sexta-feira, 19 de outubro de 2012

COMENTÁRIO: Atrás das grades

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Encerrado o julgamento no Supremo Tribunal Federal, a palavra sobre o destino dos três deputados condenados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha no processo do mensalão estará com a Câmara.
Há no STF uma preocupação com os destinos de João Paulo Cunha, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto. Se continuarem na posse de seus mandatos, não poderão sofrer qualquer punição de caráter cautelar (prisão preventiva) e depois do trânsito em julgado das sentenças cumprirão pelo menos parte das penas - na cadeia, se for o caso - como deputados.
No período entre a condenação e a decretação final do resultado, depois de examinados todos os embargos, se houver alguma situação que comprovadamente justifique (fuga, por exemplo), a Justiça pode determinar a prisão de um réu.
Os congressistas, no entanto, são imunes à prisão cautelar. Só podem ser presos em flagrante, em casos de crimes inafiançáveis.
Antes de se aposentar o ministro Cezar Peluso votou pela extinção automática dos mandatos, mas não necessariamente será esse o entendimento preponderante na Corte. Mesmo que seja, o Legislativo precisa se pronunciar para formalizar a perda.
Embora Peluso tenha decidido com base no Código Penal e na Constituição, que estabelecem perda de mandato eletivo no caso de condenação criminal, o mesmo preceito constitucional remete a decisão final ao Legislativo.
"Mediante provocação da Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, por voto secreto e maioria absoluta", diz o parágrafo 2.º do artigo 55.
Se a Câmara porventura não tomar a iniciativa de abrir processo para suspender os mandatos ou se a cassação não for aprovada por maioria absoluta (257 votos), os três condenados continuam deputados.
Situação vista no STF como "absurda" e na Câmara como hipótese muito remota, mas não impossível.
Dois dos condenados, João Paulo Cunha e Pedro Henry, foram absolvidos pela Câmara em processos por quebra de decoro em 2006. Costa Neto renunciou ao mandato no ano anterior.
A condenação agora é fato novo, claro. Se outro partido não agir, o PSOL pedirá a abertura de processo, é certo.
Mas basta faltar um voto ao quórum da maioria absoluta para se concretizar a hipótese absurda de deputados completarem os mandatos atrás das grades.
Fermento. O prefeito Gilberto Kassab insiste em acumular forças mediante fusão de seu PSD com outro partido. Já tentou sem sucesso o PMDB e PSB. Recentemente, procurou o senador Ciro Nogueira para propor a incorporação com o PP.
Mão do gato. Não que o Legislativo precise desviar atenções para cometer seus desatinos desmoralizantes, mas se valeu da distração geral com o julgamento do mensalão e as eleições para cair mais uma vez na farra.
Desta vez oficializando a semana de três dias de trabalho em Brasília mediante mudança de regimento. Até agora as sessões de votações poderiam ser realizadas nos cinco dias da semana. Daqui em diante, só nas terças, quartas e sextas-feiras.
Na prática, era o que acontecia. Só que agora se houver um caso de urgência não se vota nada nas segundas e sextas-feiras. Além disso, se um dia assumir a presidência da Câmara alguém que se dê ao respeito, não poderá descontar o salário dos gazeteiros.
Biônico. Enquanto isso, no Senado assumiu o 20.º suplente. Sem voto, como todos eles, e desta vez um símbolo do nosso inconsistente quadro partidário como representante do partido da Pátria Livre.

COMENTÁRIO: As explicações do COPOM

Por Celso Ming - O Estado de S.Paulo

Bem que o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, no dia 15, avisara que o Copom terá de dar explicações convincentes para o último corte dos juros, de 0,25 ponto porcentual, para 7,25% ao ano. Foi um jeito de dizer que não entendeu a lógica do Banco Central presidido por Alexandre Tombini.
Como Armínio, muita gente, há tempos, procura, mas não encontra rima entre o que faz o Banco Central e as justificativas apresentadas depois. Tudo se passa como se as coisas tivessem mesmo mudado por lá, mas os dirigentes não tivessem coragem de ajustar o discurso antigo aos novos tempos.
Ontem, saiu a Ata do Copom, cuja função é apresentar as razões das decisões tomadas na política monetária (política de juros). Uma leitura atenta aponta para certas inconsistências, que deixam dúvidas.
Uma delas é que os juros podiam cair, como caíram, porque "restavam incertezas quanto à velocidade da recuperação da atividade" (parágrafo 33). Ou seja, a opinião prevalecente dentro do Copom é de que o PIB do Brasil pode não crescer os tais 4,0% em 2013 com que conta o governo Dilma, especialmente o ministro da Fazenda, Guido Mantega. É razão tão forte que serviu para justificar novo corte.
Mas, em outros trechos (sobretudo no parágrafo 26), o Copom diz que "são favoráveis às perspectivas para a atividade econômica neste e nos próximos semestres". Em seguida, repisa essa mesma expectativa otimista: "a atividade econômica continua a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho...".
Também é questionável a avaliação que faz da política fiscal do governo Dilma e seus efeitos sobre a expansão dos preços na economia. De um lado, acredita em que a geração de superávits primários (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) ajuda a controlar a inflação (parágrafo 28). De outro, lamenta que a atual política fiscal, não mais neutra, mas "expansionista", jogue contra a estabilidade dos preços (parágrafo 35).
A questão central é a de que, depois de derrubar o juro real para abaixo dos 2% ao ano, o Copom avisa - como já o fizera na comunicação liberada logo depois da reunião do dia 10 - que o ciclo de afrouxamento da política monetária chegou ao fim. Por isso, a expectativa agora é de "estabilidade das condições monetárias (juros básicos parados nos 7,25% ao ano) por um período de tempo suficientemente prolongado" - seja lá o que isso signifique...
A aposta é de que as atuais pressões sobre os preços (choque na área dos alimentos) desaparecerão (parágrafo 24) e que novas não deverão aparecer. Falta saber de onde vem tanta certeza. Se aparecer, faltará molejo para enfrentá-las e o Banco Central poderá vir a ser obrigado a dar meia volta volver.
O maior risco que corre a política do governo Dilma e do próprio Banco Central é que persista também durante todo o ano de 2013 o quadro atual de baixo crescimento e de inflação acima do desejável. Motivos para isso existem de sobra. O investimento se mantém pífio em consequência do alto custo Brasil e conspira contra o crescimento sustentável. E o consumo forte, puxado pelo mercado de trabalho aquecido e pelos estímulos fiscais e creditícios distribuídos pelo governo, e a perspectiva de aumento dos preços dos combustíveis não garantem, em princípio, a inflação na meta.

COMENTÁRIO: Dois motores europeus em ritmos diferentes

Por GILLES LAPOUGE - O Estado de S.Paulo

A reunião do Conselho Europeu, que se encerra hoje em Bruxelas, prenunciava-se tranquila. O que seria inusitado. Em geral, esses encontros se desenrolam num clima de tempestade. A Grécia se lamenta. A Espanha está indignada. A Itália chora. A certa altura, Angela Merkel costuma tomar a palavra e algumas decisões. Então, todos se acalmam. A única coisa que não se acalma, são os ventos que continuam soprando como num furacão, à espera da "próxima reunião de cúpula como último recurso".
Este ano, o céu está mais calmo. Há algumas semanas, a crise parece menos violenta. O euro volta a se valorizar frente ao dólar. Aliás, o francês, François Hollande, anunciou na quarta-feira com ênfase que "estamos muito próximos da saída da crise".
Será que a população grega não leu a entrevista de Hollande? Essa multidão parece acreditar que a crise desobedece a Hollande e continua fazendo das suas. De fato, multidões de gregos desesperados tomaram ontem as ruas afirmando que não conseguem mais suportar o impiedoso regime imposto por Merkel.
Além disso, há outra "pedra no sapato do euro": na época de Sarkozy, as coisas eram simples. O francês era a sombra da alemã. Nada disso existe hoje. Com Hollande, os dois motores da Europa não batem mais no mesmo ritmo. Merkel continua sendo a mesma virtuosa ortodoxa, talentosa e rígida que sempre foi. Por sua vez, Hollande se diz preocupado com as pessoas, recusa-se a estrangulá-las, segundo ele, crescimento e austeridade são igualmente importantes.
Nessas condições, é difícil tomar decisões, por mais urgentes que elas sejam. Por exemplo, Hollande pede uma "mutualização da dívida" mediante obrigações em euros, o que corresponderia a dividir entre todos os países e, particularmente, os países melhor administrados como a Alemanha, o risco financeiro decorrente da desordem e da leviandade das nações endividadas. Mas Merkel não quer ouvir falar desse mecanismo, a não ser que seja abrandado.
E há uma pergunta que já se coloca: o que aconteceu com as relações entre Merkel e Hollande? Com Sarkozy, não havia nenhum problema: os dois países caminhavam de mãos dadas, ao passo que Hollande cria dificuldades. Pior ainda, ele está convencido de que é um homem poderoso diante de um país poderoso. Em seu longo texto de quarta-feira, ele assumiu a posição de um líder: "Quero fazer aqui... Isto deve ser resolvido em tal data ... Quero que a França ajude rapidamente a Espanha", e assim por diante.
Ouviremos atentamente em Bruxelas Merkel e Hollande. Será que a chanceler alemã se mostrará bem-humorada, diante desse francês indócil? Sem dúvida, ela não perderá o controle porque é uma diplomata refinada e já fez frente a vários interlocutores (a começar, na Alemanha, pelo seu mentor, Helmut Kohl). Portanto, podemos imaginar que ela tentará bloquear a ofensiva Hollande, mas por meios sutis, pouco visíveis, e sem levantar a voz.
Finalmente, há um elemento psicológico que torna difícil decifrar as relações entre Merkel e Hollande: ocorre que estes dois personagens têm um grande respeito recíproco. Eles têm o mesmo estilo sóbrio: nada de familiaridades, hábitos de vida austeros, sem estardalhaço; O paradoxo é exatamente este: Merkel tinha dificuldade em suportar as familiaridades, as vulgaridades de Sarkozy, mas os dois adotavam uma política comum. Ao contrário, ela parece apreciar o discreto Hollande, sem brilho, invisível, entretanto, suas visões políticas são muitas vezes antagônicas.

MUNDO: Sindicatos na Espanha convocam greve geral para 14 de novembro

De OGLOBO.COM.BR

Paralisação soma-se à greve marcada em Portugal para o mesmo dia 
MADRI — Sindicatos espanhóis acertaram nesta sexta-feira a convocação de greve geral para dia 14 de novembro, em protesto contra a política de cortes do governo. A paralisação na Espanha soma-se à marcada em Portugal para o mesmo dia. 
— O próximo (dia) 14 de novembro será realizada a primeira greve geral ibérica — disse Fernando Lezcano, secretário de comunicação e porta-voz do CCOO (Comissões Operárias), o principal sindicato espanhol em número de afiliados. 
A decisão de convocar uma greve geral era esperada depois de diversos líderes sindicais advertirem nesta semana que a política do governo de Mariano Rajoy havia tornado inevitável um protesto dessa natureza.

ECONOMIA: Bovespa e dólar com pequena queda no início do dia


COTAÇÕES

Bovespa
Gráfico de variações da Bovespa
VariaçãoPontos
0,04%59.707,38
19/10/2012 10h04
Dólar comercial
Gráfico de variações do Dólar comercial
VariaçãoVenda
0,02%R$ 2,0271
19/10/2012 09h57
fonte: Thomsom Reuters

ECONOMIA: Petrobras poderá cortar até R$ 15 bilhões em custos, afirmam jornais

Do UOL
Jeb Blount
Da Reuters, no Rio de Janeiro

A Petrobras planeja cortar entre R$ 5 bilhões e R$ 15 bilhões de seus custos operacionais e de vendas em 2013, informaram jornais brasileiros nesta sexta-feira (19). Os cortes fazem parte do Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) divulgado na quinta-feira pela presidente da estatal Maria das Graças Foster, e cujas metas deverão ser divulgadas até dezembro.
A assessoria da Petrobras não estava imediatamente disponível para comentar a informação. A medida é vista como forma de equilibrar as finanças da companhia para viabilizar investimentos, pela falta de reajuste dos preços da gasolina, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo". O jornal "O Globo" também apontou os mesmos valores em matéria desta sexta-feira.
O plano é destinado a ajudar a Petrobras a buscar formas de reforçar a produção e melhorar o fluxo de caixa da companhia com vistas ao programa de US$ 237 bilhões de investimentos da companhia.
Produção
Os níveis de produção da Petrobras têm ficado abaixo das metas estabelecidas da companhia na última década. Em agosto, a produção de petróleo e gás natural caiu para a mínima de 22 meses. Segundo a Petrobras, como resultado das análises realizadas, foram identificadas 28 oportunidades de otimização com potencial de redução de custos relevante ao longo dos próximos anos.
A estatal disse que identificou R$ 63 bilhões em custos gerenciáveis (que exclui gastos variáveis como a compra de matéria-prima e derivados, entre outros).

ECONOMIA: Brasileiros já pagaram R$ 1,2 trilhão em impostos em 2012

Do UOL

SÃO PAULO – Os brasileiros desembolsaram, desde o primeiro dia de 2012 até as 3h desta sexta-feira (19), R$ 1,2 trilhão com o pagamento de tributos federais, estaduais e municipais, de acordo com dados do Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Com o total arrecadado, é possível pagar mais de 1,734 bilhão de salários mínimos ou fornecer medicamentos para todos os brasileiros por mais de 466 mil meses.
Outras aquisições
O dinheiro ainda permite comprar mais de 44 milhões de carros populares, mais de 1 bilhão de notebooks e mais de 1 bilhão de geladeiras simples.
Ainda seria possível construir mais de 34,3 milhões de casas populares de 40 metros quadrados, 87 milhões de salas de aula equipadas, mais de 4,7 milhões de postos de saúde equipados ou mais de 25 milhões de postos policiais.
Além disso, poderiam ser construídos mais de 13,07 milhões de quilômetros de redes de esgotos e serem pagas mais de 8,5 bilhões de Bolsas Família, considerando o benefício no valor de R$ 70, e plantar mais de 240 bilhões de árvores.
Impostômetro
O painel do Impostômetro foi inaugurado em 20 de abril de 2005 e está instalado no prédio da sede da ACSP. Também pela internet, qualquer cidadão pode acompanhar o total de impostos pagos pelos brasileiros aos governos federal, estadual e municipal, de acordo com os estados e municípios.
O sistema informa ainda o total de impostos pagos desde janeiro do ano 2000 e faz estimativas de quanto será pago até a data escolhida pelo usuário.

