sexta-feira, 24 de julho de 2015

CASO PETROBRAS: Costa diz que tratou de propinas com Gradin, ex-presidente da Braskem

FOLHA.COM
DAVID FRIEDLANDER, DE SÃO PAULO

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, introduziu um novo personagem na sua narrativa sobre um esquema de propina na Braskem, empresa da área petroquímica controlada pela Odebrecht.
Costa afirma ter tratado do "pagamento de vantagens ilícitas" em 2009 com o empresário Bernardo Gradin, acionista do grupo Odebrecht, na época presidente da Braskem. O empresário e os Odebrecht hoje são inimigos; as duas famílias travam uma bilionária disputa societária na Justiça.
Naquela época, no entanto, Gradin tentava obter da Petrobras um preço mais favorável na compra de nafta, principal matéria-prima da linha de produção da Braskem.
A empresa acabou conseguindo um contrato mais vantajoso do que tinha antes com a Petrobras, e Costa diz que recebeu propina para ajudar nisso.
O ex-diretor da estatal afirma que o esquema foi acertado quando Gradin ainda não trabalhava na empresa, com o executivo Alexandrino Alencar, do grupo Odebrecht, preso na Lava Jato. Mas diz que o empresário sabia e que chegou a tratar "pessoalmente do assunto" em reuniões que tiveram.
Gradin nega.
Num outro depoimento, o doleiro Alberto Youssef disse que reuniões para tratar de assuntos do interesse da Braskem eram feitas em hotéis de São Paulo.
Participavam Costa, Alexandrino Alencar, o operador do PP João Cláudio Genu e o ex-deputado José Janene (PP-PR), chefe do esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo o doleiro, Gradin teria participado de um desses encontros, o que ele também nega.
DESPACHANTE
Pelo que Costa relata em seus depoimentos, ele atuava como uma espécie de despachante da Braskem dentro da Petrobras. Ele afirma que recebia cerca de R$ 5 milhões por ano da empresa, de 2006 até ser preso pela PF em 2014, quando já estava fora da estatal.
Em troca, Costa "acelerava processos de compra e agilizava a negociação de contratos". A maior parte da propina era depositada no exterior e dividida com Youssef e com Janene e seu partido, o PP.
Funcionários da Petrobras que eram subordinados a Paulo Roberto Costa na época da renegociação do preço da nafta com a Braskem disseram em depoimento que o ex-diretor agiu para que a empresa pagasse valores menores do que os sugeridos pela área técnica da estatal.
OUTRO LADO
Bernardo Gradin afirma que nunca tratou de propina "com qualquer pessoa na vida", nem teve conhecimento de quaisquer pagamentos ilícitos pela Braskem.
"Quem me conhece nunca chegaria para mim com esse tipo de conversa. Nunca conheci Alberto Youssef."
O empresário diz que seu relacionamento com Paulo Roberto Costa era institucional e que acha "extremamente estranho que, depois de mais de cem depoimentos", o delator mencione seu nome. "Pergunto-me a quem interessa me envolver a essa altura."
Diz ainda que seu envolvimento nessa história não se sustenta, "já que alegadamente ela teria começado anos antes de minha gestão e continuado por anos depois". Além disso, afirma, o contrato é tecnicamente equilibrado e foi discutido exaustivamente até o consenso e assinatura pelas equipes comerciais dos dois lados envolvidos.
Por meio de nota, a Braskem afirma que "sempre conduziu suas negociações com fornecedores de forma transparente seguindo internamente as melhores práticas de governança e reitera que os preços de nafta praticados pela Petrobras nunca a favoreceram".
A empresa lembra que Paulo Roberto Costa fez parte do Conselho de Administração da Braskem e que os executivos da empresa "tiveram naturalmente contato com Paulo Roberto Costa no âmbito dos temas discutidos no Conselho de Administração e na relação entre as empresas".

ECONOMIA: Dólar sobe pelo terceiro dia e bate R$ 3,349, a maior cotação em mais de 12 anos

ESTADAO.COM.BR
FABRÍCIO DE CASTRO - O ESTADO DE S. PAULO

Investidor teme a perda do grau de investimento do País pelas agências de risco após mudanças na meta fiscal do governo; moeda bateu os R$ 3,357 na máxima

Dólar fechou cotado a R$ 3,349
O dólar passou pelo terceiro dia consecutivo de forte valorização ante o real, após o governo oficializar, na última quarta-feira, as mudanças na meta fiscal. Os investidores continuam preocupados com a possibilidade de o Brasil, em função das dificuldades na área fiscal, perder o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco. Nem alguns comentários do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante a tarde, foram capazes de amenizar a forte pressão sobre o câmbio. Pelo contrário, o dólar à vista terminou o dia perto dos R$ 3,35, muito próximo das máximas. 
O dólar à vista de balcão oscilou durante todo o dia em alta e fechou cotado a R$ 3,3490, com ganhos de 1,76%. Este é o maior valor de fechamento em mais de 12 anos, desde 31 de março de 2003. Em três dias, a moeda acumulou avanço de 5,71%. .
Desde cedo, investidores que atuam no câmbio brasileiro - em especial, estrangeiros - deram continuidade à busca de dólares iniciada na quarta-feira. Tudo porque, ao reduzir as metas fiscais de 2015, 2016 e 2017, o governo passou uma mensagem de fraqueza ao promover o ajuste e elevou a percepção de que o País pode, de fato, ser rebaixado pelas principais agências de classificação de risco internacionais. A meta fiscal deste ano foi de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15%; a de 2016, de 2,0% para 0,3%; e a de 2017, de 2,0% para 1,3%.
Não bastasse a pressão interna, o dólar também subia no exterior ante várias divisas de países emergentes e exportadores de commodities, após a China divulgar mais um indicador econômico fraco - o índice de gerentes de compras (PMI) da indústria, que caiu aos 48,2 na prévia de julho, ante 49,4 em junho.
À tarde, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, até tentou acalmar os ânimos, ao dizer, após participação em evento em São Paulo, que é "cedo para dizer se a variação do câmbio vai ser permanente". Além disso, segundo ele, "na medida em que explicarmos as ações fiscais, o impacto no câmbio tende a ser absorvido".
Hoje, este impacto não foi absorvido. O dólar renovou máximas mesmo após os comentários de Barbosa, com investidores se protegendo no dólar ante do fim de semana e da agenda pesada da semana que vem, que inclui decisão sobre juros no Brasil e nos EUA, uma série de dados econômicos da economia brasileira e a determinação da ptax de fim de mês, taxa usada como referência em diversos contratos, na sexta-feira dia 31.

