sexta-feira, 16 de maio de 2014

ECONOMIA: Dólar cai, perto de R$ 2,21, e Bovespa opera quase estável

Do UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava praticamente estável nesta sexta-feira (16). Por volta das 11h22, o índice tinha leve alta de 0,01%, a 53.860,84 pontos. No mesmo momento, o dólar comercialcaía 0,35%, a R$ 2,213 na venda. A baixa era influenciada pelo quadro de entrada de dólares no Brasil. Hoje o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo 4.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) distribuídos entres os vencimentos de 1º de dezembro deste ano e 2 de março do próximo. Em seguida, o BC também realiza mais um leilão para rolar swaps que vencem em 2 de junho, com oferta de até 5.000 contratos.

COMENTÁRIO: Serra no radar

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Não há nada decidido, embora sejam verdadeiras as cogitações em torno do nome do ex-governador José Serra para compor a chapa presidencial do PSDB como candidato a vice de Aécio Neves.
Ciente da delicadeza do tema e do potencial de dano de uma expressão ou palavra posta fora do lugar, o senador mineiro não se estende em comentários a respeito.
Limita-se a dizer que mantém a posição de decidir a questão em meados de junho, o mais próximo possível da data da convenção do partido, marcada para o dia 14.
Serra, perguntado a respeito, simplesmente muda de assunto. Fato é, porém, que há algum fogo nessa fumaça. Diferente do boato que andou circulando sobre a hipótese de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vir a ocupar o lugar de vice, que nunca passou de falatório.
O que se depreende pelo ambiente no PSDB é que hoje uma composição entre Aécio e Serra seria possível, mas não de todo provável. Possível porque pessoas próximas ao ex-governador é que levantaram a lebre e não foram desestimuladas por ele. Ao menos não com veemência.
A interpretação decorrente disso foi a de que seria um sinal, em princípio, positivo para o entendimento. Consta ainda como mera probabilidade porque há variantes a serem examinadas. Prós e contras a serem examinados.
Um princípio está posto: não há portas fechadas. Mas há contas a serem feitas. Pragmáticas, com vistas a chegar à vitória. Se a conclusão for a de que o nome de José Serra é imprescindível para atrair de modo definitivo o eleitorado de São Paulo, a condição eleitoral objetiva estará dada.
Ocorre que não é o único ingrediente a ser pesado na balança. Ninguém nega, nem os mais próximos e fiéis aliados de Aécio Neves, que a figura de Serra faz sombra e que soaria muito mais natural a tentativa de 2010 com Aécio no lugar de vice do que o contrário.
Outro fator a ser considerado: em caso de o tucano ser eleito, como seria a convivência no governo? Não haveria uma tensão permanente, uma impressão de que Serra, por sua personalidade e atributos, é quem daria de fato as cartas na administração, deixando ao titular a tarefa da representação formal?
São conjecturas que se fazem no partido. Com muito cuidado, de maneira sutil, insinuada, com receio de num deslize fazer desandar uma articulação que se tiver de ser, será.
Lado bom. Nem tudo é desesperança na seara governista em relação à possibilidade de vitória da presidente Dilma Rousseff. Há quem procure se concentrar na imagem do copo meio cheio, em detrimento do copo meio vazio de água.
Por essa visão a candidatura oficial ainda transitaria por uma zona de conforto, contando com dois trunfos importantes a serem explorados no horário eleitoral: a divulgação dos feitos do governo e a exploração dos defeitos dos adversários.
Vacinação. Aparentemente é uma bobagem o embate travado no PSB sobre a retirada ou não da referência à "socialização dos meios de produção" do programa do partido, datado de 1947.
Afinal, tal tese já foi devidamente enterrada pela História e não seria crível que Eduardo Campos a incluísse em sua plataforma. Mas, os defensores da supressão alertam que todo o cuidado é pouco em relação a armadilhas muito comuns em campanhas eleitorais.
Citam exemplos. Dilma Rousseff nunca disse que adotaria medidas em favor da legalização do aborto enquanto presidente, mas sua posição pessoal a respeito do assunto foi usada contra ela em 2010. José Serra jamais se pronunciou a favor da privatização da Petrobrás. O que não impediu o PT de insinuar que sim.
A retirada daquele anacronismo do programa do PSB seria uma forma de prevenção contra eventual factoide para constranger o candidato.

CORRUPÇÃO?: Doleiro orientou ações de deputado Luiz Argôlo na Câmara, diz PF

Da FOLHA.COM
MARIO CESAR CARVALHO
FLÁVIO FERREIRA, DE SÃO PAULO

O doleiro Alberto Youssef orientou o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) a ocupar o cargo de vice-líder do Solidariedade para ficar mais próximo do governo, aponta relatório da Polícia Federal que será enviado ao Supremo Tribunal Federal para eventual abertura de ação criminal contra o congressista.
Argôlo ocupa o posto indicado pelo doleiro, que foi preso em março pela PF durante a Operação Lava Jato sob a acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e tem ramificações em partidos como PT, PP, PMDB e SDD.
O relatório da PF sobre o deputado também aponta indícios de que Argôlo usou dinheiro público da Câmara dos Deputados para viajar e se reunir com Youssef. Segundo a PF, o congressista e o doleiro trocaram 1.411 mensagens entre 14 de setembro de 2013 e 17 de março de 2014. O celular usado por Argôlo está registrado em nome da Câmara, de acordo com a PF.
Em conversa do dia 9 de outubro do ano passado, Argôlo indagou a Youssef: "Vc acha q devo pegar a vice lide ou a comissão de orçamento?? Ou nada??". "Pega a vice liderança (...) tem que estar perto do governo", respondeu o doleiro.
A PF cruzou dados dos encontros agendados por eles com informações do serviço de transparência da Câmara. O levantamento mostrou indícios de que Argôlo usou verba parlamentar para pagar despesas com hotéis e passagens aéreas para encontrar Youssef.
Reprodução/Facebook Luiz Argôlo 
O deputado Luiz Argôlo é suspeito de ter envolvimento com doleiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato
Os grampos também indicam que o doleiro entregava dinheiro a Argôlo no apartamento funcional da Câmara ocupado pelo congressista. A PF relata ainda que as interceptações indicam a intermediação de Youssef no repasse de valores de empreiteiras para Argôlo.
Segundo o relatório, os indícios apontam que Argôlo era "um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro".
O deputado Fernando Francischini (SDD-PR), citado numa mensagem, diz que pediu a expulsão de Argôlo e que vai retirar o deputado do cargo de vice-líder. Procurado na Câmara, Argôlo não foi encontrado. O Conselho de Ética da Câmara abriu processo por quebra de decoro contra Argôlo.

VIOLÊNCIA: Escrivã da polícia é morta durante depoimento de acusado de estupro no MA

Do UOL, em Maceió
Aliny Gama

Reprodução/Facebook
A escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão Silva Thé, 32, morta a facadas
A escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão Silva Thé, 32, foi morta a facadas enquanto colhia depoimento de um homem acusado de abusar e estuprar as filhas dele, de 17 e 20 anos, na cidade de Caxias (a 361 km de São Luís), nesta quinta-feira (15).
Loane estava sozinha em uma das salas da Delegacia da Mulher para tomar o depoimento do gari Francisco Alves Costa, 43, quando ele puxou a faca que estava escondida na roupa, e atacou a escrivã.
Aos ouvir os gritos de Loane, a investigadora Marlene Almeida tentou socorrer a colega e foi também atingida pelos golpes de faca, mas não morreu. Ela está internada no Hospital Regional de Caxias e não corre risco de morte.
A escrivã ainda chegou a ser socorrida, mas morreu antes de dar entrada no Hospital Regional de Caxias.
Loane trabalhava na Delegacia da Mulher de Caxias havia quatro anos e era natural de Teresina. O corpo dela está sendo velado na central de velórios Pax União, localizada em Teresina. O enterro será às 8h desta sexta-feira (16).
Após matar a escrivã e golpear a outra policial, Costa conseguiu fugir, mas foi preso próximo à rodoviária de Caxias, localizada no bairro Vila Lobão.
Ele foi autuado em flagrante e está preso na delegacia regional de Caxias.
O superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Paiva, afirmou que só estavam na delegacia a escrivã e a investigadora. Não se sabe porque elas não observaram que o homem estava portando uma faca.
Segundo o superintendente, o acusado disse que não teve a intenção de matar a escrivã, mas atacou-a porque notou que ia ficar preso.
"Ele não sabia que tinha sido denunciado pelas duas filhas e quando foi informado da ocorrência contra ele puxou a faca da calça e esfaqueou a escrivã."