ECONOMIA: Em meio à crise, norte da Europa prospera com crescimento, emprego e baixa dívida

Do UOL
Daniel Gallas
Da BBC Brasil em Londres
Setor da construção civil continua com bom nível de emprego na Áustria

O menor índice de desemprego desde os anos 1990, contas públicas saudáveis, ótimo crédito do governo nos mercados, inflação sob controle e crescimento econômico estável.
A descrição acima poderia ser a de vários países do mundo antes da crise econômica internacional que começou em 2008. Mas ela se encaixa também no cenário atual de alguns países da Europa que, em meio à pior recessão do continente desde o final da Segunda Guerra, estão em relativa prosperidade.
Enquanto o sul europeu agoniza, nações ao norte mantêm alguns índices comparáveis ao pré-crise, mostrando que a recessão está aumentando a desigualdade dentro do bloco econômico regional.
A Alemanha é um dos países que mais se destaca na Europa do norte. No começo deste ano, quando a Europa começava o segundo mergulho da sua recessão, o desemprego alemão alcançou o menor patamar desde a reunificação do país, em 1990.
A previsão do FMI é de que a economia alemã vai crescer 0,9% este ano. O índice pode parecer baixo, mas em termos absolutos significa US$ 32 bilhões - quase o mesmo valor do Brasil, cuja previsão de crescimento é de 1,5% em 2012. Já as economias de Grécia, Espanha e Itália vão contrair US$ 90 bilhões neste ano.
Um dos motivos do bom desempenho alemão é que o país consegue continuar exportando mesmo em meio à crise. Dados deste mês da Associação de Câmeras de Indústria e Comércio (DIHK) indicam que as exportações alemãs vão crescer 4% este ano, quando a Europa voltou a desacelerar.
"As exportações alemãs são muito diversificadas e não dependem apenas de um mercado", explica à BBC Brasil o economista Ilja Nothnagel, da DIHK. "Enquanto outros países europeus como Portugal exportam um quarto da sua pauta para apenas um parceiro comercial, neste caso a Espanha, a Alemanha concentra pouco as exportações. A França, maior destino das exportações alemãs, recebe apenas 9,5% da pauta. Então quando vem a crise, a Alemanha está melhor posicionada do que os demais."
Ele diz que tanto as exportações quanto o mercado interno tiveram papel importante em manter o baixo nível de desemprego. Desde o começo do ano, o desemprego alemão não ultrapassou 5,6% - quase metade da média da União Europeia e no mesmo nível que a taxa brasileira.
"O bom desempenho da economia alemã é liderado pelas exportações, mas também há uma porção grande de empregos que depende do mercado interno", diz Nothnagel.
"Tivemos uma mudança importante que surgiu durante a crise. O desemprego só aumentou um pouco durante a crise, porque entrou em vigor um novo esquema do governo."
O esquema permite que empresas cuja produção cai abaixo de 60% - por falta de pedidos - possam recorrer à ajuda do governo. Nesses casos, o empregador usa seus trabalhadores em apenas 60% do tempo e paga essa proporção do salário. O resto é coberto pela agência de trabalho do governo.
"No momento em que os pedidos crescessem novamente, bastava a empresa usar seus trabalhadores em turno integral. Isso manteve o desemprego bastante baixo na Alemanha. A reação às quedas e aumentos de pedidos ficou bastante rápida, e também não havia grandes custos demitindo e recontratando pessoas."
'Pleno emprego' austríaco
Em termos de desemprego, um país se destaca ainda mais do que a Alemanha. A Áustria possui uma taxa de 4,5% - a menor de toda a Europa. Um contraste enorme com a Espanha, onde um em cada quatro trabalhadores está sem emprego.
Previsão é que exportações alemãs crescerão 4% este ano, mesmo com crise europeia
Alguns economistas argumentam que o índice austríaco é tão baixo que o país pode ser considerado em situação de pleno emprego.
A empresa de construção civil Strabag - uma das maiores empregadoras do país - atua em toda a Europa. Durante a crise, o número de empregados variou em quase todos os países onde a empresa atua. No entanto, a Strabag emprega praticamente o mesmo número de pessoas há quatro anos - 10 mil.
"A Áustria não foi afetada tão fortemente pela crise. Nós ainda temos um setor de tecnologia de ponta, relativamente baixo endividamento público e um sistema fiscal que facilita o empreendedorismo. A Áustria é um porto seguro em comparação com outros países europeus", disse à BBC Brasil a porta-voz da empresa, Diana Klein.
Ela afirma que mesmo com o alto número de pessoas já empregadas no país, a empresa ainda tem espaço para novos funcionários. No momento, há uma demanda na Áustria por trabalhadores com nível universitários, como engenheiros civis e matemáticos.
Enquanto o mercado austríaco se mantém estável, em outros países há grande flutuação na força de trabalho. Países como República Checa e Hungria estão com desemprego em alta devido ao impacto da crise europeia na construção civil. Já em mercados que passam por booms imobiliários neste momento - como Polônia e Alemanha - a Strabag está recrutando novos funcionários.
Dívida sueca
O baixo endividamento público citado pela empresa austríaca é um dos fatores que ajudou outro país do norte da Europa a mitigar os impactos da crise europeia.
A dívida pública da Suécia corresponde a 38,5% do seu PIB, uma das mais baixas da Europa.
Um estudo do economista Lars Calmfors, da Universidade de Estocolmo, afirma que após uma grave crise fiscal nos anos 1990, o país passou por uma grande reforma para reduzir o nível do seu endividamento, com medidas de austeridade e metas rígidas de gastos público.
Grande parte dessas medidas - como reforma do sistema de pensões e responsabilidade fiscal - são semelhantes às que estão sendo impostas a países do sul da Europa. A diferença é que elas foram feitas na Suécia em um momento em que a economia global estava em expansão.
"O principal benefício (para a população) é que não precisamos passar por medidas de austeridade fiscal em períodos de recessão na economia global. Nós tivemos espaço até para estímulo fiscal durante a recessão de 2008 e 2009, e não precisamos cortar gastos públicos ou aumentar impostos", disse Calmfors, à BBC Brasil.
"Veja o caso do Reino Unido, da Irlanda e do sul da Europa. Eles tiveram que adotar verdadeiros programas de austeridade fiscal que reduziram a demanda e contribuíram para crescimento muito baixo ou até negativo. Nós evitamos isso e tivemos até um pouco de estímulo."
A economia da Suécia teve forte contração no primeiro momento da crise, com queda de 5,5% em 2009, mas já em 2010 o país cresceu 6,6%.
Outra vantagem da baixa dívida pública é que o país pode tomar empréstimos mais baratos no mercado internacional, pois - com riscos menores - os juros cobrados nos seus títulos são mais baratos.
Atualmente, os títulos de 10 anos da dívida sueca pagam juros de 1,5% ao ano. Já o governo da Grécia - cuja dívida é 165% de seu PIB - só consegue empréstimos a juros na faixa de 18% ao ano - comparável ao cobrado por cartões de crédito.

