quarta-feira, 3 de junho de 2015

ECONOMIA: Dólar fecha estável, a R$ 3,135, em véspera de feriado

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou no mesmo valor da véspera nesta quarta-feira (3), a R$ 3,135 na venda.
A moeda oscilou entre altas e baixas ao longo da sessão, mas acabou fechando sem variação antes do feriado de Corpus Christi, que vai suspender as operações do mercado amanhã.
BC dos EUA diz que economia cresceu em ritmo 'modesto'
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, divulgou uma avaliação sobre a economia do país nesta quarta.
Para o Fed, a atividade econômica cresceu entre abril e maio (depois de ter recuado no primeiro trimestre), e a expectativa é de que o crescimento continue em um ritmo entre "modesto" e "moderado".
Na maioria das regiões do país, a indústria permaneceu estável ou cresceu, mas o crescimento foi amenizado pela contração na indústria de petróleo e gás.
Atuação do BC no câmbio
No Brasil, o BC vendeu a oferta total de até 7.000 swaps cambiais (contratos equivalentes à venda futura de dólares) em um leilão de rolagem.
Se mantiver este ritmo e fizer leilões até a penúltima sessão do mês, como vem acontecendo, o BC vai rolar cerca de 80% do lote total, que equivale a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)

ECONOMIA: Bolsa cai mais de 1%, puxada por bancos e Vale, após duas altas seguidas

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou em queda de 1,32%, a 53.522,9 pontos nesta quarta-feira (3), puxada, principalmente, pela Vale e por ações de bancos.
Os investidores aproveitaram a sessão antes do feriado para vender as ações, após a alta de preço nos dois últimos dias, e embolsar o lucro.
Vale cai após forte alta; Bradesco perde 2%
A ação preferencial da Vale (VALE5), que dá prioridade na distribuição de dividendos e tinha subido mais de 7% na véspera, fechou o dia em queda de 1,94%, a R$ 17,66.
A ação do Bradesco (BBDC4) teve baixa de 2,29%, a R$ 28,20, depois da notícia de que o banco seria o favorito para a compra do HSBC no Brasil.
Analistas avaliam que a estratégia de aquisição é boa, mas que, no curto prazo, fusões demoram para ser absorvidas, provocando um desempenho mais fraco no início do processo de ajustes.
A ação do Banco do Brasil (BBAS3) teve a maior queda do Ibovespa, de 3,62%, negociada a R$ 22,60; e a do Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 2,53%, a R$ 33,96.
Dólar fecha estável
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou no mesmo valor da véspera, a R$ 3,135 na venda.
A moeda oscilou entre altas e baixas ao longo da sessão, mas acabou fechando sem variação antes do feriado de Corpus Christi, que vai suspender as operações do mercado amanhã.
Bolsas internacionais
A maioria das Bolsas da Europa fechou em alta.
Inglaterra: +0,32%
Alemanha: +0,8%
França: +0,59%
Itália: +0,14%
Espanha: -0,03%
Portugal: +0,97%
As principais Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem tendência.
Japão: -0,34%
Hong Kong: +0,69%
China: -0,01%
Coreia do Sul: -0,74%
Taiwan: -0,14%
Cingapura: +0,27%
Austrália: -0,93%
(Com Reuters)

ECONOMIA: Receita libera na 2ª feira consulta ao 1º lote de restituições do IR 2015

Do UOL, em São Paulo

A Receita Federal libera na segunda-feira (8), às 9h, a consulta ao primeiro lote de restituições do Imposto de Renda de 2015 (ano-base 2014). Será liberada, ainda, a consulta a lotes residuais de 2014, 2013, 2012, 2011, 2010, 2009 e 2008.
O lote inclui restituições de 1.495.850 contribuintes, totalizando mais de R$ 2,3 bilhões. 
O dinheiro das restituições será depositado no próximo dia 15 (segunda-feira) na agência bancária indicada pelo contribuinte ao fazer a declaração. O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização.
Para saber se teve a restituição liberada, o contribuinte pode acessar o site da Receita Federal (URL encurtada: http://zip.net/bsn4Jn) ou ligar para o Receitafone, no número 146.
Lotes de 2015 serão pagos até dezembro
O pagamento das restituições de 2015 será feito em sete lotes. O último será pago em dezembro. 
1º lote: 15/06/2015
2º lote: 15/07/2015
3º lote: 17/08/2015
4º lote: 15/09/2015
5º lote: 15/10/2015
6º lote: 16/11/2015
7º lote: 15/12/2015
A distribuição vai ser feita dando prioridade para pessoas com mais de 60 anos. Em seguida, a restituição será paga seguindo o critério de ordem de entrega.
Para receber as restituições por este calendário, o contribuinte não pode ter caído na malha fina, ou seja, a declaração deve estar regular. Porém, o fato de não receber a restituição agora não significa necessariamente ter ficado retido na malha fina. Mas existe essa possibilidade. A Receita tem um sistema para verificar se a declaração está com algum problema e oferece oportunidade de corrigi-lo.

POLÍTICA: Renan recua e admite retirar sabatina da Lei das Estatais

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT

Presidente do Senado diz que a questão é ‘um detalhe menor’; proposta era de nomes passarem pelo crivo da Casa

BRASÍLIA — O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recuou nesta quarta-feira e admitiu retirar do anteprojeto da Lei de Responsabilidade das Estatais o artigo que prevê a sabatina — e consequente voto na Casa — do nome indicado pela presidente Dilma Rousseff para o comando das estatais e bancos públicos. Renan disse que a questão da sabatina é um "detalhe menor" da proposta.

Ele falou sobre o assunto em discurso em Plenário do Senado, que teve votações no dia de hoje, e depois em entrevista. Renan disse que o importante da proposta é garantir mecanismos de transparência da gestão das estatais.
— Essa coisa da sabatina é um detalhe, uma coisa menor. Se for o caso, até retiraremos, desde que, em contrapartida, possamos garantir à sociedade a absoluta transparência das estatais e um controle do gasto público. O fundamental é o Parlamento garantir a transparência das estatais e das empresas de economia mista. Essa é a cobrança da sociedade. A sabatina que foi proposta é uma saída, mas ela não é sinônimo do controle, da interferência do Legislativo. Não é isso que se quer. O que se quer é proteger e garantir a transparência. Essa é a fundamental mudança hoje no Brasil que a sociedade cobra — disse Renan.
No discurso em Plenário, Renan já anunciara sua mudança de posição.
— Pode ser até retirado, em benefício da transparência das estatais.
A declaração foi uma mudança de tom. Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff criticou a proposta, afirmando que seria uma interferência do Legislativo sobre o Executivo. Em resposta a Dilma, Renan dissera que era "papel do Legislativo fiscalizar o Executivo".
Renan deixou claro que terá que haver uma contrapartida no caso dos requisitos para assumir os comandos das estatais. Pelo projeto, outra inovação importante é que os presidentes da Petrobras e de outras grandes empresas de economia mista terão, obrigatoriamente, que comprovar experiência anterior no mercado de um ano.
Com a proposta de os nomes passarem pelo crivo do Senado, o Palácio do Planalto perderia poder. Hoje, pelo artigo 52 da Constituição, passam por sabatina e votação: magistrados, procurador-geral da República, presidente e diretores do Banco Central, embaixador e outros titulares de cargos que a lei definir.
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), elogiou a postura de Renan e disse que o presidente do Senado agiu com "bom senso".
— A palavra do presidente Renan é de quem está disposto a ouvir todas as opiniões. Foi bom senso. O presidente Renan compreende a importância de um assunto como esse. Temos questões de transparência, de resultados. O Estado é o principal acionista das estatais. E o governo não vai se negar a fazer esse debate — disse Delcídio.
O petista ainda reagiu com ironia às declarações do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que vai comandar a comissão criada para analisar a Lei das Estatais. Jucá propôs a ampliação das pessoas que deveriam ser sabatinadas e passar pelo crivo do Plenário do Senado, e ainda quer incluir um artigo que dê a Casa poder de destituir dirigentes de estatais e bancos.
— Ainda não chegamos ao Parlamentarismo — disse Delcídio, ironizando as propostas de Jucá.

CASO PETROBRAS: STJ autoriza quebra de sigilo telefônico de Cabral e Pezão

UOL
De Brasília

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a quebra de sigilo telefônico do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e também do ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, também do PMDB. No mesmo pedido foi autorizada ainda a quebra de sigilo de Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Rio, e de representantes de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
O pedido de quebra de sigilo foi enviado à Corte pela Polícia Federal e autorizado pelo ministro Luis Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ. A autorização dada pelo ministro é para que sejam revelados registros telefônicos dos investigados referentes ao período que antecedeu a campanha de 2010.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura se os investigados cometeram os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, Cabral e Pezão agiram juntos, com a contribuição de Fichtner, para receber R$ 30 milhões de empresas contratadas pela Petrobras para a construção do Comperj, no Rio de Janeiro. O dinheiro teria sido destinado para a campanha de Cabral e Pezão aos cargos de governador e vice, respectivamente, do Estado do Rio de Janeiro, em 2010.
Em um mesmo inquérito do STJ são investigados Cabral, Pezão e Fichtner por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal suspeita que o recebimento da propina foi feito por meio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. No STJ existe outro inquérito que apura o suposto envolvimento do governador do Acre, Tião Viana (PT-AC). A reportagem apurou que não houve, por ora, quebra de sigilo telefônico no inquérito de Tião.
Os investigados têm negado o envolvimento com os desvios da Petrobras, fatos que apurados na Operação Lava Jato. A reportagem entrou em contato com os investigados e ainda aguarda resposta.

POLÍTICA: PMDB e PSDB articulam votações que reduzem poder do Executivo

OGLOBO.COM.BR
POR JOSÉ CASADO

Aliança tácita é para aprovar pauta que beneficia estados e municípios


RIO - É paradoxal: abalado por uma crise de confiança pública, e com os presidentes da Câmara e do Senado e outros 32 parlamentares sob investigação por suspeita de corrupção na Petrobras, o Congresso Nacional faz uma demonstração de força política sem paralelo nas últimas duas décadas.
Numa aliança tácita, o PMDB e a oposição capitaneada pelo PSDB resolveram estabelecer até julho uma agenda prioritária de votações de projetos no Senado e na Câmara que, na essência, promoveriam uma redistribuição de recursos, funções e tarefas entre União, estados e municípios já a partir de 2016, ano de eleições municipais.
Cinco medidas:
Planejam aprovar no segundo semestre duas dezenas de mudanças legislativas para:
1) Atenuar a situação de insolvência de governos estaduais e prefeituras;
2) Impedir o governo federal de criar novos programas e repasses de encargos aos estados e municípios - incluídos os pisos salariais de funcionários públicos -, sem os recursos correspondentes;
3) Delegar a competência do Congresso às Assembleias para legislar sobre a condução de inquéritos policiais;
4) Obrigar o governo federal a reinvestir na área de saneamento básico toda a receita de tributos recolhidos nesse setor;
5) Punir gestores federais responsáveis pelos atrasos em transferências de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de fundos de compensação de isenções fiscais concedidas às exportações.
A principal consequência desse pacote, se aprovado, será uma virtual redução do poder do Executivo, subtraindo-lhe fatias significativas do Orçamento a partir do ano que vem.
Esse ativismo legislativo atende a múltiplas conveniências de alguns partidos governistas e da oposição em geral, de governadores e de prefeitos que pretendem ter influência nas próximas eleições. O objetivo comum é a ampliação do isolamento político do PT e do governo Dilma Rousseff.
Pelo PMDB, a iniciativa é dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), com discreto aval do vice-presidente da República Michel Temer (SP).
Calheiros e Cunha combinaram duas formas básicas de procedimento: atuação conjunta, sem competição e com foco na agilização das decisões sobre projetos considerados prioritários, com algumas votações começando na Câmara e outras no Senado.
Pelo PSDB envolveram-se diretamente nas negociações três ex-candidatos à Presidência da República: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senadores Aécio Neves e José Serra.
Nas últimas duas semanas desenhou-se um leque de propostas de interesse comum de estados e municípios, que convergem para a redução de poderes e de receitas da União. Na quarta-feira 20 de maio, em Brasília, Calheiros e Cunha se reuniram com 23 governadores e outros quatro representantes estaduais. O encontro havia sido sugerido por Pedro Taques (PDT), governador do Mato Grosso.
Dali surgiu a primeira escolha de projetos - a maioria já está em tramitação no Congresso. Escolheu-se um governador de cada região para uma coordenação informal com os senadores José Serra (PSDB-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR). Na semana passada foi a vez dos prefeitos, cujo lobby está organizado em torno da Confederação Nacional de Municípios. Cunha destacou os deputados Danilo Forte (PMDB-CE) e André Moura (PSC-PE) para as conversas.
Por consenso, no segundo semestre, a Câmara decidiria sobre uma emenda constitucional proibindo a criação de programas nacionais com transferência de encargos aos governos estaduais e prefeituras sem a correspondente previsão de recursos no Orçamento federal.
A opção é um projeto (PEC 172/2012) do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, encontra-se numa Comissão Especial e, eventualmente, poderá entrar na pauta de votações em plenário às vésperas do recesso de julho.
Se aprovada, na prática bloquearia iniciativas do Palácio do Planalto, como a recente definição, por lei federal, de pisos salariais para as principais categorias do funcionalismo público estadual e municipal, como é o caso dos professores, principal item na folha salarial de estados e municípios. A norma federal levou à ampliação do número de professores, sobretudo nas redes estaduais, sem contrapartida financeira proporcional da União.
A situação de insolvência de governos estaduais e municipais será tratada por tópicos. Um dos prioritários é a definição da correção de dívidas com a União. No primeiro trimestre, a Câmara aprovou uma regulamentação dando um ultimato à União para assinar em um mês os contratos de refinanciamento a estados e municípios. Prudente, o Senado mudou as condições, estabelecendo prazo até janeiro de 2016 - com efeitos financeiros retroativos a janeiro deste ano -, e abrindo a possibilidade de utilização de recursos de depósitos judiciais.
Um exemplo da disposição política para socorrer governadores e prefeitos, a partir de uma redistribuição de receitas hoje concentradas na União, foi dado pelo Senado na quarta-feira passada. O Senado resolveu atropelar o governo federal diante da constatação de atrasos constantes nos repasses de royalties de petróleo (cerca de R$ 4 bilhões), de compensações às exportações (da Lei Kandir, R$ 2 bilhões) e de recursos do SUS (R$ 7 bilhões).
Aprovou, em apenas 24 horas, autorização para que governadores e prefeitos contratem empréstimos no país ou no exterior com base na arrecadação futura de royalties. Ou seja, abriu-se a porta para as operações de antecipação de receita, que estavam vetadas pela União há quase duas décadas. Os senadores concederam R$ 3,4 bilhões em créditos a governos estaduais, como os do Rio e do Espírito Santo, na mesma semana em que aprovaram cortes de R$ 3 bilhões nas despesas federais.
Essa demonstração de força do Congresso pode até não resultar no êxito imaginado por seus protagonistas. É certo, porém, que se trata de ação inédita em um Legislativo abalado por suspeitas de corrupção. É certo, também, que iniciativas do gênero somente se tornaram possíveis por causa da debilidade política demonstrada pelo governo Dilma Rousseff.
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ECONOMIA: BC decide hoje sobre taxa básica de juros; mercado espera alta para 13,75%

Do UOL, em São Paulo

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (29) a Selic, a taxa básica de juros.
O mercado espera uma alta de 0,5 ponto percentual, o que faria com que a Selic subisse dos atuais 13,25% para 13,75% ao ano, segundo o Boletim Focus, uma publicação do BC que organiza as projeções das principais instituições financeiras do país.
A mesma previsão foi feita por economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters e também pelo jornal "Valor Econômico". Parte desses analistas ouvidos pelo "Valor" acredita em uma nova alta de 0,25 ponto em julho, para 14%, nível que seria mantido até o fim deste ano.
Juros X inflação
O novo governo de Dilma Rousseff (PT) vem adotando medidas impopulares, como aumento de impostos e juros, e cortes de despesas, com o objetivo de acertar as contas federais.
Uma das maiores críticas a Dilma tem sido a economia, incluindo a inflação em alta. Os juros são usados, entre outras coisas, para tentar controlar a inflação. O governo tenta ajustar suas contas para recuperar a confiança do mercado.
Selic e o juro cobrado do consumidor
A Selic é uma taxa de referência e remunera investimentos com títulos públicos, por exemplo. 
Não representa os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito atingiu 347,5% ao ano e a taxa do cheque especial chegou a 226% ao ano em abril, segundo os últimos dados do Banco Central.
(Com Reuters)

ECONOMIA: OCDE piora previsão de recessão no Brasil e vê queda de 0,8% para o PIB em 2015

ESTADAO.COM.BR
FERNANDO NAKAGAWA, ENVIADO ESPECIAL - O ESTADO DE S. PAULO

Em relatório, organização também piorou projeção para o crescimento econômico em 2016 e destacou a contradição entre o aperto nos juros e os incentivos do governo

PARIS - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) piorou as previsões econômicas para o Brasil na nova edição do relatório Economic Outlook. O documento prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter contração de 0,8% este ano, pior que a expectativa de recessão de 0,5% divulgada na atualização do cenário de março. Há menos de um ano, em novembro de 2014, a OCDE previa que o Brasil cresceria 1,5% em 2015.
Além de apostar em recessão ainda mais acentuada no Brasil este ano, a entidade piorou a previsão para o crescimento esperado em 2016. No ano da Olimpíada no Rio de Janeiro, o País deve deixar a recessão e crescer 1,1%. Em março, a entidade apostava em expansão ligeiramente maior, de 1,2%. Em novembro do ano passado, o cenário contemplava 2%.
"A economia será afetada negativamente em 2015 pelos baixos níveis de confiança, menor investimento no setor de petróleo e gás e obstáculos gerados pelo aperto da política macroeconômica", diz o documento divulgado nesta quarta-feira, 3, em Paris. Nas componentes do PIB, a OCDE prevê forte contração de 3,7% na formação bruta de capital fixo - indicador que indica o nível de investimento na economia. A queda se soma à contração de 4,3% já observada no ano passado. O consumo do governo cairá 1,5% este ano e o aumento do crescimento das famílias será de apenas 0,6%.
Impasse. No relatório anual, a entidade que reúne mais de 30 países que estudam políticas para o desenvolvimento faz uma análise crítica da economia brasileira nos últimos trimestres. Para a entidade, o Brasil chegou "a um impasse" em 2014 com a queda dos preços das commodities, piora de alguns gargalos da economia e aumento da incerteza política.
Além disso, a OCDE aponta para a contradição entre a política monetária e os gastos do governo. "Enquanto a política monetária era apertada, a política fiscal entregava um razoável estímulo. Na prática, muitas das medidas fiscais falharam em apoiar o crescimento efetivamente e ainda reforçaram algumas distorções existentes", diz o relatório. Com isso, as contas públicas se deterioraram e a dívida bruta cresceu quase sete pontos porcentuais, diz o documento.
Enquanto isso, a falta de crescimento econômico e a alta inflação fizeram com que a confiança de consumidores passasse a cair rapidamente. Pesaram ainda as investigações de corrupção e as discussões sobre a possibilidade de rebaixamento do rating soberano do Brasil. "A deterioração da competitividade internacional e as incertezas políticas também afetaram as condições de fazer negócios e derrubaram a confiança dos investidores e, portanto, levaram a uma contração do investimento", diz o documento.
Recuperação. Para a OCDE, um dos primeiros setores a reagir positivamente será o exportador. "As exportações serão apoiadas por uma taxa de câmbio mais competitiva, o que irá reduzir o déficit em conta corrente", diz a entidade. Depois, a reação deverá ser vista na demanda. Primeiro, no consumo privado e depois "com algum atraso também no investimento", diz a OCDE.
Pela projeção da entidade, a contribuição do setor externo ao PIB será positiva em 0,3 ponto porcentual em 2016, contra contribuição negativa de 0,3 ponto em 2015. Além disso, a OCDE prevê crescimento do consumo privado de 1,2% em 2016 (ante 0,6% em 2015) e recuperação com ligeiro aumento de 0,9% do investimento no próximo ano (ante expectativa de retração de 3,7% em 2015).

DIREITO: Itália diz que é 'inadmissível' rever extradição de Pizzolato

FOLHA.COM
MÁRIO CAMERA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE ROMA

Alessandro FiocchiAnteriorPróxima

Na sessão do Tribunal Administrativo Regional para julgar recurso impetrado pela defesa de Henrique Pizzolato, o governo italiano defendeu a sua prerrogativa de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, depois que o caso foi esgotado em todas as instâncias judiciais do país. Para a Itália, é "inadmissível" rever a decisão.
No argumento da Itália, todos os ritos do processo legal foram cumpridos e a decisão do ministro da Justiça, Andrea Orlando, foi um ato discricionário que levou em conta as garantias de que o petista terá seus direitos preservados para cumprir a pena de 12 anos e 7 meses de prisão a que foi condenado por sua participação no mensalão.
"É inadmissível. A Corte de Cassação [instância mais alta do Judiciário do país] já analisou todo o caso e tomou uma decisão. Não se pode por em discussão agora num tribunal administrativo. O ministro da Justiça já decidiu com base na mesma linha da decisão da Cassação. Então ninguém deveria por isso em questionamento", afirmou o advogado Giuseppe Alvenzio, que representa o Estado Italiano.
Iniciada às 11h (6h no horário de Brasília), a sessão foi presidida pelo juiz Luigi Tosti, o mesmo que concedeu a liminar que interrompeu a extradição do petista no mês passado. Os advogados de Pizzolato e do governo italiano entraram na sala de audiência, onde permaneceram por 30 minutos. Depois da apresentação de argumentos, eles deixaram a sala de audiência. Cinco magistrados deverão participam da câmara de julgamento.
O resultado deve sair na noite desta quarta (3) e o acórdão, publicado na quinta.
Preso na cidade de Módena (norte da Itália) desde fevereiro, Pizzolato não assistiu ao julgamento, em Roma.
Nos países da União Europeia, diferentemente do Brasil, qualquer cidadão pode recorrer à Justiça contra uma decisão do governo.
Em maio, menos de uma semana antes de ser embarcado em um avião para o cumprimento da pena no Brasil, Pizzolato ingressou com um recurso pedindo a suspensão do decreto de extradição do ministro da Justiça sob alegação de que a defesa não teve acesso às garantias oferecidas pelo governo brasileiro ao Executivo italiano e que o caso deveria ser novamente na primeira instância da Justiça.
"Os documentos enviados pelo Brasil ao Ministério da Justiça não têm fatos novos em relação ao que a Corte de Cassação já tinha analisado. O que houve foi apenas uma confirmação das garantias e este é motivo pelo qual não foi estabelecido um contraditório com a parte, que seria simplesmente inútil", afirmou o advogado do governo italiano.
O defensor de Pizzolato, Alessandro Sivelli, novamente não quis conceder entrevista à imprensa brasileira. No recurso apresentado no mês passado, o advogado disse que o ex-diretor do BB - que tem cidadania italiana - estava disposto a cumprir a pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal em território italiano.
"O que está em discussão é unicamente a extradição. Para que ele cumpra a pena aqui, só se houvesse consenso de todos os dois Estados, Brasil e Itália", disse Alvenzio.
CENÁRIOS
Se o veredito do Tribunal Administrativo Regional do Lácio validar a extradição de Pizzilato, o Ministério da Justiça da Itália fixará uma nova data para a extradição e o Brasil terá um prazo de 20 dias para efetivá-la. Se a decisão for favorável ao ex-diretor do Banco do Brasil, ele pode ser libertado.
Em ambos os casos, cabe recurso no Conselho de Estado da Itália. Alvenzio disse que o governo italiano vai recorrer se for derrotados.
Se a decisão da audiência desta quarta for contrária a Pizzolato e o Tribunal validar a extradição, há dois cenários são possíveis: o primeiro é o Conselho suspender a extradição enquanto analisa o caso, mantendo Pizzolato na Itália. O outro é a corte acolher o recurso e não suspender a extradição, marcando nova audiência para os próximos meses. Isso daria ao governo brasileiro uma brecha para tentar extraditar o mensaleiro antes do novo julgamento pela corte.

SEGURANÇA: População carcerária cresce 74% no Brasil entre 2005 e 2012

ESTADAO.COM.BR
LÍGIA FORMENTI - O ESTADO DE S. PAULO

Aumento é resultado principalmente da prisão de jovens, negros e mulheres que cometeram crimes patrimoniais de pequeno valor

BRASÍLIA - A população carcerária no Brasil aumentou 74% entre 2005 e 2012 e passou de 296.919 para 515.482, aponta Mapa do Encarceramento: Os Jovens do Brasil, um estudo preparado por Jacqueline Sinhoretto divulgado nesta quarta-feira, 3. O crescimento é resultado principalmente da prisão de jovens, negros e mulheres que cometeram, em sua grande maioria, crimes patrimoniais de pequeno valor econômico. 
Feito em parceria da Secretaria Nacional de Juventude, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil, o trabalho revela que apenas 12% das prisões foram provocadas por crimes contra a vida. Somados, crimes contra patrimônio e de drogas respondem a cerca de 70% das causas das prisões. 
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo
"A análise conjunta das taxas de encarceramento e das taxas de homicídio por Estado indica que prender mais não necessariamente reduz os crimes contra a vida, porque as políticas de policiamento enfocam os crimes patrimoniais e de drogas", informa o relatório, preparado por Jacqueline.
No período, foram presos 1,5 vezes mais negros do que brancos. Embora o número da população masculina seja maioria, houve um crescimento expressivo da população carcerária feminina. Entre 2005 e 2012, o número de mulheres presas aumentou 146%, enquanto o de homens, 70%.
O aumento da população carcerária ocorreu em todas as regiões do País, com maior destaque para o Nordeste. Pernambuco, Minas, Espírito Santos e São Paulo, Estados que desenvolveram programas específicos de combate ao crime, registraram um aumento de presos acima da média.
A maior parte dos presos, no entanto, é formada por acusados por crimes de roubo e drogas. Para autora do estudo, o fenômeno aumenta ainda mais a vulnerabilidade dos jovens, negros e mulheres. "Eles recebem a punição em presídios superlotados, com a presença de organizações criminosas."
Outro dado apontado pela pesquisa é o alto porcentual da população presa que ainda não foi julgada: 38% do total. Ainda de acordo com trabalho, 18,7% dos presos poderiam estar cumprindo penas alternativas. Na avaliação da autora do estudo, esse indicador pode estar relacionado ao alto número de presos que ainda aguardam julgamento, às deficiências ao acesso ao direito de defesa e do Ministério Público.

NEGÓCIOS: BNDES ofereceu a Cuba condições vantajosas para financiamento

OGLOBO.
RAQUEL LANDIM, DE SÃO PAULO
BRUNO VILLAS BOAS, DO RIO



Liu Bin - 28.jan.2014/Xinhua 
Obras no porto de Mariel, que foi construído com financiamento do BNDES em Cuba

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ofereceu a Cuba condições vantajosas no financiamento do porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana, incluindo um prazo de 25 anos para pagar.
Dados do polêmico empréstimo foram tornados públicas pela primeira vez nesta terça (2), junto com várias operações feitas pelo banco no exterior desde 2007.
O BNDES sofre forte pressão do TCU (Tribunal de Contas da União) e do Congresso para dar mais transparência aos empréstimos que concede com dinheiro público.
O empréstimo cubano teve o prazo mais longo entre as obras financiadas fora do país –a maioria perto de 15 anos.
As taxas de juros dos cinco empréstimos disponíveis no site do BNDES, que totalizaram US$ 682 milhões (R$ 2,1 bilhões), variam entre 4,44% e 6,91% ao ano. A obra é realizada pela construtora brasileira Odebrecht.
O financiamento do porto –trunfo do regime comunista dos irmãos Raúl e Fidel Castro– foi objeto de controvérsia na eleição de 2014. A oposição acusou o governo do PT de favorecer Cuba.
Para especialistas ouvidos pela Folha, as condições do empréstimo são "normais" para o tamanho e a complexidade da obra, mas se tornam "atípicas" para o perfil de risco da ilha, que não acessa o mercado de capitais.
Cuba é um dos países com pior nota de risco de crédito do mundo, com Venezuela e Paquistão. Cálculo do professor Aswath Damodaran, da Universidade de Nova York, diz que o país deveria pagar juros de 11% a 12% ao ano.
Uma das poucas comparações possíveis é com financiamento do Porto do Sudeste, projeto de Eike Batista vendido para investidores estrangeiros. Neste caso, o BNDES concedeu, direta e indiretamente, cerca de R$ 1,74 bilhão, com juros mais altos e prazos menores que o porto cubano -entre 7,9% e 8,9%, com 13 a 14 anos de prazo.
O BNDES diz que Mariel é uma obra de "valor elevado e de longo período de construção" e que o "repagamento da dívida é compatível com a vida econômica do projeto".
Os projetos tocados pela Odebrecht no exterior foram os mais contemplados pelo BNDES. Os empréstimos são concedidos para os países, mas condicionados a utilização de serviços brasileiros.
Segundo levantamento feito pelo professor do Insper Sérgio Lazzarini e pelo assistente de pesquisa Pedro Makhoul, as obras da Odebrecht responderam por 69% do total de obras financiadas pelo banco no exterior desde 2007.
Por meio de nota, a Odebrecht disse que "está presente em 21 países, muito acima das concorrentes". E que os recursos do BNDES responderam por menos de 10% do faturamento anual da empresa.
Para Claudio Frischtak, sócio da Inter.B, faz sentido o Brasil apoiar empreiteiras na exportação de serviços para países em desenvolvimento.
"Nesses países não existe um mercado de capitais desenvolvidos. As empresa que disputam os contratos são apoiadas pelos governos", disse.
Ele ressalta, porém, que os contratos precisam refletir os riscos de cada país: "Moçambique é um país com boa governança, faz todo o sentido. Cuba eu ainda não estou convencido".

ECONOMIA: Taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril fica em 8,0%

OGLOBO.COM.BR
POR CASSIA ALMEIDA

País tem 8,029 milhões de desempregados, número 18,7% maior do que nos três meses anteriores, segundo o IBGE. Rendimento real cai 0,5% e fica em R$ 1.855
Candidatas preenchem ficha de emprego em feira de oportunidades no Rio - Dado Galdieri/18-5-2015 / Bloomberg News

RIO - A taxa de desemprego no país foi de 8% no trimestre encerrado em abril, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que apresenta dados para todos os estados brasileiros, conforme divulgou nesta quarta-feira o IBGE. Esta taxa se iguala à do primeiro trimestre de 2013, que é a mais alta da série, iniciada em 2012.
A taxa subiu em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foi de 7,1%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o desemprego também subiu. De novembro a janeiro, a parcela de desempregados na força de trabalho ficou em 6,8%.
No primeiro trimestre, a parcela de desempregados na força de trabalho ficara em 7,9%, superior aos 6,5% do último trimestre do ano passado e os 7,2% do início de 2014.
O rendimento real caiu 0,5% em relação ao trimestre de novembro a janeiro e 0,4% a igual período de 2014. O rendimento ficou em R$ 1.855.
O número de desempregados subiu 14% em relação ao mesmo período do ano anterior e é a maior alta de toda a série. Hoje, no Brasil, são 8,029 milhões. É o maior número desde o primeiro trimestre de 2012. Frente ao trimestre anterior, a alta foi de 18,7%. Em apenas um trimestre, mais de 1,3 milhão de pessoas procurou emprego.
Quase meio milhão de trabalhadores com carteira de trabalho assinada perdeu o emprego entre fevereiro e abril deste ano.Foram 415 mil demitidos. Entre os sem carteira, a queda no emprego foi de 3,5%, com a dispensa de 372 mil trabalhadores.
Por atividade econômica, o setor que mais demitiu foi o da construção: 288 mil frente ao período de novembro a janeiro. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda do emprego no setor atingiu 609 mil pessoas.
Houve alta na população que trabalha por conta própria, ocupações que costumam ser mais precárias, de 141 mil pessoas, frente a novembro e dezembro, e de 1,024 milhão, em relação ao período de fevereiro a abril do ano passado.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou que a alta na taxa de desemprego no trimestre pode ser em parte explicada pela dispensa de trabalhadores temporários, contratados no início do ano:
– Esse resultado arrasta um componente sazonal, quando temporários são dispensados.
O mercado de trabalho vem piorando este ano. A Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, restrita a seis grandes metrópoles (Rio, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Belo Horizonte), mostrou alta expressiva do desemprego neste início de ano. Em abril, ficou em 6,4%, alta significativa frente aos 4,9% de um ano atrás. Mais 384 mil trabalhadores ficaram desempregados em um ano, subida de 32,7% frente a 2014, somente nas grandes metrópoles.
Com a economia em recessão, a tendência é que o mercado de trabalho continue a piorar ao longo do ano. Em abril, foram cortadas cem mil vagas com carteira de trabalho assinada.

DIREITO: STF - 1ª Turma determina prosseguimento de inquérito contra ex-deputado Júlio Campos

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, negou provimento a recurso do ex-deputado federal Júlio Campos (MT) no Inquérito (INQ) 3574 e manteve decisão do ministro Marco Aurélio, relator, que determinou o desarquivamento e o processamento de inquérito contra o ex-parlamentar que tramita na 2ª Vara Criminal da comarca de Várzea Grande (MT).
O inquérito tramitou no STF, enquanto durou o mandato do parlamentar federal, para apurar a suposta prática dos crimes de estelionato, artigo 171, uso de documento falso, artigo 304, e falso reconhecimento de firma ou letra, artigo 300, todos do Código Penal, decorrentes de suposta fraude à 5ª alteração contratual da empresa Agropastoril Cedrobom Ltda. Com o fim do mandato, ocorreu a perda da prerrogativa de foro e os autos foram novamente remetidos à Justiça comum.
Entretanto, antes de instaurada a ação penal, o juízo da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande determinou o arquivamento do inquérito policial entendendo ter ocorrido extinção da punibilidade pela prescrição da pena em perspectiva. O Ministério Público estadual recorreu e o ministro Marco Aurélio determinou o desarquivamento, o que levou a novo recurso, desta vez interposto por Júlio Campos com objetivo de manter o arquivamento do processo.
“No mais, o juízo acabou por prejulgar possível ação penal. Em fase embrionária, versou a prescrição da pretensão punitiva a partir de causa de diminuição da pena. O Supremo rechaça, peremptoriamente, a denominada prescrição virtual”, concluiu o relator.

DIREITO: STJ - Para Terceira Turma, perito não pode atuar em processo quando é parte em ação idêntica

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou suspeito um perito nomeado para elaborar laudo contábil em ação revisional de cláusulas contratuais com repetição de indébito (devolução de valores), porque ele é autor de ação idêntica contra a mesma instituição financeira.
O relator do recurso especial do banco, ministro Marco Aurélio Bellizze, destacou que o artigo 138, inciso III, do Código de Processo Civil (CPC) estendeu aos peritos a mesma regra de suspeição do juiz, prevista no artigo 135.
Bellizze afirmou que as hipóteses de suspeição são taxativas e não contemplam o fato de o perito já ter se manifestado anteriormente em laudos sobre casos semelhantes. Esse foi o fundamento adotado pelo Tribunal de Justiça de Goiás para não reconhecer a suspeição.
Contudo, Bellizze concluiu que a exceção de suspeição apresentada pelo banco revela a existência de fato concreto e objetivo que evidencia parcialidade ou interesse do perito no julgamento da causa. Esse fato é a existência de ação em que ele demanda contra o banco a revisão de cláusulas de contrato de mútuo, na qual se discute a incidência dos mesmos encargos submetidos à sua apreciação.
Valor expressivo
O relator afirmou também que impressiona o valor apurado pela perícia contábil, que tem por objeto oito contratos de abertura de crédito em conta corrente, dos quais o maior, firmado em 1999, foi no montante de R$ 39 mil. Todavia, o laudo aponta que o banco deve pagar, após a compensação entre débitos e créditos, o expressivo valor de mais de R$ 383 milhões.
Segundo o ministro, o valor reforça sua convicção sobre a necessidade de dar provimento ao recurso. Todos os ministros da turma acompanharam o voto do relator para reconhecer a suspeição do perito, anular o laudo produzido e determinar que outro profissional seja nomeado para atuar no caso.
Bellizze esclareceu no voto que os efeitos dessa decisão não têm repercussão em outras ações do mesmo banco em que o perito esteja atuando ou tenha atuado, pois cada incidente de suspeição deve ser examinado nos próprios autos em que foi suscitado. 

DIREITO: STJ - Quinta Turma não aplica insignificância em favor de rádio clandestina de baixa frequência

A atividade clandestina de telecomunicação é crime formal e de perigo abstrato, que não exige, para sua consumação, a ocorrência de dano concreto causado pela conduta do agente. Com esse entendimento, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu não aplicar o princípio da insignificância no caso de uma rádio clandestina de Alagoas cujo alcance era de dez watts, frequência considerada baixa, de alcance reduzido.
O relator, ministro Gurgel de Faria, acompanhou a posição da turma, mas ressalvou seu ponto de vista pessoal. Até então, o magistrado vinha seguindo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em casos recentes aplicou o princípio da insignificância quando o transmissor utilizado não tem capacidade de causar prejuízo à segurança dos meios de comunicação. O STF vem utilizando como parâmetro o conceito do artigo 1º , parágrafo 1º, da Lei 9.612/98, que estabelece o limite de 25 watts para as rádios comunitárias.
Com base nesse entendimento, em decisão monocrática, o ministro Gurgel de Faria inicialmente negou seguimento ao recurso do Ministério Público Federal, que protestava contra a aplicação do princípio da insignificância.
Perícia
O MPF sustentou que, apesar de a rádio ser de baixa frequência, isso, por si só, não descaracteriza a conduta criminosa de “instalar estação clandestina de radiofrequência sem autorização do órgão competente”.
A rádio operou por oito anos sem autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Um laudo da perícia criminal atestou que o fato de utilizar potência baixa não garantia que não houvesse interferência, podendo prejudicar ou impedir recepção de sinais de outros equipamentos devidamente autorizados pelo órgão.
A questão foi levada pelo relator para análise do colegiado. A Quinta Turma reverteu o julgamento e atendeu ao recurso do MPF para afastar o princípio da insignificância e determinar o retorno dos autos à origem para prosseguimento da ação penal.
Leia o voto do relator.

DIREITO: TRF1 - Desbloqueio dos SisFIES para aditamento dos contratos do FIES vale para todo o território nacional

Crédito: Imagem da Web
O desembargador federal Souza Prudente estendeu a todo o território nacional a validade da decisão do Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia que determinou o imediato desbloqueio dos SisFIES de forma a possibilitar a realização dos aditamentos dos contratos de financiamento estudantil de todos os alunos vinculados beneficiários do FIES, independentemente do percentual do limite de 6,41% para o reajuste das mensalidades em relação ao preço praticado no ano anterior. A determinação valia somente para o Estado da Bahia.
A Defensoria Pública da União ajuizou ação, com pedido de antecipação de tutela, contra a União Federal e contra o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) requerendo o imediato desbloqueio do SisFIES de forma a possibilitar a realização dos aditamentos dos contratos estudantis vinculados ao FIES independentemente do percentual de 6,41% estabelecido pela União para o reajuste das mensalidades, no prazo máximo de 72 horas, enquanto não transitar em julgado a decisão de mérito. Requereu também que a decisão valesse para todo o território nacional. 
Apenas o pedido para que a decisão tivesse validade em todo o território nacional não foi aceito pelo Juízo de primeiro grau, que entendeu que a decisão só deveria ser aplicada no Estado da Bahia. A DPU, então, recorreu ao TRF1 requerendo a concessão integral do pleito a fim de que o provimento judicial tenha eficácia em todo o todo território nacional. “A limitação prevista no art. 16 da Lei 7.347/85 seria inconstitucional, devendo-se privilegiar, na espécie, o princípio da razoabilidade, bem assim a norma do art. 103, III, do Código de Defesa do Consumidor”, alegou.
Decisão – As alegações da DPU foram acatadas pelo desembargador Souza Prudente. “Acerca do tema, o colendo Superior Tribunal de Justiça já sedimentou o entendimento no sentido de que a restrição territorial prevista no art. 16 da Lei 7.347/85 não opera efeitos no que diz respeito às ações coletivas que visam proteger interesses difusos ou coletivos stricto sensu, como no presente caso”, explicou.
O magistrado também destacou que, “ainda que assim não fosse, eventual restrição territorial, a que alude o referido dispositivo legal, não se confunde com a eficácia subjetiva da coisa julgada, que obriga a todos aqueles integrantes da relação processual, independentemente da sua localização, a descaracterizar, na espécie, qualquer violação à norma do art. 16 da Lei 7.347/1985”.
Processo nº: 0028085-06.2015.4.01.0000/BA
Decisão: 29/5/2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

MUNDO: Consórcio russo diz que voo MH17 foi derrubado por míssil na Ucrânia

ESTADAO.COM.BR

O ESTADO DE S. PAULO

Relatório apresentado pela Almaz-Antei diz que Boeing malaio foi atingido por míssil disparado de plataforma Buk-M1, mas sugere que origem do disparo foi cidade controlada pelo Exército ucraniano

MOSCOU - O fabricante russo de sistemas de defesa antiaérea "Almaz-Antei" reconheceu nesta terça-feira, 2, que o voo MH17 da Malaysia Airlines, derrubado no leste da Ucrânia com 298 passageiros a bordo, foi atingido provavelmente por um míssil disparado desde a plataforma de lançamento Buk-M1, fabricada até 1999 pelo consórcio russo.
A análise dos danos na fuselagem do Boeing, que em agosto de 2014 caiu em uma zona do leste da Ucrânia controlada pelos separatistas pró-Rússia, conclui de forma preliminar que o avião recebeu o impacto de um projétil disparado por um Buk-M1, disse em entrevista coletiva o diretor-geral do consórcio, Yann Novikov.
Mikhail Malyshevsky, conselheiro do consórcio russo Almaz-Antei, apresenta relatório que aponta o uso de um míssil como causa da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines
Mikhail Malyshevsky, conselheiro do consórcio russo Almaz-Antei, apresenta relatório que aponta o uso de um míssil como causa da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines
A peculiar forma dos estilhaços tirados da fuselagem do Boeing-777 de Malaysia Airlines, em poder do fabricante russo apenas desde o mês de março, não deixa dúvidas que "o ataque foi perpetrado por um lança-mísseis terra-ar, que só pode se tratar de um Buk-M1", equipado com um míssil 9M38M1, detalhou Novikov.
"Temos provas irrefutáveis de que este tipo de mísseis está à disposição na Ucrânia", denunciou o diretor-geral da "Almaz-Antei", que assegurou que o consórcio revisou a pedido de Kiev o arsenal ucraniano em 2005 e constatou que na ocasião o Exército desse país tinha 991 projéteis 9M38M1.
Novikov não disse, no entanto, a qual país pertencia o míssil disparado contra o MH17, embora tenha ressaltado que os projéteis desse tipo saíram de produção em 1999, três anos antes de a maioria dos fabricantes russos de sistemas de defesa antiaérea se integrarem ao consórcio "Almaz-Antei".
Por outro lado, o relatório apresentado pelo fabricante assinala que o míssil não foi lançado a partir da cidade de Snizhne, então controlada pelos rebeldes, mas das proximidades de outro núcleo urbano, Zaroshinskoe, em mãos das forças ucranianas.
Aparentemente, os especialistas de "Almaz-Antei" demonstraram que o impacto do míssil no aparelho foi lateral - e, se tivesse sido disparado de Snizhne, teria sido frontal.
O consórcio considera também que a tragédia com o Boeing malaio foi o que provocou a inclusão do grupo na lista de empresas russas sancionadas pela União Europeia em razão da crise da Ucrânia. "Queremos demonstrar que o consórcio não tem nada a ver com a tragédia no céu sobre a Ucrânia e que, em consequência, as sanções econômicas que foram aplicadas são infundadas e não ajustadas", se queixou Novikov.
O voo MH17 fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur e sobrevoava o leste da Ucrânia quando foi atingido supostamente por um míssil, acidente no qual morreram seus 298 ocupantes.
Quase um ano depois, a investigação do acidente, liderada pela Holanda, está longe de ser concluída, como reconheceu recentemente o ministro holandês de Segurança e Justiça, Gérard Adriaan van der Steur, que qualificou o processo de "muito complexo" e evitou falar de prazos para esclarecer as causas da tragédia. / EFE

CASO PETROBRAS: Empreiteiro cita filho de ministro do TCU em delação

OGLOBO.COM.BR
POR VINICIUS SASSINE

Pai do advogado Tiago Cedraz é presidente do Tribunal de Contas da União


BRASÍLIA - O filho do ministro Aroldo Cedraz, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), foi citado na delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, sob a suspeita de ter vendido informações privilegiadas do tribunal, segundo fontes com acesso às investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Tiago Cedraz, de 33 anos, atua em Brasília e tem vasta carteira de clientes. Já advogou em processos em curso na Corte presidida pelo pai. Thiago nega ligação com a empreiteira.
A delação de Pessoa, que permanece em prisão domiciliar, está em curso na Procuradoria Geral da República (PGR). A colaboração foi acertada com o grupo de trabalho montado na PGR para investigar autoridades com foro privilegiado e contou com a participação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os depoimentos são mantidos em sigilo. Pessoa é suspeito de chefiar o “clube do cartel”, que fatiou contratos da Petrobras em troca de pagamentos de propina. A delação precisa ser homologada pelo STF.
O GLOBO já havia revelado que, na negociação anterior aos depoimentos, o dono da UTC citou o parente de um ministro do TCU. Numa das oitivas, deu detalhes da suposta atuação de Tiago. O advogado supostamente venderia informações do TCU de interesse da empresa, conforme a delação.
Quando era vice-presidente do TCU, em 31 de julho de 2013, Aroldo Cedraz apresentou em sessão reservada uma lista de 59 advogados. Ele se declarou impedido de atuar nos processos desses advogados. Cedraz incluiu o filho e sócios dele na lista. Antes, já havia votado em processo advogado por um sócio do filho. Até o momento em que o pai se declarou impedido, o escritório de Tiago atuava em 150 processos em tramitação no TCU.
Sobre a delação de Pessoa, o advogado afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que “não atuou em nenhum processo sobre UTC no TCU”. Já o ministro disse que “sistematicamente” se declara impedido em processos em que o filho consta como advogado.

DIREITO: Youssef vai depor em processo contra campanha de Dilma em 2014

UOL
Do Rio

O doleiro Alberto Youssef é a próxima testemunha a ser ouvida em ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre suposta irregularidades na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, no ano passado. O depoimento será no dia 9 de junho, na Justiça Federal de Curitiba. Hoje, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou depoimento no Tribunal de Justiça do Rio pela mesma ação, movida pelo PSDB. Delator do esquema de desvio de recursos da estatal para pagamento de propina a partidos políticos, Costa foi questionado se houve pagamento de propina também na campanha.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo PSDB foi aberta no dia 18 de dezembro, dia da diplomação da presidente Dilma. O processo questiona a coligação da presidente por "abuso do poder econômico e político" e ainda por "obtenção de recursos de forma ilícita".
De acordo com despacho do ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o objetivo dos depoimentos é questionar ambos os réus da Operação Lava Jato se houve propina direcionada à campanha eleitoral. Ainda conforme o documento, a ação "examina a suposta obtenção de recursos de forma ilícita de empresas prestadoras de serviço à Petrobras, repassados aos partidos integrantes da coligação formada em apoio dos candidatos representados e vertidos para a campanha eleitoral".
O depoimento de Paulo Roberto Costa durou cerca de 40 minutos na sede do Tribunal de Justiça, no Centro do Rio. O ex-diretor chegou ao local por volta das 8h30, em viatura da Polícia Federal, acompanhado de três agentes e um motorista. No local, ele ficou na carceragem do edifício, antes de ser ouvido pelo juiz Nicolau Lupinhaes Neto, designado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O depoimento estava marcado para as 9h30, e por volta das 10h40, o ex-diretor de abastecimento deixou o local sem falar com a imprensa.
Além do ex-diretor e do doleiro Alberto Yousef, também o servidor público Herton Araújo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), foi listado como testemunha. Ele foi questionado sobre uma "suposta sonegação de dados relativos ao quadro socioeconômico do País ao longo do pleito de 2014". Ele foi ouvido na última quarta-feira, dia 27, na sede do TSE em Brasília.
Inicialmente, o pedido de depoimentos havia sido recusado. Mas, em recurso, o PSDB argumentou que a ausência dos testemunhos significaria "nítida violação ao devido processo legal e à ampla defesa". Na ação original, o partido argumenta que a coligação da presidente Dilma Rousseff promoveu "campanha milionária cujo custo superaria a soma das despesas de todos os demais candidatos, com abuso do poder econômico".
Ainda segundo o documento, o partido oposicionista denuncia que os gastos realizados na campanha contariam com "doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte de distribuição de propinas". O PSDB também classificou como "abuso político" a campanha feita por entidades sindicais em apoio à candidatura do PT, supostamente com uso da "máquina administrativa federal claramente colocada a serviço das pretensões políticas dos investigados, por meio de desvio de finalidade de pronunciamento oficiais".
O magistrado ainda argumenta que o depoimento de Costa e Youssef, como testemunhas, servirá para esclarecer se ambos repassaram propinas aos partidos e à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Costa já havia indicado, em sua delação premiada na Operação Lava Jato e em depoimentos à CPI da Petrobras, ter feito repasses de R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff em 2010. Segundo ele, o pedido de repasse teria sido feito por Youssef, que nega a acusação.

ECONOMIA: Em segunda baixa seguida, dólar cai mais de 1% e fecha a R$ 3,135

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou em queda pelo segundo dia seguido, recuando 1,25%, a R$ 3,135 na venda nesta terça-feira (2).
Os investidores estavam otimistas com a possibilidade de um acordo para resolver o impasse envolvendo a dívida da Grécia na zona do euro.
Acordo na Grécia
A Grécia disse que enviou uma proposta abrangente de reforma aos seus credores internacionais, pedindo que sejam realistas e aceitem o plano para chegar a um acordo e liberar a ajuda congelada para o país antes que Atenas fique sem dinheiro. 
"Parece que a novela da Grécia está acabando e o mercado fica bastante aliviado com isso", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, à agência de notícias Reuters.
Atuação do BC no câmbio
O BC vendeu a oferta total de até 7.000 swaps cambiais (contratos equivalentes à venda futura de dólares) em um leilão de rolagem.
Se mantiver este ritmo e fizer leilões até a penúltima sessão do mês, como vem acontecendo, o BC vai rolar cerca de 80% do lote total, que equivale a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)
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