sexta-feira, 19 de setembro de 2014

ECONOMIA: Bovespa fecha praticamente estável; Petrobras salta 2,7%

Do UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou praticamente estável nesta quarta-feira (17), com leve queda de 0,01%, a 59.108,19 pontos. Mais cedo, a Bolsa chegou a subir mais de 1%. Na véspera, a Bolsa havia subido 2,01%. As estatais foram destaque de alta, após divulgação de pesquisa eleitoral na véspera. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) saltaram 2,7%, por exemplo. (Com Reuters) Leia Mais

ECONOMIA: Dólar sobe 1,25% e atinge maior valor desde março, a R$ 2,358

Do UOL

O dólar comercial fechou em alta de 1,25% nesta quarta-feira (17), cotado a R$ 2,358 na venda. É o maior valor de fechamento desde 13 de março, quando a moeda norte-americana valia R$ 2,362. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,65%. Com o resultado de hoje, o dólar zerou as perdas que tinha acumulado ao longo do ano. Em setembro, a moeda acumula avanço de 5,3%. Investidores analisaram a decisão de política econômica do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) depois de reunião de dois dias. O Fed anunciou mais um corte de US$ 10 bilhões em seu programa de estímulos mensais à economia, e avaliou que a política de juros atual continua sendo apropriada no médio prazo após o fim do programa. O corte já era esperado. (Com Reuters) Leia Mais

COMENTÁRIO: Gato por lebre

Por Dora Kramer - ESTADAO.COM.BR

A eleição presidencial ainda está para entrar na fase da reta quase final para o primeiro turno de votação e o PMDB já ocupa espaço no noticiário com pose de fiador da estabilidade política, garantidor da boa governança.
"Sem o PMDB não se governa", disseram nesta semana em entrevistas distintas o vice-presidente da República e presidente do partido, Michel Temer, e o candidato a vice na chapa do PSB, Beto Albuquerque. Tangenciaram a realidade e afirmaram ambos uma meia-verdade.
Caso seja sobre apoio institucional que falaram, Itamar Franco não o teve e governou. Fernando Henrique Cardoso, tampouco. Contou com uma ala do partido, mas teve oposição ferrenha de outra.
Mas, também podemos examinar a questão pelo aspecto do peso do partido nas decisões de governo. Quando aderiu ao PT de corpo e alma, na reeleição de Luiz Inácio da Silva, em 2006, recebeu do então presidente tratamento social e político de luxo, mas jamais dividiu verdadeiramente o poder com o PT.
No ato de adesão, apresentou uma carta-compromisso com sete pontos "exigidos" pelo partido, entre os quais crescimento do PIB acima de 5%, reformas política e tributária e redução dos gastos públicos.
Ninguém se emocionou com as exigências nem as comprou pelo valor de face. O PMDB continuou onde estava sem dar um pio a despeito de contrariado sobre os itens que considerava indispensáveis à boa governança.
Veio o governo Dilma Rousseff e com ele a explicitação do racha do partido em função da contrariedade extrema com o Palácio do Planalto. Motivo: o PMDB conquistou a vice-Presidência, cinco ministérios e logo percebeu que, de concreto, havia recebido uma casa de reuniões com vista para o lago Paranoá (o Palácio do Jaburu, residência do vice) e nada mais.
Segundo relatos dos peemedebistas, eles nunca tiveram poder real nos ministérios nem influência de fato. Situação corroborada por Michel Temer em recente entrevista, ao falar sobre o papel do ministro Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia: "Formalmente ele é o responsável pelo setor, mas na realidade não tem o controle geral".
Ora, se é assim, de onde vem a ideia de que "não se governa sem o PMDB?" Governa-se. Tanto se governa mal quanto se governa bem.
A questão é outra e não diz respeito à qualidade de administração das políticas públicas no Poder Executivo. Tem a ver, isto sim, com o menor ou maior grau de resguardo que o partido é capaz de dar ao Palácio do Planalto no Legislativo e, a depender da extensão e da longevidade das ligações de integrantes da cúpula, até no Poder Judiciário.
O PMDB é importante porque tem poder local. Prefeitos, vereadores, governadores, deputados, senadores, bancadas amplas que lhe garantem o comando do Legislativo, tempo de televisão em períodos eleitorais e disposição de negociar (ou não) esses ativos. Oferece proteção em troca da renovação dos instrumentos desse tipo de sobrevivência.
A isso dá o nome de governabilidade. Mas quem não nasceu ontem não é obrigado a acreditar.