MUNDO: Explosão atinge centro de Beirute

De OGLOBO.COM.BR
O Globo
Com agências internacionais 

Carro-bomba deixa ao menos dois mortos no Líbano 
Um carro é tomado pelo fogo no bairro de Ashrafieh: primeira explosão na capital libanesa desde 2008 Reuters 

BEIRUTE - Um carro-bomba atingiu nesta sexta-feira o centro de Beirute, informou a agência estatal NNA. O incidente na capital libanesa aconteceu em uma hora de tráfego intenso. Segundo uma fonte de segurança, ao menos duas teriam morrido e 15 ficaram feridas. Uma testemunha confirmou à Reuters que viu um corpo no local do ataque. 
A causa da explosão ainda não está clara. Ambulâncias foram vistas no bairro de Ashafriyeh, uma região de maioria cristã. Fumaça é avistada saindo da área. As imagens no local do ataque são de caos e destruição. Muitos carros foram queimados, e vários prédios foram seriamente atingidos. Moradores procuram desesperadamente seus parentes, enquanto ajudam os feridos a serem levados para as ambulâncias. A área do incidente foi interditada. 
A polícia confirmou a explosão, mas não deu detalhes sobre o incidente. Nenhuma autoridade ainda comentou o episódio. A agência estatal libanesa NNA informou que há mortos e feridos, mas não especificou o número de vítimas. 
A guerra na Síria, que colocou muçulmanos sunitas contra os alauitas, preocupa autoridades libanesas, que temem que o conflito ultrapasse as fronteiras vizinhas. No norte, em Trípoli, conflitos entre sunitas e xiitas já deixaram feridos neste ano. A última explosão que atingiu Beirute aconteceu em 2008. Na época, três pessoas morreram, e um carro diplomático americano foi atingido.

DIREITO: Justiça em MG condena dois em processo desmembrado do mensalão

De OGLOBO.COM.BR
Colaborou Thiago Herdy 
 
Empresários fizeram remessas para uma conta do publicitário Duda Mendonça no exterior 
RIO e SÃO PAULO - Em mais uma ação desmembrada do processo do mensalão que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça Federal em Minas Gerais condenou dois empresários por fazer remessas para uma conta do publicitário Duda Mendonça no exterior. Glauco Diniz e Alexandre Vianna de Aguilar foram condenados a 10 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. 
Segundo a ação, os réus criaram na Flórida, nos Estados Unidos, a casa bancária GD International Corporation, que funcionou de 1999 a 2003. Ainda de acordo com o processo, os dois abriram uma conta-corrente no BAC Florida Bank em nome da empresa e realizavam operações envolvendo recursos próprios e de terceiros sem a devida declaração aos órgãos brasileiros competentes. Por meio da conta, os réus efetuaram remessas para uma outra conta, a da off-shore Dusseldorf Company, de Duda Mendonça. Segundo a sentença, as transferências foram ordenadas pelo publicitário Marcos Valério e estão relacionadas ao pagamento de dívidas de serviços prestados por Duda Mendonça ao PT durante campanha eleitoral. 
Na apresentação da denúncia, o Ministério Público Federal em Minas informou que a conta da empresa dos réus fez sete repasses, que totalizaram US$ 427.374,25, para a conta da Dusseldorf, de Duda Mendonça, em 2003. 
Outra ação desmembrada do processo do mensalão que também estava na 4ª Vara de Justiça Federal de Minas Gerais resultou na condenação do ex-presidente do PT José Genoino, do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e do publicitário Marcos Valériopelo crime de falsidade ideológica
“Fosse a empresa gerida pelos acusados uma autêntica instituição financeira, recebedora de depósitos, a regra não seria a transferência dos recursos para outros bancos, mas a manutenção dos depósitos na própria empresa”, escreveu a juíza Camila Franco e Silva Velano, da 4ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, na sentença. 
Duda Mendonça e Marcos Valério são réus no processo do mensalão que está sendo julgado pelo STF. Valério foi condenado por corrupção ativa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e peculato. Ontem, o relator Joaquim Barbosa pediu a condenação do empresário por formação de quadrilha e o revisor Ricardo Lewandowski, a absolvição. Os outros ministros darão seus votos na próxima sessão, na segunda-feira. Já Duda Mendonça foi absolvido das acusações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. 
Autor da ação, o Ministério Público Federal de Minas Gerais divulgou que foi detectado que “pelo menos 35 dos 40 depósitos de dólares na respectiva conta tiveram como origem recursos sacados na ‘boca do caixa’ do Banco Rural, havendo uma coincidência perfeita entre as datas e os valores dos saques e as remessas ao exterior”. 
O advogado dos dois réus, Hermes Vilchez Guerrero, afirmou que ainda não teve acesso à sentença, mas vai recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 
- Eles não tinham como saber que a conta Dusseldorf pertencia a Duda Mendonça - disse o advogado, informando ainda que os clientes não sabem também quem fez a remessa. 
Glauco Diniz era diretor financeiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte quando foi firmado um contrato, durante a gestão do então prefeito Fernando Pimentel (PT), atual ministro do Desenvolvimento, para instalação do Projeto Olho Vivo, que consistiu na implantação de sistema de vigilância no centro da capital mineira. Com valor inicial estimado em R$ 14,7 milhões, o convênio foi cancelado no ano seguinte, quando vieram à tona denúncias de irregularidades. A prefeitura transferiu à CDL R$ 4,4 milhões para o projeto, mas o Ministério Público constatou terem sido gastos R$ 3,3 milhões com as câmeras. O episódio resultou num processo em que Pimentel figura como réu. A ação está no STF porque o ministro tem foro privilegiado.

VIAGEM: Fim do visto deve levar mais 300 mil brasileiros aos EUA




Da FOLHA.COM
PATRÍCIA CAMPOS MELLO, EM BRASÍLIA

Os Estados Unidos vão receber 316 mil turistas brasileiros a mais todos os anos se o Brasil for incluído no programa de dispensa de visto.
Esse é o cálculo da US Travel Association, entidade que representa empresas de turismo norte-americanas e faz lobby pela dispensa do visto para os brasileiros.
A associação faz a estimativa com base no aumento no fluxo de turistas de outros países que já foram incluídos no programa de dispensa de visto para entrar no país.
O número de turistas brasileiros nos Estados Unidos deve chegar a 1,8 milhão neste ano, uma alta de 18% em relação a 2011, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Segundo o governo norte-americano, a espera para se marcar a entrevista do visto americano no Brasil caiu de 140 dias para um a dois dias neste ano, após a implementação de medidas como o aumento de funcionários, de consulados e dos horários de trabalho nos postos.
Editoria de arte/Folhapress 
LEGISLAÇÃO
A US Travel Association aposta em uma proposta de lei tramitando no Senado americano para acelerar a inclusão do Brasil no programa de dispensa de vistos.
Hoje, os países precisam reduzir o percentual de candidatos a visto rejeitados para abaixo de 3% para conseguirem ser incluídos nos programas de dispensa de visto.
O Brasil tem taxa de rejeição de cerca de 3,8%. O projeto de lei Jolt Act, tramitando no Senado, aumenta esse índice para 10%.
A proposta é incluir países como Brasil, Chile, Polônia, Israel e Croácia no programa. Em 2008, o então presidente George W. Bush incluiu a República Tcheca, Estônia, Hungria, Látvia, Lituânia, Eslováquia e Coreia do Sul. Ao todo, 37 países estão hoje no programa.
RECIPROCIDADE
"O governo brasileiro precisa intensificar suas gestões junto ao governo americano para entrar no programa de dispensa de vistos", diz Patricia Rojas, vice-presidente de assuntos governamentais da US Travel Association.
"Hoje em dia, metade das viagens dos brasileiros para o exterior é para a União Europeia, que não exige vistos. Nós queremos receber parte desses turista, e eliminar o visto é a principal maneira", diz Patricia.
Se os Estados Unidos dispensarem os brasileiros de visto, o governo do Brasil terá de oferecer reciprocidade, eliminando os vistos para os turistas americanos.
"Portanto, o programa também aumentaria o número de turistas americanos vindo para a Olimpíada e a Copa do Mundo", afirma a representante da entidade.
Editoria de Arte/Folhapress

POLÍTICA: Datafolha mostra Haddad 17 pontos à frente de Serra em SP

De OGLOBO.COM.BR

Petista subiu dois pontos e agora tem 49%; tucano caiu cinco e tem 32% 
SÃO PAULO – Pesquisa Datafolha publicada na edição desta sexta-feira do jornal “Folha de S.Paulo” mostra que subiu de 10 para 17 pontos a diferença entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) na disputa do segundo turno da capital paulista, na comparação com levantamento anterior do instituto. O petista tem agora 49% das intenções de voto (subiu dois pontos em relação ao levantamento divulgado na quarta-feira da semana passada), contra 32% do tucano (queda de cinco pontos). Brancos e nulos somam 10%; eleitores que não sabem são 9%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. 
O percentual de Haddad é o mesmo do divulgado na quarta-feira pelo Ibope. Já Serra oscilou um ponto para baixo. 
A primeira pesquisa Datafolha do segundo turno foi divulgada em 10 de outubro e registrou os seguintes resultados: Haddad, 47%; Serra, 37%; em branco/nulo, 8%; e não sabe, 8%. 
O Datafolha ouviu 2098 eleitores paulistanos entre os dias 17 e 18 de outubro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), sob o número SP-01860/2012.

ECONOMIA: Após Cruzeiro do Sul e Prosper, BC decreta intervenção no banco BVA

Do UOL, em São Paulo

O Banco Central decretou nesta sexta-feira (19) intervenção no banco BVA, especializado em crédito para companhias de médio porte, citando comprometimento da situação econômico-financeira da instituição.
Em comunicado, a autoridade monetária afirma que foram detectadas "graves violações às normas legais" e "descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição".
Segundo o BC, o BVA, controlado por José Augusto dos Santos e pelo financista Ivo Lodo, detém 0,17% dos ativos do sistema financeiro nacional e 0,24% dos depósitos. A instituição possui sete agências nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
A intervenção foi decretada pouco depois do anúncio da liquidação dos bancos Cruzeiro do Sul e Prosper, em 14 de setembro
Segundo o BC, todos os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição ficam indisponíveis.
Dois bancos foram fechados há pouco mais de um mês
O Banco Central (BC) anunciou no mês passado o fechamento dos bancos Cruzeiro do Sul e Prosper. O Cruzeiro do Sul estava sob intervenção do Banco Central desde o início de junho.
O plano de recuperação do banco Cruzeiro do Sul, que tinha patrimônio negativo em R$ 2,237 bilhões até a intervenção ocorrida em 4 de junho, previa, além da reestruturação da dívida, a venda da instituição.
Já a liquidação do Banco Prosper, que teve proposta de mudança de controle para o Banco Cruzeiro do Sul não aprovada, ocorreu devido a sucessivos prejuízos que vinham expondo seus credores.
FGC garante até R$ 70 mil
Em casa de fechamento do banco, como ocorreu no Cruzeiro do Sul, por exemplo, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garante até R$ 70 mil por cliente (CPF ou CNPJ).
O FGC é uma entidade privada mantida pelos bancos. O objetivo do fundo é justamente dar garantias aos investidores e clientes quando uma instituição é liquidada.
Entre os investimentos que são cobertos pelo fundo estão as aplicações em conta poupança, no CDB e nas LCI (Letras de Crédito Imobiliário), além das letras hipotecárias e as letras de câmbio.
(Com informações da Reuters)

MUNDO: 72 horas


DO MIGALHAS LATINOAMERICA
Venezuela dio 72 horas a Paraguay para que retire a sus diplomáticos del país por el "disque" golpe a Fernando Lugo. (Presione aquí)

MUNDO: Aborto


Do MIGALHAS LATINOAMERICA

El Senado uruguayo aprobó la despenalización del aborto, pero el debate no paró ahí. Los opositores iniciaron campaña para que sea el pueblo quien decida la cuestión en un referéndum. (Presione aquí)

POLÍTICA: Câmara oficializa semana de três dias para deputados

Da CONJUR

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17/10), em votação simbólica, um projeto de resolução que torna oficial a semana de três dias dos deputados. A proposta altera o regimento interno da Câmara, que previa sessões ordinárias nos cinco dias da semana. Pelo novo texto, as sessões ordinárias só poderão ser feitas entre terça e quinta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo.
A proposta é assinada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e demais membros da mesa diretora. Na prática, a mudança do regimento impossibilita que ocorra votação às segundas e sextas, uma vez que as votações de projetos só ocorrem em sessões ordinárias ou extraordinárias — essa última pode ser convocada a qualquer momento pela Presidência da Câmara.
A nova regra aprovada ainda abre a possibilidade para que às segundas e sextas-feiras sejam feitos debates, porém sem "ordem do dia", o que também impede a votação dos projetos que aguardam para serem apreciados no Plenário. As sessões de homenagem poderão ser feitas após as sessões, porém, quando o homenageado não for uma autoridade pública, terão o prazo máximo de 30 minutos.

DIREITO: Justiça proíbe exibição de novela em comício de Dilma

Da CONJUR

A Justiça Eleitoral da Bahia deferiu nesta quinta-feira (18/10) liminar em que proíbe a coligação do candidato do PT à Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, de exibir o último capítulo da novela "Avenida Brasil", da TV Globo, em um telão durante comício com a presença da presidente Dilma Rousseff na noite desta sexta-feira (19). Ainda não há previsão para julgamento do mérito, segundo noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo a juíza da 9ª Zona Eleitoral, Ana Conceição Barbudo, "tal conduta teria fins eleitoreiros, usufruindo de imagens de artistas globais e do Ibope da programação". Ela vedou a exibição, no telão, de "qualquer tipo de situação que não se relacione com o objeto da campanha".
A proibição atendeu pedido da coligação de ACM Neto (DEM), que disputa o segundo turno com o petista na capital baiana. Para o advogado Ademir Ismerim, do DEM, a prática anunciada pelo PT se assemelharia a um showmício, algo não permitido pela legislação eleitoral.

DIREITO: Bacharel em Direito consegue registro na OAB do Paraná

Da CONJUR

Para a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, o artigo 8º da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), em seu inciso II, exige do candidato o diploma de graduação em Direito obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada no Ministério da Educação e Cultura (MEC). Logo, não há necessidade de que o curso seja reconhecido. Amparado neste entendimento, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou sentença para manter a inscrição de um bacharel aos quadros da OAB paranaense.
O relator do caso, desembargador Fernando Quadros da Silva, disse que o juiz Marcelo Malucelli, titular da 3ª Vara Federal de Curitiba, julgou com acerto a lide, mantendo a decisão por seus próprios fundamentos. O acórdão é do dia 10 de outubro. Cabe recurso.
Embora aprovado no Exame da Ordem, o bacharel em Direito teve negado o seu registro profissional, sob a justificativa de que a Faculdade de Telêmaco Borba (PR), onde se formara, não seria reconhecida perante o MEC. Assim, a OAB paranaense condicionou a sua inscrição à publicação do reconhecimento no Diário Oficial.
O autor, então, entrou com Mandado de Segurança contra o ato restritivo do presidente da Comissão de Concurso da seccional, Andrey Salmazo Poubel. A juíza substituta que concedeu a segurança reconheceu o perigo de demora e a ‘‘fumaça do bom direito’’, já que ele ficaria alijado do exercício profissional — o que comprometeria sua sobrevivência. Mais tarde, a liminar foi confirmada por sentença do juiz Marcelo Malucelli, que também tomou como razões de decidir o entendimento da juíza.
Na percepção de ambos os magistrados, o Estatuto da OAB não exige reconhecimento de curso — apenas sua autorização e o credenciamento. E a Faculdade de Telêmaco Borba reúne estas duas condições, além de ter protocolado o pedido de reconhecimento no prazo legal. ‘‘Ademais, o Regulamento Geral do Estatuto da OAB não determina nem mesmo a apresentação de diploma no ato da inscrição se este ainda não foi regularmente registrado, bastando a apresentação de certidão de graduação do curso acrescida do respectivo histórico escolar (art. 23)’’.
A primeira instância registrou que o artigo 63 da Portaria Normativa MEC 403/2007 favorece o autor, já que ele se formou na primeira turma. Diz o artigo: ‘‘Os cursos cujos pedidos de reconhecimento tenham sido protocolados dentro do prazo e não tenham sido decididos até a data de conclusão da primeira turma consideram-se reconhecidos, exclusivamente, para fins de expedição e registro de diplomas. Parágrafo único. A instituição poderá se utilizar da prerrogativa prevista no caput enquanto não for proferida a decisão definitiva no processo de reconhecimento, tendo como referencial a avaliação’’.
Clique aqui para ler sentença e aqui para ler o acórdão.
Jomar Martins é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio Grande do Sul.

DIREITO: STF - Julgamento da AP 470 prossegue na próxima segunda-feira (22)

Prossegue na próxima segunda-feira (22), no Plenário do Supremo Tribunal Federal, o julgamento da Ação Penal 470, com a votação quanto ao item II da denúncia. 
Na primeira parte da sessão desta quinta-feira, o ministro Joaquim Barbosa, relator, concluiu pela condenação dos réus José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, José Roberto Salgado, Kátia Rabello e Vinícius Samarane pelo crime de formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal), e pela absolvição de Geiza Dias e Ayanna Tenório. 
Em seguida, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da AP, proferiu seu voto pela absolvição de todos os acusados no item II. O ministro também reajustou o voto proferido no item VI para absolver, da mesma imputação de quadrilha, os réus Jacinto Lamas, Valdemar Costa Neto, João Cláudio Genu, Enivaldo Quadrado e Pedro Corrêa.

DIREITO: STJ - Prazos processuais são prorrogados em decorrência de feriados

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) comunica que nos dias 1º e 2 de novembro, quinta e sexta-feira, não haverá expediente no Tribunal. Dessa forma, os prazos processuais que devam iniciar-se ou completar-se nesses dias ficam prorrogados, automaticamente, para o dia útil seguinte, 5 de novembro, segunda-feira, quando será retomado o expediente normal. 
A determinação consta da Portaria 410, de 17/10/2012, publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 18/10/2012, e obedece ao disposto no artigo 81, parágrafo 2º, inciso II, do Regimento Interno do STJ.

DIREITO: STJ - Pedido de falência em comarca errada impõe deslocamento da recuperação de todo o grupo de empresas

A distribuição do pedido de falência ou recuperação judicial torna o juízo prevento para outros pedidos relativos ao mesmo devedor. No entanto, de quem é a competência para julgar o pedido de recuperação de um grupo de empresas, com sedes em comarcas distintas, se já houve falência requerida contra uma delas, porém em comarca errada? 
O conflito analisado pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi instaurado entre o juízo de direito da 2ª Vara de Guaxupé (MG) e os juízos de direito da 1ª Vara Cível de Sertãozinho (SP) e de Guaranésia (MG). 
Inicialmente, uma empresa credora ajuizou pedido de falência contra a sociedade Alvorada do Bebedouro S/A – Açúcar e Álcool na comarca de Guaxupé, local da sede da autora. Durante o prazo para contestação, conforme admite o artigo 95 da Lei 11.101/95, a Alvorada e outras quatro empresas do mesmo grupo econômico, em litisconsórcio, apresentaram pedido de recuperação judicial, também no juízo de Guaxupé. 
As empresas do grupo Camaq-Alvorada explicaram que estavam requerendo a recuperação naquele juízo porque ali já tramitava o pedido de falência contra uma delas. O artigo 6º, parágrafo 8º, da Lei 11.101 estabelece que “a distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor”. 
Particularidades
O conflito de competência julgado pela Segunda Seção, conforme análise do ministro Luis Felipe Salomão, autor do voto vencedor, tem particularidades que o diferenciam dos demais conflitos usualmente julgados no STJ. O pedido de falência foi formulado erroneamente perante o juízo do credor (Guaxupé) e havia uma pluralidade de partes (empresas do mesmo grupo econômico) requerendo a recuperação judicial nesse mesmo juízo. 
Após deferir o pedido de recuperação judicial, o juízo de Guaxupé acolheu arguição de incompetência apresentada pelo Ministério Público e por um dos credores, reconhecendo que a Alvorada do Bebedouro, ré no pedido de falência, não tinha estabelecimento naquela comarca, mas sim em Guaranésia, onde dirigia a maior parte dos seus negócios. Por isso, declarou-se incompetente e remeteu os processos para Guaranésia. 
O juízo de Guaranésia, com base em informações prestadas pelas empresas, concluiu que as principais ações do grupo econômico estariam centralizadas em Sertãozinho, e encaminhou os autos para lá. 
Este juízo, contudo, entendeu que cada empresa devedora explorava atividade diversa e de forma autônoma, de maneira que nenhuma tinha predominância sobre a outra. Na opinião do magistrado, todos os juízos das comarcas onde se situavam as sedes das empresas poderiam analisar o pedido de recuperação judicial, pois se trata de competência territorial concorrente. Porém, tendo em vista que atos relevantes do processo já haviam sido decididos pelo juízo de Guaxupé, este deveria processar e julgar a causa. 
Volume de negócios
O ministro Luis Felipe Salomão analisou a matéria conforme o artigo 3º da Lei 11.101, segundo o qual a competência para processar a recuperação judicial ou a falência é do juízo do local do principal estabelecimento do devedor. A jurisprudência do STJ, com base ainda na antiga Lei de Falências (Decreto-Lei 7.661/45), fixou o entendimento de que o foro competente para esses casos será o de maior volume de negócios, que é o local mais importante da atividade empresarial. 
O ministro destacou que a Alvorada do Bebedouro possui um único estabelecimento em Guaranésia, sendo esta a comarca em que deveria ter sido proposta a ação de falência. Portanto, reconheceu a incompetência da comarca de Guaxupé, onde nenhuma das empresas envolvidas possui estabelecimento. 
Salomão afirmou que a competência para julgar a falência é absoluta, e por isso o fato de o juízo de Guaxupé já haver tomado decisões no processo de recuperação não autoriza a aplicação da teoria do fato consumado, pois “o juízo no qual se encontra a ação é absolutamente incompetente para atuar no feito”. 
Considerando que o pedido de falência contra a Alvorada deveria ter sido feito em Guaranésia, e tendo em vista o artigo 6º, parágrafo 8º, da Lei 11.101, o ministro concluiu que este também é o foro competente para processar o pedido de recuperação judicial do grupo de empresas. 
Assim, segundo Salomão, embora o pedido de recuperação tenha sido efetuado por cinco empresas que compõem um grupo econômico, o fato é que contra uma delas já havia requerimento de falência em curso. “Tudo me faz crer que o juízo competente será aquele em que deveria ter sido proposta a ação de falência”, concluiu. 
Ficaram vencidos no julgamento o relator, ministro Raul Araújo, a ministra Isabel Gallotti e o ministro Massami Uyeda. 

DIREITO: STJ - Tempo de serviço no cargo, e não a classificação no concurso, determina a ordem de antiguidade na magistratura

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, decidiu que o tempo de serviço no cargo, e não a classificação no concurso, é que determina a ordem de figuração na lista de antiguidade na magistratura. Segundo o colegiado, a ordem de classificação só é levada em conta em caso de empate. 
A decisão se deu no julgamento de recurso ordinário em mandado de segurança interposto por juízes federais contra decisão da Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Por maioria, o tribunal regional entendeu que os atos que levaram à alteração na lista de antiguidade foram praticados em cumprimento às ordens judiciais proferidas nas ações favoráveis aos outros juízes federais – que tomaram posse no cargo após os demais candidatos por estarem, à época, sub judice –, cujos efeitos são retroativos. 
“A eficácia das decisões judiciais, que implicou a elaboração da nova lista de antiguidade, é oponível aos impetrantes, pois o que restou decidido nas lides originárias não teve o condão de alterar o resultado do certame. Apenas repôs um direito preterido dos aqui litisconsortes, surtindo os mesmos efeitos que surtiria o prosseguimento normal dos candidatos no concurso, não fosse o óbice oposto pela administração. Diversa seria a solução, caso houvesse a alteração da classificação que os impetrantes obtiveram no concurso ou a nulidade do próprio certame”, decidiu o TRF4. 
Efetivo exercício 
No recurso, os juízes federais que foram prejudicados com a decisão do TRF4 alegaram que o direito à antiguidade só se justifica pelo efetivo exercício do cargo público e não decorre do simples reconhecimento do direito à nomeação. Assim, sustentaram que a alteração na lista de antiguidade, além de ofender o princípio do contraditório, viola os postulados da legalidade administrativa, razoabilidade, interesse público primário, organização judiciária e confiança. 
O relator, ministro Teori Zavascki, votou pela concessão da segurança, afirmando que é o tempo de serviço no cargo, e não a classificação no concurso, que vale para estabelecer a ordem de antiguidade. O ministro Benedito Gonçalves acompanhou esse entendimento. 
De outra parte, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho negou provimento ao recurso, por entender correto o entendimento do TRF4, de que o candidato classificado em primeiro lugar tem o direito à colocação na lista de antiguidade na posição que a classificação do concurso lhe assegura. Esse entendimento foi seguido pelo ministro Francisco Falcão. 
Desempate
Em seu voto, o ministro Arnaldo Esteves Lima destacou que retroagir a data da posse para computar como de efetivo exercício o tempo não trabalhado é incompatível com a própria noção da regra de direito administrativo de que as prerrogativas – bem como os direitos e os deveres – do cargo público decorrem da investidura no cargo, e não da nomeação. 
“Como bem observou o relator, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e desta Corte não autoriza sequer o direito à indenização pelo tempo em que se aguardou a decisão judicial sobre aprovação em concurso público, razão pela qual, pelos mesmos motivos, carece de amparo legal a pretendida retroação”, afirmou Arnaldo Esteves.

DIREITO: STJ - Consumidor tem direito a reparação de falha oculta até o fim da vida útil do produto e não só durante garantia

O prazo para o consumidor reclamar de defeito ou vício oculto de fabricação, não decorrentes do uso regular do produto, começa a contar a partir da descoberta do problema, desde que o bem ainda esteja em sua vida útil, independentemente da garantia. 
O entendimento, unânime, é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve rejeição de cobrança por reparo de trator que apresentou defeito três anos depois de vendido. A loja ainda deverá ressarcir o consumidor pelo tempo em que a máquina ficou indisponível para uso em razão da manutenção. 
A empresa vendedora do trator buscava no STJ receber os quase R$ 7 mil equivalentes ao conserto do bem. Ela alegava que o defeito surgiu quando o prazo de garantia do produto, de oito meses ou mil horas de uso, já havia vencido. Segundo a loja, o problema deveria ser considerado desgaste natural decorrente do uso do produto por mais de três anos. Ela pretendia ainda reverter a condenação por lucros cessantes obtida pelo consumidor em reconvenção. 
O ministro Luis Felipe Salomão rejeitou os argumentos da fornecedora. Para o relator, ficou comprovado nas instâncias inferiores que se tratava de defeito de fabricação. Em seu voto, ele citou testemunhas que afirmaram ter ocorrido o mesmo problema em outros tratores idênticos, depois de certo tempo de uso. As instâncias ordinárias também apuraram que a vida útil do trator seria de 10 mil horas, o que equivaleria a cerca de dez ou doze anos de uso. 
Obsolescência programada
Para o relator, o Judiciário deve combater práticas abusivas como a obsolescência programada de produtos duráveis. Segundo Salomão, essa prática consiste na redução artificial da durabilidade de produtos e componentes, de modo a forçar sua recompra prematura, e é adotada por muitas empresas desde a década de 20 do século passado. Além de contrariar a Política Nacional das Relações de Consumo, avaliou o ministro, a prática gera grande impacto ambiental. 
“Com efeito, retomando o raciocínio para o caso em apreço, é com os olhos atentos ao cenário atual – e até com boa dose de malícia, dada a massificação do consumo – que deve o Judiciário analisar a questão do vício ou defeito do produto”, afirmou. 
“Independentemente de prazo contratual de garantia, a venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de adequação (artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor – CDC), evidencia quebra da boa-fé objetiva, que deve nortear as relações contratuais, sejam elas de consumo, sejam elas regidas pelo direito comum”, acrescentou o relator. 
“Constitui, em outras palavras, descumprimento do dever de informação e a não realização do próprio objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo vital se esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo”, completou o ministro Salomão. 
Garantia e durabilidade 
Ele entendeu que, por se tratar de vício oculto, o prazo decadencial deveria ser contado a partir do momento em que o defeito fosse evidenciado, com base no artigo 26 do CDC. Esse artigo estabelece prazo de 90 dias para bens duráveis e de 30 dias para produto não durável, para o consumidor apresentar reclamação quando o vício é aparente. 
O ministro Salomão afirmou, porém, que o fornecedor não será eternamente responsável pelos produtos colocados em circulação, mas também não se pode limitar a responsabilidade ao prazo contratual de garantia puro e simples, que é estipulado unilateralmente pelo próprio fornecedor. 
Segundo o relator, a obrigação do fornecedor em consertar o produto acaba depois de esgotada a vida útil do bem. “A doutrina consumerista tem entendido que o Código de Defesa do Consumidor, no parágrafo 3º do artigo 26, no que concerne à disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério da garantia, podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia contratual”, declarou. 

