sexta-feira, 26 de agosto de 2011

GREVE: Servidores param atividades terça e quarta

Do POLÍTICA LIVRE


Os servidores públicos do Estado vão parar as atividades terça-feira e quarta-feira da próxima semana para acompanhar a votação do projeto de lei que restringe consultas de emergência pelo Planserv e eleva as mensalidades do plano. A decisão foi tomada na noite de quinta, 25, durante assembleia que reuniu cerca de 400 servidores, no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários, nos Aflitos. “Vamos reunir os trabalhadores para pressionar o governo contra a aprovação dessa proposta absurda”, disse o segundo-secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Claudemir Nonato de Santana. O líder do governo, deputado estadual José Neto (PT), afirma que as mudanças não são para limitar e sim para que se crie um mecanismo de coparticipação dos servidores, ou seja, quem ultrapassar a quantidade de procedimentos, estabelecidos por ano, deve contribuir com um valor corresponde a R$ 6 para as consultas. Já para exames e outros serviços de apoio diagnóstico a coparticipação varia entre R$ 10 e R$ 30. (A Tarde)

GERAL: JM: Há luz no fim do túnel/

Do BAHIA NOTÍCIASSão poucos os impedimentos técnicos, mas especialistas e políticos apontam a gestão e o tempo como pedras no caminho do metrô de Salvador. E tem mais: o alardeado acordo entre governo e prefeitura ainda não está no papel. E mais: Postos de combustíveis viram passarelas do álcool em Salvador; e saiba quais são as mudanças previstas com a privatização dos cartórios.
Clique aqui e leia o jornal da Metrópole desta semana.

ECONOMIA: Governo agora prevê taxa de crescimento abaixo de 4%

Da FOLHA.COM


O governo voltou a rever suas projeções para o desempenho da economia e agora trabalha internamente com uma previsão de crescimento de 3,7% neste ano, abaixo dos 4% previstos nesta semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, informa reportagem de Valdo Cruz, publicada na Folha desta sexta-feira (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Mesmo menor, o Palácio avalia que esse desempenho é positivo diante da crise na economia da Europa e dos Estados Unidos. Se a projeção do governo se confirmar, o Brasil crescerá menos que outros países emergentes, como China e Índia, mas num passo mais acelerado que o de países avançados, como o próprio EUA.
Agência S&P eleva perspectiva de nota do Brasil
Na conta da presidente Dilma Rousseff também pesa a avaliação de que uma redução no crescimento do país também pode abrir caminho para que o Banco Central reduza a taxa básica de juros, uma das mais altas do mundo.
Em um sinal de que a economia do país vai bem, apesar da crise global, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou ontem a perspectiva da nota soberana ("rating") do Brasil em moeda local de estável para positiva. Revisar a perspectiva indica que, no curto prazo, a nota pode ser elevada.
Segundo o comunicado da agência, a perspectiva positiva leva em consideração fatores que garantem a estabilidade macroeconômica do país que darão continuidade ao fortalecimento da economia nos próximos anos, como a redução gradual das limitações fiscais e do risco a choques externos.

GERAL: Ex-banqueiro Salvatore Cacciola deixa a prisão após receber liberdade condicional

De O GLOBO.COM.BR

Ramona Ordoñez, Bruno Villas Bôas, Mariana Durão e Fabiana Ribeiro (economia@oglobo.com.br)

RIO - O ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola atravessou, por volta de 17h30, os portões do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste. Ele deixou a prisão após três anos e 11 meses, pois recebeu a liberdade condicional. Vai cumprir em casa o restante da pena de 13 anos pelos crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público.
Usando camiseta branca e calças jeans, Cacciola foi cercado por fotógrafos enquanto se identificava na portaria do presídio. Ele saiu a pé, entrou em um Fiesta preto e não falou com os jornalistas. O carro seguiu direto para o condomínio Nova Ipanema, na Barra da Tijuca, onde mora Renato Cacciola, irmão do ex-banqueiro.
Pouco depois da liberação do ex-banqueiro, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ingressou, com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio pedindo, liminarmente, a suspensão da decisão de soltura. O MPRJ também interpôs na Vara de Execuções Penais o recurso de agravo em execução penal, com objetivo de reverter a decisão que concedeu o benefício de liberdade condicional, sob o argumento de que ele não pode gozar deste direito sem haver reparado o dano que gerou à União.
Na quarta-feira, quando soube da liberdade condicional, Cacciola, de 67 anos, fez planos e conversou sobre o futuro com seus irmãos Renato e Giampiero Cacciola, que o visitaram por três horas no presídio. O ex-dono do Banco Marka pensa agora em retomar sua vida pessoal e profissional. Ele soube ter conseguido a condicional quando teve em mãos uma edição do GLOBO que circulou entre colegas de cela, segundo parentes do ex-banqueiro.
Os irmãos visitaram Cacciola das 11h às 14h no Complexo Penitenciário de Gericinó, de onde saíram a pé. Giampiero, que é fisicamente muito parecido com Cacciola, saiu sorrindo e carregando sacolas que pareciam levar resquícios do almoço em família. Na conversa entre os irmãos, a liberdade condicional teria sido tema secundário.
Para Artur Gueiros, professor de Direito Penal da Uerj e ex-procurador do caso Cacciola, o maior temor é que o ex-banqueiro busque abrigo no Consulado da Itália no Rio para fugir do país, como fez em 2000:
- Será extremamente humilhante para a Justiça brasileira caso ele fuja novamente. Por não preencher os requisitos legais, o mesmo deveria continuar privado da liberdade.

Carteirinha de preso e 'ponto' na Justiça por 5 anos
Cacciola receberá uma carteirinha de condenados que cumprem pena em liberdade. Precisará comparecer periodicamente à Justiça do Rio para bater uma espécie de ponto. Cacciola não poderá sair do país. Do Estado do Rio, apenas com uma prévia autorização da Justiça. Terá ainda que manter residência fixa, da qual não poderá se mudar sem comunicar à Justiça. Essa será sua rotina pelo menos nos próximos cinco anos. Ele deve morar com a namorada Mirela Hermes, que conheceu em Roma.

MUNDO: Primeiro-ministro do Japão renuncia

De O Globo.com.br

Com agências internacionais

TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, anunciou sua renúncia nesta sexta-feira depois de ficar quase 15 meses no cargo.
A decisão de Kan já era esperada em meio a avaliações negativas de sua administração e disputas internas no Partido Democrático (PD) do Japão.
Kan divulgou sua decisão de deixar o cargo após o Parlamento japonês aprovar duas leis promovidas por ele relativas à reconstrução do país depois do terremoto seguido de tsunami de 11 de março.
Ele também tinha condicionado sua renúncia à aprovação de outra lei para ativar o segundo orçamento extraordinário para a reconstrução do país, a qual já foi ratificada em julho.
- Já que foram cumpridos os três requisitos que estipulei, vou deixar o cargo de presidente do partido, como me comprometi a fazer no dia 2 de junho passado - explicou Kan na reunião da executiva do PD.
O partido irá escolher um novo líder na segunda-feira, que certamente se tornará o próximo primeiro-ministro do Japão. Entre os sucessores em potencial estão o ex-ministro das Relações Exteriores, Seiji Maehara; o ministro das Finanças, Yoshihiko Noda e o ministro do Comércio, Banri Kaieda.

COMENTÁRIO: Uma CPMF para o euro

Por Celso Ming - O Estado de S.Paulo


Os social-democratas da Europa estão festejando a defesa que os dois mais importantes chefes de Estado da área do euro fizeram da criação de um novo imposto sobre transações financeiras - que pode ser alguma coisa parecida com a nossa encostada (sabe-se lá até quando) CPMF.
O anúncio foi feito dia 16, quando o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se reuniram na minicúpula de Paris, destinada a procurar saídas para a crise. Os social-democratas comemoraram porque a criação de um imposto sobre transações financeiras é uma de suas poucas bandeiras internacionais ainda de pé.
Esse imposto não é outra coisa senão a velha proposta (de 1971) feita pelo Prêmio Nobel de Economia de 1981, James Tobin. Na concepção dele, o tributo seria cobrado no mundo inteiro em cada operação cambial. Seu objetivo seria frear a especulação com moedas.
A proposta de Sarkozy e Merkel não está clara. Em princípio, o imposto vigoraria apenas nos países da área do euro. E não incidiria apenas sobre operações de câmbio, porque, entre economias que operam com moeda única, as operações cambiais têm menos importância. Toda movimentação financeira estaria sujeita à taxação.
Há duas trombadas em potencial se a ideia for levada adiante. A primeira tem a ver com a finalidade desse imposto. A justificativa apresentada pelo presidente Sarkozy é a de que viria para colocar um mínimo de ordem nas finanças. Ele parece impressionado com a força da especulação com os títulos dos países mais endividados e quer botar um freio nisso.
Portanto, na concepção de Sarkozy, esse imposto seria criado com objetivo regulatório. Mas, se vem para isso, parece não fazer sentido cobrá-lo antes de que se imponham as tão faladas novas regras para o mercado financeiro - que Sarkozy também vem cobrando.
Outra corrente de políticos e de analistas acredita que esse imposto deve exercer funções arrecadatórias e, assim, abrir nova fonte de recursos para as economias europeias estagnadas por dívidas excessivas.
No entanto, se for para reequilibrar orçamentos públicos, a alíquota mais falada - os tais 0,05% por movimentação financeira - pode ser insuficiente. E, se fosse bem mais alta, tenderia a aumentar os custos financeiros, justamente quando o setor produtivo precisa de custos baixos para desatolar seu carroção dessa crise.
A proposta da instituição do imposto não saiu nessa cúpula entre Sarkozy e Merkel. Fora encaminhada em novembro de 2009 no âmbito do G-20, para fazer parte da agenda política global. Este é o reconhecimento de que, para ter finalidade regulatória, esse imposto só faria sentido se valesse no mundo inteiro. Entre todos os outros, o mercado financeiro é o mais globalizado. Se a taxação não fosse também global, seria inevitável que as movimentações financeiras fossem desviadas para áreas em que o imposto não existisse.
Como todas as questões dessa ordem, esse projeto precisa de consenso. E isso não existe. Os dirigentes dos Estados Unidos sempre foram os primeiros a rejeitar sumariamente essa ideia. E, se os Estados Unidos ficarem de fora, o imposto teria pouca probabilidade de sucesso - a menos que o objetivo também mudasse e o imposto se transformasse em importante instrumento arrecadatório, destinado a colocar em ordem as finanças dos países quebrados.
CONFIRA
Como mostra o gráfico, em julho, o desemprego caiu para 6,0%, número que está distante do chamado índice neutro (que não produz inflação). Isso significa que o mercado de trabalho continua aquecido no Brasil.
Tudo parado
No debate promovido ontem no instituto que leva seu nome, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso advertiu que não há vontade dos políticos em levar adiante nem a reforma política nem as demais. Os problemas precisariam piorar muito para que fosse criada consciência da necessidade de mudança, disse ele.

