sexta-feira, 10 de outubro de 2014

ECONOMIA: Dólar fecha em alta com maior aversão a risco no exterior

Do UOL.COM.BR

O dólar fechou em alta frente ao real pelo segundo dia consecutivo, reagindo a maior aversão a risco no exterior, diante das preocupações com a zona do euro, e à decepção com os resultados de pesquisas eleitorais divulgadas ontem, as quais não corroboraram um cenário mais vantajoso para a oposição na corrida presidencial.
O dólar comercial subiu 1,17%, encerrando a R$ 2,4243. Com isso, a moeda americana acumula queda de 1,52% na semana e de 0,95% no mês. Já o contrato futuro para novembro avançava 1% para R$ 2,435.
A moeda americana acelerou a alta no fim da tarde após a notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor's colou em observação negativa o rating soberano da França, que está em "AA". O anúncio reforçou a preocupação com a recuperação da zona do euro, após dados econômicos fracos da Alemanha divulgados nesta semana. 
A situação na Europa coloca em sinal de alerta o crescimento da economia mundial, com a China dando sinais desaceleração e o Japão ainda mostrando dados decepcionantes. Há temores de que mesmo os Estados Unidos possam ter sua retomada freada, entre outros fatores, pela apreciação do dólar.
Lá fora, o dólar mostrava expressiva alta frente às principais divisas, subindo 0,61% em relação ao euro, 0,99% diante do dólar australiano e 0,70% frente à lira turca.
No mercado interno, as pesquisas eleitorais divulgadas ontem pelos institutos Ibope e Datafolha mostraram um empate técnico entre o candidato Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma, o que decepcionou um pouco o mercado, após circularem rumores nesta semana de que o candidato tucano teria aberto uma vantagem em relação à Dilma no segundo turno.
Aécio apareceu com 51% das intenções de votos válidos, contra 49% para Dilma Rousseff (PT) em ambas as pesquisas. Há, portanto, um empate técnico entre os dois concorrentes, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais.
Desde os resultados do primeiro turno, em que Aécio surpreendeu ao ficar apenas 8 pontos percentuais atrás de Dilma, o mercado passou a colocar mais fichas numa vitória do tucano, também pela expectativa de que parte dos quase 22,2 milhões de votos destinados a Marina Silva (PSB), terceira colocada na votação, migrasse para o candidato do PSDB. O mercado aguarda agora o posicionamento de Marina Silva sobre seu apoio no segundo turno.
Aécio é visto como mais pró-mercado e inclinado a promover reformas entendidas por investidores como necessárias para a recuperação da credibilidade e confiança na economia brasileira.

ECONOMIA: Bovespa acompanha tensão externa e fecha em baixa de 3,4%

Do UOL.COM.BR

A bolsa brasileira cedeu ainda mais à pressão externa na tarde desta sexta-feira e fechou na mínima do dia, após a agência de classificação de risco S&P alterar as perspectivas da nota soberana da França e do rating do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), na sigla em inglês para negativa.
O Ibovespa já vinha com sinal negativo desde a abertura, com investidores preocupados com os sinais de fraqueza da economia mundial e com o quadro de incerteza sobre o rumo da corrida presidencial no Brasil. 
"Os temores com nova crise na Europa voltaram com força nesta semana depois da queda da produção industrial de 4% na Alemanha em agosto e da maior queda das exportações desde 2009", comenta o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala. "Até então a economia alemã estava ainda gerando o pouco crescimento que se observava na Europa. Mas a nova rodada de desaceleração do mundo, especialmente na Ásia, está complicando a situação alemã e europeia." 
Gala acredita que a revisão dos ratings pela S&P apenas reforçou a avaliação negativa sobre a Europa, que já vinha sendo discutida nos últimos dias. "Houve um reconhecimento das autoridades sobre essa situação ao longo da semana. A questão do crescimento apareceu na reunião anual do FMI e na Ata do Fed. O fato é que as economias que sofreram com a crise de 2008 ainda não se reergueram, com exceção dos Estados Unidos."
Aqui, o foco dos investidores continuou sobre a corrida presidencial. As pesquisas Ibope e Datafolha mostraram o mesmo quadro - de empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), com dois pontos de vantagem para o tucano -contrariando os levantamentos feitos por institutos menos conhecidos, que mostravam Aécio até dez pontos à frente da petista.
"O mercado ficou sem direção após as pesquisas. E com as bolsas caindo forte na Europa e nos Estados Unidos, o desempenho do Ibovespa acabou prejudicado", afirma o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira.
O Ibovespa fechou em baixa de 3,42%, na mínima do dia, aos 55.311 pontos. O volume financeiro somou R$ 7,385 bilhões, um pouco menor do que a média dos pregões desta semana. "O mercado começou a semana muito forte. Hoje perdeu um pouco o ritmo", diz Oliveira. Apesar do tombo de hoje, a bolsa brasileira fechou a semana com alta de 1,42%.
Entre as principais ações do índice, Petrobras PN (-5,56%, a R$ 20,02) puxou as perdas, seguida por Itaú PN (-3,91%, a R$ 35,33), Bradesco PN (-4,82%, a R$ 36,32), Banco do Brasil ON (-4,43%, a R$ 30,20) e Vale PNA (-2,29%, a R$ 22,98). 
A lista de maiores baixas trouxe BR Malls ON (-6,66%), Rossi ON (-6,54%) e ALL ON (-6,23%). Apenas três das 70 ações que compõem o Ibovespa fecharam em alta: Oi PN (0,75%), Fibria ON (0,23%) e Suzano PNA (0,21%). 
Após perderem mais de 16% nesta semana com a notícia sobre a saída de Zeinal Bava, as ações da Oi reagiram à informação de que o diretor financeiro Bayard Gontijio ocupará a presidência da operadora interinamente até que o processo de reestruturação entre Oi e Portugal Telecom seja concluído.

COMENTÁRIO: Dilma se estarrece com divulgação de depoimentos! E quanto ao conteúdo?

