sexta-feira, 9 de setembro de 2016

ECONOMIA: Dólar sobe 2,17%, maior alta diária em quatro meses, e fecha a R$ 3,28

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (9) em alta de 2,17%, cotado aR$ 3,28 na venda. É a maior alta diária desde 3 de maio, quando a moeda havia subido 2,33%.
Na véspera (8), o dólar havia terminado o dia quase estável, com leve alta de 0,07%. Com isso, a moeda fecha a semana com valorização de 0,82%. No mês, a alta é de 1,57%, e no ano, tem desvalorização de 16,92%. 
A sessão desta sexta-feira foi influenciada por preocupações no mercado externo, com expectativas de alta de juros nos Estados Unidos, e também pela atuação do Banco Central. 
Atuação do BC
Nesta sessão, o BC voltou a atuar no mercado de câmbio. Ao todo, foram vendidos 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Mercado externo 
O dia começou com pessimismo, após a Coreia do Norte fazer seu quinto teste nuclear, aumentando a tensão na região.
A inflação mais baixa na China também chamou a atenção. Em relatório a clientes, os economistas da Guide Investimentos destacaram a desaceleração da alta dos preços em agosto como um sinal de fragilidade. "É mais um fator que parece despertar cautela", afirmaram em relatório.
Juros nos EUA
A alta do dólar ganhou força após o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) de Boston, Eric Rosengren, declarar que o BC norte-americano enfrenta cada vez mais riscos se esperar muito tempo para elevar a taxa de juros.
"A declaração de Rosengren mostra que há margem para um aumento da taxa de juros norte-americana, percepção que havia perdido força depois do resultado do payroll de agosto", disse à agência de notícias Reuters o diretor da corretora de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, referindo-se ao relatório de emprego dos EUA. 
Na sexta-feira passada, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que o crescimento do emprego nos EUA desacelerou mais que o esperado em agosto, o que poderia fazer o Fed desconsiderar aumento da taxa de juros.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.

NEGÓCIOS: Bovespa cai 3,7%, maior queda diária em 7 meses; na semana, perde 2,7%

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (9) em baixa de 3,71%, a 57.999,73 pontos. Esta é a maior queda diária desde 2 defevereiro, quando a Bolsa havia caído 4,87%. 
Com isso, a Bovespa fecha a semana com desvalorização de 2,71%. No mês, no entanto, acumula alta de 0,17% e, no ano, ganho de 33,79%. 
O resultado desta sexta-feira foi puxado, principalmente, pelo desempenho negativo das ações da Petrobras, da mineradora Vale e dos bancos, que têm grande peso no Ibovespa.
Dólar sobe 2,17%, a R$ 3,28
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou esta sexta-feira em alta de 2,17%, cotado a R$ 3,28 na venda. É a maior alta diária desde 3 de maio, quando a moeda havia subido 2,33%. 
Com isso, a moeda fecha a semana com valorização de 0,82%. No mês, a alta é de 1,57% e, no ano, tem desvalorização de 16,92%. 
Petrobras
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, tiveram queda de 5,43%, a R$ 15,50.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, caíram 4,99%, a R$ 13,51.
Os papéis da empresa foram influenciados pela baixa dos preços do petróleo no mercado internacional. 
Vale
As ações ordinárias da Vale (VALE3) tiveram queda de 5,23%, a R$ 16,86.
As ações preferenciais da Vale (VALE5) caíram 4,73%, a R$ 14,49. 
Bancos
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) se desvalorizaram 5,35%, a R$ 22,84. 

As ações do Bradesco (BBDC4) tiveram baixa de 5,53%, a R$ 28,72. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) perderam 3,79%, a R$ 35,25. 
Bolsas internacionais
As principais Bolsas de Valores da Europa caíram: 
Portugal: -1,46%
Itália: -1,26%
Inglaterra: - 1,19%
França: -1,12%
Alemanha: -0,95%
Espanha: -0,83%. 
A maioria das Bolsas da Ásia e do Pacífico também terminou o dia em queda:
Hong Kong: +0,75%
Japão: +0,04%
China: -0,55%
Cingapura: -0,73%
Austrália: -0,86%
Taiwan: -1,06%
Coreia do Sul: -1,25%. 

(Com Reuters)

LAVA-JATO: Marco Aurélio Mello derruba decisão do TCU que bloqueava bens da OAS

OGLOBO.COM.BR
POR ANDRÉ DE SOUZA

Empresa investigada na Lava-Jato encontra-se em recuperação judicial

O ministro do STF Marco Aurélio Mello - André Coelho / Agência O Globo / Arquivo / 17-08-16

BRASÍLIA — O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que havia decretado bloqueio de até R$ 2,1 milhões da construtora OAS. Na semana passada, ele já tinha atendido pedido semelhante da Odebrecht. As empresas são algumas das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.
Segundo Marco Aurélio, o TCU, que na verdade é um órgão auxiliar do Congresso, não tem poder de bloquear bens de particulares. De acordo com ele, a indisponibilidade de bens constituiu "verdadeira sanção patrimonial antecipada" e a demora em reverter a medida pode sujeitar a empresa à "morte civil". Destaca, por exemplo, que "o ressarcimento por eventuais prejuízos causados ao erário dependem da permanência da construtora em atividade". A OAS encontra-se atualmente em recuperação judicial.
"Quanto ao tema, já me manifestei em outras ocasiões, tendo assentado não reconhecer a órgão administrativo, como é o Tribunal de Contas – auxiliar do Congresso Nacional, no controle da Administração Pública –, poder dessa natureza. Percebam: não se está a afirmar a ausência do poder geral de cautela do Tribunal de Contas, e, sim, que essa atribuição possui limites dentro dos quais não se encontra o de bloquear, por ato próprio, dotado de autoexecutoriedade, os bens de particulares contratantes com a Administração Pública", escreveu Marco Aurélio.
A indisponibilidade dos bens da OAS e da Odebrecht no valor de R$ 2,1 bilhões foi determinada pelo TCU em 17 de agosto para assegurar eventual ressarcimento, no futuro, de prejuízos em duas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, causados pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava-Jato.
Segundo a defesa da OAS, o bloqueio atinge bens da empresa que seriam essenciais para a continuidade das suas operações. Os advogados consideraram o ato “inválido, desnecessário e desproporcional”. Alegaram que não há competência constitucional ou legal do TCU para determinar a indisponibilidade de bens. Além disso, segundo a ação, o processo no TCU que resultou no bloqueio de bens foi irregular, porque a defesa teria sido impedida de se manifestar. “Desde o início do processo de auditoria, o consórcio integrado pela impetrante jamais teve oportunidade de exercitar o contraditório”, diz a ação.
Os advogados também afirmaram que, no processo do TCU, não ficou comprovado que a OAS realmente cometeu ilegalidade nas obras da refinaria. Por isso, não seria possível quantificar os danos supostamente causados aos cofres públicos. “Não há prova nos autos das condutas supostamente irregulares imputadas à impetrante. Disso deriva que não há razão para se quantificar os supostos sobrepreços se nem mesmo há prova de que eles realmente existiram”, declarou a defesa.

FRAUDE: TSE identifica servidores que se candidatam para ficar sem trabalhar por seis meses

BAHIA NOTÍCIAS

Foto: Divulgação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou diversos casos de servidores públicos que se candidatam apenas para ficar seis meses sem trabalhar, com recebimento dos salários. De acordo com o levantamento, publicado pelo Correio Braziliense, muitos sequer fazem campanha, e só tem os votos da própria família. Os servidores que querem se candidatar a cargo político devem, por lei, ser afastados do trabalho por seis antes do período eleitoral. Para dar fim a questão, o TSE vai exigir dos servidores que comprovem envolvimento político.

FRAUDE: TSE identifica 21 mil pessoas em situação de pobreza que doaram R$ 168 mi em campanhas

BAHIA NOTÍCIAS

Foto: Ilustrativa

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou 21.072 pessoas em situação de pobreza que, juntas, transferiram mais de R$ 168 milhões a campanhas municipais. Entre elas está uma, cuja última renda conhecida é de 2010, doou R$ 93 mil. De acordo com a coluna Painel, da Folha, outras dez desembolsaram mais de R$ 1 milhão sem ter renda compatível com a doação. Dados levantados pelo TSE mostram ainda que há um grupo de doadores registrados como beneficiários do Bolsa Família e sem terra. O Ministério Público já recebeu os dados para averiguação.

IMPEACHMENT: 'Bessias' e mais onze ligados a Dilma Rousseff são exonerados

OGLOBO.COM.BR
POR EVANDRO ÉBOLI

Equipe foi constituída durante o período de afastamento da ex-presidente

A ex-presidente Dilma Rousseff chega para o pronunciamento após a aprovação do impeachment pelo Senado - Leo Correa / AP / Arquivo / 31/08/2016

BRASÍLIA - A equipe de assessores constituída para assessorar a ex-presidente Dilma Rousseff no período entre seu afastamento temporário e o definitivo, ocorrido na semana passada, foi exonerada. O Diário Oficial desta sexta-feira traz a exoneração de doze desses assessores que integravam o Gabinete Pessoal da Presidência da República”, que assessorou Dilma no Palácio do Alvorada. As exonerações foram assinadas pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Outros dois assessores foram nomeados “assessores especiais de ex-presidente da República”, que continuarão servindo à Dilma. São eles o jornalista Olimpio Cruz e Paula Zagotta Oliveira. Entre os exonerados está Jorge Rodrigo Araújo Messias, o “Bessias”, que ficou assim conhecido por ser o servidor designado para levar o termo de posse que daria ao ex-presidente Lula o cargo de ministro da Casa Civil.
Na ocasião, a conversa foi interpretada como uma forma de tentar evitar uma eventual prisão de Lula, uma vez que, como ministro, ele passaria a ter foro privilegiado e só poderia ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

GESTÃO: Ministro da AGU é demitido e Grace Mendonça é confirmada no cargo

FOLHA.COM
VALDO CRUZ
MARINA DIAS
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA

O presidente Michel Temer demitiu o advogado Fábio Medina Osório da Advocacia-Geral da União e nomeou, para seu lugar, Grace Mendonça, que desde 2003 ocupava o cargo de secretária-geral de contencioso, órgão da AGU.
Com trânsito no Supremo Tribunal Federal –é ela quem substitui o advogado-geral nas sustentações orais na Corte quando necessário–, o nome dela contou com o apoio dos ministros do STF Gilmar Mendes e Carmen Lúcia.
Grace Mendonça será a primeira mulher a ocupar um cargo no primeiro escalão do governo Temer.
À Folha, Osório confirmou a demissão. Ele disse ter sido informado por telefone e que a escolha foi "política" do governo.
"Fui comunicado pelo telefone. Temer agradeceu pelos serviços prestados e disse que, em função da conversa com Padilha, ficou inviável [minha permanência]", disse Osório à Folha. "Não existe justificativa, há uma escolha política", completou.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, teve um forte embate nesta quinta-feira (8) com o agora ex-AGU. Padilha reclamava da atuação de Osório, principalmente em relação ao pedido de acesso a inquéritos da Lava Jato que o advogado fez ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O ministro da Casa Civil queria que Osório se demitisse, mas o advogado se recusou, afirmando que só sairia a pedido de Temer.
A saída de Osório já era cogitada antes mesmo da confirmação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a efetivação de Temer na Presidência.
A nomeação de uma mulher para o posto visa minimizar as críticas feitas a Temer desde que ele assumiu o comando interino do país em maio. Na época, ele apresentou seu novo ministério composto apenas por homens.
Desde então, ele tentava driblar as críticas dizendo que havia mulheres em cargos importantes como na presidência do BNDES. Durante a sua viagem à China, Temer chegou a minimizar a questão da representatividade de gênero.

GERAL: Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 17 milhões no próximo sorteio

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Quina saiu para 18 apostadores, que ganharam R$ 70.893,89 cada

cartão da Mega-Sena - Divulgação

RIO — O sorteio do concurso 1.854 da Mega-Sena, realizado na noite desta quinta-feira na cidade sergipana de Lagarto, ficou sem ganhadores. As dezenas foram 25-30-31-34-43-59.
Como ninguém conseguiu acertar os seis números, mais de R$ 14 milhões ficaram acumulados, e a Caixa estima o próximo prêmio em R$ 17 milhões. O próximo sorteio acontece no sábado, dia 10.
A quina, com cinco apostas ganhadoras, saiu para 18 vencedores. Cada um vai receber um prêmio de R$ 70.893,89. Outras 1.548 apostas acertaram a quadra, que pagou R$ 1.177,63.

