sexta-feira, 25 de maio de 2018

PARALISAÇÃO: Escoltados pelo Exército, caminhões com combustível deixam a Reduc

OGLOBO.COM.BR
POR FABIANO ROCHA E MARCOS NUNES

Combustível é destinado a garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas
Forças Armadas estão estacionadas dentro do pátio da Reduc - Marcelo Theobald / Agência O Globo

RIO - Militares das Forças Armadas chegaram à Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde alguns caminhoneiros protestam nesta sexta-feira. Por volta das 15h, um comboio com carros e motociciletas chegou pela Rodovia Washington Luís. Às 17h, os militares escoltaram caminhões de combustível que saíram da refinaria para garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas.
De acordo com a assessoria do Exército, a ação não guarda relação com a natureza do emprego determinado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira.
— Pediram só pra dar um tempinho, mas já me liberaram para seguir viagem — disse um motorista de um caminhão que estava transportando pequena quantidade de massas.
A Polícia Militar confirmou, durante esta manhã, que dois caminhões de combustível saíram escoltados da Reduc. Ainda de acordo com os militares, eles foram abastecer quartéis de Mesquita, Campo Grande e unidades da PM no Estácio e em Sulacap. O protesto é acompanhado por por policias rodoviários federais e policiais militares, além de muitos curiosos. Douglas Ramos, de 28 anos, veio cavalgando do Bairro Pilar, em Caxias, na Baixada Fluminense, para observar o protesto.
— Acho justo o movimento deles. Tem mesmo de protestar para conseguir algo — disse Douglas, enquanto cavalgada com a égua Iara, de oito anos.
Em nota, o Gabinete de intervenção federal pontuou que, desde o início da greve, "monitora os impactos" para o estado. O planejamento do gabinete prevê a atuação das forças seguranças estaduais e, caso necessário, das forças federais. Ainda em nota, o interventor federal, General Walter Braga Netto, reforça que todas as providências necessárias estão sendo tomadas.
— Minha principal preocupação é com a população, para que não haja desabastecimento — diz o interventor no texto, que volta a destacar a normalidade de combustível nas instituições policiais e no curso das operações previstas.
Militares das Forças Armadas chegam até a manifestação próximo à Reduc - Agência O Globo

Muita gente também está aproveitando o protesto para tentar ganhar um dinheiro extra. Um motorista de ônibus, que está de folga e pediu para não ser identificado, está vendendo salgados e guaranás na beira da Washington Luís. Leonardo Ribeiro, de 32 anos, também aproveita a ocasião. Durante a noite ele trabalha como motorista de aplicativo. Já de dia, se torna vendedor de quentinhas. A iguaria é vendida a R$ 12.
— Já trabalho na região com quentinhas há 3 anos. Esperava que com o protesto fosse vender muito mais . Porém, não posso reclamar. Já vendi 40. Só sobraram duas.

Caminhoneiros parados na porta da Reduc estão parando pequenos veículos de transporte - Fabiano Rocha / Agência O Globo

Uma equipe do GLOBO constatou, no fim desta manhã, que os motoristas são obrigados a parar no acostamento, onde os manifestantes permanecem, e podem fica impedidos de trafegar por mais de uma hora. Duas viaturas da Policia Rodoviária Federal (PRF)acompanhavam os caminhoneiros, mas não impediram a ação enquanto a reportagem Procurada, a PRF ainda não retornou.
No início da tarde, os caminhoneiros liberaram a pista para a passagem de veículos e soltaram fogos. Além disso, agitaram uma bandeira durante o protesto.

PARALISAÇÃO: 'Ninguém vai conseguir tirar o caminhoneiro, vai correr sangue', diz um líder

FOLHA.COM
Laís Alegretti
BRASÍLIA

Para presidente da Abcam, emprego das Forças Armadas pode criar transtornos

O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, afirmou nesta sexta-feira (25) que o acordo firmado por outras entidades com o governo não conseguirá acabar com a paralisação e que "pode correr sangue", a depender do emprego de força policial.
"Pode parar [a paralisação] se vier uma força policial muito forte para cima. [...] Ninguém vai conseguir tirar o caminhoneiro. Vai correr sangue nisso aí", disse à Folha.
Questionado sobre a informação de que o governo pretende usar as Forças Armadas para liberar estradas se caminhoneiros não cederem, Fonseca disse que será "uma aberração".
Durante protesto na rodovia BR-040, em Duque de Caxias, grevistas tentam impedir caminhoneiro que não aderiu à paralisação devido à alta dos combustíveis Silvia Izquierdo/Associated press

"O caminhoneiro é uma pessoa rude, uma pessoa simples. Quando ele entra numa briga, é difícil de tirar ele dessa briga", disse. "Então isso pode criar sérios transtornos. Espero que não. Eu vou fazer o que eu posso para acontecer isso."
Fonseca afirmou que a paralisação dos caminhoneiros, que ele não classifica como greve, "chega em determinado ponto que começa a insuflar, vem gente de tudo que é lado". 
O presidente da Abcam deixou a reunião com o governo, nesta quinta-feira (24), antes do fim e afirmou que não firmaria acordo com o Palácio do Planalto. Ele afirmou que o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse, na ocasião, que não haveria emprego das Forças Armadas.
A associação divulgou nota na qual repudia o acordo firmado com outras entidades e diz que continuará a exigir que o governo zere a alíquota de PIS/Cofins sobre o diesel.

PARALISAÇÃO: Temer aciona 'forças federais' para desbloquear estradas

JB.COM.BR

Presidente diz que atendeu às reivindicações, mas que 'minoria radical' prejudica a população

Em pronunciamento nesta sexta-feir (25), por volta das 13h15, o presidente Michel Temer anunciou que acionou forças federais para desbloquear estradas, ocupadas por caminhoneiros em greve. "Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo", disse o presidente.
Segundo assessoria do Ministério da Segurança Pública, as forças federais incluem Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Temer disse que tomou a decisão para evitar que a população fique sem produtos de "primeira necessidade".
"Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado", afirmou Temer.
Presidente da República, Michel Temer, decide usar forças armadas contra greve dos caminhoneiros

O presidente reiterou que o governo buscou o diálogo e o caminho da negociação com os caminhoneiros, que deflagraram paralisação há cinco dias. Ele lamentou que "uma minoria radical" esteja impedindo o acordo, bloqueando estradas e gerando risco de desabastecimento no país.
O presidente lembrou que 12 pontos colocados pelo movimento de paralisação foram atendidos pelo governo, incluindo a redução do preço final do diesel do diesel e também a eliminação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
A tática do governo é retomar as negociações com os caminhoneiros, depois de a normalidade ser restabelecida no país. Temer pediu apoio dos governadores para que busquem reduzir o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que incide sobre os combustíveis.
De manhã, Temer participou da reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), ao lado dos ministros da Casa Civil, Secretaria de Governo, Defesa, Segurança Nacional, Transportes, Agricultura, Fazenda, Advocacia-Geral da União e o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia.

PARALISAÇÃO: Forças Armadas já estão na Reduc, onde caminhoneiros protestam

OGLOBO.COM.BR
POR FABIANO ROCHA E MARCOS NUNES

Manifestantes estão parando caminhões que cruzam a estrada com carga
Militares das Forças Armadas chegam até a manifestação próximo à Reduc - Agência O Globo

RIO - Militares das Forças Armadas já chegaram á Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde alguns caminhoneiros protestam nesta sexta-feira. Por volta das 15h, um comboio com carros e motociciletas chegou pela Rodovia Washington Luís. Dentro da refinaria, já há quatro caminhões tanque posicionados no pátio. Na via, os manifestantes estão parando alguns caminhões que cruzam a estrada com algum tipo de carga. Eles ainda conversam com os motoristas e, após alguns minutos, liberam o veículo para prosseguirem viagem. Mais cedo, alguns veículos menores foram parados, sendo liberados pelos grevistas em seguida.
A Polícia Militar confirmou, durante esta manhã, que dois caminhões de combustível saíram escoltados da Reduc. Ainda de acordo com os militares, eles foram abastecer quartéis de Mesquita, Campo Grande e unidades da PM no Estácio e em Sulacap. O protesto é acompanhado por por policias rodoviários federais e policiais militares, além de muitos curiosos. Douglas Ramos, de 28 anos, veio cavalgando do Bairro Pilar, em Caxias, na Baixada Fluminense, para observar o protesto.
— Acho justo o movimento deles. Tem mesmo de protestar para conseguir algo — disse Douglas, enquanto cavalgada com a égua Iara, de oito anos.
Pelas redes sociais, o Gabinete de intervenção federal apontou que, desde o início da greve, "monitora os impactos" para o estado. O planejamento do gabinete prevê a atuação das forças seguranças estaduais e, caso necessário, das forças federais. Ainda na internet, o interventor federal, general Walter Braga Netto, reforça que todas as providências necessárias estão sendo tomadas. "Minha principal preocupação é com a população, para que não haja desabastecimento".
Caminhoneiros parados na porta da Reduc estão parando pequenos veículos de transporte - Fabiano Rocha / Agência O Globo

Muita gente também está aproveitando o protesto para tentar ganhar um dinheiro extra. Um motorista de ônibus, que está de folga e pediu para não ser identificado, está vendendo salgados e guaranás na beira da Washington Luís. Leonardo Ribeiro, de 32 anos, também aproveita a ocasião. Durante a noite ele trabalha como motorista de aplicativo. Já de dia, se torna vendedor de quentinhas. A iguaria é vendida a R$ 12.
— Já trabalho na região com quentinhas há 3 anos. Esperava que com o protesto fosse vender muito mais . Porém, não posso reclamar. Já vendi 40. Só sobraram duas.
Uma equipe do GLOBO constatou, no fim desta manhã, que os motoristas são obrigados a parar no acostamento, onde os manifestantes permanecem, e podem fica impedidos de trafegar por mais de uma hora. Duas viaturas da Policia Rodoviária Federal (PRF)acompanhavam os caminhoneiros, mas não impediram a ação enquanto a reportagem Procurada, a PRF ainda não retornou.
No inicio da tarde, os caminhoneiros liberaram a pista para a passagem de veículos e soltaram fogos. Além disso, os manifestantes agitam bandeira durante o protesto.
Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |