sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

ECONOMIA: Dólar sobe 1,34% e atinge R$ 2,778, maior valor desde dezembro de 2004

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou em alta de 1,34% nesta sexta-feira (6), cotado a R$ 2,778 na venda. É o maior valor de fechamento desde 9 de dezembro de 2004, quando a moeda valia R$ 2,781.
Com isso, o dólar encerra a semana com valorização de 3,3%, mesma variação que acumula no mês. No ano, a moeda tem ganho acumulado de 4,49%. 
Na véspera, o dólar havia fechado praticamente estável. 
Mercado avalia mudanças na Petrobras e no BC
No contexto brasileiro, o mercado avaliava a notícia de que o Conselho da Petrobras (PETR4) elegeu o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o cargo de presidente-executivo da petroleira.
"O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma. O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão, e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos", disse à agência de notícias Reuters o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira.
A alta do dólar também foi impulsionada pela apreensão dos investidores com asmudanças na diretoria do Banco Central. Na avaliação de alguns analistas, a nova diretoria sinaliza uma política econômica menos conservadora no futuro.
O BC anunciou na véspera que Luiz Awazu substituirá Carlos Hamilton Araújo, de perfil mais conservador, na diretoria de Política Econômica, que naturalmente tem forte influência sobre a condução da política econômica. Awazu acumulava as diretorias de Assuntos Internacionais e de Regulação.
"A impressão é que o BC vai ter uma composição menos rígida, mais tolerante", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, à Reuters.
Possível alta de juros nos Estados Unidos 
Investidores também estavam pessimistas com a divulgação de números fortes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Com uma economia mais forte, os juros podem subir nos EUA e isso atrairia para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil
Atuação do BC no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta. Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional: 1.000 com vencimento em 1º de dezembro deste ano e os outros 1.000 para 1º de fevereiro do ano que vem.
O BC realiza leilões diários de contratos de swap cambial. Isso equivale a vender dólares no futuro. Os investidores, em vez de comprarem dólares agora, ficam com um papel, que garante um preço predeterminado mais para a frente. Com a compra de papel no lugar do dólar, a moeda tem menos procura agora e tende a cair de valor.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 2 de março. Foram vendidos 13 mil swaps: 4.100 com vencimento em 1º de abril de 2016 e os outros 8.900 para 1º de junho de 2016.
A operação movimentou o equivalente a US$ 629,5 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 3,158 bilhões, ou cerca de 30% do lote total, correspondente a US$ 10,438 bilhões.
(Com Reuters)

DIREITO: PF faz busca e apreensão em duas casas de Eike Batista

ESTADAO.COM.BR
MARIANA SALLOWICZ - O ESTADO DE S. PAULO

Operação já apreendeu sete carros, R$ 90 mil, computadores, celulares e relógios; Justiça decidiu bloquear R$ 3 bi do patrimônio de Eike
Operação da PF apreendeu sete veículos de Eike Batista, entre eles um Lamborghini Aventador LP700-4
A Polícia Federal no Rio de Janeiro informou que cumpriu nesta sexta-feira, 6, mandado de busca e apreensão na casa do empresário Eike Batista. Na ação policial, foram apreendidos sete veículos, sendo dois de luxo, quatro utilitários e um compacto. O empresário mora numa casa no bairro do Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro.
Entre os carros, há um Porsche Cayenne branco e um Lamborghini Aventator LP700-4, na mesma cor. Esse segundo veículo, modelo 2012, enfeitava a sala da casa de Eike. Também foram apreendidos R$ 90 mil em dinheiro, computadores, celulares, entre eles o do empresário, e relógios.
Os mandados foram expedidos pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Flávio Roberto de Souza, como parte da decisão de bloquear ativos financeiros e bens móveis e imóveis de Eike e seus familiares, no valor de R$ 3 bilhões.
Na quinta-feira, Souza afirmou ao Broadcast que uma das justificativas para o bloqueio foi o fato de o empresário, em meio à crise que atingiu suas companhias, ter feito doações a seus parentes. Segundo o juiz, Eike doou seis imóveis em 2013 aos parentes, além de montantes em dinheiro. Somente Thor, filho mais velho de Eike, recebeu R$ 137 milhões. O bloqueio atinge Eike, dois filhos dele, Thor e Olin, a mulher Flávia Sampaio e a ex-mulher Luma de Oliveira.
A Justiça do Rio determinou o bloqueio no mês passado, medida que foi cumprida no início desta semana. No ano passado, já tinham sido bloqueados R$ 239 milhões, mas o valor foi agora ampliado e a ação estendida aos familiares do empresário.
Inicialmente, Eike respondia a um processo, com duas acusações: manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Segundo o juiz Souza, outros processos, vindos de São Paulo, estão sendo unificados, com outras três acusações: falsidade ideológica, formação de quadrilha e indução do investidor ao erro. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) deve entregar as denúncias no próximo dia 11.

COMENTÁRIO: Bendine derruba mercados

Por MERVAL PEREIRA - OGLOBO.COM.BR


Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil desde 2009 e indicado pela presidente Dilma para substituir Graça Foster na presidência da Petrobras, pode cair antes de entrar. A indicação oficial só será feita depois do fechamento da Bolsa, e o Governo ainda tem tempo para alterá-la. A repercussão do nome do ex-presidente do Banco do Brasil foi péssima, as ações da Petrobras desabaram e o Conselho de Administração ainda está reunido em São Paulo. O problema é que a indicação de Bendine mostra que o governo não encontrou nenhum executivo de peso na área privada que aceitasse assumir a presidência da estatal, que se debate em uma crise sem precedentes. A indicação demonstra ainda que a presidente Dilma não pretende abrir mão de interferir na Petrobras quando achar necessário, e na praça não há executivo ou empresário de peso que se disponha a passar por essa situação.

POLÍTICA: Lula defende tesoureiro do PT e diz que, na dúvida, fica com companheiro

FOLHA.COM
ANDRÉIA SADI
CÁTIA SEABRA
ENVIADAS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, a portas fechadas, João Vaccari Neto durante reunião do Diretório Nacional do PT nesta sexta-feira (6) e disse que a Polícia Federal não precisava tê-lo conduzido coercitivamente.
Segundo relatos à Folha, Lula disse que quando um companheiro é atacado, na dúvida, fica com o "companheiro".
Vaccari fo citado na Operação Lava Jato e conduzido pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos nesta quinta-feira (5), em São Paulo.
Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013. Barusco afirma que Vaccari Neto teve "participação" no recebimento desse suborno.
O tesoureiro e o PT negam veementemente irregularidades.
O ex-presidente disse aos dirigentes, com quem está reunido, que o depoimento de Barusco foi utilizado para criar manchetes contra o PT e que "bandido" vira delator e vítima de acusação sem provas vira réu.
Afirmou que a sigla fez arrecadações legais, e que todos os partidos arrecadam, mas só se fala nas arrecadações da legenda.
O ex-presidente também criticou a derrota do PT na eleição da Câmara dos Deputados, com ministros recém-nomeados, e a aprovação da nova CPI da Petrobras com a maior base aliada que um presidente já teve.
Lula participará da festa de 35 anos do PT, nesta noite.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, também pediu nesta sexta solidariedade ao tesoureiro do PT.
Quando Pimentel falou, o plenário aplaudiu. Nesta quinta-feira, Vaccari já havia sido aplaudido durante reunião da corrente Construindo Novo Brasil, majoritária no PT.
A defesa de Vaccari ainda foi feita pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, de quem é amigo pessoal. "Quando a pessoa sequer esta indiciada não dá para falar em acusações", disse ao chegar para reunião do diretório nacional do partido, em belo horizonte.
A portas fechadas, ele chamou a companheiros de "abuso" a condução coercitiva de Vaccari nesta quinta à Polícia Federal.
O ministro afirmou aos petistas, segundo relatos obtidos pela Folha, que o Brasil enfrenta um "momento jurídico-midiático" para atingir Dilma e Lula.

NEGÓCIOS: Representante de minoritários votou contra Bendine na Petrobras

FOLHA.COM
RAQUEL LANDIM, DE SÃO PAULO

Representantes dos acionistas minoritários no conselho de administração da Petrobras votaram contra a indicação de Ademir Bendine para a presidência da estatal.
Segundo a Folha apurou, pelo menos um conselheiro teria votado contra Bendine, mas pode ter havido outros votos contrários. Conforme fato relevante divulgado pela empresa, a aprovação do nome de Bendine e dos demais diretores ocorreu por "maioria".
O conselho de administração se reuniu nesta sexta-feira (6) para aprovar o presidente e a nova diretoria da Petrobras, depois que Graça Foster e demais diretores renunciaram as cargos. O nome de Bendine foi proposto pelo governo federal, que é o acionista controlador. O mercado também reagiu mal a indicação e derrubou as ações da Petrobras

NEGÓCIOS: Petrobras confirma presidente do Banco do Brasil no comando da petrolífera

OGLOBO.COM.BR
POR GABRIELA VALENTE, SIMONE IGLESIAS, EDUARDO BRESCIANI, BRUNO ROSA E RENNAN SETTI

Conselho da estatal se reuniu em São Paulo na manhã desta sexta-feira para confirmar nome de Aldemir Bendine
O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, vai assumir o comando da Petrobras no lugar de Graça Foster - Valter Campanato / Agência Brasil
BRASÍLIA e RIO - A Petrobras confirmou na tarde desta sexta-feira o nome de Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras.
O Conselho de Administração também elegeu Ivan de Souza Monteiro como Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, em substituição a Almir Guilherme Barbassa. Ivan Monteiro era Vice-Presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil desde junho de 2009, onde já havia ocupado cargos de Diretor Comercial, Vice-Presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores, além de Presidente do Conselho de Supervisão da BB AG. É graduado em Engenharia Eletrônica e Telecomunicações pela INATEL-MG, com MBA em Finanças e Gestão.
A substituto de de Maria das Graças Foster foi escolhido em reunião do conselho de administração da estatal que ocorreu em São Paulo para bater o martelo sobre a escolha. O governo prometeu ao executivo autonomia para formar a nova diretoria da empresa.
DIRETORIA INTERINA TEM PERFIL TÉCNICO
O conselho também nomeou outros quatro diretores, mas interinamente, segundo o fato relevante divulgado pela companhia. Para o lugar de José Formigli, no cargo de diretor de Exploração e Produção, foi eleita Solange da Silva Guedes, atual Gerente Executiva de Exploração e Produção Corporativa. Solange Guedes é Doutora em engenharia de petróleo, com experiência de 30 anos na Petrobras onde já ocupou diversas posições gerenciais, todas relacionadas à área de Exploração e Produção.
Para a diretoria de Abastecimento, foi eleito Jorge Celestino Ramos, atual Gerente Executivo de Logística do Abastecimento. Ele assume no lugar de José Cosenza. Jorge Celestino é formado em engenharia química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em engenharia de processamento de petróleo pelo CENPRO, com especialização em tecnologia de produção de álcool pela COPPE/UFRJ.
Para a área de Gás e Energia, foi eleito Hugo Repsold Júnior, a atual Gerente Executivo de Gás e Energia Corporativo. Ele assume no lugar de Alcides Santoro. Hugo Repsold é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e é mestre em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe / PPE / UFRJ).
Para a diretoria de Engenharia, foi eleito Roberto Moro, atual Gerente Executivo de Engenharia para Empreendimentos Submarinos. Ele assume no lugar de José Antônio de Figueiredo. Roberto Moro é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Gama Filho, com especialização em Gerenciamento de Projetos.
MERCADO REAGE MAL
O mercado financeiro reagiu mal à escolha de Bendine para assumir a estatal. As ações da Petrobras já caíram 7%. O desempenho da estatal puxa para baixo a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O índice de referência Ibovespa recua 1,57%, aos 48.461 pontos.
Bendine foi alçado ao Banco do Brasil em 2009 pelo então presidente Lula, de quem é próximo. Funcionário de carreira, antes de assumir o comando do Banco do Brasil ele foi vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo da instituição. Bendine eratambém apontado como o próximo presidente do BNDES no lugar de Luciano Coutinho. Em novembro de 2014 ele foi convidado para assumir o cargo pela própria presidente Dilma Rousseff.
Com a ida de Bendine para a Petrobras, Alexandre Abreu, que é vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, assumirá a presidência do órgão.
CENTRO DE POLÊMICAS
O novo presidente da Petrobras, no entanto, foi alvo de pelo menos três polêmicas no fim do ano passado. Ele foi acusado de favorecimento à socialite Val Marchiori por meio de empréstimos concedidos pelo BB e pelo BNDES. Segundo o banco, não houve irregularidade, e a socialite tem pago o empréstimo. Além desta denúncia, o ex-motorista de Bendine relatou ao Ministério Público Federal ter feito diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do chefe. Em agosto do ano passado, o novo presidente da Petrobras arcou ainda com uma multa de R$ 122 mil à Receita Federal após autuação por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados na sua prestação de contas ao Fisco.
Após o escândalo ele chegou a colocar o cargo à disposição. O anúncio oficial de sua saída, porém, que só viria depois da escolha do novo ministro da Fazenda, acabou sendo adiada. Joaquim Levy substituiu Guido Mantega e o executivo continuou na presidência do banco, mas estava afastado de várias atividades da instituição, já numa transição interna para a sua saída.
PREOCUPAÇÃO COM A LAVA-JATO
Na quinta-feira, durante reuniões entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, a preocupação era o futuro das investigações da Operação Lava-Jato. Esse tema entrou no processo de escolha do novo presidente da Petrobras. Uma ala do governo passou a defender que o sucessor de Graça Foster não atendesse apenas ao mercado, mas que fosse também leal ao PT o suficiente para manter uma certa blindagem à presidente e ao partido.
O anúncio do novo nome veio depois que cinco dos sete diretores atuais e Graça Foster deixam os seus cargos. A renúncia da equipe foi comunicada na última quarta-feira pela estatal ao mercado em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além de Graça, renunciam o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, o da área Financeira, Almir Barbassa, o de Abastecimento, José Carlos Cosenza, o de Gás e Energia, Alcides Santoro, e o de Engenharia, José Figueiredo.
O diretor Corporativo, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), permanece no cargo, assim como o novo diretor de Governança, João Adalberto Elek. Dutra está afastado em licença médica.

COMENTÁRIO: 'My way'


Por Eliane Cantanhêde - ESTADAO.COM.BR

Hoje é dia de festa, com Lula e Dilma Rousseff na reunião do diretório nacional do PT. Que festa?! Dificilmente haveria momento pior para encontros do gênero e para comemorar os 35 anos do partido. Aliás, para comemorar qualquer coisa.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acaba de sofrer uma "condução coercitiva", algo ali entre depor espontaneamente e ser preso, pura e simplesmente. Em bom português, ele foi arrastado para depor.
Não bastasse, o ex-gerente executivo da Petrobrás Pedro Barusco revelou que o PT recebeu até US$ 200 milhões de propina. Espantoso.
Para completar, o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acatou o pedido de abertura de uma nova CPI da Petrobrás. Se há algo que nenhum governo quer, é uma CPI na sua cola.
Alguns podem ponderar que Dilma já matou no peito duas CPIs da Petrobrás. Sim, mas o momento era outro e Dilma estava bem mais parruda politicamente. A crise econômica não estava tão escancarada, a crise política era apenas latente, a conta de luz não tinha disparado, a ameaça de falta de luz e de água não contaminava o ambiente. E... as investigações da PF estavam apenas começando.
Hoje, a situação do governo e do PT é de isolamento e perplexidade. A diferença é que o governo está só isolado, mas o PT está também dividido. A cada sorriso, cochicho e abraço entre Dilma e Lula na festa de hoje, os petistas lembrarão quanto os dois, acuados, empurram as culpas um para o outro. Dilma empurra a culpa pela Petrobrás. Lula, a culpa pela economia.
Só resta ao partido - que completou 12 anos no poder e acaba de conquistar o quarto mandato nas urnas - torcer para ninguém sair cantando My Way (Meu jeito). Eternizada por Frank Sinatra, a música chegou à política brasileira quando o delator do mensalão, Roberto Jefferson, recitou ao ser preso no Rio: "E agora o fim está próximo". Estava mesmo. "Arrependimentos, eu tive alguns". Teve mesmo. E hoje?
My Way é o nome da nova etapa da Operação Lava Jato, porque o delator Barusco, que está aumentando o buraco - e os valores - do PT, chamava assim o colega de Petrobrás e de traquinagens Renato Duque, ex-diretor de Serviços da companhia.
Enquanto o partido de Lula e Dilma se debate sem saber para onde ir, o governo tenta desesperadamente achar um incauto do mercado que tenha um super nome, um currículo robusto e uma coragem de ferro para assumir a presidência da Petrobrás.
Vai ser difícil. O mais provável é que Dilma tenha de recorrer à lista de sempre com os economistas alinhados. Quem de fora é tão temerário a ponto de assumir uma companhia que perdeu bilhões em ativos nos últimos anos, foi tomada de assalto por partidos políticos, virou rendez-vous de doleiros, diretores e executivos da iniciativa privada? E que não é capaz de apresentar um balanço auditado e, last but not least, responde a processo na Justiça dos Estados Unidos.
Depois de nomear Joaquim Levy como salvador da Pátria, Dilma bem poderia resgatar Henri Philippe Reichstul, que fez uma gestão moderna, pragmática e séria na Petrobrás. Mas Dilma não chegaria a tanto.
Aliás, ela já tinha destacado Levy para operar a substituição de Graça Foster, mas, bastou a informação sair na imprensa, empurrou Aloizio Mercadante para o meio das negociações. Seria dar excesso de poderes ao tucano, ops!, ao ministro Levy.
Na festa de hoje, o PT, de tão bela origem e de tão boas intenções, vai brindar com amargura o seu próprio destino e com constrangimento os seus Vaccari, André Vargas e tantos outros que foram caindo pelo caminho e pelo "Meu jeito" de Lula governar.
Muitos, intimamente, já cantam: "Teve horas/ Eu tenho certeza de que você sabe/ Quando eu mordi mais do que podia mastigar".
Sim, nós sabemos.

COMENTÁRIO: Infeliz aniversário

Por Dora Kramer - ESTADAO.COM.BR

A condução coercitiva de alguém para depor no âmbito de uma investigação criminal significa que contra essa pessoa pesam evidências graves. Insuficientes para um pedido de prisão temporária, mas fortes o bastante para levar a polícia a solicitar à Justiça algo além de uma simples intimação.
Nessa condição é que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi conduzido ontem à Polícia Federal para prestar depoimento na nova e nona fase da Operação Lava Jato. Logo de manhã, representantes da PF e do Ministério Público esclareceram qual era a situação.
Vaccari foi chamado para contar o que sabia sobre doações (legais e ilegais) feitas por empresas que mantinham contratos com a Petrobrás, pois os investigadores o identificaram como o principal dos 11 operadores que atuavam na Diretoria de Serviços da estatal, comandada por Renato Duque por indicação do PT.
O nome do tesoureiro apareceu na rede dos depoimentos feitos sob os acordos de delação premiada. Aqueles em que o depoente precisa provar o que diz para obter os benefícios pretendidos. Portanto, é de se supor que João Vaccari tenha alguma dificuldade em continuar sustentando as negativas sobre quaisquer relações de proximidade com o esquema de propinas, diante das provas já coletadas.
Pedro Barusco, ex-gerente da Diretoria de Serviços, informou em seu acordo que Vaccari recebia dinheiro fruto de desvios. É claro que a polícia e a Justiça não se fiam apenas na palavra dele. Exigem provas. Ou não lhe conferem benefício algum.
O tesoureiro do PT até então nada havia dito a não ser repetir negativas sobre quaisquer envolvimentos e assim, pelo que transpirou, se manteve em seu depoimento à PF, repetindo o comportamento de seu antecessor Delúbio Soares, hoje em cumprimento de pena de prisão domiciliar. Os tempos, contudo, são outros.
De onde se acreditar na declaração do ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, segundo a qual não há o "menor constrangimento" para o partido nem para o governo com a condução coercitiva do tesoureiro à PF há uma distância amazônica.
Até porque partido e governo deveriam ser os primeiros a manifestar desconforto moral. Seria positivo para ambos uma vez na vida demonstrar alguma dignidade. Ainda que para constar. Não se constranger com acontecimentos dessa natureza realmente é comportamento de quem não se acanha diante de coisa alguma.
Verdade que o ministro é o mesmo que equiparou a derrota na disputa à Presidência da Câmara a episódio superável com uma rodada de "cervejinha". Mas, para o PT não poderia haver momento pior que a ocasião dos 35 anos de fundação do partido a ser comemorada hoje em Belo Horizonte diante de um triste paradoxo: de um lado a conquista do quarto mandato presidencial consecutivo, de outro uma crise profunda.
A cabeça no Planalto e o restante do corpo atolado no pântano até o pescoço.
Realidade que não foge ao alcance do ministro, da presidente da República nem de nenhum integrante do partido, cujos problemas internos e externos são inúmeros, sucessivos e tão grandes que não há tapete capaz de cobrir a quantidade da poeira acumulada.

Cenografia. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, cumpriu o compromisso com os eleitores de não criar obstáculo à instalação de nova CPI da Petrobrás. Daqui em diante, no entanto, não é com ele. Uma coisa é a formação, outra bem diferente é o funcionamento, a eficácia da comissão de inquérito.
Frente ao adiantado dos trabalhos da Polícia Federal e da Justiça, a CPI fará, como se dizia antigamente, "visagem".

ECONOMIA: Inflação acelera para 1,24% em janeiro, a maior taxa desde 2003

ESTADAO.COM.BR
ECONOMIA & NEGÓCIOS

Segundo o IBGE, em 12 meses, IPCA acumula alta de 7,14%, acima do teto da meta do governo, de 6,5%; alimentação, habitação e transporte influenciaram a alta dos preços
A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,24% em janeiro, a maior taxa registrada desde fevereiro de 2003, quando esta havia fechado em 1,57%. Com o resultado, a inflação acumula alta de 7,14% em 12 meses, ficando assim acima do teto da meta determinado pelo governo, de 6,5%. A taxa em 12 meses foi a mais alta desde setembro de 2011 (7,31%).
Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de janeiro ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que iam de uma taxa de 1,10% a 1,35% e levemente abaixo da mediana, de 1,25%. 
O resultado ficou 0,46 ponto percentual acima da taxa de dezembro (0,78%). Já em janeiro de 2014, a tava havia ficado em 0,55%.
O mercado já projeta inflação de 7,01% em 2015, segundo o relatório Focus do Banco Central divulgado nesta semana.
O que ficou mais caro. Segundo o IBGE, os grupos Alimentação e Bebidas, Habitação e Transporte foram responsáveis por 85% do índice em janeiro. Nos alimentos, vários produtos apresentaram aumentos expressivos, destacando-se a batata-inglesa (38,09%), o feijão-carioca (17,95%) e o tomate (12,35%)
Em habitação, o destaque ficou com a energia elétrica, cuja alta de 8,27% gerou impacto de 0,24 ponto porcentual no índice final, o mais elevado no mês. Porto Alegre registrou o maior aumento da conta de luz (11,66%), seguido por São Paulo (11,46%).
Os reajustes de passagens de ônibus pesaram mais no bolso das famílias em janeiro. As tarifas de ônibus urbano aumentaram 8,02%, os bilhetes de ônibus intermunicipal ficaram 6,59% mais caros, e o ônibus interestadual subiu 1,21%. "Em transportes, o destaque é ônibus urbano", apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Também influenciaram a elevação das despesas com Transportes (alta de 1,83% em janeiro), os aumentos no metrô (9,23%), táxi (2,63%) e trem (8,95%). Outros itens de consumo importantes que subiram foram automóvel novo (1,03%), automóvel usado (1,38%), conserto de automóvel (1,97%) e etanol (1,47%). 
(Com informações da Agência Estado)

CASO PETROBRÁS: Ex-gerente da Petrobrás abriu 19 contas na Suíça

ESTADAO.COM.BR
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE DO ESTADO - O ESTADO DE S. PAULO

Pedro Barusco, alvo da Operação Lava Jato e que admitiu ter dinheiro de propina no exterior, tentou transferir valores em março do ano passado, mas transação foi barrada pelas autoridades país
Genebra - O ex-gerente executivo de engenharia da Petrobrás Pedro Barusco abriu um total de 19 contas em nove bancos na Suíça para receber propinas e admite que, em março de 2014, tentou fazer transferências. Mas indicou em sua delação que suas contas foram congeladas naquele mês pelas autoridades suíças, que já investigavam o caso. A Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobrás foi deflagrada justamente em março do ano passado. Barusco, alvo da operação, está preso por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na estatal.
A Justiça suíça confirmou a informação e indicou que o sistema criado por Barusco de abertura de diversas contas e a criação de empresas offshore refletem um esforço de "camuflar" a origem do dinheiro. Os suíços, porém, evitam dar detalhes sobre o volume de dinheiro bloqueado.
Ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco 
Em sua delação premiada no âmbito da Lava Jato, Barusco confirmou que o esquema de propinas da estatal começou em 1997.
O teor do depoimento do ex-gerente serviu de base para a nona fase da operação da Polícia Federal, deflagrada nessa quinta-feira, 5, e apelidada de My Way, em referência a como Barusco chamava o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, também investigado.
Quantidade. O que chama a atenção dos investigadores no Brasil e na Suíça não são apenas os montantes depositados, mas também a quantidade de contas abertas em quase 20 anos. A primeira delas foi no Banco Republic, em 1997. Os valores seriam transferidos para o BBA Creditan, que "até março de 2003 já tinha US$ 1,4 milhão". Naquele mesmo ano, ele abriu uma conta no Banco Safra, que fecharia em 2004 com US$ 1,8 milhão.
Ainda em 2004, Barusco afirma ter criado uma offshore, a Tropez Real State, e uma conta em seu nome. Dez anos depois, essa conta foi fechada com US$ 13,5 milhões. Ele confessou que, desse total, US$ 8,7 milhões eram de propinas, principalmente da empresa holandesa SBM.
Em 2005, mais uma conta: desta vez no Banco Safra em nome da offshore Dole Tech. Ela seria fechada em 2014 com US$ 11 milhões. Desse total, US$ 8,1 milhões seriam de propinas.
O ex-diretor da Petrobrás abriu mais uma conta no Banco Safra em 2006, em nome da Marl Trader Services, empresa criada por ele e com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Em março de 2014, essa conta acumulava US$ 15,4 milhões, dos quais US$ 12,7 milhões eram de propinas. Ele fecharia essa conta em março para transferir o dinheiro para o Banco Cramer, em nome da empresa Ravenscroft Properties.
Outras contas. Em 2008, Pedro Barusco abriu mais uma conta, em nome da Rhea Comercial Inc, que acumulou US$ 14,2 milhões até março de 2014. Naquele mesmo ano, ele abriu mais uma conta no Banco Safra, com US$ 7,2 milhões até março de 2014 e em nome da empresa Pexo Corporation. Ali, segundo ele, é que estaria um depósito de US$ 1 milhão feito pela Odebrecht.
Em 2013, ele afirma ter aberto uma conta da empresa Canyon Biew no RBC da Suíça e transferiu do Julius Baer cerca de US$ 7,1 milhão. Em 2012, no tradicional banco Pictet, de Genebra, mais uma conta. Saldo: US$ 1,5 milhão.
Ele ainda possuía a conta Lodgy, no Royal Bank of Canada, em sua sede suíça, assim como no PKB e outra no banco Pictet. Ele e sua família ainda contam com duas contas no banco Lombard Odier, HSBC e Delta. Em outra conta, a Natiras Investments, o saldo era de US$ 2,9 milhões em março de 2014. Barusco teria ainda mais US$ 2,8 milhões em mais uma conta no Banco Cramer.
Bloqueio. O delatou também confessou que tentou, em março de 2014, fazer uma série de transferências. Mas com as investigações já em andamento, os suíços o impediram e bloquearam os valores.
Naquele momento, Berna já havia sido alertada pelas autoridades da Holanda e do Brasil sobre suspeitas envolvendo contratos entre a Petrobrás e a empresa holandesa SBM Offshore. As autoridades exigiram dos bancos informações sobre os clientes e, no momento que as transferências eram feitas, o dinheiro era congelado. Quatro contas em nome de sua família, porém, não foram bloqueadas naquele momento.
Barusco ainda indicou que, para a abertura das contas na Suíça, utilizou os serviços do mesmo intermediário que teria ajudado Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, e que tem US$ 23 milhões bloqueados nos bancos suíços. O intermediário, segundo Costa, era Bernardo Friburghaus, com escritórios no Rio de Janeiro.

NEGÓCIOS: Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, vai assumir a presidência da Petrobrás

ESTADAO.COM.BR
MURILO RODRIGUES ALVES - O ESTADO DE S. PAULO

Atual presidente do BB substituirá Graça Foster, que renunciou em meio ao desgaste provocado pela Operação Lava Jato
Brasília - O atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, vai assumir o comando da Petrobrás no lugar de Graça Foster, que renunciou ao cargo em meio ao desgaste provocado pelas denúncias de corrupção investigada pela Operação Lava Jato. Segundo fontes do governo, esta foi a solução encontrada para tentar estancar a crise da empresa.
Após surgirem especulações sobre a indicação de Bendine, as ações da Petrobrás voltaram a registrar queda na manhã desta sexta-feira, 6. O Conselho de Administração da empresa está reunido nesta manhã em São Paulo para definir a composição da nova diretoria da estatal. A expectativa é que a Petrobrás anuncie oficialmente os nomes apenas no fim da tarde, após o fechamento dos mercados.
Atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine
Bendine é presidente do BB desde abril de 2009, antes mesmo do início do governo Dilma e é nome de confiança do ex-presidente Lula. No fim de outubro, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que o Banco do Brasil aprovou concessão de crédito no empréstimo de R$ 2,7 milhões feito para a apresentadora de TV e socialite Val Marchiori. De acordo com a publicação, a empresária é amiga de Aldemir Bendine. Por meio de nota, o banco informou não haver ilegalidade na operação.
O Planalto teve menos de 48 horas para escolher o novo presidente da estatal, depois de Graça Foster e outros cinco diretores formalizarem o pedido de renúncia dos cargos, na quarta-feira, 4. A presidente Dilma Rousseff já havia sinalizado a troca atual diretoria, mas a troca só ocorreria após a aprovação do valor perdido em razão dos desvios na estatal. A companhia divulgou o último balanço financeiro sem essa informação.
Além de Bendine para a presidência, o governo decidiu também transferir para a diretoria Financeira da estatal o atual vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil, Ivan de Souza Monteiro. Dilma dará a Bendine, que está neste momento em São Paulo, liberdade para escolher o restante da equipe. O vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, vai assumir a presidência da instituição.

DIREITO:STJ - Falta de formação específica do perito não anula o laudo pericial

A falta de formação profissional específica do perito na área em que é realizada a perícia criminal não constitui motivo suficiente para anular o laudo técnico, que deve ser valorado pelo juiz em conjunto com as demais provas.
O entendimento é da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao rejeitar recurso que pedia anulação do laudo pericial feito por ocasião de um acidente com lancha ocorrido em 2010 no Lago Paranoá, em Brasília, que provocou a morte de duas irmãs. Com a rejeição do recurso, a Turma manteve decisão da Justiça do Distrito Federal que condenou o condutor da lancha por homicídio culposo.
“A depender da complexidade do crime a ser solucionado, é recomendável, no campo das expectativas, e não como exigência legal, que seja escolhido um perito oficial entre aqueles que tenham habilitação na área objeto da perícia”, afirmou o relator do caso, ministro Rogerio Schietti Cruz.
Entretanto, continuou, “a falta de formação específica na área analisada não anula o laudo pericial. Quando muito, a defesa pode criticar de forma veemente o resultado dos trabalhos, cabendo ao julgador valorar a prova técnica produzida e formar sua convicção pela livre apreciação do conjunto em decisão judicial devidamente motivada”.
Engenheiro naval
Os peritos subscritores do laudo são servidores públicos integrantes do quadro da Polícia Civil do Distrito Federal. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal acolheu o laudo, mas não impediu que a defesa apresentasse outro para contrapor ao oficial.
O condutor da lancha foi condenado a dois anos e 15 dias de detenção e teve a pena privativa de liberdade substituída por duas restritivas de direitos. Ele questionou a condenação com o argumento de que o laudo foi produzido por engenheiro civil, elétrico e mecânico e por odontólogo, quando deveria ter sido feito por engenheiro naval.
A defesa alegou que a decisão proferida pelas instâncias ordinárias contrariou o artigo 159 do Código de Processo Penal (CPP), uma vez que a perícia não poderia ser feita por profissional sem conhecimento específico na área. Teria contrariado ainda os artigos 7º e 8º da Lei 5.194/66 e os artigos 1º, 7º, 8º, 12 e 15 da Resolução 218/73 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que regulamenta a profissão de engenheiro.
Rogerio Schietti destacou que a perícia oficial é elaborada por profissional que, para ingressar na carreira pública, deve prestar concurso, preencher requisitos acadêmicos previamente estabelecidos e frequentar curso de formação. É ainda sujeito a supervisão, controle e orientação de uma divisão técnica, o que o diferencia de um perito particular.
Dosimetria
Ao analisar a dosimetria da pena – outro ponto questionado no recurso –, o ministro considerou que as circunstâncias do crime foram desfavoráveis ao recorrente, que ingeriu bebida alcoólica antes de conduzir a lancha em um passeio noturno, levando o dobro do número de passageiros permitido, muitos deles também embriagados.
Para a tragédia que matou as duas irmãs, de 18 e 21 anos, também contribuíram a insuficiência de equipamentos de segurança a bordo e o fato de a embarcação estar navegando longe das margens do lago, em local de grande profundidade.
Schietti frisou que, para obter uma dosimetria penal justa, o magistrado deve atentar nas singularidades do caso, observando as oito circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal. No caso, concluiu, a pena-base foi devidamente exacerbada pela análise desfavorável da culpabilidade, das circunstâncias e das consequências do crime.
Descuido
Segundo o relator, a valoração negativa da culpabilidade se justificou ante o descuido do réu com a segurança, evidenciado por vários fatos: seu conhecimento de que a lancha navegava “com pouca borda”, a permissão para o embarque de passageiros em excesso e a afirmação de que “havia homens capazes de salvar quem não soubesse nadar”, feita em resposta a uma pessoa que pôs em dúvida a segurança da embarcação.
O ministro ainda afastou a alegada ilegalidade na consideração negativa das consequências do crime. Disse que os eventos ultrapassaram o básico do tipo penal, pois as vítimas eram muito jovens e contribuíam para o sustento da família. Além disso, a tragédia casou considerável abalo emocional à irmã sobrevivente, que levará por toda a vida o trauma da experiência.
Leia a íntegra do voto do relator.

DIREITO: STJ - Renault deve indenizar motorista por falha de informação sobre air bag

A empresa Renault do Brasil deve indenizar um motorista do Paraná por defeito de informação sobre o funcionamento do sistema de air bagdo veículo Sénic, que não foi acionado por ocasião de acidente nas exatas circunstâncias descritas na publicidade.
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a empresa não cumpriu a promessa constante da peça publicitária, que garantia a ativação do air bag na hipótese de o veículo colidir frontalmente, com forte desaceleração.
Segundo as informações disponibilizadas aos consumidores, o acionamento do sistema de air bag se daria sempre que houvesse risco de impacto do motorista com o volante, o que se verificaria, necessariamente, diante de forte e brusca desaceleração causada por colisão frontal.
A decisão ocorreu por maioria de votos na Turma. Os ministros Marco Aurélio Bellizze, João Otávio de Noronha e Paulo de Tarso Sanseverino, de um total de cinco ministros que compõem a Terceira Turma, entenderam que houve defeito de informação em relação ao funcionamento do item, o que justifica a indenização, decorrente da frustração da legítima expectativa gerada no íntimo do consumidor pela informação defeituosa.
Os ministros que ficaram vencidos no julgamento, Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro, entendiam que a causa de pedir na ação indenizatória estava restrita ao defeito de produto, e não propriamente ao defeito de informação, o que inviabilizava o pedido de indenização no STJ. Os ministros vencidos consideravam ainda que havia o óbice da Súmula 7 do tribunal, que impede reanálise de provas na instância superior.
Recurso
O juízo de primeira instância fixou indenização no valor de R$ 30 mil, mas o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) reformou essa decisão sob o fundamento de que não havia nexo causal entre os alegados danos sofridos pelo motorista e uma eventual falha do equipamento. 
O motorista recorreu ao STJ sustentando que, quando da compra do veículo, foi motivado pela propaganda segundo a qual a segurança ali não era item opcional. Ele sofreu diversas lesões na face em razão do acidente.
A Renault argumentou que o sistema de air bag funcionou exatamente como foi projetado para funcionar. O sistema – explicou – não é ativado em qualquer situação de colisão, mas apenas quando o cinto de segurança, diante da súbita desaceleração, não se mostra suficiente para proteger o motorista de eventual impacto contra o volante. Como não teria havido defeito de fabricação do item, a indenização seria incabível.
Expectativa frustrada
De acordo com o ministro Bellizze, é desnecessário investigar se houve defeito de fabricação, já que é dever do fornecedor reparar os danos morais por defeito de informação.
Segundo ele, o não acionamento do mecanismo em situação de acidente grave, em descompasso com a publicidade promovida pela empresa, frustrou, por si só, a legítima expectativa de segurança gerada no consumidor, com significativo abalo em sua ordem psíquica.
O artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) reconhece a responsabilidade do fornecedor por defeito relacionado à segurança que se espera do produto nos casos em que a informação sobre sua utilização e riscos seja insuficiente ou inadequada.Leia a íntegra do voto vencedor.

DIREITO: TRF1 - DNIT é condenado a indenizar família por morte de motorista em rodovia

Crédito: imagem da Web
A 6ª Turma do TRF da 1ª Região reformou parcialmente sentença que condenou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) a indenizar em R$ 90 mil, a título de danos morais, viúva e filhos de um homem falecido em acidente de trânsito ocorrido em rodovia mal conservada. A autarquia também deve arcar com pensão no valor de quatro salários mínimos a ser partilhada na proporção de um terço em favor da esposa e dos filhos. A única modificação à sentença excluiu a autarquia do pagamento referente às despesas com funeral.
Na apelação, o DNIT afirmou que a hipótese em questão configura responsabilidade subjetiva e, como tal, depende da demonstração de culpa da parte demandada, o que não foi demonstrado pela parte autora. A autarquia imputou à vítima a adoção de conduta que contribuiu para o acidente, sob o argumento de que o condutor do veículo trafegava em velocidade incompatível com o local, considerando que chovia na noite do ocorrido.
O recorrente, ainda, alegou a inexistência de documentos confiáveis aptos a demonstrar as despesas com funeral e traslado do corpo, razão pela qual requereu a redução do valor da condenação. Acrescentou que não ficou demonstrado o verdadeiro valor da remuneração auferida pelo falecido nem a profissão de motorista que supostamente exercia. Com tais argumentos, o apelante pugnou pela reforma da sentença para que sejam reduzidos os valores da condenação.
Decisão - Ao analisar o caso, apenas o argumento referente à comprovação das despesas com funeral foi aceito pela Turma. “Cabia à parte autora comprovar devidamente as despesas efetuadas com o funeral, o que não ocorreu, na espécie, razão por que é descabida a condenação ao respectivo ressarcimento”, disse o relator, desembargador federal Daniel Paes Ribeiro, no voto.
Com relação às demais alegações, o relator destacou que há nos autos documentos idôneos que comprovam despesas para cuja solução os autores dependiam da remuneração auferida pelo falecido, razão pela qual manteve a sentença em todos os seus termos. “Mantenho o quantum da pensão devida aos autores em quatro salários mínimos. Referida pensão deverá ser partilhada na proporção de um terço, em favor da esposa e dos filhos, de modo que a primeira receberá sua fração até a data em que o falecido completaria 65 anos de idade, e os filhos até completarem 25 anos de idade”, afirmou.
O magistrado também manteve em R$ 90 mil a indenização por danos morais, sendo R$ 30 mil para cada uma das partes. “Mantenho o valor da indenização referente aos danos morais por mostrar-se adequado para reparar o gravame sofrido”, ressaltou.
Com essa fundamentação, a Turma, de forma unânime, deu parcial provimento à apelação do DNIT para excluir da condenação o pagamento referente às despesas com funeral.
Processo n.º 0042447-81.2013.4.01.0000
Data do julgamento: 15/12/2014 
Data de publicação: 24/01/2015

DIREITO: TRF1 - Adquirente deve arcar com taxas condominiais atrasadas de imóvel comprado em leilão

A 6ª Turma do TRF da 1ª Região reformou parcialmente sentença que, ao analisar ação de cobrança ajuizada por condomínio, condenou a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) ao pagamento das taxas condominiais vencidas no período de agosto de 2001 a novembro de 2008, no valor de R$ 21.292,91, devidamente atualizadas. Segundo a Corte, ocorreu a prescrição das parcelas vencidas anteriores a 08/01/2004. 
Na apelação, a Emgea sustentou preliminarmente a prescrição das taxas condominiais vencidas há mais de cinco anos. No mérito, alegou que, “tendo adquirido o imóvel em hasta pública, não responde por quaisquer dívidas anteriores”. Argumentou também não haver qualquer prova da existência do débito e que a cobrança de encargos moratórios é indevida, “uma vez que não deu causa à mora, tendo adjudicado o imóvel após o vencimento das taxas condominiais cobradas”.
Em seu voto, o relator, desembargador federal Daniel Paes Ribeiro, esclareceu que, como a presente ação foi ajuizada durante a vigência do Código Civil de 2002, há de se aplicar à hipótese o prazo prescricional nele previsto, qual seja, o de cinco anos a contar de 11 de janeiro de 2003. “No caso em apreço, tendo sido ajuizada a ação somente em 08/01/2009, há de se reconhecer a prescrição das parcelas vencidas antes de 08/01/2004”, disse.
O magistrado, entretanto, fez algumas observações com relação aos argumentos trazidos pela recorrente. “No que se refere à alegação de que não há nos autos qualquer comprovação da existência da dívida, a planilha de cálculo trazida com a petição inicial, ao contrário do que afirma a apelante, esclarece os períodos em atraso e os atrasos individualizados”, ponderou.
O desembargador Daniel Paes Ribeiro finalizou seu entendimento ressaltando que “as taxas e contribuições devidas ao condomínio constituem obrigação do adquirente, respondendo ele pelo adimplemento, ainda que se trate de parcelas vencidas antes da sua aquisição”.
Dessa forma, a Turma, por unanimidade, deu parcial provimento à apelação, apenas para declarar a prescrição das parcelas anteriores a 08/01/2004.
Processo n.º 0000635-83.2009.4.01.3400
Data do julgamento: 15/12/2014 
Data de publicação: 22/01/2015

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

CASO PETROBRÁS: Renato Duque recebia propina na sede da Petrobras, diz delator

FOLHA.COM
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
RUBENS VALENTE
GABRIEL MASCARENHAS
DE BRASÍLIA

O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, recebia propina dentro da sede da estatal, segundo declarações de Pedro Barusco, que era gerente dessa mesma área. Barusco disse no acordo de delação premiada que fez com procuradores da Operação Lava Jato que ele próprio entregou recursos de suborno a Duque dentro da estatal.
O ex-gerente afirma que ele recebeu por Duque cerca de US$ 40 milhões entre 2003 e o fim de 2011 em contas no exterior. Barusco relata que também recebia propinas em reais, pagas mensalmente entre 2005 e 2011, em valores que somam entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.
Ainda de acordo com Barusco, os montantes em reais eram entregues a Duque dentro da diretoria de Serviços.
O ex-diretor de Serviços foi indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu e ocupou o posto entre 2003 e 2011, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Duque negou em inúmeras ocasiões que José Dirceu tenha sido o seu padrinho na estatal.
O delator conta que havia vários caminhos para que o suborno chegasse aos diretores da Petrobras. Segundo ele, um dos operadores do suborno, Shinko Nakandakari, "entregava pessoalmente o dinheiro em euros, reais ou dólares, sempre na quantia correspondente a aproximadamente R$ 100 mil, normalmente nos hotéis Everest, Softel e Caesar Park, onde tomavam um drink ou jantavam".
Ainda segundo ele, Shinko entregava a propina em nome de Galvão Engenharia, EIT e Contreiras.
O delator afirmou que ia na casa de outro repassador de suborno, Mario Goes, para pegar "umas mochilas com valores", que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Goes, afirmou, pagava propina em nome as seguintes empresas: UTC, MPE, OAS, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Schain, Carioca e Bueno Engenharia.
CAIXA
Barusco disse que guardava o dinheiro em uma caixa em sua casa, "que era usado para pagamento de despesas pessoais e para fazer repasses a Renato Duque".
De acordo com O ex-gerente, até presidentes de empreiteiras faziam pagamento de suborno sem usar intermediários. Ele cita o ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Collares (que deixou o cargo há dois anos), como um dos "agia diretamente como operador no pagamento de propinas". O dono da GDK, César Oliveira, também agia dessa forma, ainda de acordo com Barusco.
Em 2005, a apuração sobre o mensalão descobriu que a GDK dera um jipe Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 70 mil, a Silvio Pereira, secretário-geral do PT naquela época. A empresa passa por dificuldades econômicas e está em recuperação judicial desde 2013.
PRISÃO E LIBERDADE
Duque foi preso por ordem do juiz federal Sergio Moro e solto por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, em 3 de dezembro do ano passado. Ele havia sido preso 19 dias antes, em 14 de novembro.
Segundo o ministro, não havia nenhum fato concreto que justificasse a prisão de Duque. O fato de o ex-diretor da Petrobras ter contas ilegais no exterior não eram motivo suficiente para ficar detido, de acordo com o ministro.
Na última semana sexta-feira (30), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu um parecer favorável para que Duque seja preso novamente. O parecer com o novo pedido de prisão foi enviado ao ministro Teori Zavascki, responsável por julgar no Supremo as questões da Lava jato.
OUTRO LADO
O advogado de Duque, Renato Moraes, diz que seu cliente nega que tenha recebido qualquer recurso ilegal de Barusco ou de empresas contratadas pela Petrobras. "O Renato está indignado. Ele achou absurdas as referências feitas a ele na delação de Barusco. Percebo que há um direcionamento político nas delações para atingir o PT", afirma o advogado.
Outro advogado que representa Duque, Alexandre Lopes, afirmou à Folha: "O senhor Pedro Barusco mentiu, no que tange a Renato Duque, em suas declarações. Pedro Barusco trouxe Renato Duque para o processo, realizando delação falaciosa, com a intenção de ser agraciado pela Justiça com um prêmio, que é o de permanecer em liberdade, apesar de ter confessado inúmeros crimes. Malgrado todas as suas assertivas, não apresentou ao Ministério Público Federal nenhuma prova contra Renato Duque, o que demonstra a fantasia das acusações".
A Queiroz Galvão diz que não comenta investigações em andamento e que irá prestar todos os esclarecimentos às autoridades.
As demais empreiteiras citadas por Barusco negam enfaticamente que tenham pago suborno para obter contratos na Petrobras.

CASO PETROBRÁS: Planilha de Barusco detalha percentual desviado de cada obra na Petrobras

OGLOBO.COM.BR
POR RENATO ONOFRE

Onze operadores comandaram o pagamento de propinas desviadas de 87 obras da estatal
SÃO PAULO — Onze operadores citados em planilha do ex-gerente executivo da Petrobras, Pedro Barusco, atuaram em 87 obras que somaram R$ 47 bilhões no Brasil e US$ 11 bilhões em contratos no exterior. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o delator disse que de 1% a 2% dos contratos firmados, entre 2003 e 2010, na estatal eram repartidos entre partidos políticos e dirigentes da estatal. (VEJA A PLANILHA COMPLETA)
Um dos principais nome dentro do esquema é o do consultor Mario Goes, proprietário da Rio Marines. Segundo Barusco, o engenheiro era a figura responsável pelo pagamento regular de propinas em nome de “várias” construtoras no Brasil e no exterior. Em muitos casos, os pagamentos era feitos em dinheiro vivo entregue por Goes à políticos e funcionários da estatal em hotéis e restaurantes do Rio.
Os encontros eram sempre em hotéis e restaurantes do Rio onde o próprio consultor entregava malas de dinheiro contando até R$ 500 mil em cada uma com a propina. Outra parte dos recursos era depositada diretamente em contas no exterior.
Além dos operadores, que faziam o pagamento das propinas, na planilha é possível identificar quem em cada empresa ficou responsável por negociar as vantagens indevidas com os dirigentes da Petrobras. Parte dos nomes citados por Barusco já está presa na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde novembro.
A planilha detalha ainda o percentual de propina em cada obra e a quem ela destinava. A participação de cada um era anotada em códigos. Onde aparece escrito “PR” significa o valor pago à ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, acusado pelo MPF de operar em favor do PP.
Os recursos desviados para o PT foram grafados por Barusco com a anotação “PART”. Em depoimento, ele revelou o partido recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina. Cerca de US$ 50 milhões passaram pela mão do atual tesoureiro do PT João Vaccari Neto, segundo Barusco. Onde está escrito “casa” seria a parte que coube no esquema a Barusco e ao ex-diretor de Serviços Renato Duque.

ECONOMIA: Dólar fecha estável, a R$ 2,742, e continua com o maior valor em 10 anos

Do UOL, em São Paulo

Em dia de sobe e desce, o dólar comercial fechou praticamente estável nesta quinta-feira (5), com leve queda de 0,02%, cotado a R$ 2,7415 na venda. Com isso, a moeda norte-americana se mantém no maior valor de fechamento desde 23 de março de 2005, quando valia R$ 2,749.
Na véspera, o dólar havia fechado em alta de 1,78%, a R$ 2,742. A alta expressiva ontem impediu que o dólar avançasse mais nesta sessão. 
Investidores estavam pessimistas com a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro. O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, prometeu nesta quinta-feira "colocar um fim de uma vez por todas" às políticas de corte de gastos impostas pela União Europeia.
As declarações intensificaram as preocupações com o futuro do país na zona do euro, após o Banco Central Europeu deixar de aceitar títulos gregos como garantias de empréstimos.
No contexto brasileiro, investidores esperam a escolha do novo presidente da Petrobras, após a renúncia de Graça Foster na véspera. A decisão está prevista para amanhã.
Atuação no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta. Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional: 1.000 com vencimento em 1º de dezembro deste ano e os outros 1.000 para 1º de fevereiro do ano que vem.
O BC realiza leilões diários de contratos de swap cambial. Isso equivale a vender dólares no futuro. Os investidores, em vez de comprarem dólares agora, ficam com um papel, que garante um preço predeterminado mais para a frente. Com a compra de papel no lugar do dólar, a moeda tem menos procura agora e tende a cair de valor.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 2 de março. Foram vendidos 13 mil swaps: 8.500 com vencimento em 1º de abril de 2016, e os outros 4.500 para 1º de junho do próximo ano.
A operação movimentou o equivalente a US$ 631,3 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,528 bilhões, ou cerca de 25% do lote total, correspondente a US$ 10,438 bilhões.
(Com Reuters)

ECONOMIA: Saques da poupança superam depósitos em R$ 5,5 bi, pior saldo em 20 anos

Do UOL, em São Paulo

Os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 5,528 bilhões em janeiro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (5).
Este é o pior resultado mensal desde o início da série histórica, em janeiro de 1995.
É o primeiro resultado negativo mensal desde abril do ano passado, quando a chamada captação líquida (diferença entre saques e depósitos) foi negativa em R$ 1,273 bilhões.
Todo o dinheiro aplicado na poupança rendeu R$ 3,578 bilhões no mês passado. O saldo total da aplicação no Brasil, portanto, ficou em R$ 660,776 bilhões.
Em 2014, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 24 bilhões, o 9º resultado positivo seguido.
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