CASO PETROBRAS: Moro autoriza transferência de empreiteiros para Complexo Médico Penal do Paraná

OGLOBO.COM.BR
POR THAIS SKODOWSKI, ESPECIAL PARA O GLOBO

Marcelo Odebrecht, Otávio Azevedo e outros seis executivos ficarão separados dos presos comuns
CURITIBA - O juiz Sérgio Moro autorizou, nesta sexta-feira a transferência dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, e de outros seis executivos dessas empresas para o Complexo Médico Penal do Paraná, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Eles estão detidos desde 19 de junho na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense. A transferência pode ser feita a partir de sábado.
Os presos da Lava-Jato deverão ficar separados dos presos comuns que cumprem pena no Complexo Médico Penal, administrado pela Segurança Pública do Paraná , por “motivos de segurança”, segundo o juiz Moro. No despacho de hoje, o juiz escreveu que, apesar das “relativas boas condições” da carceragem da PF, a unidade “não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos.”
Além de Marcelo e Otávio, deixarão a carceragem da PF: Elton Negrão, Alexandrino Alencar, César Ramos, João Antônio Bernardi Filho Filho, Márcio Faria e Rogério Araújo. Eles foram indiciados pela PF pelos crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.

CASO PETROBRAS: Contas controladas pela Odebrecht no exterior repassaram dinheiro a cinco réus da Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO E TIAGO DANTAS

Prova contra empreiteira foi apresentada nesta sexta-feira para justificar nova prisão preventiva de executivos
SÃO PAULO - O Ministério Pùblico Federal descobriu que o Grupo Odebrecht controlava seis contas bancárias na Suíça que fizeram repasses de dinheiro a cinco réus da Operação Lava-Jato, todos ex-funcionários da Petrobras: os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada e o ex-gerente Pedro Barusco. Entre 2006 e 2011, essas contas fizeram depósitos de cerca de US$ 17 milhões para os cinco então funcionários da estatal, com transferências diretas ou por meio de off shores em outros países. As movimentações finceiras foram apresentadas pelo juiz Sérgio Moro, nesta sexta-feira, como justificativa para um novo decreto de prisão preventiva contra o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e outros quatro executivos ligados à companhia.
Com a colaboração das autoridades suíças, que quebraram o sigilo das contas, foram identificadas transferências diretas aos réus e indiretas, feitas por meio de off shores no Panamá (Constructora Internacional Del Sur), Áustria (Arcadex), Antigua e Barbuda (Klienfeld e Innovation), que, por sua vez, foram abastecidas com depósitos do Grupo Odebrecht.
Duas contas controladas pelo Grupo Odebrecht fizeram repasses diretos para beneficiários de propina. A conta Hanvisur repassou US$ 565 mil para Renato Duque por meio da Milzart Overseas, controlada pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras. A Smith & Nash repassou US$ 3,462 milhões para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, além de 1.925.100,00 francos suiços - o equivalente a cerca de US$ 2 milhões no câmbio atual.
As demais contas foram abastecidas por empresas do Grupo Odebrecht e, em seguida, fizeram repasses. A Construtora Internacional Del Sur recebeu dinheiro da Osel Angola DS Odebrecht Serviços no Exterior e transferiu US$ 3,014 milhões para Renato Duque (conta Milzart), Paulo Roberto Costa (Quinus) e Pedro Barusco (Pexo Corporation)
A conta Klienfeld transferiu US$ 2,618 para Duque, Costa e Barusco. A conta Arcadex repassou US$ 434,9 milhões para Duque. A Innovation transferiu US$ 286,3 para Pedro Barusco e US$ 4,005 para Paulo Roberto Costa. Todas elas receberam dinheiro de quatro empresas do Grupo Odebrecht - Odebrecht Serviços no Exterior, Construtora Norberto Odebrecht, Osel Angola Odebrecht Serviços no Exterior e Osel Odebrecht Serviços no Exterior. De uma conta da Arcadex na Áustria foi feito repasse também para a Tudor Adviser, que pertencia a Zelada.
O uso de mais de uma empresa do Grupo Odebrecht para fazer repasses irregulares, segundo os investigadores, demonstra que o presidente da holding sabia do esquema de propinas.
Ontem, os advogados de executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar liberar seus clientes. Como decretou uma nova prisão provisória, o juiz Moro encaminhou o decreto desta sexta-feira às instâncias superiores, que julgam esses pedidos de liberdade: o Tribunal Regional Federal (TRF-4) e o STJ.
A força-tarefa da operação rastreou o caminho do dinheiro que saiu da empreiteira e chegou até os funcionários da Petrobras que teriam recebido a propina para favorecer a Odebrecht em contratos com a estatal. Com base em documentos enviados por autoridades da Suíça e outros documentos juntados ao processo, o juiz Moro concluiu que “há prova de fluxo financeiro milionário, em dezenas de transações, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas por empresas do grupo e outras contas secretas, mantidas no exterior por dirigentes da Petrobras”.
MATERIALIDADE DE PROVAS
No despacho desta sexta-feira, Moro escreveu que há prova da materialidade de “crimes de cartel, ajuste de licitações, corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito do esquema criminoso da Petrobrás”. O juiz explicou porque cada um dos quatro executivos ligados à companhia devem ficar detidos: Márcio Farias é apontado como participante das reuniões do cartel de empreiteiras; Rogério Araújo foi citado na investigação como responsável por fazer o contato com Bernardo Freiburghaus, responsável por administrar as contas na Suíça; e Alexandrino de Alencar foi citado em depoimento como responsável por combinar propina.
Quanto a Marcelo, ele aparece em uma troca de emails em que é discutido “sobrepreço” em um contrato e é apontado pela investigação como conhecedor de todo o esquema de corrupção, que envolvia mais de uma empresa do grupo. O juiz voltou a citar, no despacho, as anotações do celular do empresário, que faz referência a atrapalhar as investigações, de acordo com análise da Polícia Federal.
O juiz afirma, ainda, que a prisão preventiva dos acusados é uma forma de impedir que novos delitos ocorram. Na opinião dele, a empresa não se aplicou na tentativa de apurar internamente os casos de corrupção. Diz o despacho: a “Operação Lava-Jato deveria servir para as empreiteiras envolvidas como um ‘momento de clareza’, levando-as a renunciar ao emprego de crimes para impulsionar os seus negócios”.
O CAMINHO DO DINHEIRO
As quatro empresas do Grupo Odebrecht usadas para abastecer contas no exterior:
Construtora Norberto Odebrecht
Odebrecht Serviços no Exterior
Osel Angola Odebrecht Serviços no Exterior
Osel Odebrecht Serviços no Exterior.
As seis contas na Suíça que receberam dinheiro das empresas do Grupo Odebrecht.
1 -Smith & Nash Engineering
2- Havinsur SA
3- Arcadex Corp
4- Golac Project
5- Sherkson
6- Rodira Holdings
** Duas delas, a Smith & Nash e a Hanvisur, pertencem diretamente à Construtora Norberto Odebrecht
Quatro intermediárias em outros países foram abastecidas pelas contas abastecidas pela Odebrecht na Suíça e repassaram recursos a réus da Lava-Jato
1- Constructora Del Sur (Panamá)
2- Klienfeld (Antígua e Barbusa)
3- Innovation (Antígua e Barbuda)
4- Arcadex (Austria )
As off shores que repassaram o dinheiro e quem recebeu:
Hanvisur depositou US$ 565 mil para a conta Milzart, de Renato Duque
Smith & Nash depositou US$ 3.462.500,00 para Paulo Roberto Costa e 1.925.100,00 em francos suíços
Constructora Internacional Del Sur repassou US$ 3.014.127,00 para Renato Duque (Milzart), Paulo Roberto Costa (Quinus), Pedro Barusco (Pexo)
Klienfeld trasnferiu US$ 2.618.171,87 para Renato Duque (MIlzart), Paulo Roberto Costa (Quinus) e Pedro Barusco (Pexo)
Arcadex: US$ 434.980,00 para Renato Duque e 63.684,00 euros para Jorge Zelada (Tudor Advisory) (US$ 69,886 mil no câmbio atual)
Innovation : repassou US$ 286.311,17 para Pedro Barusco (Pexo) e US$ 4.005.800,00 para Paulo Roberto Costa (Signus)
Contas controladas pela Odebrecht no exterior repassaram dinheiro a cinco réus da Lava-Jato

CASO PETROBRAS: MPF denuncia presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez por corrupção

Do UOL, em Brasília

Juca Varella - 11.dez.2014/Folhapress
Procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato

O MPF (Ministério Público Federal) do Paraná denunciou nesta sexta-feira (24) os presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, duas das maiores empreiteiras do país. No total, foram 22 denunciados, incluindo funcionários da Petrobras e operadores de lavagem de dinheiro. 
A denúncia será encaminhada à Justiça Federal do Paraná, que conduz os processos da operação Lava Jato na primeira instância e que terá um prazo de cinco dias para decidir se aceita a denúncia ou não.
Entre os crimes denunciados pelo MPF estão corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
"O Brasil não vai compactuar com a prática de crimes por mais poderosos que sejam seus autores. Ninguém está acima da lei", disse o procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, durante entrevista coletiva em Curitiba.
Dallagnol afirmou que o MPF busca R$ 6,7 bilhões da Odebrecht e R$ 486 milhões da Andrade Gutierrez. Segundo ele, a Lava Jato já restituiu 870 milhões de reais aos cofres públicos.
Segundo o MPF, as irregularidades envolvendo a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht, dizem respeito à negociação de fornecimento de nafta (um derivado de petróleo) pela Petrobras. De acordo com Dallagnol, uma única operação da Braskem resultou em um prejuízo de R$ 6 bilhões. Segundo o procurador, as condições de venda do produto pela estatal foram prejudiciais à companhia e só foram postas em prática por meio do pagamento de propinas a ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
"A Lava Jato é um suspiro de esperança. Se queremos que esse suspiro se tome história, precisamos das 10 medidas de corrupção que foram propostas pelo Ministério Público. As investigações e os trabalhos não param, eles continuam", disse Dellagnol.
No início da semana, a PF havia indiciado 17 pessoas, entre executivos daOdebrecht e da Andrade Gutierrez, lobistas e supostos operadores do esquema. A operação Lava Jato investiga irregularidades em contratos de empreiteiras com a Petrobras.
Segundo as investigações, um grupo de empresas teria formado um cartel para superfaturar contratos junto à estatal e parte do dinheiro conseguido com a manobra era direcionado a políticos e partidos. Ainda de acordo com as investigações, estima-se que pelo menos R$ 10 bilhões foram desviados pelo esquema.
Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo estão presos na carceragem da PF em Curitiba desde o dia 19 de junho. Eles foram presos durante a 14ª fase da operação Lava Jato, batizada de "Erga Omnes".
Nesta semana, autoridades suíças apresentaram documentos ao MPF que indicam que a Odebrecht teria usado 10 empresas offshore para fazer depósitos em contas de dirigentes da Petrobras. Entre os beneficiados pelo depósitos estariam os ex-diretores das áreas de Internacional e de Serviços da estatal, Jorge Zelada e Renato Duque, respectivamente. 

Com base nos documentos enviados pelas autoridades suíças, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da operação Lava Jato na primeira instância, decretou nesta sexta-feira um novo pedido de prisão preventiva contra Marcelo Odebrecht e outros quatro executivos da Odebrecht. Segundo Moro, as contas utilizadas para o pagamento de propinas no exterior ainda estariam ativas. 

Nesta semana, Moro condenou os primeiros executivos relacionados a empreiteiras. Os ex-dirigentes da Camargo Corrêa foram condenados até 15 anos de prisão.

POLÍTICA: Deputados baianos gastaram R$ 624 mil em gasolina em seis meses

METRO1

Tá achando a gasolina cara? Ao que tudo indica, os deputados baianos não estão muito preocupados com essa questão. Somente nos últimos seis meses, juntos, eles gastaram R$ 624 mil combustíveis e lubrificantes, foi o que mostrou o levantamento feito pela coluna Satélite junto ao Portal de Transparência da Câmara.
Com a gasolina variando entre R$ 3,25, a bagatela rende o equivalente a 192 mil litros, combustível suficiente para abastecer 3.840 tanques de 50 litros. Segundo os dados disponibilizados, cada parlamentar destinou, em média, cerca de R$ 16 mil da cota mensal repassada pelo Legislativo no período.
O líder da gastança é o deputado Paulo Magalhães (PSD), que destinou R$ 28.193 para combustível e lubrificantes. Logo atrás vem Félix Mendonça Júnior (PDT) e Daniel Almeida (PCdoB), que informaram gastos de R$ 27.180 e R$ 26.429, respectivamente. Mas, nem tudo está perdido. Na contramão da ostentação aparecem os deputados Cacá Leão (PP), com R$ 2.567,08, seguido por Irmão Lázaro (PSC) e Bebeto Galvão (PSB), com aproximadamente R$ 3,9 mil gastos.

DIREITO: Presidente do STJ solicita informações atualizadas sobre ações contra investigados na Lava Jato

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, solicitou com urgência ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal da Seção Judiciária do Paraná, informações atualizadas sobre as ações contra nove acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás, investigados pela operação Lava Jato.
Entre eles estão o presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o presidente da construtora Andrade Gutiérrez, Otávio Marques de Azevedo, que impetraram habeas corpus no STJ pedindo liberdade.
O despacho ocorreu na análise de nove habeas corpus dos acusados impetrados no STJ. O ministro Falcão determinou que as informações sejam prestadas no prazo de até cinco dias. Em seguida, os autos serão encaminhados ao Ministério Público Federal para elaboração de parecer e depois os habeas corpus serão julgados pela Quinta Turma. O relator é o desembargador convocado Newton Trisotto. 
Acusações
Os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutiérrez e mais cinco executivos das duas maiores empreiteiras do país, além do tesoureiro afastado do PT João Vacarri Neto e do ex-deputado André Vargas (ex-PT/PR), são acusados de participar do esquema de corrupção e fraude em licitações na Petrobrás, investigados pela operação Lava Jato da Polícia Federal.De acordo com as investigações, os executivos das empreiteiras tinham conhecimento e participavam das negociações do cartel. Eles foram presos na 14ª fase da operação e, pela decisão do presidente do STJ, permanecem presos.

DIREITO: TRF1 - Pescador artesanal tem direito a receber seguro-desemprego durante o período de defeso

Crédito: Imagem da web
Por unanimidade, a 6ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou sentença do Juízo Federal da 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal que, nos autos de mandado de segurança impetrado pela Federação dos Sindicatos de Pescadores Artesanais do Estado de Roraima, concedeu a ordem para assegurar aos representados da impetrante o direito de atestarem a qualidade de pescador artesanal e de assegurarem a percepção do seguro-desemprego no período do defeso.
O processo chegou ao TRF1 por meio de remessa oficial. Trata-se de um instituto previsto no Código de Processo Civil (artigo 475) que exige que o juiz singular mande o processo para o tribunal de segunda instância, havendo ou não apelação das partes, sempre que a sentença for contrária a algum ente público. A sentença só produzirá efeitos depois de confirmada pelo tribunal.
Ao analisar o caso, o Colegiado entendeu que a sentença do Juízo de primeiro grau está correta em todos os seus termos. Para tanto, citou precedentes do próprio TRF1 no sentido de que “o seguro-desemprego, na espécie dos autos, destinado a prover a assistência temporária do pescador profissional artesanal, nas condições da Lei nº. 10.779/2003, bem assim da Resolução CODEFAT nº 566/2007, além de ser uma conquista social, assegurada constitucionalmente, representa um instrumento eficiente à preservação do meio ambiente, em harmonia às exigências constitucionais de uma ordem econômica justa, que há de observar, dentre outros princípios, a defesa do meio ambiente (CF, art. 170, VI) e a proteção da fauna e da flora; vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (CF, art. 225, § 1º, VII)”.
Em seu voto, o relator, desembargador federal Kassio Nunes Marques, também citou jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento da ADIN 3.464-2/DF: “Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, inciso XX) e da liberdade sindical (art. 8º, inciso V), ambos em sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região”. Precedente: (ADIN 3.464-2DF, Rel. Ministro Menezes Direito, julgada em 29/08/2008).
Processo nº 0006464-79.2008.4.01.3400
Data do julgamento: 29/6/2015
Data de publicação: 16/7/2015

quinta-feira, 23 de julho de 2015

ECONOMIA: Salvador registra alta na taxa de desemprego, aponta pesquisa do IBGE

METRO1

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

De acordo com análise realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Salvador foi a capital com a maior taxa de desemprego, outras seis metrópoles fizeram parte da pesquisa. Conforme os dados divulgados nesta quinta-feira (23), a capital baiana registrou aumento do desemprego, passando de 9% para 11,4% em um ano.
Na lista aparecem ainda, Recife, que passou de 6,2% para 8,8%, São Paulo, de 5,1% para 7,2% e Porto Alegre, de 3,7% para 5,8%. Segundo informações do G1, no mês de junho a taxa de desemprego seguiu em alta e bateu 6,9% no país, maior índice desde 2010. A população que não possui ocupação, somou 1,7 milhão de pessoas, representando crescimento de 44,9% em relação ao ano de 2014.
O IBGE informou que esse é o maior aumento anual já registrado em toda a série da pesquisa, que foi iniciada em março de 2002. O rendimento médio real foi afetado pela crise. Embora o índice geral tenha subido 0,8%, para R$ 2.149,10 em relação ao mês de maio, na capital baiana o rendimento diminuiu 0,7%. Tiveram aumento, os trabalhadores de comércio e serviços, enquanto os de construção tiveram perdas.

CASO PETROBRAS: Presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez recorrem ao STJ

ESTADAO.COM.BR
TALITA FERNANDES E BEATRIZ BULLA - O ESTADO DE S. PAULO

Defesas de executivos, presos desde junho na Lava Jato, entraram com habeas corpus na Corte

Brasília - A defesa dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, respectivamente, entraram nessa quarta-feira, 22, com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Devido ao período de recesso do Poder Judiciário, o pedido liminar dos executivos deverá ser analisado pelo presidente da Corte, Francisco Falcão, que está no plantão do Tribunal. Ambos foram presos no dia 19 de junho na Erga Omnes, 14ª fase da Operação Lava Jato.

Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Lava Jato 

O presidente da construtora Odebrecht já teve pedidos de liberdade rejeitados pela Justiça Federal no Paraná e no Tribunal Federal Regional da 4ª Região.
Odebrecht está preso preventivamente em Curitiba desde junho por decisão do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na 1ª instância. 
Entre as provas que levaram à prisão de presidente da Odebrecht está uma troca de e-mail entre ele, um executivo da Braskem e três executivos da empreiteira. Além dele, permanecem presos outros ex-diretores da construtora: Márcio Faria, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar. Todos foram presos na 14ª fase da Operação Lava Jato.
Investigadores apontam que o documento apreendido na sede da Odebrecht em novembro de 2014 indica que Marcelo Odebrecht sabia e tinha poder de decisão no esquema de sobrepreço em contratos de afretamento e operação de sondas. Os e-mails fazem referência à colocação de sobrepreço de US$ 25 mil por dia no contrato com a Petrobrás. Além do e-mail, foram consideradas menções de delatores sobre o suposto envolvimento do ex-presidente da Odebrecht no esquema de desvios da estatal e também outras provas.
Andrade Gutierrez. No caso do presidente da Andrade Gutierrez, os advogados argumentam que ele está preso com fundamentação apenas na posição ocupada na empresa e "potencial conhecimento do esquema" de corrupção e cartel na Petrobras. Além disso, alegam que a continuidade da prisão do executivo tem como base a possível continuidade de contratação da empresa com o poder público, o que seria, segundo a defesa, violação à presunção de inocência e "mero discurso populista".
"Trata-se de cidadão preso preventivamente de forma confessa só pela sua posição; sem ao menos ter sido citado por qualquer dos delatores", escrevem os advogados no habeas corpus do presidente da empresa. Executivos da Andrade Gutierrez já foram indiciados pela PF no inquérito que investiga a participação dos empreiteiros no esquema da Petrobras.
A defesa argumenta ainda que Otávio de Azevedo é presidente da holding Andrade Gutierrez, controladora da construtora de mesmo nome mas que possui corpo diretor próprio. "Nos últimos anos (...), esteve envolvido em outras questões empresariais que não possuem relação com a construção civil ou obras públicas", complementam os advogados.

MUNDO: Em duro editorial, ‘Financial Times’ diz que Brasil parece um ‘filme de terror sem fim’

ESTADAO.COM.BR
Fernando Nakagawa, correspondente

Jornal britânico disse que a incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia do País e que, diante do risco de impeachment, tempos piores ainda podem estar por vir

Título do editorial: 'Recessão e politicagem: a crescente podridão no Brasil'

LONDRES – O jornal Financial Times publicou um duro editorial sobre a crise política e econômica no Brasil. Com o título “Recessão e politicagem: a crescente podridão no Brasil”, o texto diz que a “incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia” do País. A publicação diz que os recentes fatos levam o Brasil a ser comparado com um “filme de terror sem fim” e que, diante do risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff, “tempos piores ainda podem estar por vir”. O FT reconhece, porém, que as instituições brasileiras têm mostrado força e exalta a prisão de executivos das maiores construtoras brasileiras.
“Incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia do Brasil. Combinado com o fim do boom das commodities, tudo isso tem levado a oitava maior economia do mundo para uma recessão profunda. O escândalo de corrupção na Petrobrás só agrava a podridão. Mais de 50 políticos e dezenas de empresários estão sob investigação por terem levado US$ 2,1 bilhões em propinas. Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado sob a acusação de tráfico de influência. Há cada vez mais rumores de que a presidente Dilma Rousseff, no sétimo mês do segundo mandato, pode ser cassada. Isso ainda parece improvável, mas a probabilidade cresce a cada dia”, diz o editorial desta quinta-feira, 23, publicado na noite de ontem na internet. Diariamente, o FT publica na web os editoriais que serão veiculados na edição impressa do dia seguinte.
O editorial explica que dois motivos explicam a piora do quadro. Primeiro, o jornal cita a volta atrás de Dilma Rousseff na economia após a má sucedida experiência com a “nova matriz econômica”. Com o aumento dos juros e corte de gastos, a economia sofre e o apoio político dos aliados diminui, explica o jornal. “A maior razão, no entanto, é o escândalo de corrupção. Embora ela tenha presidido o conselho da Petrobrás entre 2003 e 2010, poucos acreditam que Rousseff é realmente corrupta. Isso não significa, porém, que ela esteja segura. Dilma enfrenta acusações de que seu governo quebrou regras de financiamento de campanha e adulterou contas do governo, ambos motivos para impeachment.”
O editorial reconhece que, por enquanto, políticos brasileiros têm preferido que a presidente continue no poder. “Mas esse cálculo pode mudar à medida que eles tentam salvar suas peles”, cita o texto ao lembrar que o “chefe do Congresso” – sem citar o nome de Eduardo Cunha – migrou para a oposição e que Lula pode ser processado.
Diante do quadro, o FT diz que “não é à toa que o Brasil hoje tem sido comparado a um filme de terror sem fim”. O editorial diz que a presidente Dilma tende a ter “três anos solitários como presidente”. “Brasileiros são pragmáticos. Então, o pior cenário de um impeachment caótico pode ser evitado. Ainda assim, mercados começam a colocar no preço esse risco. Pode ser muito bem que tempos piores ainda estejam por vir para o Brasil”, completa o texto.
Apesar do tom pesado, o editorial reconhece que o escândalo de corrupção na Petrobrás tem “demonstrado a força das instituições democráticas do Brasil”. “Em um País onde os poderosos dizem estar acima da lei, Marcelo Odebrecht, chefe da maior empresa de construção do Brasil, está preso. Esta semana, três executivos da Camargo Corrêa, outra construtora, receberam sentença de mais de dez anos na prisão”, diz o editorial.
O texto lembra ainda que contratos de empreiteiras brasileiras estão sendo investigados em Portugal, países da América Latina e também podem ser alvo nos Estados Unidos, já que empresas como a Odebrecht têm títulos emitidos em Nova York. “Isso leva a políticos e líderes empresariais a pensarem duas vezes antes de pagar um suborno, o que é um grande avanço na luta da região contra a corrupção”.

CASO PETROBRAS: MPF pede a condenação de Cerveró, Baiano, Camargo e Youssef por corrupção e lavagem de dinheiro

OGLOBO.COM.BR
POR THAÍS SKODOWSKI, ESPECIAL PARA O GLOBO

Ministério Público Federal também pede para que os denunciados devolvam mais de R$ 156 milhões
CURITIBA - O Ministério Público Federal pediu a condenação judicial do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, do lobista Fernando Baiano, do consultor Júlio Camargo, do doleiro Alberto Youssef pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O MPF também pede para que os denunciados devolvam mais de R$ 156 milhões.
De acordo com o MPF, Nestor Cerveró “confundiu o público e o privado, atuando na Petrobras visando seus próprios interesses, de seus comparsas e das empresas corruptoras”. Já Fernando Baiano atuava como um operador financeiro, indicando e controlando contas para o pagamento de propina que era feito por Júlio Camargo.
Baiano é apontado como operador das propinas pagas ao PMDB e em audiência da semana passada foi chamado de “sócio oculto de Eduardo Cunha” por Júlio Camargo.
As alegações finais do MPF foram apresentadas nesta quarta-feira. Os pedidos de condenação são referentes ao processo que investiga o pagamento de propina durante o processo de compra de dois navios sonda entre 2006 e 2007. A Petrobras comprou os navios por R$ 1,2 bilhão da empresa coreana Samsung Heavy Industries, em parceria com a Mitsui, ambas representadas por Julio Camargo.
Camargo relatou à Justiça que o negócio renderia US$ 53 milhões de comissão a ele, dos quais US$ 40 milhões seriam direcionados a agentes políticos.
Depois das apresentações das alegações finais do MPF, a Petrobras ainda deve se pronunciar, pois figura como assistente de acusação neste processo. Em seguida, os advogados de cada um dos réus também deverão apresentar suas alegações finais por escrito.
Por fim, o juiz Sérgio Moro dará a sentença, afirmando quem vai ser condenado e qual pena terá que cumprir. A sentença não deve sair tão cedo. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que antes da decisão, o juiz Sérgio Moro deve prestar informações sobre a citação ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB – RJ). Na semana passada, Júlio Camargo afirmou que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões de propina, dos quais metade iria para o parlamentar.
DOCUMENTOS REFORÇAM ACUSAÇÃO DE YOUSSEF
Dois requerimentos da Câmara encontrados pelo GLOBO, em março, reforçam as acusações do doleiro Alberto Youssef que relacionaram o esquema de propina na Petrobras ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Procuradores da Operação Lava-Jato incluíram em abril nas investigações sobre Cunha, o documento com a indicação de que dois requerimentos de informação sobre empresas vinculadas ao executivo Júlio Camargo foram emitidos num dos computadores do gabinete gabinete da Câmara, em 2011.
Em um dos depoimentos da delação premiada, Youssef disse que os dois requerimentos eram parte de uma manobra de Cunha para pressionar o executivo a pagar propina para Fernando Baiano. Youssef afirmou que Cunha era um dos beneficiários das propinas vindas da estatal, mais especificamente em um contrato de aluguel de um navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui, que teria como representante no Brasil o executivo Júlio Camargo.
A Mitsui & Co. informou, por meio de nota, que Júlio Camargo “nunca foi representante ou consultor em nenhum dos projetos da empresa”. Ainda segundo a companhia, “em 2011, respondendo a um requerimento apresentado à Comissão de Inspeção e Controle da Câmara dos Deputados, o Tribunal de Contas da União (TCU) não identificou nenhuma irregularidade relacionada aos contratos da Mitsui & Co. com a Petrobras.”
CÂMARA DOS DEPUTADOS RECEBEU CONTRATOS DA MITSUI
Os requerimentos de informação atribuídos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — e sob investigação do Ministério Público na Operação Lava-Jato —, levaram a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e o Tribunal de Contas da União (TCU) a fornecer ao Congresso detalhes estratégicos de contratos, empréstimos e sociedades das empresas do grupo Mitsui.
Documentos sigilosos obtidos pelo GLOBO mostram que dois requerimentos protocolados na Câmara em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) foram respondidos pelos três órgãos, com informações sobre todos os contratos e operações empresariais da Mitsui.

