sexta-feira, 13 de março de 2015

POLÍTICA: Avenida Paulista é liberada; manifestantes começam a dispersar no centro

Do UOL, em São Paulo

Manifestações em defesa da Petrobras
13.mar.2015 - Manifestantes da CUT e outras centrais sindicais fecham a avenida Paulista, no centro de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (13), nos dois sentidos durante ato em defesa da Petrobras, pela democracia e para pressionar o governo federal a reverter as decisões que restringem os direitos trabalhistas e para que seja realizada reforma política. Após assembleia realizada no vão do Masp, o sindicato dos professores também realiza passeata. Os dois grupos seguem pela avenida Paulista no sentido da rua Consolação Leia mais Márcio Neves/UOL
Militantes da CUT (Central Única de Trabalhadores), MST e professores da rede pública, que protestam contra atos do governo federal mas refutam a ideia de impeachment da presidente Dilma Rousseff, bloquearam os dois sentidos da avenida Paulista, em São Paulo (SP), na tarde desta sexta-feira (13).
Por volta das 18h10, a avenida Paulista já estava liberada.
Os manifestantes desceram a rua da Consolação e seguiram pela avenida Ipiranga até a Praça da República, onde foi encerrado por volta das 19h. No início do protesto, eles se concentraram em frente a um prédio da Petrobras na avenida Paulista – a estatal foi defendida pelos manifestantes no ato – e seguiram rumo ao centro debaixo de chuva.
A polícia estimou que 12 mil manifestantes estiveram no protesto. A CUT falou em mais de 50 mil o número de manifestantes.
Na avenida Rebouças, que dá acesso tanto à avenida Paulista quanto à rua da Consolação, motoristas de ônibus chegaram a pedir para que os passageiros descessem dos coletivos por causa dos bloqueios.

ECONOMIA: Dólar avança 6,3% na semana e atinge R$ 3,249, maior valor desde 2003

Do UOL, em São Paulo

Após atingir R$ 3,28 ao longo do dia, o dólar comercial reduziu a alta e fechou a sessão desta sexta-feira (13) valendo R$ 3,249 na venda, com valorização de 2,77%. 
É o terceiro dia seguido de alta e o maior valor de fechamento desde 2 de abril de 2003, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,259. É também a maior alta percentual diária desde 30 de janeiro, quando subiu 2,96%.
Na véspera, o dólar havia subido 1,08% e no dia anterior, 0,77%.
Na semana, o dólar acumula alta de 6,3%. O dólar já havia subido 7% na semana passada.
Nas casas de câmbio de São Paulo, a moeda norte-americana chegou a ser cotada de R$ 3,41 (em dinheiro vivo) a R$ 3,66 (no cartão pré-pago), já considerando o IOF, no começo da tarde de hoje. O valor sempre é maior para turistas do que o divulgado no câmbio comercial.
A alta de hoje foi influenciada pela informação de que o governo brasileiro não considera usar suas reservas internacionais neste momento para conter o avanço do dólar, segundo disse uma fonte do Ministério da Fazenda à agência de notícias Reuters.
O BC vem vendendo contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futuro de dólares) diariamente desde agosto de 2013 para oferecer proteção contra a alta do dólar e limitar a instabilidade da moeda. O programa está marcado para durar pelo menos até o fim deste mês, e há dúvidas sobre sua continuidade.
Incertezas sobre a economia
A escalada do dólar nos últimos dias também ocorre devido a preocupações políticos, já que o governo vem enfrentando dificuldades no Congresso para aprovar medidas de ajuste das contas públicas, como alta de impostos e corte de gastos.
"O nosso horizonte está muito ruim e, para piorar, tem as manifestações no fim de semana", disse o estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno, à Reuters. Estão previstos para domingo protestos em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"O investidor estrangeiro diz: 'vou sair por enquanto e volto quando tudo se resolver' e isso estressa o mercado".
Essa perspectiva tem sido intensificada também pelos desdobramentos do escândalo bilionário de corrupção na Petrobras (PETR4).
Atuação do BC no mercado de câmbio
O BC manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta. Foram vendidos 2.000 contratos de swap: 1.050 com vencimento em 1º de dezembro deste ano, e os outros 950 para 1º de março do ano que vem.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. Foram vendidos 7.400: 200 com vencimento em 1º de junho de 2016, e os outros 7.200 contratos para 3 de outubro do ano que vem.
A operação movimentou o equivalente a US$ 350,3 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 3,564 bilhões, ou cerca de 36% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.
(Com Reuters)

EDUCAÇÃO: União retém R$ 1,7 bilhão da educação e atinge Fies e Pronatec

UOL
Em São Paulo

O represamento de recursos públicos para que o Ministério da Fazenda possa organizar as contas tem provocado forte impacto na educação. Em janeiro e fevereiro, a União segurou cerca de R$ 1,7 bilhão do setor. Programas considerados essenciais para a "Pátria Educadora", como o Financiamento Estudantil (Fies) e o Pronatec, foram os mais atingidos.
Pouco mais de R$ 1 bilhão foi retido do Fies e outros R$ 464 milhões do Pronatec. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, as quedas na transferência foram de 50% e 58%, respectivamente.
Instituições privadas de ensino já haviam indicado atrasos de valores do Pronatec e do Fies. No Fies, houve restrições para novos contratos e mudança no fluxo de pagamento.
As universidades federais perderam R$ 173 milhões - queda de 34% - do dinheiro que é dirigido ao "funcionamento de instituições". Outros R$ 53 milhões - corte de 33% - foram retidos dos investimentos em "reestruturação e expansão".
A interferência da Fazenda no Ministério da Educação (MEC) já era esperada, segundo o economista Mansueto Almeida, especialista em finanças públicas, que, a pedido do jornal "O Estado de S. Paulo", contabilizou o montante represado pelo governo. "Mexeram em benefícios sociais, como o seguro-desemprego, restringiram investimentos em infraestrutura e precisam reduzir os gastos fixos do Estado. Uma hora chegaria na educação."
Os chamados gastos de custeio - manutenção das universidades e pagamento de bolsas, por exemplo - afetam a capacidade de o governo poupar. Em linguagem técnica, impedem que seja feito o superávit primário. O Fies, por sua vez, engorda a dívida pública.
Segundo Mansueto, a educação deve ser prioridade, mas precisa de planejamento. "Todo mundo sabia, por exemplo, que o Fies precisava de ajuste, não havia controle nenhum." Reportagens publicadas pelo Estado revelaram que o gasto com o programa cresceu 13 vezes desde 2010, sem se refletir na expansão da rede privada. No ano passado, o governo colocou R$ 13,7 bilhões no Fies.
Públicas
Nas universidades federais, os cortes têm provocado transtornos, sobretudo em áreas com contratos terceirizados. "Limpeza e vigilância são os maiores problemas, o funcionamento já não é o adequado", disse Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Federais como a do Rio (UFRJ), de Minas (UFMG) e de Goiás (UFG) já enfrentam problemas na expansão de vagas. "Um ano que se atrasa o processo de expansão já tem impacto direto sobre as metas do Plano Nacional de Educação", disse o presidente da Associação dos Reitores Federais (Andifes), Targino de Araújo.
A situação deve melhorar para as federais. O governo autorizou ontem a liberação de 1/12 dos recursos destinados às instituições a partir de março.
Segundo o MEC, o recuo nos gastos segue decreto que estipulou a economia para todo o governo. No caso das universidades e institutos federais, a pasta encaminhou outro cálculo, em que leva em conta também os investimentos, em que há alta de 36% nos recursos nos dois primeiros meses do ano - chegando a R$ 1,478 bilhão em 2015. (Colaborou Victor Vieira)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

MUNDO: Maduro afirma esperar que Obama 'retifique' ordem contra Venezuela

ESTADAO.COM.BR
O ESTADO DE S. PAULO

Líder venezuelano volta a criticar americano e, ironicamente, diz que irá aos EUA mostrar que a 'ameaça não vem da Venezuela'
Rumo. Perda do 'projeto' custa caro ao presidente
CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na madrugada desta sexta-feira, 13, esperar que Barack Obama retifique a decisão de considerar a Venezuela uma ameaça à segurança nacional americana e acrescentou, ironicamente, que talvez apareça em Washington para demonstrar que a "ameaça não vem da Venezuela".
"Espero que Obama retifique e revogue a ordem executiva contra o nosso país", afirmou Maduro. Mais cedo, na noite de quinta-feira, ele havia dito que a decisão de Washington poderia custar muito caro aos americanos. "Eles cometeram a maior aberração histórica, que vai custar muito caro na política e na diplomacia."
Na segunda-feira, Obama declarou "emergência nacional" no país por causa da "ameaça incomum e extraordinária" que a situação da Venezuela representa para a segurança nacional americana.
Maduro pediu ao encarregado de negócios da Venezuela em Washington, Maximilien Sánchez Arveláiz, que organize uma "Expo Washington", como a "Expo Venezuela da Verdade", realizada em Madri no início de março, para mostrar que a ameaça não está na Venezuela.
"Tenho a esperança de que Obama receba uma luz que o transforme de volta naquele jovem de Chicago. Convém a Obama fazer uma caminhada por Detroit, por Chicago, voltar a ver as ruas porque os lobies de Washington estão lhe deixando amordaçado e amarrado", afirmou o presidente venezuelano.
O anúncio de Washington incluiu o bloqueio de bens de sete altos funcionários venezuelanos nos EUA, acusados de violações aos direitos humanos durante os protestos antigovernamentais ocorridos no país em 2014. Eles também foram proibidos de entrar em território americano.
O presidente da Venezuela rebateu dizendo que as sanções são uma reação de Obama à prisão do oposicionista Leopoldo López, detido há mais de um ano acusado de promover a violência em um protesto antigovernamental ocorrido em Caracas em 2014. Maduro diz que López é "um agente antipátria" dos EUA. "Declararam um país inteiro como ameaça para salvar um de seus agentes, Leopoldo López, que é um assassino reincidente."
Após o anúncio das sanções, Maduro solicitou ao Parlamento venezuelano poderes especiais que o permitam governar por decreto durante seis meses para enfrentar as "ameaças dos EUA", algo que deve ser aprovado no domingo.
O incidente entre os dois países é o último capítulo da difícil relação bilateral, marcadas por diversas fases de altos e baixos desde a retirada de seus respectivos embaixadores, em 2010. /AFP e EFE

ECONOMIA: Dólar sobe mais de 3% e chega a ser vendido a R$ 3,28, maior cotação desde 1º de abril de 2003

OGLOBO.COM.BR
POR LUCIANNE CARNEIRO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quadro político e mercado externo influenciam câmbio. Bovespa recua acima de 1%
Notas de dólar e de euro - STOYAN NENOV / Stoyan Nenov/Reuters
RIO - O dólar acentou sua alta no início da tarde e chegou a ser cotado a R$ 3,281, o maior nível desde 1º de abril de 2003, no início do governo Lula. Por volta de 14h20, avançava 3,13%, a R$ 3,26, sob expectativa das manifestações contra o governo Dilma no domingo e do ambiente externo. Ontem, teve valorização de 1,02%, a R$ 3,161.
Para analistas, o quadro político antes das manifestações previstas para hoje — a favor do governo Dilma — e domingo — contra o governo pesa sobre o dólar. Ao mesmo tempo, o mercado acompanha o quadro externo, na expectativa da reunião dos conselheiros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na próxima semana. Mas há quem admita que a forte alta de hoje também esteja ligada a especulações.
Nas casas de câmbio, o dólar turismo já é negociado a R$ 3,70 no cartão pré-pago, valor que inclui IOF de 6,38%. No cartão pré-pago, a cotação variava, já com imposto, de R$ 3,55 a R$ 3,70, de acordo com uma pesquisa feita pelo GLOBO em cinco casas de câmbio. Em espécie, a moeda americana variava entre R$ 3,40 e R$ 3,49, também incluindo o IOF de 0,38%.
— Além da influência externa, com valorização em todo o mundo, o dólar é puxado pela instabilidade política. Há expectativa com as manifestações de domingo e seu desdobramento. O mercado está se protegendo, fazendo hedge (operação de proteção da moeda), sejam os investidores ou as empresas — diz o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Para o analista da Clear Raphael Figueiredo, a tendência mundial de valorização, o clima político e o risco de recuo da classificação de risco do Brasil são alguns dos fatores que puxam o dólar para cima. Ele admite, no entanto, que pode haver uma certa especulação hoje.
— Os Estados Unidos podem subir os juros antes do previsto e temos um cenário de incerteza no mercado doméstico, com risco de perda de rating e o clima político, com manifestações no fim de semana. O dólar passou de R$ 3,20 e não tem sinal de topo. Mas hoje parece mesmo haver um perfil mais especulativo — afirma Figueiredo.
Nesta sexta-feira, o Banco Central manteve a chamada ração diária, ou seja, os contratos de swap cambial para rolagem de
O clima também é de pessimismo na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O índice Ibovespa, que reúne as principais ações da Bolsa, recuava 1,40% às 14h20, para 48.193 pontos, depois de registrar perda de quase 2%.
Há queda em ações líderes, como Petrobras e bancos. Petrobras PN (preferencial, sem direito a voto) perdia 2,11%, a R$ 8,32, enquanto Petrobras ON (ordinária, com voto) tinha queda de 1,32%, a R$ 8,71, por causa das consequências da operação Lava-Jato. As preferenciais do Itaú caíam 1,44%, a R$ 33,51, enquanto as do Bradesco recuavam 1,87%, a R$ 33,44.
Na Bolsa, o analista da Clear explica que há um clima de apreensão e cautela, tanto com os desdobramentos da operação Lava-Jato e com as manifestações.
— Os investidores estão optando por não se expor ao risco — diz Figueiredo.

EDUCAÇÃO: Justiça suspende teto de reajuste das mensalidades para o Fies

FOLHA.COM
FLÁVIA FOREQUE, DE BRASÍLIA

Instituições de todo o país ganharam decisão liminar na Justiça que suspende o teto de reajuste de 6,4% das mensalidades de cursos inscritos no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
A partir deste ano, o Ministério da Educação estipulou esse índice para a renovação de contratos, ou para os pedidos feitos a partir deste ano. A decisão, obtida na última segunda-feira (9), vale para as mantenedoras filiadas à Fenep (federação de escolas particulares). A decisão é da juíza é Luciana Raquel Toletino de Moura, juíza federal substituta da 7ª Vara de Justiça do Distrito Federal.
Segundo a presidente da entidade, Amábile Pacios, a medida atinge cerca de 1.500 instituições de ensino superior, espalhadas por 19 Estados. "No fundo, isso vai acabar se estendendo para todo mundo, porque as outras vão pedir isonomia da decisão", avalia. O MEC pode recorrer.
Recentemente, uma instituição de Rondônia e o sindicato de mantenedoras de instituições de ensino de Alagoas receberam decisões favoráveis na Justiça. Além dessa ação, a Fenep é autora é de outro questionamento, para derrubar todas as novas regras do Fies - como a redução do fluxo de pagamentos e exigência de desempenho mínimo no Fies.
Na decisão, a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura pondera que as instituições divulgaram os novos encargos educacionais em novembro do ano passado, mas as alterações no programa ocorreram apenas no início do ano.
"Tal comportamento, possivelmente, gerou prejuízos aos impetrantes, na medida em que, tendo a administração se mantido inerte quando da divulgação dos novos valores das semestralidades, concluíram pela aquiescência com tais valores e realizaram projetos e investimentos em consonância com esses novos valores", disse.
Editoria de Arte/Folhapress 
Criado em 1999, programa federal financia alunos de faculdades privadas

ECONOMIA: Dólar chega a subir mais de 3% e vai a R$ 3,26; Bolsa cai mais de 1%

UOL

No terceiro dia seguido de alta, o dólar comercial acelerava os ganhos e chegava a R$ 3,26 nesta sexta-feira (13), em meio a preocupações persistentes com a situação política e econômica do Brasil. A Bolsa caía. Por volta das 13h, a moeda norte-americana avançava 3,15%, a R$ 3,261 na venda, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuava 1,44%, a 48.175,08 pontos. O Banco Central realizou nesta sessão dois leilões no mercado de câmbio: um para vender 2.000 novos contratos de dólar no mercado futuro e outro para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. (Com Reuters)

POLÍTICA: Protestos em defesa da Petrobras ocorrem em 13 Estados

Do UOL, em São Paulo

Dois dias antes da realização dos protestos pró-impeachment e cinco dias após opanelaço contra a presidente Dilma Rousseff, manifestantes convocados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e pela UNE (União Nacional dos Estudantes) vão realizar até o final do dia, em 23 Estados e no Distrito Federal, o "Ato Nacional em defesa da Petrobras, dos Direitos e da Reforma Política". Por enquanto, os atos já aconteceram em 13 Estados.
O "Dia Nacional de Lutas", como também está sendo chamada a série de protestos marcados para esta sexta-feira (13), além de ressaltar uma "defesa" à estatal e à democracia, supostamente ameaçada por conta da campanha pelo impeachment da presidente Dilma, também tem por objetivo pressionar o governo federal a reverter as decisões que restringem os direitos trabalhistas, além de pressioná-lo a realizar a Reforma Política. 
Para Júlio Turra, da Executiva Nacional da CUT, "o ato se contrapõe ao movimento de domingo a partir do momento em que é contra a quebra da legalidade no que diz respeito aos resultados eleitorais e se choca com a política atual do governo uma vez que se coloca contra o ajuste fiscal."
Em vários Estados, os atos foram realizados pela manhã. Em Minas Gerais, manifestantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da CUT ocuparam os portões de entrada da Regap (Refinaria Gabriel Passos), em Betim (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. Antes, os ativistas bloquearam a rodovia Fernão Dias por cerca de duas horas, na altura do km 479, no sentido São Paulo, gerando lentidão de quatro quilômetros. A via foi liberada por volta das 7h.
A PM (Polícia Militar) de Minas Gerais estimou em 500 pessoas os participantes do protesto, mas a PRF (Polícia Rodoviária Federal) calculou em mil esse número. Representantes do movimento, por sua vez, falam em 2.000 ativistas. O ato encerrou-se por volta das 9h30, mas um grupo de cerca de 300 pessoas permaneceram concentradas em frente à entrada da refinaria, deslocando-se, posteriormente, em um ônibus, para Belo Horizonte, com o intuito de participar do ato que será realizado em Belo Horizonte, marcado para as 16h, na praça Afonso Arinos.
Mais cedo, um protesto reuniu apenas dez pessoas na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, após Dilma cancelar a ida ao local para cuidar de sua mãe.
Na Baixada Fluminense, trabalhadores da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc)realizaram uma paralisação de quatro horas, entre 5h e 9h.
Em Paulínia, na região metropolitana de Campinas (SP), um grupo de cerca de 500 pessoas, segundo a rádio CBN, protestou em frente a Replan (Refinaria de Paulínia), no ato organizado pela Sindicato dos Petroleiros Unificados. A unidade é a maior em quantidade de refino de petróleo da Petrobras.
Em Araucária (PR), na região metropolitana de Curitiba, cerca de 200 representantes do Sindicato dos Petroleiros de Curitiba (Sindipetro) protestaram em frente à entrada principal da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). 
O ato marcado para às 15h em São Luís, que consistirá em uma passeata com saída da praça João Lisboa, contou com uma panfletagem pela manhã, na praça Deodoro.
Em Fortaleza, a concentração dos manifestantes se deu na praça da Imprensa, no bairro Aldeota, e teve início por volta das 8h. Segundo a CUT, cerca de mil pessoas participam do protesto. A PM, por sua vez. estimou em 400 o número de manifestantes. 
No Recife, cerca de mil manifestantes, de acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), realizam uma passeata, que saiu da rua do Hospício, ao lado parque 13 de Maio, próximo à Câmara de Vereadores, com destino à avenida Guararapes.
Em Maceió, a manifestação organizada pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e pela CUT teve concentração na Praça Sinimbu, no centro da cidade. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 participam do ato, que se encerrará na praça Dom Pedro 2º, no centro, em frente à Assembleia Legislativa.
Em Salvador, a mobilização teve início por volta das 7h, quando manifestantes se reuniram em frente à sede da Petrobras, no bairro de Itaigara. Em seguida, uma passeata percorreu as ruas do bairro, retornando ao local de concentração às 9h30. O ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, esteve presente no ato, que contou com a participação de cerca de 800 pessoas, segundo a Polícia Militar, e foi encerrado por volta das 11h.
Em Campo Grande, cerca de 4.000 pessoas participam do evento, segundo a CUT. A Polícia Militar, por sua vez, afirma que são 1.800 manifestantes. O ato teve início na praça do Rádio Clube e, por volta das 12h, seguia em direção à avenida Afonso Pena.
Em Goiânia, o protesto é realizado na praça Cívica, no centro da cidade. De acordo com os organizadores, cerca de 300 pessoas participam do ato, mesmo número estimado pela Polícia Militar.
Em Macapá, cerca de 100 pessoas, de acordo com a CUT, concentram-se na Praça da Bandeira, no região central da cidade. A PM estima em 60 o número de manifestantes. A caminhada que seria realizada até o Parque do Forte foi cancelado por conta da chuva.
Em Cuiabá, uma passeata é realizada pele centro da cidade, ainda sem estimativa do número de participantes.
Até as 12h, não foram registrados incidentes nas manifestações.