MUNDO: Partidos fecham acordo para limitar déficit público a 0,4% do PIB na Espanha

De O Globo.com.br,

com agências (economia@oglobo.com.br)

MADRI - A Espanha obteve consenso político entre os principais partidos nesta sexta-feira para determinar limites constitucionais para o déficit e a dívida pública. Segundo o diário espanhol "El País", o acordo para a reforma constitucional impõe um déficit máximo de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a ser cumprido a partir de 2020.
A previsão é votar o projeto no Congresso na próxima sexta-feira (2 de setembro).
Ainda segundo reportagem do "El País", o déficit poderá superar esse limite em caso de "catástrofe natural, recessão econômica ou situações de emergência extraordinária que escapem do controle do país e prejudiquem considervalmente a sustentabilidade econômica e social da nação".
A emenda constitucional acordada entre os principais partidos do país entraria em vigor em 2020 e não incluirá valores absolutos de teto de déficit, disse o governista Partido Socialista em comunicado nesta sexta-feira.
O déficit público orçamentário da Espanha alcançou 9,2% do PIB em 2010, e o objetivo do governo é reduzí-lo a 6% este ano.
Zapatero fez o anúncio de que um acordo tinha sido atingido na terça-feira durante um debate no Parlamento no qual foram aprovados os últimos planos de ajuste, com o quais o governo pretende economizar mais de 5 bilhões de euros (US$ 7,2 bilhões) nas contas públicas.
O líder do conservador Partido Popular, Mariano Rajoy, mostrou-se disposto a apoiar os socialistas na emenda. Uma reforma constitucional requer o respaldo de três quintos de ambas as câmaras legislativas, o Congresso e o Senado. O apoio dos dois partidos garante a aprovação.
As eleições gerais na Espanha estão marcadas para o dia 20 de novembro, mas Zapatero, que não disputará um terceiro mandato, afirmou que a reforma pode ser aprovada antes do pleito.
- Considero exequível chegar a esse acordo e convido todos os grupos na Câmara a se concentrar num projeto que possa ser aprovado de imediato - disse o presidente.
Já no Brasil, na contramão das medidas anunciadas pelo governo espanhol, a presidente Dilma Rousseff retirou da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012 (LDO) duas travas aos gastos públicos incluídas pela oposição: a meta para o déficit nominal (resultado negativo entre despesas e receitas) em 0,87% do PIB em 2012 e o artigo que previa que as despesas não cresceriam acima dos investimentos.

COMENTÁRIO: Era vidro e se quebrou

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Qual a razão de a presidente Dilma Rousseff resolver pagar o preço junto à opinião pública de um recuo naquilo que seus próprios assessores até outro dia denominavam com orgulho de "faxina" ética, anunciando aos partidos aliados que não fará novas demissões?
Pode ser apenas um recuo tático. Pode ser que a presidente tenha decidido dar uma meia trava na ofensiva contra a corrupção em seu ministério e contra comportamentos inadequados de seus ministros, em observância ao princípio segundo o qual para avançar é preciso retroceder.
Pode ser também que a presidente esteja querendo demonstrar que não será pautada pela imprensa nem pelas brigas internas das bancadas governistas no Congresso.
Podem ser essas e outras razões não detectáveis a olho nu que levaram a presidente a, neste momento, dar o dito pelo não dito dizendo que nunca disse o que foi perfeitamente ouvido.
Mas pode ser também que a presidente esteja simplesmente exercitando o estilo de hesitações, de decisões em ritmo de vaivém, bastante marcantes nos primeiros dois meses de governo.
O mais provável mesmo é que a presidente Dilma Rousseff esteja diante das consequências da falta de um planejamento específico para levar em frente uma sistemática de ação com começo, meio e fim.
Dilma atuou nessa questão da dita faxina sempre a reboque dos acontecimentos. Quando eles se acumularam e se atropelaram é possível que ela tenha se dado conta de que não controla todas as variáveis em jogo. Não controlando, corre o risco do descontrole e, portanto, melhor parar antes que seja tarde.
Mas, com isso, se de um lado em tese acalma a "base" - que não se acalmará por tão pouco, diga-se -, de outro deixa órfã aquela parcela da sociedade que gostou do que estava vendo e embarcou no apoio à presidente, em alguns casos deflagrando movimentos de engajamento na empreitada em prol da recuperação da ética como valor social e, sobretudo, institucional.
Alguma resposta o governo terá de dar ao entusiasmo dessa gente. Alguma explicação precisará ser oferecida para a manutenção de Pedro Novais e Mário Negromonte nos Ministérios do Turismo e das Cidades.
Um aceitou trabalhar com uma estrutura "estourada" pela Polícia Federal e outro disse impropriedades muito mais impróprias que aquelas que custaram o cargo a Nelson Jobim. E a denúncia, feita ao Planalto, de que Negromonte comprava apoios à razão de R$ 30 mil cada?
A presidente sempre poderá dizer que não fez o que pretendia fazer porque foi impedida por uma conjuração de malfeitores acantonados no Congresso Nacional.
O problema dessa versão é que tem pernas curtas. No presidencialismo quase imperial do Brasil o governo quando quer e se empenha de verdade ganha todas. Desde que saiba o que está fazendo, que tenha claro aonde, como e por que quer chegar.
Um exemplo: quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso quis privatizar o sistema de telecomunicações, enfrentou resistências enormes da "base", pois as "teles" eram poderosos feudos de empreguismo e um instrumento de manejo da maioria congressual que parecia impossível de ser quebrado. No entanto, se fez. Com método, tempo, poder de comando, capacidade de convencimento e foco na meta.
Não parece ser o caso do combate à corrupção iniciado pela reação rigorosa de Dilma diante de denúncias e que por enquanto se pode afirmar que durou o exato tempo da reação dos atingidos.
Presentes e futuros, pois o PT teme que venha a ser a próxima vítima do fogo amigo (?) e a presidente seja obrigada a agir com igual rigor.
Haverá uma segunda fase, um recomeço da ofensiva? É a questão se que põe para uma resposta que no momento só pode ser depende.
E depende primordialmente de Dilma Rousseff se dispor a tomar para si o controle das nomeações nos ministérios, no lugar de transferir essa prerrogativa aos partidos.
Agindo como agiu na composição primeira da equipe, a presidente torna-se refém dos humores das bancadas, das artimanhas, do jogo de pressões, dos dossiês e permite que seus ministros defendam os interesses dos respectivos partidos em detrimento dos interesses do governo.

MUNDO: Jovem baleado em protesto no Chile morre e dois dias de paralisação terminam com quase 1.400 detidos



De O Globo.com.br


Com agências internacionais


SANTIAGO - Um jovem de 16 anos baleado durante os protestos violentos que marcaram a paralisação geral no Chile nos últimos dois dias foi a primeira vítima a morrer nos confrontos entre manifestantes e policiais. De acordo com o jornal "El Mercurio", o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, informou que 1.349 pessoas foram detidas durante os últimos dois dias de violência.
Ubilla se negou a comentar se o jovem baleado foi atingido por um policial ou durante enfrentamentos dos manifestantes com jovens que tentavam impedir os protestos. Segundo ele, o caso será investigado. O subsecretário disse que há estrangeiros entre os detidos. O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, foi a Santiago participar das manifestações durante a greve geral.
- Como governo e como ministério do Interior, peço que se esclareça a origem e a circunstância do ocorrido, o que vai levar tranquilidade à família dele - disse o subsecretário, em referência à morte do jovem Manuel Gutiérrez Reinoso.
Segundo testemunhas, o jovem foi atingido por um tiro disparado pela polícia. A onda de manifestações, que começou há três meses, ganhou a adesão do maior grupo sindical do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que convocou uma paralisação de 48 horas. De acordo com uma rádio local, a polícia disparou três tiros em direção à barricada onde estava o adolescente. Uma das balas teria atingido o tórax de Manuel.
A noite de quinta-feira foi marcada por outros episódios de violência. A polícia utilizou canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes na capital e em outras cidades chilenas. Também houve saques em supermercados e lojas, além de veículos incendiados na periferia de Santiago.
Universitários e alunos do Ensino Médio exigem reformas no sistema educacional. Segundo eles, a quinta-feira foi marcada pela maior manifestação no país desde o retorno à democracia, em 1990, com 600 mil pessoas em diversos protestos.

MUNDO: Ataque com granadas e tiros mata pelo menos 50 em cassino no México

Do ESTADÃO.COM.BR


Bandidos invadiram e atearam fogo no estabelecimento repleto de pessoas na cidade de Monterrey
MÉXICO - Bandidos supostamente ligados ao crime organizado incendiaram um cassino na cidade de Monterrey - capital do estado mexicano de Nuevo León -, provocando a morte de pelo menos 53 pessoas, a maioria delas asfixiada pela fumaça.
Por volta das 15h50 locais (17h50 de Brasília), seis homens que saíram de dois veículos invadiram o Casino Royale, de dois andares, e, segundo versões de testemunhas, deram tiros e jogaram granadas, mas fontes oficiais indicam que os agressores não realizaram disparos e que o propósito do ataque era incendiar o local.
Os bandidos atearam fogo no cassino com um líquido inflamável, aparentemente gasolina, o que provocou um incêndio, disse o governador do estado de Nuevo León, Rodrigo Medina.
Ele informou que, ao término da noite de quinta-feira, 25, o balanço de vítimas já registrava 53 mortos, mas advertiu que o número poderia aumentar porque as equipes de resgate continuariam trabalhando.
O governador destacou que ainda poderia haver no local entre 15 e 20 outros corpos e acrescentou que as autoridades vão investigar por que as pessoas não conseguiram escapar pelas saídas de emergência.
O número de vítimas foi crescendo conforme avançava a tarde. Várias pessoas passaram a noite buscando informações sobre seus parentes no cassino. Ainda não há um número oficial de feridos, mas fontes extraoficiais indicam que são dez.
O governo federal qualificou este ataque como um ato de terror e de barbárie e garantiu que encontrará e castigará os responsáveis pelo incidente.
O secretário de governo (Interior), Francisco Blake, pretendia se deslocar ao cenário da tragédia, onde já se encontra o Exército. Nesta sexta-feira, 26, o presidente mexicano, Felipe Calderón, terá uma reunião de emergência com seu Gabinete de Segurança para tomar medidas sobre este caso.
Com base em testemunhos, jornalistas disseram que havia mais de 100 pessoas no local, das quais muitas conseguiram escapar, outras correram para se esconder em banheiros e algumas tentaram fugir pelas saídas de emergência, mas aparentemente estavam bloqueadas.
Jorge Camacho Rincón, diretor de Defesa Civil do estado de Nuevo León, explicou à emissora Milenio Televisión que, quando começaram os tiros, as pessoas correram aos banheiros para se proteger, mas não sabiam que os bandidos ateariam fogo no local. Isso fez com que muitos morressem asfixiados pela fumaça.
Uma mulher contou à emissora que estava no local junto com seu marido, Eduardo Martínez, e que, ao ouvir os estrondos, ela e muitas pessoas conseguiram escapar, mas não seu marido.
Ela relatou que, quando ficou a salvo, conseguiu falar com Eduardo pelo celular, que disse sentir falta de ar. Até a noite de quinta-feira, a mulher não sabia o que havia acontecido com o marido e já o havia procurado por vários hospitais, sem encontrá-lo.
O governador Medina assinalou que, embora ainda falte confirmar as informações preliminares dos peritos, os agressores provavelmente jogaram líquido inflamável no cassino para impedir que as pessoas dentro fossem auxiliadas pelas equipes de emergência.
Por causa do enorme incêndio - nesse estabelecimento de dois andares -, os bombeiros e socorristas tiveram de romper as paredes com uma máquina retroescavadeira para resgatar sobreviventes e corpos.
Menos de 24 horas antes do incidente em Monterrey, outro cassino tinha sido atacado com uma granada na cidade de Saltillo, no estado mexicano de Coahuila.
O cassino atacado na quinta-feira é propriedade do Grupo Royale, que possui estabelecimentos nas cidades de Monterrey, Mazatlán, Los Cabos e Escobedo.
Inaugurado há três anos e meio, o cassino incendiado possui dois andares: no primeiro, há um bingo com capacidade para 250 pessoas, máquinas caça-níqueis, roletas e apostas esportivas; no segundo, ficam as mesas de pôquer.
O presidente Calderón expressou com profunda consternação sua solidariedade com Nuevo León e com as vítimas deste terrível ato de terror e de barbárie.
"Esses repudiáveis atos obrigam a todos nós a perseverar na luta contra esses grupos de criminosos sem escrúpulos. Todo o apoio a NL (Nuevo León)", acrescentou o líder, em mensagem enviada pelo microblog Twitter.

PREVIDENCIA:Para evitar mais polêmica, governo também engaveta projeto de regras de aposentadoria mais duras

De O GLOBO.COM.BR

Geralda Doca (geralda@bsb.oglobo.com.br)

BRASÍLIA - O clima de instabilidade política levou o governo federal a desistir de provocar mais polêmica. Foram suspensas mudanças nas regras para a concessão de pensões, que constam da proposta elaborada pelos ministérios da Fazenda e da Previdência e que teriam impacto imediato nas contas públicas. A decisão de engavetar o projeto por tempo indeterminado foi tomada na semana passada, numa reunião entre técnicos das duas pastas na Casa Civil.
O mesmo fim deverá ter a contraproposta da equipe econômica de endurecer as regras para a aposentadoria, em troca do fim do fator previdenciário (fórmula de cálculo do benefício), defendido pelas centrais sindicais. Esse assunto será definido na próxima semana.
A proposta de mexer na pensão previa redução no valor e fixação de critérios para o pagamento do benefício de acordo com idade e número de filhos da viúva. Também seria fixado prazo de carência para evitar casamentos entre idosos e jovens interessados na pensão.
No entanto, para passar uma sinalização ao mercado de que o governo está preocupado com a sustentabilidade do regime de aposentadoria, todos os esforços serão no sentido de aprovar no Congresso o projeto que cria o fundo de pensão dos servidores públicos, apesar de resistências na própria base. Segundo interlocutores, o Executivo deverá entrar com pedido de urgência para acelerar a tramitação e levar a proposta, que ainda precisa tramitar por mais três comissões, direto para o plenário da Casa.
Projeto parado na Câmara desde 2007
O projeto, que complementa a reforma da Previdência, feita pelo governo Lula no início do mandato, estava parado na Câmara dos Deputados desde 2007.
- O governo vai só esperar a proposta sair da Comissão de Trabalho da Câmara, na próxima semana, para entrar com pedido de urgência - contou um interlocutor.
Para isso, os líderes aliados deverão intensificar a mobilização da base para derrubar os 12 destaques apresentados ao texto nesta quarta-feira na Comissão de Trabalho. A votação deverá ocorrer na próxima quarta-feira.
Uma das principais justificativas para apressar a votação é a alegação de que o novo fundo é um instrumento fundamental para corrigir as desigualdades entre o Regime Geral de Previdência Social (dos trabalhadores do setor privado, INSS) e o regime próprio do funcionalismo. No ano passado, o sistema de aposentadoria dos servidores da União registrou déficit de R$ 51,2 bilhões para pagar 950 mil segurados; no INSS, o rombo foi de R$ 42,7 milhões para pagar 24 milhões de beneficiários.
Fontes da equipe econômica avaliam que a convergência entre os dois regimes acontecerá dentro de 30 anos, com a instituição do fundo de aposentadoria complementar do funcionalismo. Isso porque o servidor deixará de receber salários integrais ao se aposentar. Levará o teto do INSS (hoje em R$ 3,6 mil) e um complemento - resultado do rendimento das suas contribuições e da União, enquanto estiver na ativa.
Ao divulgar nesta quinta-feira o resultado das contas do INSS em julho, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, criticou os parlamentares contrários à criação do fundo e os próprios servidores. Além de defender o regime de urgência, ele disse que o governo deve fazer uma campanha para derrubar os lobbies contra a medida - contestando o argumento de que o servidor sairá perdendo.
- Temos simulações que mostram que as aposentadorias, com a possibilidade de contribuição do servidor e da União para o fundo de pensão, crescerão - disse o ministro da Previdência.
A proposta dá ao servidor atual a possibilidade de permanecer ou migrar para o novo modelo. Quem ingressar no serviço público estaria sujeito às novas regras.
Garibaldi também adiou para dezembro a possibilidade de um eventual acordo entre governo e centrais para o fim do fator previdenciário. A previsão do ministro era costurar um consenso em setembro.
- Fui otimista e pensei que esse debate se esgotaria no final de setembro, mas fui traído pelos acontecimentos - afirmou o ministro.
Garibaldi destacou a falta de consenso entre os próprios ministérios envolvidos e as centrais sindicais, que exigem que o governo apresente a sua contraproposta.
- Não há ainda a definição do que vai substituir o fator previdenciário. Chegamos à conclusão de que não pode haver eliminação pura e simples desse mecanismo, que não seja trocar seis por meia dúzia. Tem que ser uma alternativa melhor para o trabalhador. Mas o governo não deve ficar desprotegido nas suas receitas, que são fundamentais para pagar as aposentadorias - afirmou Garibaldi Alves.
Contribuição pode ser por mais tempo
O Ministério da Fazenda quer que o fim do fator seja seguido de aumento gradual no tempo de contribuição de 35 para 42 anos (homens) e de 30 para 37 anos (mulheres). Mas as centrais sindicais rejeitam aumentos no tempo de contribuição ou na idade para requerer o benefício. A reunião sobre o assunto na próxima semana será restrita aos técnicos das áreas envolvidas.
As alterações propostas
O Brasil é um dos poucos países do mundo em que a pensão é vitalícia e paga integralmente ao dependente no valor integral, independentemente da idade e do número de filhos. Alterar essas regras era uma pretensão dos ministérios da Fazenda e da Previdência devido aos impactos imediatos da medida: assim que aprovada no Congresso, já valeria para as novas concessões, a partir da morte do segurado. Não
haveria mudança para quem já recebe o beneficio.
Uma das principais mudanças seria a redução de 30% no valor do benefício, no caso das viúvas sem filhos menores de 21 anos. A pensão também teria um prazo de validade de dez anos para segurados com menos de 35 anos.
Acima dessa idade, a pensão permaneceria vitalícia. Além disso, a proposta previa novos critérios na concessão da pensão, com distribuição para os filhos menores: em vez de ficar com 100% do benefício pago ao segurado morto, como ocorre hoje, o novo beneficiado passaria a receber 70% do valor; 30% seriam repartidos com os filhos menores (cinco no máximo). Quando um desses filhos completar 21 anos, perderá direito ao pagamento.
A mulher que se casar novamente perderia o direito à pensão. Para evitar casos de jovens que se casam com idosos só para ter direito à pensão do INSS, será criado um prazo de carência de 12 meses para o início do pagamento da pensão.

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PREVIDENCIA:Para evitar mais polêmica, governo também engaveta projeto de regras de aposentadoria mais duras


Publicada em 25/08/2011 às 23h19mGeralda Doca (geralda@bsb.oglobo.com.br)