POLÍTICA: O discurso da mudança

Por ILIMAR FRANCO - PANORAMA POLÍTICO

Os tucanos pregam que a fadiga de material vai derrotar o PT nas eleições presidenciais. Os socialistas acreditam que esta fadiga é do PSDB também. E buscam convencer os eleitores de oposição que eles são a mudança viável. Os petistas não se veem como alvo do voto mudancista. Eles apostam no discurso de que nunca se mudou tanto e que é preciso impedir uma volta ao passado.

MEIO-AMBIENTE: Com manobra, nível do Cantareira, em SP, passa para 26,7%

Do UOL, em São Paulo
Após começar a usar o volume morto, em uma operação inédita no país, o nível do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase metade da região metropolitana de São Paulo, passou para 26,7% nesta sexta-feira (16). De ontem (15) para hoje, o sistema não acumulou nenhum milímetro de chuva.  
Ontem, o governo estadual começou a captar o volume morto do sistema, como é chamada a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas.
Até ontem, antes do uso dessa reserva técnica, o índice do Cantareira era de 8,2%, o mais baixo da história do sistema, criado em 1974. Com o volume morto, houve um aumento de 18,5 pontos percentuais no nível do Cantareira, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O governo gastou R$ 80 milhões para construir canais e instalar bombas para a retirada da água nas represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Joanópolis.
A previsão é extrair 182 bilhões de litros de água dos 400 bilhões de reserva nos próximos quatro meses. A previsão é que a água do volume morto chegue aos consumidores a partir deste domingo (18).
Autoridades e órgãos divergem sobre até quando essa água vai durar. Inicialmente, a Sabesp informou que o volume morto seria suficiente para garantir água até setembro. Mais recentemente passou a falar em novembro e ontem informou que haverá água suficiente para abastecer a região até março de 2015.
A ANA (Agência Nacional de Águas) afirmou esta semana que a reserva técnica pode acabar antes de novembro, caso sejam mantidos os atuais níveis de chuva e de consumo de água.
Qualidade do volume morto
A qualidade da água do volume morto coloca em lados opostos pesquisadores e o Executivo estadual. O governo garante que a água é a mesma da que vem sendo retirada dos reservatórios e usada pelos consumidores atualmente.
Especialistas entrevistados pelo UOL alertam para os riscos à saúde. Para Sílvia Regina Gobbo, professora de ecologia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), o tratamento de água usado atualmente não consegue resolver os problemas dos metais pesados que podem estar acumulados no fundo dos reservatórios.

CIDADANIA: Movimentos sociais tentam recuperar espaço perdido nas manifestações

De OGLOBO.COM.BR
RENATO ONOFRE

Especialistas apontam que protestos passam por uma segunda fase com grupos tradicionais e lideranças definidas
Cerca de mil manifestantes pediam melhorias na saúde e condições de moradia em SP Michel Filho / Agência O Globo
SÃO PAULO - Os movimentos sociais tradicionais de luta pela terra e por moradia tentaram ontem reassumir o protagonismo político perdido nas manifestações de junho do ano passado. A volta de grupos tradicionais, com lideranças definidas, é vista por especialistas como uma segunda etapa do processo iniciado em 2013. Em comum entre os dois momentos, a insatisfação com o governo e a crítica à qualidade dos serviços públicos. Em oposição, a falta da truculência policial, considerada o estopim à adesão popular nos protestos do ano passado.
As diferenças entre os grupos que ontem foram para as ruas e o Movimento Passe Livre (MPL), que liderou as manifestações de junho passado, vão além dos vinte centavos. Sai de cena os coletivos e voltam, ainda que timidamente, as lideranças com cara, nome e função. Alguns com ligações políticas claras, e até a volta de bandeiras partidárias, rechaçadas e queimadas nos atos de junho passado.
A estratégia também mudou. O enfrentamento como tática de lutas nas ruas abre o espaço para o diálogo — vide o encontro entre o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST), Guilherme Boulos, e a presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada, antes da entrega da Arena Corinthians.
Enquanto o perfil muda, os problemas urbanos continuam em cena, mas reestreiam velhas temáticas ligadas aos movimentos sociais dos anos 80 e 90, como a luta por moradia e por terra — o próprio Movimento dos Sem-Terra (MST) apoiou atos na manhã de ontem em São Paulo. Cenário bem diferente de estilo e forma de atuação que não ganhou a adesão popular. Bem diferente das manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em junho do ano passado.
À frente daqueles atos que levaram milhares de pessoas às ruas em todo país estava um coletivo até então desconhecido — pelo menos fora da capital paulista —, comandado por jovens entre 20 e 30 anos sem rostos ou nomes: o MPL. O coletivo, como pedem para ser chamados, impôs às manifestações de 2013 o seu perfil horizontal e sem centralização nas decisões, nem mesmo nas ruas.
A reação nas redes sociais
A geração Facebook, também marca da onda de protestos do ano passado, saiu de cena, pelo menos no mundo virtual. A pedido do GLOBO, a R18 Tecnologia monitorou ontem a mobilização nas redes sociais (Twitter, Facebook e Instagram). Diferentemente de 2013, as manifestações de ontem contra a Copa não foram o tema central nas discussões na internet. As greves roubaram a cena da discussão virtual, com 65 mil menções compiladas até as 17h. Os protestos tiveram quase três vezes menos citações (26 mil). Até a capilaridade diminui. Ontem, 64% das mensagens se restringiam a apenas três estados: Rio, São Paulo e Pernambuco.
A luta pela redução das passagens ganhou a simpatia da população que viu ali um discurso comum ao seu dia a dia. E foi inflada pela truculência policial, que mobilizou o país contra atos de barbárie passados em tempo real nas redes sociais. Para o professor da FGV-SP, Rafael Alcadipani, ainda não há um estopim que faça os atos crescerem como em 2013. Ele avalia ainda que a volta das velhas lideranças reacende o papel de diálogo nos movimentos de rua:
— Há um combustível comum aos dois momentos que é a insatisfação popular. Ela ainda está presente, assim como ano passado, mas não foi catalizada como foi antes pela ação exagerada e violenta da polícia. O clima é que o gigante do passado ainda está adormecido, mas pode acordar até a Copa — avalia.
Segundo o professor titular do Departamento de Ciência Política da USP José Álvaro Moisés, há uma falência na representação política. Ele destaca também a insatisfação como elemento estimulador das ações populares. Para ele, a atual configuração dos protestos representa um segundo ato das manifestações iniciadas em junho de 2013:
— Primeiro, é importante deixar claro que a lógica dos movimentos sociais não é algo de todo racional. Talvez, podemos dizer que estamos caminhando para uma segunda etapa dos protestos. Talvez, não basta ocupar as ruas, é preciso que lideranças sentem e negociem as demandas do grupo.

