrança de R$ 7 bi em tributos

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou na noite desta quinta-feira (13) medida cautelar em que a Petrobras pede a suspensão da exigibilidade de crédito tributário de Imposto de Renda. A dívida da empresa com a Receita Federal é de R$ 7,3 bilhões e a ação anulatória de débitos fiscais foi julgada improcedente. 
O objetivo da Petrobras é atribuir efeito suspensivo a recurso especial contra a decisão na ação anulatória. Contudo, o recurso ainda não passou pela análise de admissibilidade no tribunal de origem. 
O ministro Benedito Gonçalves ressaltou que, de acordo com a jurisprudência do próprio STJ, a propositura de medida cautelar para conferir efeito suspensivo a recurso especial é admitida apenas em casos excepcionais, para assegurar a eficácia de decisão futura. Para isso, é preciso estarem presentes indícios de existência do direito pleiteado e o perigo de demora na decisão, além da prévia admissão do recurso na origem. 
Segundo o ministro, como a admissibilidade do recurso especial ainda nem foi apreciada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), o STJ não tem competência para analisar a medida cautelar. “A concessão do provimento liminar usurparia a competência do presidente da corte de origem, a quem incumbe, nos termos do artigo 800 do Código de Processo Civil, apreciar medidas de urgência enquanto não são admitidos os recursos”, explicou. Esse é o teor das Súmulas 634 e 635 do Supremo Tribunal Federal. 
Para afastar a incidência dessas súmulas e enquadrar o caso na excepcionalidade exigida pelo STJ para conceder o efeito suspensivo seria necessário demonstrar que a decisão recorrida é evidentemente insustentável, o que não ocorreu na medida cautelar da Petrobras, na avaliação do ministro. 
Benedito Gonçalves afirmou que a exigência fiscal, por si só, não induz à urgência requerida e avaliou que a Petrobras não demonstrou o risco de danos irreparáveis. 
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