DIREITO: STJ - Justiça estadual se mantém competente para julgar maioria das ações de seguro habitacional do SFH

O julgamento de ações envolvendo seguro habitacional do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) é de competência da Justiça estadual, e só excepcionalmente poderá ser transferido para a Justiça Federal. O entendimento foi dado pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao apreciar dois recursos em que a Caixa Econômica Federal (CEF) pedia o deslocamento para a Justiça Federal das causas em que se discute o pagamento de indenização por defeitos na construção de imóveis. 
A decisão interessa diretamente a milhares de mutuários, pois a mudança para a Justiça Federal poderia significar grande atraso na tramitação dos processos em curso. 
O tema foi debatido conforme o rito dos recursos repetitivos, previsto no artigo 543-C do Código de Processo Civil, e vai orientar o desfecho de ações com a mesma controvérsia jurídica em todo o país. 
De acordo com a Segunda Seção, o risco hipotético ou remoto de afetação do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), administrado pela CEF, não autoriza o deslocamento automático das ações de seguro habitacional para a Justiça Federal. 
Falta de solidez 
Os recursos apreciados são representativos dos casos em que mutuários pedem indenização pela falta de solidez dos imóveis, em processos movidos contra companhias seguradoras privadas. Os riscos de sinistro estão cobertos pela apólice de seguro habitacional do SFH, que acompanha a contratação de imóvel e seus financiamentos. 
Por seis votos a dois, ao julgar embargos de declaração, a Seção restaurou a decisão firmada nos mesmos processos em 11 de março de 2009, quando foi reconhecida a competência da Justiça dos estados para processar e julgar essas ações. 
Nos recursos, a CEF pedia sua entrada nos processos como assistente, na condição de administradora do seguro habitacional – por ser empresa pública da União, isso deslocaria a competência para a Justiça Federal. A Seção entendeu que somente haverá interesse jurídico da CEF nas hipóteses em que os contratos estiverem vinculados ao Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), as chamadas apólices públicas. 
Além disso, para que seja possível o ingresso da CEF no processo, a instituição financeira deverá provar documentalmente não apenas a existência de apólice pública, mas também do comprometimento do FCVS, com risco efetivo de exaurimento da reserva técnica do Fundo de Equalização de Sinistralidade da Apólice (Fesa), colhendo o processo no estado em que este se encontrar no instante em que houver a efetiva comprovação desse interesse, sem anulação de nenhum ato processual anterior. 
Sonho e pesadelo
A ministra Nancy Andrighi, autora do voto vencedor, destacou que a causa é de difícil solução e reflete a preocupação de milhares de mutuários que “viram o sonho da casa própria se transformar em pesadelo, estando hoje na posse de imóvel com algum tipo de defeito na construção”. 
Ela explicou que, desde a criação do SFH, por intermédio da Lei 4.380/64, até o advento da Lei 7.682/88, as apólices não eram garantidas pelo FCVS. Com a entrada em vigor da Medida Provisória 478/09, ficou proibida a contratação de apólices públicas. A ministra destacou que a análise quanto à legitimidade da CEF para intervir nas ações securitárias fica restrita ao período compreendido entre 2 de dezembro de 1998 e 29 de dezembro de 2009, durante o qual conviveram as apólices privadas e as públicas, garantidas pelo FCVS. 
A relatora da matéria, ministra Isabel Gallotti, que ficou vencida no julgamento, afirmou que, diferentemente das apólices privadas, as públicas são garantidas pelo FCVS, havendo, nesses casos, interesse da CEF. Nessa hipótese, Isabel Gallotti entende que os processos deveriam ser deslocados da Justiça estadual para a Justiça Federal, anulando-se todos os atos decisórios proferidos após o pedido de intervenção da instituição financeira. 
Intervenção simples 
A ministra Nancy Andrighi apontou que a CEF vem requerendo indistintamente seu ingresso em todos os processos que tratam de seguro habitacional, sem demonstrar se envolvem apólice pública e se haverá comprometimento do FCVS, com risco efetivo de exaurimento da reserva técnica do Fesa. 
A Seção decidiu que, quando for possível a intervenção da CEF, esta deve ocorrer de forma simples, sem anulação dos atos já proferidos, passando a competência, então, à Justiça Federal. 
“Não se trata apenas de evitar o desperdício de anos de trâmite processual em detrimento dos mutuários – parte notoriamente hipossuficiente –, mas também de preservar a paridade de armas, a boa-fé e a transparência que deve sempre informar a litigância em juízo”, disse a ministra. 
A Seção definiu que pode haver interesse da CEF nas ações envolvendo seguro em contratos celebrados de 2 de dezembro de 1988 a 29 de dezembro de 2009 – período compreendido entre as edições da Lei 7.682/88 e da MP 478/09 – e nas hipóteses em que o instrumento estiver vinculado ao FCVS. 
O ingresso na ação, explicou Nancy Andrighi, depende de a instituição provar documentalmente o seu interesse jurídico, e não apenas da existência da apólice pública. Segundo a ministra, é preciso demonstrar o comprometimento do FCVS, com risco efetivo de exaurimento da reserva do Fesa – o que, para ela, é uma possibilidade remota, tendo em vista que o fundo é superavitário. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DIREITO: Baiano é indicado a ministro do TST

Da TRIBUNA DA BAHIA.COM.BR

O desembargador Cláudio Mascarenhas Brandão é um dos nomes que integram a lista tríplice para preenchimento de vaga de ministro da Corte. Com uma trajetória de sucesso na magistratura trabalhista, a indicação foi festejada por seus pares.
“Ele merece essa indicação e a Bahia merece ter um representante no TST”, declarou a presidente da Amatra 5, juíza Ana Claudia Scavuzzi. De acordo com a magistrada, a Bahia ocupa a 7ª posição em número de processos e nenhum ministro na corte. “Vamos aguardar agora a decisão da Presidente da República”, finaliza a juíza.
O TST é formado por 27 ministros, dos quais 21 oriundos da magistratura de carreira (desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho) e seis vagas são compostas por advogados e membros do Ministério Público.
A lista tríplice do TST será encaminhada à presidenta da República, Dilma Rousseff. Após a escolha da presidente, o indicado ainda passará por sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal. Sendo aprovado pela maioria absoluta do plenário do Senado, será nomeado pela presidenta e tomará posse na vaga anteriormente ocupada pelo último representante da Bahia no TST, ministro Horácio Senna Pires, que se aposentou em maio.
Natural de Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, o desembargador Cláudio Mascarenhas Brandão concorre com outros dois desembargadores paulistas: Jane Granzoto Torres da Silva, da 2ª Região (SP) e Lorival Ferreira dos Santos, da 15ª Região (Campinas). O TST realizou a escolha por meio de voto secreto e a partir de uma lista com 17 representantes de Tribunais Regionais do Trabalho.
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