DENÚNCIA: Fornecedores da Petrobrás são doadores de campanha de quatro titulares da CPI

Do ESTADAO.COM.BR
Murilo Rodrigues Alves - O Estado de S. Paulo

Relator da comissão, petista José Pimentel (CE) recebeu, por exemplo, R$ 1 milhão da Camargo Corrêa, empreiteira que integra consórcio responsável por obras da refinaria Abreu e Lima, sobre as quais pesam suspeitas de superfaturamento
Rio - Um terço dos 12 titulares da CPI da Petrobrás do Senado indicados até agora recebeu dinheiro de fornecedoras da estatal nas eleições de 2010. O relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), está entre eles. Ele recebeu R$ 1 milhão da Camargo Corrêa, empreiteira que lidera o consórcio responsável por obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo de suspeitas.
A doação da empreiteira equivale a 20% de tudo o que o petista conseguiu arrecadar para a sua campanha ao Senado quatro anos atrás. Outros três titulares da comissão, instalada nesta semana e controlada pelos aliados da presidente Dilma Rousseff, também receberam de fornecedores da Petrobrás.
Até o momento, são conhecidos 12 titulares da CPI no Senado. Ainda falta a indicação de um nome da oposição, que resiste em fazê-lo por defender uma comissão mista, com a presença de deputados na apuração.
Humberto Costa (PT-PE) também recebeu R$ 1 milhão da Camargo Corrêa para sua campanha ao Senado. A construtora OAS doou outros R$ 500 mil à campanha do senador. Juntas, as duas fornecedoras com contratos com a Petrobrás respondem por 30% das doações obtidas pelo petista. 
A Camargo Corrêa também contribuiu para as campanhas de Ciro Nogueira (PP-PI), com R$ 150 mil, e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), com R$ 500 mil, outros dois membros da CPI. Ciro ainda conseguiu recursos R$ 100 mil da Votorantim Cimentos.
Os fornecedores da Petrobrás foram responsáveis por 10% de todas as doações feitas em 2010 à campanha de Grazziotin e 6,25% do arrecadado pelo comitê de Nogueira.
Conforme revelou o Estado em abril, os fornecedores da Petrobrás respondem por 30% das doações nos pleitos de 2010 e 2012 aos postulantes à Presidência e ao Congresso Nacional. Isso não implica que a estatal tenha direcionado as doações ou que haja ilegalidade, mas revela o potencial de alcance político e econômico da estatal.
Operação. A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, revelou em março deste ano suspeitas sobre as obras em Abreu e Lima tocadas pela Camargo Corrêa. A partir da intermediação do doleiro Alberto Youssef, a empreiteira teria sido favorecida por superfaturamento nas obras. O favorecimento teria ocorrido, segundo a Polícia Federal, com a ajuda do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Ele e Youssef estão presos no Paraná.
A Justiça deu na semana passada prazo de 20 dias para que a Petrobrás apresente todos os pagamentos feitos entre 2009 e 2013 à Camargo Corrêa, a principal financiadora dos membros da CPI.
A estatal e a empreiteira tiveram o sigilo bancário quebrado pela Justiça Federal do Paraná, que apura se houve desvios de recursos da estatal que eram destinados a obras da Abreu e Lima. A estatal terá de abrir para a PF e para o Ministério Público Federal as transações feitas entre Petrobrás, Camargo Corrêa e Sanko Sider.
Nas investigações do Ministério Público e da PF, Costa e Youssef receberam cerca de R$ 7,9 milhões por meio do consórcio da Camargo Corrêa, para a Sanko Sider, que teria feito depósitos em contas para a MO Consultoria, comandada pelo doleiro.
Financiadora da campanha de Humberto Costa, a construtora OAS fechou contrato de R$ 185 milhões com a Petrobrás em novembro do ano passado para a construção e montagem de dutos para o emissário do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O contrato vai até agosto do ano que vem.
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou "conduta omissiva" da alta administração da estatal em relação aos atrasos nas obras de tubulação do Comperj, cujo custo total foi estimado, em fevereiro de 2010, em R$ 26,9 bilhões, com expectativa de conclusão em 2021. Só o primeiro trem de refino (o complexo é composto por dois) possui previsão de conclusão em agosto de 2016.
Já a Votorantim Cimentos, doadora da campanha de Ciro Nogueira, foi contratada pela petroleira estatal por um ano para fornecer cimento para poços de petróleo pelo valor de R$ 10,8 milhões. O contrato, que se encerra hoje, ainda teve um aditivo.
Como não concorreu à vaga de senador, o vice-presidente da CPI, Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), não recebeu nenhuma doação dos fornecedores da estatal. No entanto, a petista Marta Suplicy, hoje ministra da Cultura e eleita para o cargo, ganhou R$ 2,5 milhões das construtoras Camargo Corrêa e OAS de um total de R$ 12 milhões de contribuições na campanha de 2010.
Controle. A CPI da Petrobrás no Senado foi instalada anteontem e é controlada pela maioria governista. Os aliados de Dilma aprovaram convites para ouvir a atual presidente da estatal, Graça Foster, e o seu antecessor, José Sergio Gabrielli.

POLÍTICA: Para Aécio, ex-presidente Lula deve estar 'atormentado'

Do ESTADAO.COM.BR
ELIZABETH LOPES E PEDRO VENCESLAU - Agência Estado

Ao rebater as críticas que o ex-presidente Lula (PT) fez a setores que torcem pelo fracasso da Copa do Mundo no Brasil, o presidenciável tucano Aécio Neves disse que o petista deve estar "atormentado". "Talvez seja o ex-presidente atormentado por aquilo que o ministro Gilberto Carvalho já disse, que seu governo fracassou e falhou na execução de muitas dessas obras (da Copa)", afirmou Aécio.
Em artigo publicado nesta quinta-feira, 15, no jornal espanhol El País, Lula atacou indiretamente a oposição, dizendo que há "segmentos" que parecem torcer pelo fracasso da Copa para se viabilizarem eleitoralmente. Para Aécio, isso é "uma grande bobagem". "Todos nós somos brasileiros e vamos torcer para que o Brasil vença esta Copa", disse. Contudo, disse que existe um "dado claro": "Grande parte das obras de mobilidade anunciadas pelo governo petista como compromisso ficou pelo meio do caminho".
Nas críticas a Lula e à administração do PT, Aécio destacou que cada vez mais enxerga "um governo muito assustado antes da hora". Ele argumentou que isso é resultado "deste sentimento claro de mudança que permeia toda a sociedade", citando novamente as pesquisas de intenção de voto que indicam que cerca de 70% da população quer mudança.
As afirmações do pré-candidato do PSDB foram feitas no início da tarde desta quinta-feira, 15, no diretório estadual do PSDB, em São Paulo. Ele participou de evento para anunciar o nome do ambientalista Fabio Feldmann na coordenação do programa de meio ambiente do PSDB neste pleito presidencial. Feldmann é ex-colaborador de Marina Silva, hoje vice na chapa de Eduardo Campos (PSB).