COMENTÁRIO: Caçada ao mordomo

Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

O poder é assim: quando as coisas vão bem, todo mundo é amigo, mas, quando vão mal, vira um empurra-empurra, começa uma caçada ao culpado. E o culpado, agora, não pode ser nem a presidente Dilma Rousseff nem o ex-presidente Lula.
O "culpado" pela crise econômica foi o ministro da Fazenda do primeiro mandato, Guido Mantega, demitido em plena campanha de 2014 e amarrado artificialmente à cadeira tal qual um El Cid tupiniquim.
Começa-se agora a desenhar o "culpado" pela crise política: ele tem um bigodão, é petista desde criancinha, foi o senador mais votado do País na sua época, não teve nenhuma importância nos dois mandatos de Lula e tornou-se o todo poderoso do novo governo Dilma.
Sim, é ele, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que está no centro da boataria e no alvo da artilharia petista e pemedebista nesses tempos de recuos nas medidas do ajuste fiscal e de depoimentos na CPI da Petrobrás, às vésperas da manifestação de domingo.
Em meio a tantas coincidências que andam acontecendo em Brasília (a última foi a reunião de quarta-feira entre Dilma e o ministro Dias Toffoli...), essa é mais uma: bastou Lula jantar com Dilma no Palácio da Alvorada para Mercadante cair na boca do povo. Os dois jantaram na terça. O zunzum da queda de Mercadante da articulação política ficou ensurdecedor na quarta.
E não venham dizer que não foi tão alto assim. Tanto foi que o Planalto, num gesto bem pouco usual, gastou energia e tinta numa nota desmentindo boatos e ratificando a posição de Mercadante. Em São Paulo, a muitos quilômetros de distância, o Instituto Lula também tratou de desmentir o que dez entre dez petistas dizem: que o ex-presidente vive falando mal de Mercadante.
O fato é que Dilma acabou anunciando, no Acre, que está finalmente ampliando o chamado "núcleo duro" do Planalto. Ou ela cedeu às evidências gritantes de que a articulação política não está funcionando ou cedeu às crescentes pressões, principalmente de Lula, para fazê-lo.
Como estava escrito nas estrelas (e aqui neste espaço), a entrada de Gilberto Kassab em campo era só uma questão de tempo. Ministro das Cidades, criador do PSD e com enorme jogo de cintura político, ele entra junto com dois outros ministros: Aldo Rebelo (PC do B), da Ciência e Tecnologia, e Eliseu Padilha (PMDB), da Aviação Civil.
Mercadante deve ficar confinado à coordenação administrativa dos ministros e fora das negociações com a Câmara e o Senado e, muito particularmente, com o PT e o PMDB. Sua passagem pela articulação política foi meteórica, além de desastrada.
O movimento de Dilma confirma também que o ministro oficial da área, Pepe Vargas, não é lá de muita valia e que o trio Mercadante, Rossetto e Berzoini é mais do mesmo e não leva Dilma a lugar nenhum. Especialmente com o Congresso em pé de guerra, comandado por um PMDB armado até os dentes e boa parte da tropa ferida pela Lava Jato.
Só falta alguém de bom senso dar um toque em Dilma de que o ministro da Defesa se transformar em porta-voz do PT, ou de qualquer partido, é um tanto esdrúxulo e pode atrapalhar seu desempenho na relação institucional com as Forças Armadas. Jaques Wagner é um bom político, mas deve se limitar a conselheiro de bastidores da presidente ou optar entre a função na Defesa e a ação no PT.
Por uma questão de justiça, porém, não é correto atribuir os erros estratégicos, os erros táticos, as derrotas na Câmara, os recuos no Senado e todas essas dificuldades a Mercadante. No mínimo, Dilma deveria saber, como Lula sabe, que Mercadante pode ter outras qualidades, mas é o homem errado na hora errada para negociar com petistas e pemedebistas - imagine-se com o resto da base aliada.
Tanto quanto Mantega, portanto, Mercadante é apenas o mordomo nesse enredo frenético de crises.

ECONOMIA: Dólar chega a subir 2,8% e encosta em R$ 3,25; Bolsa cai mais de 1%

UOL

No terceiro dia seguido de alta, o dólar comercial acelerava os ganhos e encostava em R$ 3,25 nesta sexta-feira (13), em meio a preocupações persistentes com a situação política e econômica do Brasil. A Bolsa caía. Por volta das 12h35, a moeda norte-americana avançava 2,77%, a R$ 3,249 na venda, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuava 1,61%, a 48.093,02 pontos. O Banco Central realizou nesta sessão dois leilões no mercado de câmbio: um para vender2.000 novos contratos de dólar no mercado futuro e outro para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. (Com Reuters)

POLÍTICA: Cuba pressiona profissionais do Mais Médicos por volta de parentes à ilha