Por Josias de Souza - UOL.COM.BR

Dilma Rousseff considerou “estarrecedora” a divulgação dos depoimentos prestados à Justiça por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Achou estranho sobretudo porque o país está “no meio da campanha eleitoral”. Chamou de “golpe“. Espantosa época a nossa. Dois delatores revelam que a Petrobras tornou-se uma espécie de caverna de Ali-Babá. E a presidente da República se estarrece com a divulgação, não com o teor do que foi divulgado. É como se o inaceitável tivesse adquirido uma doce, persuasiva, admirável naturalidade.
“Sei que essas informações estão ainda sob sigilo”, disse Dilma. Erro. O que corre em segredo são os acordos de delação que resultaram em acusações contra a nata da política nacional. Os depoimentos que estarreceram a presidente foram tomados em processo aberto. No início de cada oitiva, o juiz Sérgio Moro teve o cuidado de pedir aos depoentes que se abstivessem de mencionar os nomes de autoridades e congressistas detentores de prerrogativa de foro. “Isso vai vir a público no momento adequado, segundo as decisões do Supremo Tribunal Federal”, esclareceu o magistrado.
“Eu pedi essas informações”, recordou Dilma. “Então, eu acho muito estranho e estarrecedor que no meio da campanha eleitoral façam esse tipo de divulgação.'' Novo equívoco. O que Dilma requereu à Procuradoria e ao STF foram os depoimentos prestados em segredo por Paulo Roberto Costa. Não obteve cópia porque a lei que regula as delações premiadas proíbe. O acesso foi negado também à CPI e à própria Petrobras.
Para Dilma, “é muito importante que a gente não deixe uma coisa [a investigação dos petroroubos] se misturar com a outra [a campanha eleitoral]. Que não se use isso de forma leviana em momentos eleitorais, porque nós não temos acesso a todas as informações.'' Hummmm!
Dias atrás, a Polícia Federal adiou um depoimento de Lula sobre acusações feitas por Marcos Valério para não interferir na campanha eleitoral. Decerto a presidente não deseja que o Judiciário entre em recesso branco por conta da eleição. Resta lamentar que ela, ao admitir-se desinformada, acabe repetindo, com outras palavras, o bordão do “eu não sabia.” Se há alguém que deveria saber o que se passa na Petrobras, essa pessoa é a inquilina do Planalto.
Em seu depoimento, Paulo Roberto disse que há corrupção também na Transpetro, subsidiária naval da Petrobras. Declarou ter recebido R$ 500 mil em verbas sujas das mãos do próprio presidente da companhia, o ex-senador Sérgio Machado, afilhado político de um senador notório: Renan Calheiros. Dilma foi instada a comentar.
“Nós vamos investigar todas as pessoas”, disse ela. “Porque tem uma premissa nisso tudo: em toda campanha eleitoral há denúncias, que não se comprovam e assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.” Beleza. E daí?
“O que estamos fazendo é conversar com o servidor da Petrobras [Sergio Machado]. Quem está fazendo isso é ministro Edison Lobão [apadrinhado pelo companheiro José Sarney], no sentido de esclarecer o que há e o que não há. Ninguém pode em sã consciência acabar com o direito de defesa.''
Para quem diz ter “tolerância zero com a corrupção”, Dilma revela-se bastante tolerante no caso do afilhado de Renan, um senador que é autor de patrióticas nomeações. Sérgio Machado está na Transpetro desde o início do primeiro reinado de Lula. Afora a menção desonrosa do delator Paulo Roberto, tornou-se personagem de uma ação por improbidade que o Ministério Público Federal acaba de ajuizar. Machado diz ser honesto. A Constituição lhe concede o direito à dúvida. Mas Dilma já dispõe de elementos para, no mínimo, afastá-lo temporariamente até que os pratos fiquem limpos.
Os delatores informaram à Justiça que, além do PP e do PMDB, quem mais morde propinas na Petrobras é o PT. Mencionaram como operador da legenda o diretor Financeiro João Vaccari Neto. E Dilma: “Se o PT errou, enquanto pessoas do partido erraram, elas têm de ser punidas. Se alguém errou tem que pagar.'' Cômodo, muito cômodo. Mas o contribuinte agradeceria se a presidente tivesse livrado as diretorias da Petrobras das indicações partidárias, inclusive petistas.
O diabo é que Dilma parece considerar natural o que é inaceitável. No mês passado, em sabatina do IG e da Rede TV!, ela deixou claro que não cogita alterar o modelo de preenchimento dos cargos de direção nas estatais. Declarou quecontinuaria “mantendo o critério para escolher os melhores para o meu governo''. Afirmou que Paulo Roberto Costa era servidor de carreira da Petrobras. Lorota. Virou outra coisa no instante em que ficou devendo sua nomeação à turma do PP.
Operação Lava Jato da PF
8.out.2014 - O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa viajou do Rio de Janeiro para Curitiba para prestar seu primeiro depoimento à Justiça Federal depois do acordo de delação premiada. Costa e o doleiro Alberto Youssef disseram que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, intermediava os recursos desviados de obras da estatal para o partido. Costa também declarou em depoimento à Justiça que existe um cartel de cerca de dez empresas que controla grande obras dentro e fora da Petrobras Leia mais - Samantha Lima/ Folhapress
Desgraçadamente, o governo sempre tratou a ocupação política das estatais com hedionda normalidade. Recorde-se, por oportuno, uma entrevista concedida ao programa Roda Viva, em fevereiro de 2012, pelo então presidente da Petrobras, o petista José Sérgio Gabrielli. A certa altura, Cláudio Weber Abramo, da Transparência Brasil, questionou-o sobre o fenômeno da “ingerência política”.
Abramo recordou que PT controlava quatro diretorias da Petrobras, o PMDB mandava em uma e o PP desmandava em outra. Lembrou também que, na subsidiária BR Distribuidora, até Fernando Collor havia enfiado um apadrinhado em posto de direção.
Vale a pena ouvir a resposta de Gabrielli: “…Uma empresa dessa complexidade, com o tamanho da Petrobras, com o sucesso que a Petrobras tem, não pode ser gerida não profissionalmente. E o que é uma empresa gerida profissionalmente? Ela tem processos que são definidos regularmente para as decisões. Não há decisões individuais na Petrobras.”
Gabrielli prosseguiu: “Todas as decisões passam por comitês, todas as decisões passam por processos, há regras definidas, critérios definidos para as decisões, há mecanismos de avaliação e cheque de diferentes áreas para analizar cada projeto, cada projeto passa por dezenas de disciplinas…”. Cotejadas com os depoimentos prestados pelos delatores da Lava Jato, as declarações do ex-mandachuva da Petrobras soam como piada. Regras! Ora, que regras?
O senhor nega que existem diretores indicados por partidos na Petrobras?, perguntou-se a Gabrielli. “Não, não nego”, ele respondeu. “Mas não é esse o problema.” Heimmm?!? “Eles têm a obrigação de seguir os procedimentos. Existe disciplina na Petrobras!”
Gabrielli ouviu uma pergunta óbvia: se é assim, por que os políticos querem as diretorias da Petrobras? E ele: “Nós estamos numa democracia, meus senhores e minhas senhoras. Numa democracia em que os partidos são legítimos, em que os partidos representam o interesse do povo brasileiro. Ou vocês querem negar o direito dos partidos?”
Democracia partidária na Petrobras? “Vocês querem negar o direito dos partidos. A democracia exige partidos. Muito mais importante ter partidos do que não ter, do que ter uma ditadura.” Alguém lembrou a Gabrielli que ele presidia uma estatal de capital aberto, com ações na Bolsa. Outro entrevistador repetiu que havia gente indicada por Collor na companhia.
“O senhor Collor de Mello é senador eleito”, justificou-se Gabrielli. “Eu discordo da política dele, mas esse é outro problema. Ele é legitimamente eleito.” Sobreveio uma derradeira pergunta: Qual é o interesse dos partidos na Petrobras?
Gabrielli soou assim: “Os partidos participam da gestão do Estado. Isso é parte da prática democrática. Isso é parte da democracia. Os partidos são legítimos. Nós podemos discordar. Eu discordo. Você sabe que eu sou um homem de partido. Eu discordo de alguns partidos, mas é legitima a existência dos partidos. Querer que não existam partidos é autoritarismo. Pode ser um déspota esclarecido, mas é um déspota.”
Nomeado sob Lula, Gabrielli só foi substituído por Dilma em 2012, segundo ano de sua gestão. Foi substituído por Graça Foster sob elogios pelos serviços prestados. Agora responda rápido: um governo que mantém no comando da maior estatal do país um personagem com raciocínio tão precário pode reclamar do seu destino?
- Serviço: a entrevista de Gabrielli ao Roda Viva está disponível aqui. O pedaço referente à ocupação política da Petrobras começa aos 21m45s.

ELEIÇÕES: Em vídeo, FHC afirma que Lula mentiu

ESTADAO.COM.BR
ELIZABETH LOPES - O ESTADO DE S. PAULO

Ex-presidente rebateu fala de petista que o acusou de criticar os nordestinos; para tucano PT 'fica querendo nos jogar contra o povo'
São Paulo - Em vídeo postado nesta sexta-feira, 10, em sua página oficial no Facebook, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso diz que o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva mentiu quando o acusou de criticar os nordestinos. "O PT fica querendo fazer demagogia, querendo nos jogar contra o povo, dizendo que o PSDB fez isso ou aquilo, que eu disse isso ou aquilo, o Lula mentiu, eu não falei de Nordeste ou de nordestinos, nada disso", disse.
Na postagem, Fernando Henrique disse lamentar que a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, "tenha embarcado nessa, não é verdade". E disse: "O povo não é bobo, o povo sabe que quem fez o Plano Real fomos nós, quando fui ministro da Fazenda, que melhorou a vida de todo mundo, dos pobres, do trabalhador."
Nas críticas à gestão petista, o ex-presidente tucano disse que é com o receituário do PSDB que se combate a pobreza "e não deixando a inflação voltar e depois aconselhando o povo a não comer carne, a comer tomate, a comer frango, ovo". E continuou: "Não é deste jeito que se resolve a pobreza. Nós, do PSDB, sim, fizemos o que dissemos e deu certo." 
O vídeo é mais um capítulo do embate que os dois ex-presidentes da República estão travando com mais frequência neste segundo turno, em prol de seus candidatos, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

ELEIÇÕES: Dilma diz ser estarrecedora divulgação de áudio de Costa em meio à campanha

Do UOL, em Brasília
Bruna Borges

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, afirmou nesta sexta-feira (10) que "acha muito estranho" e "estarrecedora" a divulgação dos áudios da investigação da operação Lava Jato "no meio da campanha eleitoral".
Ontem foram revelados os áudios do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal por participação de um esquema milionário de desvio de dinheiro público, e do doleiro Alberto Youssef, que também participaria do esquema. Segundo Costa, três partidos se beneficiaram do esquema: PT, PMDB e PP.
"Sei que essas informações estão ainda sob sigilo e eu pedi essas informações, então eu acho muito estranho e estarrecedor que no meio da campanha eleitoral façam esse tipo de divulgação", disse a presidente em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, em Brasília. "É muito importante que a gente não deixe uma coisa se misturar com a outra. Agora que não se use isso de forma leviana em momentos eleitorais porque nós não temos acesso a todas as informações."

Em seu programa de rádio desta sexta-feira no horário eleitoral gratuito, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, explorou o escândalo da Petrobras. A propaganda de Aécio chamou Costa de "ex-presidente" da estatal, cargo que ele nunca ocupou.
Na entrevista, a presidente afirmou que não se pode acusar as pessoas citadas no depoimento sem provas.
"Nós vamos investigar todas as pessoas. Porque tem uma premissa nisso tudo. Em toda campanha eleitoral há denúncias, que não se comprovam e assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças. E não se pode ser resiliente com malfeitos, o que estamos fazendo é conversar com o servidor da Petrobras [Sergio Machado]. Quem está fazendo isso é ministro Edson Lobão, no sentido de esclarecer o que há e o que não há. Ninguém pode em sã consciência acabar com o direito de defesa", disse a presidente.
Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Dilma cogita demitir Machado da presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras no setor de logística. Machado foi indicado pelo PMDB e foi citado por Costa em seu depoimento, na quarta-feira (8), como uma das pessoas que participavam de irregularidades na estatal.
Questionada sobre se o PT participou do esquema, Dilma disse que o caso será investigado e que, se for comprovado, os responsáveis devem ser punidos.
"Se o PT errou enquanto pessoas do partido erraram, elas têm de punida. Se alguém errou tem que pagar", declarou Dilma. "Qual é a diferença nossa? Nós investigamos. Eu não varro para baixo do tapete."
A candidata petista afirmou ainda que tomou medidas para que o caso seja efetivamente investigado. "Eu queria reafirmar que eu tenho tolerância zero com a corrupção ou com qualquer outro tipo de irregularidade", afirmou. "Eu tomei medidas para garantir que nem a Polícia Federal e nem o Ministério Público, no que se refere ao procurador-geral, tivessem aparelhamento e fossem induzidos nessa ou naquela direção. Quero lembrar que nem sempre foi assim no Brasil, a Polícia Federal foi aparelhada, sim, foi dirigida durante algum tempo por pessoas que têm filiação ao PSDB."
Dilma disse não saber se a divulgação dos depoimentos de Costa e Youssef podem afetar sua campanha de alguma forma. "Eu não sei se é esse o interesse de alguns. Lutarei com unhas e dentes para que o que não seja justo não ocorra", afirmou a presidente.

ELEIÇÕES: Coligação de Aécio pede que Procuradoria do DF apure ofensas na internet

De OGLOBO.COM.BR
POR MARIA LIMA

Manifestações discriminatórias sobre nordestinos vem sendo vinculadas ao candidato tucano
Coligação de Aécio pede apuração sobre o caso - Fernando Quevedo / O Globo
BRASÍLIA — O coordenador jurídico da campanha do candidato Aécio Neves, deputado Carlos Sampaio, protocolou nesta sexta-feira na Procuradoria da República no Distrito Federal, uma representação pedindo a investigação das manifestações de cunho racistas e discriminatórios em relação aos cidadãos nordestinos do país, junto às redes sociais na internet, com vinculações ao candidato tucano. A Coligação Muda Brasil quer apuração dos fatos e a responsabilização caso se comprove que as postagens sejam forjadas.
“Importante destacar que, ao que constatamos, essas manifestações estão sendo realizadas sob o anonimato, através da criação de fakes, o que impede conhecer, de forma efetiva, a origem destas ações. Por esta razão, esperamos que as investigações possam levar aos verdadeiros autores destes crimes, que fazem uso indiscriminado da internet para promover o ódio entre nossos próprios cidadãos, de forma a conhecer quem são aqueles que se beneficiam deste procedimento inaceitável”, diz a nota assinada pelo deputado Carlos Sampaio.

DENÚNCIA: PF desmonta fraude no Bolsa Família de índios no Paraná

ESTADAO.COM.BR
Por Julia Affonso

Operação Pantera, deflagrada em Manoel Ribas (PR), identifica comerciantes e cartões de benefícios
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira, 9, quatro mandados de busca e apreensão no Município de Manoel Ribas, no Paraná, na Operação Pantera. Todas são relacionadas a crimes contra de indígenas da Aldeia Ivaí, no município, praticado por comerciantes.
Segundo as investigações, proprietários de supermercados estariam retendo documentos e cartões de benefícios dos indígenas para garantir o recebimento de compras em seus comércios e fraudar financiamentos e saques de benefícios previdenciários de indígenas já falecidos. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Vara da Justiça Federal de Guarapuava, no Paraná, além de terem sido realizadas buscas em outros locais.
Comerciantes da cidade fraudavam cartões de benefícios. Foto: Polícia Federal
A Polícia informou que foram apreendidos 13 cartões em nome de indígenas – nove do Programa Bolsa Família, dois Caixa Fácil e dois de benefícios previdenciários-, cópia de outros cartões de benefícios, comprovantes de pagamento e saque de benefícios previdenciários de indígenas, e, ainda, diversos documentos relacionados à venda “fiada” de mercadorias a indígenas, tais como fichários contendo anotações de venda e notas promissórias.
Os proprietários dos estabelecimentos podem responder pelos crimes de apropriação indébita, estelionato em detrimento de instituições financeiras e INSS (estelionato previdenciário) e furto, previstos no Código Penal, além do crime de retenção de cartões de benefícios de idosos, previsto no Estatuto do Idoso.
Manoel Ribas é uma cidade com cerca de 14 mil habitantes, que fica na região central do Paraná. O município fica a 340 km de Curitiba.

COMENTÁRIO: A estrela desce

Por Dora Kramer - ESTADAO.COM.BR

De nada valeram os esforços do governo em conluio com os partidos de sua base aliada para impedir que as CPIs da Petrobrás investigassem se funcionava mesmo na maior estatal brasileira uma "organização criminosa" como apontou a Polícia Federal.
Pior, o bloqueio desesperado da tropa de choque só fez indicar que havia razão para tanto temor. A fumaça apareceu quando o ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa fez os primeiros depoimentos de seu acordo de delação premiada e dele transpiraram alguns trechos com a citação de partidos e políticos que teriam sido beneficiados por propinas, "sobras" de contratos da Petrobrás com grandes empreiteiras.
O governo saiu-se com a alegação de que não havia provas nem credibilidade no material publicado na imprensa. Pelo sim, pelo não, a presidente Dilma Rousseff alegou que se irregularidades tivessem ocorrido ela não ficara sabendo, mas, para todos os efeitos, garantiu, estavam todas sanadas.
O marqueteiro João Santana introduziu na campanha o tema corrupção - até então fora da cena - e Dilma passou a defender a tese de que os escândalos decorriam do combate férreo que seu governo dava aos "malfeitos". Chegou a substituir-se à Constituição, dizendo que a PF e o Ministério Público atuavam com independência graças às ordens dela.
Faltando duas semanas para o fim do primeiro turno, o Planalto enviou para o Congresso um pacote de medidas anticorrupção com cinco propostas, três das quais repetiam outras já em tramitação.
Nem bem começou a campanha para o segundo turno e já se vê que por debaixo daquela fumaça dos depoimentos de Costa ainda em segredo de Justiça havia muito fogo. A ele na delação premiada juntou-se o doleiro Alberto Youssef. Ambos por medo de terem o destino de Marcos Valério, dos integrantes dos chamados núcleo financeiro e publicitário do processo do mensalão que vão ficar na cadeia enquanto os políticos estão indo para casa.
Agora já começam a aparecer evidências. Os áudios dos depoimentos de Costa e Youssef dizendo que repassavam as propinas ao PT, PP e PMDB. Eles apontaram ainda o tesoureiro do PT, João Vaccari, como o intermediário do partido. A ex-contadora do doleiro, Meire Poza, afirmou à CPI que o PT deu dinheiro a um dos réus do mensalão (Enivaldo Quadrado, dono da corretora Bônus-Banval) para pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal.
O PT evidentemente reage afirmando que é alvo de calúnias. Deverá - se já não o fez - acrescentar que são eleitoreiras. O problema com essa versão é que Costa, Youssef e Meire só têm chance de se beneficiar daquilo que afirmam se puderem provar. Note-se que o ex-diretor da Petrobrás já foi autorizado pela Justiça a sair da cadeia. E se o foi é porque o material por ele fornecido foi considerado útil para o desvendamento das autorias e da materialidade dos crimes.
O doleiro já descumpriu uma vez um acordo desse tipo. Reincidiu e agora, escaldado, dificilmente vai tentar driblar o Ministério Público e muito menos o juiz Sérgio Moro da Justiça Federal no Paraná. Ou se conduz de acordo conforme a regra, que implica confissão da verdade, ou fica na prisão queiram os advogados ou não até porque a assinatura do acordo implicou a dispensa de habeas corpus.
Na realidade o efeito eleitoral dessas denúncias é o menor dos problemas. Se com isso tudo a maioria ainda decidir que a presidente deve ter mais um mandato, está decidido. A discussão independe do período eleitoral. Ainda que tudo isso viesse a público no ano passado e Dilma dissesse que não sabia de nada a questão seria a mesma: o partido do governo cuja antiga cúpula foi condenada por corrupção, pego de novo em traficâncias de natureza semelhante tendo apenas mudado de endereço.

ECONOMIA: Bovespa chega a cair mais de 2,5%, e dólar sobe, perto de R$ 2,41

Do UOL

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em queda nesta sexta-feira (10), puxado pelas ações da estatais, e o dólar comercial subia. Na véspera, pesquisas de intenções de voto do Datafolha e do Ibope mostraram empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Por volta das 12h40, a Bolsa caía 2,58%, a 55.789,24 pontos, e a moeda norte-americana avançava 0,6%, a R$ 2,412 na venda. Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio e também realizou mais um leilão derolagem dos swaps que vencem em 3 de novembro.  (Com Reuters)

COMENTÁRIO: Falhou

Por CELSO MING - ESTADAO.COM.BR

O governo Dilma falhou na política econômica; Quem ainda vacila diante de uma conclusão assim tem apenas de conferir os resultados.
O governo Dilma falhou na política econômica. Quem ainda vacila diante de uma conclusão assim tem apenas de conferir os resultados. Não os medidos pelos critérios do mercado financeiro, sempre suspeitos, como diria a presidente Dilma, mas pelos do próprio governo.
Entre os objetivos de todos estes anos estava o crescimento sustentável da atividade econômica em torno dos 3,0% ao ano. O que o governo está entregando é um avanço médio de apenas 1,6%. Nesse cálculo vai incluída a projeção de 2014 que não promete mais do que um crescimento de 0,3%, como acaba de apontar o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A inflação na meta (de 4,5% a cada fim de ano) apresentou até agora um piso de 5,84% e o risco de estouro da meta de 6,5% neste ano – mesmo com o represamento do câmbio e dos preços administrados.
A cada começo de ano, o governo prometeu conseguir um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de 2,1% a 3,1% do PIB, mas a única vez que entregou 3,1% foi em 2011 e, ainda assim, à custa dos truques contábeis conhecidos. Em 2014, as projeções indicam algo muito próximo de zero.
O investimento era para ser acelerado a partir do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas as Contas Nacionais apontaram todos estes anos para baixo. E não vamos colocar nesse balanço nem as incertezas no suprimento de energia elétrica, que paralisam a ampliação da atividade produtiva, nem a perda de competitividade da indústria.
Agora sobram essas desculpas inconsistentes sustentadas pela equipe econômica. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, por exemplo, sugere como recurso contra a erosão do poder aquisitivo do consumidor provocada pela inflação, não políticas de estabilização, mas a substituição da carne bovina por ovo e carne de frango. Que comam brioches.
Além de repisar que o crescimento raquítico do PIB se deve à crise externa, o ministro Guido Mantega aponta a desaceleração do crédito como explicação para a retração das vendas da indústria, como se a queda do crédito não fosse desejada pela política monetária do Banco Central ou, então, como se o Banco Central estivesse marcando gol contra.
O insatisfatório cacife eleitoral apresentado pela presidente Dilma no primeiro turno das eleições está diretamente relacionado às más escolhas de política econômica que desidrataram o orçamento do trabalhador. Desgastada pelos maus resultados, a equipe econômica do governo não exibe credibilidade para defesa do que está aí.
Não é o demitido Mantega nem o flexível Tombini que são designados para dar explicações, mas o agora licenciado ministro-chefe da Casa Civil, o economista Aloizio Mercadante, que Dilma manteve afastado das decisões econômicas nestes quatro anos. Ele vem com a revelação de que “um país não se reduz a uma moeda”, como se o contra-ataque à inflação fosse um objetivo pouco importante.
É olhar em torno e concluir que não há no governo gente mais qualificada para convencer o eleitor sobre as excelências da administração Dilma, créditos que sobram apenas nos discursos.
CONFIRA:
Saíram as primeiras previsões para a próxima safra, que ainda nem começou a ser plantada. Para a Conab, a produção deve ficar entre 194 e 201,6 milhões de toneladas. Em 2014, a Conab projeta 195,47 milhões de toneladas de grãos e o IBGE, 193,5 milhões.
É estrutural
Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, advertiu que os problemas econômicos da Europa não são cíclicos; são estruturais e exigem reformas de base. Do ponto de vista da política econômica do Brasil, significa que não dá para ficar esperando pela recuperação.

