sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CORRUPÇÃO: Secretário diz que vice de direitos humanos confessou elo com facção

FOLHA.COM
FERNANDA PEREIRA NEVES, DE SÃO PAULO

Reprodução/GloboNews 
Policiais prendem, na terça (22) suspeito de elo com facção

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou, nesta sexta-feira (25), que o vice-presidente do conselho estadual de direitos humanos, Luiz Carlos dos Santos, confessou ter recebido dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).
O conselheiro, integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana) foi preso na terça (22) junto com outras 34 pessoas. Eles são acusados de ter ligação com a facção criminosa que atua em São Paulo. Entre os detidos, havia 32 advogados. Luiz Carlos dos Santos foi o único, no grupo, que teve o nome divulgado.
Segundo interrogatório, o primeiro pagamento feito a Santos ocorreu em janeiro de 2015 por uma advogada envolvida com a facção. O objetivo seria que o conselheiro utilizasse sua influência para convencer desembargadores sobre revisões de processos, o que foi recusado por Santos. Ainda assim, o pagamento de R$ 2.000 foi feito.
Santos afirma que tentou interromper os pagamentos e negou alguns dos pedidos feitos pelo grupo, mas foi ameaçado mais de uma vez e os pagamentos continuaram, sendo aumentados em várias ocasiões, chegando ao valor de R$ 5.000, que ele recebeu até o mês passado.
Entre os pedidos feitos pelo grupo, Santos teria tocado processos indicados por ele e passado relatórios regulares de ações em andamento. Ele ainda admite ter dado a dois advogados da facção carteiras de identificação do Conselho Ouvidor de Direitos Humanos, que Santos soube depois que eram usadas para eles acessarem presídios.
Ele também teria recebido determinação da organização para promover publicidade dos casos envolvendo violência policial, a exemplo chacinas de Mogi das Cruzes, Carapicuíba e Osasco.
Santos afirmou à polícia que temia ser preso desde maio de 2015. O Condepe afirmou, no fim da tarde desta sexta, que decidiu afastar ele do cargo.
"Isso envolve uma pessoa do Condepe. Não é o Condepe como conselho, como uma instituição oficial, que praticou esse tipo de coisa. Mas infelizmente a gente viu que uma pessoa com assento no conselho admite que recebeu parcelas de dinheiro. Audiências publicas promovidas por interesse dessa organização foram realizadas e ele recebeu pra isso", afirmou o secretário.
As declarações do secretário ocorreram na mesma entrevista coletiva, na sede da Secretaria de Segurança, em que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou o aumento no número de roubos no Estado pelo nono mês consecutivo. Ao todo, foram 27,8 mil casos registrados em outubro deste ano.

NEGÓCIOS: Bolsa sobe e acumula alta de 2,66% na semana; Vale avança mais de 4% no dia

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (25) em alta de 0,27%, a 61.559,08 pontos. Na véspera, a Bovespa havia fechado em queda de 0,95%.
Com isso, a Bolsa termina a semana com ganho de 2,66%. No mês, o índice acumula baixa de 5,18%, enquanto, no ano, tem valorização acumulada de 42%.
A alta nesta sessão foi influenciada, principalmente, pelo desempenho positivo das ações da mineradora Vale, que subiram mais de 4%, do Bradesco e das ações ordinárias (com direito a voto em assembleia) da Petrobras.
Por outro lado, os papéis do Banco do Brasil, do Itaú Unibanco e as ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) da Petrobras fecharam em queda.
Dólar sobe 0,58%, a R$ 3,414
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,58%, cotado a R$ 3,414 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia ficado estável.
Com isso, o dólar termina a semana com valorização de 0,78%. No mês, a moeda acumula alta de 7,01%, enquanto, no ano, tem desvalorização acumulada de 13,54%. 
Vale
As ações ordinárias da Vale (VALE3), com direito a voto em assembleia, dispararam 4,75%, a R$ 28,90. Foi a maior alta do dia no Ibovespa.
As ações preferenciais da Vale (VALE5), que dão prioridade na distribuição de dividendos, avançaram 4,53%, a R$ 25,86.
Os papéis da mineradora foram influenciados pela alta nos preços do minério de ferro na China.
Petrobras 
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiram 0,11%, a R$ 17,58. 
No sentido oposto, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 1,8%, a R$ 15,30, influenciadas pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional.
Bancos 
As ações do Bradesco (BBDC4) fecharam em alta de ?0,47%, a R$ 29,64.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram baixa de 0,22%, a R$ 27,63, e as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) se desvalorizaram 0,68%, a R$ 34,86.
Bolsas internacionais
A maioria das Bolsas de Valores da Europa fechou em alta:
Portugal: +0,39%
Inglaterra: +0,17%
França: +0,17%
Espanha: +0,2%
Alemanha: +0,09%
Itália: +0,09%.
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico também terminaram o dia com valorização:
China: +0,61%
Cingapura: +0,55%
Hong Kong: +0,51%
Austrália: +0,41%
Japão: +0,26%
Coreia do Sul: +0,16%
Taiwan: +0,08%.

(Com Reuters)

POLÍTICA: Calero não gravou pressão feita por Temer por solução para obra

OGLOBO.COM.BR
DE SÃO PAULO, DE BRASÍLIA

Pedro Ladeira - 20.jul.2016/Folhapress 
Alexandre de Moraes (esq.) disse que Temer (dir.) não pressionou ex-ministro

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero não gravou a conversa em que o presidente Michel Temer, segundo ele, pressionou-o para que encontrasse uma solução para o prédio embargado em Salvador pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em que o ex-secretário de Governo da Presidência Geddel Vieira Lima tem um apartamento.
Segundo a Folha apurou, Calero não tem em seu poder nenhum áudio comprometedor de Temer. Mas há gravações feitas por ele de conversas com autoridades do governo federal.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta sexta-feira (25) que a Polícia Federal vai apurar a informação que tem circulado de que Calero gravou conversas. Inclusive, segundo Moraes, serão investigados os boatos de áudio com a voz de Temer.
"Os boatos sobre a gravação, se há ou não gravação, isso vai ser apurado para verificar em que condições foram feitas", disse Moraes, sem detalhar o que seria feito. "Não vou responder nada sobre isso", afirmou.
Nesta sexta, Calero divulgou nota negando ter pedido uma audiência com Temer para gravar a conversa.
Moraes também negou a informação de que o agora ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima tenha prestado depoimento à Polícia Federal.
"Quem vai decidir ou não se abre ou não inquérito, se pede abertura, quais as diligências a serem pedidas, é o procurador-geral da República (Rodrigo Janot). Não está mais na Polícia Federal", afirmou Moraes.
O ministro da Justiça lembrou ainda que, agora que Geddel não é mais ministro, Janot analisará se o caso será remetido à primeira instância.
Geddel entregou sua carta de demissão na manhã desta sexta-feira.
Em entrevista nesta manhã, Moraes saiu em defesa de Temer.
"O presidente simplesmente indicou ao ministro Calero que, se achasse o caso, consultasse a AGU (Advocacia-Geral da União). Tanto que o próprio ministro não consultou a AGU. Entendeu por bem não consultar e ele mesmo decidir. Este é o papel constitucional da AGU quando consultada por ministros. Nem houve a consulta, o que demonstra que foi uma conversa absolutamente normal", declarou o ministro da Justiça.

POLÍTICA: Renan solta nota de apoio a Temer e propõe convocar Congresso em janeiro

Por Fernando Rodrigues - UOL


Ideia é acelerar reformas para garantir o ajuste fiscal
Quedas de ministros não atrapalham reformas, diz Renan
Acusações de Calero “não afetam o presidente Temer”
Mexidas ministeriais não impedem votações no Congresso

O presidente do Senado, Renan Calheiros

O presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou nota oficial (leia a íntegra) nesta 6ª feira (25.nov.2016), em apoio a Michel Temer e propondo convocar o Congresso durante o mês de janeiro. A ideia é mobilizar o Congresso para que sejam aceleradas as votações de reformas consideradas relevantes para o ajuste fiscal.
A notícia é do Poder360
O apoio de Renan ao presidente da República se dá em meio ao episódio da demissão de 2 ministros de Estado, Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Calero saiu da cadeira acusando Temer de tê-lo enquadrado numa disputa com Geddel a respeito da liberação ou não da construção de 1 edifício numa área tombada de Salvador (BA).
“As alegações do ex-ministro da Cultura não afetam o presidente Michel Temer, que reúne todas as condições para levar adiante o processo de transição. As mexidas ministeriais tampouco afetarão o calendário de votações do Senado, que inclui a PEC do limite de gastos e o projeto de abuso de autoridades”, declara Renan em sua nota.
Renan esteve ontem no final do dia com Michel Temer. Tem se aproximado gradativamente do presidente da República.
O presidente do Senado lista uma série de projetos que ainda precisam ser votados e que fazem parte do esforço da equipe econômica para promover um ajuste fiscal nas contas públicas.
Entre outros projetos citados como prioritários por Renan estão estes:
PEC do limite de gastos
Lei de abuso de autoridades.
Proibição de se alterar contratos por Medidas Provisórias
Modernização do Código Tributário
Lei de Licitações
Terceirização da mão de obra
Regulamentação dos jogos de azar
Novo marco das Telecomunicações
Desvinculação dos vencimentos dos tribunais superiores
Combate à burocracia
Fim da reeleição
Fim dos supersalários
Securitização e alongamento das dívidas estaduais.
Para colocar tudo isso em prática, Renan sugere: “Se necessário, o recesso parlamentar de fim de ano será cancelado para viabilizar essa agenda de desenvolvimento no país que integre os três poderes da República. A Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Rodrigo Maia, consciente da gravidade do momento, tem diante de si essa mesma oportunidade e pode adotar votações expressas”.
O Congresso legalmente trabalha, em tese, até 22 de dezembro (na prática, vão trabalhar neste ano apenas até 15 de dezembro). Depois, deputados e senadores voltam ao trabalho apenas em 2 de fevereiro de 2017.
Ocorre que 2 de fevereiro cai numa 5ª feira. Nessa data, as duas Casas do Congresso devem eleger seus presidentes para os próximos 2 anos. Por essa razão, o ritmo dos trabalhos deve voltar ao normal apenas a partir de 7 de fevereiro, uma 3ª feira. Mas apenas por 3 semanas, pois em seguida vem o feriado de Carnaval e tudo para novamente por cerca de 10 dias.
Pela proposta de Renan, os deputados e senadores folgariam apenas por cerca de duas semanas, no período de Natal e de Ano Novo. Retomariam o trabalho já na primeira semana de janeiro de 2017.
ENTENDA COMO É A CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
O site da Câmara dos Deputados explica que “a convocação pode ser feita pelo presidente do Senado Federal, em caso de decretação de Estado de Defesa ou de Intervenção Federal, de pedido de autorização para a decretação de Estado de Sítio e para o compromisso e posse do presidente e do vice-presidente da República”.
Mas o Congresso também pode ser convocado, em caso de urgência ou interesse público relevante, “pelo presidente da República e pelos presidentes da Câmara e do Senado, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional”.
Quando há uma convocação, “o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, a não ser que haja medidas provisórias em vigor na data da convocação. Nesse caso, as MPs são automaticamente incluídas na pauta”.
Até julho de 2003, quando havia uma convocação extraordinária, deputados e senadores recebiam um salário extra. Essa regra não existe mais. “O pagamento de indenização em razão da convocação é proibido”, diz o site da Câmara.

ECONOMIA: Dólar sobe com incerteza política e supera R$ 3,41

UOL

O dólar subiu frente ao real refletindo o aumento da incerteza com o cenário político local. A saída do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, acusado pelo ex-titular da pasta de Cultura Marcelo Calero de pressionar a liberação de uma obra em Salvador, e temor com o conteúdo das gravações realizadas por Calero e que teriam sido entregues para a Política Federal aumentou a preocupação de que a crise possa política possa atingir o presidente Michel Temer.
O que preocupa o mercado é a possibilidade da crise política atrapalhar a votação das medidas de ajuste fiscal. "Por enquanto, não trabalhamos com uma mudança efetiva de cenário político. Mas isso vai depender do conteúdo que pode vazar das gravações de Calero ou da deleção da Odebrecht", diz Juliano Ferreira, estrategista da Icap Corretora.
A incerteza política se soma às incertezas com o governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ajudou a reforçar a cautela no mercado local. O real apresentou hoje a por performance frente ao dólar entre as principais moedas emergentes e descolou do movimento no exterior.
O dólar comercial subiu 0,52% e fechou a R$ 3,4111, maior patamar desde 17 de novembro. Com isso, a moeda americana encerra a semana em alta de 0,73% e acumula valorização de 6,97% no mês. No ano, o dólar cai 13,78%.
No mercado futuro, o contrato para dezembro avançava 0,56% para R$ 3,417.
Para Loyola, a saída de Geddel desgasta o presidente Michel Temer, mas ele ainda tem o apoio da base aliada no Congresso e avalia que ainda é cedo para dizer se isso pode atrapalhar a votação das medidas de ajuste fiscal.
No dia 29 da semana que vem está prevista a votação da PEC dos gastos em primeiro turno no Senado.
Ferreira, da Icap ainda não vê o aumento da incerteza no cenário política afetando as aplicações dos investidores estrangeiros no mercado local. "Com a estabilização da curva de juros americana tivemos um alívio na aversão a risco e alguns investidores estrangeiros até chegaram a aumentar os investimentos em ativos locais. Por enquanto, vejo o investidor local mais pessimista que o estrangeiro", diz.
Mas a continuidade dos investimentos em Brasil, vai depender, além da política econômica americana, da questão do crescimento da economia local. "A revisão para baixo das projeções de crescimento pode afetar as estatísticas fiscais e mudar a perspectiva de médio prazo para o Brasil", diz.
Por enquanto, o Banco Central se manteve fora do mercado de câmbio após concluir a rolagem do lote de US$ 6,490 bilhões em contratos de swap cambial tradicional que venceria em 1º de dezembro.

POLÍTICA: Em encontro, Aécio reafirma apoio a Temer, mas diz que PSDB está pronto para vencer eleições

OGLOBO.COM.BR
POR JÚNIA GAMA

Senador afirmou que apoio tucano é necessário para aprovar medidas do ajuste fiscal

Aécio Neves conversa com Geraldo Alckmin em encontro do PSDB - André Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA — O PSDB realiza nesta sexta-feira encontro nacional de prefeitos do partido com as principais lideranças tucanas. Presentes ao evento estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da legenda, senador Aécio Neves (PMDB-MG), o ministro José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, entre outros.
Em seu discurso, pouco depois de divulgada a demissão do ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, Aécio afirmou que o PSDB mantém seu apoio ao presidente Michel Temer durante seu "governo de transição", e disse que seu partido é "o único" capaz de fazer as reformas necessárias.
— Não há outro partido político no Brasil em condições de fazer isso, de liderar esse processo, que não o PSDB. Não fosse a coragem do PSDB no Congresso Nacional, não haveria ajuste das contas no Brasil. No plano nacional, temos que continuar sendo um farol de um novo projeto de Brasil — afirmou.
Aécio também falou sobre o cenário para 2018, que disse já estar "na esquina". Mas, pediu que projetos individuais para as próximas eleições não prejudiquem a atuação do PSDB. No partido, tanto o senador mineiro, quanto o governador de São Paulo são pré-candidatos à presidência da República.
— Nossa maior força haverá de ser sempre nossa unidade. Não temos sequer o direito de pensar em projetos individuais e colocá-los acima dos interesses do Brasil — disse.
O senador disse ainda que a aprovação da PEC do teto de gastos públicos, que já passou pela Câmara e está na pauta do Senado, "não resolve" o problema da crise econômica, mas apenas "sinaliza" para uma solução. Segundo Aécio, é preciso o apoio do PSDB para aprovar as demais medidas do ajuste fiscal, como a Reforma da Previdência.
Ao final, Aécio reafirmou que o partido pretende alcançar a presidência da República em 2018:
— Estaremos prontos com responsabilidade e desprendimento para apoiar o atual governo nessa transição. Mas estaremos, a partir de janeiro, com nossos prefeitos e nossa atuação no Congresso, nos preparando para fazer aquilo que é necessário para o Brasil, vencer as eleições e governar o país com decência e eficiência — disse.

ECONOMIA: Conta de luz não terá cobrança de taxa extra em dezembro, diz Aneel

Do UOL, em São Paulo

A conta de luz de dezembro não terá cobrança de taxa extra, informou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta sexta-feira (25). Devido às condições melhores dos reservatórios, a agência decidiu que a bandeira tarifária voltará a ser verde. 
A cobrança de taxa extra vigorou em novembro pela bandeira amarela, com R$ 1,50 a mais a cada 100 kWh consumidos.
As bandeiras começaram a ser cobradas em janeiro de 2015 e servem para cobrir o custo mais alto de gerar energia por meio das usinas termelétricas, quando a seca (atualmente no Norte e Nordeste) prejudica os reservatórios das hidrelétricas pelo país. 
De abril até outubro, não houve cobrança de taxa, porque também estava em vigor a bandeira verde.
Pouca chuva, conta mais cara
Quando há pouca chuva, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas cai, o que diminui a produção de energia. Para compensar essa queda, o governo manda acionar usinas termelétricas, a carvão, que são mais caras. Foi o que aconteceu no país desde 2013.
Foi criada, então, a bandeira vermelha, cobrança extra na conta de luz para bancar esses custos maiores na produção de energia.
Neste ano, a situação melhorou: choveu mais e subiu o volume dos reservatórios das hidrelétricas. Além disso, o consumo das famílias e indústrias caiu, e novas usinas começaram a funcionar.
Por isso, a bandeira foi sendo alterada ao longo do tempo:
De janeiro de 2015 a janeiro deste ano, a bandeira era vermelha e a taxa extra era de R$ 4,50 para cada 100 kWh consumidos;
Em fevereiro, passou para bandeira "rosa" e a taxa caiu para R$ 3 para cada 100 kWh;
Em março, a bandeira mudou para amarela e a taxa caiu para R$ 1,50 a cada 100 kWh;
Em abril, entrou em vigor a bandeira verde e a taxa extra deixou de ser cobrada;
Em novembro, vigorou a bandeira amarela, com taxa de R$ 1,50 a cada 100 kWh.
Em dezembro, volta a valer a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra. 
A Aneel pede que os consumidores façam o uso eficiente de energia elétrica e combatam os desperdícios.

(Com Reuters)

MUNDO: Jihadistas detidos na França preparavam atentado para 1º de dezembro, diz promotor

UOL
Em Paris

Os quatro supostos terroristas detidos em Estrasburgo no fim de semana passado preparavam um atentado na França para o próximo 1º de dezembro e, da mesma forma que outro detido em Marselha na mesma operação, eram "teleguiados" da Síria ou do Iraque pelo Estado Islâmico (EI).
A informação foi divulgada nesta sexta-feira em entrevista coletiva pelo promotor de Paris, François Molins, que afirmou que não foi possível estabelecer exatamente qual era o objetivo desse atentado.
O promotor confirmou que os cinco supostos terroristas tinham recebido as mesmas instruções do mesmo interlocutor, a partir das regiões da Síria ou do Iraque controladas pelo EI, para obter armas e explosivos.
Segundo as filtragens dos últimos dias na imprensa, um dos quatro homens capturados em Estrasburgo, que eram amigos há bastante tempo e se comunicavam por uma rede fechada através de uma linha telefônica específica, tinha confessado aos policiais que entre seus alvos estavam centros de comando da polícia na região de Paris.
Molins afirmou que os cinco -detidos na madrugada de domingo- vão ser apresentados hoje perante juízes e devem ser acusados por preparar ações terroristas, aquisição, posse e transporte de armas, e previsivelmente terão a prisão provisória solicitada.
Os quatro presos em Estrasburgo têm entre 36 e 37 anos e são franceses, embora dois deles tenham dupla nacionalidade, um da Tunísia e outro do Marrocos.
Foram confiscadas armas (basicamente pistolas e munição), mas também documentos em papel e no computador que põem em evidência seus vínculos com o EI, pois glorificavam a ideia de morrer como mártires e juravam lealdade a esta organização, além de proferir "ameaças" contra a França.
Além disso, o marroquino detido em Marselha (identificado como Hicham E, de 46 anos) também recebia instruções de um interlocutor que se situa na zona controlada pelo EI na Síria e Iraque, para ter acesso às armas.
De fato, Hicham E., que era residente em Portugal desde 2013, tinha viajado nos últimos anos pela Europa com documentação falsa, não tinha domicílio fixo na França e levava, ao ser detido em Marselha, 4.281 euros que os investigadores acreditam que eram para comprar armas.
Em um computador apreendido no domicílio de um dos detidos em Estrasburgo (cidade), havia um texto no qual se falava da possibilidade de uma entrega de armas, assim como indicações com coordenadas de GPS para se dotar de armamento e munição.
Dois dos supostos terroristas da célula de Estrasburgo, Hicham M. e Yacine B., foram detectados na fronteira da Turquia com a Síria em março de 2015, uma viagem que realizaram passando pelo Chipre.
Também o marroquino detido em Marselha esteve nessa fronteira e foi expulso da Turquia no verão de 2015 por ter tentado entrar na Síria.
Molins insistiu que os elementos disponíveis provam que os cinco eram "teleguiados" desde as áreas dominadas pelo EI na Síria e Iraque, embora reconheceu que por enquanto não há elementos que demonstrem que os presos em Estrasburgo tinham mantido contatos diretos com o detido em Marselha.

COMENTÁRIO: Temer reage

Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

O presidente Michel Temer captou a gravidade da crise e decidiu reagir, aceitando (ou induzindo?) o pedido de demissão do secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, e negando peremptoriamente que tenha tentado “enquadrar” o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. “Ora vejam, quem me conhece sabe que eu não sou de sair ‘enquadrando’ ninguém. O que eu falei a ele foram coisas absolutamente normais”.
Temer lamenta que “um episódio menor” – o embargo a um prédio em área histórica de Salvador, no qual Geddel tem um apartamento – tenha gerado tanta tensão política. Ele confirma a versão de Calero para a Polícia Federal sobre as duas conversas que teve com Calero antes que este pedisse demissão e diz que, de fato, recomendou que procurasse a Advocacia Geral da União (AGU), órgão adequado para agir nesse tipo de conflito. Só rebate que tenha tido “algum tipo de enquadramento”.
“Disputas entre ministros é a coisa mais natural, vive acontecendo. Não sei por que esse rapaz (Calero) reagiu dessa forma”, diz o presidente, confirmando que insistiu para que ele permanecesse na Cultura e supondo que o ex-ministro tenha agido por influência de “amigos do Rio de Janeiro”.
Segundo Temer, “há fortes rumores” de que Calero tenha gravado conversas com ele, com Geddel e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, mas disse que não recebeu nenhuma confirmação disso. “Se eu perguntar para a Polícia Federal, já vão dizer que é pressão. Veja como são as coisas.” Ele, porém, diz que torce para que haja gravações mesmo, “para comprovar que não houve nada demais, foram conversas normais”.
O presidente está agora às voltas com a escolha de um novo nome para substituir Geddel, que ocupa uma função chave, a de articulação política com o Congresso, num momento em que o governo precisa aprovar a PEC do Teto de Gastos, espinha dorsal da política econômica, e está às vésperas de encaminhar a reforma da Previdência.
“Tem de ser alguém que não esteja metido com nada de nada”, disse, num tom próximo à ironia. Mas, de qualquer forma, diz ter certeza de que a crise Geddel e o envolvimento do seu nome não irão afetar negativamente as votações: “Efeito zero”.
A oposição anuncia que pretende entrar com um pedido de impeachment contra Temer, mas ele, que já presidiu a Câmara quatro vezes, diz que considera isso “absolutamente normal”: “Eles estão no papel deles”.