FOLHA.COM
CLÁUDIA COLLUCCI, DE SÃO PAULO

O governo cubano está pressionando profissionais do programa federal Mais Médicos, bandeira da presidente Dilma Rousseff, para que seus familiares (cônjuges e filhos) que estejam no Brasil retornem imediatamente a Cuba.
Caso contrário, ameaça substituí-los por outros médicos que já estariam selecionados, aguardando vaga.
Até dezembro, dos 14.462 profissionais trabalhando no Mais Médicos, 11.429 – quase 80% – eram cubanos. Não há estimativa de quantos estão com as famílias no Brasil.
A pressão tem sido feita diretamente pela vice-ministra da Saúde de Cuba, Estela Cristina Morales, e por seus interlocutores, que vêm se reunindo com médicos cubanos em várias cidades brasileiras. Ela foi confirmada à Folhapor oito médicos cubanos e dois supervisores do Mais Médicos.
O principal argumento de Cuba é de que no contrato de trabalho do governo da ilha com os médicos só há previsão de que eles possam receber visitas de parentes – sem fazer menção a moradia.
O contrato, porém, não estipula prazo para as visitas, abrindo brecha para que se estendam. O governo brasileiro concede aos familiares dos médicos cubanos visto de permanência de 36 meses – mesmo tempo dado a eles.
Jarbas Oliveira - 1.out.2013/Folhapress 
Profissionais cubanos que participam do programa federal Mais Médicos desembarcam no aeroporto de Fortaleza (CE)
O Ministério da Saúde diz que não há nada que impeça a família dos médicos de permanecer no Brasil. O artigo 18 da lei de criação do Mais Médicos prevê a vinda de dependentes dos profissionais.
As regras para viagens de cubanos ao exterior foram flexibilizadas pelo governo da ilha desde janeiro de 2013, não sendo mais preciso autorização prévia. Elas mantiveram em aberto, no entanto, a possibilidade de vetar pesquisadores, médicos, atletas e opositores ao regime.
A presença de cônjuges e filhos no Brasil, na prática, facilita a fixação desses médicos cubanos no país, agravando os riscos de fuga de uma mão-de-obra qualificada, que gera dinheiro para a ilha.
No sábado (7), a vice-ministra da Saúde de Cuba esteve no município de Jandira (SP). Entre 13h e 16h conversou com médicos e disse que há 530 profissionais na ilha à espera de vaga no programa.
"O recado foi claro. Se os familiares não voltarem, seremos substituídos", diz um médico que pede anonimato.
Há casos em que marido e mulher são do programa e têm filhos pequenos. "Temos dois casais de amigos que têm filhos de três e seis anos e que estão sendo pressionados para mandar as crianças de volta, sozinhas", relata outro.
"Querem que meu marido volte. Ele está há quatro meses empregado, com carteira assinada. Não é justo", afirma uma médica cubana que atua na Grande SP.
Outra teme se separar do marido e do filho de sete anos – já matriculado numa escola. "Se eles forem obrigados a voltar, irei junto." 
Editoria de Arte/Folhapress 