SAÚDE: Paraná registra primeiro caso suspeito de Ebola no Brasil

ESTADAO.COM.BR

Ministro da Saúde Arthur Chioro, que coordena a ação nacional, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, concedem entrevista coletiva sobre o caso
Missionário de 47 anos pode ter contraído Ebola em viagem à Guiné, concluída na segunda quinzena de setembro. Com sintomas semelhantes ao da doença decorrente da infecção pelo vírus, o homem, chamado Bah Souleymane, foi levado nesta manhã para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

SAÚDE: Já está no Instituto Evandro Chagas paciente suspeito de infecção por ebola

JB.COM.BR

O paciente, de 47 anos, considerado suspeito de infecção por ebola, já está na Fundação Oswaldo Cruz, em Maguinhos. Ele foi transferido, de avião, de Cascavel (PR) para a cidade do Rio nesta manhã. Uma ambulância do Serviço de Assistência Móvel de Urgência (Samu) e uma equipe do Corpo de Bombeiros acompanharam o paciente da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, até a unidade de saúde. Ele ficará internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, referência nacional para casos de ebola.
O homem suspeito de infecção pelo vírus ebola chegou recentemente da Guiné, um dos três países que concentram, o surto da doença na África, juntamente com a Libéria e Serra Leoa, onde estão concentrado o foco da doença.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio informou que o Rio de Janeiro está trabalhando de acordo com determinações do Ministério da Saúde para manter as unidades de saúde em alerta para a possível identificação de sintomas relacionados ao vírus ebola. Um plano de contingência já foi elaborado em parceria com as secretarias municipais de Saúde, Corpo de Bombeiros e Fiocruz. Há equipamentos de proteção individual (EPIs) estocados para os profissionais de saúde.
Em caso de suspeita de paciente com o vírus, ele será encaminhado pela unidade de emergência em que for atendido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), que é a unidade de saúde de referência para isolamento e início dos cuidados médicos adequados. O ebola é uma doença de notificação compulsória imediata, que deve ser realizada pelo profissional de saúde ou pelo serviço que prestar o primeiro atendimento ao paciente, pelo meio mais rápido disponível, de acordo com a Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente às autoridades de saúde das secretarias municipais, estaduais e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
O Continente Africano registra surtos de ebola desde 1976. Entre os sintomas estão hemorragia, vômito e febre. A doença só é transmitida por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido quando surgem os sintomas.

ELEIÇÕES: Dilma avalia com aliados impactos das denúncias de ex-diretor e doleiro

ESTADAO.COM.BR
TÂNIA MONTEIRO - O ESTADO DE S. PAULO

Primeiras orientações da campanha são de rebater às declarações sobre suspeitas de esquema de corrupção na Petrobrás
Brasília - A presidente Dilma Rousseff está no Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira, 10, reunida com seus coordenadores de campanha para avaliar possíveis estragos que podem ser causados à sua campanha à reeleição pelas denúncias do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Em depoimentos à Justiça, os dois disseram que PT, PMDB e PP ficavam com uma porcentagem dos contratos assinados pela empresa estatal. Dilma está também gravando programas eleitorais para serem exibidos pelas emissoras de rádio e TV. Não está decidido ainda, mas a presidente Dilma poderá, antes de decolar às 13h30 para o Rio Grande do Sul, dar entrevista coletiva à imprensa no Alvorada.
No governo, as denúncias foram recebidas com perplexidade e muita preocupação. As primeiras orientações são de que a campanha não deve ficar na defensiva, mas "responder à altura" todas as denúncias. Além disso, deve insistir com o discurso de que a presidente Dilma nunca jogou denúncia de corrupção para baixo do tapete e que é a Polícia Federal de seu governo quem apura e descobre os mal feitos, prendendo os responsáveis por eles.
Dilma em campanha
Depois de cumprir sua última primeira agenda por cinco cidades do Nordeste, a presidente embarca para Canoas (RS), onde se encontra com lideranças locais e participa de carreata. No Rio Grande do Sul, Dilma obteve 43% dos votos e Aécio Neves, 41%. Dilma quer os 12% de votos do Rio Grande do Sul de Marina Silva, do PSB, derrotada no primeiro turno.
No sábado, a presidente irá à Contagem, Minas Gerais, para, mais uma vez, sair em busca dos votos de Marina, que somaram 14% do eleitorado local. Dilma quer assegurar a vantagem de 3% dos votos que obteve em Minas, terra do seu adversário Aécio Neves, assim como conquistar os 14% de Marina Silva.

ELEIÇÕES: Para Aécio, apoio da viúva de Campos tem 'simbolismo grande'

ESTADAO.COM.BR
LUCIANA NUNES LEAL - O ESTADO DE S. PAULO

Candidato do PSDB à Presidência e adversário de Dilma comentou rapidamente o assunto ao deixar seu apartamento no Rio de Janeiro
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, comentou rapidamente, na manhã desta sexta-feira (10) o apoio que receberá no sábado de Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. 
"Tem um simbolismo muito grande", afirmou, ao deixar seu apartamento em Ipanema, zona sul do Rio. A morte de Campos, candidato do PSB a presidente, em 13 de agosto, provocou uma reviravolta na disputa, com a entrada de Marina Silva, que disparou nas pesquisas, mas acabou superada por Aécio.
Tucano diz que programa de governo é uma "obra em construção".
A viúva de Campos, Renata, e os filhos, anunciarão apoio a Aécio no Recife. O PSB já aprovou alianças com o tucano no segundo turno. Marina impôs uma série de condições a Aécio e ainda não se manifestou oficialmente. O apoio da família Campos é considerado fundamental na campanha tucana para melhorar o desempenho de Aécio o Nordeste.

ECONOMIA: Emprego na indústria recua pelo quinto mês consecutivo

FOLHA.COM.BR
DO RIO

Pelo quinto mês seguido, o emprego na indústria caiu na esteira da menor confiança dos empresários do setor e na crise que o ramo atravessa, com previsão de queda na produção neste ano.
Em agosto de 2014, o pessoal ocupado na indústria caiu 0,4% frente a julho. Nesses cinco meses de queda, o emprego acumula uma perda de 2,9%. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (10) pelo IBGE.
Em relação a agosto de 2013, o emprego industrial mostrou queda de 3,6%. Trata-se do 35º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Com isso, o índice acumulado de janeiro a agosto também se mantém que retração (-2,7%), com ainda ritmo mais intenso do que o observado no fechamento do primeiro semestre (-2,4%), ressalta do IBGE.
"O índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,4% em agosto, manteve a trajetória descendente iniciada em setembro do ano passado (-1,0%)", destaca o IBGE.
Com maior rotatividade do mercado de trabalho e ocupação em desaceleração, a renda dos trabalhadores do setor caiu 1,6% de julho para agosto, embora tenha crescido 0,5% frente a julho, na comparação mensal. O fraco resultado zerou o aumento do rendimento em 12 meses, que ainda vinha ligeiramente positivo.

DENÚNCIA: Parecer aponta superfaturamento de R$ 613 milhões em obras de Abreu e Lima

ESTADAO.COM.BR
REDAÇÃO
Por Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Mateus Coutinho

Engenheiro do Ministério Público Federal cita sobrepreço de 16% sobre valor do contrato
Parecer técnico do Ministério Público Federal (MPF) aponta superfaturamento de R$ 613,3 milhões nas obras da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR) da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo da Operação Lava Jato.
A obra foi executada pelo Consórcio CNCC, controlado pela Camargo Corrêa, no valor de R$ 3,4 bilhões. Segundo o documento, o superfaturamento alcançou 16% do valor final do contrato.”Diante da possibilidade de um superfaturamento dessa monta, não se pode cogitar que toda a rentabilidade do CNCC se restringe ao lucro de 9,96% explicitados na proposta comercial”, observa o parecer em referência à estimativa de lucro apresentada pela CNCC durante a licitação.
Coqueamento retardado é um processo térmico utilizado em refinarias de petróleo. O processo é importante especialmente para óleos pesados. As obras da Abreu e Lima são alvo cental da Lava Jato, que desvendou grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás.
“A relação entre a receita e os custos (rentabilidade) pode alcançar um patamar de quase 26%, dos quais 16% de forma irregular”, assinala o engenheiro Rafael Martins, assistente técnico do Ministério Público Federal.
Martins emitiu parecer técnico sobre laudo de perícia criminal da Polícia Federal. O documento faz parte dos autos da Operação Lava Jato.
“Valendo-se de metodologias consolidadas da engenharia de custos e de atuações técnicas do Tribunal de Contas da União (TCU), vislumbrou-se um superfaturamento de até R$ 613,25 milhões, 16% do valor final do contrato”, cravou o engenheiro do MPF.
O assistente técnico anota que “o valor estimado de superfaturamento nessa obra específica era inferior e já fazia menção ao pagamento não justificado de R$ 38 milhões para a Sanko-Sider e Sanko Serviços”.
As empresas do Grupo Sanko são fornecedoras de tubos e serviços para o consórcio, que, segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, serviu para alimentar as propinas pagas a políticos do PT, PMDB e PP.
Na quarta-feira, 8, em depoimento a Justiça Federal, em Curitiba, o ex-diretor da Petrobrás e o doleiro confessaram que operavam um esquema de superfaturamento de contratos, pagamento de propina por empresas que em cartel dividiam os pagamentos e serviços da estatal, lavagem de dinheiro e caixa 2 nas obras da Refinaria Abreu e Lima.
Segundo eles, no caso do Consórcio CNCC, o contrato de R$ 3,4 bilhões rendia R$ 34 milhões em propina ao PP, segundo contou Youssef em detalhes. As propinas eram pagas também nos contratos de outras diretorias. Ao todo, a lavanderia alvo da Lava Jato movimentou mais de R$ 10 bilhões em recursos.
A reportagem entrou em contato com o consórcio CNCC na noite desta quinta, mas foi informada que, devido ao horário, a empresa só conseguiria responder à soliticação nesta sexta.
COM A PALAVRA, O GRUPO SANKO SIDER
O Grupo Sanko Sider assinala que “é uma empresa conceituada, regularmente constituída há 18 anos”. “Vende tubos de aço, flanges e conexões de alta qualidade a todos os segmentos do mercado, notadamente os especializados em óleo e gás. Todas as suas vendas se dão por meio de contratos legítimos; os pagamentos ocorrem pelo sistema bancário, contra notas fiscais devidamente contabilizadas e tributadas. Nossas normas de conduta sempre determinaram comportamento de respeito estrito às leis.”
O Grupo Sanko Sider protesta com veemência porque alega que tem sido “fortemente prejudicado, equivocadamente acusado, vítima de ilações, acusações e afirmações levianas”.

CORRUPÇAO: Após escândalo da Petrobras, Dilma cogita demitir Sergio Machado

FOLHA.COM
ANDRÉIA SADI, DE BRASÍLIA

Após o escândalo envolvendo irregularidades na Petrobras revelado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça, a presidente Dilma Rousseff (PT) cogita demitir Sergio Machado da presidência da Transpetro, subsidiária da estatal no setor de logística.
Machado é indicação do PMDB e foi citado pelo ex-diretor em depoimento, na quarta-feira (8), como uma das pessoas que participavam de irregularidades na estatal.
Paulo Roberto disse ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpreto. Segundo o ex-diretor, o pagamento foi referente a licitação de navios pela Transpetro para a área de abastecimento.
A demissão, se confirmada, fará parte de uma operação para tentar blindar a campanha presidencial da petista das denúncias.
A presidente teme que os desdobramentos da Operação Lava Jato, que originou a delação premiada do ex-diretor da Petrobras à Justiça, contamine sua reeleição.
Nesta quinta-feira (9), Machado classificou as acusações de "mentirosas e absurdas".
DEPOIMENTOS
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef fizeram acordo de delação premiada e prestaram depoimento à Justiça Federal na quarta-feira (8).
Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma "organização criminosa" atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.
Três partidos se beneficiaram desse esquema: PT, PMDB e PP, segundo os depoentes. O doleiro disse que o intermediário do PMDB era o lobista Fernando Soares e ele próprio cuidava do suborno destinado ao PP.
Foi o primeiro interrogatório de Costa e Youssef após ambos terem feito um acordo de delação premiada. Eles foram presos em março, sob acusação de comandarem um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro no país.
DESVIOS DE DINHEIRO
Costa e Youssef apontaram que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, recebia para o partido recursos desviados de obras da estatal. "A ligação era diretamente com ele", disse o ex-diretor da Petrobras.
Vaccari refutou as declarações e disse que todas doações ao PT são feitas dentro da lei.
O suborno na Petrobras, segundo Costa, correspondia a 3% do valor líquido dos contratos da Petrobras.
Editoria de Arte/Folhapress 
O ex-diretor disse que, desses 3%, 2% ficavam com o PT e 1% ia para o PP, partido que indicou Costa para o cargo na Petrobras em 2004. Ele ficou na estatal até 2012, quando foi demitido pela presidente Dilma.

ANÁLISE: Divisão é socioeconômica e não geográfica

FOLHA.COM
MAURO PAULINO
DE DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DE DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

O Brasil começa dividido no segundo turno da sucessão presidencial. Mas, apesar de, no total, a diferença de Aécio para Dilma ficar dentro da margem de erro, o início da disputa tem contrastes marcantes em segmentos específicos da população.
Não se trata de imaginar uma linha que rache o país entre norte e sul. Há de observar, na verdade, o quanto as diferenças constituem reflexo da distribuição de classes socioeconômicas pelo território nacional. E, consequentemente, a diversidade de demandas que essa segmentação imprime sobre o debate.
Como era de se esperar, Aécio apresenta melhor desempenho nas regiões onde a oposição se destacou no primeiro turno –Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Dilma lidera no Norte e Nordeste.
Editoria de arte/Folhapress
O Centro-Oeste, quantitativamente, tem mais do que o dobro de eleitores nas classes alta ou média alta do que o Nordeste. No Sudeste e no Sul, essa proporção sobe para quase o triplo. No Nordeste, metade da população é composta por excluídos ou integrantes da classe média baixa.
Essa classificação criada pelo Datafolha combina, por meio de análises estatísticas, o acesso a bens de conforto, escolaridade do entrevistado e renda familiar mensal.
O tucano vai a 74% dos votos válidos entre os que pertencem à classe alta e a 67% entre os da média alta.
As duas juntas, que representam aproximadamente 31% do eleitorado, contribuem com 21 pontos do apoio ao senador e com 10 pontos para a reeleição da petista.
Na outra ponta, Dilma tem 64% entre os excluídos (baixa escolaridade e renda) e 53% entre os da classe média baixa, que são 38% do eleitorado.
Com tal peso, essas classes contribuem juntas com 23 pontos dos votos válidos da petista e com 15 dos do tucano. Entre os da classe média intermediária, estrato que mais cresceu nos 12 anos de governo petista, a contribuição com os dois candidatos é a mesma em pontos percentuais –ambos aparecem empatados no segmento: 15 pontos para Aécio e 16 para Dilma.
Logo, o que determina a ligeira vantagem numérica de Aécio é conseguir mais pontos nos estratos carentes do que a petista nos mais ricos.
A vantagem pode se intensificar caso a estratégia de comunicação do tucano aumente sua participação entre os que têm menor renda e escolaridade. Se por um lado sua rejeição não é tão expressiva, por outro as classes baixas são justamente onde a presidente obtém sua maior parcela de eleitores convictos.
Com essa cristalização do voto nos extremos da classificação socioeconômica, a decisão caberá ao segmento que vem equilibrando a disputa, a classe média intermediária.
Mais feminino, jovem, escolarizado e nordestino, porém com menor renda em comparação com o total da população, esse contingente numeroso e economicamente ativo parece não encontrar satisfação no emprego, e, em condições financeiras desfavoráveis, se mostra insatisfeito com a qualidade dos serviços públicos que utiliza.
Votaram mais em Marina do que a média dos brasileiros e se dividem agora na busca por um representante.
Ao invés da desconstrução de um ou outro candidato, esses eleitores esperam propostas para seus dilemas. Entre o medo de perder o que foi conquistado e a revolta pela estagnação econômica, ao menos nas próximas semanas são os que receberão especial atenção dos presidenciáveis. 
Editoria de arte/Folhapress 
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ECONOMIA: Após empate técnico entre Dilma e Aécio em pesquisa eleitoral, Bolsa cai e dólar sobe

ESTADAO.COM.BR
ANA LUÍSA WESTPHALEN, RENATA PEDINI - O ESTADO DE S. PAULO

Aécio Neves (PSDB) tem 51% dos votos e Dilma Rousseff (PT), 49%, o que configura um empate técnico; investidores aproveitam para embolsar os lucros já que nos últimos quatro pregões o Ibovespa subiu 5%
A disputa pela Presidência será mais acirrada do que previa o mercado, que vinha precificando uma forte vantagem de Aécio Neves (PSDB) em relação a Dilma Rousseff (PT), com base em pesquisas de institutos menos conhecidos. Na noite desta quinta-feira, 9, sondagens do Datafolha e do Ibope/Estado/TV Globo mostraram que os candidatos estão tecnicamente empatados, o que levou a Bolsa hoje a abrir em baixa, motivada por uma correção da alta recente. Nos últimos quatro pregões, o Ibovespa acumula valorização de 5%. 
Tanto o Ibope/Estado/TV Globo quanto o Datafolha mostraram Aécio Neves na liderança, com 51% dos votos válidos, mas com a candidata à reeleição logo atrás, com 49%, o que configura uma situação de empate técnico. A margem de erro é de dois pontos porcentuais. O Ibope ouviu 3.010 eleitores, entre os dias 7 e 8 de outubro, enquanto o Datafolha ouviu 2.879 eleitores entre quarta-feira e ontem.
Às 10h05, o Ibovespa recuava 0,81%, cotado a 56.806 pontos. As ações da Petrobrás recuavam mais do que a Bolsa. As ordinárias caíam 2,05% no horário e as preferenciais, 1,89%.
Ontem, em debate na GloboNews, o ex-presidente do BC Armínio Fraga disse que o atual modelo econômico do País não está cumprindo seu papel e que deixará uma herança ruim na economia. "Com todo esse subsídio, com todo esse esforço, o Brasil está investindo muito pouco e, ao mesmo tempo, está com uma situação macroeconômica bastante perigosa", afirmou Armínio, que foi indicado para assumir o Ministério da Fazenda caso o candidato Aécio Neves seja eleito. "São restos a pagar, pedaladas, contabilidades criativas e hoje há uma tremenda insegurança no Brasil. Isso precisa acabar. Não é só uma questão econômica, é uma questão da democracia, dar transparência, encarar os problemas de frente e procurar resolvê-los. Nossa proposta é arrumar a casa de uma maneira virtuosa", disse Armínio, diante do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Na Europa, as principais praças acionárias exibem perdas aceleradas nesta manhã, refletindo crescentes preocupações com a saúde da economia global. Números decepcionantes sobre a atividade industrial na França e na Itália contribuem para embutir cautela aos negócios. (Ana Luísa Westphalen - ana.westphalen@estadao.com)
Dólar. O dólar à vista abriu o dia em forte alta no balcão, refletindo o comportamento da moeda ante suas principais rivais no exterior e reagindo também a pesquisas de intenção de voto para presidente no Brasil. No cenário externo, a aversão ao risco é alimentada pela preocupação com o crescimento da economia global. 
A moeda norte-americana no balcão foi cotada a R$ 2,4250 na abertura, com valorização de 1,59%. Às 10h00, subia 1,09%, a R$ 2,4130. Na máxima, atingiu R$ 2,4250.
Nos mercados internacionais de moeda, predomina a preocupação com o ritmo das economias em todo o mundo. A piora na perspectiva de crescimento mundial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) se soma hoje ao risco de recessão na Europa e a temores fora da economia, como o ebola.
Juro. Também influenciado pelas pesquisas eleitorais, os juros futuros, principalmente com vencimento no longo prazo, avançam desde a abertura dos negócios desta sexta-feira. O comportamento das taxas está alinhado ao do dólar ante o real e é sustentando ainda pela repercussão das pesquisas eleitorais. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 apontava 11,94%, ante 11,86% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017, 11,90%, de 11,78% na véspera e o DI para janeiro de 2021, 11,50%, ante 11,36% no ajuste anterior.

DENÚNCIA: Filho de Solla passa em concurso do SAMU por cotas de afrodescendentes e é questionado

Do METRO1
Por Matheus Morais

Foto: Reprodução/ Aratu Online
Vire e mexe, a velha máxima do ex-governador da Bahia Octávio Mangabeira: "Pense num absurdo, na Bahia tem precedente", volta à tona. Desta vez, o caso absurdo envolve o ex-secretário de Saúde do estado e deputado federal eleito Jorge Solla (PT). Acontece que o filho dele Davi Jorge Fountoura Solla passou num concurso do governo do estado, por meio de cotas para afrodescendente. Trata-se da contratação temporária para atuar como médico no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 
Recentemente, um médico que participou do mesmo processo seletivo que Davi Solla, fez o seguinte questionamento, em contato com a Rádio Metrópole: "Desde quando o filho de Jorge Solla é negro, hein? A mãe não é negra, o pai não é negro... Além do mais, um menino que estudou nos melhores colégios, faculdades, teve tudo e tentou se garantir pelas cotas achando que tinha mais chance?", disse o ouvinte, que não quis se identificar. 
Não é a primeira polêmica em que o filho de Solla se envolve. Em 2001, Davi foi acusado de atropelar um atleta que se exercitava no bairro da Barra, orla da capital baiana. Na ocasião, o então estudante de medicina teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida. Ele se recusou a fazer exame de sangue ou do bafômetro para verificar se tinha ingerido álcool antes de dirigir, valendo-se do direito previsto em lei de não produzir provas contra si.

DIREITO: STF - Ministro relator vota pela validade da desaposentação

Na sessão desta quarta-feira (8), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do Recurso Extraordinário (RE) 661256, que discute a desaposentação, votou pelo provimento parcial do recurso no sentido de considerar válido o instituto. Em seu entendimento, a legislação é omissa em relação ao tema, não havendo qualquer proibição expressa a que um aposentado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que tenha continuado a trabalhar pleiteie novo benefício, levando em consideração as novas contribuições. A matéria teve repercussão geral reconhecida.
Após o voto do relator, o julgamento foi suspenso para que a questão seja discutida com o Plenário completo. Na sessão de hoje, três ministros encontravam-se ausentes justificadamente.
O ministro Barroso propôs que, como não há norma legal sobre o assunto, a orientação passe a ser aplicada somente 180 dias após publicação do acórdão do Supremo com o objetivo de possibilitar que os Poderes Legislativo e Executivo, se o desejarem, tenham a possibilidade de regulamentar a matéria.
“Inexistem fundamentos legais válidos que impeçam a renúncia a aposentadoria concedida pelo Regime Geral da Previdência Social para o fim de requerer um novo benefício, mais vantajoso, tendo em conta contribuições obrigatórias efetuadas em razão de atividade de trabalho realizada após o primeiro vínculo”, argumentou.
O relator afirmou que, como o RGPS constitui um sistema fundamentado na contribuição e na solidariedade, não é justo que um aposentado que, voltando a trabalhar, não possa usufruir das novas contribuições. Segundo ele, mantida essa lógica, deixa de haver isonomia entre o aposentado que retornou ao mercado de trabalho e o trabalhador na ativa, embora a contribuição previdenciária incida sobre os proventos de ambos da mesma forma.
O ministro considerou que vedar a desaposentação sem que haja previsão legal seria o mesmo que obrigar o trabalhador a contribuir sem ter a perspectiva de benefício posterior, o que, segundo seu entendimento, é incompatível com a Constituição. Segundo ele, a Lei 8.213/1991, ao garantir ao aposentado que volta ao mercado de trabalho direito apenas à reabilitação profissional e ao salário-família não significa proibição de renúncia à aposentadoria inicial para a obtenção de novo benefício. 
“Tem que haver uma correspondência mínima entre contribuição e benefício, sob pena de se anular o caráter contributivo do sistema. O legislador não pode estabelecer contribuição vinculada e não oferecer qualquer benefício em troca”, sustentou.
Com o objetivo de preservar o equilíbrio atuarial do RGPS, o ministro propôs que o cálculo do novo benefício leve em consideração os proventos já recebidos pelo segurado. De acordo com sua proposta, no cálculo do novo beneficio, os elementos idade e expectativa de vida, utilizados no cálculo do fator previdenciário – um redutor do valor do benefício para desestimular aposentadorias precoces –, devem ser idênticos aos aferidos no momento da aquisição da primeira aposentadoria, sob pena de burla ao sistema.
Para o ministro, essa solução é a mais justa, pois o segurado não contribui em vão. Salientou também que essa fórmula é a mais apta para preservar o equilíbrio atuarial do sistema.
Processos relacionados

DIREITO: STJ - Absolvição de réu acusado da execução não impede condenação de mandante do homicídio

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o entendimento de que é possível a condenação do mandante de um homicídio e a absolvição do réu acusado de executá-lo. A Quinta Turma negou habeas corpus impetrado em favor de uma mulher idosa condenada a 13 anos pelo tribunal do júri como mandante do assassinato de seu marido.
O relator do caso, ministro Jorge Mussi, declarou que os dois julgamentos, da mandante e do suposto executor, realizaram-se em datas diferentes e por conselhos de sentença distintos. Ressaltou ainda que as decisões não são conflitantes e não refletem contradição. Portanto, a decisão, quer absolvendo, quer condenando, é soberana.
Em habeas corpus impetrado no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) com a intenção de anular o julgamento da mandante, foi alegado que ela seria alvo de constrangimento ilegal, pois a absolvição do suposto executor deveria se estender a ela.
Erro jurídico
A defesa afirmou que o mínimo esperado seria o oferecimento de nova denúncia ou sua reformulação. Sustentou que a mulher foi vítima de erro jurídico, já que não seria possível condená-la como mandante de um crime do qual o suposto executor foi absolvido. Contudo, o TJPE negou o pedido.
No STJ, o ministro Mussi acentuou que não existem evidências de que as provas reunidas deveriam ter a mesma repercussão para os dois acusados. Justificou que é impossível saber os motivos que levaram os conselhos de sentença a absolver um e condenar o outro, diante da ausência de fundamentação das decisões dos jurados.Tais conclusões, disse o ministro, não ofendem o princípio da relatividade entre os dois julgamentos (princípio que diz que deve haver correspondência entre a condenação e a imputação), sendo assim inviável a anulação do julgamento da acusada.

DIREITO: STJ - Terceira Turma reconhece dano moral a bebê que não teve células-tronco colhidas na hora do parto

Por maioria de votos, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o dano moral sofrido por um bebê em razão da não coleta de células-tronco de seu cordão umbilical.
O caso aconteceu no Rio de Janeiro, em 2009. Os pais contrataram a Cryopraxis Criobiologia Ltda., empresa especializada em serviços de criopreservação, para que fosse feita a coleta das células-tronco do filho no momento do parto.
Apesar de previamente avisada da data da cesariana, a empresa deixou de enviar os técnicos responsáveis pela coleta do material, e o único momento possível para realização do procedimento foi perdido.
Dano hipotético
Foi ajuizada ação de indenização por danos morais em que constaram como autores o pai, a mãe e o próprio bebê.
A empresa admitiu que sua funcionária não conseguiu chegar a tempo ao local da coleta e disse que por isso devolveu o valor adiantado pelo casal. Sustentou que o simples descumprimento contratual não dá margem à reparação de danos morais.
O juízo de primeiro grau, no entanto, considerou que o fato superou os meros dissabores de um descumprimento de contrato e reconheceu o dano moral (R$ 15 mil para o casal), porém julgou improcedente o pedido feito em nome da criança. Para a juíza, o dano em relação a ela seria apenas hipotético, e só se poderia falar em dano concreto se viesse a precisar das células-tronco embrionárias no futuro.
Sem consciência
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) também limitou o cabimento de indenização por danos morais aos pais da criança, por entender que um bebê de poucas horas de vida não dispõe de consciência capaz de potencializar a ocorrência do dano.
A decisão levou em consideração que, como a criança nasceu saudável e a utilização do material do cordão umbilical seria apenas uma possibilidade futura, não deveria ser aplicada a teoria da perda de uma chance, por não ter sido evidenciada a probabilidade real de que ela viesse a necessitar de tratamento com base em células-tronco. Assim, em relação à criança, não haveria o que reparar.
O TJRJ, entretanto, elevou o valor da condenação, fixando-a em R$ 15 mil para cada um dos genitores.
Dignidade
O relator do recurso no STJ, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, entendeu pela reforma da decisão. Segundo ele, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de reconhecer ao nascituro o direito a dano moral, ainda que não tenha consciência do ato lesivo.
Segundo o ministro, os direitos de personalidade do nascituro devem ser tutelados sempre tendo em conta o princípio da dignidade da pessoa humana, o que derruba o fundamento adotado pelo tribunal fluminense.
“A criança foi a principal prejudicada pelo ato ilícito praticado pela empresa”, disse o relator ao reconhecer que foi frustrada a chance de ela ter suas células embrionárias colhidas e armazenadas para eventual tratamento de saúde, o que configurou o dano extrapatrimonial indenizável.
Perda da chance
O argumento de dano hipotético também foi afastado pelo relator. Para ele, ficou configurada na situação a responsabilidade civil pela perda de uma chance, o que dispensa a comprovação do dano final.
Sanseverino afirmou que, de fato, não há responsabilidade civil sem dano, mas “entre o dano certo e o hipotético existe uma nova categoria de prejuízos, que foi identificada pela doutrina e aceita pela jurisprudência a partir da teoria da perda de uma chance”.
“A chance é a possibilidade de um benefício futuro provável, consubstanciada em uma esperança para o sujeito, cuja privação caracteriza um dano pela frustração da probabilidade de alcançar esse benefício possível”, explicou o ministro ao discorrer sobre a evolução da teoria da perda de uma chance na doutrina jurídica.
Prejuízo certo
“Por isso, na perda de uma chance, há também prejuízo certo, e não apenas hipotético”, afirmou, esclarecendo que “não se exige a prova da certeza do dano, mas a prova da certeza da chance perdida, ou seja, a certeza da probabilidade”. Ele citou diversos precedentes que demonstram a aceitação da teoria na jurisprudência do STJ.
“É possível que o dano final nunca venha a se implementar, bastando que a pessoa recém-nascida seja plenamente saudável, nunca desenvolvendo qualquer doença tratável com a utilização de células-tronco retiradas do cordão umbilical. O certo, porém, é que perdeu definitivamente a chance de prevenir o tratamento dessas patologias, sendo essa chance perdida o objeto da indenização”, concluiu o relator.
A empresa foi condenada a pagar R$ 60 mil de indenização por dano moral à criança.
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