BRASÍLIA - O clima de instabilidade política levou o governo federal a desistir de provocar mais polêmica. Foram suspensas mudanças nas regras para a concessão de pensões, que constam da proposta elaborada pelos ministérios da Fazenda e da Previdência e que teriam impacto imediato nas contas públicas. A decisão de engavetar o projeto por tempo indeterminado foi tomada na semana passada, numa reunião entre técnicos das duas pastas na Casa Civil.
VOTE:
O que você acha da decisão do governo de engavetar regras mais rígidas para a aposentadoria?
PREVIDÊNCIA:
Idade mínima para aposentadoria deve ficar acima de 51 anos para mulheres e 54 para homens
PROPOSTA:
Goveno pretende acabar com irregularidades no pagamento de pensões por morte
O mesmo fim deverá ter a contraproposta da equipe econômica de endurecer as regras para a aposentadoria, em troca do fim do fator previdenciário (fórmula de cálculo do benefício), defendido pelas centrais sindicais. Esse assunto será definido na próxima semana.
A proposta de mexer na pensão previa redução no valor e fixação de critérios para o pagamento do benefício de acordo com idade e número de filhos da viúva. Também seria fixado prazo de carência para evitar casamentos entre idosos e jovens interessados na pensão.
No entanto, para passar uma sinalização ao mercado de que o governo está preocupado com a sustentabilidade do regime de aposentadoria, todos os esforços serão no sentido de aprovar no Congresso o projeto que cria o fundo de pensão dos servidores públicos, apesar de resistências na própria base. Segundo interlocutores, o Executivo deverá entrar com pedido de urgência para acelerar a tramitação e levar a proposta, que ainda precisa tramitar por mais três comissões, direto para o plenário da Casa.
Projeto parado na Câmara desde 2007
O projeto, que complementa a reforma da Previdência, feita pelo governo Lula no início do mandato, estava parado na Câmara dos Deputados desde 2007.
- O governo vai só esperar a proposta sair da Comissão de Trabalho da Câmara, na próxima semana, para entrar com pedido de urgência - contou um interlocutor.
Para isso, os líderes aliados deverão intensificar a mobilização da base para derrubar os 12 destaques apresentados ao texto nesta quarta-feira na Comissão de Trabalho. A votação deverá ocorrer na próxima quarta-feira.
Uma das principais justificativas para apressar a votação é a alegação de que o novo fundo é um instrumento fundamental para corrigir as desigualdades entre o Regime Geral de Previdência Social (dos trabalhadores do setor privado, INSS) e o regime próprio do funcionalismo. No ano passado, o sistema de aposentadoria dos servidores da União registrou déficit de R$ 51,2 bilhões para pagar 950 mil segurados; no INSS, o rombo foi de R$ 42,7 milhões para pagar 24 milhões de beneficiários.
Fontes da equipe econômica avaliam que a convergência entre os dois regimes acontecerá dentro de 30 anos, com a instituição do fundo de aposentadoria complementar do funcionalismo. Isso porque o servidor deixará de receber salários integrais ao se aposentar. Levará o teto do INSS (hoje em R$ 3,6 mil) e um complemento - resultado do rendimento das suas contribuições e da União, enquanto estiver na ativa.
Ao divulgar nesta quinta-feira o resultado das contas do INSS em julho, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, criticou os parlamentares contrários à criação do fundo e os próprios servidores. Além de defender o regime de urgência, ele disse que o governo deve fazer uma campanha para derrubar os lobbies contra a medida - contestando o argumento de que o servidor sairá perdendo.
- Temos simulações que mostram que as aposentadorias, com a possibilidade de contribuição do servidor e da União para o fundo de pensão, crescerão - disse o ministro da Previdência.
A proposta dá ao servidor atual a possibilidade de permanecer ou migrar para o novo modelo. Quem ingressar no serviço público estaria sujeito às novas regras.
Garibaldi também adiou para dezembro a possibilidade de um eventual acordo entre governo e centrais para o fim do fator previdenciário. A previsão do ministro era costurar um consenso em setembro.
- Fui otimista e pensei que esse debate se esgotaria no final de setembro, mas fui traído pelos acontecimentos - afirmou o ministro.
Garibaldi destacou a falta de consenso entre os próprios ministérios envolvidos e as centrais sindicais, que exigem que o governo apresente a sua contraproposta.
- Não há ainda a definição do que vai substituir o fator previdenciário. Chegamos à conclusão de que não pode haver eliminação pura e simples desse mecanismo, que não seja trocar seis por meia dúzia. Tem que ser uma alternativa melhor para o trabalhador. Mas o governo não deve ficar desprotegido nas suas receitas, que são fundamentais para pagar as aposentadorias - afirmou Garibaldi Alves.
Contribuição pode ser por mais tempo
O Ministério da Fazenda quer que o fim do fator seja seguido de aumento gradual no tempo de contribuição de 35 para 42 anos (homens) e de 30 para 37 anos (mulheres). Mas as centrais sindicais rejeitam aumentos no tempo de contribuição ou na idade para requerer o benefício. A reunião sobre o assunto na próxima semana será restrita aos técnicos das áreas envolvidas.
As alterações propostas
O Brasil é um dos poucos países do mundo em que a pensão é vitalícia e paga integralmente ao dependente no valor integral, independentemente da idade e do número de filhos. Alterar essas regras era uma pretensão dos ministérios da Fazenda e da Previdência devido aos impactos imediatos da medida: assim que aprovada no Congresso, já valeria para as novas concessões, a partir da morte do segurado. Não
haveria mudança para quem já recebe o beneficio.
Uma das principais mudanças seria a redução de 30% no valor do benefício, no caso das viúvas sem filhos menores de 21 anos. A pensão também teria um prazo de validade de dez anos para segurados com menos de 35 anos.
Acima dessa idade, a pensão permaneceria vitalícia. Além disso, a proposta previa novos critérios na concessão da pensão, com distribuição para os filhos menores: em vez de ficar com 100% do benefício pago ao segurado morto, como ocorre hoje, o novo be-neficiado passaria a receber 70% do valor; 30% seriam repartidos com os filhos menores (cinco no máximo). Quando um desses filhos completar 21 anos, perderá direito ao pagamento.
A mulher que se casar novamente perderia o direito à pensão. Para evitar casos de jovens que se casam com idosos só para ter direito à pensão do INSS, será criado um prazo de carência de 12 meses para o início do pagamento da pensão.

ECONOMIA: Bovespa cai na abertura, antes do discurso de Bernanke

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Yolanda Fordelone

Com a atenção voltada aos Estados Unidos, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu o pregão desta sexta-feira em queda de 0,12%, aos 52.888 pontos. Pela manhã, foi anunciado o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Investidores aguardam ansiosos o discurso do presidente do Federal Reserve (BC dos EUA) às 11 horas.
O PIB do 2º trimestre foi revisado de 1,3% para 1%, como previsto por analistas. Esta foi a primeira revisão do indicador. “A expectativa era de crescimento baixo ou até estabilidade”, diz o analista-chefe da corretora Walpires, Leandro Martins.
É esperado agora o discurso de Bernanke durante o simpósio anual em Jackson Hole. “Quando o presidente do Fed fala geralmente os mercados ficam Masi voláteis”, comenta Martins. A expectativa gira encima de um anúncio que pode ocorrer sobre novos estímulos à economia norte-americana. O analista espera um pregão negativo, de realizações de lucro.
Sobre o furacão Irene que deve atingir a costa dos EUA nesta sexta-feira, Martins diz que já é algo previsto.
Os mercados se preparam para os efeitos. “O mercado já sabe que é um fenômeno que ocorre a cada ano. Mesmo este furacão que deve ser forte é esperado. Quando teve o terremoto nesta semana, o mercado recuou um pouco mas depois se voltou a outras notícias”, afirma.
Os índices futuros nos EUA recuam, o que confirma que o discurso pode ter um lado ruim, diz Martins. No Brasil, pouco após a abertura do mercado às 9 horas, o Ibovespa Futuro caía 0,12%, a 53.845 pontos. Pouco antes das 10 horas, o índice futuro atingiu a mínima, em queda de 0,84%.
Na Europa, o pregão também é de baixa. No momento, Londres cai 1,40%, Frankfurt, 2,58%, Paris, 2,38%, e Madri, 2,30%.
Na Ásia, os fechamentos foram em direções opostas. A Bolsa de Hong Kong caiu 0,86%. A Bolsa de Tóquio fechou com leve alta, de 0,3%.
Leia tudo sobre os mercados financeiros e a crise econômica nos Estados Unidos e Europa.

MUNDO: Aviões da Otan bombardeiam bunker na cidade natal de Kadafi na Líbia

De O Globo.com.br

Com agências internacionais

TRÍPOLI e BRUXELAS - Embora a Otan negue que venha coordenando suas ações com os rebeldes que tentam derrubar Muamar Kadafi, a aliança está concentrando seus ataques aéreos em Sirta, cidade natal do ditador, onde ele pode estar escondido. Já em Trípoli, segundo a TV al-Arabyia, forças leais a Kadafi bombardearam o aeroporto, danificando um avião.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que aviões britânicos lançaram mísseis guiados de alta precisão contra um grande bunker em Sirta, diz a BBC. De acordo com a rede britânica, os jatos Tornado partiram de Norfolk na noite de quinta-feira.
A Otan informou nesta sexta-feira que atingiu 29 veículos armados perto de Sirta, que está a 400 quilômetros a leste da capital. Na cidade, tropas leais ao regime vêm resistindo à ofensiva dos rebeldes, que invadiram Trípoli no domingo e tomaram o complexo residencial de Kadafi na terça-feira, mas não encontraram o ditador nem seus parentes.
Em Londres, o ministro da Defesa britânico, Liam Fox, disse que há elementos do regime em Sirta, onde eles "continuam a lançar guerra contra o povo líbio". Fox havia admitido na quinta-feira que a inteligência da Otan está colaborando com os rebeldes. A aliança vem negando o envolvimento e afirmando que achar o ditador não é seu objetivo.

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MUNDO: Bomba explode em escritório da ONU na Nigéria e mata pelo menos 18

Saharareporters/AP
Socorristas tentam retirar vítimas dos escombros de prédio da ONU

Do ESTADÃO.COM.BR



Caminhão-bomba teria destruído ala onde funcionava a representação da Unicef no país
Uma bomba explodiu nesta sexta-feira, 26, no escritório da ONU em Abuja, na Nigéria, informou um porta-voz da organização às agências de notícias. Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 8 ficaram feridas no ataque, segundo Mike Zuokumor, responsável pela polícia no local.
"Falamos com nossos colegas em Lagos, que confirmaram que a explosão foi causada por uma bomba. Não temos maiores informações até agora", disse Alessandra Vellucci, porta-voz na organização em Genebra, sem confirmar o número de mortes.
Um membro das forças de segurança em Abuja afirmou que aparentemente o prédio foi alvo de um caminhão-bomba.
Um funcionário do escritório da ONU em Lagos afirmou que a explosão ocorreu na ala do prédio onde ficava a representação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Uma asa inteira do edifício de 5 andares teria sido destruída. Cerca de 400 pessoas trabalham no local.
Michael Ofilaje, um funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no escritório de Abuja, disse à Associated Press que "muitas pessoas morreram" e que havia "corpos espalhados" no local. Ofilaje disse que a explosão "ocorreu no porão e sacudiu o prédio".
Segundo testemunhas no local, pessoas feridas foram retiradas do edifício e levadas para o Hospital Nacional de Abuja.
Segundo a BBC, o ataque ocorreu por volta das 11h (horário local) em bairro no centro da cidade que abriga prédios de organizações internacionais e representações diplomáticas, perto da embaixada dos EUA.
Até o momento nenhum grupo reivindicou o atentado, porém a Nigéria, um país rico em petróleo, enfrenta ameaças em várias frentes.
Com 150 milhões de habitantes, a Nigéria é dividida entre o sul de maioria cristã e o norte muçulmano. Nos últimos meses, o país enfrenta a crescente ameaça da seita radical Boko Haram, que almeja implementar uma versão estrita da lei islâmica.