FRAUDE: Lei permite recuperar os US$ 7 bi na Suíça, diz ex-secretário da Receita

Por Fernando Rodrigues - UOL

Para Everardo Maciel, ainda há tempo para punir eventual crime fiscal 
Dinheiro volta ao país se contas do SwissLeaks não tiverem sido declaradas
Governo precisa primeiro obter documentos da França para depois cobrar imposto e multa
Everardo Maciel aponta caminho para governo cobrar impostos de brasileiros no SwissLeaks
Apesar da lentidão com que tem agido, o governo federal ainda pode tomar medidas para recuperar, no limite, todo o saldo de aproximadamente US$ 7 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões) que 8.667 pessoas ligadas ao Brasil mantinham em contas secretas e numeradas na Suíça nos anos de 2006 e 2007.
A avaliação é do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. Ele enfatiza que ter conta no exterior não é crime, mas para ficar na legalidade é necessário declarar ao Fisco a existência do dinheiro depositado em outro país. Se ficar comprovado que a lista de 8.667 correntistas do Brasil no HSBC é composta por pessoas que não pagaram imposto, o dinheiro pode ser recuperado.
Esses nomes constam do conjunto de dados bancários vazados do HSBC da Suíça, em 2008, que reúne cerca de US$ 100 bilhões de 106 mil clientes de 203 países e ficou conhecido como SwissLeaks.
Para saber do que se trata o SwissLeaks, leia a explicação detalhada já publicada pelo Blog. Em resumo, é uma apuração jornalística multinacional comandada peloICIJ, sigla em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, em parceria com o jornal francês “Le Monde”. No Brasil, a investigação é coordenada pelo jornalista Fernando Rodrigues, membro do ICIJ, que publica as reportagens em seu Blog, hospedado no UOL.
Segundo Everardo Maciel, os brasileiros que não declararam ao Fisco os valores depositados no HSBC da Suíça ainda podem ser cobrados. O ex-secretário da Receita Federal defende que o prazo de 5 anos que comumente é citado como tempo limite para cobrança de um determinado imposto só vale em determinadas situações.
“O nosso sistema de coleta de impostos é declaratório. O contribuinte declara o que teve de renda e recolhe os impostos. Ora, a Receita Federal só pode fiscalizar sobre o que é declarado. Quando há uma omissão ativa, quando o contribuinte procurou de fato esconder um valor, nesse caso o prazo para a cobrança de impostos não se esgota depois de 5 anos”, explica Everardo Maciel.
Ele prossegue: “A Receita Federal só pode cobrar algo quando o fato fica conhecido. Mesmo que tenha sido em 2006 ou 2007. Se esses fatos ficarem conhecidos agora, e, muito importante, se ficar comprovado que não houve declaração no Imposto de Renda da conta no exterior, aí é possível fazer a cobrança do que não foi pago na época devida”.
Everardo cita o artigo 149 do Código Tributário Nacional, que no seu inciso 7º trata de casos em que há “dolo, fraude ou simulação”. Exatamente a situação de pessoas que levam seu dinheiro para fora do Brasil sem informar ao Banco Central nem declarar à Receita Federal.
Eis o artigo e alguns dos incisos da lei 5.172, mencionada por Everardo:
Art. 149. O lançamento [para eventual cobrança de impostos] é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
(…)
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
(…)
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
Nesse caso, comprovado o crime decorrente da omissão da declaração de uma conta bancária no exterior, a Receita Federal cobra 27,5% sobre o saldo encontrado no outro país. É que esse valor é considerado uma renda que ficou oculta.
Além do imposto, segundo Everardo Maciel, é aplicável uma “multa de ofício” cuja alíquota é de 75% sobre o imposto devido. Como esses casos sempre são relacionados a dolo, fraude ou simulação, essa multa é “agravada” e o percentual sobe para 150% sobre o imposto não pago.
Somados o imposto e a multa, chega-se perto da totalidade do saldo depositado ilegalmente no exterior e pode retornar ao Brasil. Mesmo porque haverá ainda a sanção aplicada por conta de uma outra infração –a evasão de divisas.
Trata-se do crime contra o sistema financeiro nacional (descrição na qual se enquadra a evasão de divisas). Nessa hipótese, há uma pena de reclusão que varia de 2 a 6 anos, mais multa. O cálculo dessa multa é controverso e não há como saber o valor que será aplicado pelo juiz responsável.
O Blog falou com operadores do mercado financeiro que conhecem esse tipo de infração. Há um consenso no mundo das finanças: os que foram apanhados cometendo tal ilegalidade (evasão de divisas) quase sempre pagam perto de 20% sobre o valor que foi remetido para fora do país.
Mas mais importante é registrar que a evasão fiscal é um crime sobre o qual não pairam dúvidas a respeito do prazo prescricional. Alguns advogados falam em 12 anos (o dobro da pena máxima). Para outros, entretanto, trata-se de algo imprescritível. Como os saldos das contas do SwissLeaks-HSBC são de 2006 e 2007, há tempo suficiente para que as autoridades brasileiras façam os autos de infração e apliquem as eventuais punições devidas.
Já no caso da sonegação de impostos existe muito debate no meio jurídico.
Luís Eduardo Schoueri, professor titular de direito tributário da USP (Universidade de São Paulo) e advogado do escritório Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri Advogados, diverge da tese defendida por Everardo Maciel.
Schoueri tem sido procurado por clientes que têm ou tiveram contas no HSBC da Suíça –e estão alarmados com o vazamento dos dados.
Para o professor da USP, a tese de que ainda não houve a prescrição para a cobrança de impostos sobre contas com saldo em 2007 é minoritária e tem pouco respaldo em tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça.
É claro que desta vez é necessário levar em consideração que se trata do maior vazamento da história de informações bancárias da Suíça. Embora o Brasil nada tenha feito até hoje, vários países já recuperaram parte do dinheiro desviado –o equivalente a US$ 1,36 bilhão, segundo o ICIJ.
Schoueri sustenta, entretanto, que o prazo para cobrar o tributo não começa a contar a partir do momento em que o governo sabe que o valor foi sonegado. Para o professor, o prazo começa a contar no primeiro dia do exercício seguinte ao qual o contribuinte deveria ter declarado.
Um exemplo: se a receita foi obtida em 2007 (o último ano para o qual o SwissLeaks tem dados das contas na Suíça), o contribuinte deveria ter declarado em 2008. Se não o fez, o prazo para que o Fisco possa perseguir o pagamento começa a contar em 1º janeiro de 2009. Nessa hipótese, governo teria até 31 de dezembro de 2013 para tentar receber o imposto sonegado.
A tese defendida por Schoueri também é contemplada pelo Código Tributário Nacional, em seu artigo 173:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Como se observa, a doutrina sobre a prescrição do prazo para a cobrança de impostos encontra argumentos no Código Tributário Nacional. Ocorre que a conjuntura criada pelo SwissLeaks também é única.
Esse é um assunto que terá de ser dirimido pelos tribunais superiores.
José Hable, auditor fiscal que estuda o tema, escreveu um artigo no qual reconhece que o prazo de 5 anos citado por Schoueri é o entendimento majoritário dos livros de direito e dos tribunais. Mas ele defende a mesma tese de Everardo Maciel: o prazo de 5 anos só deve contar a partir da ciência pelo Fisco dos fatos omitidos.
O cerne do argumento de Hable é simples: não é justo que o contribuinte que sonegou de forma intencional, com dolo, fraude ou simulação, seja beneficiado com o mesmo prazo concedido ao contribuinte de boa-fé. E isso é vedado pelo Código Tributário Nacional.
LEGALIDADE DOS DADOS
No caso SwissLeaks, há ainda um fator complicador. Os dados foram subtraídos do HSBC por um ex-funcionário do banco, Hervé Falciani. O acervo de informações foi entregue por ele ao governo francês – que já compartilhou tudo com governos de vários países.
No Brasil, entretanto, advogados criminalistas devem recorrer à doutrina dos “frutos da árvore envenenada” – se Falciani subtraiu esses dados do HSBC, os documentos não podem servir como prova.
Ocorre que a França recepcionou as informações. Ao mesmo tempo, homologou os dados e os considerou íntegros e válidos. Muitos países seguiram o mesmo caminho.
No Brasil, os tribunais tendem a ser mais conservadores na interpretação da lei, o que muitas vezes beneficia o acusado de um crime. Em teoria tudo pode acabar sendo rejeitado. Exceto na hipótese de o próprio governo da Suíça enviar os dados extraídos legalmente de dentro do HSBC.
A Suíça não tem acordo de colaboração com o Brasil para casos de sonegação fiscal. Quando há outros crimes envolvidos isso possível. Muitos dos correntistas brasileiros têm ou tiveram pendências com a Justiça. Esses podem ser os mais vulneráveis porque há espaço legal para o governo brasileiro requerer seus dados bancários pelas vias oficiais.
CONTAS ZERADAS
Das 8.667 pessoas ligadas ao Brasil e com conta no HSBC de Genebra, na Suíça, 4.485 apresentam saldos zerados em 2006 e 2007. Essa situação pode ocorrer por duas razões.
A primeira delas é quando alguém aparece apenas como beneficiário eventual do valor de uma conta conjunta, mas ainda sem acesso ao dinheiro depositado. Nos arquivos detalhados do HSBC é possível identificar vários desses casos.
A segunda situação de conta zerada indica apenas que o titular mantinha seu registro no HSBC aberto e ativo, mas não havia dinheiro depositado em 2006 e 2007, período ao que se referem os arquivos retirados do banco por Hervé Falciani.
Há, entretanto, também os casos em que uma conta não apenas está zerada, mas também com uma indicação de que foi encerrada (em geral, há uma data sinalizando que isso aconteceu). Nessa hipótese, não fica claro porque o HSBC mantinha em seus registros contas antigas, encerradas e sem saldo.
Nos casos de contas zeradas, o Fisco brasileiro teria de ter acesso aos extratos bancários dos períodos anteriores a 2006 e posteriores a 2007 para saber o que se passou. Como a Suíça não fornece ao Brasil informações por suspeita de sonegação, seria necessário sustentar os pedidos ao governo daquele país demonstrando que as pessoas das quais se requer os dados são acusadas de outros tipos de crimes, como corrupção ou lavagem de dinheiro.
CONFISSÃO DE CRIME
Os correntistas brasileiros do HSBC na Suíça que se apresentarem espontaneamente, confessando não terem declarado valores à Receita Federal, terão de pagar 27,5% de imposto sobre o saldo não declarado (que entra como renda nesse cálculo).
Haverá também uma multa de 20% sobre o total depositado na cota. “Quem pagar à vista pode reduzir o percentual da multa para 10%”, diz Everardo Maciel.
Mas essa confissão de crime fiscal não extingue o crime de evasão fiscal, que será apurado investigado pela Polícia Federal e depois analisado pelo Ministério Público.
Na hipótese de se tornarem alvo de processo criminal, Schoueri orienta seus clientes com contas no HSBC da Suíça a confessar. Esse ato reduz a pena e favorece punições alternativas, como prestação de serviços comunitários.
Ele também alerta os brasileiros com contas na Suíça a não tentarem “consertar” esses depósitos no exterior, esquentando o dinheiro de alguma forma. Isso os enquadraria no crime de lavagem, mais grave que a evasão.
Participou da apuração desta reportagem o jornalista Bruno Lupion (do UOL).

CORRUPÇAO: Procurador-geral da Suíça vem ao Brasil para tratar de cartel de trens e Petrobrás

ESTADAO.COM.BR
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE - O ESTADO DE S. PAULO

Integrantes do Ministério Público dos dois países pretendem ampliar cooperação nas investigações e acelerar acesso a documentos
GENEBRA - A cúpula do Ministério Público da Suíça desembarca no Brasil no início da semana que vem para debater uma maior cooperação nas investigações relacionadas à Alstom e à suspeita cartel dos trens de São Paulo, além de um aprofundamento da cooperação no caso da Petrobrás. A missão dos suíços entre os dias 15 e 17 de março será liderado pelo procurador-geral da Confederação, Michael Lauber.
O encontro em Brasília ocorre dias depois que o MP conseguiu repatriar R$ 182 milhões em nome de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás. O tempo relativamente curto entre o início da operação e a obtenção do dinheiro, porém, ocorreu graças ao fato de que não houve oposição à repatriação.
Mas o MP brasileiro quer acelerar acima de tudo o envio dos extratos e detalhes das contas de cada um dos envolvidos no esquema relacionado com ex-funcionários da Petrobrás.
Em nota ao Estado, o MP suíço confirmou que abriu uma "investigação penal" em relação às suspeitas relacionadas com os ex-funcionários da Petrobrás. Além do dinheiro de Barusco, cerca de US$ 23 milhões em nome do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, também estão bloqueados.
Setor metroferroviário. No caso da Alstom, a intenção do Brasil é a de acelerar o acesso aos documentos existentes na Suíça sobre as suspeitas no País. Desde o ano passado, negocia-se a transferência ao Brasil de todos os processos de investigações criminais que existem contra a Alstom,o que significa que a Justiça brasileira receberá os detalhes de todas as contas do envolvidos e que hoje estão bloqueadas.
No final de 2014, a Polícia Federal indiciou 33 pessoas suspeitas de envolvimento no cartel do setor metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008, nos governos de Márcio Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. Entre os indiciados está o ex-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Mário Bandeira.
Caso sejam dadas ao Brasil, as informações permitirão que o Ministério Público brasileiro e promotores paulistas possam aprofundar as investigações contra João Roberto Zaniboni, ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), contra o lobista Arthur Teixeira e o também ex-diretor da CPTM, Ademir Venâncio de Araújo, que detém cinco contas na Suíça com um montante bloqueado de US$ 1,2 milhão.
Os três são considerados peças fundamentais para entender de que forma as multinacionais Alstom e Siemens operavam para garantir contratos. Outro foco do processo é o ex-juiz do Tribunal de Contas, Robson Marinho.
Na Suíça, eles estavam sendo investigados por lavagem de dinheiro e todas suas contas haviam sido bloqueadas.
A possibilidade levantada por Berna de transferir os casos ao Brasil ocorreu depois de avaliar que teriam sérias limitações no caso. Mesmo que os condenassem, os suíços não conseguiriam que o Brasil os extraditasse. Pela Constituição, a Justiça não autorizaria a extradição de um nacional.
Agora, com a eventual transferência, todos os extratos bancários e todas as informações seriam também entregues.
No caso das contas do ex-prefeito Paulo Maluf no exterior, o STF chegou a pedir a Luxemburgo, França e Jersey que os processos fossem transferidos ao Brasil. Mas isso não acabou ocorrendo.
Num esforço de demonstrar que existe uma cooperação, um dia antes de uma reunião de Berna no final de 2014 entre Brasil e Suíça, a Polícia Federal fez busca na residência e no escritório de Zaniboni, no que foi uma operação executada justamente a pedido do Ministério Público da Suíça ainda em 2011 e jamais realizada. Berna abriu investigação sobre a origem os mais de US$ 826 mil que Zaniboni manteve depositado em Zurique. O ex-diretor garante que o dinheiro foi resultado de uma consultoria que prestou.

POLÍTICA: Dilma cancela agenda em Belo Horizonte para evitar protestos

ESTADAO.COM.BR
RAFAEL MORAES MOURA E TÂNIA MONTEIRO - O ESTADO DE S. PAULO

Oficialmente, Presidência afirma que alteração foi em razão do estado de saúde da mãe da presidente, de 90 anos
Brasília - A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou nessa quinta-feira, 12, que a presidente Dilma Rousseff cancelou a agenda prevista para esta sexta-feira, 13, em Belo Horizonte devido ao estado de saúde da mãe da presidente, Dilma Jane Coimbra, de 90 anos. Segundo a Secom, a mãe de Dilma "não está bem". No entanto, informações de bastidores sugerem que a presidente suspendeu a viagem a para evitar novas vaias e protestos.
Embora o evento estivesse programado para ocorrer em local fechado e Dilma não fosse sofrer constrangimento direto, o Palácio do Planalto foi informado de que estavam programadas manifestações contra a presidente na área do evento.
Dilma iria participar de cerimônia de apresentação dos trabalhos da campanha "Justiça pela Paz em Casa", no Palácio da Justiça. Estarão presentes o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, que apresentará os dados da campanha. O vice-presidente Michel Temer representará o governo federal na solenidade.
O cancelamento da viagem começou a ser discutido na manhã de quinta-feira. Mais cedo também foi desmobilizada a previsão de preparativos para a viagem, na segunda-feira, a São Luís, no Maranhão, onde Dilma inauguraria terminal de grãos do porto da cidade.
A avaliação do Planalto foi de que, neste momento, o melhor é a presidente "ficar em casa", ainda mais que nesta sexta também será realizado protesto da Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra a política econômica e medidas de ajuste fiscal, mas a favor da presidente. Já no domingo, grupos convocam protestos contra o governo, alguns dos quais com a defesa do impeachment de Dilma.
Uma espécie de gabinete de crise foi criado para acompanhar as manifestações desta sexta-feira e de domingo. O governo está preocupado com as repercussões desses dois eventos e das consequências políticas de ambos. A presidente Dilma pediu aos ministros do seu chamado núcleo político que permaneçam em Brasília para acompanhar os acontecimentos no domingo e para participarem de uma reunião de avaliação com ela, no Palácio da Alvorada, no final do dia, a exemplo do que já fez no fim de semana passado, quando a crise com o Congresso atingiu o auge.

ECONOMIA: Dólar dispara em dia de protestos

ESTADAO.COM.BR
O ESTADO DE S. PAULO

Cotação da moeda americana atingiu maior patamar desde maio de 2004 ainda na abertura da sessão 
O dólar comercial abriu em forte alta nesta sexta-feira, 13, com o clima de tensão por conta dos protestos marcados por todo o País até domingo, 15. Nos primeiros meses do ano, a moeda americana subiu mais de 21%. Em 12 meses, o aumento foi de mais de 36%.
Por volta das 10h50, a divisa subia 2,28%, negociada a R$ 3,226. Esta é a maior cotação desde 21 de maio de 2004, quando o dólar fechou em R$ 3,24. Na abertura da sessão, a moeda registrou alta de 1,84%, cotada a R$ 3,212.
Na mesma faixa horária, o Ibovespa caía 1,52%, aos 48.139 pontos.
No exterior, o avanço da moeda se deu em meio à demanda de investidores antes da reunião do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) na semana que vem, em que se decidirá sobre o aumento da taxa básica de juros da economia americana.
Ainda na primeira meia hora de pregão, contudo, o fôlego diminuiu, com a realização de lucros relacionada a um dado norte-americano. Porém, a valorização do dólar ante o real ainda é forte e superior ao movimento visto lá fora e se sustenta no noticiário doméstico.
Há temor de confronto entre manifestantes nos atos das centrais sindicais, organizados pela CUT e MST, a partir das 15 horas, contra a "ruptura democrática" e o impeachment da presidente Dilma, e pela garantia dos direitos trabalhistas.
Também pesa a informação de que houve um duelo muito duro entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na quarta à noite, com o primeiro insistindo na manutenção do veto à prorrogação até 2042 dos subsídios sobre a energia elétrica para grandes empresas do Nordeste, e ameaçando até pedir demissão caso fosse derrotado.
Na quinta-feira, 12, o dólar fechou em alta de quase 1%, cotado a R$ 3,154. Após abrir em baixa, a moeda subiu no fim do dia com o noticiário sobre a Petrobrás e temores de que a inflação demore ainda mais tempo para ceder. Em ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou a projeção para a inflação em 2015 e considerou que a alta de preços deve desacelerar apenas a partir de 2016.

POLÍTICA: MST ostentação: grupo janta em restaurante 'gourmet' de Salvador

BAHIA NOTÍCIAS

Foto: Bahia Notícias
O raio gourmetizador atingiu o Movimento dos Sem Terra (MST). Na noite desta quinta-feira (12), integrantes do movimento que pede, entre outras coisas, a reforma agrária foram flagrados pela reportagem do Bahia Notícias jantando no restaurante Gattai, no Salvador Shopping. Dentre outras coisas, os membros consumiram três garrafas de vinho, cujo valor é superior a R$ 100,00 a unidade. O refinado restaurante fica numa ala especial do empreendimento e serve, no seu menu, comida oriental. Em uma análise do site Comendo em Salvador, o restaurante é apontado como “uma opção requintada, porém cara”.
No ano passado, o “exército de Stédile” – nome do líder do grupo – deu uma “passadinha” no Outback antes de começar a marcha. Na internet circulam flagras de grupos em lugares "incomuns". Confira: 

DIREITO: Mais de 200 processos do STF estão suspensos por pedidos de vista

CONJUR

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, determinou que os processos que tiveram o julgamento interrompido por pedidos de vista tenham prioridade na pauta do Plenário neste ano. Atualmente, há no tribunal mais de 200 processos pendentes de devolução de pedido de vista.
O Código de Processo Civil dá ao juiz integrante de um colegiado a possibilidade de pedir vista, caso não esteja habilitado a proferir seu voto naquele momento. No Regimento Interno do STF, o assunto é regido pelo artigo 134, que determina a obrigatoriedade de devolução dos pedidos de vista, para prosseguimento da votação, até a segunda sessão ordinária subsequente, após o prazo estabelecido pela Resolução 278/2003.
Ministro quer acelerar julgamento de processos que aguardam vista.
Fellipe Sampaio/SCO/STF
Súmulas
Lewandowski também determinou que sejam incluídas nas pautas das próximas sessões do Plenário 15 novas propostas de súmulas vinculantes. O objetivo combater o acúmulo de processos sobre questões idênticas no Judiciário.
As súmulas vinculantes têm força normativa, sendo de aplicação imediata em todas as instâncias e esferas da Justiça, bem como da administração pública direta e indireta. Por essas características, esse instrumento dá agilidade ao julgamento de demandas sobre temas cujo entendimento está pacificado pelo Supremo. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.
Clique aqui para ver a lista dos processos que aguardam vista.

DIREITO: OAB vai propor o fim do sigilo em seus processos éticos

CONJUR

O Colégio de Presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou o fim do sigilo nos julgamentos de processos éticos-disciplinares da advocacia. Com isso, a mesma OAB que defendia o sigilo passa a se posicionar contra, defendendo a abertura.
Agora a medida será levada a deliberação do Conselho Pleno da OAB. A ideia é apresentar um projeto de lei ao Congresso Nacional modificando essa parte do Estatuto da OAB. Isso porque o sigilo está previsto no artigo 72 da Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB), sendo sua alteração somente possível pelo Legislativo.
"O Colégio de Presidentes considera necessário modernizar o processo ético-disciplinar no âmbito da OAB, ampliando sua celeridade, efetividade e transparência, inclusive com o fim do sigilo", diz trecho da Carta de Florianópolis, documento com as decisões tomadas durante o encontro.
A medida foi apresentada pela seccional da OAB no Distrito Federal que comemorou a aprovação. “Nosso trabalho é essencial e dessa forma integramos a administração da Justiça, conforme preceito constitucional; nada mais coerente que avancemos nesse sentido, modernizando e conferindo mais transparência aos feitos dos tribunais de ética e disciplina da entidade”, disse Ibaneis Rocha, presidente da OAB-DF.
Para Ibaneis o texto atual do estatuto está em confronto com normas constitucionais da transparência, da legalidade e da publicidade dos atos. Segundo a proposta aprovada, ainda haverá o sigilo na fase preliminar, quando é verificada a admissibilidade do processo. Mas, assim que admitido o processo o sigilo será derrubado.
O presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, também elogiou a medida. "A OAB necessita guardar coerência entre a pregação pública de publicidade dos inquéritos de autoridades com os processos disciplinares internos. Nada melhor que a luz do sol numa República", diz Marcus Vinicius.
Índice de qualidade
Para o presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, a medida vai valorizar os bons profissionais. Ibaneis conta que há profissionais que aproveitam o sigilo para cometer pequenas infrações, que não chegam ao conhecimento do cliente.
"Alguns advogados se utilizam desse sigilo e vão acumulando pequenas infrações. A abertura dos processos dará a oportunidade de o cliente saber se aquele advogado é um bom profissional. O número de processos éticos respondido por um advogado é um bom indicativo", diz.
Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |