sexta-feira, 19 de maio de 2017

MUNDO: Procuradora-geral venezuelana se opõe à Constituinte de Maduro Luisa Ortega defende que Carta Magna de 1999 é o maior legado de Hugo Chávez POR JANAÍNA FIGUEIREDO, CORRESPONDENTE 19/05/2017 17:58 / atualizado 19/05/2017 18:09 A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Diaz, fala com aimprensa durante uma coletiva em Caracas - MARCO BELLO / Reuters PUBLICIDADE BUENOS AIRES — A Procuradora-Geral da República da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, expressou nesta sexta-feira, publicamente, sua oposição ao projeto de Constituinte do governo do presidente Nicolás Maduro. Depois de ter questionado a repressão a opositores do governo chavista e defendido a necessidade de que exista "segurança jurídica" na Venezuela, a Procuradora rechaçou um convite do Palácio Miraflores para discutir o projeto de Constituinte. Veja também Mulher exibe mensagem chamando Maduro de assassino durante protesto em Caracas Frente ampla cresce contra proposta de Constituinte na Venezuela Manifestantes usam escudo com Maduro pintado como palhaçoUso de cortes militares contra civis gera críticas internacionais a Maduro Luisa Ortega faz pronunciamento em abril: prouradora-geral rompeu com o chavismoProcuradora-geral da Venezuela torna públicas críticas a Maduro Em carta enviada ao ex-ministro das Relações Exteriores Elias Jaua, à frente da comissão presidencial para a elaboração de uma proposta de Constituinte, Ortega Diaz afirmou que "a Constituição de 1999 é impossível de melhorar, além de ser o maior legado do presidente Hugo Chávez". "(A Constituição de 99) Foi elaborada por uma Assembleia Nacional Constituinte convocada através de um referendo consultivo e ratificada mediante um referendo constitucional", lembrou a Procuradora. O governo Maduro nega-se a realizar um referendo sobre seu projeto de Constituinte e estabeleceu, ainda, que a eleição de seus membros não será, em alguns casos, pelo voto direto. PUBLICIDADE "Em minha opinião, a proposta de uma Assembleia Nacional Constituinte, longe de favorecer a esperada reconciliação nacional, geraria um alto grau de incerteza, dada à desconfiança que provocaria na cidadania pela eventual perda de conquistas alcançadas com a Constituição de 1999", escreveu a Procuradora. A Conferência Episcopal Venezuelana também manifestou sua oposição ao projeto de Maduro, criticado por organismos internacionais como as Nações Unidas e a Organização de Estados Americanos (OEA). Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/procuradora-geral-venezuelana-se-opoe-constituinte-de-maduro-21366418#ixzz4hYzsIWOx stest

OGLOBO.COM.BR
POR JANAÍNA FIGUEIREDO, CORRESPONDENTE

Luisa Ortega defende que Carta Magna de 1999 é o maior legado de Hugo Chávez

A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Diaz, fala com aimprensa durante uma coletiva em Caracas - MARCO BELLO / Reuters

BUENOS AIRES — A Procuradora-Geral da República da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, expressou nesta sexta-feira, publicamente, sua oposição ao projeto de Constituinte do governo do presidente Nicolás Maduro. Depois de ter questionado a repressão a opositores do governo chavista e defendido a necessidade de que exista "segurança jurídica" na Venezuela, a Procuradora rechaçou um convite do Palácio Miraflores para discutir o projeto de Constituinte.
Em carta enviada ao ex-ministro das Relações Exteriores Elias Jaua, à frente da comissão presidencial para a elaboração de uma proposta de Constituinte, Ortega Diaz afirmou que "a Constituição de 1999 é impossível de melhorar, além de ser o maior legado do presidente Hugo Chávez".
"(A Constituição de 99) Foi elaborada por uma Assembleia Nacional Constituinte convocada através de um referendo consultivo e ratificada mediante um referendo constitucional", lembrou a Procuradora. O governo Maduro nega-se a realizar um referendo sobre seu projeto de Constituinte e estabeleceu, ainda, que a eleição de seus membros não será, em alguns casos, pelo voto direto.
"Em minha opinião, a proposta de uma Assembleia Nacional Constituinte, longe de favorecer a esperada reconciliação nacional, geraria um alto grau de incerteza, dada à desconfiança que provocaria na cidadania pela eventual perda de conquistas alcançadas com a Constituição de 1999", escreveu a Procuradora.
A Conferência Episcopal Venezuelana também manifestou sua oposição ao projeto de Maduro, criticado por organismos internacionais como as Nações Unidas e a Organização de Estados Americanos (OEA).
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POLÍTICA: PSDB condiciona apoio a Temer ao avanço de reformas no Congresso

FOLHA.COM
IGOR GIELOW, DE SÃO PAULO

Ruy Baron - 2.fev.2015/Valor cultura/Folhapress 
O senador do PSDB Tasso Jereissati (PSDB) durante entrevista

O PSDB, maior aliado do governo Michel Temer, decidiu condicionar o apoio ao peemedebista ao avanço da agenda de reformas no Congresso.
Até porque perdeu seu presidente, senador Aécio Neves (MG), na esteira da delação da JBS, o partido preferiu embicar o discurso extraoficial para a economia, pedra de toque de seu apoio desde o começo do governo Temer.
O primeiro teste será a discussão da reforma trabalhista no Senado. Inicialmente marcada para terça-feira (23), a sessão na Comissão de Assuntos Econômicos havia sido adiada pelo relator da reforma, Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Líderes tucanos, reunidos nesta sexta (19) no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo, decidiram que o assunto tem de voltar à pauta.
A comissão é liderada pelo novo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que aqui e ali é ventilado como um presidenciável no caso de Temer cair e ser realizada a constitucionalmente prevista eleição indireta para o Planalto. A ideia é dar ao trâmite uma resposta institucional de apoio à agenda reformista de Temer, evitando personalizar isso num apoio ao presidente.
A cúpula tucana, devidamente abalada pela delação da JBS não só contra Aécio, mas pelo já abatido senador José Serra (SP), busca assim firmar uma imagem de responsabilidade econômica em meio à turbulência. Mas, como relata um de seus membros, o partido está atento a novidades jurídicas envolvendo Temer para reavaliar sua posição.
O PSDB está rachado sobre o tema. Sua bancada na Câmara quer o desembarque imediato do governo, mas foi vencida por ora pelos senadores e caciques extra-Congresso da sigla. Como afirmou um membro do primeiro grupo, "qualquer coisa a mais" contra o Planalto poderá mudar a situação.
O partido tem quatro ministros no governo, que em princípio ficarão no cargo —há o relato de que Luislinda Valois (Direitos Humanos) insiste em sair, mas a cúpula diz que ela vai ficar.
Do lado por ora dominante, um tucano disse que "se der para votar as reformas, vamos ficar", considerando que o desgaste ético da sigla já estaria precificado na derrocada de Aécio, afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal e licenciado da chefia da agremiação.
A reforma trabalhista é vista como uma batalha mais simples para colher uma vitória simbólica. O problema mesmo está na discussão da mudança na Previdência, que foi aprovada em comissão especial na Câmara. Altamente impopular (71% dos brasileiros contra, diz o Datafolha), a reforma precisa ir a plenário na Câmara em dois turnos para aí migrar ao Senado.
Com o maremoto político em curso, poucos observadores acreditam que o Planalto terá musculatura para manter o leme deste barco específico no lugar e seguir com sua agenda.

ECONOMIA: Após maior alta desde 1999, dólar cai a R$ 3,25 com BC; Bolsa sobe 1,7%

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Ibovespa havia despencado 8,79% na véspera

Casa de câmbio no Centro do Rio, em 16 de maio de 2017. Foto Monica Imbuzeiro/Agência O Globo

RIO - Após a maior alta desde 1999 na quinta-feira diante da crise política gerada pela delação da JBS que envolve diretamente o presidente Michel Temer, o dólar fechou nesta sexta-feira em queda de 3,92%, a R$ 3,257. Na mínima, a divisa chegou a valer R$ 3,253. Ontem, o dólar saltou 8,16%, a R$ 3,39. No mercado de ações, após desabar mais de 8% na véspera, o índice Ibovespa subiu 1,69%, aos 62.639 pontos.
— O dólar está caindo muito em função da atuação do BC e do Tesouro, com a venda de dólares e a compra de títulos prefixados. Além disso, os ativos já estavam muito estressados. O ambiente externo também está favorecendo esse movimento, já que a divisa americana perde força em escala global hoje — analisou Paulo Petrassi, da Leme Investimentos. — Mas as gravações comprometem demais o presidente Temer. Para o mercado financeiro, a melhor coisa seria a renúncia.
Na quinta-feira, o Banco Central anunciou intervenção de até US$ 6 bilhões no mercado de câmbio por três sessões a partir desta sexta-feira, sendo US$ 2 bilhões por dia. A autoridade monetária fará leilões diários de 40 mil contratos de swap cambial, instrumento que funciona como venda de dólares no mercado futuro. Ontem, o BC já havia oferecido ao mercado US$ 2 bilhões de contratos de swap.
— Os ativos estão todos melhores, e a curva de juros, corrigindo um terço do estresse de ontem. A questão foi que as gravações não se mostraram tão contundentes quanto o que se esperava, e o mercado também exagerou o movimento na quinta-feira de forma grotesca. Além disso, a autoridade monetária agiu, e o mercado sempre respeita. Já houve situações em que não respeitou, quando o dólar disparou em 2015, mas ali tratava-se de uma deterioração de fundamentos. Não é esse o caso hoje — afirmou Eduardo Canto, gestor da asset Aria Capital. — Ontem, houve uma reação exagerada para os fundamentos para o país que, com Temer ou sem Temer, não acabaria.
Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor do Modal Asset, também avalia que os áudios se revelaram menos comprometedores do que se antecipava, aliviando parte dos temores dos analistas.
— A atuação do BC e do Tesouro foi super importante também, sobretudo para o mercado de juros, onde todos estão posicionados na mesma direção. Acabou que a recompra de títulos pelo Tesouro não teve muita demanda, mas só de ele ter dado uma porta de saída para os investidores foi muito importante — disse.
Para Portella, embora o mercado esteja colocando no preço o atraso das reformas, a próxima semana será determinante para que os investidores avaliem as condições de o governo Temer recompor sua agenda:
— Se ele conseguir recompor sua agenda política, o mercado pode muito bem voltar para onde estava antes desse estrago. Sobretudo porque o mercado externo está super positivo. se não tivesse havido esse evento, o dólar poderia estar hoje em R$ 3.
Para o economista-chefe do BTG e ex-diretor do BC, Eduardo Loyo, a autoridade monetária já tentou gerar tranquilidade, na manhã de quinta-feira, divulgando comunicado informando que a politica monetária vai continuar se guiando pelos seus objetivos usuais e que não há relação mecânica entre a crise política que se instaurou no governo e a condução da política monetária. No entanto, ele considera que, depois desse choque no mercado, o BC terá de refinar essa comunicação:
— Foi um comunicado muito genérico, impressionista. Com o passar dos dias, precisa refiná-lo. É preciso manter o o foco naquilo que é relevante. E o que é relevante não é a oscilação da taxa Selic a cada dia, em particular dela agora e na semana que vem. Mas o que o mercado entenderá que serão as intenções do BC para a posição da Selic ao longos dos vários meses e portanto o que o BC considera adequado para o funcionamento da economia sob as novas condições impostas agora, em relação a estrutura dos termos de juros.
Ontem, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, desabou 8,79% ontem, aos 61.597 pontos, maior recuo desde outubro de 2008, auge da crise financeira internacional. Na abertura dos negócios, o Ibovespa chegou a cair mais de 10% e o circuit breaker foi acionado, paralisando os negócios por meia hora. Esse mecanismo não era usado há quase nove anos.
As ações que mais caíram ontem hoje registram, mas ainda longe de compensar as perdas da véspera. O Banco do Brasil subiu 3,32% (R$ 27,98), depois de derreter 19,91% no dia anterior. No Bradesco PN, a alta de 1,65% (R$ 27,75) ocorreu depois de um tombo de 13,11%. A Cemig, que despencara 20,43%,subiu 4,42% (R$ 7,32).
As ações ordinárias da Petrobras (ON, com voto) subiram forte durante parte do pregão mas encerraram alta de 0,98% (R$ 14,41), depois de despencarem 13,22% na quinta-feira. As preferenciais (PN, sem voto) avançaram 3,57% (R$ 13,62), depois de um tombo de 15,76%.
A JBS, protagonista da crise, subiu 1,52% (R$ 8,71), após recuo de 9,8% ontem, interrompendo sequência de seis quedas seguidas.

LAVA-JATO: Em depoimento, Joesley explica contexto de diálogo com Temer

OGLOBO.COM.BR
POR MARCO GRILLO

Dono da JBS destrinchou textos cifrados de conversa gravada com o presidente

O presidente Michel Temer durante pronunciamento - Ricardo Botelho/18-05-2017 / AP

RIO — Durante o depoimento do empresário Joesley Batista, dono da JBS, os procuradores buscaram tirar as dúvidas deixadas pela gravação da conversa entre Joesley e o presidente Michel Temer (PMDB). Os assuntos tratados eram de conhecimento de ambos e, portanto, havia pontos cifrados a serem esclarecidos para o andamento da investigação. Na versão de Josley, o presidente sabia e deu aval para que ele mantivesse os pagamentos ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), para que ele ficasse em silêncio.
Com a oitiva, a Procuradoria-Geral da República (PGR) montou o quebra-cabeça da conversa que aconteceu no dia 7 de março, às 22h40m, no Palácio Jaburu, residência de Temer. O empresário afirmou que dois principais motivos o levaram a solicitar o encontro: perguntar quem seria seu novo interlocutor junto ao governo, após a saída de Geddel Vieira Lima do Ministério, e saber se o presidente ainda julgava necessário o pagamento de propina a Cunha e ao operador Lúcio Funaro — ambos foram presos pela Operação Lava-Jato.
EDUARDO CUNHA
Áudio
JOESLEY - Como o senhor “tá” nessa situação toda do Eduardo (Cunha), não sei o quê, Lava-Jato..
TEMER - O Eduardo resolveu me fustigar, né. Você viu que..
JOESLEY- Eu não sei, como “tá” essa relação?
TEMER - (inaudível) O (Sergio) Moro indeferiu 21 perguntas dele (Cunha) que não tinham nada a ver com a defesa dele, era para me trutar. Eu não fiz nada (inaudível)... No Supremo Tribunal Federal (inaudível).
JOESLEY - Eu queria falar assim... Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali (com Cunha), zerou toda. E ele (Cunha) foi firme em cima. Já tava lá, veio, cobrou, tal tal tal, pronto. Eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, companheiro dele que tá aqui, que o (ex-ministro) Geddel (Vieira Lima) sempre tava...
TEMER - Lúcio Funaro...
JOESLEY - Isso... O Geddel que andava sempre ali, mas o Geddel perguntou, mas com esse negócio eu perdi o contato, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também...
TEMER - É, é complicado, né, é complicado...
JOESLEY - Agora, eu não posso encontrar ele.
TEMER - Isso é obstrução de justiça, viu?
JOESLEY - Isso, isso... O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo, do Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós,a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que, o que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo...
TEMER - Tem que manter isso, viu?
JOESLEY - (inaudível) Todo mês, também...
TEMER - É... (inaudível)

Depoimento
“Eu ouvi do presidente, claramente, que era importante manter isso (ajuda financeira a Funaro e Cunha). Enfim, a primeira missão minha lá (na reunião no Palácio Jaburu) era essa: saber dele (Temer) se o compromisso (pagamento de propina) ainda era necessário, e ele (Temer) me disse de pronto que sim”
“Eu fui lá (ao Palácio Jaburu) dizer: o Eduardo (Cunha) “tá” preso, o Lúcio (Funaro) “tá” preso. A gente paga lá uma mensalidade pro Lúcio ate hoje”
“Eu fui lá (ao Palácio Jaburu) falar com o presidente exatamente isso: que tinha acabado o saldo do Eduardo (Cunha), que eu tinha pago tudo, que “tava” tudo em dia, mas que tinha acabado. Por outro lado, que eu seguia pagando o Lúcio (Funaro) R$ 400 mil por mês. Eu queria informar isso “pra” ele (Temer) e saber a opinião dele, né. Foi onde, de pronto, ele (Temer) me disse que era importante continuar isso (os pagamentos de propina)”
“Então, agora, ultimamente, esse que “tava” sendo o problema, “pra” garantir o silêncio deles, pra manter eles calmos, pra manter o Lúcio calmo na penitenciária e o Eduardo também. Não sei como ficar calmo na cadeia, mas “pra” ficar em silêncio e não se revelarem. Eu sempre recebi sinais claros de que era impirtrante mantê-los financeiramente, a família, tal, resolvidos”
“Ele (Temer) fez um comentário, aquele questionário que o Eduardo (Cunha) fica fustigando ele e tal. Eu entendi aquilo como um reforço à necessidade de eu manter, vamos dizer, financeiramente, porque, o que eu entendo é que existe ali um grupo onde parte do grupo está preso e parte está no poder, né — disse o empresário”
“O Lúcio (Funaro) é o operador financeiro do Eduardo (Cunha) no esquema PMDB da Câmara. O esquema PMDB da Câmara é composto pelo presidente Michel, Eduardo, enfim, alguns outros membros”

GEDDEL VIEIRA LIMA E RODRIGO ROCHA LOURES
Áudio
JOESLEY - Isso... O Geddel que andava sempre ali, mas o Geddel perguntou, mas com esse negócio eu perdi o contato, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também...
TEMER - É, é complicado, né, é complicado...
JOESLEY - Agora, eu não posso encontrar ele.
TEMER - Isso é obstrução de justiça, viu?
Em outro momento, Joesley e Temer tratam sobre o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), escalado por Temer para tratar dos assuntos da JBS no governo.
JOESLEY - Enfim, mas vamos lá. Queria falar como é que é, “pra” falar contigo, qual melhor maneira, porque eu vinha falando através do Geddel, eu não vou lhe incomodar, evidentemente
TEMER - inaudível
JOESLEY - Eu sei disso, por isso é que...
TEMER - É o Rodrigo
JOESLEY - É o Rodrigo? Então ótimo
TEMER - (inaudível) Da mais estrita confiança
JOESLEY - Prefiro combinar assim, se for alguma coisa que eu precisar eu falo com o Rodrigo, se for assunto desses aí...

Depoimento

“Aí eu passei para a segunda parte da minha reunião, que foi perguntar a ele (Temer) quem seria o interlocutor, dado que Geddel tinha caído. Ele me disse que era o Rodrigo Rocha Loures, e eu ainda falei “pra” ele: “Presidente, mas todos os assuntos? Porque a gente conversa assuntos íntimos”. E ele me disse com a palavra: “Rodrigo é da minha mais estrita confiança”. Aí, depois dessa palavra, eu disse: “Tá bom, então, agora “pra” frente, não lhe incomodo mais, sigo falando com Rodrigo”.

LAVA-JATO: MPF quer pagamento de R$ 11,1 bi em multa para acordo com J&F; empresa oferece R$ 1 bi

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Empresa tem até as 23h59 desta sexta-feira para fechar acordo de leniência

O prédio do Ministério Público Federal em Brasília - Divulgação/Ministério Público Federal

BRASÍLIA - O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta sexta-feira que ainda não foi fechado acordo de leniência com o Grupo J&F, que controla a JBS. Segundo o MPF, há um impasse em relação à multa a ser paga pela empresa.
Os procuradores defendem o pagamento de R$ 11,169 bilhões, em um prazo de dez anos, valor equivalente a 5,8% do faturamento obtido pelo grupo em 2016. Já os representantes da J&F propuseram pagar R$ 1 bilhão, o que equivale a 0,51% .
“Diante da divergência em relação ao valor a ser pago pela J&F, o Ministério Público informou aos negociadores do Grupo que a empresa tem às 23:59:59 desta sexta-feira(19) para responder se aceitará o valor sugerido pelo MPF. Se isso não acontecer, o Ministério Público considerará expirada a proposta”, diz o texto.
A negociação começou em fevereiro e acontece de forma paralela às negociações da colaboração premiada com os executivos da empresa que foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

LAVA-JATO: Delator diz que dinheiro da JBS irrigou 1.829 candidatos de 28 partidos

OGLOBO.COM.BR
POR RENATA MARIZ E EDUARDO BRESCIANI

Ricardo Saud diz que a empresa conseguiu eleger 179 deputados federais de 19 siglas

BRASÍLIA — O diretor da JBS Ricardo Saud traçou, em delação premiada, um verdadeiro inventário da propina, com listagem de doações que somam quase R$ 600 milhões para 1.829 candidatos de 28 partidos das mais variadas colorações. Saud detalha que a empresa conseguiu eleger 179 deputados federais de 19 siglas, bancou 28 senadores da República e fez 16 governadores. Apesar do extensa lista de políticos beneficiados, entregue por ele ao MPF, há muitos repasses de valores baixo como R$ 84 e R$ 200.
Ele alerta o procurador, no depoimento filmado, que praticamente "tudo é propina", exceto a quantia ínfima de R$ 15 milhões diante do total de quase R$ 600 milhões. A listagem com valores, cargos, partidos, entre outras informações, foi entregue por Saud aos investigadores: "Estão pessoas estão cientes disso"
Quando o depoimento já estava sendo finalizado, o executivo pede a palavra:
— É importante a gente trabalhar que desses R$ 500 milhões, quase R$ 600 milhões que estamos falando aqui, praticamente, tirando esses R$ 10, R$ 15 milhões aqui, o resto tudo é propina. Tudo tem ato de ofício, tudo tem promessa, tudo tem alguma coisa. Então eu gostaria de deixar registrado que nós demos propina para 28 partidos. Esse dinheiro foi desmembrado para 1.829 candidatos. Eleitos foram 179 deputados estaduais de 23 estados, 167 deputados federais de 19partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governadores e alguns disputaram a reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, 3 do PT, 2 do PSB, 1 do PP, 1 do PSD. Foi um estudo que eu fiz, por conta minha (...) Acho que no futuro vai servir. Aqui estão todas as pessoas que receberam propina diretamente ou indiretamente da gente.
— Eu falo direta ou indiretamente pelo seguinte: é muito difícil o cara não estar sabendo que o PT comprou o partido X ou deixou de comprar o partido Y, que o Aécio comprou o partido X ou deixou de comprar o partido Y. Se ele recebeu esse dinheiro, ele sabe de um jeito ou de outro (que) foi de propina. Essas pessoas estão cientes disso — afirmou Saud.
Linha de produção da fábrica da processamento de aves (frangos e derivados) da JBS em Lapa, no Paraná - André Coelho/Agência O Globo

LAVA-JATO: Temer será investigado por três crimes no Supremo

ESTADAO.COM.BR
Breno Pires e Rafael Moraes Moura

Procuradoria-Geral da República disse haver indícios de constituição e participação em organização criminosa do presidente, do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)

Michel Temer. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), será investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de três crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação de organização criminosa e participação em organização criminosa. Os detalhes do pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral (PGR) da República e autorizado pelo ministro do STF Edson Fachin contra Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foi revelado nesta sexta-feira, 19.
A investigação havia sido autorizada pelo ministro Fachin no dia 2 de maio mas estava sob sigilo até esta quinta-feira (18). Só ganhou publicidade após a Polícia Federal realizar busca e apreensão em diversos locais para trazer mais elementos à investigação contra Temer, Aécio e Rocha Loures na quinta-feira.
Um quarto crime descrito no pedido de abertura de inquérito é o de corrupção ativa, mas, neste caso, a conduta é atribuída pela PGR apenas a Joesley Batista, pelo pagamento de R$ 2 milhões acertada para Aécio Neves para pessoas de confiança do senador. Joesley, no entanto, não consta como investigado neste inquérito, e sim num outro que também foi autorizado por Fachin, em conjunto com o procurador-eleitoral Angelo Goulart Vilela e o advogado Willer Tomaz.
No em que autorizou a investigação de Temer, Fachin destacou entre os fatos que podem configurar crimes descritos pela PGR a conversa entre Joesley Batista e Michel Temer. Um dos trechos é o em que Joesley e Temer falam sobre Eduardo Cunha.
“Joesley afirma que tem procurado manter boa relação com o ex-deputado, mesmo após sua prisão. Temer confirma a necessidade dessa boa relação: ’tem que manter isso, viu’. Joesley fala de propina paga ‘todo mês também’ ao Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente”, disse Janot no pedido de abertura em trecho citado por Fachin. O ministro também destacou trechos sobre Temer indicando o deputado Rodrigo Rocha Loures “como pessoa de sua extrema confiança para tratar dos temas de interesse do Joesley”, nas palavras da PGR. Janot também narrou trechos de diálogos de Rocha Loures com Joesley.
No depoimento prestoado à PGR, Joesley Batista falou mais sobre atitudes que vinha tomando para manter em silêncio Eduardo Cunha e Lucio Funaro, operador do ex-parlamentar. Batista disse ter pago R$ 5 milhões em saldo de propina a Cunha. O delator também disse no depoimento “que continua pagando ao Funaro R$ 400 mil para garantir o silêncio dele e de Cunha” e “que sempre recebeu sinais claros que era importante manter financeiramente ambos e as famílias, inicialmente por Geddel Vieira Lima e depois por Michel Temer”.
Sem imunidade. O pedido de abertura de inquérito foi feito inicialmente em 7 de abril, mas o ministro Edson Fachin autorizou apenas em parte, deixando de fora o presidente, pedindo uma “manifestação expressa por parte da Procuradoria-Geral da República” sobre se a regra da imunidade temporária à persecução penal se aplicaria a Temer neste caso. Janot defendeu que é inaplicável a regra de imunidade.
“Em casos anteriores postos à análise desta Procuradoria-Geral da República, como é de conhecimento público – inclusive já em relação ao próprio atual detentor do mandato de presidente da República – reputou-se aplicável a regra excepcional do parágrafo 4º do Art. 86 [da Constituição] forte no entendimento de que os fatos em análises naqueles casos não estavam diretamente ligados ao exercício do mandato. A regra excepcional, contudo, não se coaduna no presente caso”, disse Janot.
“Como também se depreende do relato e das circunstâncias fáticas de tempo, modo e lugar descritas na petição de instauração, os fatos estão diretamente relacionados ao exercício da função [grifo da PGR]. Nesse sentido, importante registrar que um dos delitos em tese cometidos é o de corrupção passiva, o qual, como é sabido, pressupõe justamente o exercício de cargo, emprego ou função pública por parte do agente”, disse Janot.
Fachin, então, concordou que é possível haver investigação de presidentes mesmo em atos estranhos ao mandato. “Mesmo na hipótese (a de atos estranhos ao exercício das funções) caberia, em tese, proceder a investigação a fim de, por exemplo, evitar dissipação de provas, valendo aquela proteção constitucional contra a responsabilização apenas, e não em face da investigação criminal em si”, disse — em um posicionamento diverso do que Janot apresentou ao pedir arquivamento de citações a Temer feitas por delatores da Odebrecht.
“No presente caso, o Procurador-Geral da República apresenta pedido para instaurar investigação por atos que entende diretamente vinculados ao exercício das funções”, acrescenta Fachin.
O ministro disse que é neste caso um dever “acolher o intento ministerial de investigar”, para “colher elementos, inquirir, enfim reunir dados que ensejem a formação da opinio delicti, levando, ulteriormente, ao pedido de arquivamento do próprio inquérito ou a propositura de ação penal com oferta da respectiva denúncia”. “O que se põe, por agora, é apurar fatos sob suspeição”, disse.
Áudio. Fachin também disse que é válida a gravação de quatro áudios feita por Joesley e entregues ao Supremo como parte do acordo de delação premiada. Um áudio foi com Temer, outro com Aécio Neves e dois com Rocha Loures.
“Convém registrar, ainda e por pertinência, que a Corte Suprema, no âmbito de Repercussão Geral, deliberou que ‘é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro’. Desse modo, não há ilegalidade na consideração das quatro gravações em áudios efetuadas pelo possível colaborador Joesley Mendonça Batista, as quais foram ratificadas e elucidadas em depoimento prestado perante o Ministério Público (em vídeo e por escrito), quando o referido interessado se fez, inclusive, acompanhado de seu defensor”, afirmou Fachin no seu despacho.

LAVA-JATO: Lula e Dilma tinham US$ 150 milhões em ‘conta-corrente’ de propina da JBS, diz Joesley

ESTADAO.COM.BR
Julia Affonso, Ricardo Brandt, Luiz Vassallo, Jamil Chade, Natalia Oliveira, Fabio Serapião, Fabio Fabrini e Beatriz Bulla

Empresário declarou à Procuradoria-Geral da República que 'os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef'

Lula e Dilma em março do ano passado, na cerimônia de posse de novos ministros da petista. FOTO: ANDRE DUSEK/ESTADÃO

O termo de colaboração 1 do empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, descreve o fluxo de duas ‘contas-correntes’ de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empresário informou à Procuradoria-Geral da República que o saldo das duas contas bateu em US$ 150 milhões em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.
A reportagem do Estadão confirmou com procuradores próximos ao caso que a conta estava em nome de empresas offshores em banco na Suíça. A utilização de offshores caracteriza, para os investigadores, tentativa de camuflagem dos reais beneficiários da conta.
Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar e afirmou que não daria informações sobre ‘pessoas investigadas ou não’ pela Procuradoria.
As duas contas foram ‘zeradas’ em 2014. Segundo Joesley Batista, o dinheiro foi utilizado para financiar campanhas políticas de partidos e candidatos elencados pelo ex-ministro Guido Mantega. Segundo o empresário, ele foi ‘explícito’ em uma reunião com Dilma sobre a existência desse dinheiro. De acordo com sua delação premiada, os gastos eram tratados em reuniões entre Guido Mantega e Batista.
“Foi até zerar, até acabar. Acabou a da Dilma e acabou a do Lula. Eu avisei quando acabou.”
O empresário não soube dizer se os partidos que se beneficiavam dos recursos usavam o dinheiro ‘em caixa 1, em caixa 2, por dentro ou por fora’. Segundo ele, quem cuidava dessa relação de pagamentos era Edinho Silva na época, o tesoureiro da campanha.

Documento

O delator informou que em 2009 destinou uma conta a Lula e no ano seguinte, outra para Dilma.
Joesley revelou que em dezembro de 2009, o BNDES adquiriu de debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, ‘para apoio do plano de expansão’ naquele ano.
“O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, relatou Joesley.


Segundo o empresário, em reunião com Mantega, no final de 2010, o petista pediu a ele ‘que abrisse uma nova conta, que se destinaria a Dilma.
“O depoente perguntou se a conta já existente não seria suficiente para os depósitos dos valores a serem provisionados, ao que Guido respondeu que esta era de Lula, fato que só então passou a ser do conhecimento do depoente”, contou o empresário.
“O depoente indagou se Lula e Dilma sabiam do esquema, e Guido confirmou que sim.”
Joesley declarou que foi feito um financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da planta de celulose da Eldorado. O delator disse que Mantega ‘interveio junto a Luciano Coutinho (então presidente do BNDES) para que o negócio saísse’.
“A operação foi realizada após cumpridas as exigências legais”, afirmou Joesley. “Sempre percebeu que os pagamentos de propina não se destinavam a garantir a realização de operações ilegais, mas sim de evitar que se criassem dificuldades injustificadas para a realização de operações legais.”
O empresário declarou que depositou, ‘a pedido de Mantega’, por conta desse negócio, crédito de US$ 30 milhões em nova conta no exterior,
“O depoente, nesse momento, já sabia que esse valor se destinava a Dilma; que os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef; que esses saldos somavam, em 2014, cerca de US$ 150 milhões.”
Segundo Joesley, a partir de julho de 2014, Mantega ‘passou a chamar o depoente quase semanalmente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, ou na sede do Banco do Brasil em São Paulo, para reuniões a que só estavam presentes os dois, nas quais lhe apresentou múltiplas listas de políticos e partidos políticos que deveriam receber doações de campanha a partir dos saldos das contas’.
Neste trecho de seu depoimento, Joesley cita o partido do Governo Michel Temer. O empresário destacou que o executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da J&F (controladora da JBS), fazia o contato com partidos e políticos.
“A primeira lista foi apresentada em 4 de julho de 2014 por Guido ao depoente, no gabinete do Ministro da Fazenda no 15º andar da sede do Banco do Brasil em São Paulo, e se destinava a pagamentos para políticos do PMDB; que a interlocução com políticos e partidos políticos para organizar a distribuição de dinheiro coube a Ricardo Saud, Diretor de Relações Institucionais da J&F, exceção feita a duas ocasiões”, relatou.
Joesley disse que em outubro de 2014 no Instituto Lula, encontrou-se com Lula e relatou ao petista que as doações oficiais da JBS já tinham ultrapassado R$ 300 milhões.
“Indagou se ele (Lula) percebia o risco de exposição que isso atraía, com base na premissa implícita de que não havia plataforma ideológica que explicasse tamanho montante; que o ex-presidente olhou nos olhos do depoente, mas nada disse”, contou.
Em outra ocasião, em novembro de 2014, Joesley disse que ‘depois de receber solicitações insistentes para o pagamento de R$ 30 milhões para Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais, veiculadas por Edinho Silva (tesoureiro da campanha de Dilma em 2014), e de receber de Guido Mantega a informação de que “isso é com ela”, solicitou audiência com Dilma’.
“Dilma recebeu o depoente no Palácio do Planalto; que o depoente relatou, então, que o governador eleito de MG, Fernando Pimentel, estava solicitando, por intermédio de Edinho Silva, R$ 30 milhões, mas que, atendida essa solicitação, o saldo das duas contas se esgotaria; que Dilma confirmou a necessidade e pediu que o depoente procurasse Pimentel”, narrou aos investigadores.
Joesley afirma que, no mesmo dia, encontrou-se com Pimentel no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e disse ao petista ‘que havia conversado com Dilma e que ela havia indicado que os 30 milhões deveriam ser pagos’.
“Pimentel orientou o depoente a fazer o pagamento por meio da compra de participação de 3% na empresa que detém a concessão do Estádio Mineirão; que afora essas duas ocasiões, Edinho Silva, então tesoureiro da campanha do PT, encontrava-se, no período da campanha de 2014, semanalmente com Ricardo Saud e apresentava as demandas de distribuição de dinheiro; que Ricardo Saud submetia essas demandas ao depoente, que, depois de verificá-las com Guido Mantega, autorizava o que efetivamente estivesse ajustado com o então ministro da Fazenda.”
COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA
Nota
Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados.
A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Operação Lava Jato. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente. Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas – com o compromisso de dizer a verdade – que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente.
A referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premiadas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência – ainda que frivolamente – ao nome do ex-Presidente.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira

COM A PALAVRA, DILMA ROUSSEFF

A propósito das notícias a respeito das delações efetuadas pelo empresário Joesley Batista, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff esclarece que são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário:
1. Dilma Rousseff jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos.
2. Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior. Nunca autorizou, em seu nome ou de terceiros, a abertura de empresas em paraísos fiscais. Reitera que jamais autorizou quaisquer outras pessoas a fazê-lo.

3. Mais uma vez, Dilma Rousseff rejeita delações sem provas ou indícios. A verdade vira à tona.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF

COM A PALAVRA, FERNANDO PIMENTEL

Nos trechos divulgados para a imprensa é possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação ao governador não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais. Novamente, acusações levianas vêm a público sem que a versão do acusador apresente comprovações que sustentem sua versão.
Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa do governador Fernando Pimentel
—-
Nota Fernando Pimentel no Twitter

Estou sendo acusado mais uma vez de forma leviana e mentirosa. O acusador não apresenta provas para sustentar sua versão. Eu não tenho e nunca tive, em tempo algum, qualquer ligação com esse escritório de advocacia.
Nos trechos vazados à imprensa é possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação a mim não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais.
A verdade é que a minha vida e de meus familiares foi – ilegalmente – devassada pela Polícia Federal. Todos os sigilos – bancário, fiscal e contábil – foram levantados e nenhum ilícito foi encontrado. Eu não tenho imóveis escondidos, não tenho conta no exterior, nem tenho dinheiro não declarado.
Confio na Justiça e espero que o mais rápido possível ela seja capaz de mostrar a verdade. Tenho a consciência tranquila e aguardo com serenidade o devido processo legal, que comprovará minha inocência.

COM A PALAVRA, EDINHO SILVA

O coordenador financeiro da campanha presidencial de Dilma em 2014 afirma que esteve por diversas vezes com o empresário Joesley Batista solicitando doações para a campanha, já que essa era sua função, mas todas ocorreram de forma lícita, seguindo rigorosamente a legislação eleitoral. Todas as doações estão declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral.
Assessoria de Imprensa









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POLÍTICA: Discurso de que Lula descarta candidatura caso haja eleição direta é despiste ao PIB e à Lava Jato

POR PAINEL - FOLHA.COM

Pegadinha 
O discurso de que o ex-presidente Lula não estaria disposto a entrar em uma eleição direta agora, caso o governo Temer caia, é um despiste endereçado especialmente ao PIB e à Lava Jato. Nem Lula nem o PT descartam a candidatura.

Chapa quente 
Enquanto milita pela eleição direta, a Rede atua para filiar, o quanto antes, os ministros do STF Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa, hoje fora da corte. A sigla sonha lançar Marina Silva candidata ao Planalto com um dos dois na vice.

CRISE: Joaquim Barbosa diz que brasileiros devem ir às ruas por saída de Temer

FOLHA.COM
DE SÃO PAULO

Keiny Andrade-10.abr.2017/Folhapress 
Joaquim Barbosa na abertura do Fórum Conformidade nos Negócios, em São Paulo

O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou nesta sexta-feira (19) que os brasileiros devem ir às ruas e pedir a renúncia do presidente Michel Temer.
"Não há outra saída: os brasileiros devem se mobilizar, ir para as ruas e reivindicar com força a renúncia imediata de Michel Temer", afirmou Barbosa, em sua conta no Twitter.
Joaquim Barbosa disse ainda que as notícias que vieram a público nesta quinta-feira (18) com a delação de um dos donos da JBS, Joesley Batista, são estarrecedoras e gravíssimas. "Agora vieram a público as estarrecedoras revelações do sr Joesley Batista sobre o mesmo personagem, Temer. São fatos gravíssimos."
O ex-presidente do STF disse que a classe política, o empresariado e parte da mídia "se incumbiram de minimizar a gravidade dos fatos". "O Palácio do Jaburu para pedir propina a um empresário seria um motivo forte o bastante para se desencadear um clamor pela sua renúncia", afirmou em sua conta na rede social.
Não há outra saída: os brasileiros devem se mobilizar, ir para as ruas e reivindicar com força: a renúncia imediata de Michel Temer.


'NÃO RENUNCIAREI'
Diante da crise gerada pela gravação de suas conversas com com o empresário Joesley Batista, do frigorífico JBS, e de abertura de inquérito em seu nome no Supremo, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que não renunciará. "Não renunciarei. Repito: não renunciarei", disse.
"Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos", declarou, em discurso duro.
O áudio da conversa em que, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), Temer deu aval a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) veio a público e é inconclusivo.
O sigilo das gravações foi derrubado pelo ministro do STF Edson Fachin. No trecho, Joesley diz que "zerou tudo", referindo-se a pendências com Cunha. Na sequência, resume o quadro: "O que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok?".
Nesse momento, Temer concorda: "Tem que manter isso, viu?". Joesley complementa: "Todo mês".
Outro trecho revela, porém, que o peemedebista tomou conhecimento de plano para interferir em investigação. Ao ouvir a estratégia, Temer respondeu: "Ótimo".
O executivo disse que estava "dando conta" de dois juízes, os quais não se identificou, e que conseguiu colocar um procurador "dentro da força-tarefa" da Operação Greenfield. Ao deixar de informar as autoridades sobre o fato, o presidente cometeu, em tese, o crime de prevaricação.

CRISE: Joesley tenta reduzir multa em acordo de colaboração

POR MÍRIAM LEITÃO - OGLOBO.COM.BR

A informação que eu obtive agora de manhã é de que na negociação para o acordo de leniência com o Ministério Público, o empresário Joesley Batista está tentando reduzir o valor da multa que tem que pagar. Argumenta que a empresa sempre foi grande, a maior da América Latina antes de começar o esquema de corrupção. Não é verdade.
O JBS foi mesmo um caso de sucesso, mas cresceu devagar. O salto que multiplicou por 17 vezes seu patrimônio e a levou a ser a maior produtora de proteína animal do mundo foi nos governos Lula e Dilma. Para se ter uma ideia, a primeira empresa que comprou no exterior foi na Argentina em 2004. Daí para diante comprou uma série de companhias, em vários países, principalmente nos Estados Unidos, sempre com dinheiro farto e barato do BNDES, e se tornou maior lá fora do que aqui dentro. Isso sem falar na suspeita de que tenha lucrado no mercado de câmbio comprando dólar e vendendo antes da delação. Não basta o grupo e os empresários, Joesley e Wesley, pedirem desculpas. Eles precisam pagar o que devem à Justiça.

CRISE: Temer pode ter cometido prevaricação ao não comunicar crime de Joesley

FOLHA.COM
DE SÃO PAULO

Eraldo Peres/Associated Press 
Presidente Michel Temer, gravado em conversa com Joesley Batista, dono da JBS

O presidente Michel Temer cometeu, em tese, o crime de prevaricação ao deixar de informar as autoridades policiais que Joesley Batista tinha relações com dois juízes e um procurador em Brasíliacom o objetivo de obstruir ações da Justiça.
Os juízes e o procurador atuavam na Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão.
A conversa mantida entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu revela que o peemedebista tomou conhecimento de um plano para destituir um procurador da República que investigava a JBS, mas não reagiu de forma contrária à estratégia.
Também não há informação de que Temer tenha procurado a PGR (Procuradoria-Geral da República) ou outra autoridade de investigação para informar sobre o plano.
O crime de prevaricação ocorre quando um funcionário público deixa de comunicar um crime que presenciou ou teve conhecimento.
"O agente estatal tem como uma de suas obrigações comunicar as autoridades competentes condutas mesmo que elas tenham só aparência de ilicitude", diz Pedro Estevam Serrano, advogado e professor de direito administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A pena para o crime varia de três meses a um ano de prisão e multa.

CRISE: Reformas são temporariamente suspensas

OGLOBO.COM.BR
POR BÁRBARA NASCIMENTO / GERALDA DOCA / LETÍCIA FERNANDES / MARTHA BECK

Governo acredita na retomada das discussões, e equipe econômica diz que turbulências tendem a se dissipar

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), e o deputado Arthur Maia (PPS-BA) - Agência O Globo

BRASÍLIA - A crise política causou a paralisação das reformas da Previdência e trabalhista. A suspensão da tramitação das duas propostas, consideradas essenciais à estabilidade econômica pelo mercado financeiro, foi anunciada ontem, em momentos diferentes, pelos respectivos relatores: o deputado Arthur Maia (PPS-BA), no caso da previdenciária; e o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), da trabalhista.
Logo cedo, Ferraço disse ao GLOBO que, diante da crise institucional vivida pelo governo, a tramitação do projeto no Senado está suspensa temporariamente. Antes da divulgação de que o presidente Temer teria sido gravado dando aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, a ideia era apresentar o relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) semana que vem.
— A crise institucional é devastadora. Não tem condição de manutenção do calendário. Primeiro precisamos resolver a crise institucional. Tudo suspenso! — disse o senador, que esperava a votação no plenário até a segunda quinzena de junho.
No início da noite de ontem, foi a vez de Arthur Maia divulgar uma nota dizendo que não há mais espaço para aprovar a proposta da Previdência no Congresso. Segundo ele, é hora de “arrumar a casa e esclarecer os fatos obscuros”.
“De ontem para cá, a partir das denúncias que surgiram contra o presidente da República, passamos a viver um período crítico, de incertezas (...) Certamente não há espaço para avançarmos com a reforma da Previdência no Congresso Nacional”, disse o deputado.
— Sem dúvida o cronograma ficou muito prejudicado. A gente já estava apertado com o número de votos — admitiu o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que está auxiliando o governo na comunicação da Previdência.
VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA 'PERDEU EMBALO', DIZ MINISTRO
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, admitiu que a turbulência que atingiu o governo fez a votação da proposta da reforma da Previdência “perder o embalo”, mas disse que foram sacrificados apenas poucos dias de articulação junto aos deputados. Ele acredita que as delações envolvendo o presidente Michel Temer não vão atrapalhar de forma substancial o cronograma das reformas no Congresso.
Já em relação à reforma trabalhista, que tramita no Senado, o ministro afirmou que sentiu disposição dos parlamentares, em conversas ao longo do dia, de manter o cronograma previsto pelo governo:
— Na Previdência, perdemos uns três dias de articulação. Admito que perdeu aquele embalo formidável que estava, mas, na trabalhista, vejo o empenho dos senadores em manter o prazo.
A equipe econômica avalia que as turbulências que afetaram o mercado financeiro ontem tendem a se dissipar nos próximos dias. Integrantes do governo afirmaram que a disparada do dólar e o aumento das taxas de juros por causa dos rumores de que o presidente Temer poderia renunciar provocaram um impacto de curto prazo na economia, mas tudo tende a voltar ao normal.
— Passamos da fase em que a economia entra em crise por causa da política — comentou um integrante da equipe econômica.

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