NEGÓCIOS: Em meio à crise de energia, três empresas do setor anunciam alta nos lucros

De OGLOBO.COM.BR

Eletrobras teve ganho de R$ 986 milhões, Cemig, de R$ 1,25 bilhão, e Light, de R$ 181 milhões
Estatal mineira não aderiu ao pacote anunciado em 2012 pelo governo para reduzir preços
Linhas de transmissão de energia elétrica Dado Galdieri
RIO - Em meio à crise na energia, três empresas divulgaram nesta sexta-feira lucros bilionários nos três primeiros meses do ano, auge da onda de calor que ocasionou forte redução do nível dos reservatórios e explosão no consumo. A estatal mineira Cemig, que não aderiu ao pacote do governo no ano passado, teve alta de 44,5% no lucro líquido de janeiro a março, frente ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 1,25 bilhão. Já a Eletrobras obteve ganho de R$ 986 milhões, enquanto no primeiro trimestre do ano passado havia registrado prejuízo de R$ 36 milhões. A Light, por sua vez, divulgou resultado líquido 129,5% melhor: lucro de R$ 181 milhões no período, diante do aumento no consumo na empresa, que vem recebendo repasses do Tesouro Nacional dentro do pacote de socorro do governo.
O socorro ao setor elétrico já soma R$ 24,2 bilhões este ano. E o montante pode não ser suficiente para sanar os problemas por que passa o setor, com um cenário de chuvas escassas e uso intenso de usinas térmicas, uma energia suja e cara. Dos R$ 24,2 bilhões de socorro, entram no cálculo o aporte do Tesouro Nacional de R$ 9 bilhões previsto no Orçamento deste ano — que será custeado via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), com impacto de 4,6% na conta de luz este ano — e o empréstimo de R$ 11,2 bilhões ao setor via Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Um novo aporte, de R$ 4 bilhões, anunciado em março deste ano, não foi considerado porque ainda não está claro como será custeado.
O crescimento no lucro da Cemig foi puxado pelo aumento de 38,82% no resultado operacional antes do resultado financeiro e impostos, e também pelo aumento de 80,75% nas receitas financeiras na comparação anual. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 2,11 bilhões entre janeiro e março, alta de 32,55%, e também acima das expectativas de R$ 1,67 bilhão. A receita líquida da companhia teve alta de 29,45% sobre um ano antes, para R$ 4,76 bilhões. Na divulgação de resultados, a Cemig afirmou que “a situação de abastecimento continua desafiadora” no setor. A estatal registrou um aumento de 7,75% na energia vendida no primeiro trimestre sobre o mesmo trimestre de 2013.
A Light registrou crescimento de 7,8% no consumo de energia, com aumento de 13,6% no segmento residencial e de 8,3% no comercial, diante da alta de 1,3º C na média de temperatura do trimestre ante mesmo período de 2013. A Eletrobras informa que a maior responsável pelo lucro no primeiro trimestre foi a subsidiária Eletronorte, com ganho de R$ 1,1 bilhão.
Além disso, a empresa destaca a reversão das perdas dos investimentos da companhia na Cemat, a companhia de energia de Mato Grosso, que haviam sido provisionados como de difícil recuperação quando esta era administrada pelo Grupo Rede. Como a empresa foi negociada com a Energisa, a Eletrobras reverteu a provisão, no valor de R$ 334 milhões. A venda de energia de Jirau elevou o resultado do trimestre em R$ 258 milhões. A companhia teve um prejuízo líquido no valor de R$ 5,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, o que levou a um resultado negativo anual de R$ 6,3 bilhões em 2013.
Relatório do Operador Nacional do Sistema (ONS) que mostra que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste podem chegar a 15,7% em novembro, início do período chuvoso. O cálculo considera que entre maio e novembro o índice de chuvas seria de 75% da média histórica para o período. O patamar é inferior ao dos piores momentos de 2001, o ano do racionamento, quando o patamar dos reservatórios na mesma região foi de 20%. Atualmente, o patamar dos reservatórios está em 37,7%.
O problema no setor elétrico começou em meados de 2012, quando o governo decidiu forçar uma queda no preço da energia elétrica para famílias e empresas. A redução perseguida era de 20% e seria obtida com a antecipação da renovação das concessões das empresas do setor elétrico, que teriam maior prazo para atuar em troca de uma queda nos preços. Além da Cemig, duas grandes empresas estatais estaduais (Cesp e Copel, sendo as três de estados administrados pela oposição ao governo federal) não aderiram ao programa, mas o governo decidiu, mesmo assim, manter o patamar de redução perseguido, o que iniciou o processo de subsídios no setor.
Em 2013, o país começou a sofrer falta de chuvas e aumento de consumo. Para piorar, diversas obras do setor elétrico estão atrasadas e há casos, inclusive, de geração eólica em funcionamento, mas que não atendem ninguém por falta de linhas de transmissão. Em 2014, mais problemas: a estiagem ficou mais forte e os reservatórios de algumas hidrelétricas chegaram aos piores índices desde o racionamento de 2001. Assim, a conta das termelétricas, cuja energia é mais cara, só fez aumentar: atualmente, quase toda a capacidade disponível deste tipo de energia está em operação. E o governo decidiu não repassar aos consumidores as contas do setor de 2013 devido ao impacto impopular desta medida em ano eleitoral. Isso gerou o rombo bilionário que está sendo coberto agora.

ECONOMIA: Economia encolhe 0,11% em março e sobe 0,3% no trimestre, diz BC

Do UOL, em São Paulo

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado pelo mercado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) oficial, registrou queda de 0,11% em março na comparação com fevereiro.
No acumulado dos três primeiros meses do ano, no entanto, foi registrada uma alta de 0,3% no indicador, em relação ao quarto trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados pelo BC nesta sexta-feira (16).
Em janeiro, a expansão da economia pelo IBC-Br tinha sido de 1,47%, conforme revisão do BC. A alta de fevereiro também foi revisada pelo BC, de 0,24%, como havia sido anunciado, para 0,02%.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária.
Projeções pessimistas
Para analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, a economia brasileira não consegue mostrar recuperação neste ano, afetada pelo desempenho fraco de setores importantes, como o industrial, e pela falta de confiança dos investidores.
O cenário também inclui a queda nas vendas do comércio, em meio à inflação elevada e crédito mais caro. Em pouco mais de um ano, o BC elevou a Selic, taxa básica de juros, de 7,5% para 11%.
"Considerando-se outros indicadores coincidentes, continuamos acreditando que o PIB do primeiro trimestre apresentará desaceleração ante o período anterior", afirmou em nota o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros.
Em março, a produção industrial recuou 0,5% em meio à perda de força dos investimentos, enquanto as vendas no varejo sofreram com os preços altos e caíram 0,5%.
Os principais analistas do mercado brasileiro esperam que o PIB brasileiro feche o ano com expansão de 1,69%, de acordo com o boletim Focus, uma pesquisa semanal promovida pelo BC.
PÃO, CARRO E NOVELA ENTRAM NA CONTA; CLIQUE NA IMAGEM E ENTENDA
IBC-Br
O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) --que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada trimestre e leva a um resultado anual. 
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)

CIDADE: BR-324 tem 11 quilômetros de engarrafamento com chuva

Do BAHIA NOTÍCIAS

O tráfego de veículos está extremamente complicado nos dois sentidos da BR-324 na manhã desta sexta-feira (16). De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trânsito está muito lento na altura do posto na rodovia, com um registro de congestionamento de 11 quilômetros no sentido Salvador - Feira de Santana. Também há registro de cerca de 3 quilômetros no sentido Feira de Santana - Salvador. Ainda segundo a PRF, apesar de diversas colisões entre veículos terem sido registradas nesta manhã, ninguém ficou ferido durante os acidentes. Nesta madrugada, dois veículos escorregaram e foram parar na pista contrária por conta de uma grande poça d'água na altura do km 614 da rodovia, perto de uma viaduto no bairro de Valéria. Ninguém ficou ferido, mas a PRF recomenda cautela aos motoristas que transitam pela região.

DIREITO: STF - Recebida denúncia contra deputado federal acusado de integrar “máfia do carvão”

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu denúncia contra o deputado federal Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG), pela suposta prática de crimes associados à “máfia do carvão”, que seria responsável pelo fornecimento de carvão vegetal extraído de mata nativa para empresas siderúrgicas de Minas Gerais, entre 2005 e 2010. No julgamento do Inquérito (INQ) 3273, foram recebidas por unanimidade denúncias pela suposta prática dos crimes de receptação de mercadoria, falsificação de documento, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Exercendo o cargo de diretor-presidente da siderúrgica Rima Industrial, o deputado federal, segundo a acusação apresentada pela Procuradoria Geral da República, teria participado de operações de comercialização e transporte de carvão produzido a partir de desmate ilegal. A investigação tem origem em procedimento administrativo tributário que resultou na autuação da Rima Industrial em R$ 191 milhões.
Segundo o relator do Inquérito, ministro Marco Aurélio, os elementos indiciários apresentados pelo Ministério Público revelam a necessidade de uma investigação pormenorizada dos fatos, revelados ainda por extenso processo administrativo tributário. As práticas descritas, disse o relator, visavam fraudar notas fiscais de produtores rurais, de forma que teria levado a obtenção de vantagem econômica indevida pela RIMA Industrial. “Caberá ao Ministério Público provar que as notas fiscais serviam para acobertar a venda do carvão de origem ilegal”, diz o ministro.
Acompanhado por unanimidade, o relator pronunciou-se pelo recebimento da denúncia quanto à prática dos crimes de receptação qualificada, uso de documento falso, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Não foi recebida, devido à prescrição, a denúncia pela prática de crime de crime ambiental, relativa à aquisição de madeira, lenha ou carvão com documentação irregular.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Bernardo de Vasconcellos Moreira responde a mais três inquéritos e uma ação penal relacionadas à chamada “máfia do carvão”.

DIREITO: STF - STF rejeita denúncia contra deputado federal por crime de peculato

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade dos votos, denúncia (Inquérito 2966) oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT). Conforme os autos, ele foi acusado pelo crime de peculato por ter, supostamente, contribuído para que o então prefeito de Rondonópolis (MT) desviasse verbas do Ministério da Integração Nacional destinados a um convênio para a realização de obras de pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais naquele município.
De acordo com a denúncia, o deputado teria contribuído para que o município de Rondonópolis contratasse a empresa Airoldi Construções Ltda., que pertente a familiares do parlamentar, com a finalidade de desviar verbas públicas em proveito de servidores da prefeitura e de terceiros. A denúncia também indicava a existência de serviços não prestados, superfaturados e sobrepostos, o que teria acarretado dano ao patrimônio público.
Rejeição
O relator da matéria, ministro Marco Aurélio, ressaltou que no termo do convênio apenas consta a assinatura do parlamentar como testemunha. Segundo o ministro, esse fato é comum nas cerimônias de assinaturas de convênios, “quando o titular da pasta convida parlamentares, representantes dos estados e dos municípios para esses eventos, ocasião em que são colhidas suas assinaturas como testemunhas”.
Para o ministro, esse ato por si só não configura ilícito penal, inexistindo qualquer relação entre a assinatura do convênio – voltado à transferência de recursos para o município – e o posterior desvio das verbas correspondentes. “Ainda que se admita a interferência do denunciado para a formalização do aditivo contratual a resultar na sub-rogação dos serviços relativos ao convênio para a empresa Airoldi Construções Ltda., a participação do parlamentar teria ocorrido somente até esse ponto, não se estendendo à execução dos serviços”, entendeu o relator.
O ministro Marco Aurélio destacou que a responsabilidade “é subjetiva e sempre pessoal”. Segundo ele, a denúncia não descreve conduta voltada ao desvio, “nem expõe de maneira circunstanciada como o parlamentar teria contribuído para o implemento do desvio por outros agentes públicos”. Portanto, conforme o relator, houve inadequação do comportamento do acusado ao tipo previsto no artigo 312, do Código Penal.

DIREITO: STF - Plenário analisa ações rescisórias sobre nomeação em concurso de 1994 para fiscal do trabalho

Por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente a Ação Rescisória (AR) 2274, em que candidatos aprovados na primeira fase de concurso público para fiscal do trabalho em 1994, mas não classificados dentro do número de vagas oferecidas, questionavam acórdão da Segunda Turma do STF no Recurso Extraordinário (RE) 367460, que lhes negou o direito de participar da segunda etapa (curso de formação) do certame. Eles pleiteavam o direito, além de participar do curso de formação, de ser nomeados antes de candidatos que viessem a ser aprovados em concursos posteriores para o cargo.
O julgamento, realizado nesta quinta-feira (15), foi conjunto com AR 1685, ajuizada pela União com objetivo de desconstituir o acórdão proferido no Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 23040, pela Segunda Turma do Supremo, que deu a candidatos aprovados na 1ª etapa de mesmo concurso objeto do AR 2274 o direito de serem convocados para a segunda etapa do certame. Ambas as ações rescisórias foram relatadas pela ministra Cármen Lúcia, tendo como revisor o ministro Dias Toffoli. O ministro Luiz Fux pediu vista da AR 1685.
Alegações
Entre os argumentos apresentados na AR 2274, os autores sustentaram que o relator do RE 367460, ministro Gilmar Mendes, estaria impedido de participar do julgamento do recurso, uma vez que ele atuara, quando advogado-geral da União, em processos semelhantes e defendendo posição contrária à dos candidatos do concurso. Por isso, ele não teria a parcialidade exigida para participar do julgamento.
Em seu voto, a relatora lembrou que a Procuradoria Geral da República, em parecer apresentado nos autos, entende que defesa de tese jurídica como advogado-geral da União não acarreta, por si só, impedimento para atuar em causas semelhantes. A ministra Cármen Lúcia sustentou que a jurisprudência do STF não impede o ministro de atuar, pois caberia à parte provar as causas de impedimento e suspeição. Segundo a relatora, ainda de acordo com entendimento do Tribunal, as causas de impedimento ou suspeição previstas no artigo 134 do Código de Processo Civil (CPC) são aferíveis perante rol taxativo de fatos objetivos contra pessoa do magistrado, dentro de cada processo. Por isso, tal dispositivo, de acordo com a doutrina, não admite causas de impedimento por vias de interpretação.
Os autores sustentaram que o edital que regulamentava o concurso dispunha que o provimento se daria em vagas existentes ou que viessem a ocorrer no prazo de validade do concurso. Quanto a este ponto, a ministra destacou que, no RE 367460, a Segunda Turma do STF decidiu que os aprovados na primeira fase do concurso não teriam direito líquido e certo de ser convocados para a segunda etapa, porque, naquele certame, não houve prorrogação do prazo de validade, nem convocação para formação de cadastro de reserva. E esse entendimento, de acordo com ela, não diverge da jurisprudência da Corte.
Por fim, alegaram que haveria erro na decisão por eles atacada. Isso porque, segundo alegaram, o relator do RE 367460, ministro Gilmar Mendes, se reportou à decisão da Corte na AR 1685, “e tal precedente não poderia ter sido invocado, por estar ainda pendente de julgamento de mérito”. A ministra explicou que o erro de fato, apto a fundamentar a ação rescisória, é aquele relacionado aos fatos verificáveis mediante exame das provas do processo. Assim, “não se pode cogitar de erro de fato menção a acórdão proferido em medida cautelar para demonstrar harmonia com a jurisprudência do STF”, e, nesse sentido, ela citou precedentes da Corte.
Dessa forma, a relatora votou pela improcedência da AR 2274, sendo seguida por unanimidade.
AR 1685
Como trata dos mesmos fatos da AR 2274, a ministra julgou procedente a AR 1685, uma vez que neste processo a União encontra-se como autora da causa. No mesmo sentido votou o revisor, ministro Dias Toffoli.
Os debates suscitados no julgamento da AR 1685 levaram o ministro Luiz Fux a pedir vista dos autos. Nesse caso, a União questiona decisão da Segunda Turma do STF que, no Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 23040, impediu a nomeação de candidatos aprovados em concurso posterior de fiscal do trabalho, enquanto não convocados os autores do recurso para participação na segunda fase do concurso de 1994. E, posteriormente, eles ajuizaram a Reclamação (RCL) 1728, alegando que a União descumprira decisão prolatada naquele recurso
Na AR 1685, a relatora original, ministra Ellen Gracie (aposentada), deferiu antecipação de tutela à União para impedir a nomeação dos candidatos no cargo. A decisão foi referendada pelo Plenário do STF, em junho de 2002 e, posteriormente, o colegiado rejeitou embargos de declaração.
Entretanto, em novembro de 2001, a Segunda Turma julgou procedente a RCL 1728 e deu prazo de 30 dias para a União cumprir a decisão prolatada no RMS 23040, de forma a proceder a nomeação dos candidatos. E, em dezembro daquele mesmo ano, deu novo prazo de 60 dias para seu cumprimento. Mas em 2004, ante o curso da ação ajuizada em 2001 pela União, o então relator, ministro Eros Grau (aposentado), determinou o arquivamento da reclamação, tendo em vista que "toda e qualquer pretensão haveria que ser deduzida nos autos da AR 1685”.
Vista
Durante os debates, o ministro Luís Roberto Barroso questionou como ficariam os efeitos do acórdão na RCL 1728, já que nela o STF determinou a nomeação dos candidatos que impetraram o mandado de segurança e essa decisão teve trânsito em julgado. O ministro Luiz Fux, ao pedir vista dos autos, destacou que a questão é relevante porque há a concorrência de duas coisas julgadas antagônicas. “Qual das duas deve prevalecer?”, indagou.
Processos relacionados

DIREITO: STJ - Execução hipotecária de dívida de financiamento imobiliário prescreve em cinco anos

A dívida decorrente de financiamento imobiliário pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) prescreve em cinco anos. O entendimento é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que afastou a pretensão do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs) de cobrar o valor passados 11 anos do vencimento.
O ministro Sidnei Beneti esclareceu que a hipótese é de cobrança de dívida líquida constante de instrumento particular, na linha da previsão do inciso I do parágrafo 5º do artigo 206 do Código Civil.
O relator reforçou que o contrato de financiamento não representa dívida ilíquida, já que, conforme jurisprudência do STJ, pode ser executado mesmo diante de ação revisional pelo mutuário.
A execução proposta dizia respeito, em 2011, a R$ 67 mil.
Esta notícia se refere ao processo: REsp 1385998

DIREITO: STJ - Beneficiário da assistência jurídica pode utilizar serviços da contadoria judicial

O autor de execução amparado pelo benefício da assistência judiciária pode pedir a remessa dos autos ao contador judicial para apuração do crédito, independentemente da complexidade dos cálculos. Esse é o entendimento da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Apesar de reconhecer a regra geral de que os cálculos do valor da execução são de responsabilidade do credor, a ministra relatora, Nancy Andrighi, declara que não há exigência de que o cálculo apresente complexidade extraordinária ou que fique demonstrada a incapacidade técnica ou financeira do hipossuficiente para a remessa dos autos ao contador do juízo.
Segundo a relatora, é preciso levar em consideração que a finalidade da norma é facilitar a defesa do credor que não tem condições financeiras de contratar profissional para realização dos cálculos sem comprometimento do seu sustento ou de sua família. A jurisprudência do STJ já reconhecia, inclusive, a não exclusão da possibilidade de o hipossuficiente valer-se da contadoria judicial.
Além disso, a busca pela maior agilidade no processo, por meio da transferência do ônus da elaboração dos cálculos àquele que tem interesse no recebimento do crédito, não pode prejudicar o hipossuficiente que se valia dos serviços da contadoria para liquidar o valor devido.
Cálculos e responsabilidade
Segundo Nancy Andrighi, as reformas processuais apenas reduziram as hipóteses em que se pode utilizar o contador judicial: nos casos de a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da ação a ser executada e nos casos de assistência judiciária.
Nessa segunda hipótese, aplicável ao caso do recurso especial julgado pela Terceira Turma, a ministra afirmou que o objetivo é facilitar a defesa em juízo dos interesses daquele que é menos favorecido. Assim, de acordo com ela, o fato de a pessoa já estar sendo representada pela Defensoria Pública não lhe tira a possibilidade de utilizar os serviços da contadoria judicial.
Nancy Andrighi ressaltou que deve ser feita uma análise teleológica do benefício previsto no artigo 475-B, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, que diz que “poderá o juiz valer-se do contador do juízo quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exequenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária”.
Ela citou ainda a garantia constitucional prevista no artigo 5º, inciso LXXIV, que diz que “o estado prestará assistência judiciária integral e gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos”.
Ou seja, a análise deve outorgar a mais plena eficácia a esses dispositivos, dando atenção especial aos objetivos finais de tal benefício, a fim de conferi-lo àqueles menos favorecidos no juízo.
Esta notícia se refere ao processo: REsp 1200099 

DIREITO: STJ - Registro de atos infracionais não pode caracterizar maus antecedentes, mas justifica prisão preventiva

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não concedeu habeas corpus a homem preso em flagrante por furto qualificado, cujo auto de prisão converteu-se em prisão preventiva. O acusado queria ficar em liberdade, mas a prisão foi mantida sob justificativa de que a prática de atos infracionais anteriores evidenciava o elevado risco de reiteração delitiva, uma vez que demonstrava propensão ao cometimento de delitos.
A maioria dos ministros da Sexta Turma entendeu que, mesmo não sendo possível considerar a prática de atos infracionais pelo acusado, quando menor, para a caracterização de maus antecedentes, ela serve para mostrar a sua periculosidade e a inclinação a cometer delitos semelhantes. Segundo o voto da relatora, a desembargadora convocada Marilza Maynard, a prisão cautelar está alicerçada em elementos concretos.
Ela citou precedentes do STJ segundo os quais a análise de antecedentes é válida para medir o risco que o acusado pode representar à ordem pública.
Prisão cautelar
A prisão cautelar é, de acordo com a jurisprudência do STJ, medida de caráter excepcional. Ela deve ser imposta ou mantida apenas para garantir a ordem pública ou econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, além de casos de descumprimento de qualquer obrigação imposta por outras medidas cautelares.
Mesmo sendo uma exceção, o enclausuramento provisório pode ser adotado em casos como este. Para a relatora, a aplicação de medidas cautelares substitutivas da prisão mostra-se ineficaz, em vista da insistência do autuado na prática de delitos.
Em consulta ao Sistema de Automação da Justiça (SAJ), verificou-se que o acusado pratica atos criminosos desde jovem, tendo sido representado em três procedimentos de apuração de ato infracional.
A magistrada ressaltou que em momento algum os atos infracionais foram utilizados para caracterizar maus antecedentes, o que é vedado pela jurisprudência do STJ, mas apenas para estabelecer o risco concreto da prática de novos delitos, uma vez que demonstram ser rotina na vida do agente o cometimento de ilícitos.
Esta notícia se refere ao processo: RHC 43350

DIREITO: STJ - Prejuízo à defesa por ausência do réu na oitiva de testemunhas anula ação penal

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para anular, desde a audiência de instrução, a ação penal em que um homem foi condenado a 17 anos e nove meses de reclusão, por tentativa de roubo com lesão corporal grave.
Seguindo o voto do relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, a Turma considerou que a defesa foi prejudicada pelo não comparecimento do acusado à audiência de instrução e julgamento, pois houve algumas inconsistências na descrição do autor do crime, por parte da vítima e das testemunhas.
“A partir dos relatos, soa claro que a descrição física do acusado não foi uníssona a ponto de se menosprezar a importância da efetiva presença do réu em juízo, com o fim de realizar o seu reconhecimento sob o crivo do contraditório”, afirmou o relator.
A defesa apontava nulidade absoluta das audiências realizadas sem a participação do réu, porque isso impediu o reconhecimento pessoal do acusado.
Direito disponível
Para Schietti, o acusado tem o direito de exercer sua autodefesa, intervindo direta e pessoalmente na realização dos atos processuais, e é dever do estado facilitar esse exercício, principalmente quando o acusado está preso.
Da mesma forma, disse o relator, também constituiria exercício do direito à ampla defesa a deliberada e voluntária atitude do acusado de não se fazer presente aos atos do processo criminal.
O ministro entende que a autodefesa não é um direito indisponível e irrenunciável do réu, como é o caso da defesa técnica. Por isso, o não comparecimento do acusado às audiências não leva, por si só, à declaração de nulidade absoluta do ato, mas é imprescindível a comprovação do prejuízo e a sua arguição no momento oportuno.
No caso, Schietti observou que a presença do acusado foi solicitada e era essencial, pois só assim seria possível realizar uma prova fundamental para a busca da verdade, que era o seu reconhecimento pessoal pela vítima e pelas testemunhas – uma delas ocular.
Segundo o processo, a condenação do réu foi toda lastreada na palavra da vítima e de duas testemunhas de acusação, associada ao silêncio do réu na delegacia, que induziu consideração negativa do juiz sentenciante.
“A consideração do silêncio do réu como dado idôneo a fundamentar a condenação, ou a tendenciar a apreciação das provas em desfavor do acusado, refoge à garantia constitucional, imanente ao devido processo legal”, concluiu o relator.
Esta notícia se refere ao processo: HC 127902

DIREITO: TRF1 - Réu primário pode se ausentar do País durante processo

Crédito: página da web
Indiciado em processo por crime de contrabando tem direito a viajar para o exterior, desde que comunique suas viagens previamente ao juízo criminal. O entendimento unânime foi da 3.ª Turma do TRF da 1.ª Região, após o julgamento de habeas corpus impetrado em favor do réu e contra decisão da 11.ª Vara Federal de Goiás que determinou a retenção de seu passaporte e a proibição de realizar viagens ao exterior como medida preventiva.
O impetrante defende que o acusado sempre atendeu às determinações do juízo condutor do processo, além do fato de ser réu primário, com endereço fixo e ocupação lícita.
A desembargadora federal Neuza Alves, relatora do processo, confirma que o juiz pode determinar a retenção do passaporte, impedindo o réu de realizar viagens ao exterior, mas, nessa situação, a medida foi tomada apenas pelo fato dele estar respondendo à ação penal. “Ora, a prevalecer a tese em apreço, a simples existência da ação penal já seria, por si, razão bastante para a limitação ao direito de ir e vir, compreensão que não condiz com o princípio superior da presunção de inocência, este que em tal situação resultaria inquestionável e indevidamente afrontado”, ponderou.
A magistrada destacou que, de fato, não existem elementos suficientes que justifiquem a restrição e que não há notícia de que o paciente tivesse adotado comportamento prejudicial ao andamento da ação penal. “Enquanto não transitada em julgado a sentença condenatória proferida em desfavor do paciente, somente em situações excepcionais, devidamente justificadas e comprovadas, justifica-se o cerceamento da liberdade de locomoção do paciente, que goza da presunção de inocência por força de dogma constitucional (HC 0069798-34.2010.4.01.0000/AM, Rel. Desembargador Federal Mário César Ribeiro, Rel.Conv. Juiz Federal Guilherme Mendonça Doehler (Conv.), Quarta Turma, e-DJF1 p.66 de 27/02/2012)”, concluiu Neuza Alves, citando jurisprudência do TRF1.
Assim, a relatora determinou a devolução do passaporte. No entanto, considerou necessária a comunicação prévia de qualquer viagem ao juízo responsável pela ação penal a que responde.
Processo n.º 0007102-20.2014.4.01.0000

DIREITO: TRF1 - Turma nega habeas corpus a acusado de crime contra o sistema financeiro

Crédito: Imagem da web
Em decisão unânime, a 3.ª Turma do TRF da 1.ª Região manteve sentença da 7.ª Vara Federal de Mato Grosso, que negou pedido de habeas corpus em favor de réu indicado em inquérito que investiga crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (SFH). As acusações se enquadram nos artigos 5.º e 6.º da Lei n.º 7.492/86 e no artigo 1.º da Lei n.º 9.613/98 e se referem aos crimes de gestão fraudulenta, desvio de recursos de pessoa jurídica equiparada a instituição financeira e sonegação de informações aos órgãos públicos competentes.
O impetrante do HC, no entanto, defende que a instauração do inquérito pelo delegado federal em exercício na Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso é ilegal, pois o artigo 29 da Lei n.º 8.177/91, que equiparava as entidades de previdência privada às instituições financeiras foi revogado pela Lei n.º 109/2001. A revogação, segundo ele, faria deixar de existir a razão para a estipulação de competência da polícia ou da Justiça Federal para a condução das investigações.
A relatora do processo, desembargadora federal Neuza Alves, não enxerga, no entanto, a ocorrência de constrangimento ilegal em razão da fixação da competência da autoridade policial e, consequentemente, da Justiça Federal para a condução das investigações de crimes cometidos contra o sistema financeiro por atuação de entidade de previdência privada. “Em suma, para o fim específico de aferição da ocorrência de crimes contra o sistema financeiro, a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros é considerada como uma instituição financeira, sendo irrelevante a natureza institucional e primacial das atividades por ela desempenhadas”, afirmou.
A magistrada explicou que a revogação do artigo 29 da Lei n.º 8.177/91 é irrelevante em relação ao caso em análise, pois equiparava as entidades de previdência privada às instituições financeiras com relação às suas operações realizadas nos mercados financeiro e de valores mobiliários respectivamente, inclusive em relação ao cumprimento das diretrizes do Conselho Monetário Nacional quanto às suas aplicações para efeito de fiscalização do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários. “Não houve, no entanto, nenhuma revogação da equiparação das entidades de previdência privada às instituições financeiras com relação à aferição de crimes praticados contra o sistema financeiro nacional, até mesmo porque a Lei n.º 7.492/86 não se referiu especificamente a tais entidades de previdência, mas sim a qualquer pessoa jurídica que administrasse recursos de terceiros”, concluiu.
Neuza Alves citou, ainda, jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) segundo a qual o que caracteriza a instituição financeira para os fins da Lei n.º 7.492/86, que define os crimes contra o sistema financeiro, seja de natureza pública ou privada, é, essencialmente, que sua atividade tenha por objeto valores mobiliários ou recursos financeiros por ela captados ou administrados (HC 26.288/SP, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, 6.ª Turma, julgado em 03/02/2005, DJ 11/04/2005, p. 385).
Assim, a relatora negou o HC e o pedido de liminar para o trancamento do inquérito, bem como para a restituição dos bens apreendidos da residência e do escritório do acusado, além de seus sigilos bancário e fiscal quebrados.
Processo n.º 131327120144010000

quinta-feira, 15 de maio de 2014

COPA NO BRASIL: Black blocks chegam em protesto e PMs fazem cordão de isolamento

Do CORREIO
Da Redação* (redacao@correio24horas.com.br)

Grupo tenta chegar à Arena Fonte Nova
Um cordão de isolamento foi feito por policiais militares na noite desta quinta-feira (15) na altura da praça do Fórum Municipal, tentando bloquear o acesso à Arena Fonte Nova, para onde se dirige um grupo de manifestantes. 
Os manifestantes seguiram do Campo Grande no sentido Fonte Nova tentando chegar ao estádio para concentrar os protestos. Inicialmente, o grupo era pequeno, com moradores da região e pessoas envolvidas em movimentos sociais, responsáveis por convocar o protesto em Salvador. No começo da noite, um grupo de black blocs, com rostos cobertos e roupas pretas, também chegou ao local.
Policiais da Cipe estão no local com bombas de gás lacrimogênio e cassetetes, mas até agora nenhum confronto foi registrado. A imprensa presente no local, no entanto, é hostilizada pelos manifestantes.
Além de Salvador, há manifestações marcadas em seis cidades-sede da Copa do Mundo - Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, e Porto Alegre, além de Vitória, no Espírito Santo e, Santiago, no Chile.
Protesto contra a Copa e a Fifa acontece em Salvador (Foto: Reprodução)
Ano passado
Em junho do ano passado, uma série de atos mobilizou milhares de brasileiros durante a Copa das Confederações. Em Salvador, cerca de cinco mil pessoas participaram dos protestos. Houve confronto entre manifestantes e policiais no Centro da cidade e na região do Iguatemi.
Na ocasião, os policiais militares chegaram a utilizar granadas fumígenas com agente químico CS (gás lacrimogêneo) para controlar alguns manifestantes. Vândalos aproveitaram os protestos para apedrejar ônibus e lojas.