POLÍTICA: Maia diz que regimento tem ‘lacunas’ que podem ser usadas por Cunha

OGLOBO.COM.BR
POR ISABEL BRAGA E LETICIA FERNANDES

Câmara vai descontar salário de deputado que se ausentar na sessão de cassação

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Luis Macedo / Câmara dos Deputados

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que o regimento interno da Câmara abre brecha para que os aliados do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) questionem, em plenário, a votação do parecer pela cassação, aprovado pelo Conselho de Ética. Ele reafirmou que seguirá o regimento e a tradição da Casa e que, a princípio, deve negar os questionamentos, mantendo a votação do parecer.
Os aliados de Cunha podem tentar uma última manobra regimental para adiar a votação do processo, pedindo que o plenário suspenda a sessão até que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) analise se o que vai a voto é mesmo o parecer ou um projeto de resolução, o que abre caminho para aprovar uma pena mais branda.
- Se é pelo regimento tem caminho, tem algumas lacunas no regimento da Casa. Só que você usa as lacunas e a cultura da Casa. A principio, as questões de ordem serão indeferidas, mas não posso negar a ele esse direito de fazer a questão de ordem. Mas o direito dele de trabalhar pela absolvição é legítimo e democrático - afirmou Maia.
Apesar de de dizer que Cunha tem legitimidade para questionar o rito do processo, Maia acredita que o destino do peemedebista será decidido na própria segunda-feira, dia marcado para a sessão. Ele cita as enquetes feitas pelos veículos de comunicação, como a feita pelo GLOBO que mostra maioria para cassar Cunha.
- Os resultados estão muito contundentes, não acho que um deputado que declarou voto vá para outro caminho. Mas o plenário é que vai decidir.
Indagado se ele poderia ser acusado de beneficiar Cunha coma decisão de dar espaço a questionamentos, Maia respondeu:
- Ninguém vai jogar nada (nas minhas costas), vou fazer o processo da forma mais isenta possível.
DESCONTO NO SALÁRIO
Maia confirmou ainda que o deputado que se ausentar da sessão de segunda-feira terá desconto no salário. O desconto poderá pesar muito neste caso, já que para setembro só estão previstas sessões segunda e terça-feira. No cálculo do desconto, é considerado o número de sessões pelo valor da parte variável ( R$ 21,1 mil) do salário de R$ 33,7 mil. Se forem apenas duas sessões,por exemplo, o desconto para quem faltar na sessão de cassação será de R$ 10,5 mil.
- Você acha que vou fazer uma sessão dessa e vou liberar deputado para viagem? Não precisa nem perguntar. Se eu fizesse isso era mais fácil adiar.
A Secretaria Geral da Mesa informou que a sessão de segunda-feira será iniciada diretamente na Ordem do Dia, com 25 minutos para fala do relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), seguidos por 25 minutos para os advogados de Cunha e mais 25 minutos para que o próprio deputado afastado fale, se quiser se pronunciar. Cunha já anunciou que estará em Plenário.
Deputados inscritos no início da sessão poderão falar por cinco minutos. Após a fala de mais de quatro deputados, o Plenário poderá decidir pelo fim da discussão, iniciando o processo de votação – que será realizado de forma nominal e aberta, por meio do painel eletrônico.

MUNDO: Teste nuclear da Coreia do Norte provoca condenação mundial

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Obama promete sérias consequências, e China exorta Pyongyang a não agravar tensões

A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, se reúne com assessores de emergência após novo teste nuclear norte-coreano - THE BLUE HOUSE / AFP

PYONGYANG — O mais recente teste nuclear conduzido pela Coreia do Norte gera alarme na comunidade internacional. Líderes políticos condenaram a ofensiva, confirmada por Pyongyang nesta sexta-feira como seu quinto e maior teste nuclear. Mais cedo, a Coreia do Sul e o Japão já tinham noticiado o episódio, que provocou um tremor na região, no mesmo dia das celebrações do 68º aniversário do regime comunista de 1948.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que quaisquer ações provocativas de Pyongyang terão sérias consequências. O chefe da Casa Branca foi informado a bordo do Air Force One pela sua assessora de segurança nacional, Susan Rice, sobre as atividades sísmicas relatadas próximo ao local de testes nucleares na Coreia do Norte.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressaram preocupação com o novo teste nuclear.
Já a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que estava no Laos após uma cúpula de líderes asiáticos, disse que Kim está mostrando um "atrevimento maníaco" ao ignorar completamente os pedido internacionais para abandonar a busca por armamentos nucleares. Ela afirmou que o este nuclear representa uma clara violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU e é um desafio direto à comunidade internacional.
A China, principal aliada norte-coreana, disse ser terminantemente contrária ao teste. O país exortou Pyongyang a parar de adotar quaisquer ações que agravem tensões, prometendo apresentar um protesto à embaixada norte-coreana em Pequim.
O porta-voz do governo do Japão Yoshihide Suga indicou que vai considerar novas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte:
— O desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte é uma grave ameaça para a segurança do Japão — disse Suga, em entrevista coletiva.
As Nações Unidas também reagiram ao novo teste nuclear, classificando o ato de "profundamente perturbador e deplorável". O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, ressaltou que o episódio representa uma violação clara de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e das exigências da comunidade internacional contra os ensaios.
Ele disse ainda que a agência da ONU está pronta para verificar as ações do programa nuclear norte-coreano assim que houver um acordo sobre o tema entre os países envolvidos.
A explosão, na comemoração dos 68 anos da fundação da Coreia do Norte, foi mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, de acordo com estimativas. Em uma breve transmissão especial da TV estatal KCTV, a apresentadora Ri Chun-hee disse que a detonação foi realizada "com sucesso".
Mais cedo, a Coreia do Sul e o Japão já tinham confirmado nesta sexta-feira o quinto teste nuclear da Coreia do Norte.
— Avaliamos que a Coreia do Norte realizou seu maior teste nuclear até o momento, já que teria alcançado os 10 quilotons, segundo as nossas primeiras estimativas — disse um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
Coreia do Sul e Japão confirmam teste nuclear na Coreia do Norte - YONHAP / AFP