Tempo do onça. Numa curiosa sequência, Luiz Inácio da Silva, José Sarney e João Pedro Stedile trataram Marina como "dona" naquele sentido pejorativo que certos homens de antigamente chamavam de "dona Maria" qualquer mulher ao volante.
No sábado passado, Lula disse que nunca falou mal de "dona Marina" e acrescentou: "Dona Marina não precisa contar inverdades a meu respeito para chorar". Na segunda-feira, Stédile ameaçou: "A dona Marina que não invente de botar as mãos na Petrobrás que estaremos aqui todos os dias (em protesto na sede da empresa)". Na quarta, Sarney, por sua vez, afirmou: "Com essa cara de santinha, ninguém é mais radical e raivosa que dona Marina".
Um jeito rudimentar, antiquado e mal-educado de demonstrar menosprezo.

HUMOR

Do Blog do NOBLAT


COMENTÁRIO: O programa móvel marinheiro

Por Ilimar Franco, O Globo
Do Blog do NOBLAT

A candidata Marina Silva encontrou a fórmula para tentar dissipar os temores com sua eleição para a Presidência. Além do aceno para o PMDB, seus principais auxiliares vendem flexibilidade programática.
Em um dia desses, um grupo de empresários reuniu-se com o coordenador de programa, Maurício Rands, o assessor João Paulo Capobianco e o vice Beto Albuquerque. A conversa foi considerada muito boa e, a cada questionamento do setor empresarial, contam que Capobianco respondia com a frase mágica: “O nosso programa é dinâmico”.
Nos bastidores, o time de Marina trabalha para dissipar temores e abrir as portas para o diálogo e o entendimento

COMENTÁRIO: A vaca e o brejo

Por Merval Pereira, O Globo
Do Blog do NOBLAT

Como não existe almoço de graça, a conta começou a chegar. O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente a 2013 mostra aumento da desigualdade de renda do trabalho, que estava estagnada em 2011 e 2012, e crescimento do desemprego no país, o que não acontecia desde 2009.
Os críticos da atual política econômica se utilizam de uma definição sarcástica, em linguagem vulgar, para relacionar a crise que vivemos com a sucessão presidencial.
Se referindo ao governo Dilma, dizem que “não há dúvida de que a vaca está indo para o brejo. A questão é saber a distância do brejo e a velocidade da vaca”.
Isto é, os resultados negativos desses quatro anos de desaceleração econômica são inevitáveis. O que não se sabe é se sua concretização no dia a dia do eleitor se dará a tempo de afetar a possibilidade de reeleição da presidente ou se os efeitos perversos do baixo crescimento dos últimos anos, com inflação em alta, só se farão sentir num próximo governo, talvez com Dilma à frente.
Para o economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ, a trajetória de distribuição foi influenciada pela conjuntura internacional favorável entre 2003 e 2008 e, a partir da crise internacional, desacelerou no Peru, interrompeu no Brasil ou reverteu, no Paraguai, a tendência de redução da desigualdade na América Latina, fenômeno praticamente generalizado na região nesse período.
O Brasil experimentou melhora apenas marginal na sua posição no ranking mundial dos países com maior grau de desigualdade, entre meados da última década do século XX e meados da primeira década do século XXI, já que saiu da 4ª posição no ranking mundial dos países mais desiguais para a 5ª posição.
No conjunto dos países que mostram melhores resultados quanto à redução da desigualdade, o Brasil ocupou, enquanto esse processo esteve em curso, a 3ª posição, atrás da Venezuela (projeto de orientação socialista) e do Peru (projeto liberal), o que, para Gonçalves, demonstra que os programas sociais não encontraram barreiras ideológicas à sua execução.
Na redução da desigualdade de renda brasileira de 2001 a 2009, o fator fundamental foi que a renda per capita dos 10% mais ricos aumentou apenas 1,5% ao ano, e a dos 10% mais pobres, 6,8% por ano, o que era motivo de orgulho para os técnicos do governo.
A piora em 2013 se deveu ao fato de que o aumento na renda dos 10% mais ricos ocorreu com mais velocidade do que entre os 10% mais pobres. Os rendimentos dos que ganham em média R$ 11.758 cresceram 6,3%, enquanto os com renda inferior a um salário mínimo avançaram 3,5%.
A Pnad mostra que o índice de Gini — indicador usado pela ONU para medir a desigualdade de renda nos países, e que quanto mais próximo de 0 indica melhor distribuição de renda — se mantinha estagnado desde 2011, tendo subido ligeiramente em 2013, após avanços continuados nos anos anteriores.
Para Gonçalves, não será surpresa se, no futuro próximo, ocorrer o aumento dos índices de desigualdade da renda no Brasil.
Ele elenca uma série de razões para isso acontecer: a distribuição da renda foi incipiente no século XXI na América Latina; a redução da desigualdade se refere, em grande medida, aos rendimentos recebidos pela classe trabalhadora e não ao capital; não há registro de mudanças, nem mesmo incipientes, na distribuição funcional da renda (salários, lucros, juros e aluguéis); na ausência de mudanças na distribuição da riqueza e da renda (distribuição funcional), o poder econômico e o poder político continuam extraordinariamente concentrados e, de modo geral, alimentam sistemas políticos patrimonialistas, nepotistas e corruptos e geram subdesenvolvimento social e institucional em muitos países.
Gonçalves analisa as trajetórias de redução da desigualdade da renda na América Latina e constata que seguiram a “linha de menor resistência”.
Segundo ele, a queda vinha sendo determinada, em grande medida, pela interação dos seguintes fatores: transferências públicas de assistência social; política de salário mínimo; crescimento econômico; expansão do mercado de trabalho, num contexto internacional favorável até 2008.
Na fase descendente da economia mundial pós-2008, o Brasil se tornou vulnerável aos efeitos da situação econômica externa, que um dia o ex-presidente Lula classificou de “marolinha”, por uma razão, segundo Gonçalves: “Não há registro, pelo menos no Brasil, de mudanças estruturais”.

SEGURANÇA: Clésio Andrade é procurado por suspeita de desvio de dinheiro

ESTADAO.COM.BR

BERNARDO CARAM - ESTADÃO CONTEÚDO

Ex-senador e réu no mensalão mineiro é suspeito de liderar um esquema de desvio de cerca de R$ 20 milhões no Sest e no Senat
Atualizado às 12h40 - Brasília - Em operação feita nesta manhã, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu quatro ex-dirigentes do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). O grupo é suspeito de participar de esquema de desvio de recursos públicos que movimentou R$ 20 milhões em dois anos. O ex-senador e presidente licenciado da Confederação Nacional do Transporte (CNT) é procurado por suspeita de participação no esquema.
O inquérito instaurado pela Polícia Civil, que atuou em conjunto com o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União, investiga o pagamento de gratificações desproporcionais a servidores do Sest/Senat e o uso de funcionários e empresas fantasmas para desviar recursos.
O ex-senador Clésio Andrade
De acordo com o delegado-chefe adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Luís Fernando Araújo, Clésio Andrade é suspeito de comandar o grupo. Foi realizado busca e apreensão na casa do ex-senador em Belo Horizonte, além da emissão de um mandado de condução coercitiva para que ele preste esclarecimentos na delegacia. Até o fim da manhã desta sexta, Clésio não havia sido localizado.
Ex-senador e presidente licenciado da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade também foi vice-governador de Minas durante o primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB), que atualmente disputa a Presidência.
Réu no mensalão mineiro, esquema de desvio de dinheiro de estatais mineiras para abastecer a campanha eleitoral tucana em Minas em 1998, Clésio renunciou ao mandato de senador em julho. Na ocasião ele alegou motivos de saúde. Com isso o processo que tramitava contra ele no Supremo Tribunal Federal deve ser remetido à Justiça Federal em Minas.
Em Brasília, foram presas temporariamente a ex-diretora-geral do Sest/Senat Maria Tereza Pantoja, a coordenadora de Contabilidade, Jardel Soares, a coordenadora de Administração, Nilmara Chaves, e a assessora especial, Anamary Socha. O patrimônio atual das quatro presas gira em torno de R$ 35 milhões. Um total de 16 carros, dois cofres e dinheiro foram apreendidos.
Um dos trinta investigados, que tinha salário anual equivalente a R$ 200 mil, teve um rendimento de R$ 1,6 milhão em 2012. Outro prestador de serviços, contratado para ornamentar plantas dos jardins do órgão, recebeu cerca de R$ 1,7 milhão em um ano. Há também a suspeita sobre um lava a jato, que teria embolsado cerca de R$ 2 milhões em um ano em contratos com o Sest/Senat.
A suspeita sobre o esquema foi levantada quando o ex-senador enviou à polícia explicações sobre o pagamento de gratificações a servidores do órgão. O delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Fábio Santos de Souza, afirmou que há indícios de que o documento seja fraudado. "Temos informações de que esse ato normativo que define isso (as gratificações) foi fraudado pra tentar justificar o pagamento", disse Souza. O delegado ponderou que é prematuro afirmar que Clésio tenha cometido crimes.