POLÍTICA: Planalto admite que Geddel errou e reconhece que não anteviu dimensão da crise

OGLOBO.COM.BR
POR CATARINA ALENCASTRO E SIMONE IGLESIAS

No início da semana, Temer chegou a sugerir que o ex-ministro se licenciasse do cargo

O presidente Michel Temer e o ex-ministro Geddel Vieira Lima - Ailton de Freitas / Agência O Globo 17/11/2010

BRASÍLIA - Foi só na manhã desta sexta que Geddel Vieira Lima decidiu pedir demissão da Secretaria de Governo. Segundo interlocutores do presidente Michel Temer, ele resistia até a noite de ontem, mas diante do intenso recrudescimento da crise em torno do suposto tráfico de influência de Geddel sobre o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que passou a envolver o nome de Temer, Geddel resolveu sair. O Palácio do Planalto também passou a admitir nesta sexta que o ex-ministro da Secretaria de Governo cometeu um erro, mas admite que não conseguiu prever a dimensão que o caso tomaria. Mesmo fora do governo, Geddel continuará a ser julgado pela Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP).
No início da semana, Temer chegou a sugerir a Geddel que ele se licenciasse do cargo enquanto a Comissão de Ética Pública da Presidência examinava se sua conduta foi irregular, o que poderia ensejar uma advertência e uma recomendação de demissão, por parte do colegiado. Mas Geddel recusou a sugestão do agora ex-chefe.
— O presidente pagou o preço de ter dado o benefício da dúvida a Geddel. A dúvida acabou recaindo sobre ele próprio. O governo não conseguiu enxergar que um pequeno desvio ético seria insustentável, insuportável — disse um interlocutor de Temer.
O Planalto considera que Temer foi traído por Calero e que o ex-ministro da Cultura foi “ardiloso” ao resolver espontaneamente ir à Polícia Federal, transformando o episódio que até então se mantinha no nível declaratório para o nível criminal.
— O Calero tomou a iniciativa de criminalizar. Ele estava enxergando uma situação que o governo não via dessa forma. Porque para o governo, se Geddel fez uma advocacia em causa própria, ele falhou — disse outro auxiliar presidencial.
Enquanto tentava administrar a crise, mantendo a normalidade governamental, Temer e Geddel foram surpreendidos pelos fatos novos. A suposta pressão que Geddel teria feito sobre Calero para que liberasse a obra embargada pelo Instituto do Patrimônico Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do prédio “La Vue Ladeira da Barra”, onde Geddel tem um imóvel, saiu do âmbito da avaliação ética e passou a ser alvo de uma potencial investigação do Ministério Público, da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal.
— Houve uma mudança radical nos fatos. Geddel achava que as coisas iriam melhorar. Mas o que aconteceu foi o contrário, virou uma bola de neve — avaliou outro assessor do Planalto.

LAVA-JATO: Justiça bloqueia R$ 1 bi de Cabral e de suspeitos

UOL
JC

Justiça do Rio de Janeiro bloqueou R$ 1 bi de bens de Cabral e mais cinco pessoas por isenção fiscal irregular

A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público, depois que a Justiça considerou irregular a concessão de incentivos fiscais
Foto: Antonio Cruz/ABr

A Justiça do Rio de Janeiro bloqueou R$ 1 bilhão em bens do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, da empresa multinacional Michelin e de outras cinco pessoas. A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público, depois que a Justiça considerou irregular a concessão de incentivos fiscais de R$ 1,03 bilhão à Michelin pelo governo do estado, a partir de 2010.
Tanto Cabral quanto a Michelin haviam sido condenados, em outubro deste ano, pela 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio a ressarcir os cofres públicos pela concessão irregular de benefícios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A cobrança do imposto foi adiada, por prazo indeterminado, enquanto a empresa comprava maquinário para a ampliação de sua fábrica em Itatiaia, no sul fluminense.
Na época da condenação, Cabral divulgou nota, por meio de sua assessoria de imprensa, considerando a decisão judicial equivocada, já que, segundo ele, o incentivo permitiu que a Michelin consolidasse suas fábricas dentro do estado e, o que triplicou o ICMS pago.
Além de Cabral, mais cinco pessoas tiveram seus bens bloqueados
Além de Cabral e da Michelin, tiveram seus bens bloqueados o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Júlio Bueno, o ex-presidente da agência estadual de fomento InvesteRio Maurício Chacur,a ex-diretora de operação da InvesteRio, Roberta Simões Araújo, a ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio - Codin Maria da Conceição Lopes Ribeiro e Pedro Paulo Novellino do Rosário, então diretor da Codin.

POLÍTICA: Dividido pela anistia ao caixa 2, PT pode perder até metade da bancada

UOL
Fernando Rodrigues

Grupo à esquerda não concorda com anistia
Campo majoritário articula a aprovação da emenda

Nem a convocação de congresso nacional do PT para 2017 pacificou a bancada

A bancada petista rachou. O PT tem 58 deputados e o grupo majoritário – chamado Construindo um Novo Brasil (CNB) – é favorável à anistia ao caixa 2. Mas um grupo de 26 deputados divulgou um manifesto (leia aqui a íntegra) de repúdio à anistia.
A votação do projeto das 10 medidas contra a corrupção foi adiada nesta 5ª feira (24.nov). Deputados de vários partidos articulavam a votação de uma emenda que anistiasse os crimes de caixa 2 realizados no passado. A maior parte era da base aliada ao governo de Michel Temer.
Alguns petistas pediam a liberação de bancada. Os 26 que assinaram o documento contra a anistia são membros do Muda PT, união de grupos mais à esquerda dentro do partido. O dissenso pode ser a gota d’água para uma diáspora da legenda.
A vice-líder do partido na Câmara, deputada Maria do Rosário (RS), é de uma das correntes que integra o grupo Muda PT. Segundo ela, há um descontentamento desses 26 deputados com decisões internas.
“Não só a anistia ao caixa 2, mas muito tem acontecido no PT que deixa essa parte da bancada descontente e faz com que pense nisso [deixar a legenda]”, afirmou. “Mas ainda há muito a se perder [ao sair do PT]. O partido ainda tem uma base social forte”, disse.
Caso esses 26 deputados deixem a legenda, a bancada ficará com 32 cadeiras. Seria o menor número desde 1986, há 30 anos, na 2ª eleição disputada pelo partido, quando elegeu 16 deputados.
Na 1ª eleição do ex-presidente Lula, o partido teve seu auge de eleitos: 91. Em 2006 e 2014, pleitos próximos a escândalos de corrupção envolvendo a legenda, a bancada teve queda: 83 e 69 deputados, respectivamente.
Desde as eleições de 2014, a bancada já perdeu 11 deputados. Somados aos 26 que ameaçam a debandada agora, poderia significar um encolhimento de mais da metade da bancada eleita em 2014.

POLÍTICA: ‘Declarações são insensatas’, diz advogada-geral da União sobre acusação de Calero

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Nota da AGU afirma que Grace Mendonça considerou ‘irresponsável’ o envolvimento de seu nome no episódio

A advogada-geral da União, Grace Mendonça - Jorge William / Agência O Globo / 19-9-2016

RIO — A advogada-geral da União, Grace Mendonça, declarou por meio de nota publicada na noite desta quinta-feira que “jamais recebeu orientações para direcionamento nas manifestações da Advocacia-Geral da União e que tampouco aceitaria qualquer tipo de interferência”, ao se referir ao depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal. A nota afirma que Grace considerou “irresponsável” o envolvimento de seu nome no episódio e “insensatas” as declarações veiculadas na imprensa.
Em depoimento à PF, o ex-ministro acusou o presidente Michel Temer de reforçar a pressão de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, a liberar as obras do prédio La Vue embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo o ex-ministro, numa reunião no Palácio do Planalto, Temer mandou que ele "construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado a AGU, porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução".
Sobre a afirmação do ex-ministro da Cultura, a advogada-geral da União afirmou que se trata de uma pedido para avaliar uma possível divergência jurídica entre órgãos da administração, “uma vez que dirimir conflitos jurídicos é uma das funções da AGU”.
“As eventuais questões jurídicas relacionadas ao caso foram examinadas pela própria Procuradoria do Iphan, órgão competente para analisá-las. Tecnicamente, a unidade entendeu que a presidente do Iphan é competente para a anulação de ato da Superintendência estadual e que poderia decidir o caso concreto, conforme os critérios que a área técnica entendesse pertinentes. Noutras palavras, a AGU, no caso, atuou dentro dos estritos limites de sua competência constitucional, pelo seu órgão setorial competente (Procuradoria junto ao Iphan), e tendo como parâmetro a legislação de regência, sem qualquer tipo de interferência ou pressão.”, diz o texto.

POLÍTICA: De Salvador, Geddel envia carta de demissão à Presidência

BAHIA NOTÍCIAS

Foto: Agência Brasil

O ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, já entregou a carta de demissão à Presidência da República. A informação foi confirmada por assessor da Presidência pela Globo News. Na manhã desta sexta-feira (25), já era especulada (clique aqui e aqui) a saída do peemedebista, após o agravamento da crise gerada pelas denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que pediu demissão na última sexta-feira (18), alegando que Geddel o tinha pressionado para atuar junto ao Iphan para liberar parecer favorável à construção do empreendimento La Vue, na Ladeira da Barra, em Salvador. Na carta, Geddel afirma que voltará à Bahia "diante da dimensão das interpretações dadas" e pede desculpas a Temer "aos que estão sendo por elas alcançados". 
Foto: Reprodução | Clique para ampliar

Geddel teria afirmado ter um apartamento no prédio, como argumento. A repercussão do caso ampliou nesta semana, após Calero prestar depoimento à Polícia Federal, relatando também ter sido pressionado pelo presidente Michel Temer a resolver o problema apresentado por Geddel. Ele diz ter gravações de conversas com Geddel, Temer e Eliseu Padilha (entenda). O relatório já foi encaminhado pela PF ao STF e à PGR (veja aqui). É o sexto ministro a deixar o cargo no governo Temer. Ainda não foi divulgado o substituto do baiano na pasta.

COMENTÁRIO: Crise no colo de Temer

Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

Em vez de 'pacificação nacional', várias guerras simultâneas em Brasília

Está em curso um movimento separatista para isolar Brasília do resto do País, ou é só impressão? Enquanto a sociedade brasileira de Norte a Sul exige transparência, lisura e um combate implacável à corrupção, o Palácio do Planalto age como se tráfico de influência fosse a coisa mais natural do mundo, a Câmara dos Deputados insiste em preventivamente anistiar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato em meio à Lava Jato e, no Senado, faltam dedos para contar os inquéritos contra Suas Excelências no Supremo.
Ao tomar posse definitivamente na Presidência da República, em 31 de agosto, Michel Temer fez um apelo e assumiu um compromisso pela “pacificação nacional”. Menos de três meses depois, em vez de paz, o País vive uma guerra: a economia ainda não deslanchou, a previsão de crescimento piora, o núcleo duro do governo amolece diante das delações da Odebrecht e a crise Geddel Vieira Lima adentra o gabinete presidencial e cai no colo do próprio Temer.
Como escrito aqui na última terça-feira, Temer precisa ter muito cuidado com a corda: nem deve esticar uma corda que já é naturalmente curta, nem pode balançar numa corda bamba, nem convém aproximar a corda do pescoço, porque pode ser mortal. Ele não tem popularidade de sobra, não tem controle sobre a evolução da Lava Jato, não tem como se descolar de um PMDB tão comprometido e não está acima do bem e do mal. Mas...
No governo, o ex-ministro Marcelo Calero arrasta Temer para o centro da história sobre tráfico de influência a favor de um prédio em que toda a família Vieira Lima parece ter interesse direto – e que ameaça área histórica da bela Salvador, com seus 30 andares e com o ridículo nome de “La Vue”. Se os líderes aliados davam de ombros e diziam que a mídia, por exemplo, estava fazendo tempestade num copo d’água, está na hora de enxergarem o tsunami.
No Senado, o presidente Renan Calheiros, do PMDB, enfrenta 12 inquéritos e pode se tornar réu num julgamento do Supremo no dia primeiro de dezembro; o ex-ministro e atual líder do governo Romero Jucá coleciona, até agora, oito inquéritos; a PEC do Teto dos gastos ainda será votada; e a reforma da Previdência nem chegou.
Na Câmara, o procurador Deltan Dallagnol esperava “uma revolução” com a aprovação das 10 medidas anticorrupção, que pularam para 18, recuaram para 17, viraram 12 na comissão especial e... empacaram no plenário. Se há uma “revolução”, ela é capitaneada pelo “Centrão” para pegar carona nas medidas fingindo que é para anistiar o caixa 2, quando na verdade é para se proteger, preventivamente, de crimes mais graves: corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Obviamente, como vacina para o que vem aí da Lava Jato e, em particular, das delações da Odebrecht.
O Centrão capitaneia esse movimento, mas o fato é que os grandes partidos integram a tropa para derrubar o bom parecer do deputado Onyx Lorenzoni, aprovado por unanimidade na comissão. Enfileiram-se aí, por exemplo, o PMDB, o PSDB, pelo menos metade do PT. Só os pequenos partidos rebelaram-se contra.
Segundo Dallagnol, “a sociedade pediu uma Ferrari e ganhou um bom carro de classe média, mas isso é muito melhor do que andar a pé”. O problema é que o carro morreu dentro do plenário e, para pegar de novo, só no tranco – o tranco da pressão popular.
E é assim que a opinião pública, o Ministério Público, a justiça e a Polícia Federal caminham para um lado, enquanto o governo, a Câmara e o Senado parecem caminhar para o outro, em sentido contrário. O momento é de instabilidade e de muitas e angustiantes dúvidas sobre o que vem por aí, entre cordas, carros, trombadas, delações e prédios em Salvador.

ECONOMIA: Crise política faz dólar subir quase 1% e Bolsa recua 0,79%

OGLOBO.COM.BR
POR ANDREA FREITAS

Moeda chegou a R$ 3,469; Interferência de Temer em caso Geddel preocupa mercado

- Tomohiro Ohsumi / Bloomberg/9-7-2014

RIO E SÃO PAULO - A crise política envolvendo o ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima está refletindo na cotação do dólar na manhã desta sexta-feira. O envolvimento direto do presidente Michel Temer no caso gerou preocupação e faz a moeda americana disparar frente ao real. A divisa operava, às 10h35, cotada a R$ 3,426, valorização de 0,91%. Já o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações local, registrava recuo de 0,79%, aos 60.908 pontos.
Na máxima, a divisa já chegou a R$ 3,469. Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio Treviso Corretora, afirma que o estrago é efeito da gravação da conversa do então ministro da Cultura Marcelo Calero com o presidente Temer, que teria saído em defesa de Geddel no caso envolvendo um imóvel em Salvador com a construção embargada pelo Iphan.
— É a crise política que faz o mercado se proteger no dólar. A forte alta é efeito desse ruído político que já faz temer até mesmo um impeachment. É como uma briga de dois filhos em que o pai acaba se alvoroçando. E isso é ruim. Temer geralmente fica de fora e incomoda o fato de interferir em favor de Geddel — afirmou.
Galhardo ressalta que, normalmente, quando há um feriado prolongado nos Estados Unidos, como o Dia de Ação de Graças, o mercado cambial brasileiro opera sem rumo. Ontem, no entanto, embora a moeda americana tenha encerrado os negócios a R$ 3,395, com ligeira alta de 0,05%, ficou pressionada a maior parte do pregão. Neste sexta-feira, opera na contramão do mercado externo. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, recuo 0,26%.
— O Banco Central avaliou que sua participação tinha se esgotado (com a suspensão da oferta de dólares no mercado), tirando a pressão do mercado. Mesmo assim, a moeda se manteve acima de R$ 3,40 e acabou fechando perto disso.
BOLSA EM QUEDA
A crise política no governo Temer também concentra as atenções dos operadores do mercado de renda variável. “O problema cresce com essas últimas divulgações e se junta a delação da Odebrecht como foco de preocupação do governo”, afirmou, em relatório a clientes, os analistas da Yeld Capital.
Contribui para a queda do Ibovespa o desempenho das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal recuam 2,31%, cotados a R$ 15,22, e os ordinários (ONs, com direito a voto) caem 1,36%, a R$ 17,32. No exterior, o barril do tipo Brent recua 1,20%, a US$ 48,41.
Também registram forte queda os papéis do setor bancário, de maior peso na composição do índice. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco caem, respectivamente, 0,88% e 1,25%. No caso do Banco do Brasil, o recuo é de 1,19%.

ESPORTES: CBF avisa Inter que jogador está regular pela Fifa para esfriar tapetão

UOL
rodrigomattos

A CBF informou que o jogador Victor Ramos, do Vitória, está regular, baseando-se em documento enviado pela Fifa sobre o caso. Isso abafaria a tentativa do Internacional de reviver o caso no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para tirar pontos do time baiano e evitar o rebaixamento. O diretor de Registros da Confederação, Reynaldo Buzzoni, chegou a ligar para dirigentes colorados para dizer que estava tudo ok.
O imbróglio gira em torno da inscrição de Victor Ramos ainda no Campeonato Baiano, no primeiro semestre. Sua regularidade foi questionada pelo Bahia por conta de uma suposta irregularidade na transação entre Monterrey, Palmeiras e o time baiano.
Isso porque o jogador tinha os direitos presos ao Monterrey e estava emprestado ao time alviverde, mas foi transferido diretamente para o Vitória. A discussão é se deveria ter sido feita uma transferência internacional.
''Zero, não existe irregularidade. Isso é desespero do Inter nesta hora que está caindo porque nunca caiu. Até o Bahia tinha outro argumento de que era transferência internacional (de Victor Ramos) e que por isso não poderia ser inscrito no Campeonato Baiano pelo prazo. Nada a ver com o Brasileiro. Ele está no BID'', contou Buzzoni.
Ele afirmou ter ligado para dirigentes do Internacional para avisar que não havia nenhuma irregularidade. Mas os advogados colorados já preparam uma notícia de infração no tribunal esportivo para tentar tirar os pontos do rival baiano.
O vice jurídico colorado, Giovani Gazen, estava no Rio de Janeiro, sede do tribunal, nesta quinta-feira. ''Estamos atentos aos direitos do Internacional'', limitou-se a dizer o dirigente colorado.
De fato, o processo foi para o STJD e em junho o relator do caso, Ronaldo Piacente, que agora é presidente do tribunal, arquivou o processo por entender que não havia irregularidade. O Bahia entrou com um embargo pedindo esclarecimentos do departamento de registros da CBF. Por isso, o caso foi desarquivado, mas ficou parado. A CBF informou já ter respondido.
''Consultamos a Fifa que já deu um parecer favorável à CBF de que essa transferência foi nacional. A questão é que o Bahia discutia por que o departamento de registro da CBF também estava sendo investigado. Mas somos nós que nos relacionamos com a Fifa'', afirmou Buzzoni.
O diretor explicou que, teoricamente, o Monterrey deveria ter recebido de volta Victor Ramos após o empréstimo com o Palmeiras. Mas, como autorizou ele a ficar, a transferência foi nacional.
Não foi possível contato com advogados do Bahia. O blog apurou junto ao STJD, no entanto, que apenas com um fato novo seria possível retomar o caso de Victor Ramos. E isso parece bem difícil visto que há pareceres da CBF e da Fifa prevendo a regularidade do jogador.

POLÍTICA: Equipe de Temer quer afastamento de Geddel

UOL
VALDO CRUZ
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA

Interlocutores do presidente Michel Temer defendem que o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) se afaste, pelo menos temporariamente, do cargo até que a crise envolvendo seu nome, que acabou atingindo seu chefe, seja solucionada.
Na avaliação de assessores presidenciais, a crise atingiu uma posição "delicada" e Geddel deveria pedir o afastamento da Secretaria de Governo para tentar evitar um desgaste ainda maior do presidente da República.
Segundo um interlocutor de Temer, essa deveria ter sido a decisão desde o início da crise envolvendo Geddel, acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo a mudar uma medida que atenderia a seus interesses relacionados a um empreendimento imobiliário na Bahia.
Assessores presidenciais disseram que Geddel decidiu ir para Bahia avaliar com familiares o melhor caminho a adotar.
Em conversas reservadas, o presidente chegou a dizer que não gostaria de demitir seu ministro. Interlocutores afirmam, porém, que essa era a posição dele antes de a crise piorar. Por isso, a saída considerada ideal é que a iniciativa parta do próprio Geddel, afastando-se temporariamente do cargo para fazer a sua defesa no episódio.
Nas palavras de um assessor presidencial, com o agravamento das acusações, Temer deve agora tomar uma medida de caráter moralizador, evitando assim que o caso desgaste ainda mais a imagem do governo federal.
Na avaliação de aliados do presidente, pela relação de amizade com Geddel, Temer demorou para agir no episódio, permitindo que ele ganhasse proporções maiores do tinha inicialmente.
GRAVAÇÕES
A maior preocupação do Palácio do Planalto é com a informação repassada ao governo de que Marcelo Calero gravou conversas com ministros sobre o caso, que atingiu temperatura máxima nesta quinta-feira (24) depois de revelado o depoimento do ex-ministro da Cultura à Polícia Federal.
Segundo informações enviadas ao Planalto, nas gravações há referências ao presidente Temer.
No depoimento, Calero disse que o presidente Temer o pressionou a encontrar uma "saída" para um imóvel embargado pelo Iphan nacional (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). No depoimento, o ex-ministro afirmou ainda que o presidente reclamou que ele teria criado "dificuldades operacionais".
Temer teria pedido ainda a Calero que ele encontrasse junto com a AGU (Advocacia-Geral da União) uma solução para o caso.
O governo se apega a esse encaminhamento em sua defesa. A própria AGU divulgou nota nesta quinta dizendo que foi acionada para discutir o caso e que a procuradora do órgão junto ao Iphan nacional optou pela manutenção da decisão de embargar a construção, num bairro histórico da Bahia.
(articleGraphicCredit).. 

ECONOMIA: Desemprego atinge 2,8 milhões de pessoas a mais em 2015, segundo IBGE

Do UOL, em São Paulo

Renato Ribeiro Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
Fila de pessoas a procura de emprego em evento da prefeitura de SP, em 2015

Em 2015, 2,8 milhões de pessoas a mais estavam na fila do desemprego, em comparação com 2014, um aumento de 38,1% no ano, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o total de pessoas sem trabalho chegou a 10 milhões.
A taxa de desemprego de 2015 foi de 9,6%, de acordo com a pesquisa, aumento de 2,7 pontos percentuais na comparação com o ano anterior.
Os dados foram divulgados nessa sexta-feira (25) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Ano passado foi o primeiro em que o número total de trabalhadores caiu, desde o início da série histórica da Pnad, em 2004. O número de trabalhadores em 2015 foi estimado em 94,8 milhões de pessoas, representando uma queda de 3,9% em relação ao ano anterior, quando 98,6 milhões tinham trabalho.
Desemprego por região
O número de desempregados aumentou nas cinco regiões do país. O Sudeste foi o que teve maior aumento em números absolutos, com 1,5 milhão a mais, mas, proporcionalmente, a maior alta foi no Sul:
Sul: 66,1% de alta no desemprego(432 mil a mais)
Sudeste: 46% (1,5 milhão a mais)
Centro-Oeste: 39,1% (178 mil a mais)
Nordeste: 22,8% (499 mil pessoas)
Norte: 17,9% (109 mil pessoas)
Perfil dos desempregados
Entre o total de desempregados no país:
Uma a cada quatro pessoas nunca tinha trabalhado (26,3%)
Um a cada três (33,4%) eram jovens de 18 a 24 anos
Quase a metade (48,2%) não tinha completado o ensino médio
A maior parte (60,4%) eram negros (grupo formado por pretos e pardos, de acordo com a metodologia do IBGE)
Outras pesquisas
A Pnad é feita uma vez por ano, mas não é a única pesquisa do IBGE com dados sobre emprego.
Mensalmente, o instituto também divulga dados da Pnad Contínua. Apesar de o nome ser parecido e ela também mostrar dados como o total de trabalhadores e a taxa de desemprego, a metodologia é diferente. Por causa disso, os resultados também variam, ainda que indiquem a mesma tendência (aumento do desemprego em 2015).
Assim, a Pnad Contínua registrou que a taxa de desemprego teve média de 8,5% em 2015, fechando o ano com 8,6 milhões de desempregados. Estes dados foram divulgados em março deste ano.
Desde então, outros resultados dessa pesquisa já foram divulgados. O mais recente indica que o país chegou a 12 milhões de desempregados no terceiro trimestrede 2016, com taxa de 11,8%.
Além do IBGE, outros órgãos e institutos divulgam dados sobre desemprego. O Ministério do Trabalho, por exemplo, registra mensalmente o número de trabalhadores com carteira assinada.
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