Um terremoto de cerca de 5,3 graus de magnitude foi detectado às 9h30 (horário local, 21h30 de quinta-feira em Brasília) próximo à base de testes nucleares de Punggye-ri, local dos testes atômicos anteriores.
OFENSIVAS NUCLEARES
Sob o comando do ditador Kim Jong Un, de 32 anos, o governo norte-coreano acelerou o desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis — apesar de sanções da ONU, que foram endurecidas em março e isolaram ainda mais o país.
A Coreia do Norte, que classifica o Sul e os EUA como seus inimigos principais, disse que seus cientistas e técnicos realizaram um teste de explosão nuclear para julgar o poder de uma ogiva nuclear, de acordo com sua agência oficial de notícias, a KCNA.
Segundo o regime, o teste provou que a Coreia do Norte é capaz de montar uma ogiva nuclear em um míssil balístico de alcance médio, que testou pela última vez na segunda-feira, quando Obama e outros líderes mundiais estavam reunidos na China para a cúpula do G20. Nunca foi possível verificar de maneira independente as afirmações de Pyongyang sobre sua capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear.
Seus testes contínuos, que desafiam as sanções impostas ao país, representam um desafio para Obama nos últimos meses do seu mandato presidencial. E poderiam influenciar a eleição norte-americana em novembro, além de se tornar uma dor de cabeça a ser herdada pelo seu sucessor.
A Coreia do Norte vem testando tipos diferentes de mísseis em um ritmo inédito neste ano. A capacidade de montar uma ogiva nuclear em um míssil é especialmente preocupante para seus vizinhos sul-coreanos e japoneses.
Para o professor da Universidade de Tóquio especializado em temas coreanos, Tadashi Kimiya, os meios pelos quais Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão podem pressionar a Coreia do Norte chegaram ao limite
— As sanções já foram impostas em quase tudo que é possível, então a política está em um impasse — disse Kimiya.
O último teste nuclear aconteceu em 6 de janeiro, e Pyongyang disse que era uma bomba de hidrogênio — ou bomba H. O caso mais recente fez o país sofrer ainda mais sanções internacionais.
Não ficou claro se Pyongyang notificou Pequim ou Moscou sobre seu plano de teste nuclear. Autoridades de alto escalão de Pyongyang estiveram nas duas capitais nesta semana.

MUNDO: Descarrilamento de trem deixa quatro mortos na Espanha

UOL
Em Madri

Ao menos quatro pessoas morreram e 47 ficaram feridas quando um trem que viajava entre Vigo (noroeste da Espanha) e Valença de Minho (Portugal) descarrilou nesta sexta-feira (9) a poucos quilômetros de Vigo, anunciaram as autoridades da região da Galícia.
O acidente aconteceu por volta das 9h30 locais (4h30 de Brasília), quando o trem entrava na na estação de Porriño, a poucos quilômetros de Vigo, perto da fronteira com Portugal.
Dos três vagões do trem, um deles virou completamente, segundo o governo regional. Um vídeo exibido por um canal de TV regional mostra o primeiro vagão muito danificado depois de bater em um poste de energia elétrica.
Os outros dois vagões estavam praticamente intactos.
De acordo com uma porta-voz da companhia ferroviária espanhola, Renfe, mais de 60 pessoas viajavam no comboio.
O trem e o maquinista são portugueses, da empresa Comboios de Portugal.
A empresa pública que administra a rede ferroviária espanhola, Adif, anunciou uma investigação para determinar as causas do acidente. Segundo uma porta-voz, a área do acidente "é uma linha praticamente reta".
O sindicato de maquinistas da Espanha, Semaf, afirmou que a via estava em condições perfeitas para a circulação de trens.
A região da Galícia foi cenário em julho de 2013 de um grave acidente ferroviário perto de Santiago de Compostela que provocou 80 mortos e deixou 144 feridos, o mais grave na Espanha desde 1944.
O trem, procedente de Madri, entrou a 179 km/h em uma curva perigosa na qual a velocidade máxima era de 80 km/h. A composição descarrilou e bateu violentamente contra um muro de cimento.

LAVA-JATO: Câmara de São Paulo pode anular homenagem feita a Marcelo Odebrecht

FOLHA.COM
MÔNICA BERGAMO

Paulo Lisboa/Folhapress 
O herdeiro e ex-presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht (à dir.)

A Câmara de São Paulo vai votar a anulação do título de Cidadão Paulistano dado a Marcelo Odebrecht em 2012. "Já há provas suficientes para mostrar que ele não é merecedor", diz o vereador Gilberto Natalini (PV), autor da proposta de cancelamento da homenagem. "[Odebrecht] Está envolvido em atos de corrupção profundos, contra o erário, foi um dos chefes do petrolão."
DEMOLIÇÃO
O título foi concedido pelo então vereador Francisco Chagas (PT), sob a justificativa de homenagear o empresário, à época, por "sua dedicação às causas sociais e dos trabalhadores, luta e sacrifício pela democracia, defesa das liberdades civis e restauração do Estado de Direito".

CONSUMIDOR: Venda de 23 planos de saúde de oito operadoras é suspensa a partir de hoje

Do UOL, em São Paulo

iStock

A partir desta sexta-feira (9), estão suspensas temporariamente as vendas de 23 planos de saúde de oito operadoras. A determinação é da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), por causa de reclamações dos clientes --entre elas, demora no atendimento, pedidos de consultas e exames negados e queixas sobre a cobertura do plano.
As empresas afetadas e os planos com a venda suspensa são:
Salutar Saúde Seguradora S/A: Salutar Clássico Empresarial Enfermaria Sem Co-Participação ou Franquia; Especial Adesão sem Coparticipação sem Franquia; Salutar 600.
Federação das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima: Novo Univida II Enfermaria; Univida Empresarial III Apartamento~; Univida Coletivo por Adesão I Enfermaria com Obstetrícia.
Unimed Norte/Nordeste - Federação Interfederativa das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico: Empresarial PP Especial, Coletivo por Adesão Enfermaria; Empresarial PP Apartamento RLE; Coletivo por Adesão; Univida Especial Empresarial Ambulatório + Hospital com Obstetrícia.
Unimed Rondônia - Cooperativa de Trabalho Médico: Plano Básico sem Obstetrícia com Co-participação Local Ind.; Adesão, Especial com Obstetrícia; Plano Básico sem Obstetrícia com Co-participação Local Ind.; Adesão, Especial com Obstetrícia; Plano Especial com Obstetrícia sem Co-participação.
Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda: Assefaz Safira Apartamento; Assefaz Rubi Apartamento Empresarial; Plano do Empregado Assefaz.
Unihosp Saúde S.A.: Master IV Enfermaria
Jardim América Saúde Ltda.: Esmeralda Individual; Topázio Individual; América Ind QC GR Mun Copar; América Ind Qc Gr Mun Copar sem Obstetrícia.
Ribeiro & Silva Plano Odontológico Ltda. EPP: Personnalité Platinum Particular.
A lista com todos os planos suspensos também pode ser acessada no site da ANS:http://zip.net/brp9ZJ (endereço encurtado e seguro).
Procuradas pelo UOL, as operadoras não haviam retornado o contato até esta sexta-feira para comentar a suspensão dos planos. O UOL não conseguiu entrar em contato com a Ribeiro & Silva Plano Odontológico Ltda. 
Empresas podem ser multadas
Além de terem a comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 250 mil.
Se melhorarem o serviço prestado e tiverem redução do número de reclamações, as operadoras poderão ter a comercialização liberada no próximo ciclo, daqui a três meses, de acordo com a ANS.
Clientes atuais não são afetados
Os planos de saúde suspensos têm, juntos, cerca de 167 mil clientes, segundo a ANS. Para esses clientes, a assistência será mantida.
O objetivo da medida é impedir novas contratações e, ao mesmo tempo, garantir o atendimento desses beneficiários, uma vez que as operadoras terão de resolver os problemas para que possam receber novos clientes.
No período de 1º de abril a 30 de junho, a ANS recebeu 13.571 reclamações em seus canais de atendimento.

ECONOMIA: Inflação desacelera para 0,44% em agosto; em 12 meses, fica em quase 9%

Do UOL, em São Paulo

A inflação oficial no Brasil fechou o mês de agosto em 0,44%, o representa desaceleração em relação a julho, quando a alta dos preços havia sido de 0,52%. O índice, porém, é o mais alto para meses de agosto desde 2007 (+0,47%). 
Na comparação com o mesmo mês do ano passado (0,22%), a inflação acelerou. 
Com a alta dos preços em agosto, o acumulado no ano é de 5,42%. Em 12 meses, a inflação é de 8,97%, pouco acima da registrada em julho (8,74%). 
O resultado ainda está muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%. Em 2015, a inflação foi de 10,67%
Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Preço do feijão caiu 5,6%
O preço dos alimentos, que vem pressionando a inflação, subiu menos em agosto (+0,3%), contribuindo para a desaceleração do índice.
O feijão carioca, que havia subido 32,42% em julho, ficou 5,6% mais barato. No ano, porém, o preço do produto ainda acumula forte aumento de 136,57%. 
Outro alimento que barateou no mês, mas ainda está mais caro no ano, é a batata-inglesa, cujo preço caiu 8% no mês passado, e subiu 13,39% desde janeiro.
O preço da cebola foi o que mais caiu (-18,46%). Neste ano, o produto acumula queda de 36,95%. 
Derivados do leite encarecem
Por outro lado, as frutas ficaram 4,94% mais caras em agosto, assim como derivados do leite.
O preço do leite condensado subiu 10,23%, o do leite em pó, 7,4%, e o da manteiga, 4,46%. O leite longa vida ficou 2,52% mais caro. 
Passagem aérea fica mais barata
A inflação do setor de transportes desacelerou de 0,4% em julho para 0,27% em agosto, puxada pela redução no preço das passagens aéreas.
A queda nos preços dos bilhetes foi registrada em 10 das 13 regiões pesquisadas. Os preços só subiram no Rio de Janeiro (+7,5%), em Belo Horizonte (+6,15%) e em Brasília (+3,11%). Em média, os bilhetes ficaram 3,85% mais baratos no país. 
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
Porém, a taxa de juros já está alta e aumentá-la ainda mais poderia comprometer a retomada do crescimento da economia. O Banco Central tem dito que buscará deixar a inflação dentro da margem de tolerância deste ano. Atualmente os juros estão em 14,25% ao ano.
Perspectivas
A projeção para a inflação no final de 2016 foi mantida em 7,34%, segundo o últimoBoletim Focus, com as expectativas de economistas consultados pelo BancoCentral. 
Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação caiu de 5,32% para 5,28%. Para 2017, os economistas reduziram a previsão de 5,14% para 5,12%.
(Com Reuters)

TRABALHO: Ministro nega elevação de jornada para 12h por dia: 'seria voltar à escravidão'

ESTADAO.COM.BR
Elizabeth Lopes e Karla Spotorno,
O Estado de S.Paulo

Após declaração irritar o Planalto, Ronaldo Nogueira volta atrás e nega intenção de elevar jornada diária