DENÚNCIA: Renan recebeu propina da Mendes Júnior, denuncia Ministério Público

Do UOL

Procuradores denunciam presidente do Senado por improbidade administrativa. Para eles, despesas com filha e ex-amante do peemedebista foram bancadas por lobista de empreiteira em troca de emendas ao orçamento, revela o Estadão
Geraldo Magela/Ag. Senado
Renan renunciou à presidência do Senado em 2007 sob a mesma acusaçãoSete anos após renunciar à presidência do Senado para escapar da cassação, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), volta a enfrentar problemas na Justiça com a denúncia de que teve despesas pessoais pagas pelo lobista de uma empreiteira em troca de emendas ao orçamento. O Ministério Público Federal em Brasília denunciou o senador por improbidade administrativa na 14ª Vara Federal do DF no último dia 2. Na ação, os procuradores acusam Renan de se enriquecer ilicitamente, de ter evolução patrimonial incompatível com o cargo e de forjar documentos para comprovar que tinha dinheiro para bancar despesas pagas, segundo a denúncia, pela Mendes Júnior.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso com exclusividade à ação que pede à Justiça que Renan, a Mendes Júnior e o lobista Cláudio Gontijo sejam tratados a partir de agora como réus. A Procuradoria da República também recomenda a perda do mandato do senador em caso de condenação.
Em 2007, o peemedebista foi acusado pela jornalista Mônica Veloso, sua ex-amante, de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar suas despesas com a pensão da filha e o aluguel de um imóvel. Essa foi a principal de uma série de denúncias que o parlamentar alagoano enfrentou no Conselho de Ética do Senado naquele ano. Por duas vezes, ele escapou da cassação no plenário em votação secreta.
Cabeça de gado
Para comprovar que tinha condições de arcar com os gastos sozinho, o senador apresentou notas fiscais de vendas de bois. Mas a Polícia Federal concluiu que aqueles documentos não garantiam recursos para quitar a pensão e que os papéis não comprovavam a venda de gado. Havia a suspeita de que as notas eram frias.
Por esse motivo, em janeiro do ano passado, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abrisse ação penal contra o senador por peculato, falsidade ideológica e uso de documento. O parecer, noticiado em primeira mão pelo Congresso em Foco, foi apresentado às vésperas da eleição que marcou a volta de Renan à presidência do Senado. Quase dois anos depois, os ministros do Supremo ainda não analisaram o pedido do ex-procurador-geral.
Intermediário
A ação por improbidade é desdobramento na esfera cível dessas investigações. Segundo os repórteres Ricardo Brito e Beatriz Bulla, o Ministério Público afirma agora que a Mendes Júnior pagou pelo menos R$ 246 mil para Mônica Veloso. O lobista e o senador confirmaram, na época, os repasses à jornalista. Mas alegaram que o dinheiro pertencia a Renan. “Não é minimamente crível que o senador tivesse preferido sacar o dinheiro, entregá-lo ao requerido Cláudio para então repassá-lo à senhora Mônica, quando poderia tê-lo feito diretamente”, afirmam os procuradores no processo.
A ação sustenta, ainda, que Renan não conseguiu comprovar de que maneira pagou uma dívida de R$ 100 mil de pensão alimentícia da filha. De acordo com a acusação, o peemedebista beneficiou a empreiteira com emenda ao orçamento nos anos de 2005 e 2006, ao sugerir o direcionamento de recursos para obras tocadas pela empresa no Porto de Maceió.
Por meio de sua assessoria, Renan informou que não vai se manifestar sobre o assunto. A Mendes Júnior também não se pronunciou. Já Cláudio Gontijo não foi localizado.

