sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ECONOMIA: Bovespa e dólar operam em queda nesta sexta; acompanhe

Do UOL, em São Paulo

A Bovespa opera em baixa nesta sexta-feira (15). Por volta das 11h30, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) perdia 0,32%, a 57.891,89 pontos.
O dólar comercial recuava 0,1%, a R$ 1,956 na venda.
euro perdia 0,21%, a R$ 2,608 na venda.
Bolsas internacionais
Enquanto investidores estão atentos às reuniões do grupo das 20 principais economias do mundo, em Moscou, a Bolsa de Tóquio teve a pior queda entre as Bolsas asiáticas, reflexo também do sentimento em relação ao Banco do Japão, BC do país. A Bolsa de Tóquio encerrou em queda de 1,18%.
O mercado em Seul terminou em leve alta de 0,08%. Em Hong Kong, houve valorização de 0,13%, enquanto Cingapura teve queda de 0,22%. As Bolsas em Xangai e Taiwan seguiram fechadas pelo feriado.
(Com Reuters)

MUNDO: Papa nomeia novo presidente do Banco do Vaticano

Do ESTADAO.COM.BR
AE - Agencia Estado

Decisão encerra busca que já durava sete meses e contou com a ajuda de uma agência internacional de recrutamento; Banco do Vaticano é criticado por falta de transparência
CIDADE DO VATICANO - Em uma de suas últimas medidas no cargo, o papa Bento XVI nomeou o alemão Ernst Von Freyberg como o novo presidente do Banco do Vaticano, uma instituição financeira cheia de segredos que está sob forte pressão de reguladores internacionais para melhorar suas ações de transparência.
O Vaticano comunicou a indicação de Von Freyberg, um advogado que integra a Ordem Soberana e Militar de Malta, ordem cavalheiresca que nasceu na Idade Média.
A decisão encerra uma busca que já durava sete meses e contou com a ajuda de uma agência internacional de recrutamento, informou um porta-voz do Vaticano. O ex-presidente do Instituto para Obras de Religião (IOR), como o banco também é conhecido, Ettore Gotti Tedeschi, deixou o cargo em maio após um voto de desconfiança do conselho da instituição.
A restauração da confiança pública a respeito de como o Vaticano cuida de suas finanças se tornou uma das principais prioridades dos funcionários da Santa Sé durante uma investigação contínua, de dois anos, feita por promotores italianos sobre se o Banco do Vaticano violou leis sobre lavagem de dinheiro da Itália, acusação negada pelo Vaticano.
O reverendo Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse que Von Freyberg fora indicado pela comissão de cardeais do banco, que segundo ele "estiveram sempre unidos e de acordo com suas medidas".
O cardeal Jose Saraiva Martins disse em entrevista à televisão que o fato de a presidência estar vaga era "um problema urgente". "Ao fazer a nomeação, podemos evitar que coisas falsas sejam ditas", afirmou ele. "Se há problemas no IOR, elas precisam ser resolvidas o mais rápido possível." As informações são da Dow Jones.

ECONOMIA: Receita deposita hoje restituições da malha fina

Do ESTADAO.COM.BR
Yolanda Fordelone
Agência Brasil

Brasília – A Receita Federal paga hoje (15) um lote residual de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física, que estavam retidas na malha fina. No lote constam declarações dos exercícios 2012, 2011, 2010, 2009 e 2008. O dinheiro estará depositado para um total de 92.562 contribuintes.
Em relação ao exercício 2012, serão creditadas restituições para um total de 64.289 contribuintes, com correção de 6,6%. Para o exercício 2011, serão creditadas restituições a um total de 12.546 contribuintes, corrigidas em 17,35%.
Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet, ligar para o Receitafone (146) ou utilizar um aplicativo para tablets e smartphones que permite, entre outras coisas, a consulta às restituições.
O aplicativo, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), é gratuito e pode ser utilizado para o Android, sistema do Google, e o iOS, criado pela Apple.

COMENTÁRIO: Força em movimento

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Até a última contagem já tinha ultrapassado a casa do 1,5 milhão, e não parava de aumentar, o número de adesões a um abaixo-assinado que corre na internet com a finalidade de levar ao Senado um pedido de impeachment contra o presidente da Casa, Renan Calheiros.
Tecnicamente, já seriam assinaturas suficientes para criar um partido (cerca de 500 mil) ou para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para o Congresso - é preciso que no mínimo 1% do eleitorado de pelo menos cinco Estados assinem, hoje algo em torno de 1,4 milhão, considerando os cerca de 139 milhões de eleitores brasileiros.
Objetivamente, porém, o movimento não tem efeito. Nada a ver com a mobilização que levou à aprovação da lei da Ficha Limpa em 2010.
Interrupção de mandatos de congressistas não estão entre os objetos de iniciativas populares, bem como entre os motivos para perda de mandatos de deputados e senadores listados no artigo 55 da Constituição não está o desejo de milhares ou milhões de cidadãos, expresso em abaixo assinado. Virtual ou não.
Os criadores do movimento sabem disso. Tanto que avisam que o que pretendem é criar um fato político. "Fazer confusão" e chamar atenção para a deformação de se ter na presidência do Senado um parlamentar investigado em diversos inquéritos e recentemente denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por desvio de dinheiro público e utilização de documentos falsos. 
Há duas maneiras de ver esse episódio. A pessimista, que também poderia ser chamada de realista, encara isso como uma brincadeira inconsequente devido às ínfimas chances de o Senado se sensibilizar e decidir abrir outro processo por quebra de decoro parlamentar - por ora o único instrumento possível para se afastar Calheiros do posto para o qual acabou de ser eleito.
O outro modo de se olhar o protesto aparentemente inócuo é sob a perspectiva otimista de que há forças em movimento. Não daquela maneira que incentivou o Congresso a aprovar o impeachment de Fernando Collor, que acabou levando à Anistia, ao apelo por eleições diretas, ao fim do regime militar: as grandes mobilizações de rua.
Agora há um novo jeito: por meio da internet. Parece algo acomodado, mas talvez assim pareça apenas por falta de costume e de mecanismos que, ao mesmo tempo, validem os protestos e sirvam como canais de transmissão até as instâncias onde possam ser materializados.
Nesse caso de Renan Calheiros, não há prejuízo concreto que possa lhe ser imposto pelo ato do abaixo-assinado. Mas o Congresso terá de se dar ao trabalho de ouvir o barulho e à desfaçatez de ignorá-lo. 
Capital inicial. Correm de novo no mundo político versões sobre fusões entre partidos. 
A fim de não incorrer em perda de tempo, quando se ouvir falar nesse assunto, convém levar em conta um dado: em princípio a legenda nenhuma interessa incorporar-se a outra.
Se extintas, não têm acesso ao dinheiro do Fundo Partidário, dão adeus ao tempo de propaganda no rádio e na televisão (instrumento de negociação sempre tão útil em anos eleitorais) e perdem prerrogativas congressuais destinadas exclusivamente a partidos com representação no Legislativo.
Picolés de chuchu. O PSDB já prepara o primeiro acontecimento para pôr na rua o bloco da candidatura presidencial do senador Aécio Neves: uma série de palestras que sirvam como instrumentos de reflexão sobre "temas contemporâneos".
Enquanto isso, Dilma Rousseff reativa o palanque de 2010, Eduardo Campos abre alas e pede passagem para 2014 e Marina Silva lança um novo partido com foco na conquista da moçada cansada da guerra de lideranças antigas.

POLÍTICA: Procurador já analisa denúncia de Marcos Valério contra Lula

Do ESTADAO.COM.BR
MARCELO PORTELA - O Estado de S.Paulo

Leonardo Melo, do MPF de Minas, recebeu depoimento de publicitário enviado por Roberto Gurgel: operador do mensalão citou petista como beneficiário do esquema
BELO HORIZONTE - O Ministério Público Federal em Minas Gerais começou a analisar esta semana o depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, no qual ele acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter recebido recursos do esquema do mensalão, julgado no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal.
O material encaminhado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para a primeira instância - já que o ex-presidente Lula não possui mais foro privilegiado -, foi distribuído para o Núcleo do Patrimônio Público do MPF em Belo Horizonte, composto por quatro procuradores.
Por sorteio, a análise ficará a cargo do procurador Leonardo Augusto Melo. Ele vai avaliar as declarações de Valério - condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo -, que disse em depoimento na Procuradoria-Geral da República, em setembro último, que Lula sabia do esquema e que cerca de R$ 100 mil foram usados para pagar despesas pessoais do então presidente.
O procurador mineiro vai decidir se anexa o depoimento de Marcos Valério a algum dos procedimentos que já tramitaram no órgão ou se abre uma nova investigação - ou , ainda, se arquiva o caso. Conforme a assessoria do Ministério Público Federal, não há prazo para a decisão.
Condenações. Em Minas foi realizada a maior parte das investigações desmembradas do processo que tramitou no Supremo. Desde 2006, a Procuradoria da República no Estado já apresentou pelo menos seis denúncias ou ações originadas do escândalo do mensalão. Elas resultaram em ao menos quatro condenações. Entre elas, a primeira registrada no mensalão: o advogado Rogério Tolentino foi condenado a 7 anos e 4 meses de prisão por lavagem de dinheiro.
Empréstimos fictícios. Outra denúncia resultou na condenação de Valério, executivos do Banco BMG e os ex-dirigentes petistas José Genoino e Delúbio Soares pela montagem de empréstimos "fictícios" e "falsos" ao PT em 2003 e 2004.
Valério e seus ex-sócios também já foram condenados por sonegação e falsidade.

MUNDO: Oscar Pistorius chora e é acusado de premeditar assassinato da namorada

Do ESTADAO.COM.BR
Agência Estado-AP

Justiça sul-africana negou pedido de fiança e atleta fica na prisão pelo menos até terça
PRETÓRIA - O astro paralímpico Oscar Pistorius chegou nesta sexta-feira a um tribunal de Pretória, onde foi prestar depoimento depois de ter sido acusado de assassinar a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, com quatro tiros na sua própria residência na capital da África do Sul na última quinta. O atleta escondeu o rosto com o paletó do terno que usava em sua chegada ao local, chorou abertamente e depois foi acusado formalmente pelos promotores do caso de premeditar o assassinato.
Lucky Nxumalo/AP - 04/11/2012
Reeva Steenkamp foi morta com quatro tiros
A Justiça de Pretória também negou o pedido de fiança feito pelos advogados de Pistorius. O atleta estava sob custódia da polícia e passou a última noite na prisão, onde deverá permanecer pelo menos até a próxima terça-feira, para quando foi marcada pelo juiz Desmond Nasir uma nova audiência com o atleta.
Acusado de assassinato, a estrela do atletismo não conseguiu segurar as lágrimas em sua primeira audiência no caso que chocou a África do Sul e o próprio mundo do esporte, pois o corredor é um dos atletas mais importantes da atualidade e fez história no ano passado ao se tornar o primeiro biamputado a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos, em Londres.
O corredor de 26 anos de idade compareceu ao tribunal acompanhado do seu pai, Henke, do irmão, Carl, e da irmã, Aimee, além de outros parentes e amigos que foram dar suporte ao atleta, que se mostrou visivelmente abalado.
A polícia informou nesta sexta-feira que uma autópsia no corpo da vítima estava sendo feita, mas a tenente-coronel Katlego Mogale avisou que os resultados obtidos através da mesma não seriam divulgados.
Mais de 100 pessoas lotaram o tribunal de Pretória para acompanhar o depoimento de Pistorius, assim como dezenas de cinegrafistas e fotógrafos estiveram presentes no local. Anteriormente, o atleta deixou a delegacia na qual estava preso escondendo o rosto com uma jaqueta, antes de entrar em um carro de polícia que o levou até o tribunal. Aparentemente, ele estava segurando um lenço branco em uma das mãos.
A polícia sul-africana informou que Reeva Steenkamp, de 30 anos, foi baleada com quatro tiros dentro da casa de Pistorius, que fica em um condomínio de luxo em Pretória. Agentes encontraram uma pistola de 9 milímetros dentro do local e prenderam Pistorius sob acusação de matar a namorada.
Agora formalmente acusado de assassinato premeditado, Pistorius representou a África do Sul nos 400 metros e no revezamento 4x400 metros da Olimpíada de 2012, tendo atingido a semifinal da primeira destas duas provas. O astro, que corria com próteses nas duas pernas, também participou da Paralimpíada de Londres, na qual manteve o título dos 400 metros.

ECONOMIA: Governo usa tributo menor contra inflação


Da FOLHA.COM
VALDO CRUZ, DE BRASÍLIA

O corte de impostos de itens da cesta básica e a redução do PIS/Cofins são umas das armas do governo Dilma para tentar segurar a inflação neste ano e garantir expansão do PIB acima de 3%.
A ideia é que até junho sejam anunciadas a desoneração tributária da cesta básica e uma redução horizontal na cobrança de PIS/Cofins, atingindo praticamente todos os setores da economia.
Com esses cortes, a expectativa é que os preços dos setores beneficiados caiam, ajudando a conter a inflação num momento em que a taxa anualizada deve fica acima de 6% até junho, pelo menos.
Assim, o Banco Central pode não ter de elevar a taxa de juros, algo que o Planalto prefere que não aconteça.
Em janeiro, com a alta de 0,86% no IPCA, a inflação anualizada bateu em 6,15% (o teto da meta é de 6,5%) e acendeu o sinal de alerta no governo. O próprio Banco Central fez questão de divulgar que a taxa "preocupa" e deixa a instituição numa situação "desconfortável".
A nova rodada de desonerações tributárias segue a estratégia adotada com o corte nas tarifas de energia.
Segundo a Folha apurou, o corte de impostos da cesta básica, já anunciado por Dilma, pode ser divulgado em até dois meses e teria o efeito de reduzir a inflação em, ao menos, 0,3 ponto percentual.
O governo decidiu também acelerar os estudos sobre as mudanças no sistema de pagamento do PIS/Cofins.
Com isso, além de reduzir o custo Brasil e gerar maior competitividade, objetivo original da ideia, a mudança nos dois tributos passou a fazer parte do arsenal do governo para baixar a inflação.
A extensão da medida dependerá do custo fiscal e, por isso, pode ser adotada gradualmente, mas sempre beneficiando a economia de forma horizontal, e não setorizada.
Em 2012, o governo foi muito criticado por escolher os setores beneficiados com as desonerações tributárias.
Editoria de arte/Folhapress

POLÍTICA: Marina tem dificuldades de atrair políticos de peso para seu partido

De OGLOBO.COM.BR
JÚNIA GAMA (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
GUSTAVO URIBE (FACEBOOK·TWITTER)
CÁSSIO BRUNO (FACEBOOK·TWITTER)

