sexta-feira, 12 de julho de 2013

ECONOMIA: Bovespa cai quase 1%, e dólar sobe a R$ 2,267

Do UOL

A Bovespa operava em queda e o dólar subia nesta sexta-feira (12), depois que o Banco Central divulgou que a economia brasileira recuou 1,4% em maio na comparação com abril. Por volta das 11h20, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) perdia 0,91%, aos 46.203,18 pontos. O dólar comercial subia 0,36%, a R$ 2,267 na venda. O euro avançava 0,11%, para R$ 2,955 na venda. Leia Mais

POLÍTICA: Eduardo Cunha diz que vetos podem ser desengavetados

Do blog do NOBLAT
DAIENE CARDOSO - Agência Estado

O clima de conflagração da base de apoio à presidente Dilma Rousseff no Congresso continua intenso. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), deixou no ar uma clara ameaça ao governo. Segundo ele, vetos presidenciais antigos, como o do fator previdenciário, podem ser desengavetados.
"(Os vetos antigos) não morreram. Eles estão no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). De repente, eles podem ganhar um balão de oxigênio e sobreviver", disse Cunha, depois de um acordo entre todos os partidos para criar uma nova sistemática de votação dos vetos presidenciais. Por esse acordo, os vetos a partir do dia primeiro deste mês terão de ser apreciados dentro de 30 dias. Os anteriores foram parar numa espécie de limbo. Lá está o temido veto do fator previdenciário. Se derrubado, pode causar um rombo entre R$ 14 bilhões e R$ 20 bilhões anuais, segundo vários cálculos do governo.

POLÍTICA: Quebrando a louça

Por Ilimar Franco, O Globo
Do blog do NOBLAT

A inabilidade política dos petistas é conhecida, mas anteontem, na votação da Lei dos Royalties, eles se superaram. Oposicionistas se divertiam no plenário da Câmara, dizendo que os líderes José Guimarães e Arlindo Chinaglia competiam para assumir a liderança da oposição.
Deputado Arlindo Chinaglia
Na tribuna, Chinaglia se referiu ao líder do PDT, André Figueiredo, com as palavras “mentira”, “leviano”, “temerário” e “irresponsável”. Como se a vida se resumisse àquela lei.
Guimarães escancarou, em fala batizada de “sincericídio”, o fisiologismo que cerca todos os governos. E proclamou: “Quero discutir quem tem cargo no governo e quem não tem cargo. Quem é governo tem ônus e bônus”.

MUNDO: Snowden pede para ficar na Rússia e diz que não quer prejudicar os EUA

Do UOL
Fabrício Calado

O ex-consultor de agências de inteligência dos EUA Edward Snowden decidiu ficar na Rússia, onde pediu asilo político. A informação é de ativistas de direitos humanos que se reuniram nesta sexta-feira (12) com o americano, no aeroporto de Moscou.
"Nenhuma ação ou plano meu visa prejudicar os EUA... eu quero que os EUA tenham êxito", disse Snowden, segundo relato de Tanya Lokshina, ativista da ONG Human Rights Watch.
A declaração é uma referência de Snowden à frase do presidente russo, Vladimir Putin, que disse há duas semanas que o americano poderia ficar no país, "contanto que pare de divulgar informações que prejudiquem os EUA". 
Em entrevista a uma emissora de TV russa, quando perguntada se isso significava que Snowden pararia de divulgar detalhes, a ativista da Human Rights Watch relatou a resposta do americano: ""Ele disse que não havia por que parar suas atividades, porque sentia que não estava prejudicando os EUA".
Segundo jornalistas que falaram com os ativistas após a reunião, Snowden diz que está bem e que se sente seguro na Rússia. O americano sabe que "não pode ficar no aeroporto para sempre", segundo sua representante. A ideia, disse ela, é ele deixar Moscou rumo à América Latina, quando sentir que é seguro viajar.
Rússia mantém termos
Segundo a agência de notícias "AP", participaram do encontro o premiê russo, Vyacheslav Nikonov; Sergei Nikitin, chefe da delegação russa da Anistia Internacional; Tanya Lokshina, da Human Rights Watch; Vladimir Lukin, ombudsman de direitos humanos da presidência da Rússia; e o promotor Genri Reznik.
Citando fontes do governo, agências dizem que Snowden pode permanecer no país nos termos propostos por Putin, isto é, se não divulgar informações prejudiciais aos EUA.
Sem pedido de desculpas - Em um breve comentário sobre o grampos de telefones de jornalistas da agência de notícias "Associated Press", o presidente Barack Obama disse que não pediria desculpas pelo episódio. O argumento de Obama foi que os grampos, "dos quais ainda não sabemos muito", foram justificados por uma questão de segurança nacional. No entanto, a ação levantou uma enorme polêmica no país, sobretudo porque foi feita em segredo. 
Hóspede em Moscou
Desde 23 de junho, o ex-consultor de inteligência da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) está refugiado no aeroporto Sheremetyevo, em Moscou. Snowden veio fugido de Hong Kong, na China, para onde foi logo após o colunista Glenn Greenwald, do jornal britânico "The Guardian", revelar o amplo esquema de monitoramento da agência.
Segundo as denúncias de Snowden, relatadas pelo "Guardian", a NSA grampeou milhões de números de telefone, e-mails, contas de cartão de crédito e conversas eletrônicas em programas de envio instantâneo de mensagens. 

COMENTÁRIO: Atrás do fio elétrico

Por DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

Não houve greve geral nem comoção nacional. Na comparação, o "Dia Nacional de Lutas" ficou a léguas de distância do impacto provocado pelas três semanas de protestos que deixaram o País em transe e o poder público em pânico.
Contou a ausência do fator surpresa, é verdade, mas evidenciou-se também uma mudança de paradigma: a sociedade prefere conduzir a ser conduzida e dá conta do recado com muito mais competência.
Fala-se de falta de foco nos protestos de junho, na ausência de lideranças, na desorganização e no caráter apolítico visto com receio de que signifique repúdio à atividade inerente ao sistema democrático.
Mas, ao que se viu nos embates das centrais sindicais durante os preparativos para as manifestações de ontem, a garotada mobilizada pela internet tinha mais apelo, se fazia entender muito melhor com sua variedade de bandeiras que os sindicalistas organizados em suas centrais bem estruturadas, sustentadas com verbas públicas e ligadas a esse ou àquele partido.
A massa junina saiu de casa para dizer que queria ser mais bem atendida pelo Estado, respeitada por integrantes dos Poderes constituídos e representada pelos eleitos. Já as centrais, a partir da pauta de reivindicações tradicionais, digladiaram entre dois objetivos: de um lado marcar posição contra o governo, de outro abrir espaço para a defesa de interesses do governo, entre eles a ressurreição do plebiscito da reforma política.
Todo mundo entendeu o sentido do movimento iniciado pela juventude: "Não é só pelos R$ 0,20"; era e continua sendo pelo conjunto da obra. Causou espanto a forma, mas o conteúdo estava explícito.
No caso dos sindicatos a forma é familiar, os instrumentos, tradicionais, mas o conteúdo é subentendido: uma tentativa de recuperar um território perdido - ou melhor, abandonado - desde que os chamados movimentos sociais organizados resolveram trocar as demandas daqueles que representavam por uma parceria (mais das vezes remunerada) com o governo que supostamente detinha o monopólio de todos os anseios.
Sendo um "governo popular", para todos os efeitos os movimentos sentiram-se desobrigados de cumprir cada um o seu papel de acordo com as demandas dos respectivos segmentos. O governo em si daria conta da tarefa. De fato, o mundo oficial ocupou todos os espaços, tirou de cena a intermediação, cortaram-se as cordas vocais da população.
Aconteceu com os estudantes, com os acadêmicos, com os sindicalistas e com todos os grupos que agora são recebidos em Palácio pela presidente Dilma Rousseff a fim de se construir um ambiente de diálogo onde antes havia o monólogo. Consentido, diga-se.
Ficou todo mundo muito bem comportado, a sociedade submergiu. A opinião do público se expressou por intermédio das pesquisas, sempre registrando altos e crescentes índices de popularidade aos inquilinos do poder central. Dilma, um sucesso de bilheteria ainda maior do que Lula.
Quando a população emergiu na fagulha acesa pelo Movimento Passe Livre na fogueira da insatisfação acumulada, viu-se o quanto de fantasia havia no cenário paradisíaco.
Desfeita a miragem, lá se foram centrais, UNE, sem-terra e companhia tentar recuperar o território perdido, disputar as ruas como instrumento de pressão da opinião pública junto às instituições.
Destreinadas, afônicas, atordoadas, ficaram a reboque do abrupto grito anterior e, se prestaram bem atenção no descompasso, são alvos de desconfiança, fazem parte do balaio genericamente chamado de crise de representação.
Vão precisar se reinventar. Por ora tentaram sem grande êxito imitar o inimitável, igualar-se ao inigualável.

COMENTÁRIO: Quando melhorar...

Por CELSO MING - O Estado de S.Paulo

Terça-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, garantia que, "em cinco ou seis meses, quando a economia melhorar", a presidente Dilma terá voltado a desfrutar do prestígio junto à população e do apoio político perdido nos últimos meses.
É uma afirmação que se baseia em pressupostos e condicionantes que convém examinar. Fica reconhecido que a perda de chão político sob os pés da presidente Dilma não se deveu a súbitas mudanças de estado de espírito de uma população temperamental, mas aos desarranjos da economia, que se espera agora seja consertada. Não é difícil de identificar os dois principais: a escalada da inflação e o crescimento econômico insatisfatório. Mas há outros: os rombos crescentes nas contas externas, uma indústria que sofre de atrofia nas pernas e, principalmente, a condução deficiente das contas públicas (política fiscal).
Esse reconhecimento implícito dentro do governo não deixa de ser novidade. Até agora, nossas autoridades não identificavam nenhum problema grave. A inflação, por exemplo, era coisa temporária, causada por fatores externos e de reversão garantida. Com alguma paciência, logo viria a convergência, mais ou menos espontânea, para a meta.
O diagnóstico oficial para o PIB fraco era da mesma ordem. A crise externa e a recessão dos países ricos haviam encurtado o mercado para o produto brasileiro, mas, logo depois da primeira curva, viria aí o "pibão grandão", de nada menos de 4,0% a 4,5% ao ano (algumas áreas do governo projetavam até 5,0%), que tiraria as diferenças. Afora isso, os números do pleno emprego e do consumo interno robusto passavam atestado de saúde da economia.
Não basta o reconhecimento do ministro, e do governo, de que alguma coisa desandou. É preciso entender por quê. E, outra vez, o governo não parece interessado no diagnóstico.
Parece óbvio que ela se deveu às aplicações experimentalistas de política macroeconômica adotadas pelo governo Dilma. Foi a tal Matriz de Política Econômica, que se baseou na derrubada dos juros sem fundamentação técnica suficiente (meta dos juros em substituição à meta de inflação), na adoção de uma política orçamentária flácida, em nome da necessidade de adotar critérios anticíclicos (mais despesa em tempos de produção mais baixa) e no incentivo ao consumo sem correspondência na capacidade de oferta da economia.
Isso significa que, para garantir a virada, não basta submeter a economia a alguns ajustes de circunstância e incentivar os puxadinhos de sempre. É preciso mais.
É um equívoco, por exemplo, afirmar que a política fiscal do governo Dilma seja um descalabro. Apesar dos problemas, não é. Ela é apenas insuficientemente rigorosa para assegurar os objetivos pretendidos. Por isso, também, é a mãe das distorções. Menos rigor na administração das contas públicas estufa o consumo, abre rombo nas contas externas e exige um esforço excessivo da política monetária (política de juros) para controlar a inflação.
Tudo isso também provoca deterioração da credibilidade do governo, retrai os investimentos e leva o consumidor a atitudes bem mais conservadoras na administração do seu orçamento doméstico. A redução do apoio à presidente Dilma é consequência de tudo isso.
Já foi dito algumas vezes nesta Coluna que dá, sim, para reverter a situação adversa para o governo. Mas não custa repetir. A melhor sugestão nesse sentido foi manifestada pelo ex-ministro Delfim Netto. Para ele, o choque de credibilidade que mudaria muita coisa depende de que o governo federal assuma o compromisso formal de perseguir e atingir, em três ou quatro anos, o déficit nominal zero na condução das contas públicas. Com isso, receitas e despesas (incluídas as dos juros da dívida) do governo se equilibrariam, a dívida cairia em relação ao PIB e os investimentos voltariam a fluir.
Como não há nada de novo na administração da economia - a não ser a atuação mais realista do Banco Central a partir de abril -, também não dá para contar com que, em apenas cinco ou seis meses, melhore o desempenho da economia, como quer o ministro Gilberto Carvalho.

COMENTÁRIO: O novo e o velho

Por MERVAL PEREIRA - OGLOBO.COM.BR

Pode-se dizer que no confronto entre o velho e o novo, entre o moderno e o arcaico, as mobilizações dos movimentos sociais perderam a hegemonia das ruas para as convocadas pelas redes sociais. De acordo com parâmetros anteriores às manifestações do mês passado, o Dia Nacional de Lutas convocado por entidades como a Força Sindical, a CUT, a UNE e o MST, com pauta centrada em questões trabalhistas - fim do fator previdenciário, críticas à terceirização, redução da jornada de trabalho -, até que poderia ser considerado exitoso.
Afinal, manifestantes interditaram diversas rodovias e bloquearam acessos aos portos de Santos, em São Paulo, Itaguaí, no Rio, e Suape, em Pernambuco. Avenidas foram fechadas pelos protestos, e a Via Dutra interditada nos dois sentidos. Em capitais como Belo Horizonte, Salvador, Vitória, Manaus e Porto Alegre, houve falta de ônibus nas ruas, e no Rio, embora o sistema de transporte tenha funcionado quase normalmente, bancos e lojas do centro da cidade fecharam as portas e a violência foi das maiores entre as capitais.
Diante das manifestações de junho, no entanto, o que houve ontem no país não teve peso político relevante, e essa diferença se acentuava mais quando se via claramente a tentativa de pegar carona nas manifestações espontâneas que, estas sim, mudaram a face do país.
Pedir uma vaga “democratização da mídia”, por exemplo, é simplesmente tentar levar para as ruas a reivindicação de pequenos grupos de pressão, apoiados por blogs e revistas chapas-brancas, como se fosse uma aspiração da nacionalidade.
A capacidade de mobilização das redes sociais mostrou-se muito maior do que a das centrais sindicais, e os que se queixavam da desorganização das manifestações anteriores, que não tinham carro de som para guiar os reivindicantes, devem ter visto ontem que não basta ter os equipamentos para mobilizar os cidadãos, que foram às ruas em muito maior número para defender os interesses da sociedade, e não a agenda deste ou daquele partido político.
Melhores serviços públicos, mais educação e mais saúde, são temas universais que unem os que querem aumentar o grau de cidadania no país. As questões trabalhistas que motivaram o Dia Nacional de Lutas são de interesse restrito a corporações de trabalhadores que legitimamente usam seus representantes sindicais para defender suas causas, mas não representam os interesses da maioria da população.
Somem-se a isso as divergências políticas entre as centrais sindicais, e teremos razões de sobra para entender o relativo fracasso das manifestações de ontem pelo país. A Força Sindical queria colocar a presidente Dilma na roda das manifestações, mas a CUT não queria.
Houve manifestações isoladas da central comandada pelo deputado federal Paulo Pereira, o Paulinho da Força contra a presidente, e o pedido de demissão do ministro da Fazenda Guido Mantega, e ficou no ar a ameaça de convocação de uma greve geral. Mas ele está na oposição ao governo, depois de ter sido um fiel aliado, e suas movimentações têm objetivos eleitorais claros, o que retira delas a credibilidade.
Os partidos políticos ficaram mais uma vez fora das manifestações, desta por que as centrais sindicais não quiseram misturar as estações com entidades tão rejeitadas pela opinião pública. Mas não dá para esconder de uma hora para outra que as centrais sindicais são aliadas de partidos, como a CUT é do PT, a Força Sindical tem ligações com o PDT e está querendo criar seu próprio partido.
Quem tentou tirar partido da fragilidade do Congresso foi o ministro Aloísio Mercadante, promovido a principal interlocutor político do Palácio do Planalto. A entrevista à Folha em que ele ameaça o Congresso com uma vingança dos eleitores nas urnas em 2014 se não ouvirem as vozes das ruas, como se as manifestações nada tivessem a ver com a presidente Dilma e o governo do qual se tornou porta-voz, certamente dificultará ainda mais a relação entre a base aliada e o governo.

POLÍTICA: Racha entre aliados ameaça pacote de Dilma contra crise

Da FOLHA.COM
DE BRASÍLIA

A divisão na base de apoio do governo no Congresso, a percepção de que aliados são "atropelados" pelo Executivo e as críticas crescentes à articulação política do Planalto viraram ameaça às cinco prioridades de Dilma Rousseff anunciadas em resposta às manifestações de rua.
A presidente já viu governistas barrarem dois dos "cinco pactos em favor do Brasil" divulgados no mês passado: o plebiscito sobre a reforma política com efeito nas eleições de 2014 e a destinação de 100% dos royalties de petróleo para educação.
No caso do plebiscito, o PT ficou solitário na defesa da ideia. O PMDB da Câmara, principal partido do bloco do governo, considerou a proposta um equívoco.
Outra medida que dependerá do Congresso e corre risco de ser alterada é o programa Mais Médicos, que prevê a importação de profissionais. Dilma também pediu responsabilidade fiscal, mas vários projetos com impacto nas contas públicas tramitam no Congresso.
A fragilidade na articulação política foi reconhecida em entrevista à Folha pelo ministro Aloizio Mercadante (Educação). Ele defendeu mudanças, como mais participação dos ministros em reuniões no Congresso.
O desgaste na bancada governista ficou evidenciado na Câmara nesta quarta-feira (10) na discussão do projeto que destina recursos das receitas de petróleo para educação e saúde.
Originalmente, o Executivo enviou ao Congresso proposta de 100% dos royalties para educação. Os deputados mudaram o texto e fixaram em 75% para educação e 25% para saúde. O Planalto insistiu nos 100%, sem sucesso.
Há também divergência em relação à origem do dinheiro, se do capital ou do rendimento do Fundo Social -espécie de poupança da exploração do petróleo para a educação. A base defende a primeira tese e o governo, a segunda.
Ao prever a derrota do texto defendido pelo Planalto, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), usou a tribuna e ameaçou aliados. Citou até a distribuição de cargos entre PSD, PSB e PDT.
REDIMENSIONAMENTO
O petista chegou a defender reforma no tamanho da base. "Quero discutir quem é base, quem tem cargos no governo, quero discutir isso com toda nitidez política."
Atualmente compõem a base governista dez principais partidos (PT, PMDB, PSD, PR, PP, PSB, PDT, PTB, PSC, PC do B) e mais de 400 deputados.
Nesta quinta-feira (11), Guimarães reforçou que é preciso repaginar a base aliada. "Algumas cordas quebraram. Temos que trocar as cordas, recompor com outras, para ver se a gente acerta o passo."
Líderes afirmam que a queda de popularidade da presidente ampliou a resistência às propostas. "Parece que o governo tem uma base alugada e não uma base que pensa, que tenta melhorar o país. Aliado não tem que dizer amém em tudo", disse Beto Albuquerque (PSB-RS).
Peemedebistas não descartam lançar mão da derrubada de vetos com potencial de estrago nas contas públicas para pressionar o governo. Nesta quinta, o Congresso aprovou novo sistema de votação para os novos vetos, mas os antigos continuam na fila. "Esses vetos não morreram, estão apenas na CTI. De repente, ganham balão de oxigênio e sobrevivem", disse o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).
O racha na base ameaça ainda o recesso parlamentar, que começaria dia 18. Governistas não querem votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) como retaliação a pleitos não atendidos pelo Planalto.
"Tentei votar, mas a falta de acordo que não têm relação nenhuma com a Comissão de Orçamento vai impedir que o Congresso entre em recesso", afirmou o senador Lobão Filho (PMDB-MA), presidente da comissão. (MÁRCIO FALCÃO E GABRIELA GUERREIRO)


Editoria de Arte/Folhapress

ECONOMIA: Com mudança contábil, Petrobrás eleva lucro e pode reforçar caixa do governo

Do ESTADAO.COM.BR
SABRINA VALLE, MARIANA DURÃO / RIO, ANDRÉ MAGNABOSCO / SÃO PAULO - O Estado de S.Paulo

Estatal tira do balanço do segundo trimestre os efeitos da variação do dólar, o que pode elevar os resultados em cerca de R$ 7 bilhões e aumentar a distribuição de dividendos, incluindo os da União, principal acionista da empresa
Uma mudança promovida pela Petrobrás na forma de contabilizar sua dívida exposta à variação cambial deve permitir à estatal melhorar o resultado do segundo trimestre em cerca de R$ 7 bilhões, reduzir sua exposição ao câmbio em cerca de R$ 70 bilhões e aumentar seu lucro. No fim, isso deve significar uma elevação do pagamento de dividendos aos acionistas, sendo o principal deles a União.
Para analistas, o novo cálculo inclui a empresa na "contabilidade criativa" do governo no esforço de atingir a meta fiscal.
Gustavo Gattass, do BTG Pactual, disse que a medida o fez elevar a estimativa do resultado da companhia no segundo trimestre. Mas disse acreditar que, no médio prazo, o efeito pode ser negativo. "Vejo esta movimentação como negativa, com uma ainda mais negativa conclusão por trás dela. Triste, porque o momento não é adequado", disse, defendendo mais transparência na empresa.
As novas regras permitirão à Petrobrás registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial na dívida. A parcela exposta ao câmbio, cerca de US$ 50 bilhões no fim de março, subiu em reais na mesma proporção em que se valorizou a moeda estrangeira.
No último trimestre, a alta de 10% do dólar representou, portanto, um prejuízo contábil de R$ 10 bilhões (US$ 5 bilhões). Procurada, a Petrobrás informou que não falaria sobre o assunto.
A manobra contábil é legal e não é inédita. Grandes empresas, como Usiminas e BRF, também adotam o modelo. Mas a decisão da Petrobrás ganha maior repercussão por ocorrer em um momento de forte valorização do dólar. No segundo trimestre de 2012, quando o dólar se valorizou 10,93%, a Petrobrás registrou prejuízo de R$ 1,346 bilhão, o primeiro resultado trimestral negativo desde a maxidesvalorização do real, em 1999.
Com a perspectiva de um balanço melhor, as ações ordinárias (ON) da companhia, que pagam dividendos ao governo, subiram ontem 7,25%, a maior alta do Ibovespa. Mas, para analistas, o movimento seria especulativo, não teria trazido novos acionistas para a empresa, e pode inverter posição no médio prazo. A adoção da contabilidade de hedge reduz a volatilidade das ações no curto prazo, mas é insuficiente para alterar a visão do investidor de longo prazo sobre a companhia.
"O que a gente espera hoje para ficar mais positivo com a Petrobrás não é uma mudança de contabilidade, mas de resultado", diz Will Landers, gestor na América Latina de fundos da BlackRock, uma das maiores gestoras de investimentos do mundo. Para ele, a mudança depende do que a presidente da estatal, Graça Foster, conseguirá entregar em termos operacionais. A BlackRock mantém, nos fundos geridos pelo executivo, a classificação da Petrobrás como "underweight" - abaixo da performance do índice de mercados emergentes da América Latina.
Landers prefere não classificar a alteração contábil da Petrobrás de "criativa", por considerar que ela está em linha com os padrões de contabilidade internacional. "Mas, sem dúvida, (a mudança) vai ajudar na meta do governo de arrecadar mais divisas por meio de dividendos altos", disse. Procurado, o Ministério da Fazenda informou que não faria comentários sobre a mudança, pois se trata de uma decisão empresarial.
A equipe de analistas do BES Securities também acredita que a utilização de uma prática contábil que permite a redução de impactos por variações cambiais vai melhorar "artificialmente" os resultados da Petrobrás no segundo trimestre. Com ela, a despesa financeira excepcional ocasionada pela valorização do dólar, que seria de R$ 10 bilhões no período, deve cair para R$ 3 bilhões, estima a instituição.
"Vemos esta mudança contábil como negativa, uma vez que vai melhorar artificialmente os resultados do segundo trimestre, embora ela seja uma alteração permitida", destacou o banco O cálculo dos analistas é baseado na variação de aproximadamente 10% do dólar ao longo do segundo trimestre. Como a Petrobrás possui uma exposição líquida ao dólar estimada em R$ 100 bilhões, o impacto da variação cambial seria de R$ 10 bilhões.

CORRUPÇÃO?: Compulsória

Do MIGALHAS

O TRF da 1ª região aposentou compulsoriamente o juiz Federal Moacir Ferreira Ramos, da 17ª vara da Seção Judiciária do DF, no processo disciplinar (4.821/11) sobre contratos fictícios entre a Associação dos Juízes Federais da 1ª Região, entidade que presidiu, e a Fundação Habitacional do Exército. Ato 854 da presidência, de 3 de julho de 2013, foi publicado no último dia 5 no DOU.

POLÍTICA: Domésticos

Do MIGALHAS

Senado aprova o PL 224/13, que regulamenta os direitos e deveres do empregado doméstico. O texto segue para Câmara. (Clique aqui)

MANIFESTAÇÕES: 'Manifestantes' ganham até R$ 70 para ir a ato sindical na Paulista

Da FOLHA.COM
PAULO GAMA / RICARDO GALLO / FLÁVIO FERREIRA, DE SÃO PAULO
Numa rua atrás do Masp, um grupo de 80 pessoas com camisetas da UGT (União Geral dos Trabalhadores) espera em fila a vez de preencher um papel. Trata-se do recibo de que ganharão R$ 70 por terem participado, vestidos como militantes, do ato de ontem na avenida Paulista.
A Folha presenciou a entrega do recibo, que se deu por volta das 15h, quando a manifestação acabou.
Mulheres de 30 e 40 anos e rapazes com aparência de pós-adolescentes entregavam uma pulseira numerada que usaram na manifestação a um homem de agasalho, que perguntava o nome da pessoa, preenchia o recibo e o entregava aos presentes.
No documento, consta que o pagamento é uma ajuda de custo para alimentação e transporte. Na parte de cima do papel, há impressa a data e o nome da manifestação: "11 de julho - Dia de Luta".
Em duas ocasiões, pessoas que organizam o grupo abordaram a reportagem e pediram para que deixasse o local.
Na fila, as pessoas confirmaram que não tinham relação com sindicatos filiados à UGT e que foram ao ato apenas para receber os R$ 70. Com medo de represálias, não quiseram dar o nome.
A UGT é presidida por Ricardo Patah, sindicalista filiado ao PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab. Ele negou que a central tenha pago manifestantes.
Flavio Machado Ferreira/Folhapress
Manifestantes do Black Bloc picham muro na região da Berrini
QUAL SINDICATO?
A UGT não foi a única central a ter pessoas que receberam dinheiro. A Folha falou com um rapaz e uma mulher com camisa da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros):
Folha - A que sindicato você pertence?
Rapaz - Ixi... Qual o nosso sindicato mesmo [pergunta para a mulher ao lado]?
Mulher - Este aqui, olha: CSB [e aponta para a camisa que vestia].
Folha - Mas o CSB é uma central sindical. Qual o sindicato específico?
Mulher - O dos trabalhadores... [Não existe um sindicato que represente genericamente "trabalhadores".]
Depois, ela declarou que foi à Paulista por R$ 50.
Em seu site, o CSB elenca como afiliados, por exemplo, o sindicato dos trabalhadores de processamento de dados do Estado, entre outros.
O dirigente da entidade presente à passeata negou pagamento aos militantes.
Tanto os manifestantes da UGT quanto os da CSB ficavam, com bandeiras e balões, diante do caminhão em que foram feitos os discursos.
Ao final do ato, militantes de outras centrais sindicais rumaram para a Consolação. Instados a continuar por pessoas com bandeira do PCO (Partido da Causa Operária) - de ideologia comunista trotskista--, os militantes da CSB e da UGT se recusaram: queriam ir embora.

DIREITO: Juíza nega liminar para bloquear bens de Eike Batista

Da CONJUR

A Justiça do Rio de Janeiro negou nesta quinta-feira (11/7) liminar para bloquear os bens do Grupo EBX e de seu dono, o empresário Eike Batista, conforme havia sido pedido por Márcio de Melo Lobo, acionista minoritário da OGX, a companhia petroleira do grupo. De acordo com decisão liminar da juíza Maria Isabel Paes Gonçalves, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, as informações apresentadas pelo acionista “não se mostram suficientes para embasar a concessão de medida de indisponibilidade de bens da sociedade”.
O pedido foi protocolado na quarta-feira (10/7) sob a alegação de que a situação financeira da OGX e de Eike Batista é comprometedora e coloca em risco o patrimônio dos acionistas. O acionista, representado pelo advogado Jorge Joaquim Lobo, alega que a companhia, e consequentemente o Grupo EBX, passa por uma crise financeira e por isso os donos de papéis correm risco de ser afetados em seu patrimônio.
A OGX vê suas ações desabarem desde abril, quando anunciou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão em 2012. A perda foi 130% maior do que o prejuízo de R$ 508 milhões apurado em 2011. Depois disso, em junho, a companhia anunciou a inviabilidade comercial de quatro dos campos de petróleo que explorava na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
O quadro fez com que a petroleira contraísse dívidas. Com os bancos, o montante chega a R$ 7,9 bilhões, distribuído entre 11 instituições financeiras. Com a OSX, a companhia de construção naval do EBX, o débito é de US$ 449 milhões, por ter cancelado a encomenda de plataformas de exploração. Eike Batista e suas empresas são defendidos pelo advogado Sérgio Bermudes.
Parte do pedido de Márcio Lobo é que a empresa se abstenha de pagar dívidas sem autorização judicial, para que os débitos não sejam pagos às custas dos acionistas. Para comprovar a situação em que se encontra a OGX, Lobo, que detém 84 mil papéis, anexou notícias de diversos jornais e revistas dando conta da crise por que passam as empresas de Eike Batista, conhecidas como Grupo X. A OGX é uma delas. No início do mês, as ações sofreram queda de 30% na BM&F Bovespa, a bolsa de valores de São Paulo, e passaram a valer R$ 0,53. Fecharam esta quinta-feira (11/7) avaliadas em R$ 0,63.
Só que a juíza Maria Isabel Gonçalves preferiu não intervir na empresa em caráter liminar, como queria Márcio Lobo. Ela afirma, na liminar desta quinta, que a antecipação de tutela, neste momento, caracterizaria “verdadeira intervenção do Judiciário na atividade empresarial” da OGX. “No momento convenci-me de que a indisponibilidade dos bens da sociedade não se mostra adequada, vez que poderá gerar mais problemas do que solução”, escreveu.
0236942-88.2013.8.19.0001
Leia abaixo a decisão liminar:
COMARCA DA CAPITAL JUÍZO DE DIREITO DA QUINTA VARA EMPRESARIAL Proc. nº: 0236942-88.2013.8.19.0001 Requerente: Marcio de Melo Lobo Requeridos: OGX-Petróleo e Gás Participações S/A e Eike Fuhrken Batista D E C I S Ã O Vistos, etc. Trata-se de liminar requerida em medida cautelar inominada entre as partes acima nomeadas e qualificadas nos autos, de natureza preparatória de ação ordinária de ressarcimento de danos e prejuízos. O requerente postula o deferimento de liminar para: a) vedar a prática de atos de disposição e oneração de bens e direitos da OGX, em especial de contratos de concessão para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás, tornando-os indisponíveis, salvo decisão liberatória do juízo; b) vedar pagamentos, sob qualquer forma, de dívidas contraídas pela OGX com a EBX ou com qualquer empresa do Grupo EBX, sem prévia e expressa autorização judicial; c) ordenar o depósito de bens e direitos da OGX e de Eike Batista, após elaborada, completa e minuciosa relação e assinado o auto de arrolamento e depósito; d) a nomeação de fiel depositário na pessoa de Eike Batista, determinando que assine o respectivo termo e assuma o encargo, sob as penas da lei, inclusive responder civil e criminalmente pelas consequências da ineficácia de eventual alienação ou oneração dos bens arrolados ou pagamentos pela OGX a companhias do ´Grupo EBX´, sem prévia e expressa autorização judicial; e) a intimação dos representantes legais da OGX, para que tomem ciência de que, enquanto perdurar a medida liminar, só poderão praticar atos de gestão ordinária, salvo pagamentos as empresas do ´Grupo EBX´, sem prévia e expressa autorização judicial. Alega o requerente ser detentor de 84.000 ações ordinárias nominativas da empresa OGX, primeira requerida, que, segundo noticiado nos meios de comunicação, encontra-se em situação ´dramática´, o que provaria, de forma inequívoca, o atual, concreto e fundado receio e o risco iminente, objetivo, grave e de difícil reparação de alienação dos bens e direitos que compõem o ativo da OGX em prejuízo do patrimônio de acionistas minoritários e terceiros (bancos públicos e privados, fundos de pensão e fundos de ações, portadores de bônus de subscrição e demais credores, entre eles o fisco e empregados e prestadores de serviços). Sustenta a presença do fumus boni iuris, a partir da sua indiscutível condição de titular do domínio das ações mencionadas, do seu interesse de agir na defesa de direitos próprios e individuais como acionista, e, afirma a presença do periculum in mora, decorrente dos fatos ´espantosos´ (aqui valendo-se de expressão da jornalista Míriam Leitão) objeto de recentes notícias veiculadas no mercado de ações, informando a não concretização de projeções anteriormente divulgadas pelo segundo requerido, Eike Batista, concernentes a futuros resultados da empresa OGX, que teriam sido responsáveis pela enorme valorização dos títulos no mercado mobiliário. Afirma que os meios de comunicação noticiam sobre a inequívoca crise econômico-financeira da OGX e do ´Grupo EBX´, que teriam rebaixado a nota da OGX para classificá-la como de alto risco, com elevada possibilidade de não pagamento das dívidas e de provável calote nos credores. Com a inicial vieram aos autos os documentos de fls. 20/90, consistentes em atas de AGE's e estatuto consolidado da OGX (fls. 20/60), noticiários de imprensa escrita e páginas da internet (fls. 62/80) sobre a situação da primeira requerida e comunicação de fato relevante feita pela OGX a CVM-Comissão de Valores Mobiliários acompanhado de esclarecimentos prestados pela empresa à CVM, em resposta às indagações formuladas pela autarquia (fls. 82/87). Às fls. 94/95 aditamento à inicial, aduzindo o requerente que noticiário do ESTADÃO informa que a ´BOLHA DA OGX FOI INFLADA POR 55 ANÚNCIOS DE DESCOBERTAS DE PETRÓLEO´, o que comprovaria a possibilidade jurídica dos pedidos, a legitimidade ativa e o interesse de agir. Acresce que conforme noticiado pela VEJA a ´CVM apura mais de 15 casos envolvendo empresas de Eike´ e, em especial se eram corretos os comunicados ao mercado com informações sobre a OGX. E que em hipótese semelhante o juízo de 5ª Vara Federal de São Paulo decretou a indisponibilidade de bens em ação cautelar preparatória de ação civil pública. Relatados, decido. Versa a lide sobre providência liminar em face de pessoa jurídica (OGX) e um dos seus administradores, objetivando a indisponibilidade de bens. Relativamente a empresa OGX, o requerente afirma, com fundamento em noticiário jornalístico, a existência de crise econômico-financeira que vem provocando a desvalorização das ações. Crise essa que estaria fundada na não concretização de projeções realizadas e divulgadas ao mercado pelo segundo requerido, Eike, provocando resultados negativos que impactariam sobremaneira ou de forma avassaladora os interesses de credores da empresa, dentre eles os acionistas. Do exame das matérias jornalísticas colacionadas aos autos tem-se que, efetivamente, a situação econômico-financeira da primeira requerida, OGX, mostra-se difícil e impõe a adoção de medidas pelos administradores no interesse da atividade empresarial, com vistas a superar as dificuldades existentes. Somado ao noticiário jornalístico, tem-se o resultado negativo do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2012, conforme constante da AGO de 29 de abril de 2013 (fls. 53/60) que aprovou as contas dos administradores, as demonstrações financeiras e o relatório dos auditores independentes e, ainda, o fato relevante divulgado pela sociedade em 01/07/2013 e informado à Comissão de Valores Mobiliários, dando conta da Suspensão do Desenvolvimento dos Campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia e a Adequação do Afretamento de Unidades de Produção (fls. 82/84), com os esclarecimentos adicionais de fls.85/87, em razão de pedido de esclarecimentos da CVM. Todavia, os elementos de informações acima não se mostram suficientes para embasar a concessão de medida de indisponibilidade de bens da sociedade que, a par da natureza gravosa, nos termos em que pleiteada resultaria em verdadeira intervenção do judiciário na atividade empresarial desenvolvida pela requerida, OGX. O que nesse momento não se mostra adequado. No caso em exame, a natureza da medida postulada e suas consequências, impõem mais do que indícios superficiais, - que em regra são perquiridos em providências cautelares -, mas o convencimento de que a providência gravosa se justifica e se mostra como solução mais adequada ao problema. O que, todavia, não se constata. Ademais, as atividades da sociedade estão sendo acompanhadas por seus acionistas em particular e pelo mercado de forma geral. Contando, ainda, com a fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários que, por certo, adotará as medidas que entenda necessárias, à luz dos elementos técnicos e de informação imprescindíveis a perfeita compreensão e apuração dos fatos. O que verdadeiramente se impõe. Daí que, no momento convenci-me de que a indisponibilidade dos bens da sociedade não se mostra adequada, vez que poderá gerar mais problemas do que solução. No que concerne ao segundo requerido, Eike Batista, não vislumbro a imputação de conduta na condição de administrador da primeira requerida, OGX, que justifique a indisponibilidade dos seus bens. Sendo certo, em linhas gerais, que o administrador responde pessoalmente pelos resultados negativos da empresa administrada aos quais der causa. E, do exame perfunctório dos fatos não se extrai a presença dos pressupostos autorizadores à concessão da medida postulada. Por fim, registro que na medida liminar concedida pela Justiça Federal em São Paulo, citada pelo requerente como situação análoga e acostada por cópia às fls. 103/111, proposta pelo Ministério Público Federal e pela Comissão de Valores Mobiliários-CVM, constata-se que a providência cautelar ´resultou de fatos apurados no âmbito de fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários, os quais teriam apontado para a existência de fraudes em condutas dos requeridos...´, conforme assinalado pelo magistrado na decisão (fls. 108), diferentemente dos autos em exame. Ante o exposto, INDEFIRO a liminar requerida. P-se, i-se e citem-se. Rio de Janeiro, 11 de julho de 2013. Maria Isabel P. Gonçalves Juíza de Direito em exercício
Pedro Canário é repórter da revista Consultor Jurídico.

MANIFESTAÇÕES: Mais de 30 detidos após confusão em frente ao Palácio Guanabara

De OGLOBO.COM.BR
LETÍCIA FERNANDES 

Mais cedo, mascarados jogaram rojão na sede do governo estadual. PM reagiu usando gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Fumaça invadiu residências e casa de saúde
Ato começou pacífico por volta das 18h30min
Em nota, governador condenou atos de vandalismo
Quase 30 detidos após confronto em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras - Marcelo Piu / Agência O Globo
RIO - Após um início pacífico, com poucos manifestantes gritando palavras de ordem, o protesto realizado na Rua Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara, ganhou contornos de vandalismo, na noite desta quinta-feira, com lançamento de rojão em direção ao prédio que abriga a sede do governo estadual e pessoas ateando fogo em sacos de lixo em ruas como Marquês de Pinedo e Presidente Carlos de Campos, em Laranjeiras. PMs reagiram usando gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Placas e outros equipamentos públicos foram quebrados na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo. Houve conflitos na Praça São Salvador.
Por volta das 22h, a polícia voltou a fechar a Rua Pinheiro Machado nos dois sentidos, na altura do palácio. A via foi reaberta cerca de meia hora depois. Para tentar dispersar manifestantes, policiais jogaram jatos de água e atiraram balas de borracha contra a multidão. Quem tentou se abrigar na Casa de Saúde Pinheiro Machado, que fica na rua, foi obrigado a subir para o segundo andar do prédio, pois o cheiro do gás invadiu o primeiro andar. O local teve ainda vidraças quebradas pelas balas disparadas pela PM. Algumas pessoas passaram mal.
Morador do terceiro andar de um prédio da Rua Esteves Júnior, próximo à Praça São Salvador, o jornalista Carlos Macedo foi surpreendido com o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo, que atingiu a cozinha de seu apartamento. Ele e a família estão abrigados num dos cômodos da residência, para se protegerem.
- A gente ouviu o barulho de um choque na janela e uma fumaceira tomou conta do ambiente. Como o cara conseguiu acertar a nossa janela é que é um mistério. Todo mundo estava correndo no chão. Descobrimos que a bomba está na cozinha mas ainda não pude ir lá. É por isso que a gente entende porque tanta gente morre de bala perdida - lamentou Macedo, acrescentando que todos em casa estão com os olhos irritados. - A gente tentou fotografar e se ferrou completamente. Agora estamos ilhados no único cômodo suportável.
O ato chegou a reunir cerca de mil pessoas e, segundo moradores da região, policiais do Batalhão de Choque atuam no entorno do palácio. A área foi cercada por aproximadamente 240 PMs, de três batalhões.
O rojão que atingiu o palácio foi lançado por volta das 19h40m e, naquele momento, não houve reação da PM. No entanto, manifestantes que estavam com os rostos cobertos teriam jogado pedras nos militares, que usaram gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter baderneiros. Segundo representantes da OAB que acompanharam o protesto no local, dez pessoas foram detidas e levadas para a 9ª DP (Catete). Três deles foram autuadas no artigo 262, 'expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento'. Todos foram liberados após o pagamento de fiança. Na 12ª DP (Copacabana), uma advogada foi autuada por desacato. Ela também foi liberada. Por volta das 23h, outras 22 pessoas foram detidas na Praça São Salvador.
Em nota, o governador Sérgio Cabral afirmou que atos de vandalismo não serão tolerados no estado: "Grupos que vão para as ruas com o objetivo claro de gerar o pânico e destruir o patrimônio público e privado tentam se aproveitar das recentes manifestações legítimas de milhares de jovens desejosos de participar e aperfeiçoar a democracia conquistada com muita luta pelo povo brasileiro".
Pelas redes sociais, moradores da região do Palácio Guanabara relatam confrontos entre manifestantes e policiais. Uma pizzaria na Marques de Abrantes teria sido atingida por gás lacrimogênio, o que provocou correria entre os clientes. Já na Senador Vergueiro, testemunhas contam que caçambas de lixo foram viradas e a placa com o nome da rua foi quebrada. Alguns carros também tiveram os vidros quebrados. Há relatos ainda de tiros e bombas na altura da Praia de Botafogo.
O leitor Rafael Carneiro viu quando um grupo de cerca de 20 homens, alguns deles mascarados, promoveram atos de vandalismo, ateando fogo em lixeiras, na Senador Vergueiro:
- Os mascarados pegaram as latas de lixo e jogaram no meio da rua, depois atearam fogo. Eu nunca tinha visto nada disso por aqui. Havia muito barulho de fogos. Foi muito chocante. A tropa do Choque veio logo atrás - afirmou.
Um homem que estava no meio da multidão e, segundo manifestantes, seria um infiltrado da PM, foi perseguido por participantes do ato, que jogaram galhos de árvore contra ele. O cordão da polícia se abriu para que o homem entrasse no Palácio Guanabara.
A fumaça do gás lacrimogêneo atingiu apartamentos de prédios da Pinheiro Machado e a Casa de Saúde Pinheiro Machado, onde várias pessoas procuraram abrigo. Algumas passaram mal por causa do forte cheiro.
- Isso é desumano, eu demorei duas horas pra chegar aqui, caí­ no chão, fui pisoteada - disse uma enfermeira da clínica, chorando.
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ECONOMIA: Bancos renegociam quase R$ 1,5 bi da dívida de curto prazo de Eike

Da FOLHA.COM
RAQUEL LANDIM / TONI SCIARRETTA, DE SÃO PAULO

Itaú e Bradesco, os dois maiores bancos privados, renegociaram quase R$ 1,5 bilhão da dívida de curto prazo do grupo de Eike Batista.
Os bancos aguardam que o empresário venda fatias de suas empresas para pagar os credores e querem evitar assumir perdas com o grupo, comprometendo lucro e capacidade de emprestar.
Itaú e Bradesco concordaram em estender o prazo da dívida apesar da queda no preço das ações e da dificuldade de obter garantias reais -imóveis, equipamentos, contas a receber- que os protejam em caso de calote.
As negociações para a troca de garantias foram intensas desde junho, quando venciam R$ 804 milhões do estaleiro OSX e da MPX.
As garantias reais do grupo podem não ser suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo, a Folha apurou. Até março de 2014, o OGX tem mais R$ 6,4 bilhões vencendo. Ao todo, as dívidas somam R$ 23 bilhões.
Editoria de Arte/Folhapress 
O Itaú BBA aceitou reescalonar o pagamento de R$ 515,5 milhões da OSX, que venceram em junho. Segundo a empresa, parte desse montante foi pago e o restante teve o prazo estendido. A empresa afirma que não tem nenhuma parcela em aberto.
A LLX, dona do porto do Açu (RJ), renegociou R$ 589 milhões com o Bradesco, que venceram em abril. A empresa afirma que os juros ficaram iguais, mas não revela se houve mudança nas garantias.
Considerada mais saudável, a MPX rolou R$ 289 milhões com o Itaú BBA, que venceram em junho. A MPX está fora do grupo X e é controlada pela E.ON, que pagaram R$ 1,5 bilhão por 24,5% das ações de Eike. Todas as dívidas da MPX que venciam até julho tiveram prazo estendido para dezembro.
Os bancos deram mais tempo ao empresário na expectativa de que ele venda o restante das ações da MPX e também uma fatia (ou o controle) da mineradora MMX.
A Glencore e a Trafigura, empresas de commodities, avaliam comprar o porto do Sudeste, da MMX.
No BNDES, a dívida com vencimento mais próximo é da OSX. O estaleiro terá de pagar R$ 491 milhões em agosto. A LLX diz que está em "negociações avançadas" com o banco para rolar R$ 510 milhões que vencem em setembro. O BNDES não comenta.
O banco estatal aprovou R$ 10,4 bilhões em empréstimos ao grupo X, mas nem todo o valor foi liberado.
Excluindo a parte que não foi desembolsada e os empréstimos para a MPX, que agora pertence aos alemães, o saldo é de R$ 2 bilhões, conforme apurou a Folha.
No governo federal, a avaliação é que um eventual calote do grupo traria um prejuízo inferior a R$ 2 bilhões porque 75% desses empréstimos têm fiança bancária.
Hoje, não interessa a nenhum banco utilizar essas fianças nem impelir partes do grupo a buscarem recuperação judicial. As garantias podem ser requisitadas pela Justiça para pagar funcionários antes dos bancos. Itaú e Bradesco não comentaram.

ECONOMIA: Economia brasileira tem maior retração desde dezembro de 2008, aponta Banco Central

De OGLOBO.COM.BR
GABRIELA VALENTE

Fraco desempenho do comércio e queda na produção industrial encolheram a economia brasileira em 1,4% no mês de maio, revelam cálculos do BC
BRASÍLIA - Com o fraco desempenho do comércio e a queda na produção industrial, a economia brasileira encolheu 1,4% em maio, segundo os cálculos do Banco Central. É o maior recuo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) já visto desde dezembro de 2008, quando o mundo estava mergulhado no momento mais grave da crise financeira mundial. O recuo em maio é pior do que os analistas esperavam. As contas feitas pela autoridade monetária e divulgadas nesta sexta-feira já descontam todos os efeitos sazonais de um mês para o outro.
Nos últimos 12 meses, o chamado “PIB do BC” mostra que o Brasil acumula um crescimento de 1,89%. Mesmo com o resultado adverso em maio, o número aumentou em relação ao dado do período até abril, quando a expansão da atividade econômica crescia a uma taxa de 1,63%, conta revisada pela autarquia.
A expectativa do governo é crescer algo em torno de 3% neste ano. No entanto, o Banco Central espera uma taxa de 2,7%. Está mais próxima às estimativas feitas pelos analistas do mercado financeiro, que apostam em crescimento de 2,34%.
Em abril, o crescimento de 0,84% - que surpreendeu os analistas positivamente – foi recalculado e chegou a 0,96%. No entanto, os economistas já avisavam que o mês deveria encerrar um período melhor da atividade econômica. De lá até agora, as previsões pioraram. A perspectiva é que as manifestações em junho deverão ter impacto no crescimento do país porque vários comércios foram fechados nos protestos.
Resultado pior que o esperado
Analistas consultados pela Reuters esperavam queda mensal de 0,90% em maio, de acordo com a mediana de 17 projeções. As estimativas variaram de quedas de 1,60% a 0,30%. Para balizar a condução da política de juros no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) criou o indicador que não é tão complexo quanto o Produto Interno Bruto calculado pelo IBGE. Por isso, não pode ser considerado uma prévia, mas apenas uma indicação do dado do instituto que é muito mais sofisticado. Por isso, foi apelidado de “PIB do BC”.
O número leva em consideração o desempenho da agropecuária, a indústria de transformação, extrativa, da construção civil e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, esgoto e limpeza urbana. Quando começou a ser divulgado, o índice dava resultados muito próximos ao dado oficial. Desde o ano passado, houve um descolamento encarado com naturalidade dentro do Banco Central pelas diferenças metodológicas.
Para 2013, o governo trabalha com a hipótese do crescimento da economia brasileira ficar abaixo de 3%. A projeção da equipe econômica é considerada otimista demais pelos economistas do mercado financeiro. Segundo a pesquisa que o Banco Central faz com os analistas das principais instituições financeiras do país, a previsão para a expansão da economia brasileira despenca há um mês. Os sucessivos rebaixamentos da expectativa são reflexo de expectativas piores: mais juros e inflação alta.
(Com Agências Internacionais)

DIREITO: STF - Deputado aponta competência do STF em investigação de crime eleitoral

O deputado federal Rubens Bueno (PPS/PR) propôs uma Reclamação (RCL 15912), com pedido de liminar, contra ato do juiz da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba (PR), que determinou o aprofundamento de investigações para apurar a suposta prática do delito de falsidade ideológica para fins eleitorais (que indicaria a existência de caixa 2) na campanha eleitoral de sua filha Renata Bueno, eleita vereadora na capital paraense em 2008. Segundo o deputado, o pedido de renovação de toda a prova testemunhal, feito pelo Ministério Público Eleitoral e deferido pelo juiz, tem a finalidade de apurar se ele estaria envolvido nos fatos, em clara violação à sua prerrogativa constitucional de ser processado e julgado perante o STF. O parlamentar pede a imediata remessa do inquérito ao Supremo, órgão competente para a investigação de crimes envolvendo membros do Congresso Nacional, conforme a Constituição Federal (artigo 102, inciso I, alínea “b”).
Segundo os autos, o Ministério Público Eleitoral de primeira instância, em especial o Juízo da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba (PR), determinou o redirecionamento da investigação à busca de elementos sobre a participação do deputado, em tese, nos fatos narrados. “É inegável que no caso concreto o inquérito policial, após a manifestação do promotor eleitoral, passou a tramitar de forma absolutamente ilegal, eis que apenas o procurador-geral da República perante o STF poderia determinar a investigação de deputado federal”, alega Bueno.
A matéria objeto da Reclamação, conforme a defesa do deputado, “não suscita qualquer dúvida, é pacífica”. Isso porque, os advogados afirmam que, em casos semelhantes, os ministros do STF têm determinado, em sede de reclamação, a suspensão da investigação que deve tramitar perante o Supremo.
Eles acrescentaram que a competência da Corte para conhecer da matéria não se restringe ao momento de oferecimento da denúncia contra membro do Congresso Nacional, mas ocorre desde a fase preliminar de investigação. “O Supremo tem sido inflexível com a preservação de sua competência, impedindo até mesmo que a primeira instância determine o desmembramento das investigações, decisão que também cabe exclusivamente à Corte”, completou.
Assim, a defesa sustenta ser indiscutível o cabimento da reclamação constitucional para a preservação da competência material do Supremo Tribunal Federal, que teria sido usurpada pelo Ministério Público Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba, ao manter sob sua jurisdição investigação contra o deputado, determinando uma série de diligências que buscam investigar a participação de deputado em fatos tidos como delituosos.
O ministro Marco Aurélio é o relator da Reclamação.

DIREITO: STJ - Previdência privada não pode fazer discriminação entre segurados do mesmo plano

Não é possível, em plano de previdência privada, a instituição de abono somente para os participantes que já se encontram em gozo do benefício, ao fundamento de que houve superávit. 
Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), para que a corte prossiga no julgamento da apelação de uma segurada contra o Instituto Portus de Seguridade Social. 
A segurada ajuizou ação de revisão contratual contra o Instituto Portus, afirmando que, como empregada da Companhia Docas do Estado de São Paulo, efetuou contribuições mensais visando o futuro recebimento de suplementação de aposentadoria. 
Segundo ela, em setembro de 1997, o instituto passou a calcular o benefício dos assistidos com um abono de 10%, sem que fosse reconhecido o direito à incorporação, mas restringindo o acréscimo apenas aos que tivessem se aposentado até 30 de setembro de 1997. 
Entretanto, após “uma avalanche de requerimentos e manifestações políticas, o conselho de curadores recomendou a adoção do mesmo critério de suplemento” para todos os assistidos, indiscriminadamente, resultando na extensão a todos a partir de 1º de março de 2000. 
Isonomia
Segundo a segurada, apesar do direito à isonomia, não houve admissão quanto ao pagamento, àqueles que obtiveram a superveniente suplementação previdenciária, das diferenças correspondentes ao intervalo de 1º de outubro de 1997 a 28 de fevereiro de 2000. 
A segurada argumentou que os planos não podem ser modificados para reduzir benefícios ou prejudicar direitos dos participantes e de seus dependentes. 
O juízo de primeiro grau negou o pedido da segurada, por entender que teria havido prescrição de seu direito à suplementação que contasse com mais de cinco anos em relação à data da propositura da ação. 
O TJSP, em julgamento de apelação, não se manifestou sobre a prescrição, mas rejeitou a pretensão da segurada, afirmando que “o abono decorreu de mera liberalidade do instituto, condicionada aos cálculos atuariais de cada exercício”. 
No STJ, a segurada sustentou que tanto aqueles que foram contemplados com o abono, como os demais, contribuíram “da mesma forma, com o mesmo percentual incidente sobre sua remuneração, pelo mesmo período. O único diferencial foi a data de requerimento da concessão do suplemento”. 
Favorecimento
Em seu voto, o relator, ministro Luis Felipe Salomão, destacou que, embora as entidades de previdência privada administrem os planos, não pertence a elas o patrimônio comum, que deve ser estruturado com o objetivo de constituir reservas que possam, efetivamente, assegurar os benefícios contratados em período de longo prazo. 
“Por isso”, assinalou o ministro, “o reajustamento dos benefícios não prescinde dos respectivos cálculos atuariais que o embasem e não se confunde com mera liberalidade”. 
O ministro afirmou que os participantes são coinvestidores que, por isso mesmo, devem partilhar os eventuais superávits, não podendo as reservas comuns ser utilizadas para favorecimento de grupos específicos, pois estão todos em igualdade de condições, dentro da coletividade do plano. 
Com a decisão, o processo voltará ao TJSP para que ele analise os demais aspectos do caso, afastada a tese de que o pagamento diferenciado seria possível por constituir mera liberalidade do administrador do plano. 

DIREITO: STJ - Liminar suspende efeitos de cassação de aposentadoria na PRF

Liminar do ministro Gilson Dipp, presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu os efeitos de portaria que determinou a cassação de aposentadoria de servidor público federal e, em face do caráter alimentar dos vencimentos, restabeleceu o pagamento de seus proventos. 
O aposentado, antes servidor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teve a cassação de sua aposentadoria – penalidade prevista no artigo 127 da Lei 8.112/90 – determinada após processo administrativo disciplinar (PAD) instaurado para averiguação de falta grave cometida em 1999. 
No mandado de segurança apresentado ao STJ, o aposentado alega que a pretensão punitiva da administração está prescrita, uma vez que a conduta ilícita atribuída a ele teria sido cometida em 1999 e o PAD só foi instaurado dez anos depois. Afirma ainda ter havido violação dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, inadequação do enquadramento na Lei de Improbidade Administrativa e irregularidades na comissão responsável pelo processo. 
O pedido de liminar, baseado na possível prescrição e nos prejuízos que seriam causados com a indisponibilidade dos vencimentos por período indeterminado, foi aceito pelo ministro Gilson Dipp. 
A decisão restabelece os pagamentos até o julgamento do mérito da questão, quando serão analisadas a possibilidade de desconstituição da portaria que cassou a aposentadoria e a reintegração do servidor ao quadro de inativos da PRF.

DIREITO: TRF1 - Tribunal confirma suspensão de contribuições previdenciárias por servidores inativos e pensionistas.

A 7.ª Turma Suplementar do TRF da 1.ª Região, em votação unânime, confirmou determinação de abstenção da retenção na fonte pagadora das contribuições previdenciárias dos servidores públicos ativos e inativos e pensionistas, além do aumento da alíquota de contribuição para os servidores em atividade de acordo com as Leis 8.112/90, 9.117/98 e 9.783/99. A decisão foi proferida durante análise de apelação interposta pela União Federal contra sentença do Juízo da 2.ª Vara Federal do Amazonas.
A União defendeu que a seguridade social deve ser financiada por toda a sociedade de maneira direta e indireta, e que a Constituição Federal (CF) possibilita a cobrança da contribuição previdenciária dos servidores inativos (art. 40, § 6º), não havendo irredutibilidade de vencimentos, pois estes não estão imunes à incidência de tributos e contribuições previdenciárias. Alegou, ainda, que o servidor não tem direito adquirido aos critérios legais que estabelecem o valor recebido pela aposentadoria, e que a contribuição social pode ser instituída sem Lei Complementar. “Não há confisco, e a progressão das alíquotas se harmoniza com os princípios da equidade de participação dos beneficiários e solidariedade social da manutenção da previdência”, sustentou.
Legislação – O Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar a ADI-MC 2010/DF, declarou a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária sobre os inativos e pensionistas do serviço público, instituída pela Lei 9.783/99. A Emenda Constitucional 20/98 introduziu modificações substanciais ao regime de previdência dos servidores públicos, mas o Congresso Nacional absteve-se de fixar a necessidade de matriz constitucional para legitimar a criação e a incidência do tributo sobre o valor das aposentadorias e pensões. O regime de previdência de caráter contributivo, a que se refere o art. 40, caput, da CF, na redação dada pela EC 20/98, foi instituído unicamente em relação aos servidores titulares de cargos efetivos, inexistindo, assim, qualquer possibilidade jurídico-constitucional de se atribuir a inativos e pensionistas da União a condição de contribuintes. Somente com a edição da EC 41/03, tornou-se possível a incidência da contribuição previdenciária sobre os proventos e pensões dos servidores inativos e pensionistas, inclusive sobre os servidores que já estavam aposentados antes da vigência da referida Emenda.
O relator do processo na Turma, juiz federal convocado Lino Osvaldo Serra Sousa Segundo, lembrou que, posteriormente, com o julgamento das ADIs 3.105/DF e 3.128/DF, o STF declarou constitucional a cobrança. No entanto, “com relação ao prequestionamento arguido em relação à Lei nº 9.783/99 e aos artigos 194, V e 195 da CF, os argumentos citados nesta decisão demonstram que não existem ofensas aos dispositivos legais mencionados. Ao contrário, os fundamentos de fato e de direito que embasam a presente decisão demonstram claramente que houve observância à legislação citada e a preceitos constitucionais”, completou, negando provimento à apelação da União.
Processo n.º 23243519994013200

quinta-feira, 11 de julho de 2013

ECONOMIA: Ações da Petrobras disparam e fazem Bolsa subir 2,5%; dólar cai a R$ 2,259

Do UOL, em São Paulo

As ações da Petrobras (PETR3, PETR4) avançaram nesta quinta-feira (11), e impulsionaram a segunda alta seguida da Bovespa. O Ibovespa (principal índice da Bolsa) fechou com ganhos de 2,51%, aos 46.626,26 pontos.
É a maior alta diária desde 13 de junho, quando o índice também ganhou 2,51%. Apesar disso, a Bolsa ainda acumula queda de 23,5% no ano.
BOLSA E DÓLAR
O dólar comercial caiu 0,61%, para R$ 2,259 na venda. No ano, a moeda tem ganhos de 10,3%.
Segundo a Folha, a Petrobras adotou uma nova forma de contabilidade, que "protege" os recursos de empresas que têm investimentos e dívidas em outras moedas da variação cambial.
Isso deu aos investidores esperanças de que a petroleira possa pagar mais dividendos aos acionistas. A ação ordinária (PETR3), que dá direito a voto, disparou 7,25%, a R$ 14,80.
Além da Petrobras, ações da Vale (VALE3, VALE5) também fecharam com ganhos e ajudaram a impulsionar o índice.
Essas empresas acumularam quedas significativas nas últimas semanas, o que abriu caminho para uma recuperação.
Dólar recua com otimismo sobre EUA
O dólar recuou nesta quinta-feira após ter atingido, na véspera, o maior valor em mais de quatro anos e fechado a R$ 2,273. 
Os investidores ficaram mais otimistas depois que o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, reafirmou a necessidade de o banco central norte-americano manter a atual política econômica.
A alta da taxa básica de juros brasileira, definida na noite da véspera pelo Banco Central, contribuiu para manter a atratividade da moeda brasileira.
"Teoricamente, a Selic (maior) atrai mais gente, mas ainda devemos ver gente saindo por causa dos temores lá de fora", afirmou o diretor de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.
Petrobras e Vale puxam alta da Bolsa
A maior alta do dia foi das ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que dispararam 7,25%, a R$ 14,80. A CSN (CSNA3) também teve fortes ganhos, de 7,07%, a R$ 5,91.
A construtora MRV (MRVE3) avançou 5,74%, a R$ 6,45, e a companhia aérea Gol (GOLL4) saltou 5,06%, a R$ 7,27.
No sentido oposto, a OGX (OGXP3), petroleira de Eike Batista, teve a maior queda, de 6,78%, a R$ 0,55. O frigorífico JBS (JBSS3) recuou 2,29%, a R$ 6,40, e a Natura (NATU3) perdeu 2,16%, a R$ 47.
Entre as principais ações do Ibovespa, a preferencial da Vale (VALE5), que dá prioridade na distribuição de dividendos, subiu 4,16%, a R$ 27,54; a ordinária (VALE3) ganhou 4,66%, a R$ 30,32. A preferencial da Petrobras (PETR4) fechou com alta de 3,88%, a R$ 15,80.
BC dos EUA faz Bolsas subirem no mundo
Um pronunciamento do presidente do banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, após o fechamento dos mercados na véspera, deixou os investidores otimistas e impulsionou as principais ações pelo mundo nesta quinta.
O presidente do Federal Reserve, o Fed, afirmou que a instituição ainda precisa de dados mais sólidos sobre a recuperação econômica do país antes de decidir pela redução de seu programa de compra de títulos.
Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões todo mês nos mercados. Os investidores estavam preocupados com a possibilidade de que esse programa fosse suspenso em breve.
As ações europeias fecharam no maior nível em cinco semanas, superando um patamar estatístico desfavorável, o que pavimenta o caminho para mais ganhos.
O índice FTSEurofirst 300 fechou em alta de 0,6%, a 1.196 pontos.
Em Londres, o índice Financial Times subiu 0,59%, a 6.543 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 1,14%, para 8.158 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 teve alta de 0,74%, a 3.868 pontos.
As ações asiáticas também atingiram o maior nível em quase quatro semanas, e o dólar ampliou as perdas em relação às moedas locais.
O índice chinês CSI300 saltou 4,61%. Com o fortalecimento do iene, o índice japonês Nikkei teve desempenho abaixo da média dos outros mercados, fechando em alta de 0,39%.
Hong Kong subiu 2,55%, Xangai avançou 3,23% e Seul teve alta de 2,93%. Taiwan avançou 2,10%, Cingapura teve alta de 1,91% e Sydney, 1,31%.
(Com Reuters)
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