COPA NO BRASIL: Polícia Militar acompanha manifestação contra a Copa que segue para a Arena Fonte Nova

Do METRO1
Por Luiza Cadidé
Foto: Carlos Cerqueira/Leitor Metro1
Os manifestantes do 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa estão realizando, em Salvador, uma passeata em direção a Arena Fonte Nova. A polícia militar e o batalhão de choque estão acompanhando os integrantes do movimento. As vias de acesso a arena estão sendo bloqueadas, somente moradores estão liberados para seguir pela região.
De acordo com o leitor do Metro1 Carlos Cerqueira, os repórteres dos meios de comunicação que foram enviados ao local estão sendo impedidos de se aproximar da passeata. Nas imagens enviadas pelos leitores é possível ver que os policiais estão segurando objetos semelhantes as armas não letais. O trânsito segue complicado em toda a região.

COPA NO BRASIL: Presidente do TCU diz que Brasil passará vergonha na Copa

Da FOLHA.COM
SÉRGIO RANGEL, DO RIO

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, disse nesta quinta-feira (15) que o Brasil vai passar "vergonha" na Copa do Mundo por causa da série de obras inacabadas.
Nardes afirmou que "boa parte das cidades" da Copa não vão conseguir receber bem os torcedores. Em seu discurso, o ministro chegou a declarar que Cuiabá "parece uma praça de guerra" em virtude da série de obras inconclusas na capital do Mato Grosso às vésperas da abertura do Mundial.
"Claro que temos ainda algumas situações de constrangimento e atrasos... estamos vigilantes para que não passemos [nos Jogos Olímpicos de 2016] uma vergonha como infelizmente vamos passar na Copa do Mundo em algumas cidades que não estão preparadas para receber os cidadãos", afirmou o ministro, ao participar do lançamento do portal "Fiscaliza Rio 2016". O site reunirá dados coletados pelos três tribunais de contas: município, estado e união. A iniciativa é dar mais transparência sobre os gastos dos recursos públicos com os Jogos Olímpicos.
"Diante das circunstancias, boa parte das cidades [envolvidas na Copa] estão com grande dificuldade. Com certeza, não teremos a recepção adequada nestas cidades", acrescentou.
Além de Cuiabá, Nardes citou São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Fortaleza como exemplo de cidades que não conseguirão concluir as suas obras até a abertura da Copa.
O presidente do TCU criticou a "cultura do jeitinho" dos governantes e disse que o país precisa aprender a ter planejamento na preparação para os Jogos Olímpicos de 2016.
"Precisamos avançar como nação, apesar dos erros que teremos. Temos que mudar a cultura de improvisação e do jeitinho, aprender a planejar o país", disse.
"Temos que avançar mais na governança. Essa é a grande tragédia", concluiu o ministro.
Segundo Nardes, foram economizados cerca de R$ 700 milhões para os cofres públicos graças à atuação do tribunal na fiscalização dos contratos do Mundial.
Ele citou que a Copa do Mundo terá que servir de exemplo para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio. "Espero que esses problemas não se repita", contou Nardes.
O presidente do TCU disse que a sua principal preocupação para a Olimpíada do Rio é com a conclusão das obras da nova linha do metrô, que chegará a Barra da Tijuca, na zona oeste. A obra deverá ser entregue no primeiro semestre de 2016. O bairro vai concentrar os atletas e uma série de eventos esportivos durante os Jogos.

GREVE: Agentes penitenciários entram em greve na Bahia

Da FOLHA.COM
JOÃO PEDRO PITOMBO, DE SALVADOR

Os agentes penitenciários da Bahia entraram nesta quinta-feira (15) em greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores pedem realização de concurso público, desmilitarização das atividades dos agentes, melhor estrutura para fiscalização e monitoramento dos presos, regulamentação do porte de arma, aposentadoria especial e pagamento de insalubridade aos servidores.
O coordenador do Sindicato dos Penitenciários da Bahia, Wellington Vasconcelos, afirma que a Bahia possui atualmente um déficit de cerca de 4.000 agentes penitenciários. Contudo, o governo do Estado sinaliza com um concurso para somente 490 servidores.
"Não há sensibilidade do governo em relação às condições de trabalho dos agentes. Por incrível que pareça, a categoria atualmente trabalha sem porte de arma e com uma estrutura deficiente para realização de revistas dos presos e familiares", diz o sindicalista.
Durante a greve, os agentes mantêm em atividade um efetivo de 30%, que vai atuar apenas no cumprimento de soltura por determinação judicial, fornecimento de alimentação e atendimento médico de emergência dos presos. As visitas aos presos estão suspensas.
No final da manhã desta quinta (15), os grevistas realizam uma assembleia em frente ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. A Folhatentou entrar em contato com o secretário estadual de Administração Penitenciária, Nestor Duarte, mas ele não atendeu ao telefone.

COPA NO BRASIL: Manifestantes depredam lojas após confronto com a PM em protesto em SP

Do UOL, em São Paulo
Vagner Magalhães
Protestos contra a Copa do Mundo54 fotos36 / 54
Policiais se preparam para protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo - Leia mais - Reinaldo Canato/UOL
O protesto em São Paulo contra a Copa do Mundo acabou com confronto entre manifestantes e Polícia Militar. Minutos após iniciar a caminhada, pessoas que participavam do protesto jogaram objetos nos policiais, que responderam com bombas de efeito moral.
Pelo menos duas pessoas ficaram feridas durante o confronto. Um fotógrafo freelancer machucou o pé após uma bomba explodir perto dele, e seu tênis ficou destruído. Já um manifestante foi atingido por estilhaços de uma bomba.
Depois de a briga começar, manifestantes começaram a depredar alguns estabelecimentos como uma concessionária da Hyundai, que teve quatro vidros atingidos por paralelepípedos. Pelo menos três carros da loja foram parcialmente destruídos e um deles foi pichado. 
Em todas as ruas que cruzam a Consolação em direção ao centro, manifestantes depredaram estabelecimentos, principalmente latas de lixo, que eram usadas para fazer barricadas.
Pelas redes sociais, algumas pessoas relataram dificuldades para respirar dentro da estação de metrô da Consolação devido ao gás lacrimogênio usado pelos policiais.
Antes de começar a manifestação, 20 pessoas haviam sido detidas pela Polícia Militar após terem sido flagradas com coquetéis molotov e martelos. Eles estavam na rua Augusta se encaminhando para o local da concentração.
Após o início do confronto, a manifestação foi dividida em duas. Uma parte desceu a rua da Consolação, enquanto outro grupo seguiu normalmente o protesto em direção ao Pacaembu.
De acordo com a polícia, cerca de 1,2 mil pessoas se reuniram no local para iniciar a manifestação rumo ao estádio do Pacaembu, onde o protesto se encerrará. A PM disponibilizou 1,5 mil homens para acompanhar a ação.
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