ELEIÇÕES: Oscilação negativa obriga Marina a fazer política

Do UOL
Josias de Souza

Intenção de voto

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Dilma Rousseff

Marina Silva

Aécio Neves

Eduardo Jorge

Everaldo Pereira

Luciana Genro

José Maria

Levy Fidelix

Outros

Brancos e nulos

Indecisos
17 JUL2014
18 AGO2014
29 AGO2014
03 SET2014
10 SET2014
19 SET2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%
37%
30%
17%
Surrada abaixo da linha da cintura na propaganda eleitoral de Dilma Rousseff e pisoteada na de Aécio Neves, Marina Silva bambeou. Ela ainda conserva um pé no segundo round da luta de boxe em que se converteu a sucessão de 2014, informa o Datafolha. Mas, para sobreviver na luta, terá de fazer algo que preferia adiar para depois de uma hipotética vitória: acordos políticos.
Aécio Neves despertou do nocaute. Mas enfrenta a contagem regressiva do calendário. Como observaram Mauro Paulino e Alessandro Janoni, diretores doDatafolha, “para chegar ao segundo turno, Aécio deve torcer por um feito inédito em eleições presidenciais nesta etapa da disputa: sua candidatura crescer além de seu teto e Marina cair abaixo de seu piso.”
Se confirmado pelos fatos, o embate final entre as duas damas da eleição será sangrento. Em fins de agosto, Marina ostentava na sondagem do segundo turno uma dianteira de dez pontos sobre Dilma (50% a 40%). Hoje, ela continua numericamente à frente. Mas a diferença é de apenas dois pontos (46% a 44%) —um empate técnico.
Deu-se até aqui, mais ou menos o que planejara João Santana depois que Marina ganhou o primeiro plano da disputa. Armado de mentiras, mistificações e falsas analogias, o marqueteiro de Dilma dissolveu um pedaço das intenções de voto de Marina e, mais grave, fez dobrar sua taxa de rejeição. Há um mês, apenas 11% dos eleitores diziam que jamais votariam em Marina. Hoje, a taxa soma 22%.
Permanecendo no ringue, Marina terá de provar para o pedaço menos ilustrado do eleitorado que não é a fraude que Lula e Dilma autorizaram João Santana a fabricar. A seu favor, a candidata do PSB terá a paridade de armas. Vai dispor dos mesmos dez minutos de rádio e televisão a que Dilma terá direito. Dinheiro também não haverá de lhe faltar. O problema de Marina será providenciar matéria-prima adequada para preencher o tempo de propaganda.
Marina precisará adensar o córner, atraindo forças novas para o seu lado no ringue. Sob pena de potencializar a empulhação segundo a qual sua vitória empurraria o país para um desastre à Jânio ou à Collor. De saída, terá de obter de Aécio o que sonegou a José Serra na sucessão de 2010.
O apoio do PSDB não cairia no colo de Marina. Teria de ser conquistado. Noutras condições, a candidata talvez pudesse esnobar o tucanato. Avessa ao PT, a maioria dos eleitores de Aécio tenderia a votar nela. Mas Marina precisará, acima de tudo, passar a impressão de que a sua “nova política” não é antônimo de bom senso.
Marina não terá de sentar à mesa com um Sarney ou um Renan. Mas será pressionada a abrir um sorriso para personagens como Geraldo Alckmin, sobretudo se ele mantiver o favoritismo que ostenta nas pesquisas. Nas palavras de um correligionário do PSB: “Marina ainda tem boas chances de virar presidente da República. Mas precisa errar menos. E recusar uma parceria com Alckmin no maior colégio eleitoral do país seria um equívoco primário.”

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