sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ELEIÇÕES: Marina sobre plano de candidatos: "cuidado, assinar cheque em branco é perigoso"

JB.COM.BR

Candidata à Presidência disse, no Rio, que propostas de concorrentes são genéricas
Em meio aos ataques dos seus dois principais adversários, a candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, se diz animada, motivada e mobilizada para ganhar as eleições e fazer as mudanças necessárias para o desenvolvimento brasileiro. A presidenciável disse em um evento da Firjan, no Centro do Rio de Janeiro, que vai investir no passe livre para a mobilidade urbana, destinar os 10% do PIB na educação e saúde, avançar em infraestrutura e com os programas do pré-sal.
Marina Silva
"Querem nos obrigar a dizer que renunciamos os investimentos estratégicos do futuro. Não podemos fazer isso", rebateu Marina, com relação aos comentários de que o pré-sal não tinha destaque no seu programa. Marina voltou a reafirmar que a sua base governamental será formada pelos "melhores dos partidos", para ter uma governabilidade programável. Marina considerou que nas eleições está em jogo a escolha de um presidente com base em um plano programático ou em promessas e diretrizes genéricas, destacando que os seus dois principais adversários, a presidente Dilma Rousseff e o ex-governador Aécio Neves, ainda não apresentaram as suas propostas. "Mas repetem que leram minuciosamente o nosso plano, parágrafo por parágrafo, vírgula por vírgula. Estão preocupados com as nossas ideias, mas não apresentam as suas [plano de governo] para que a gente possa fazer o mesmo com relação aos compromissos deles", disse. A candidata usou, novamente, de criatividade para responder aos ataques dos seus concorrentes: "cuidado, assinar cheque em branco é perigoso".
A candidata voltou a comentar sobre a reforma que pretende fazer no país, visando o seu crescimento e sente que a sociedade está a seu favor, por se identificar com as propostas de mudança e por um temor da atual crise monetária e financeira brasileiras. Marina enfatizou que não tem preconceito de dialogar com os segmentos sociais, o que tem feito intensamente durante a sua campanha, com o objetivo de unir o Brasil. Em um discurso sobre o significado da palavra elite, a postulante disse que elite se define pelas práticas democráticas e altruístas, capaz de se comprometer com os interesses públicos, citando nomes de grandes lideranças e personalidades que ela considera nesse perfil. "O Chico Mendes era elite desse país. O Davi Yanomami é elite desse país. Neca Setubal, por mais que esteja sendo satanizada, por ser uma pessoa que tem dinheiro, é elite desse pais, porque é preocupada com a educação, com tecnologia, com inovação. É quem tem pensamento estratégico". 
O atual momento, na análise da candidata do PSB, é de reflexão das questões específicas de determinados setores. No caso da indústria, Marina disse que há muita apreensão, com um quadro de fraco crescimento, perdendo postos de emprego, em função da falta de uma visão estratégia do governo, que favorece um ambiente onde nem todos pode exercitar o desejo de empreender. Ela destacou pontos do seu plano que trata do assunto, porém criticou a atitude dos seus adversários, que usaram o documento como instrumento de ataque à sua candidatura e para questionar a sua competência. "Hoje tem esse instrumento fundamental da transparência [o plano de governo], da visão democrática da política, como principal meio que os adversários usam para combater a ferro e fogo quem está ousando se eleger como base em um programa e não em cima de vagas promessas", criticou.
Segundo Marina, a sua aliança dela com Beto Albuquerque tem como polo estabilizador o programa de governo, que foi produzido a partir de debates com a sociedade. A presidenciável defendeu uma renovação da política nacional, que está para ela "estagnada" e ameaça a acabar com a estabilidade econômica. Atualmente, os intrumentos da política macroeconômica, a responsabilidade fiscal, a autonomia do Banco Central e o controle da inflação devem ser tratados através de medidas a longo prazo, não por prazos apertados 'por aqueles que querem continuar no poder'. "A autonomia do Banco Central é para isso", destacou.
Analisando o ambiente político, a candidata acredita que o embate costuma chegar, em todas as eleições, a um nível que cria uma barreira a discussão sobre educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, para que o país readquira instituições públicas a serviço dos brasileiros, ao invés de servir apenas aos interesses de grupos "mesquinhos" que "querem um pedaço do Estado para chamar de seu". A senadora relembrou que no passado, havia uma "guerra" entre aqueles que queriam privatizar contra os que eram a favor da estatização. "Engraçado, quem se elegeu dizendo que queria proteger as estatais, vejam como está o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Vejam como está a Petrobras, vejam como está a Eletrobras. É o discurso pelo discurso, desassociado da prática", classificou a candidata.
No campo do desenvolvimento, Marina relembrou as promessas da atual gestão na época em que se elegeu, na garantia que o país iria crescer nas quatro últimos anos e a inflação se manteria sob controle e de que os juros seriam baixos. "O país teve um crescimento pífio, a inflação já ultrapassou o teto da meta e estamos em uma situação delicada", disparou Marina. A candidata citou promessas que também não foram cumpridas em outros segmentos, como a construção das creches que não atingiu a meta estabelecida.
A nova política anunciada por Marina tem como alicerce a preservação dos programas em andamento na gestão atual, que deve ser entendidos como ganhos institucionalizados, mesmo que tenha um marco referencial da sua existência. Marina citou a democracia, como feito grandioso que não teve a sua autoria reivindicada, mas uma realização de todos os democratas do Brasil, de diferentes partidos e segmentos - "inclusive de alguns militares, que dentro do sistema ajudaram a fazer a transição democrática, pessoas boas, honestas e competentes existe em todos os lugares". 
Para Marina, disputar as eleições desse ano está difícil, mas ela está buscando inspirações em lideres mundiais que, no seu conceito, são exemplo de determinação, apesar de terem sofrido injustiças. A candidata citou os nomes de Mandela, Mahatma Gandhi, Luther King, para dizer que vai prosseguir na sua campanha eleitoral e não vai desistir do Brasil, nem se render aos "que querem ganhar no boato, na calúnia e na desconstrução".

POLÍTICA: Caetano Veloso sai em defesa de Marina Silva

Do Blog do NOBLAT

"As maluquices crescem e proliferam em reação à força eleitoral de Marina.
Rogério César de Cerqueira Leite repete que ela é criacionista, sem que ela nada tenha dito que justificasse tal conclusão.
Os católicos também seguem a Bíblia e nem por isso se diz que Frei Beto ou Gilberto Carvalho são criacionistas ou que afirmam que o mundo foi criado há poucos milênios.
Mesmo de pessoas mais sensatas li textos que tomam Marina como risco de fundamentalismo. Mas como? Uma mulher que tem, com mais clareza e firmeza do que todos os outros postulantes, falado sobre o sentido do Estado laico!
Uma carreira política em que se vêem as discussões que se passam na mente da militante, da vereadora, da ministra, da senadora, da candidata - sem que se perca a certeza da coerência íntima da pessoa!
Faz sentido querer-se reafirmar a gratidão pelos conseguimentos do PT no poder; também é certo ter esperanças na sensatez do cadidato do PSDB, com o economista indicado para a pasta da Fazenda apresentando, em entrevistas, planos sensatos de superação do que parece ser o beco-sem-saída em que entrou a política econômica petista.
Mas nada disso dá o direito a ninguém de desconsiderar a seriedade com que Marina se comporta sempre - e desde sempre.
Marina não é nada de Collor nem nada de Jânio. Marina é o esboço de um novo Lula. É o organismo Brasil movendo-se internamente para metabolizar novos conteúdos. Esses novos conteúdos têm relação com os velhos - às vezes sentidos como eternos - problemas brasileiros: a desigualdade, a sociedade hierárquica, o atraso.
Entendo a reação de Jean Willys ao recuo, no programa de Marina, quanto a temas cruciais dos grupos LGBT. Sempre me senti mais identificado com os gays do que com os caretas. Mas nem de longe isso me abala em minha decisão de votar em Marina.
Os recuos no seu programa não a colocam em posição menos progressista do que a de seus oponentes. E Marina é tão maior promessa! Por que não ter coragem de apostar nela?
Se eu pudesse influir, diria: VOTE EM MARINA. VOTE EM FREIXO. VOTE EM JEAN WILLYS.”

COMENTÁRIO: O por-fazer é só com Deus

Por CELSO MING - ESTADAO.COM.BR

A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), avisou que não há muito mais o que fazer para derrubar a inflação, a não ser “manter-se vigilante”
A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), avisou que não há muito mais o que fazer para derrubar a inflação, a não ser “manter-se vigilante”.
De todo modo, há alguns recados a anotar. O primeiro deles é o de que o BC, presidido por Alexandre Tombini, reconhece a fraqueza da atividade econômica (baixo avanço do PIB) e algumas de suas consequências, como a tendência a certa retração do consumo. Menos demanda por bens e serviços, por sua vez, tende a trabalhar para evitar a disparada dos preços. É uma coisa ruim (o PIB mirrado) que, vá lá, contribui ao menos para um efeito bom.
Tombini. É minha a parte feita (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-5/8/2014)
O segundo recado é o de que o BC já não espera colaboração da política fiscal (administração das contas públicas) para ajudar no combate à inflação. Isso ficou claro não pelo que foi dito, mas pelo que constava na ata anterior e foi suprimido no texto da ata seguinte. O trecho retirado dizia, em outras palavras, que mais austeridade nas contas públicas contribuiria para menos inflação.
O máximo que o BC pretendeu dizer com isso foi: “Que pena que isso é assim”. Ou seja, não esperem que o BC seja capaz de peitar a política fiscal do governo, coisa que nem a administração anterior, de Henrique Meirelles, ousou fazer em relação ao gerenciamento frouxo das contas públicas no segundo mandato Lula. Desta vez, o BC limitou-se a insinuar em outro trecho (parágrafo 24) que seria bom se pudesse contar com mais sobras de arrecadação (superávit primário) para diminuir o custo da dívida e para empurrar o investimento. Mas ficou nisso.
O único ponto mais incisivo foi aquele em que se referiu ao impacto inflacionário causado “por aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade” (parágrafo 26). Mas logo em seguida (parágrafo 31) acrescentou que esse impacto tende a perder força.
Desta vez, o BC também pareceu não ter dado importância ao represamento dos preços administrados (combustíveis, energia elétrica e transportes urbanos), que correspondem a um quarto da cesta de consumo. Depois das eleições, esses preços terão de ser mais incisivamente corrigidos. O Banco Central calcula que, em 2014, serão reajustados em 5,0%, portanto abaixo da inflação, que saltará para acima dos 6,0%. Ou seja, haverá atraso a tirar nesses preços em 2016, o que manterá ativa a pressão. Nada foi dito sobre o impacto da eventual desvalorização cambial (alta do dólar), também prevista para depois das eleições.
Ficou sem nenhuma indicação quem procurou saber por que, no comunicado divulgado logo depois da reunião do Copom, o BC suprimiu a expressão “neste momento”, que tanta estranheza causou. Vai ver, não tinha mesmo a importância atribuída pelos Copom watchers.
Embora o texto tenha insistido em que “a política monetária (política de juros) deve se manter vigilante”, a percepção que se pode formar a partir da leitura da ata é a de que a atual diretoria do BC não pretende fazer mais nada para empurrar a inflação para o centro da meta. Enfim, começa a despedida. É um pouco do que declarou o navegador Diogo Cão: “Da obra ousada, é minha a parte feita; o por-fazer é só com Deus”.
CONFIRA:
Acompanhe aqui a evolução da criação de vagas de trabalho formal (com carteira de trabalho assinada).
Desaceleração
Em agosto, a geração líquida de vagas de trabalho formal foi melhor do que a esperada. Mas mostrou queda de 20,54% em relação a agosto de 2013 (na série sem ajuste). Esta é mais uma indicação de que a desaceleração da atividade econômica está chegando ao emprego, com menor criação de vagas. Por enquanto, o setor de serviços ainda está em expansão, ao contrário da indústria. Mas parece difícil que continue assim.

COMENTÁRIO: Dificuldades da nova política

Por Merval Pereira, O Globo

Aécio Neves ressalta o quanto pode que Marina fez toda sua carreira política no PT, e, sugere, continua tendo uma alma petista. Eduardo Campos, com o seu PSB, podia levantar a bandeira da terceira via através de um partido político que tem história na política brasileira.
Já Marina, ao contrário, quer mexer na estrutura partidária vigente no país a partir de políticos virtuosos que, com sua chegada ao Planalto, ganharão força política para intervir na estrutura de seus partidos e levá-los a novas práticas.
Cita os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, no PMDB, como os que passarão a ganhar espaço interno no partido para destronar políticos da “velha política” como José Sarney ou Renan Calheiros.
Não parece provável, pois os dois senadores citados fazem parte há anos de uma dissidência do PMDB que nunca teve vez, só voz nas tribunas, e não nos fóruns partidários.
Mas de qualquer maneira Marina espera que das urnas saiam também novos políticos, escolhidos pelos mesmos eleitores que querem vê-la no Planalto para iniciar as mudanças ansiadas.
Tem lógica, embora nem sempre o resultado das urnas seja compatível com a lógica. No caso de SP, por exemplo, Marina está à frente nas pesquisas para presidente, mas quem vai ganhar no governo do estado é o governador Geraldo Alckmin, figura política que Marina não se abstém de atacar.
Ontem mesmo, na sabatina do GLOBO, ela fez sérias críticas à política de abastecimento de água do governo paulista, que está sob o comando do PSDB há 16 anos.
Os deputados que sairão das urnas em São Paulo, e em todos os estados brasileiros, serão os que as máquinas partidárias levarão ao Congresso, e é com as máquinas, e não com os indivíduos, que ela terá que se ver na hora de negociar apoios.
É interessante notar que a entrada de Marina na disputa presidencial desmontou o esquema que as máquinas partidárias prepararam para mais uma vez levá-la à polarização entre PT e PSDB, mas não tem a força para levar essa mudança para o Congresso.
O voto no Brasil é ainda muito personalista, mas a legislação eleitoral impõe disciplina partidária que termina por privilegiar aqueles que controlam as máquinas, tanto na indicação dos candidatos quanto no funcionamento interno do Congresso. Só os apadrinhados são nomeados para comissões importantes e lideranças.
Muito dificilmente um deputado ou senador que não esteja em sintonia com a direção partidária terá condições de exercer seu mandato eficazmente, a não ser os que têm luz própria, mas farão sempre voos solitários. Têm poder de influência na sociedade, suas vozes ecoam, mas não têm poder internamente para mudar as diretrizes partidárias.
A escolha da presidência da Câmara é uma disputa que pode ser exemplar dessa dificuldade. O PMDB, que deve fazer a maior bancada, prepara-se para lançar Eduardo Cunha, representante por natureza do que Marina chama de velha política. No campo marinista há um candidato natural, o deputado Miro Teixeira, que se lançaria com o apoio do Planalto.
É claro que, se houver governo disposto a estabelecer novas regras para o convívio congressual, contará com o apoio desses “escoteiros” e provavelmente da sociedade, mas terá de usar pressões externas para conseguir algum resultado.
O coordenador de sua campanha, o ex-deputado Mauricio Rands, aventou outro dia a possibilidade de, eleita, Marina buscar forças nas ruas para aprovar medidas. Recebeu diversas críticas, inclusive porque esse tipo de ação pressupõe passar por cima dos partidos — e, portanto, do Congresso.
É o que o governo petista pensa em fazer há muito tempo, mas encontra firme reação na sociedade. Os conselhos populares criados por decreto de Dilma seriam meios de exercer essa pressão, mas a democracia direta não pode se sobrepor à representativa, sob pena de colocar em risco a democracia em si.
Marina passeia entre os dois tipos de representação buscando uma 3ª via que transfira ao Congresso valores de que a sociedade se sente órfã hoje: honestidade, transparência, política com ética, combate à corrupção.
Talvez a principal tarefa da presidente Marina, caso eleita, seja essa mesma, restaurar os valores republicanos há muito perdidos nessa luta de foice em que se transformou a política brasileira, onde o que passou a valer é a esperteza e o salve-se quem puder.

ELEIÇÕES: Ibope: Dilma tem 39%, Marina, 31%, e Aécio, 15%

Do Blog do NOBLAT
Gabriel Garcia

O Instituto Ibope divulgou nesta sexta-feira (12) sua nova pesquisa de intenções de voto para presidente da República, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na pesquisa estimulada, Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, aparece com 39% da preferência do eleitorado, Marina Silva (PSB) tem 31% e Aécio Neves (PSDB) registra 15%. Pastor Everaldo (PSC) está com 1%, enquanto os demais candidatos somados têm menos de 1%.
No levantamento divulgado na semana passada pelo Ibope, Dilma tinha 37%, Marina, 33%, e Aécio, 15%. Pastor Everaldo registrava 1%, enquanto os outros candidatos somados acumulavam 2%.
A Taxa de indecisos continua em 5%, e a de quem pretende votar em branco ou nulo passou de 7% para 8%.
Na simulação de segundo turno, Marina ainda leva ligeira vantagem em relação à Dilma, mesmo com todo ataque que vem sofrendo da petista no rádio e na televisão.
Marina tem agora 43% das intenções de voto e Dilma, 42%, cenário considerado de empate técnico. Na semana passada, Marina tinha 46% e Dilma, 39%. Quando o candidato é Aécio, Dilma tem 48% contra 35% do senador. E Marina venceria Aécio por 51% contra 27%.
Em relação ao índice de rejeição, 42% disseram que não votariam de jeito nenhum em Dilma, contra 31% da pesquisa anterior. Segundo o levantamento, 35% não votariam em Aécio – era de 18%. O índice de rejeição de Marina passou de 12% para 26%.
A pesquisa avaliou ainda o desempenho do governo Dilma. Houve uma melhora em relação à sondagem anterior. O índice de aprovação, a soma de “bom” ou “ótimo”, passou de 36%, no levantamento divulgado em 3 de setembro, para 38%.
O número dos que desaprovam o governo, aqueles que o consideram "ruim" ou "péssimo", é de 28% (26% no levantamento anterior). Consideram o governo "regular" 33% - tal número era 37%.
De acordo com o levantamento, 48% aprovam o jeito de Dilma governar, enquanto 46% desaprovam.
Registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme determina a lei, a pesquisa ouviu 2.000 eleitores em 137 municípios entre os dias 5 e 8 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

COMENTÁRIO: O contra-ataque do Império

Por Nelson Motta - OGLOBO.COM.BR
Do Blog do NOBLAT

Como uma nostalgia caricata da monarquia, uma das piores distorções do presidencialismo brasileiro é a sua atitude imperial. Os governantes falam eu fiz isso/eu fiz aquilo como se tivessem feito com as próprias mãos, pagando do próprio bolso.
O governo federal se mostra como um magnânimo monarca quando repassa verbas públicas aos estados e municípios, como um grande favor e um gesto de bondade a ser retribuído. Quando era ministro do Trabalho, Carlos Lupi apresentava em rede nacional estatísticas de emprego e eu quase acreditava que tivessem sido criados por ele e seu ministério, e não pela industria, comércio e serviços… rsrs.
Não é só uma cara de pau algumas vezes hilariante, e outras, constrangedora, mas símbolo de uma cultura popular em que o presidente é imaginado como um imperador, que distribui dinheiro, empregos, progresso e justiça por vontade soberana, como se não existissem o Congresso, os tribunais, o Ministério Publico, a imprensa, as redes sociais e a opinião pública.
Com Lula, nasceu o mito do imperador-operário, ou do sindicalista-imperador, que tudo pode e tudo faz, até uma refinaria de bilhões de dólares como um agrado ao companheiro-imperador Hugo Chávez, que, imperialmente, nunca botou um bolívar no projeto, deixando a conta para a Petrobras e os súditos.
Que candidato seria estúpido o bastante para ser contra o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo ou o pré-sal e os seus trilhões de dólares para a Educação e a Saúde? Ficaria falando sozinho e seria chamado de burro e louco pelos adversários.
Quem poderia acabar com o pré-sal, o Bolsa Família, a reeleição, liberar as drogas, o aborto, dar independência ao Banco Central ou privatizar a Petrobras sem maioria parlamentar e aprovação do Judiciário? Nem se fosse imperador, seria deposto.
Numa república democrática, tudo isso parece óbvio, chato e repetitivo, mas não no Brasil, onde estamos em uma acirrada campanha para eleger uma imperatriz, ou imperadora.
Já no Império Americano, mais objetivo, ninguém consegue se reeleger imperador com a economia ruim: foi o que derrotou Jimmy Carter e George Bush pai.
Nelson Motta é jornalista

COMENTÁRIO: Iludir é preciso

Por Dora Kramer - ESTADAO.COM.BR

O PT comemora a recuperação de alguns pontos positivos para a presidente Dilma Rousseff nas pesquisas e atribui a boa nova à ofensiva de difamação contra a ex-senadora Marina Silva.
Na avaliação do comando, depois de alguns desacertos a campanha acertou a mão. Por "acerto" entenda-se a seguinte narrativa da propaganda eleitoral petista: Marina é candidata dos banqueiros a quem pretende entregar o País caso seja eleita presidente, permitindo que aquela gente malvada leve à miséria o povo brasileiro.
Se ao uso de invencionices é atribuído o resultado das pesquisas que apontam o empate entre a presidente e a ex-senadora - representando o estancamento da queda de uma e a parada da subida de outra -, evidentemente o recurso será cada vez mais utilizado. Aliás, já está sendo.
A campanha do PT não está preocupada com a verdade dos fatos porque não está falando para os informados. Aposta na massa que não dispõe de dados nem discernimento suficientes para cotejar os fatos e conta uma história que parece fazer sentido.
Exatamente para esse público no horário eleitoral a presidente Dilma agora resolveu "explicar" didaticamente como, quando e porque seu governo deu combate sem trégua à corrupção, tema até então evitado na propaganda e só abordado em entrevistas mediante provocação.
Segundo ela, os escândalos dos últimos anos foram apenas uma "falsa impressão" de aumento da corrupção. Nessa nova versão esses casos viraram notícia só porque o governo assim decidiu.
Isso a despeito de nenhum deles ter sido descoberto por iniciativa oficial, todos terem sido em princípio desmentidos, vários dos personagens envolvidos demitidos depois reincorporados aos ministérios, investigações escancaradamente barradas e denúncias reiteradamente ignoradas.
Está claro, pois, que a campanha do PT achou um atalho mais fácil para travar o atual combate: no lugar de tentar convencer, prefere enganar o eleitor. Campo no qual se sente bastante à vontade.
Melhor de três. O senador Aécio Neves disse na entrevista ao Globo que se perder a eleição será um oposicionista. Como não se pode levar em conta a hipótese de uma composição com governo do PT, resta o subentendido de que se referia à recusa de adesão no caso de vitória de Marina Silva.
A declaração pode ser compreendida de diversas formas. A mais simplesinha, a admissão prévia de que está fora do páreo. Outra: como presidente do PSDB vai se empenhar para que o partido fique de fora de um hipotético governo do PSB.
Uma terceira seria o reconhecimento de que uma nova disputa presidencial precisaria ser precedida de uma posição atuante, com mais atenção à ligação com a sociedade e menos confiança nos resultados da política de bastidor.
Destaques. Enquanto as pesquisas não revelam grandes alterações no cenário da disputa presidencial, nas eleições estaduais os números trazem algumas novidades.
Em Pernambuco, a virada de Paulo Câmara (candidato de Eduardo Campos). Saiu de 13% para 39% passando à frente de Armando Monteiro, que liderava com 47% e agora tem 33%.
No Rio Grande do Sul, a candidata Ana Amélia se distancia no primeiro lugar do governador Tarso Genro, cumprindo até agora a tradição gaúcha de não reeleger governadores.
No Distrito Federal ocorre um paradoxo. José Roberto Arruda, ficha suja concorrendo a poder de recurso, está em primeiro lugar para o governo. Ao Senado, o candidato disparado é o deputado José Antonio Reguffe cujo capital é a ficha limpa: não usa cota de passagens, devolve salários extras, defende redução de verbas e gabinete e recusa auxílio moradia.

ELEIÇÕES: Dilma defende alianças, elogia legado de Sarney e diz respeitar Collor

Do UOL, em São Paulo

Campanha presidencial 2014
12.set.2014 - A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, declarou nesta sexta-feira,em sabatina do jornal "O Globo", que teria demitido Paulo Roberto Costa se soubesse de alguma irregularidade envolvendo o nome do ex-diretor da Petrobras, que está preso sob acusação de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff. Costa foi diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras entre 2004 e 2012 Leia mais André Coelho/Agência O Globo
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, defendeu nesta sexta-feira (12) o senador José Sarney (PMDB-MA), que integra a base aliada do governo federal. A candidata foi questionada sobre a aliança com o ex-presidente e também com outro senador que chefiou o Planalto, Fernando Collor (PTB-AL), a quem ela disse respeitar.
"Respeito bastante o ex-presidente Sarney. Acho que ele fez boas contribuições para o país", respondeu Dilma durante sabatina do jornal "O Globo". Sobre Collor, ela disse não ser "instância de condenação" para incriminar o senador. "A Justiça inocentou o Collor. Ele não é uma pessoa absolutamente próxima do governo, tem sua posição lá em Alagoas e eu respeito."
Segundo ela, "as pessoas podem fazer alianças e manter suas posições", em alusão ao fato de que os ex-presidentes estiveram em posições opostas ao PT no passado.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Dilma Rousseff

Marina Silva

Aécio Neves

Everaldo Pereira

Eduardo Jorge

Eymael

Levy Fidelix

Luciana Genro

Outros

Brancos e nulos

Indecisos
22 MAI2014
22 JUL2014
07 AGO2014
26 AGO2014
03 SET2014
12 SET2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%
39%
31%
15%
Candidato à reeleição pelo PTB ao Senado, Collor é apoiado pelo PT em Alagoas. Apesar disso, virou personagem da campanha petista à Presidência depois de sercomparado a Marina Silva (PSB), segunda colocada nas pesquisas, atrás de Dilma. Collor não teve seu nome citado, mas a peça mostrou imagens de jornais que noticiavam o impeachment do ex-presidente.
Já Marina, na última terça (9), disse que Dilma agradecerá a Sarney e Collor caso seja reeleita. "Se a Dilma ganhar, ela vai agradecer ao Sarney, ao Renan ao Collor e ao Maluf. Se eu ganhar, eu só tenho um a agradecer: ao povo brasileiro. É com isso que eles não se conformam", afirmou Marina.
Dilma também foi questionada sobre Paulo Maluf, cujo partido, o PP, também integra a base aliada do governo federal. A presidente disse não ter "proximidade" com o deputado paulista e foi perguntada novamente, dessa vez sobre o acordo entre Maluf e Lula. "Aí você tem que perguntar para o Maluf e para o Lula", respondeu.
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