NEGÓCIOS: Em 5º dia de queda, Bolsa perde 2,18% e atinge menor nível desde março

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve a quinta queda seguida nesta quinta-feira (21). O índice fechou em baixa de 2,18%, a 49.806,62 pontos. É a menor pontuação de fechamento desde 16 de março (48.848,21 pontos). É também a maior queda percentual diária desde 29 de maio, quando a Bolsa caiu 2,25%. 
Na véspera, a Bovespa tinha recuado 1,09%. Nas últimas cinco sessões, a Bolsa acumula queda de 6,15%. 
Os bancos Bradesco, Banco do Brasil e Itaú Unibanco tiveram forte influência na queda da Bolsa nesta sessão. As três empresas têm forte peso sobre o Ibovespa.
O Bradesco (BBDC4) encerrou em baixa de 4,44%, a R$ 26,50. O Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 4,16%, a R$ 29. O Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,58%, a R$ 20,61. 
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, também tiveram desvalorização expressiva: caíram 1,83%, a R$ 10,17.
Dólar sobe mais de 2% e fecha a R$ 3,296
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 2,17%, a R$ 3,296 na venda. É o maior valor de fechamento desde o dia 19 de março, quando o dólar fechou valendo R$ 3,297 na venda. É também a maior alta percentual diária desde 11 de maio, quando a moeda norte-americana tinha subido 2,31%. 
Na véspera, a moeda norte-americana tinha subido 1,65%. 
Bolsas internacionais
As principais Bolsas da Europa fecharam com leves variações. 
Portugal: +0,2%
França: +0,08%
Alemanha: -0,07%
Inglaterra: -0,18%
Itália: -0,2%
Espanha: -0,37%
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem tendência definida.
China: +2,44%
Hong Kong: +0,46%
Japão: +0,44%
Coreia do Sul: +0,02%
Cingapura: -0,08%
Austrália: -0,43%
Taiwan: -1,43%

(Com Reuters)

ECONOMIA: Dólar sobe mais de 2% e fecha a R$ 3,296, maior valor em mais de 4 meses

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou em alta de 2,17% nesta quinta-feira (23), a R$ 3,296 na venda. É o maior valor de fechamento desde o dia 19 de março, quando o dólar fechou valendo R$ 3,297 na venda. É também a maior alta percentual diária desde 11 de maio, quando a moeda norte-americana tinha subido 2,31%. 
Na véspera, a moeda norte-americana tinha subido 1,65%. 
Dólar para turista perto de R$ 3,70
Nas casas de câmbio de São Paulo, a moeda norte-americana já está cotada próximo de R$ 3,70. O valor sempre é maior para turistas do que o divulgado no câmbio comercial.
Os valores iam de R$ 3,44 (em dinheiro vivo) a R$ 3,69 (no cartão pré-pago), já considerando o IOF, segundo pesquisa feita pelo UOL em cinco casas de câmbio, entre 14h e 14h30 desta quinta-feira (23). 
Investidores preocupados com corte da nota
Investidores estão preocupados que Brasil venha a perder seu grau de investimento, uma espécie de "selo" de bom pagador, após o corte nas metas fiscais anunciado na véspera.
"Cresceu significativamente a chance de o Brasil perder o grau de investimento. Talvez isso demore, mas a chance é alta", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência de notícias Reuters. 
A agência de classificação de risco Moody's deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve, após visita ao país na semana passada. A Fitch indicou que vai cortar a nota do país. A agência brasileira Austin Rating cortou hoje a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira, tirando do país o chamado "grau de investimento".
Corte da meta fiscal
Na véspera, o governo brasileiro anunciou uma redução na meta de economia para este ano: de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto). 
Investidores entenderam que a decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que queria uma meta maior para equilibrar as contas públicas.
"Se parecer que o Levy vai continuar perdendo as batalhas, o mercado vai começar a colocar no preço a possibilidade de ele sair do governo, e aí sim o dólar explode", disse o operador de um importante banco internacional à agência de notícias Reuters.
Atuação do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, já rolou o equivalente a US$ 4,804 bilhões, ou cerca de 45% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)

CASO PETROBRAS: Peritos da PF sugerem quebra de sigilo de Sérgio Gabrielli

ESTADAO.COM.BR
REDAÇÃO
Por Ricardo Brandt, emviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo

Laudo da Lava Jato revela intensa troca de e-mails de Marcelo Odebrecht com executivos de empreiteira que indicam ‘preços majorados’ em contratos de sondas da Petrobrás
Da esquerda para a direita: Mercadante, Odebrecht e Gabrielli. Fotos: Estadão e Futura Press

Peritos criminais da Polícia Federal sugerem a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli no âmbito de investigação sobre e-mails do presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Operação Lava Jato desde 19 de junho por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crime contra a ordem econômica.
O alvo maior dos peritos são propostas comerciais “com preços majorados relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobrás”.
Eles querem acesso a dados financeiros e tributários de Gabrielli concentrados em um largo período, de 1.º de janeiro de 2010 a 30 de junho de 2015. O objetivo é ‘esclarecer se as tentativas de majoração de preço prosperaram ou não’.
Gabrielli presidiu a estatal entre 2005 e 2012. Ele antecedeu Graça Foster.
Os peritos subscrevem laudo sobre troca de e-mails entre Odebrecht e executivos do grupo. As mensagens indicam suposta tentativa da maior empreiteira do País de apresentar propostas com preços acrescidos.
Elas também citam os nomes do ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante (PT-SP) e do ex-presidente da estatal como contatos políticos da Odebrecht nas negociações.
Na ocasião da troca de e-mails de Odebrecht, em 2011, Mercadante ocupava o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobrás”, diz o laudo,
“A partir desse material identificou-se elementos que demonstram a tentativa da Odebrecht em apresentar propostas comerciais com preços majorados, relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobras. Os documentos solicitados na subseção IV.1 podem vir a esclarecer se as tentativas de majoração de preço prosperaram ou não.”
Os peritos sugerem, ainda, o afastamento do sigilo de outros dois alvos da apuração – André Luiz de Souza e José Miranda Formigli Filho, este ex-diretor da Petrobrás, além da Enseada Indústria Naval e da Sete Brasil, empresa criada pela Petrobrás.
Eles destacam que “foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobrás”.
Ao analisar um e-mail enviado por Roberto Prisco Ramos – ex-funcionário da Braskem – para Marcelo Odebrecht e outros três executivos do grupo, em 22 de março de 2001, o laudo informa que “o conteúdo revela uma discussão acerca do estabelecimento do preço que será proposto no contrato de operação de sondas junto à Petrobrás”.
“Nota-se a perspectiva de recuperar uma perda de US$ 100 MM (cem milhões de dólares), mediante o acréscimo de US$ 20 mil/dia no custo estimado de operação das sondas quando em atividade (OPEX), ao longo de 10 anos.”
No ano anterior, em outro e-mail analisado, de 27 de dezembro de 2010, Odebrecht troca mensagens com executivos sobre a Sete Brasil e os contratos de sondas. “A Petrobrás, segundo os executivos da Odebrecht, teria uma orientação para maximizar o contrato de sondas com o Estaleiro Bahia (Enseada Indústria Naval), pertencente a empresas do Grupo Odebrecht em associação com as construtoras OAS e UTC”, informam os peritos. A OAS e a UTC também são alvo da Lava Jato – seus principais executivos são réus por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Pelo conteúdo do e-mail, identifica-se que o Estaleiro Atlântico Sul (concorrente da Odebrecht), já consolidado à época, firmou contratos com a Petrobrás para construções de sonda em valores US$ 90 milhões (noventa milhões de dólares) abaixo do valor orçado pelo consórcio liderado pelo Grupo Odebrecht”, sustentam os peritos.
Eles indicam que para esclarecer se ocorreu eventual vantagem financeira indevida decorrente da assinatura desses contratos “é preciso obter alguns documentos, como a íntegra dos contratos firmados pela Petrobrás para construção e operação das sondas, da Sete Brasil”.
As comunicações referem-se a duas etapas da contratação. Uma primeira, quando a Odebrecht participava na licitação da Petrobrás para ser contratada para construção e operação das sondas, por fim adjudicadas à Sete Brasil. E uma segunda etapa, quando a Odebrecht tentava negociar junto à Sete Brasil a contratação para que seu estaleiro construísse um determinado número de sondas. 
Os contratos que são alvo da troca de mensagens entre o presidente da Odebrecht e seus executivos são para operação de sete navios-sonda, para exploração de petróleo em alto mar, nos campos do pré-sal.
Os contratos foram fechados pela Sete Brasil – empresa criada pela Petrobrás, com fundos e bancos – para 29 equipamentos, pelo valor total de US$ 25,5 bilhões, a partir de 2011. A Sete foi constituída pelas empresas FI-FGTS, Petros, Previ, Funcef, Valia, Santander, Bradesco, BTG Pactual, EIG Global Energy Partners, Lakeshore e Luce Venture Capital.
Os contratos foram divididos em cinco estaleiros. O Estaleiro Enseada, do Grupo Odebrecht, foi um dos contratados. Por meio de uma análise do material apreendido na 14ª fase da Operação Lava Jato – batizada de Erga Omnes – em dois de seus alvos, o presidente Marcelo Odebrecht e o executivob Roberto Prisco Ramos. 
“A partir desse material identificou-se elementos que demonstram a tentativa da Odebrecht em apresentar propostas comerciais com preços majorados, relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobras”.
COM A PALAVRA, O MINISTRO ALOIZIO MERCADANTE, DA CASA CIVIL DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF
Eu defendi com muita convicção, e continuo defendendo, o regime de partilha, a Petrobras como operadora única no Pré-Sal, a política de conteúdo local e de compras públicas para viabilizar investimento na cadeia industrial de gás e petróleo para impulsionar a industrialização do Brasil.
Como ministro do MCTI, minha única questão referente à Petrobras foi a construção do navio de pesquisa oceanográfica, que foi uma parceria entre MCTI, Marinha do Brasil, Petrobras, Vale do Rio Doce, ANP e escolas oceanográficas. Este navio foi adquirido pela Marinha em licitação pública, vencida pela ASK Sub Sea, empresa norueguesa, e chegará em agosto de 2015 ao Brasil. Este tema foi tratado com o presidente da Petrobras José Celso Gabrielli, com o então diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, e com o presidente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimentos da Petrobras (Cenpes), que fazia interface com o MCTI. A Odebrecht Braskem defendia a construção em estaleiro nacional, mas não era adequado dada a complexidade tecnológica do projeto. A Odebrecht não participou do projeto e, portanto, não faz parte do consórcio que administrará o navio.
Ao longo dos anos da minha atividade pública, mantive relação institucional com o presidente da maior empresa de construção civil do País, a Odebrecht. No entanto, jamais tratei de qualquer assunto de interesse particular da empresa junto à Petrobras.
Assessoria de Comunicação Social da Casa Civil
COM A PALAVRA, JOSÉ SÉRGIO GABRIELLI, EX-PRESIDENTE DA PETROBRÁS
“Não tenho qualquer temor com a quebra do meu sigilo fiscal ou bancário em relação a comportamentos ilícitos. Todas as minhas operações financeiras e tributarias se pautaram pela extrema transparência e legalidade. Tenho, no entanto indignação com o abuso de poder que é determinar esta invasão de privacidade, sem indícios de ilicitudes, somente para testar as hipóteses dos policiais que acham que talvez eles possam existir O material divulgado sequer levanta qualquer dúvida, como no trecho a seguir, retirado do material vazado seletivamente – ‘Por fim tem o próprio Gabrielli como ultima tentativa, que poderia fazer. Ele não gosta da gente (Suzano, Quattor, sondas), mas a tese eh boa e talvez quem sabe?’.”
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
O Relatório da Polícia Federal presta um desserviço à sociedade e confunde a opinião pública ao estabelecer suposições a partir de email de Marcelo Odebrecht, quando deveria ater-se a fatos concretos. A Odebrecht repudia especialmente a intenção de atribuir ao seu diretor-presidente pretensas intenções extraídas de raciocínios especulativos, com o objetivo claro de prolongar prisão que, como a dos demais executivos que atuaram na Odebrecht, é totalmente ilegal e abusiva.
COM A PALAVRA, A SETE BRASIL
A Sete Brasil desconhece a que se refere o termo “Itália”. Em relação aos contratos da companhia, a atual direção da Sete Brasil contratou auditoria externa em maio de 2014, imediatamente após ter assumido o comando da empresa, com o objetivo de auditar todos os contratos assinados pela administração anterior. Esse trabalho indicou que os contratos estavam dentro dos padrões e preços praticados pelo mercado internacional, não tendo constatado nenhuma irregularidade.

ECONOMIA: Em resposta à nova meta fiscal, dólar atinge maior cotação em mais de 12 anos

OGLOBO.COM.BR
POR BRUNO ROSA

Moeda americana começou os negócios a R$ 3,26, mas avançou mais de 2% e chegou a R$ 3,29. Bovespa opera em baixa
- SeongJoon Cho / Bloomberg News

RIO - O dólar vem aumentando o ritmo de alta nesta quinta-feira, com a sinalização de uma piora nas contas do governo. A divisa avança 2,10%, cotada a R$ 3,294. É a maior cotação em mais de doze anos. No dia 10 de janeiro de 2003, nos primeiros dias do primeiro mandato do governo Lula, a moeda fechou a R$ 3,30, de acordo com dados da CMA. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está em queda de 0,42%, aos 50.700 pontos.
Segundo analistas, o mercado está tentando entender os reflexos do ajuste anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo João Medeiros, gerente de câmbio da corretora Pioneer a possibilidade de o novo ajuste permitir déficit primário já neste ano pode levar as agências de classificação de risco a rebaixarem as notas de crédito do país. O projeto de Lei que prevê a redução da meta fiscal será enviada ao Congresso nos próximos dias.
- Isso está criando uma aversão a risco em um momento muito delicado, de preços em alta e desaceleração econômica. Ou seja, o governo pode fechar o ano com um buraco em suas contas. Não se pode ganhar R$ 1 mil e querer gastar R$ 2mil. O que estamos vendo no mercado hoje é uma resposta ao pronunciamento do governo feito ontem - disse Medeiros.
Ontem, com a confirmação de que o governo federal iria reduzir a meta de superávit fiscal, que é a economia feita para o pagamento da dívida, a moeda americana subiu 1,63%, a R$ 3,22, na maior cotação desde o dia 30 de março (R$ 3,232).
Shelly Shetty, chefe de ratings soberanos para América Latina da Fitch, disse que o déficit fiscal vai continuar elevado e os encargos da dívida vão subir ainda mais em 2015. Em nota, ela disse que "a nova meta de superávit primário está abaixo do que a Fitch previu em abril deste ano. Além disso, a trajetória futura do superávit primário e do déficit fiscal terão de ser reavaliados.A trajetória de crescimento, o déficit fiscal e dinâmica da dívida vão continuar influenciado os ratings do Brasil".
Hoje pela manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou 0,61% na terceira quadrissemana de julho, depois de subir 0,72% na segunda quadrissemana do mês.
Na Ásia, a bolsa de Xangai fechou em alta de 2,43%, em seu sexto avanço seguido. No Japão, a Bolsa de Tóquio subiu 0,44%, assim como a Bolsa de Hong Konh, com alta de 0,46%. Segundo analistas, pesou o fato de o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ter conseguido conter a rebelião em seu partido, o Syriza, para conquistar a aprovação parlamentar nesta quinta-feira para o segundo pacote de reformas exigidas para o início das conversas sobre o acordo de resgate financeiro com a zona do Euro, que chegou a analisar a hipótese em retirar a Grécia da zona do euro por até cinco anos.
Segundo analistas, ainda há uma expectativa positiva em torno do mercado dos Estados Unidos. A operadora de bolsa de valores Nasdaq divulgou nesta quinta-feira alta no lucro trimestral, com cortes de custos ajudando a compensar os efeitos negativos de mudanças nas taxas de câmbio. O lucro líquido no trimestre passado totalizou US$ 133 milhões de dólares, uma alta em relação aos US$ 101 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. No cenário corporativo, a Dow Chemical teve alta de 28,7% no lucro trimestral com aumento de margens que foram apoiadas em parte por custos mais baixos de matérias-primas para a produção de plásticos.Assim, o ganho chegou a US$ 1,14 bilhão.

ECONOMIA: Desemprego sobe a 6,9% em junho, maior taxa para o mês desde 2010, diz IBGE

Do UOL, em São Paulo

O desemprego chegou a 6,9% em junho, a maior taxa para o mês desde 2010, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Naquele ano, o desemprego em junho foi de 7%.
Na comparação com maio deste ano, quando foi de 6,7%, o desemprego cresceu 0,2 ponto percentual, resultado considerado estável pelo instituto. Em relação a junho de 2014, quando era de 4,8%, o aumento foi de 2,1 pontos percentuais.
Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (23) e fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de Emprego). A PME é baseada nos dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
População desempregada cresceu em um ano
O número de pessoas sem trabalho foi estimado em 1,7 milhão em junho, ficando estável na comparação com maio, mas cresceu 44,9% na comparação com junho de 2014, com 522 mil pessoas a mais procurando emprego. 
A população com trabalho foi estimada em 22,8 milhões, resultado também considerado estável no mês, e com queda de 1,3% em um ano, ou menos 298 mil pessoas.
A população não economicamente ativa, que são as pessoas consideradas fora do mercado de trabalho (que não têm nem procuram emprego), foi de 19,3 milhões de pessoas, número considerado estável na comparação mensal e na anual. 
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou estável no mês, em 11,5 milhões, e recuou 2% (menos 240 mil pessoas) em relação a junho de 2014. 
Desemprego aumentou nas seis regiões em um ano
Segundo o IBGE, a análise mensal mostrou que a taxa de desocupação não mudou em nenhuma das regiões pesquisadas em relação a maio.
Em relação a junho de 2014, porém, a taxa cresceu em todas as regiões. Em Recife, passou de 6,2% para 8,8%; em Salvador, de 9% para 11,4%; em São Paulo, de 5,1% para 7,2%; em Porto Alegre, de 3,7% para 5,8%; no Rio de Janeiro, de 3,2% para 5,2% e em Belo Horizonte, de 3,9% para 5,6%.
Em 12 meses, rendimento médio do trabalhador caiu 2,9%
O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi de R$ 2.149,10, crescendo 0,8% na comparação com maio (R$ 2.132,58 ) e diminuindo 2,9% em relação a junho de 2014 (R$ 2.212,87).
Em junho, o rendimento médio real subiu em Recife (2,2%); Belo Horizonte e Porto Alegre (1,1%, ambos); Rio de Janeiro (0,8%) e em São Paulo (0,7%). Em Salvador, caiu (-0,7%).
No ano, o rendimento caiu em quatro regiões: Rio de Janeiro (-5%); Salvador e São Paulo (-3,1%, ambos) e Belo Horizonte (-2,5%), com alta em Recife (0,5%) e estabilidade em Porto Alegre.
Junho teve corte de 111,2 mil de vagas
Segundo o Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 111.199 vagas de trabalho com carteira assinada em junho, o pior resultado para o mês desde 1992. Os dados foram divulgados no último dia 17 e são baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Governo lançou programa para evitar mais demissões
Na última quarta-feira (22), começaram a valer as regras para empresas aderirem ao Programa de Proteção ao Emprego, lançado pelo governo. Empresas em crise econômica poderão reduzir a jornada e o salário dos funcionários temporariamente em até 30%. 
O governo deve bancar metade desse valor reduzido do salário com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), com limite de até R$ 900,84.
Para participar do programa, as empresas devem comprovar que estão em crise e conseguir a aprovação do sindicato que representa os trabalhadores. Os funcionários não poderão ser demitidos durante o tempo que estiverem no programa. No final do período, o vínculo trabalhista deve ser mantido ainda pelo prazo equivalente a um terço do período da adesão.
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