Aguarde mais informações

DIREITO: Supremo mantém ato do CNJ e declara válida eleição para presidente do TRT de Minas Gerais

Por maioria dos votos (5x3), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que autorizou a posse da desembargadora Deoclécia Amorelli para o cargo de presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (3ª Região) referente ao biênio 2010/2011. O ato do CNJ foi questionado no Mandado de Segurança (MS) 28447.
A eleição da desembargadora foi questionada porque ela já teria exercido dois cargos de direção – de vice-corregedora e vice-presidente – naquele tribunal, fato que inviabilizaria sua candidatura pela regra do artigo 102 da Lei Orgânica da Magistratura (Loman). Trecho do dispositivo determina que quem tiver exercido quaisquer cargos de direção por quatro anos, ou o de presidente, não figurará mais entre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes, na ordem de antiguidade.
Deoclécia não chegou a assumir o cargo porque, em dezembro de 2009, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, concedeu liminar no mandado de segurança para suspender a posse dela e determinar que o desembargador Eduardo Augusto Lobato, autor do MS, assumisse a Presidência do tribunal provisoriamente.
Julgamento finalizado
A análise da matéria foi retomada na sessão plenária desta quinta-feira (25) com a apresentação do voto-vista da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. Ela votou no mesmo sentido do relator, ministro Dias Toffoli, favorável à posse de Deoclécia no cargo de presidente do TRT/MG.
“A ocupação de cargos sem funções de direção efetiva – porque as atribuições decisórias definitivas são dos titulares – criariam, a meu ver, óbices a que os magistrados concorressem a outros cargos de direção nos termos do artigo 102, da Lei Orgânica, sem terem podido exercer efetivamente a direção em outras funções”, considerou a ministra. Segundo ela, a Lei Orgânica da Magistratura nacional possibilita a criação de outros cargos, que não apenas aqueles indicados, “somente para facilitar a gestão de grandes estruturas judiciárias”.
Também votaram com o relator os ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto e Marco Aurélio. Segundo Lewandowski, o cargo a que os autos se referem destinava-se apenas a uma substituição eventual do corregedor. “Não era um cargo de direção efetivamente, era um cargo em que as funções eram exercidas de forma circunstancial e efêmera”, lembrou.
O ministro Ayres Britto salientou que, para a Constituição Federal, há três cargos de direção: presidente, vice-presidente e corregedor, portanto considerou que, à luz da CF, “não há a figura do vice-corregedor”. “A Loman me parece compatível com a Constituição verticalmente e por isso digo que ela foi recepcionada”, disse.
Por sua vez, o ministro Marco Aurélio assentou a autonomia dos tribunais, levando em conta que Deoclécia foi eleita democraticamente por seus colegas desembargadores em escrutínio. “Foi uma atuação plena de boa-fé”, acrescentou. De acordo com ele, a desembargadora “acreditou na nova ordem jurídica constitucional, acreditou na resolução do Tribunal Superior do Trabalho quanto aos cargos de substituição e acreditou no Regimento Interno do TRT, permanecendo nos dois anos na Vice-Corregedoria e nos dois anos na Vice-Presidência, não pode, agora, ser apenada com um veto à chegada à Presidência”.
Divergência
Já os ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso acompanharam a divergência iniciada pelo voto do ministro Luiz Fux, proferido na semana passada, no começo das discussões. Eles entenderam que o desembargador Eduardo Augusto Lobato deveria tomar posse na Presidência do TRT/MG.
“A questão é relevante não por conta deste caso do TRT é porque nós podemos estar abrindo portas para essa clara, flagrante violação da orientação que até então nós defendemos em relação à Loman”, ressaltou Mendes. Para ele, está sendo discutido de modo amplo, no presente julgamento, “qual modelo institucional se quer para o Judiciário em termos de definição de responsabilidade”.
Peluso observou que o cargo de corregedor é considerado como de direção do tribunal pela importância da competência específica que ele tem em matéria disciplinar. “Não é o fato de exercer poderes análogos ao de presidente que torna o cargo de corregedor um cargo de direção é, sim, a competência singular ligada à disciplina da magistratura”, explicou o ministro.
Dessa forma, o STF, por maioria de cinco votos, decidiu pela denegação da ordem, vencidos os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes e Cezar Peluso, que concediam a segurança.

DIREITO: STF - Recursos de Cássio Cunha e Jader Barbalho têm nova relatoria

Os Recursos Extraordinários de Cássio Cunha Lima (RE 634250) e Jader Barbalho (RE 631102) foram redistribuídos para o ministro Ricardo Lewandowski, que substituirá o ministro Joaquim Barbosa na relatoria dos processos. A redistribuição ocorreu após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, que apreciou pedidos feitos pelos advogados dos políticos para que fosse aplicada previsão regimental aos recursos em questão.
Os advogados alegaram necessidade de urgência na análise do pedido, uma vez que envolve "prioridade conferida por lei aos processos de registro [eleitoral]".
Em sua decisão, o ministro Cezar Peluso considerou a eventual possibilidade de dano ao direito dos interessados para determinar a substituição da relatoria do ministro Joaquim Barbosa, que se encontra em licença médica. O procedimento está previsto nos artigos 38 e 68 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, além do artigo 24.

MUNDO: Petrobras

Do MIGALHAS LATINOAMERICA


Las autoridades ambientales de Argentina emplazaron a la brasileña Petrobras presentar un programa plan que garantice medidas de seguridad en su refinería en Bahía Blanca, que recientemente sufrió dos incendios por la emisión de gases tóxicos. (Presione aquí)

MUNDO: Exprés !

Do MIGALHAS LATINOAMERICA


El gobierno de España quiere una reforma constitucional exprés, en el menor tiempo posible, un mes y sin referéndum. (Presione aquí)

DIREITO: Comunidade indígena que briga por área nobre em Brasília consegue liminar no STJ

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu à Comunidade Indígena Fulni-o Tapuya, localizada no Setor Noroeste de Brasília (DF), liminar para suspender decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que rejeitou os pedidos de exceções de impedimento e suspeição contra uma juíza federal. Ela é encarregada de decidir uma ação civil pública que pode garantir a permanência dos índios na área – loteamento nobre da capital federal ainda na fase inicial de implantação.
O TRF1 não reconheceu nulidade no processo em razão de suposta suspeição da magistrada. O irmão da juíza, antes da nomeação para o cargo de procurador-geral do Distrito Federal, atuou como consultor-geral do governo do Distrito Federal, e teria participado da elaboração de estudos para a implementação do Setor Noroeste.
A comunidade indígena ingressou com a medida cautelar para atribuir efeito suspensivo a um agravo em recurso especial interposto contra decisão do TRF1. Segundo a comunidade, tramita na Fundação Nacional do Índio (Funai) processo que visa regularizar e delimitar a ocupação indígena no local. Além disso, a comunicade afirma que a ocorrência de violação dos artigos 134 e 135 do Código de Processo Civil (sobre impedimentos e suspeição), diante da relação de irmandade entre a juíza e o procurador-geral do Distrito Federal, exige a aplicação da interpretação extensiva da lei.
Ainda de acordo com a comunidade, quando a juíza soube da decisão do TRF1, revogou liminar concedida em ação civil pública que garantia a permanência dos Fulni-o Tapuya no local. Com isso, permitiu que o governo do Distrito Federal ocupe, a qualquer momento, o local, retirando a população indígena e derrubando as moradias.
Em seu voto, o relator, ministro Benedito Gonçalves, assinalou que a concessão do efeito suspensivo ao agravo em recurso especial exige a demonstração do periculum in mora, que se traduz na urgência da prestação jurisdicional, bem como, a caracterização do fumus boni juris, consistente na plausibilidade do direito alegado.
Sob esse enfoque, o ministro ressaltou que, considerando que o parentesco apontado é fato incontroverso e que as alegações da comunidade indígena, em tese, podem configurar algumas das hipóteses legais que enfraquecem a imparcialidade da magistrada (impedimento ou suspeição), fica evidenciado o fumus boni juris.
Já o periculum in mora estaria configurado pela possibilidade de que o governo do Distrito Federal tome medidas administrativas para a desocupação da área, além da retirada da comunidade e a derrubada das edificações existentes. “Logo o perigo do dano irreparável é evidente”, afirmou.
A suspensão vale até que o recurso que vai analisar o mérito da questão seja julgado no STJ.

DIREITO: STJ - Ex-juiz e policial federal envolvidos na Operação Anaconda têm penas reduzidas

Em decisão unânime, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu as reprimendas impostas a um ex-juiz federal e a um policial federal envolvidos na Operação Anaconda, que investigou organização criminosa voltada para o tráfico de influência, peculato, prevaricação, corrupção passiva, falsidade ideológica e venda de sentenças.
Com a decisão, resta ao ex-juiz o cumprimento total da sanção de seis anos e três meses de reclusão. Já ao policial federal, resta o cumprimento total da reprimenda de cinco anos e cinco meses de reclusão. O regime de cumprimento da pena imposta continua sendo o fechado. O relator do processo é o ministro Jorge Mussi.
Segundo o Ministério Público, em sua denúncia, os acusados, mediante ajuste de vontades, teriam simulado empréstimo de quantia em dinheiro com o objetivo de burlar as autoridades fazendárias acerca da origem de recursos financeiros recebidos pelo ex-juiz e justificar os acréscimos patrimoniais obtidos. Assim sendo, haveria configuração do delito de falsidade ideológica.
Afirmou o MP, em seguida, que o ex-juiz poderia ter desviado armas de fogo apreendidas em processos que tramitavam na vara criminal do qual era titular e emprestado ao policial federal. Desta forma, se caracterizaria o crime de peculato.
O MP sustentou ainda que o ex-juiz teria conduzido ação penal relativa ao chamado “escândalo dos precatórios” previamente intencionado em absolver os acusados, tudo com a ajuda do policial. Por fim, a denúncia afirmou que o ex-juiz, valendo-se de sua posição, receberia vantagens indevidas a fim de intermediar interesses no curso de ações judiciais em trâmite.
Condenação
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em dezembro de 2003, recebeu a denúncia e afastou o magistrado do cargo. Em junho de 2006, foi realizado o julgamento da ação penal que condenou o ex-juiz às penas de dois anos e 11 meses de reclusão, além de 35 dias-multa, pela prática do crime de falsidade ideológica; quatro anos e seis meses de reclusão, ao que se somam 54 dias-multa, no que se refere ao delito de peculato, e um ano de detenção e 60 dias-multa pela prevaricação.
Já a reprimenda imposta ao policial federal foi fixada em dois anos e seis meses de reclusão, além de 30 dias-multa, pela falsidade ideológica; quatro anos de reclusão e 48 dias-multa, pelo peculato e um ano de detenção e 60 dias-multa, por prevaricação.
Na aplicação da pena, o TRF3 optou por aumentar a pena base, julgando negativamente as circunstâncias judiciais de culpabilidade, motivos, circunstâncias, consequências e personalidades dos réus. Estabeleceu-se o regime inicial fechado de cumprimento de pena, tendo sido vedada a possibilidade de recurso em liberdade.
Recursos
Posteriormente ao julgamento, inúmeros habeas corpus foram impetrados no STJ, além de recursos especiais e extraordinários.
No recurso especial relatado pelo ministro Jorge Mussi, os réus alegaram a incompetência do TRF3; violação ao princípio do promotor natural, dada a não observância da distribuição aleatória de processos; o impedimento das procuradoras regionais da República, uma vez que teriam conduzido a investigação no inquérito judicial, entre outras questões.
Em seu voto, o ministro destacou que, conforme orientação já sedimentada no STJ, ações penais em andamento e condenação posterior não podem ser valoradas como maus antecedentes, má conduta social ou personalidade desajustada do agente, para a elevação da pena-base, em obediência ao princípio da não culpabilidade.
Segundo o ministro, a elevação na pena pelo julgamento desfavorável de algumas circunstâncias previstas no artigo 59 do Código Penal deve seguir um juízo de proporcionalidade, evitando-se majoração exagerada sem a devida justificativa.
“Afastando-se a desfavorabilidade de três circunstâncias judiciais, é de rigor a diminuição da pena base imposta ao policial federal. Contudo, a reprimenda deve se dar acima do mínimo legal, haja vista a valoração negativa dos motivos, circunstâncias e consequências do delito, bem como quanto à culpabilidade do agente”, afirmou o relator.
Assim, a pena do policial foi readequada para dois anos e um mês de reclusão pelo crime de falsidade ideológica; três anos e quatro meses de reclusão dada à prática de peculato e dez meses de detenção pelo crime de prevaricação.
Embora o ex-juiz não tenha questionado a aplicação de sua pena, o ministro Jorge Mussi destacou que os efeitos da decisão deveriam ser estendidos a ele, por força do artigo 580 do Código de Processo Penal.
Quanto ao crime de prevaricação, o ministro observou a prescrição da pretensão punitiva do Estado, uma vez que a sessão de julgamento da ação penal na qual os dois foram condenados, que constitui o último marco interruptivo, ocorreu em 24 de agosto de 2006, decorrendo, portanto, intervalo superior a dois anos.
O número deste processo não é informado em razão de segredo de Justiça.

DIREITO: TSE publica guia com perguntas e respostas sobre o processo eleitoral brasileiro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de informar o eleitor quanto ao funcionamento do processo eleitoral brasileiro, lançou a cartilha Perguntas e respostas – Guia do Eleitor, elaborada pela Assessoria de Imprensa e Comunicação Social da Corte.
Em outubro de 2010, material semelhante foi produzido com 145 respostas a questionamentos específicos sobre o período eleitoral. Na edição atual, conceitos e procedimentos de todo o universo do processo eleitoral foram abordados em 120 perguntas e respostas.
Plebiscito e referendo
A publicação tem um capítulo que esclarece as formas de exercício direto da soberania popular plebiscito e referendo, e explica as nuances de cada um. “A diferença principal entre os dois institutos é que o plebiscito é uma consulta prévia feita à população sobre a possibilidade de se adotar uma lei ou um ato administrativo, de modo que os cidadãos possam aprovar ou rejeitar as opções que lhe são propostas. O referendo é uma consulta feita à sociedade após aprovação de uma lei ou um ato administrativo, cabendo à população aceitar ou não a medida”, diz o texto.
Partido Político
O guia aborda, ainda, conceito e informações sobre partido político: regras para a criação de partido, filiação e desfiliação partidária, fundo partidário, entre outros. “Partido político pode ser definido como uma entidade formada pela livre associação de pessoas, com uma ideologia em comum, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos humanos fundamentais”, esclarece a publicação.
Outros temas
Mais temas de interesse do eleitor são tratados no guia: votação no exterior, propaganda eleitoral, conduta vedada a agentes públicos, coligação e convenção partidária, justificativa eleitoral e informações sobre eleitores e candidatos.
Clique aqui para conhecer a cartilha, disponível no Catálogo de Publicações da página do TSE na internet.

ARTIGO: Strauss-Kahn está livre da ação, mas não de problemas

Da CONJUR



O ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn está livre da ação criminal, mas não de problemas. Um artigo no The New York Times desta quinta-feira (25/8) alerta que o segundo ato do drama judicial de DSK, o processo civil movido pela camareira, pode ter outro desfecho. "Apesar dos advogados de DSK se declararem tranquilos, eles sabem muito bem que o tribunal criminal e o tribunal civil são dois universos diferentes", diz o artigo.
O caso de O.J. Simpson, o ex-jogador de futebol americano acusado de matar sua mulher e um amigo dela, é um exemplo. "Ele foi absolvido na ação criminal, mas foi condenado a pagar dezenas de milhões de dólares, em indenizações, por um tribunal civil", diz o jornal. Outro caso famoso, entre os americanos, foi o do engenheiro Bernard Goetz. Ele foi absolvido da acusação de atirar em quatro rapazes, que ele pensou que iam assaltá-lo no metrô — só foi condenado por posse ilegal de arma. Mas, em um tribunal civil, foi condenado a pagar US$ 43 milhões a um dos rapazes que ficou paralítico.
O júri que condenou Goetz era do Bronx, um dos bairros mais pobres de Nova York, onde questões raciais e de classe são mais acirradas do que em qualquer outra parte da cidade. Foi no tribunal civil de Bronx, onde vive a camareira Nafissatou Diallo, que seu advogado deu entrada em uma ação civil indenizatória contra DSK. Diferentemente de Manhattan, que acompanhou o caso de "um banqueiro internacional, politicamente poderoso", o Bronx vai acompanhar o caso de uma mulher pobre, originária do Oeste da África, que teria sido sujeita a atos libidinosos e tentativa de estupro, comenta o jornal.
Bon VoyageDSK pode voltar para a França quando quiser. Mas ainda tem algumas coisas a fazer nos Estados Unidos, segundo disse à imprensa. Duas delas são conhecidas. Nesta quinta-feira (25/8), ele tem de apanhar seus passaportes na Promotoria Pública de Nova York e ir ao FMI, para se despedir de seus colegas. "Diz-se que será recebido com aplausos, por seu trabalho como um bombeiro da crise financeira mundial, antes de embarcar em uma nova campanha para limpar seu nome na França", diz o jornal The Telegraph.
Os amigos e partidários políticos de DSK terão de lhe desejar mais do que boa viagem. Na França, ele terá de enfrentar dois casos de investigação em fase preliminar, um de tentativa de estupro e outro de suborno de testemunha. E também grupos de defesa dos direitos da mulher da França, irados por causa de sua absolvição. "Você precisa ser uma santa para processar um estuprador?", perguntou a porta-voz da organização "Nem Prostitutas, Nem Submissas", segundo o jornal The Telegraph.
Um promotor público de Paris investiga acusação da escritora francesa Tristan Banon de que DSK teria tentado estuprá-la há oito anos. E outro promotor público de Pontoise, nas vizinhanças de Paris, está abrindo uma investigação preliminar para examinar uma denúncia do advogado da camareira de que uma autoridade francesa teria tentado subornar uma testemunha, preparada para oferecer evidências para a defesa de Niffissatou Diallo.
Na política, os membros do Partido Socialista estão "exultantes" com a absolvição e o retorno de DSK , diz o jornal. Eles esperam que DSK exerça um papel essencial na campanha do futuro candidato socialista à Presidência da República, devido a sua experiência em lidar com crises econômicas. Mas o diário Le Figaro tem uma opinião diferente: "Apesar de ser absolvido, DSK terá, como em todos os casos semelhantes, de conviver com a suspeita da opinião pública."

João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.

DIREITO: Decisão limita em 10% taxa para remarcar passagens

Da CONJUR


A companhia aérea TAM vai recorrer da decisão da Justiça Federal que limitou em 10% do valor da passagem a tarifa para remarcação e cancelamento de bilhetes. A decisão judicial, publicada nesta quinta-feira (25/8) no Diário Oficial da União, atendeu a pedido do Ministério Público Federal, que denunciou a cobrança de tarifas de até 80% pelas alterações.
Em nota, a TAM informou que discorda da decisão da Justiça e que já entrou com recurso contra a limitação na cobrança. "Sobre as atuais taxas para a remarcação de passagens, a companhia informa que hoje os valores para remarcação de bilhetes variam de acordo com o tipo de voo — domésticos ou internacionais — e com os perfis de tarifa do bilhete adquirido, sendo que os clientes são informados sobre as condições da tarifa no momento da compra do bilhete."
Já a companhia aérea Gol, que também foi condenada, informou que "só se manifestará nos autos do processo".
Entidades representativas das agências de turismo comemoraram a decisão da Justiça e consideram a medida um avanço na defesa dos direitos dos usuários de serviços de transporte aéreo. "Embora seja cedo para festejar, pois cabe recurso, o fato constitui um marco na proteção ao consumidor, de quem vem sendo cobradas diversas taxas criadas ao bel-prazer das empresas", segundo nota de representantes do setor, entre elas a Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo e Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas.
"Que venha, agora, a eliminação das taxas cobradas a título de segurança, combustível, assento confortável, entre outras. Obrigações básicas do transporte aéreo, mas cobradas como se fossem exceções", pedem os representantes das agências.

Com informações da Agência Brasil.

ARTIGO: Como diferenciar culpa e dolo eventual nos acidentes

Da CONJUR



Incontáveis "acidentes" de trânsito ocorridos nos últimos tempos estão sendo enquadrados como dolo eventual. Nessa categoria entraram: o caso do carro Porsche em São Paulo, o caso da nutricionista que atropelou um rapaz na Vila Madalena (SP), o caso do ex-deputado paranaense que matou duas pessoas em Curitiba etc. Nenhum desses casos ainda foi julgado pelo Tribunal do Júri, a quem compete (finalmente) dizer se efetivamente houve ou não dolo eventual.
O motorista que conduz seu veículo em alta velocidade, só por isso já está atuando de forma dolosa? Quem dirige embriagado, só por isso já deve ser enquadrado no dolo eventual?
Dolo eventual ocorre quando o agente prevê o resultado, aceita-o (assume o risco de produzi-lo) e atua com indiferença frente ao bem jurídico lesado. Três são as exigências do dolo eventual: previsão do resultado, aceitação e indiferença. O dolo eventual não pode ser confundido com a culpa (consciente ou inconsciente), visto que nesta o agente não aceita o resultado nem atua com indiferença frente ao bem jurídico.
Uma outra diferença marcante entre tais conceitos é a seguinte: no crime culposo o agente se soubesse que iria matar alguém não teria prosseguido na sua ação. No dolo eventual o agente, contrariamente, mesmo sabendo que pode matar alguém prossegue no seu ato, porque esse resultado lhe é indiferente, ou seja, se ocorrer, ocorreu (tanto faz acontecer ou não acontecer, visto que lhe é indiferente a lesão ao bem jurídico).
Vulgarmente se diz que a distinção entre a culpa consciente e o dolo eventual está nas expressões: "danou-se" e "que se lixe" (ou que se dane), respectivamente.
Teoricamente não é complicado distinguir um instituto do outro. Na prática, no entanto, a questão não é tão simples, visto que nem sempre contamos com provas inequívocas do dolo eventual.
Se um terceiro diz para o motorista (que está participando de um racha) que ele pode matar pessoas e ele diz que “se matar, matou”, “se morrer, morreu”, sem sombra dúvida está comprovado o dolo eventual. Mas nem sempre (ou melhor: quase nunca) temos essa prova no processo. Daí a dificuldade de enquadramento da conduta.
Se enquadrada a conduta como dolosa a competência para o julgamento do caso é do Tribunal do Júri (que julga os crimes dolosos contra a vida). Quando desde logo o juiz instrutor não vislumbra nenhuma pertinência em relação ao dolo eventual, cabe desde logo desclassificar a infração, retirando-a do Tribunal do Júri.
Havendo um mínimo de justa causa (provas), compete ao juiz proferir a decisão de pronúncia. Depois, é da competência do Tribunal do Júri a conclusão final se o fato se deu mediante culpa (consciente ou inconsciente) ou dolo eventual.
Este, aliás, foi o posicionamento que fundamentou a negativa do pedido de Habeas Corpus no HC 199.100-SP (4/8/2011), pela 5ª Turma do STJ, de relatoria do ministro Jorge Mussi.
De acordo com a conclusão do Tribunal da Cidadania, a competência que a Constituição Federal atribuiu ao Tribunal do Júri garante que a avaliação aprofundada das provas seja feita em plenário. Por esta razão, a conclusão de que se houve por parte do acusado culpa (consciente ou inconsciente) ou dolo eventual há de ser feita pelo Júri.
O paciente do writ acima referido foi pronunciado por ter causado a morte da vítima porque, supostamente, estando embriagado, dirigia em alta velocidade tendo se envolvido em acidente fatal.
Como se sabe, a pronúncia é a decisão que leva o acusado a julgamento perante o Júri, tendo o juiz se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (art. 413, CPP). E para que o fato seja julgado pelo Tribunal do Júri é necessário que o crime seja doloso contra a vida (art. 5º, inc. XXXVIII, CF/88).

Luiz Flávio Gomes é doutor em Direito penal pela Universidade Complutense de Madri e mestre em Direito Penal pela USP. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), juiz de Direito (1983 a 1998) e advogado (1999 a 2001). É autor do Blog do Professor Luiz Flávio Gomes.

DIREITO: Para juíza, MP não tem acesso a contas da prefeitura

Da CONJUR



O direito à intimidade e à privacidade de órgãos públicos como as prefeituras está sendo discutido em Ação Civil Pública interposta pela Procuradoria da República de Cachoeiro de Itapemirim (ES) para obter do Banco do Brasil e do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) informações sobre contas que movimentam recursos repassados pela União. A discussão gira em torno da possibilidade de o Ministério Público Federal ter acesso direto aos dados bancários de órgãos públicos com a finalidade de fiscalizar tais gastos.
Ao negar à Procuradoria da República o acesso aos dados bancários da prefeitura da cidade capixaba, a juíza da 5ª Vara Cível Federal, de Vitória (ES), Maria Cláudia de Garcia Paula Allemand, alegou que a quebra de sigilo desejada pelo Ministério Público Federal “não se compatibiliza com os direitos fundamentais à intimidade e à privacidade”, que são garantidos pela Constituição. Já o procurador da República Carlos Fernando Mazzoco entende ser “intolerável qualquer invocação de garantia de sigilo bancário em favor de pessoas de direito público, bem como referente a qualquer operação ativa ou passiva que envolva verbas públicas”.
Ao ver negado o pedido de informações pelos dois bancos, o procurador Mazzoco ingressou com a
Ação Civil Pública (Proc. 0011785-47.2010.4.02.5001) em setembro passado. Nela, insiste que “a adoção de tal postura pelas instituições financeiras, além de ignorar os princípios norteadores da administração pública, principalmente os princípios da publicidade e da moralidade, engessa sobremaneira a atividade do Ministério Público, instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, à qual foi incumbida da nobre tarefa de zelar pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
Ele diz ainda que a atitude dos bancos cria “imenso entrave à proteção do patrimônio público e social, entre outros bens tutelados pelo parquet, além de ensejar a desnecessária atuação do Judiciário para deliberar sobre ‘quebra de sigilo bancário’ em situações nas quais tais sigilo não se configura, tornando ainda mais onerosa e penosa a atividade dos magistrados”.
Para ele, ao “retardar, dificultar e até inviabilizar as atividades do Ministério Público, as instituições financeiras contribuem para a impunidade daqueles que se valem de atividades criminosas e atos de improbidade para dilapidar o erário público”. Todo o seu pedido é respaldado no artigo 37 da Constituição que estipula para os órgãos públicos “os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Ele cita também artigos da Constituição que preveem aos administradores públicos satisfação de seus atos e outros que dão ao cidadão o direito de receberem informações de interesse pessoal e público.
O Supremo Tribunal Federal garantiu ao MPF acesso a informações bancárias de contas resultantes de financiamentos públicos, independentemente de pedidos judiciais, no julgamento do Mandado de Segurança 21.729-4, interposto pelo Banco do Brasil contra o MPF, julgado em 1995 e que teve o acórdão publicado apenas em 2001.
Já na sua
sentença, a juíza Maria Cláudia se contrapõe a este acórdão com uma decisão mais recente do mesmo STF que no MS 22.801-DF, relatado pelo ministro Carlos Alberto Direito, negou acesso do Tribunal de Contas da União a dados bancários sem autorização judicial, uma vez que isto não é previsto na Lei 105/2001 que regulamenta o sigilo bancário.
Para a juíza, o mesmo ocorre com o MPF. “Embora inserido dentre as funções institucionais do Ministério Público, o poder investigatório para as apurações de lesões e/ou ameaças de lesões e valores essenciais da sociedade (art. 129 da CF/88) — o que está a justificar sua pretensão de eventual quebra de sigilo bancário sem a interferência da autoridade judiciária —, na lei específica que tratou do tema, não há autorização, para seu acesso direto a dados bancários, isto é, independentemente de autorização judicial. E, logo, por se tratar de exceção à regra constitucional que assegura o sigilo bancário, não cabe interpretação extensiva”.
Ela destaca ainda que o “Ministério Público, no exercício do seu poder de investigação, ostenta legitimidade para requerer ao Poder Judiciário informações, inclusive bancárias, necessárias à promoção de inquérito civil/criminal e de ação civil pública/penal, nos termos do artigo 129, VI e VIII da CF/88, ainda que alusivas aos próprios entes públicos ou àqueles que movimentem verba pública”.
Na sua decisão, por fim, acusa os procuradores de imparcialidade: “Como o MPF é parte nos referidos procedimentos e/ou processos judiciais, o mesmo não atua de forma totalmente imparcial, ou seja, não possui a necessária isenção para decidir sobre a imprescindibilidade ou não da medida que excepciona o sigilo bancário. Com efeito, somente o Poder Judiciário detém a imparcialidade exigida para decidir em que circunstâncias pode ser revelada a intimidade do indivíduo ou de pessoa jurídica (pública ou privada)”.
Ao
apelar ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o procurador Mazzoco, sustenta que a juíza equivocou-se. Ele, de plano, rebate a tese da juíza de que os órgãos públicos têm direito à intimidade e privacidade, ao sustentar que o sigilo bancário é “uma garantia dada pelo ordenamento jurídico com vistas à preservação da intimidade e da vida privada dos indivíduos. Em verdade, há que se falar em tal direito para além das pessoas físicas, abrangendo, também, as pessoas jurídicas. Contudo, considerar a hipótese de tutela de interesses da vida íntima e privada quando estiverem sob análise contas vinculadas à movimentação financeira do Poder Público, inevitavelmente, incorre-se em grave erro na aplicação do instituto. É cediço que a administração pública submete-se a regime jurídico especial, caracterizado, principalmente, pela supremacia e pela indisponibilidade dos interesses públicos, pelos quais o agente estatal deve estar sempre vinculado ao interesse público, e este em predominância sobre o interesse privado”.
Depois de voltar a discorrer sobre o princípio da publicidade elencado na Constituição para os órgãos públicos, o procurador insiste: “Não constitui quebra de sigilo bancário, simplesmente pelo fato de que tal privacidade e intimidade não existem. Ora, não se está aqui a negar o direito à vida íntima e privada. Porém, não cabe qualquer alegação de segredo ou privacidade nas situações que envolvam bens e direitos públicos, vez que tais interesses devem ser de conhecimento amplo, salvo nos casos de risco à segurança da sociedade e do Estado.”
O procurador também derrubou o exemplo de jurisprudência citado pela juíza mostrando que a decisão no Mandado de Segurança por ela citada não se assemelha ao caso em questão. “Tal julgado refere-se à auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União nas contas do Banco Central do Brasil, exercício de 1995, na pessoa do presidente da autarquia à época (…) Tendo negado o acesso ao “Sisbacen”, o TCU aplicou multa ao então presidente do Bacen, informando-o, ainda, que a insistência no não atendimento do acesso solicitado sujeitaria o responsável ao afastamento temporário do exercício de suas funções. Nos dizeres do ministro relator, Menezes Direito, vê-se por que foi considerada a hipótese de quebra de sigilo e o motivo pelo qual foi afastada a sua possibilidade: “[...] o que estamos discutindo não é a prestação de informações pelo Banco Central ao Poder Legislativo, mas se é possível uma Câmara do Tribunal de Contas exigir que o Banco Central preste informações irrestritas relativas ao Sisbacen, que é o sistema de informação”.
O procurador então explica: “Num exame mais profundo, observa-se que o caso trata, em verdade, de acesso irrestrito, pelo TCU, a informações e a sistema interno do Banco Central do Brasil, bem como a aplicação de multa e afastamento do presidente da Instituição pelo não atendimento da requisição feita pelo Tribunal de Contas”.
Em seguida ele acrescenta que “o objeto da Ação Civil Pública ajuizada pelo MPF, que move em face das instituições financeiras ora apeladas, em nada se assemelha ao acesso total e irrestrito a sistemas das instituições, como o requisitado pelo TCU ao Banco Central, nem à requisição de informações relacionadas a contas de pessoas físicas submetidas à investigação criminal. Requer o parquet a concessão de informações somente sobre contas relativas à movimentação financeiras de recursos públicos a fim de pôr em prática a sua função de proteção do patrimônio público, prevista constitucionalmente”.
Ao concluir sua apelação ao TRF-2 o procurador Mazzoco insiste que a negativa da juíza poderá causar danos ao patrimônio público: “O que se requer, ressalte-se, não é a prerrogativa do Ministério Público em ter acesso aos dados bancários ora referidos, mas possibilitar a efetiva proteção ao patrimônio da União, do patrimônio público e social.”

Marcelo Auler é jornalista.

MÚSICA: Djavan, em Melodia Sentimental


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MUNDO: Gaddafi convoca líbios para a luta armada conta os 'ratos'

Louafi Larbi/Reuters
Fumaça cobre leste de Trípoli; rebeldes tentam controlar últimos bolsões de resistência

Da FOLHA.COM

Um novo áudio do ditador líbio Muammar Gaddafi foi veiculado pelo canal de TV Al-Orouba há poucos instantes.
Na mensagem, ele convoca as pessoas a saírem às ruas para lutar contra os "ratos" que trouxeram desgraça para o país. Dessa vez, ele pede aos líbios que tragam mulheres e crianças para "purificar Trípoli".
Gaddafi também pediu a todas tribos líbias que lutem contra a "intervenção estrangeira".
A veiculação do áudio chega no momento em que rebeldes cercam um prédio próximo ao antigo complexo militar de Muammar Gaddafi e dizem acreditar que o ditador esteja escondido em um dos apartamentos com seus filhos. As informações são das emissoras de TV CNN e Al Jazeera e da agência Reuters.
CONFRONTOS
Os rebeldes líbios tentam nesta quinta-feira assumir o controle dos últimos bolsões de resistência em Trípoli e se aproximar de Sirte, a cidade natal e reduto do ditador Muammar Gaddafi.
As forças opositoras ao regime entraram em confronto hoje com soldados leais a Gaddafi quando tentavam aumentar a pressão sobre o último importante bastião das forças dele ao longo da costa do Mediterrâneo, disse um porta-voz dos insurgentes. Os rebeldes se aproximam de Sirte e esperam negociar a rendição dos que apoiam o ditador.
As forças de Gaddafi se retiraram nesta semana das cidades petrolíferas de Brega e Ras Lanuf, no leste, seguindo em direção a Sirte. Ontem, os combates prosseguiram em Bab al-Aziziya, nos arredores do complexo residencial do ditador, e no bairro vizinho de Abu Slim, reduto das tropas leais ao regime.
Os rebeldes pareciam controlar o centro da capital, incluindo a praça dos Mártires, antiga praça Verde, símbolo do regime. Durante o dia, as ruas permaneceram quase desertas em consequência da presença de franco-atiradores.
BUSCA POR GADDAFI
Segundo revista francesa "Paris Match", os rebeldes líbios estiveram perto de capturar Gaddafi ontem.
Segundo o veículo, o ditador se escondia em uma casa em Trípoli, que foi invadida por um grupo de rebeldes. Gaddafi conseguiu escapar, mas acredita-se que ele continue na capital do país. Também há suspeitas de que o ditador tenha fugido para Sirte.
Apesar de Gaddafi e um de seus filhos terem afirmado que o ditador continua na capital, ainda não se sabe seu paradeiro. As forças da Otan, a aliança militar do Ocidente, colaboram com os rebeldes nas buscas do ditador, segundo informou o ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox. O CNT ofereceu recompensa de US$ 1,6 milhão por Gaddafi, "vivo ou morto".
Em declarações à emissora Sky News, o ministro britânico confirmou que a Otan "está fornecendo recursos de inteligência e de reconhecimento ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT, órgão político dos rebeldes líbios) para ajudá-los a encontrar Gaddafi".
"(A Otan) esteve ontem à noite mais ativa do que esteve nos últimos dias, e o Reino Unido estava entre os países que participaram das operações contra os vestígios do regime (de Gaddafi)", declarou o ministro.
Com Reuters

COMENTÁRIO: De olho nele

Por Celso Ming - O Estado de S.Paulo

Em meio à profunda estagnação da economia americana, os olhares suplicantes se voltam agora para um homem que não recebeu um único voto dos eleitores: ele é Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve System (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Com uma insistência atordoante, querem agora que ele anuncie a utilização da ferramenta monetária capaz de resolver tudo o que outros mecanismos anticrise não foram capazes de fazer.
A expectativa é a de que Bernanke anuncie amanhã, rodeado pelos picos das montanhas rochosas de Jackson Hole (Estado de Wyoming), mais uma super-rodada de afrouxamento quantitativo. Trata-se de uma operação de recompra de títulos do Tesouro americano, que circulam no mercado para que ainda mais dólares prontamente emitidos (os mesmos que foram dados em pagamento pelos títulos) circulem pela economia e acionem o crédito, o consumo, a produção e o emprego.
Por que Jackson Hole? É que lá se realiza todos os anos um fórum que reúne autoridades dos bancos centrais de todo o mundo. Tem sido ocasião para que o presidente do Fed anuncie novidades na política monetária, que reúne os instrumentos pelos quais um banco central tira e põe dinheiro na economia.
Fortes razões sugerem que o mercado está esperando muito do Fed. Mesmo que Bernanke decida injetar ainda mais dinheiro num mercado já abarrotado de recursos, é pouco provável que isso ajude grande coisa.
O Fed já trabalha com juros próximos de zero por cento ao ano. E, como são o preço do dinheiro, juros rastejantes, por si sós, já indicam que há no mercado uma superoferta de recursos. Mais do que isso, o Fed avisou que os juros permaneceriam nesse patamar pelo menos até meados de 2013 - um horizonte mais do que confortável para que qualquer empreendedor possa investir e contratar pessoal.
Além disso, estão circulando no mercado US$ 1,7 trilhão que o Fed injetou na crise de 2007/2008, mais US$ 900 bilhões correspondentes a duas operações de recompra de títulos.
Os bancos americanos já estão atolados em liquidez. Tanto estão que não têm o que fazer com US$ 1,6 trilhão. Em vez de conceder empréstimos, preferem manter essa dinheirama depositada no próprio Fed, a esses juros aí, de até 0,25% ao ano.
Examinadas as coisas pelo lado da procura de crédito nos Estados Unidos, não se vê quadro muito diferente. Os consumidores estão com dívidas até o pescoço - especialmente com compromissos imobiliários -, numa conjuntura em que o valor dos imóveis não para de cair. O empresário, por sua vez, não se anima a levantar dinheiro nos bancos por não pretender investir enquanto o desemprego continuar tão intenso (o que implica estagnação do consumo) e a perspectiva dos negócios estiver mais para o desânimo do que para a virada do jogo.
A única iniciativa que poderia, em princípio, mudar esse quadro seria uma importante redução das dívidas habitacionais, de maneira a abrir um espaço no orçamento hoje apertado do consumidor, para que possa voltar às compras e, assim, movimentar novamente o setor produtivo. Não há nenhuma indicação de que nem Bernanke nem o governo Obama estejam se movendo nessa direção.
CONFIRA
Embora em desaceleração, especialmente no financiamento para compra de veículos, o avanço do saldo das operações de crédito continua forte. Foi de 19,8% em 12 meses terminados em julho. O Banco Central quer que não passe dos 15%.
Crédito caroApesar da desaceleração, os juros cobrados nas operações de crédito continuam altos, mostrando algumas quedas pouco expressivas. Para pessoas jurídicas, o crédito para desconto de duplicatas ficou em 42,9% ao ano. E no cheque especial para pessoas físicas, em 188,0% ao ano.

COMENTÁRIO: Olho vivo, faro fino

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

A insurreição de mais da metade da bancada do PMDB na Câmara tem a ver com a condução autocrática do líder Henrique Eduardo Alves e a concessão de espaços privilegiados ao notório Eduardo Cunha, mas tem a ver muito mais com o futuro do partido como integrante da aliança governista liderada pelo PT.
O grupo que há dois meses não chegava a uma dezena de deputados e que hoje soma 50 dos 79 parlamentares do partido desconfia fortemente de que será descartado pelo PT a partir da eleição de 2012, para ser substituído por novos parceiros.
Mais exatamente o PSB e o PSD, cujos préstimos o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, já ofereceu pessoalmente à presidente Dilma Rousseff.
Com o olho vivo e o faro fino que lhes são peculiares, os pemedebistas detectam sinais nos Estados de que o PT se organiza para varrê-los do maior número possível de prefeituras na eleição do próximo ano e, assim, reduzir a força e a importância do PMDB no pleito presidencial de 2014.
E qual a relação disso com a atuação do líder Henrique Eduardo?
Segundo a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas, ao submeter toda bancada ao seu projeto de presidir a Câmara em substituição a Marco Maia (PT-RS), o líder se preocupa mais em amealhar apoios entre outras legendas para assegurar sua eleição do que em buscar espaços de afirmação partidária que possam fortalecer o PMDB e levá-lo a se precaver do descarte futuro.
"O PSB se fortalece, o PSD está surgindo com uma nova força com apoio de gente muito importante do PT e eu pergunto: onde haverá lugar para o PMDB?". Ela mesma responde: "O partido será escanteado".
Rose de Freitas vocaliza uma insatisfação que por enquanto é mais latente que patente. Por sua posição na Câmara e pelas boas relações que mantém com o Palácio do Planalto, ela assume na prática o lugar de porta-voz do grupo, embora desminta que esteja com isso procurando construir uma candidatura à presidência da Câmara.
"Tenho ouvido falar nisso, até mais do que gostaria, mas continuo leal à candidatura do Henrique. Agora, se ele não mudar o comportamento, não começar a atuar de forma a privilegiar o conjunto, terá problemas sérios na bancada. Tudo vai depender da disposição dele de democratizar seus métodos", diz ela.
A maioria dos insatisfeitos não assume de público as críticas, por receio de que um confronto aberto com o líder possa significar desgaste para o vice-presidente Michel Temer.
Mas o sentimento é o seguinte: se o PMDB não tratar de ganhar músculos e preservar a unidade agora, Temer pode dar adeus à expectativa de ocupar de novo a vice em 2014, seja em chapa liderada por Dilma ou por Lula.
E quais são os problemas que enfraquecem o partido na percepção dos deputados? Basicamente três: o PMDB só obedece, não toma uma posição de mérito, não discute a temática nacional, não influencia positivamente na pauta de votações; só Henrique Alves interpreta o pensamento da bancada segundo seus próprios critérios e interesses; só o líder faz a interlocução com o Palácio do Planalto e decide tudo de maneira autocrática.
Rose de Freitas acrescenta à lista a defesa que Henrique faz da manutenção de Pedro Novais no Turismo, segundo ela um excelente deputado que perdeu a condição política de ser ministro ao defender o secretário executivo que saiu por denúncia de corrupção. "E a conta quem paga é o PMDB."
La famiglia.

A entrevista do ministro das Cidades, Mário Negromonte, ao jornal O Globo, diz tudo sobre o sistema de coalizão em vigor no Brasil. A linguagem é inescrupulosa - "para acabar com esse fogo amigo teria que ser uma metralhadora para sair atirando" -, o tom de falsa ameaça é de cúmplice - "imagine se começar a vazar o currículo de alguns deputados. Ou melhor, folha corrida" - e a conclusão de réu confesso: "Vim aqui para fazer amigos".
A cada minuto que continua ministro cai um ponto a confiabilidade na disposição da presidente de sanear o ambiente ao qual só com boa vontade pode ser dar o nome de ministério.
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