Foto: ASCOM MTE
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), negou em entrevista à Rádio Estadão que a proposta do governo do presidente Michel Temer (PMDB) para a reforma trabalhista pretenda elevar o limite da jornada diária de 8 para 12 horas. Na véspera, o ministro havia dito, em debate com sindicalistas de 19 Estados, que o aumento da jornada de trabalho estaria dentro da proposta de reforma trabalhista. Diante da forte repercussão de suas declarações e por orientação do presidente Michel Temer, o ministro voltou atrás e esclareceu que apenas citou um exemplo hipotético.
"Citei o exemplo dos hospitais, que têm a jornada 12x36 que é feita mediante convenção coletiva", disse, argumentando que essas organizações sofrem "ações trabalhistas milionárias por falta de reconhecimento desse acordo coletivo". Ele afirmou ainda que "12hs é voltar ao tempo da escravidão, direito você mantém, não retira.".
"Venho do meio sindical, imagina se apresentaria proposta de aumento de jornada. Serão mantidas as 44hs de trabalho por semana", destacou na entrevista, justificando: "Não se falou em aumentar a jornada para 48 horas semanais."
Na noite de quinta, Nogueira recebeu uma ligação do presidente Michel Temer. "O presidente me ligou, me orientou a reafirmar que o governo não vai elevar a jornada de 8 horas nem tirar direitos dos trabalhadores", contou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado.
Segundo ele, o da reforma trabalhista, que deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional no início de dezembro, é reduzir a insegurança jurídica para combater o desemprego e a informalidade. 
Na entrevista à Rádio Estadão, Nogueira enfatizou que a legislação trabalhista abre muitas margens para interpretações subjetivas. Ele argumentou que há cerca de 1.700 regras, entre normas, regulamentações e leis além da CLT. "A lei é esparsa e confusa e abre margem para interpretações", afirmou. E garantiu que não há nenhuma discussão que coloque em risco os direitos do trabalhador. "Jornada de trabalho, 13º salário, férias e fundo de garantia (FGTS) são direitos consolidados", afirmou.
O ministro defendeu a pacificação da legislação a fim de evitar os processos trabalhistas que "atormentam" empresários, sobretudo - segundo o ministro - os proprietários de micro e pequenas empresas. "Se o sindicato da categoria, mediante acordo coletivo e obedecendo à vontade dos trabalhadores, preferir fazer uma jornada diferente do padrão, o juiz tem de reconhecer isso", afirmou. E deu um exemplo para ilustrar: "Tem muito trabalhador da construção civil que prefere trabalhar de segunda a sexta e folgar no sábado", afirmou. "O Estado não pode impor um jugo sobre a vontade do trabalhador", disse. "Precisamos de segurança jurídica na relação capital e trabalho", repetiu. 
O ministro afirmou ainda que tem conversado e que continuará debatendo as questões trabalhistas com "todos os atores", incluindo não apenas trabalhadores e patrões, mas também os tribunais do trabalho. "Temer quer diálogo permanente", disse.

POLÍTICA: Temer: “Impedir acesso ao FGTS seria loucura”

OGLOBO.COM.BR
POR MÍRIAM LEITÃO

O presidente Michel Temer disse que jamais pensou em fazer qualquer alteração no Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS):
– Impedir que o trabalhador tenha acesso ao seu FGTS em caso de demissão seria loucura. Não pensei nisso, e acho que, além de absolutamente inviável, é injusto.
Temer explicou isso porque eu comentei na coluna esse assunto. A primeira pessoa a falar que o Temer faria isso foi a ex-presidente Dilma no Senado. O GLOBO publicou reportagem logo depois, falando de estudos para alterações no FGTS. Eu escrevi uma coluna dizendo que a única mudança aceitável seria ampliar a rentabilidade do Fundo, que hoje é TR mais 3%:
– Eu perguntei para o Meirelles se algo assim estava sendo estudado na área dele, e ele disse que não há nada sobre o assunto. De modo que eu quero garantir que nada disso foi pensado aqui.
Sobre a Reforma da Previdência, ele reafirmou que quer enviá-la antes das eleições para que fique claro que não há nenhum interesse em deixar qualquer notícia para depois das eleições:
– Na verdade, já informamos todos os detalhes da reforma, e que ela se baseia no estabelecimento da idade mínima. Há muita resistência a isso, mas é indispensável.
O presidente disse que quer fazer uma reunião com os líderes de bancada para apresentar o projeto antes de enviá-lo ao Congresso.

ECONOMIA: Se ajuste fiscal ficar para 2017, custo aumentará em R$ 21 bi, diz estudo

OGLOBO.COM.BR
POR DAIANE COSTA

Quanto mais demorar, maior será a conta a ser paga por empresas e trabalhadores

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda - ANDRE COELHO / Agência O Globo

RIO - Quanto mais o governo demorar para fazer o ajuste fiscal, medida considerada necessária e urgente para a frear o crescimento da dívida pública e estimular a retomada da economia, maior ficará a conta a ser paga por empresas e trabalhadores — ou os cortes que terão de ser feitos em serviços públicos como educação e saúde. É o que aponta um estudo feito pelos economistas Rubens Penha Cysne, professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV-Rio, e Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que mede o custo do atraso do ajuste via aumento da carga tributária ou redução de gastos públicos. Os dados, que serão apresentados no próximo Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, foram antecipados com exclusividade ao GLOBO.
Segundo o levantamento, se o governo terminar este ano sem implementar o ajuste, o esforço fiscal adicional para implantá-lo no primeiro trimestre de 2017 seria de 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 21,06 bilhões, em relação ao que teria sido necessário em junho de 2016, ponto de partida do estudo. Se o ajuste ficar só para o fim do ano que vem, esse esforço adicional dobraria para 0,71% do PIB, ou R$ 42,72 bilhões. Isso significa que o governo teria de cortar ainda mais os gastos, ou elevar ainda mais a carga tributária em relação ao que seria necessário um ano e meio antes, para estancar o aumento da dívida pública. A relação entre dívida bruta e o tamanho do PIB — um dos principais indicadores da saúde financeira do país e que dá o tamanho do descontrole fiscal no Brasil — saltou de 51,69% para 69,5% do PIB entre o fim de 2013 e julho deste ano.
— Quanto mais demorar para implantar o ajuste, mais cara ficará essa conta. Se o governo tivesse feito o ajuste em junho, este se daria em um determinado nível de aumento de impostos ou redução de gastos. Se fizer um trimestre depois, ele precisa ser majorado ainda mais. E assim sucessivamente. Se o governo não resolve, a dívida pública aumenta, o juro vai aumentando, e você terá de pagar mais impostos para pagar esse juro — resume Cysne.
RISCO DE HIPERINFLAÇÃO
Para Freitas, a trajetória atual da dívida pública é insustentável. Ele lembra que a recessão e as altas taxas de juros elevaram o déficit nominal das contas públicas para mais de 10% do PIB no ano passado, e acredita que a dívida pública alcance 80% do PIB nos próximos dois anos. Fabio Klein, especialista em contas públicas da Consultoria Tendências, diz que o problema maior não é o tamanho da parcela do PIB comprometida, e sim o custo dessa dívida:
— Se tivéssemos um custo baixo, com inflação e juros baixos, não seria problema. O Japão tem 200% do PIB comprometido com dívida, mas lá você tem deflação e juros negativos. No Brasil, nossa Taxa Selic é muito alta (está hoje em 14,25% ao ano), e a dívida acompanha a trajetória dela.
Os autores do estudo defendem um ajuste fiscal via enxugamento de gastos públicos, sem aumento de impostos. Freitas argumenta que o corte de juros também é fundamental para o equacionamento fiscal:
— Nossos juros reais estão na faixa de 6% a 7% ao ano. É a maior taxa do mundo. O Banco Central deveria estar frustrado por isso. Ele tem de estar preocupado com a inflação, mas não pode esquecer as circunstâncias, como um Congresso que não quer ou demora a aprovar. O que importa é que estamos vivendo uma recessão brutal. Se o BC insistir em um juro real alto, cai a arrecadação e piora a dívida.
Mas Raul Velloso, economista especialista em contas públicas, pondera que baixar os juros antes de consertar as contas públicas traz o risco de hiperinflação:
— Uma coisa é estabelecer imposto novo, propor reduzir o gasto da Previdência. Outra é querer que a taxa de juro diminua. Não existe o Banco Central ter autonomia para reduzir a Selic sem antes o país fazer a lição de casa das contas primárias. Do contrário, vai apressar a vinda da hiperinflação, o que será uma desgraça para a população.
Freitas, por sua vez, defende que a política monetária, ao manter os juros elevados para combater a inflação, pode esbarrar na inércia da implementação das reformas e contribuir para o ressurgimento da predominância fiscal:
— Quanto mais o Congresso e o governo perdem tempo para implementar a política ideal para reduzir a trajetória dos gastos primários, maior é o peso das taxas de juros elevadas que recai sobre a dívida.
Klein, por sua vez, não vê espaço para aumento da carga tributária:
— Hoje, o cenário político e fiscal mostra que um aumento de impostos está cada vez mais limitado, mas ainda achamos que isso vá ocorrer. O que se espera, agora, é que o governo controle seus gastos, revise as regras do Orçamento e faça um trabalho de gestão muito forte. O repasse a órgãos públicos vai diminuir. Alguém vai perder. Por isso o governo precisa calcular bem o custo-benefício desses cortes.
Velloso ressalta a urgência do ajuste, alertando que, sem uma mobilização política forte, o Brasil vai “caminhar para uma situação de explosão da relação dívida/PIB e a hiperinflação de volta”:
— E isso, ninguém quer.
Freitas lembra que, desde 2000, o Brasil vinha conseguindo fazer superávit primário para pagar os juros da dívida. Mas isso mudou em 2014, quando o país começou a registrar déficits que culminaram em um rombo recorde na ordem de 1,88% do PIB em 2015.
— Em termos de pagamento da dívida, estamos regredindo aos anos 1970 e 1980, quando não fazíamos saldo primário nem para pagar os juros da dívida. Só que hoje o quadro é mais dramático, porque os juros reais são muito maiores do que naquela época, que tinha uma hiperinflação corroendo a dívida — afirma o economista. — O ajuste fiscal proposto agora, via corte de gastos, é melhor forma de equacionar as contas públicas.
Nas projeções da Tendências, o rombo este ano ficará em 2,7% do PIB, recuando a 2% em 2017. Ou seja, um buraco de quase 7% em três anos.
— E quem paga essa conta é a sociedade — diz Klein.

POLÍTICA: Contra críticas, Temer deve nomear na AGU primeira mulher no alto escalão

FOLHA.COM.BR
VALDO CRUZ
MARINA DIAS
MARIANA HAUBERT
DE BRASÍLIA

Pedro Ladeira - 05.set.2016/Folhapress 
O advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, durante entrevista à Folha em seu gabinete na AGU

O presidente Michel Temer deverá confirmar nesta sexta (9) a demissão do advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, e poderá nomear para seu lugar uma mulher, que será a primeira a ocupar uma vaga no primeiro escalão do governo.
A mais cotada para assumir o cargo é Grace Mendonça, secretária-geral de contencioso, órgão da AGU, desde 2003. Ela tem trânsito no STF (Supremo Tribunal Federal) porque é ela quem substitui o advogado-geral nas sustentações orais na Corte quando necessário.
A saída de Osório já era cogitada antes mesmo da confirmação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a efetivação de Temer na Presidência. Sua demissão foi defendida pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) após embates entre os dois.
O ministro chegou a ligar para Osório na noite desta quinta (8) para pedir que ele se demitisse. O chefe da AGU respondeu que não deixaria o cargo por conta própria e que, se o governo quisesse retirá-lo do cargo, Temer teria que demiti-lo.
A nomeação de uma mulher para o posto visa minimizar as críticas feitas a Temer desde que ele assumiu o comando interino do país em maio. Na época, ele apresentou seu novo ministério composto apenas por homens. Desde então, ele tentava driblas as críticas dizendo que havia mulheres em cargos importantes como na presidência do BNDES. Durante a sua viagem à China, Temer chegou a minimizar a questão da representatividade de gênero.

DIREITO: STF - Ministro julga prejudicado MS sobre exoneração de diretor-presidente da EBC

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), julgou prejudicado o Mandado de Segurança (MS) 34205, impetrado pelo diretor-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ricardo Melo, contra ato do presidente da República que o exonerou do cargo durante o exercício do mandato de quatro anos. O relator constatou perda de objeto do pedido, pois a Medida Provisória (MP) 744, que alterou o artigo 19 da Lei 11.652/2008, excluiu a previsão legal de mandato para a função. Com a decisão, fica cassada a liminar que assegurava a permanência de Melo no cargo.
Ricardo Melo foi nomeado pela então presidente da República Dilma Rousseff no dia 3 de maio para mandato de quatro anos, com base na Lei 11.652/2008, que criou a EBC. Em 17 do mesmo mês, foi exonerado do cargo por ato de Michel Temer, que assumiu o exercício da Presidência a partir do afastamento de Dilma Rousseff decorrente da abertura do processo de impeachment pelo Senado Federal. Para questionar o ato de exoneração, Ricardo Melo impetrou mandado de segurança no Supremo, e o ministro Dias Toffoli deferiu liminar para garantir o exercício do mandato.
Após a análise de petições apresentadas nos autos que noticiam a edição da MP 744/2016, o relator explicou que o objeto do MS é a exoneração de Melo praticado pelo presidente da República quando em vigência a previsão legal de mandato ao diretor-presidente da EBC. Contudo, destacou o relator, no curso do processo, o dispositivo legal invocado para justificar a impossibilidade do ato foi alterado, excluindo-se a previsão de mandato ao diretor-presidente, para constar que a nomeação e exoneração dos membros da Diretoria Executiva (entre eles o diretor-presidente) competiria ao presidente da República e que o exercício desses cargos se daria no prazo máximo de 4 anos. “Alterou-se, destarte, o comando legal, excluindo-se a previsão de mandato, com base na qual se amparou o impetrante para requerer a nulidade do ato presidencial de sua exoneração”, ressaltou o ministro.
Processos relacionados

DIREITO: STJ - Sexta Turma reconhece excesso de pena aplicada a ex-prefeito por crime ambiental

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a ilegalidade da pena aplicada a um ex-prefeito de Palmas acusado de crime ambiental. O colegiado determinou a exclusão de uma das penas restritivas de direitos aplicadas ao réu e, caso alguma delas já tenha sido cumprida, a extinção da punibilidade com relação à outra.
O caso teve início com ação penal apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2008, contra o então prefeito da cidade, Raul de Jesus Lustosa Filho, acusado de construir em área de preservação permanente (APP), às margens do lago da usina Luís Eduardo Magalhães, em Miracema (TO). O MPF alegou que a construção – uma cabana de madeira com cozinha, muro e praia artificial – foi feita sem a licença obrigatória, visto que a área é protegida pelo artigo 63 da Lei 9.605/98.
A obra foi embargada pelo Ibama, que concluiu ter havido perda de biodiversidade em virtude da retirada da vegetação nativa e do plantio de espécies exóticas, fato que contribuiu para a erosão da área e o assoreamento do lago.
Substituição de pena
O TRF1 condenou o réu a um ano de reclusão e ao pagamento de multa. A pena privativa de liberdade foi substituída por duas penas alternativas: a prestação de serviços à comunidade e o pagamento de prestação pecuniária no valor de R$ 25 mil.
No STJ, a defesa do ex-prefeito alegou, entre outras questões, excesso da pena aplicada, pois, de acordo com o artigo 44, § 2º, do Código Penal, tratando-se de condenação a pena de prisão igual ou inferior a um ano, a substituição deve ser feita por uma pena restritiva de direitos ou por pena de multa. Assim, para a defesa, “somente se a condenação for superior a um ano, a substituição poderá ser feita por uma pena restritiva de direitos e multa, ou por duas penas restritivas”.
Ao votar pela concessão de habeas corpus em favor do ex-prefeito, o ministro Sebastião Reis Júnior, relator, afirmou que nesse caso “a ilegalidade é manifesta”. Segundo ele, o STJ tem posição clara no sentido de que “a substituição da pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano deve acompanhar a literalidade da disposição normativa contida na primeira parte do parágrafo 2º do artigo 44 do Código Penal, ou seja, a substituição deve se dar por multa ou por uma pena restritiva de direitos”.
Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): HC 362435

DIREITO: STJ - Mantida responsabilidade de dono de imóvel por explosão que feriu estudante

O proprietário de um imóvel em reforma deverá pagar indenização de R$ 50 mil a uma estudante ferida após a explosão de um botijão de gás instalado dentro da residência em obras. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve o entendimento do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) em relação à atribuição de responsabilidade pelo acidente e ao valor da condenação.
De acordo com o pedido de indenização, em 1994, a autora caminhava em direção ao colégio quando foi surpreendida pela explosão, que atingiu seu braço direito. Desde então, ela passou por várias cirurgias para restabelecer os movimentos do membro afetado.
A sentença apontou a responsabilidade do dono do imóvel, já que a obra ocorria em sua propriedade e os trabalhadores estavam no local sob suas ordens e pagamento. Em primeira instância, o proprietário foi condenado a pagar R$ 50 mil de dano moral, além de pensão temporária devido à incapacidade parcial da vítima.
O TJRJ afastou a pensão. Com base em laudo pericial, os desembargadores entenderam que ela não ficou incapaz para o trabalho.
Recurso especial
No recurso especial dirigido ao STJ, além de contestar o valor da indenização, o proprietário alegou que desconhecia a existência do botijão dentro da residência em obras, adquirido, segundo ele, por um pintor autônomo para aquecer marmitas. Sustentou ser da empresa distribuidora de gás a responsabilidade pela explosão, pois o pintor era apenas consumidor do produto.
De acordo com o relator do recurso, ministro Raul Araújo, o TJRJ entendeu que não ficou demonstrado nos autos que a fabricante da válvula do botijão ou a distribuidora de gás tenham contribuído para o acidente.
O ministro apontou que a responsabilidade foi atribuída pelo fato de que o proprietário do imóvel era o responsável pelas obras realizadas no local quando ocorreu a explosão. Para ele, houve culpa in eligendo (relativa à má escolha do representante ou preposto) e in vigilando (oriunda da ausência de fiscalização).
Laudos
“Foram observados os laudos periciais de engenharia e médico, tanto do juízo quanto do assistente técnico do réu, bem como provas testemunhais, para se chegar à conclusão acerca do dever de indenizar, ressaltando as instâncias ordinárias que não fez o réu qualquer prova ou demonstração válida de que ocorreu situação de exclusão de sua responsabilidade”, ressaltou o relator. 
Raul Araújo também afirmou que, conforme o entendimento do STJ, só é possível a modificar o montante da indenização quando ele é exorbitante ou irrisório, o que não foi verificado nesse caso.
Apesar de negar a maioria dos pedidos do proprietário, o colegiado acolheu parcialmente seu recurso apenas para reconhecer a sucumbência recíproca em relação aos honorários advocatícios, já que a vítima não foi integralmente vitoriosa em suas pretensões – como no caso da pensão.
Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): REsp 900645

DIREITO: TSE - Protocolos do TSE estão funcionando aos sábados, domingos e feriados

Aos sábados, domingos e feriados, desde o dia 15 de agosto e até 19 de dezembro de 2016, os protocolos judiciário e administrativo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estarão funcionando normalmente. O horário de funcionamento é de 13h às 19h.
Durante esse período, será permitido receber, protocolizar e registrar nos sistemas todo e qualquer expediente do Tribunal, mesmo que não afeto às Eleições Municipais de 2016. Nos dias úteis, o horário de funcionamento é de 11h às 19h. As informações são da Portaria 878/2016 do TSE.
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