Projeto muito personalizado e regras inusitadas afastam da nova legenda nomes de tradição
A ex-senadora Marina ainda não conseguiu atrair políticos de peso; Alfredo Sirkis é seu principal articulador no Rio O GLOBO / André Coelho
BRASÍLIA, SÃO PAULO E RIO - O processo de criação do 31º partido político brasileiro, encabeçado por Marina Silva, a ex-senadora pelo Acre e dona de 20 milhões de votos na última eleição presidencial, terá seu grande dia neste sábado, em Brasília, quando será definido o seu nome e serão lançados o programa e o estatuto provisórios, com ideias peculiares e uma série de restrições ao comportamento vigente da política atual. Marina está contando com apoio e solidariedade de políticos de vários partidos, PT e PSDB principalmente, mas poderá ter dificuldades em assinar a ficha de filiação de muitos deles. Até o momento, apenas três parlamentares confirmaram o desejo de migrar para a legenda: Alfredo Sirkis (PV-RJ), Walter Feldman (PSDB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA).
Outros nomes cotados como possíveis correligionários de Marina no partido, que por enquanto se chama “Rede”, já avisaram, por meio de assessoria, que ficam onde estão, entre eles os deputados Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ).
O processo de criação precisa ser concluído até o início de outubro, para que os filiados possam disputar as eleições do ano que vem. Não será difícil conseguir 500 mil assinaturas em nove estados, como exige o Tribunal Superior Eleitoral. O desafio é conseguir apoios políticos efetivos que viabilizem a vida do partido.
Reservadamente, políticos assediados alegam que a legenda está se constituindo como “o partido da Marina”, pois a maior preocupação, dizem, é garantir a candidatura dela a presidente em 2014. Marina não estaria disposta a trabalhar por candidaturas a governos estaduais e ao Senado, por exemplo.
Tempo de Mandato: limite de 16 anos
Além desse temor, regras previstas no estatuto provisório — que deverá sofrer alterações ao longo deste ano — servem como repelente para políticos. É o caso da limitação a 16 anos do tempo de mandato parlamentar de um filiado. Serão proibidas filiações de políticos “ficha-suja”e haverá teto para doações de pessoas físicas e jurídicas. O estatuto provisório, que deverá ser aprovado no sábado, proíbe a contribuição de setores cuja lógica produtiva “não seja ligada à sustentabilidade”, assim como de empresas das áreas de cigarros, armamentos, agrotóxicos e bebidas alcoólicas. A proposta é de que a nova sigla não tenha um presidente nacional, mas uma comissão executiva cujos membros tenham poderes iguais. O coordenador jurídico da rede Pró-partido, André Lima, diz que a ideia é impedir a formação de “caciques”:
— Queremos trabalhar como uma rede, sem caciques políticos. O limite de 16 anos de mandato abre espaço para novas lideranças — disse Lima, ressaltando que o grupo ainda não está discutindo alianças ou questões eleitorais.
Outro ponto que preocupa simpatizantes do partido é a intenção de reservar 30% das vagas no Congresso a candidaturas avulsas, para os que não tenham comprometimento partidário — a filiação partidária é obrigatória para o candidato. A ideia de fazer plebiscito após 20 anos para avaliar se o partido deve continuar a existir também provoca calafrios em políticos.
Um parlamentar simpatizante da ex-senadora diz que os colegas cotados para ir para a nova legenda estão inseguros sobre como será o partido:
— As ideias são, no mínimo, inusitadas. É bem intencionado, mas está sendo conduzido por pessoas de outras áreas, sem experiência partidária. É tão utópico, distante, que fica difícil saber se é possível. Marina atrai, mas o fato de ela ter 20 milhões de votos não quer dizer que tenha tarimba para ser líder de partido.
Outro político que conversa com o grupo de Marina acredita que ela não conseguirá estruturar uma legenda:
— A Marina não está montando um partido para ganhar eleição, ela quer somente repetir os 20 milhões que fez em 2010 e ser uma popstar. Somente os idealistas vão para um partido desse.
Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Simon (PMDB-RS) e a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) serão procurados após a criação do partido. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) já declarou que ajudará na fundação, mas que, por ora, não pretende sair do PT.
— Eu, Sirkis e Domingos Dutra vamos participar da fundação e assinar como fundadores. Os outros deverão analisar por mais tempo, e não devem, neste primeiro momento, participar. O processo de formação do partido vai demorar cerca de seis meses. Com a criação da legenda, haverá mais tranquilidade (para adesões) — avaliou Walter Feldman.
Ao contrário dos partidos que sangraram em 2010 e 2011 com a ida de filiados para o PSD, dirigentes de outras legendas não mostram preocupação. Como o deputado Sarney Filho (PV-MA), que foi companheiro de partido da ex-senadora:
— No Congresso, acredito que só o deputado Sirkis vai para o partido. É irrelevante em termos de Legislativo. Quanto mais partido para favorecer a causa do desenvolvimento sustentável, melhor. Já estamos em extrema desvantagem em relação aos ruralistas.
Nem mesmo no Planalto a criação do partido de uma potencial concorrente da presidente Dilma Rousseff é levada muito a sério. A avaliação é que a legenda deve enfrentar dificuldades para se viabilizar, diferentemente do PSD de Gilberto Kassab, que nasceu com respaldo de parlamentares e políticos nos estados.
Uma das estratégias do novo partido, já com vistas a 2014, será um pacto de “não agressão” com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
— A ideia é ter bom relacionamento, pacto de não agressão. Achamos difícil aliança. Campos é um dos políticos mais permeáveis ao que a gente defende — disse Sirkis.

ECONOMIA: Dona da marca Parmalat no Brasil entra com pedido de recuperação judicial


Do UOL


PaoloCocco/AFP
A Lácteos Brasil (LBR), empresa que controla a Parmalat e outras nove marcas de laticínios no país, entrou com pedido de recuperação judicial, segundo informou nesta sexta-feira (15) a Monticiano, empresa que tem participação na companhia em parceria com a Laep.
Maior fabricante de laticínios do país, a LBR, que foi criada a partir da fusão das empresas Bom Gosto e LeitBom, produz mais de 2 bilhões de litros de leite por ano, tem cerca de cinco mil funcionários e possui uma cadeia de 56 mil produtores de leite em diversas regiões do país.
Entre as marcas controladas pela LBR estão também a Poços de Caldas, Bom Gosto, Líder, LeitBom e Ibituruna.
Dívida de R$ 1 bilhão
"A empresa está pedindo um fôlego para os credores financeiros", disse a assessoria de imprensa da LBR, confirmando o pedido de recuperação judicial. "Já havia um plano de recuperação operacional e o que vai ser feito agora é aprofundar isso."
Hoje, o grupo possui endividamento de R$ 1 bilhão, sendo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um dos principais credores. O banco fez um aporte de R$ 700 milhões na operação que criou a LBR.
A recuperação judicial é uma medida legal que tem o objetivo de evitar a falência e possibilitar a recuperação financeira da empresa, ao permitir que ela possa apresentar aos credores, em juízo, propostas para o pagamento das dívidas.
Troca de comando
Também nesta sexta-feira, a companhia confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn. Um novo diretor-presidente, Nelson Bastos, será responsável pela reestruturação financeira da empresa. "O presidente chegou a um acordo com os acionistas e saiu", disse a assessoria de imprensa, acrescentando que "a empresa não está demitindo ninguém".
Originada no final de 2010 a partir da fusão entre Bom Gosto e LeitBom - controlada pela Monticiano -, a LBR recebeu mais de R$ 2 bilhões do BNDES, da GP Investments e de acionistas da Laep, controladora da marca Parmalat no Brasil.
No final de janeiro, a Laep aprovou uma emissão de ações, citando a urgência em obter recursos diante da situação financeira da sociedade. Também no mês passado, a Laep havia alertado sobre a possibilidade de ficar com o patrimônio líquido negativo se o BNDES reduzisse a avaliação da LBR.
(Com Reuters)

MUNDO:Navio chega aos EUA após passar quatro dias à deriva

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Carnival Triumph foi rebocado para um porto do estado do Alabama
MOBILE, Alabama, EUA - Um cruzeiro Carnival Triumph, com mais de 4.200 pessoas a bordo, foi rebocado nesta sexta-feira para um porto do Alabama, nos Estados Unidos, após passar quatro dias à deriva no Golfo do México. O desembarque levou cerca de cinco horas, enquanto passageiros se despediam de uma viagem marcada pela falta de condições sanitárias. Em imagens divulgadas no YouTube, corredores viraram dormitórios depois de banheiros terem transbordado e espalhado o mau cheiro por toda embarcação.
Um incêndio na sala de máquinas no domingo interrompeu a viagem e fez com que a embarcação fosse rebocada. O Carnival Triumph chegou a Mobile, no Alabama, por volta de 21h15m (1h15m desta sexta-feira no horário de Brasília), depois de ter sido puxado por seis horas em Mobile Bay, a cerca de 50 quilômetros do porto.
- Estou me sentindo muito bem só de ver prédios e a terra. A parte mais assustadora foi não saber quando a gente iria voltar - disse uma passageira ao desembarcar.
O navio é controlado pela Carnival Corporation, a mesma empresa responsável pelo Costa Concordia, que naufragou na costa da Itália em 2012. No acidente 32 pessoas morreram.
Para levar os passageiros do Carnival Triumph para casa, a companhia disponibilizou dezenas de ônibus para uma viagem de sete horas para as cidades de Galvestou ou Houston, no Texas, e ofereceu uma viagem de duas horas até Nova Orleans.

MUNDO: Coreia do Norte reúne mais de 100 mil pessoas em Pyongyang para celebrar teste nuclear

Do UOL
Em Seul

Imagens do dia - 15 de fevereiro de 2013
Mais de 100 mil militares e civis participam de um grande ato em Pyongyang, na quinta-feira (14), para celebrar o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e saudar a "inigualável" coragem de seu líder Kim Jong-un, segundo a imprensa estatal KCNA/AFP
Mais de 100 mil militares e civis participaram de um grande ato em Pyongyang para celebrar o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e saudar a "inigualável" coragem de seu líder Kim Jong-Un, indicou nesta sexta-feira (15) a imprensa estatal.
Participaram do ato realizado na quinta (14) na praça Kim Il-Sung autoridades do partido e militares, assim como policiais, trabalhadores e estudantes, indicou a agência oficial KCNA.
Vários oradores discursaram durante o ato, elogiando o teste nuclear, resultado da "extraordinária decisão e da inigualável coragem do querido e respeitado Kim Jong-Un", indicou a KCNA.
NORTE-COREANOS FAZEM ATO EM COMEMORAÇÃO A TESTE NUCLEAR
O jovem líder, que sucedeu no poder seu pai Kim Jong-Il em dezembro de 2011, não assistiu ao ato.
Esse foi o terceiro teste nuclear da Coreia do Norte após as detonações efetuadas em 2006 e 2009, e os dados sísmicos obtidos indicam que foi significativamente mais forte do que os anteriores.
"Serviu como uma fulminante demonstração do poder de uma potência científica e tecnológica e de uma potência militar capaz de efetuar qualquer ataque", indicou a KCNA.
A Coreia do Norte indicou que o teste --amplamente condenado pela comunidade internacional-- foi uma represália direta às sanções da ONU impostas a Pyongyang após o lançamento de um foguete de longo alcance em dezembro passado.

RELIGIÃO: A busca por um Papa mais jovem

De OGLOBO.COM.BR
LOLA GALÁN, DO EL PAÍS

Candidato entre 60 e 70 anos é visto como ideal por especialistas
Quarenta cardeais estão nessa faixa etária; cinco, entre os 50 e 60
Scola, Odilo e Tagle: fator idade pesa na escolha Reuters/Ap e AFP
ROMA - As especulações em torno dos "papáveis" são o principal assunto dos jornais às vésperas de um conclave. São também uma forma discreta de colocar em circulação um nome ou queimar outro. Mas uma questão parece estar clara: depois do pontificado de Bento XVI, marcado por uma certa falta de comunicação com os fiéis, especialmente com os da América Latina, e um ar decadente (não se pode esquecer de sua paixão pela antiga liturgia e por paramentos antigos), a Igreja necessita de um papa jovem. Por jovem entenda-se alguém na faixa dos 60 (melhor no final dos 60). Nessa situação, entre os 60 e os 70 anos, há 40 cardeais. Há mais cinco entre os 50 e os 60 anos. A maioria dos religiosos que participarão do conclave - precisamente 72 - estão no limite de idade (entre 71 e 79 anos).
Embora a idade seja uma questão fundamental, ela não é o único requisito que será levado em conta para a eleição de Ratzinger. A nacionalidade continua a ter seu peso. Os italianos, que dirigem a Curia vaticana desde que se tem lembrança, tiveram que ceder o protagonismo para acomodar a natureza multinacional da Igreja. Há 35 anos não há um papa italiano, mas não se pode subestimar seu poder ou preponderância no conclave. Com 28 integrantes, formam o maior bloco nacional.
Esses dados explicam como o arcebispo de Milão, Angelo Scola, de 71 anos, se converteu num dos mais citados candidatos a suceder Bento XVI. Scola, nascido na província de Lecco, na Lombardia, é um teólogo que estudou com Joseph Ratzinger na Universidade de Freiburg. E, como a seu antigo professor, lhe falta vitalidade e capacidade para gerar entusiasmo. Um compatriota e acadêmico como ele, o filósofo Massimo Cacciari, descartava seu nome ao lembrar que a Igreja, imersa em uma profunda crise, "necessita de um pastor". Em outras palavras: de alguém que transmita vida, sentimentos e não puro conhecimento teológico.
Scola tem o apoio da Comunhão e Libertação, um movimento religioso muito ativo na Itália, e tem um currículo eclesiástico perfeito: foi patriarca de Veneza (assim como João XXIII) e arcebispo de Milão (como Paulo VI).
Não são poucos os meios de comunicação na Itália que especulam a possibilidade de que Joseph Ratzinger só tenha se despedido depois de deixar bem amarrado o próximo conclave. Indicam, inclusive, o nome do cardeal que o sucederia: o francês Jean-Louis Tauran, que em abril completa 70 anos. Tauran, que preside o Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso, é um diplomata poliglota. Como cardeal protodiácono, cabe a ele anunciar ao mundo o nome do novo Pontífice. É de se supor que algum colega o substituiria no caso de ser escolhido.
Mais ou menos da idade de Tauran é o arcebispo de Tegucigalpa, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, um salesiano de 70 anos e um dos papáveis mais citados no conclave anterior. Desta vez, Maradiaga deixou claro que não se considera apto a ocupar o Trono de Pedro. No conclave de 2005, tinha 62 anos e era considerado jovem demais - o mesmo argumento que pesa hoje sobre o arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle, de 55 anos.
Se, como sugerem alguns especialistas, chegou a hora de enviar o poder para fora da Europa, os candidatos mais bem situados seriam o canadense Marc Ouellet, de 68 anos, que preside o ministério dos bispos; o ganês Peter Appiah Turkson, de 64 anos, que dirige o Conselho de Justiça e Paz, no Vaticano; e o brasileiro Pedro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, de 63 anos. As especulações devem terminar no fim de março.

RELIGIÃO: A história secreta da renúncia do Papa, diz site

Do blog do ANCELMO (ANCELMO.COM)

Artigo publicado pela revista "Carta Maior", de tendência esquerdista, vê mais problemas e conspirações na renúncia do Papa do que supõe a vã filosofia. Por via das dúvidas, confira.

RELIGIÃO: Análise: Como Vargas, Bento 16 joga sobre rivais o peso de seu 'suicídio'


Da FOLHA.COM
MARCELO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
Sobre a renúncia de Bento 16, a frase mais estranha, e mais dura, veio de um cardeal. "Da Cruz não se desce", disse Stanislaw Dziwisz, antigo secretário pessoal de João Paulo 2º.
O polonês Dziwisz estava comparando a saída de Bento 16 com o sofrimento de seu antecessor. Destruído pelo mal de Parkinson, João Paulo 2º aguentou até o fim; ficou na Cruz. Bento 16, supostamente por fragilidade e cansaço, não foi capaz de sacrifício semelhante.
Fazer a comparação entre os dois papas parece, da parte de Dziwisz, quase desumano; no mínimo, é falta de compaixão pelo sofrimento alheio.
Por que tanta dureza? Dziwisz deve ter se lembrado de uma entrevista que Bento 16 deu a uma rede de TV italiana, quando ainda era o cardeal Ratzinger e quando João Paulo 2º já sofria bastante com sua doença.
O papa não deve renunciar, dizia Ratzinger. O Senhor é quem dá a alguém responsabilidade de ser papa, explicou, e "só o Senhor pode retirá-la." O sofrimento de João Paulo testemunhava sua proximidade com Cristo.
O repórter pôs, digamos assim, lenha na fogueira. Ele lembrou uma frase de João Paulo 2º: "Deus me iluminou, e só Deus me pode tirar daqui". Por que o papa teria dito isso?
"Porque assim é", respondeu Ratzinger. Não foram os cardeais que fizeram dele um papa, mas sim uma intervenção divina.
Incoerência de Bento 16, renunciando agora? Nem tanto: sempre se pode dizer que ele estava apenas justificando a coragem de João Paulo 2º, que afinal é considerado um santo, e que nem todo papa, mesmo bom, tem a obrigação de ser um mártir.
Mas é aí que o raciocínio de Bento 16 dá mais uma volta. Vale lembrar que três dias antes da renúncia, no dia 8 de fevereiro, o papa fez um discurso para jovens seminaristas, comentando algumas palavras de são Pedro.
São Pedro, o fundador da Igreja, foi também um "homem que caiu", que negou Jesus. Bento falava de si mesmo? Ou do Vaticano?
São Pedro decidiu sair de onde estava para ir a Roma, onde o esperava "o martírio", a Cruz. "Roma é o lugar do martírio", acrescentou o papa. Cita ainda são Pedro: Roma? É "a Babilônia". Lugar de paganismo e de pecado.
Eis que tudo se transforma, então. O sofrimento de Bento 16 não está em seus problemas físicos. O que lhe falta é a energia para enfrentar as tarefas de renovação da igreja.
Não se trata apenas de "sofrer e orar", como fez João Paulo 2º, mas também de possuir "vigor de corpo e espírito" para "conduzir a barca de são Pedro". É o que ele disse no discurso de renúncia.
Interpretando: dados os escândalos financeiros e morais de Roma, dessa "Babilônia", é necessário que seja eleito um papa mais vigoroso do que eu. Fica a imagem de um papa vencido por inimigos poderosos.
Conclusão: Bento 16 acaba saindo como mártir também. Não o mártir passivo, que apenas sofre e reza. Mas um pouco o mártir no estilo de Getúlio Vargas, que se "suicida" simbolicamente e, com isso, joga sobre os adversários, sobre as "forças ocultas", a responsabilidade pelo que aconteceu.
Se essa versão procede, parecem pequenas as chances de que a burocracia interna do Vaticano, com os cardeais italianos representados pelo secretário Tarcisio Bertone (78 anos), detenha controle da sucessão.
Editoria de Arte/Folhapress

MUNDO: Asteroide vai passar perto da Terra nesta sexta-feira

De OGLOBO.COM.BR
CESAR BAIMA (EMAIL)

Rocha espacial de 50 metros de diâmetro chegará a apenas 22 mil quilômetros da superfície do planeta, mas não apresenta risco de colisão
Ilustração mostra a aproximação do asteroide 2012 DA14 do planeta: distância é a menor já registrada, mas não há risco de colisão Nasa
RIO - No fim da tarde desta sexta-feira, o asteroide 2012 DA14, uma rocha espacial com cerca de 50 metros de diâmetro, vai passar a apenas 22 mil quilômetros da superfície da Terra, a menor distância já registrada para um objeto do tipo. Segundo a Nasa, não há nenhum risco de colisão do asteroide com o planeta nesta passagem nem no futuro próximo, mas foi por muito pouco. Como a Terra orbita o Sol a uma velocidade média de pouco mais de 100 mil km/h, o 2012 DA14 vai “errar” o planeta por menos de 15 minutos.
Segundo Donald Yeomans, gerente do NEO, programa da Nasa que busca identificar e rastrear todos os objetos próximos que possam apresentar perigo para o planeta, se o asteroide estivesse em rota de colisão com a Terra ele explodiria na atmosfera com uma potência equivalente a 2,4 megatons, o suficiente para destruir uma grande cidade. Em 1908, um objeto equivalente ao 2012 DA14 explodiu sobre a região de Tunguska, Sibéria, devastando 2 mil quilômetros quadrados de floresta e derrubando 80 milhões de árvores.
Devido ao horário e ao pequeno tamanho do asteroide, sua passagem não poderá ser observada no Brasil. O fenômeno, no entanto, poderá ser acompanhado via internet. A partir das 17h, a Nasa vai transmitir comentários e imagens da aproximação feitas por telescópios na Austrália e depois nos EUA, já quando ele estiver se afastando.

MUNDO: Meteoro cai na Rússia e deixa centenas de feridos

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Onda de choque quebrou janelas e balançou prédios na região dos Montes Urais
Rocha teria cerca de 10 toneladas, segundo agência russa
MOSCOU - Ao menos 500 pessoas ficaram feridas após a queda de um meteoro na região dos Montes Urais, na Rússia, nesta sexta-feira. Onze estão em estado grave e foram levadas a centros médicos locais, segundo agências internacionais. A rocha, estimada em 10 toneladas, entrou na atmosfera e começou a se desfazer. Parte dela atingiu um lago na pequena cidade de Chebarkul, causando pânico entre moradores de todos os arredores. A onda de choque causada pelo fenômeno destruiu janelas e balançou prédios, enquanto equipes de resgate foram deslocadas para socorrer a população.
De acordo com autoridades, a maior parte dos feridos teve arranhões leves. Outros tiveram que ser atendidos em razão do susto. Não foram relatadas mortes em consequência do meteoro, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta-feira recebe ministros da Fazenda dos países do G20, e o primeiro-ministro Dmitry Medvedev foram notificados sobre o acontecimento.
A Academia Russa de Ciências estimou que a rocha pesava cerca de 10 toneladas. Fontes da agência de notícias Russian TV afirmam que o governo russo teria interceptado a rocha, que se desintegrou e caiu em três cidades, mas nada foi confirmado oficialmente até o momento.
Testemunhas contam que avistaram uma bola de fogo no céu, seguida de um flash e luz e o barulho de uma grande explosão. Alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.
- Nós vimos um grande flash de luz. Então, saímos para ver o que estava acontecendo e escutamos um som muito alto, como se fosse um trovão - disse Sergey Hametov, morador da região de Chelyabinsk, onde acredita-se que a maior parte do meteoro tenha caído.
Viktor Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais, disse que estava indo para o trabalho quando viu o meteoro. Com o clarão, ele sentiu como se tivesse ficado cego.
- Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia. Me senti como se estivesse ficado cego pela luz - acrescentou.
A região de Chelyabinsk, a cerca de 1.500 quilômetros de Moscou, abriga diversas fábricas, uma usina nuclear e o centro Mayak de armazenamento e tratamento de lixo atômico. A cidade de Chebarkul, alvo da rocha, tem 46 mil habitantes.
Incidentes do tipo são raros. Acredita-se que um meteorito tenha devastado uma área de mais de 2.000 quilômetros quadrados na Sibéria em 1908.
Asteroide passa hoje próximo a Terra
No fim da tarde desta sexta-feira, o asteroide 2012 DA14, uma rocha espacial com cerca de 50 metros de diâmetro, vai passar a apenas 22 mil quilômetros da superfície da Terra, a menor distância já registrada para um objeto do tipo. Autoridades chegaram a especular se a queda do meteoro na Rússia teria relação com o corpo celeste, mas cientistas afirmam que os dois fenômenos não estão relacionados.
Segundo a Nasa, não há nenhum risco de colisão do asteroide com o planeta nesta passagem nem no futuro próximo. Como a Terra orbita o Sol a uma velocidade média de cerca de 100 mil km/h, o 2012 DA14 vai “errar” o planeta por menos de 15 minutos.

CONCURSOS: TJ-SC tem 19 vagas para juiz, com salário de R$ 21 mil

Da CONJUR

Quem sempre sonhou em ser juiz tem duas oportunidades disponíveis: o Tribunal de Justiça de Santa Catarina e o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas) tem, respectivamente, 19 e 39 vagas abertas. A remuneração para as vagas do primeiro é de R$ 21 mil. Para o segundo, o salário não foi divulgado.
Para quem está de olho na remuneração, há também outras opções de bons salários à disposição. A Polícia Civil do Estado da Bahia oferece 100 vagas para o cargo de delegado, com o salário de R$ 9,1 mil. A Polícia Civil do Estado do Pará também está com 150 vagas de delegado abertas. A remuneração é um pouco menor: R$ 7,6 mil.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal também apresenta empregos atrativos. Estão disponíveis 15 vagas para o cargo de analista judiciário e seis vagas para oficial de Justiça avaliador. Ambos com R$ 7,5 mil de remuneração inicial.
Veja os concursos para cargos jurídicos que estão em andamento
Região Centro-oeste
> Tribunal de Justiça do Distrito Federal
Analista judiciário
As inscrições estão abertas até 23 de fevereiro. São 15 vagas para o cargo, com remuneração de R$ 7.566,41. Para concorrer, é necessário ser formado em Direito. O edital pode ser encontrado no site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília. Clique aqui para acessá-lo.
> Tribunal de Justiça do Distrito Federal
Oficial de Justiça avaliador
As inscrições estão abertas até 23 de fevereiro. São seis vagas para o cargo, com remuneração de R$ 7.566,41. O único requisito para concorrer é ter bacharelado em Direito. O edital pode ser encontrado no site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília. Clique aqui para acessá-lo.
Região Norte
> Tribunal de Justiça de Roraima
Notário
As inscrições ficam abertas até 27 de fevereiro. O concurso se destina ao preenchimento de 23 vagas de provimento para o cargo de notário. Para concorrer, é necessário ser bacharel em Direito ou ter exercido, por mais de dez anos, serviço notarial ou de registro. As inscrições podem ser feitas no site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília. Clique aqui para acessá-lo.
> Polícia Civil do Estado do Pará
Delegado
As inscrições serão abertas em 20 de fevereiro, se encerrando em 17 de março. São 150 vagas disponíveis para o cargo de delegado. O salário é de R$ 7.695,02. Para concorrer, é necessário ter formação em Direito. As inscrições podem ser feitas no site da Universidade do Estado do Pará.Clique aqui para acessá-lo.
Região Nordeste
> Polícia Civil do Estado Da Bahia
Delegado
As inscrições ficam abertas até o dia 19 de fevereiro. Estão disponíveis 100 vagas para o cargo de delegado, com remuneração de R$ 9.155,28. Para concorrer, é necessário ter bacharelado em Direito. As inscrições podem ser feitas no site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília. Clique aqui para acessá-lo.
> Tribunal de Justiça da Paraíba
Juiz leigo
As inscrições estarão abertas até 6 de março. Estão disponíveis 18 vagas para o cargo de juiz leigo, com 35 horas de trabalho semanais e remuneração de R$ 3,3 mil. Para concorrer, é necessário ser bacharel em Direito e ter exercido pelo menos dois anos de atividades jurídicas. Das vagas, 5% são reservadas a deficientes físicos. As inscrições podem ser feitas pelo site do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília. Clique aqui para acessá-lo.
Região Sudeste
> Polícia Civil do Estado de Minas Gerais
Analista
As inscrições serão abertas em 18 de março, e se encerram em 18 de abril. São 38 vagas para o cargo de analista, com remuneração de R$ 1.707,55. Para concorrer, basta ser formado em Direito. As inscrições podem ser feitas no site da Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), onde pode-se encontra o edital. Clique aqui para acessá-lo.
> Polícia Civil do Estado do Espírito Santo
Delegado
As inscrições estão abertas até 27 de fevereiro. São três vagas disponíveis para o cargo de delegado, com remuneração de R$ 7.675,22. Para concorrer, é preciso ser formado em Direito. As inscrições podem ser feitas no site da Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab). Clique aqui para acessá-lo.
> Polícia Civil do Estado do Espírito Santo
Escrivão
As inscrições estão abertas até o dia 27 de fevereiro. Estão disponíveis 81 vagas para o cargo de escrivão, com salário de R$ 3.900,03. Para concorrer, é exigido o bacharelado em Direito. As inscrições podem ser feitas no site da Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab).Clique aqui para acessá-lo.
> Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas)
Juiz substituto
As inscrições ficam abertas até o dia 5 de março. São 19 vagas disponíveis para o cargo de juiz substituto, com remuneração de R$ 21.766,15. Os aprovados poderão servir como juiz substituto ou axiliar em qualquer uma das varas dentro da jurisdição do TRT-15. Para concorrer, é preciso ter bacharelado em Direito e ter exercido no mínimo três anos de atividade jurídica após a obtenção do diploma. As inscrições podem ser feitas pelo site do Tribunal. Clique aqui para acessá-lo. 
Região Sul
> Tribunal de Justiça de Santa Catarina
Juiz substituto
As inscrições ficam abertas até 15 de março. Estão disponíveis 39 vagas para o cargo de juiz substituto. O salário não foi divulgado. Para concorrer, é necessário ser bacharel em Direito e ter exercido no mínimo três anos de atividade jurídica. A validade do concurso tem dois anos, sendo prorrogável por mais dois. As inscrições podem ser feitas pelo site do TJ-SC. Para acessá-lo, clique aqui.
Felipe Vilasanchez é repórter da revista Consultor Jurídico.

ARTIGO: Atentados em Santa Catarina, entre civilização e barbárie


Da CONJUR
História que se repete
A história se repete, normalmente como farsa. O caso da violência em Santa Catarina é uma crônica do que pode acontecer a qualquer momento em qualquer estado da Federação. Basta os bandidos quererem. Basta que eles deem a ordem. Eles param e reiniciam. São Paulo não perde por esperar. Aliás, o poder está nisso: as autoridades nunca sabem quando reiniciarão os ataques. Noventa e cinco atentados é algo a ser considerado, pois não? Mormente quando se vive plena democracia. Logo, qual é o papel do Estado (Estado no sentido de Instituição da modernidade)?
Escrevi recentemente um artigo sobre a violência em São Paulo. Falava, então, do “acadelamento” do Estado. Entre civilização e barbárie, vence a barbárie. Hobbes e Freud não são chamados para essa “festa macabra”. Se o são, é pelo lado do “homem é o lobo do homem” ou do “ID” e não pelo Estado estatuidor e pelo super-ego que impede o ID de “farrear”.
Na verdade, acostumados a reverenciar o “deus” Rousseau (a responsabilidade é sempre da estrutura), as autoridades — historicamente — foram deixando o papel da interdição da lei (no sentido legal e psicanalítico da palavra) afrouxar. Quem deveria ser o protagonista, acaba sendo um coadjuvante. De péssima performance, aliás (pelo menos com relação a esse tipo de violência e com relação aos crimes do colarinho branco...!).
Os ataques
Por que ocorrem esses ataques? Vou me repetir. As cadeias são máquinas biopolíticas. São campicriados pelo Estado. E, para fazer isso, o Estado suspendeu a lei. Sim: precisamos admitir que o tipo de prisão que temos é decorrente de um “Estado de exceção” (sem clichês, mas sempre é bom recordar da obra de G. Agambem), entendido esse quando há uma suspensão da lei (não é necessário dizer quantas leis — e em especial a LEP — que foram suspensas de há muito).[1] Ou seja, quem possui o monopólio da coerção legítima o exerce sem respeitar aquilo que lhe é condição de possibilidade: a própria Lei.
Pois é. Masmorras medievais — ou “quetais” — produzem coisas... De lá sai a “vida nua”, de que fala Agambem. Lá dentro estão os “matáveis”. Estão aqueles que estão à disposição... de um Estado de exceção permanente. Mas, fora da masmorra, há outra máquina de produção, que retroalimenta esse “sistema”. São as periferias produtoras da violência. Periferias não exatamente geopolíticas, mas “periferias da lei, isto é, à margem da lei”. A perfeita imbricação da ausência do Estado (e/ou da sua leniência) e da falta de interdição da lei produz uma nova presença: aquele que se apresenta como o “preenchedor do vácuo”.
Veja-se: o teórico Agambem nunca pensou que o homo sacer (esse produto biopolítico) fosse se voltar contra os construtores da “máquina biopolítica”. Nesse contexto, não há lei. Há um continuumde pequenos soberanos, que suspendem a lei a todo momento. Quando querem, suspendem a lei. É o troco que é dado para quem produziu tanta vida nua. Um “bando soberano”. É esse o conceito dos que colocam em pânico (e em constante risco físico) a população de São Paulo e tantas cidades de Santa Catarina (por enquanto).
Como combater esse “bando soberano”? Por certo não será com a repristinação da velha Lei de Segurança Nacional, que sequer foi recepcionada pela Constituição de 1988. Suspender a lei (garantias), ou seja, fazer um combate como se fosse uma guerra, a partir de um “oficial-estado-de-exceção”?[2] Penso que não. O Estado não pode ser tornar também uma coisa fora da lei. Seria um retrocesso. E seria o reconhecimento de que ali do outro lado está alguém que é simplesmente um inimigo, quando, na verdade, ele é mais do que isso. Nessa vida nua, “suspende-se” a tese de “amigo-inimigo”, enfim, essas dicotomias que forja(ra)m a modernidade.
Para mim, há direito suficiente; o que há de pouco é “Estado”. Sim, há pouco Estado (Staat). Estado que não constrói presídios, deixa os que aí estão em petição de miséria e não fornece segurança pública aos utentes. O ovo da serpente pode ter estado lá atrás, quando o governo de São Paulo fez um acordo com o PCC, que, a meu pensar, naquele momento ainda não era o “bando soberano” aqui tratado, cuja estratégia de “luta” espalha-se agora em Santa Catarina. Ele foi se construindo nesse tempo todo. Não nos surpreendamos. Em alguns dias, é provável que os ataques parem. Um mimo nos presídios, um acordozinho aqui e ali, e, bingo. Resolvido? Ledo engano. É só o “bando soberano” não gostar de alguma coisa ou for contrariado nas administrações prisionais e ele volta a dar o tom.
O Senhor das Moscas
Nada desculpa o Estado. E nada desculpa a ação dos bandidos. Deixemos isso bem claro. Onde começa o esgarçamento do Estado e do poder de interdição da lei? Esse é o busílis da questão. Houve o esgarçamento da interdição. Como no livro O Senhor das Moscas (prêmio Nobel para William Golding) — não me canso de falar desse livro[3]—, em que meninos da aristocracia inglesa são levados, no período da Guerra Fria, para uma ilha deserta, para salvá-los de um conflito nuclear e ali pudessem começar uma nova sociedade. No caminho, caiu o avião. Morreu o piloto; morreu o instrutor. Cada um por si... nenhum por todos. Sem Deus, sem Estado, sem nada... Em uma semana, organizam-se em pequenos bandos e se matam. Somente com a volta do “Estado” — da lei — é que aqueles meninos em estado de natureza voltam à civilização, abandonando a barbárie. O final do filme, para quem não quiser ler o livro, é bastante significativo...
Pois é isso. Entre civilização e barbárie, não (mais) interditamos. Daí a pergunta que costumo fazer, a partir do psicanalista Alfredo Jeruzalinski: “Como combater o gozo da sociedade sem ser tirânico”? Na verdade, eis aí o problema: o Estado não combateu o “gozo” (no sentido psicanalítico) na hora certa. Mais que um estado-de-natureza, o Estado deixou que surgissem personagens (penso que são vários; não há apenas um chefe) que se aproveitam da vida nua, do homo sacer. Usam os “matáveis” para matar outros — estes considerados “não-matáveis” (ainda).
Como dizia Nelson Rodrigues, com seu sarcasmo mordaz, a ineficiência, a corrupção etc., não vieram do nada. São produtos de “muito trabalho” e “muita dedicação”. Quando o Estado, lá atrás, abriu mão de construir presídios porque não era um bom “investimento”, usou como escudo uma velha máxima falaciosa do tipo “quem constrói um presídio fecha uma escola” (ou algo chato similar). Além disso, fomos invadidos/tomados por uma espécie de “culpa por punir”.
Consequentemente, falta pouco para sairmos por aí pichando as ruas com jargões do estilo “é proibido proibir” (paradoxalmente, não nos importamos quando o Estado transforma a embriaguez em um conceito jurídico e institucionaliza a responsabilidade objetiva na condução de automóveis; mas o mesmo Estado deixa que se fabriquem automóveis sem air bags e com chassis de “papelão”).
“Fora com o Direito Penal.” Crime hediondo, então, é uma palavra maldita (isso dá boas repercussões em palestras... todo mundo vira garantista e crítico). Muitos chegam a esquecer que a palavra "hediondo" está na Constituição, como garantidora de direitos fundamentais (art. 5º, XLIII), que, aliás, possui mandamentos de criminalização, também ao contrário que muita gente boa por aí diz. Gostemos disso ou não. Aliás, de há muito devíamos ter adaptado a legislação penal à Constituição, por exemplo, com uma nova teoria do bem jurídico... Ou alguém acha que isso que está acontecendo não tem nenhuma relação com absurdos do tipo “furto qualificado tem pena equivalente à lavagem de dinheiro”? E a lista é longa... Ou alguém acha que não repercute no imaginário da massa carcerária as benesses concedidas pelo establishment, por exemplo, ao sonegador de tributos?
Libertários com a liberdade alheia
Mesmo assim, como as prisões foram enchendo, nos últimos 7 ou 8 anos, dobramos o número de prisioneiros, começamos a fazer paliativos, como afrouxar o cumprimento das penas (um sexto etc. — um homicídio simples vale um ano de prisão...). O trabalho externo dos apenados nunca foi vigiado. Chegamos ao cúmulo de conceder indulto para crime hediondo. Achamo-nos muito progressistas quando concedemos um dia de remição para cada três livros lidos (quem analisa as fichas de leitura?). Ninguém no mundo teve uma “ideia tão brilhante” para remir penas... Pindorama sempre está à frente!
Se pena não regenera — e alguém poderia acreditar nessa balela?![4] — ela é castigo (necessário) e serve para prevenção geral. É retribuição. Há que ser um pouco kantiano nisso, pois não? Nenhum país do mundo abriu mão da pena de prisão. E não pensemos que a questão da monetarização do Direito Penal — com cestas básicas, penas de multa, etc., defendidas por vários setores do Direito Penal (mormente após o mensalão) — foi uma grande “invenção garantista”. Neste ponto, calha registrar a objeção feita por Ferrajoli à “monetarização” do Direito Penal: “Ningún bien considerado fundamental hasta el punto de justificar la tutela penal puede ser monetarizado, de modo que la previsión misma de delitos sancionados con penas pecuniarias evidencia o un defecto de punición (si el bien protegido es considerado fundamental) o, más frecuentemente, un exceso de prohibición (si tal bien no es fundamental).”
Mas nós inovamos. Queremos ser libertários com a liberdade alheia. Com a insegurança da patuleia. Quando promulgamos a Lei dos Juizados Criminais, todas as pequenas infrações passaram a ter penas alternativas (cesta básica, que é uma espécie de monetarização, queiramos ou não). Na sequência, veio uma nova lei, na carona (Lei 10.259), pela qual todos os delitos cujas penas máximas não passassem de dois anos, passariam ao patamar de “menor potencial ofensivo”. Com isso, mais de 70 modos diferentes de delinquir passaram a ser punidos com a mesma pena: o pagamento de cesta básica. E todos (ou maioria) disseram: agora vai! E foi?
Será que não havia um componente simbólico-psicanalítico nesse afrouxamento? Abuso de autoridade, desacato, desobediência (vejam a sutiliza desses crimes) passaram a ser tratados como “menor potencial ofensivo” (sic). E invasão de domicílio com armas? Hein?! Não há aspecto simbólico nisso? Fraude às licitações? Pode? Esses crimes são, mesmo, de menor potencial ofensivo? Não estou dizendo como devem ser punidos... mas que não são de menor potencial ofensivo, ah, isso não são!
Como venho insistindo, e não estou descobrindo a pólvora com isso, a sociedade é uma rede simbólica. Como dizia Castoriadis, o gesto do carrasco, real por excelência, é simbólico na sua essência. E o que mais importa no gesto do carrasco é o aspecto simbólico. Enfim: o que importa é o que os outros pensam sobre esse gesto... Qual é a simbologia? Vejamos: onde fica a autoestima da sociedade? 90% dos crimes não são investigados; 90% das denúncias são fruto de auto de prisão em flagrante... E alguém tem dúvida de que a impunidade lato sensu influencia no imaginário da violência? O simbólico e o simbolismo, nesse contexto, é “fatal”!
Pois bem. Os cases de São Paulo e Santa Catarina são resultado de uma construção simbólica das diversas teias de poder que surgiram em face de ausência que redundaram em (novas) presenças. Quem constrói vida nua recebe o troco. Dele mesmo, desse homo sacer. Que de “matável” se transforma em “matador”... a serviço dele mesmo. Pronto. E na hora em que quiser.
Insisto: o Estado deve retomar o seu papel de interditor. Direito há; o que falta é Estado (no seu papel interditor). Pensem bem: um Estado que admite que o crime de abuso de autoridade merece ser punido com cesta básica é porque não conhece o sentido da interdição fundante da modernidade. Todos os gatos ficaram pardos. Não há diferença (no sentido psicanalítico).
É claro que o Estado não necessita fazer um “Estado de exceção” para alcançar seu desiderato. Ele não precisa se igualar aos “comancheros” pós-modernos. Precisa tomar medidas profiláticas e, depois, preventivas. Voltar a ser “Estado”. Estatuir. Definir onde está o limite entre civilização e barbárie. E se dar ao respeito.
Afinal, foi assim que começou a modernidade! Está lá em Hobbes. Necessitamos apenas usar os mecanismos institucionais que estão à disposição. Sem abrir mão das garantias — como em qualquer democracia avançada (e penso que somos uma) — enfrentar o “bando soberano” que atormenta (neste momento) o ente federativo Santa Catarina. Antes que esse “bando” crie filhotes, em outros estados.
Se o Estado não voltar a “interditar” (no duplo sentido de que falo), teremos de tomar cuidado com a formação de milícias. Este é o caminho para a barbárie. Um enfrentamento ad hoc. Fora das redes oficiais. Aí, sim, veremos a guerra.
Numa palavra: e depois de acabar com o “bando soberano”... o que fará o Estado? Parece que há uma coisa presente (ou ausente) desse debate: o direito fundamental à segurança pública. Que está na Constituição. Poderíamos falar até de descumprimento de preceito fundamental, pois não? Quem aciona a Justiça? Afinal, um país que aposta no ativismo judicial... (não posso deixar de ser irônico e sarcástico nisso).
O triângulo dialético
Não somos pós-modernos. Estamos na alta-modernidade, como diria Giddens. As promessas incumpridas da modernidade devem ser resgatadas. Urgentemente. E uma delas é a segurança (penso, aqui, no Triângulo Dialético propalado por JJ Gomes Canotilho, onde um dos vértices é a segurança). Sem discursos do tipo “o crime é produto social”; ou “a culpa é da estrutura”; “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe”; e sem a chatice do “é proibido proibir”, de certos setores que parecem estar no século XIX, como se houvesse a dicotomia “Estado mau-cidadão bom”.
Pois é. Com esse tipo de procedimento, de grão em grão, não somente não fornecemos segurança como também “fabricamos” a vida nua. E temos aí o nosso homo sacer. A opção pela civilização deve ser o modo de combatê-lo. Ele também é produto. Mas, um produto com o qual ninguém contava. Quando prendermos ele(s), vamos ver se não reproduzimos os mesmos erros.
O que fazer, concretamente? Primeiro, tudo dentro da lei. Rigorosamente na forma da lei. Sem qualquer suspensão. Sem qualquer Estado de exceção (oficial ou oficioso). Prender os sediciosos. Além disso, construir presídios. Dignos. Acabar com as milícias. E exercer efetivamente o controle externo da atividade policial, para impedir que, por uma “vontade de miliciamento”, essa “guerra” seja retroalimentada. Interessante o paradoxo: no Brasil não se controla a atividade externa da Polícia (por razões que todos sabemos) e, ao mesmo tempo, quer-se passar o monopólio da investigação para... a Polícia. E veja-se o sucesso da PEC da Insensatez.
Para o presente, o Estado deve “estatuir”. E não se “acadelar”. Como já fiz quando escrevi o artigo sobre a violência em São Paulo, encerro com uma citação do jurista-sociólogo Luciano de Oliveira (Segurança: Um direito humano para ser levado a sério, in Anuário dos Cursos de Pós-Graduação em Direito 11. Recife, 2000, p. 244/245), a partir de sua tese de doutoramento defendida na Sorbonne, para quem, às vezes, esquecemos da relevante circunstância de que a segurança é, ela também, direito humano:
“Está lá, já no artigo 2º da primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789: os direitos ‘naturais e imprescritíveis do homem’ são ‘a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão’. Declaração tipicamente burguesa, dir-se-ia. Mas é bom não esquecer (ou lembrar) que em 1793, no momento em que a Revolução empreende uma guinada num sentido social ausente na primeira — uma guinada à esquerda, na linguagem de hoje —, uma nova Declaração aparece estabelecendo, em idêntico artigo 2º, praticamente os mesmos direitos: ‘a igualdade, a liberdade, a segurança, a propriedade’ (in Fauré, 1988: 373)” — grifei.
E acrescenta o jurista pernambucano:
“Cento e cinqüenta anos depois a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU — na qual figuram, ao lado dos direitos civis da tradição liberal clássica, vários direitos sócio-econômicos do movimento socialista moderno — repetia no seu artigo 3º: ‘Todo indivíduo tem o direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal’. E,no entanto, esse é um direito meio esquecido. No mínimo, pouco citado.”
Numa palavra, não podemos esquecer que “o cidadão comum tem também direito à segurança, violada com crescente e preocupante freqüência pelos criminosos”.
Ao que disse Luciano Oliveira, nada tenho a acrescentar.
Post Scriptum
Sei que me repeti em muitos pontos, porque já havia falado disso no case São Paulo. Pois é. Mas repito também um de meus autores favoritos, Umberto Eco, para quem nada mais inédito do que repetir aquilo que já dissemos alhures e antanho. Afinal, Santa Catarina não repetiu São Paulo? Pois então...
[1] Quando não cumprimos uma lei que não é considerada inconstitucional, estamos praticando “estado de exceção”. Daí que determinadas posturas ativistas se caracterizam como “estado de exceção”.
[2] Como se um estado de exceção pudesse ser chamado de "oficial". Mas, prossigamos.
[3] Há um programa Direito e Literatura sobre o livro. Ver em www.unisinos.br/direitoeliteratura.
[4] Conforme Ferrajoli – e trago o mestre à colação exatamente para demonstrar o ponto ao qual me refiro - , o Estado não tem o direito de forçar os cidadãos a não serem malvados, senão só o de impedir que se danem entre si. Mas o Estado tampouco tem o direito de alterar - reeducar, redimir, recuperar, ressocializar ou outras ideias semelhantes - a personalidade dos réus. E o cidadão, embora tenha o dever jurídico de não cometer fatos delitivos, tem, no entanto, o direito de ser interiormente malvado e de seguir sendo o que é. Assim, para ele, as penas não devem perseguir fins pedagógicos ou correcionais, senão que devem consistir em sanções taxativamente predeterminadas, e não agraváveis com tratamentos diferenciados e personalizados do tipo ético ou terapêutico.
Lenio Luiz Streck é procurador de Justiça no Rio Grande do Sul, doutor e pós-Doutor em Direito. 
Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |