sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DIREITO: TJ/SC determina que Estado pague advogada pelos serviços de defensoria dativa

Do MIGALHAS


A 3ª câmara de Direito Público do TJ/SC confirmou sentença da comarca de Tubarão e determinou que o Estado de SC pague 300 URH's (Unidade Referencial de Honorários) à advogada Ana Lúcia Lidório Mendes. Ela ajuizou a ação em 2009, quando as 100 certidões emitidas em processos onde atuou pela Defensoria Dativa somavam R$ 15,5 mil. Na decisão, a câmara entendeu que o não pagamento caracteriza enriquecimento indevido sobre o trabalho alheio.
Na apelação, o Estado alegou que Ana Lúcia não poderia ajuizar a ação, o que caberia à OAB/SC, responsável pelo repasse dos valores depositados pela administração estadual aos profissionais. Assim, afirmou não existir previsão legal para autorizar o Estado a pagar diretamente, por violar os princípios da isonomia, sem respeito à ordem de apresentação das certidões expedidas nos processos.
O desembargador substituto Francisco Oliveira Neto, relator, não reconheceu os argumentos. Para ele, apesar da legislação apontar a OAB/SC como administradora dos valores repassados pelo Estado, há decisões do TJ/SC reconhecendo que o advogado pode ingressar com ação de cobrança de URH's contra o Estado por ser titular de crédito legítimo e insatisfeito pelo devedor.
"Logo, demonstrado por meio das competentes certidões o escorreito desempenho do munus público e sendo pública e notória - fato, aliás, sequer contestado pelo apelante - a dificuldade no pagamento de tal verba, a considerar a escassez e a inconstância de recursos destinados a tanto, conforme declarado pela própria OAB/SC, mostra-se certa a possibilidade de, por via judicial, seja sanada tal lesão a direitos", finalizou o relator.
Processo : 2010.086566-5 -
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COMENTÁRIO: Um toque de pudor

Do ESTADÃO.COM.BR

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

As lideranças do PT e do PMDB costuraram ontem uma saia justíssima na Câmara ao indicarem João Paulo Cunha, réu do mensalão, e o notório Eduardo Cunha, respectivamente para presidente e relator da proposta do novo Código de Processo Civil já aprovada pelo Senado e que começa a ser examinada em comissão especial na próxima quarta-feira.
Quase metade da bancada de 79 deputados do PMDB já se posicionou contrária à indicação de Eduardo Cunha, sustentada pelo líder Henrique Eduardo Alves, mas a reação envolve outros partidos preocupados com a repercussão negativa do fato de, mais uma vez, pessoas de condutas questionáveis serem levadas a postos e funções relevantes no Parlamento.
No caso do Código de Processo Civil soa até como ironia e evidentemente fragiliza a comissão antes mesmo de iniciados os trabalhos.
A notícia da indicação dos dois chegou durante o ato de recebimento da proposta pelo presidente da Câmara, Marco Maia. Na condição de "decano entre os deputados presentes", o deputado Miro Teixeira pediu a palavra para, na frente do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobrar "agilidade" no julgamento de acusados a fim de evitar o constrangimento do colegiado no convívio com colegas alvos de processos e investigações.
"Falei no sentido de que a Justiça olhe para si e que o Parlamento também se respeite", explicou Miro.
Inevitável: correu a piada de que o mais adequado seria indicar João Paulo e Eduardo Cunha para cuidar de assuntos relativos ao Código Penal.
Descontadas as brincadeiras, o embaraço é geral. Alcança até mesmo o presidente da Câmara, que não veria com bons olhos as indicações. Marco Maia receia que a instituição seja objeto de duras críticas.
Na terça-feira 35 deputados do PMDB haviam se reunido para marcar posição contra a "dobradinha" Henrique Alves e Eduardo Cunha na exclusividade da interlocução com o governo, a fim de fazer ver ao governo que os dois não têm essa delegação. Naquela altura, já se sabia que Alves tinha a intenção de dar a Cunha a relatoria do Código, mas os deputados ainda achavam que ele pudesse recuar.
Ontem, o líder resolveu bancar a indicação e acabou alimentando o sentimento de revolta. Com isso, daqui até quarta-feira haverá uma tentativa de articular com outros partidos a apresentação de novos nomes que não os escolhidos.
Segundo Miro Teixeira, é um movimento sem dono, uma benfazeja "combustão espontânea".
Sejamos claros.

Wagner Rossi não saiu do Ministério da Agricultura por ser vítima inocente de uma conspiração nem para livrar a família de ataques insidiosos. Saiu para se proteger.
Para não enfrentar a condenação da Comissão de Ética Pública por ter infringido a norma que veda o recebimento de presentes e favores, ao viajar no jatinho da empresa Ourofino Agronegócio.
Saiu porque a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as denúncias feitas pelo ex-presidente da comissão de licitação do ministério sobre o envolvimento dele com fraudes em licitações e distribuição de propinas.
Saiu para preservar o vice-presidente Michel Temer, seu amigo e padrinho, dos malefícios do desgaste.
A serem verdadeiras as alegações (corroboradas pelo PMDB) do ex-ministro, caberia a Wagner Rossi anunciar abertura de processo por calúnia e difamação contra os que lhe fizeram ou veicularam acusações infundadas.
Disse na carta de demissão que seu ímpeto seria "confrontá-los". Aludiu à defesa da própria honra, mas preferiu não fazê-lo mediante os instrumentos judiciais à disposição de todo cidadão.
Rossi repete, assim, Luiz Antonio Pagot e Antonio Palocci, que também alegaram ter sido difamados, mas não foram buscar reparação na Justiça.
Causa própria.

Lula diz que é "imbecilidade" e "tiro no pé" falar em eleição de 2014 agora. Por esse raciocínio, fazer campanha desde já enquanto os outros se calam e ficam parados deve ser argúcia estratégica.

MUNDO; Explosão em mesquita no Paquistão mata pelo menos 40 pessoas

De O Globo.COM.BR

com AP

PESHAWAR, Paquistão - Uma bomba explodiu nesta sexta-feira em uma mesquita lotada na comunidade tribal de Ghundi, na região Khyber, no Paquistão. O ataque matou pelo menos 40 pessoas e feriu 85, no pior ato de violência registrado durante o mês religioso muçulmano do Ramadã, segundo autoridades locais.
O Paquistão passava por um período relativamente calmo antes da explosão desta sexta-feira. Especialistas comentam que os ataques do grupo terrorista Talibã foram intensificados desde que os EUA anunciaram a retirada de suas tropas do país vizinho, o Afeganistão. No entanto, nenhum grupo ainda assumiu a autoria do ataque desta sexta.
A região de Khyber era conhecida como um reduto de insurgentes islâmicos, mas foi pacificada após inúmeras intervenções do Exército do Paquistão. O local também é conhecido por ser uma região estratégica da Otan e dos EUA, pois passa por lá grande parte dos mantimentos que são enviados para os militares que estão no Afeganistão.

ECONOMIA: Dólar comercial abre em queda de 0,50%, a R$ 1,594

Do ESTADÃO.COM.BR

CRISTINA CANAS - Agencia Estado

Pesa sobre os mercados o temor cada vez mais acentuado de uma recessão, ou prolongamento de taxas de crescimento pífio, no mundo desenvolvido
SÃO PAULO - O dólar comercial abriu em queda de 0,50%, a R$ 1,594, no mercado interbancário. Ontem, a moeda fechou em alta de 1,20%, cotada a R$ 1,602. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista cedia 0,96%, a R$ 1,593 nesta manhã, após ter encerrado com ganho de 1,53%, a R$ 1,609 ontem.
Os investidores voltam a ficar pessimistas em relação à situação econômica mundial. E enquanto houver desconfianças pairando sobre a saúde do sistema financeiro internacional não é preciso mais nada para manter os mercados tensos, em clima fortemente negativo. É isso que ocorre na manhã de hoje, em que, a despeito de agenda vazia de indicadores europeus e norte-americanos, as quedas são acentuadas nas bolsas e demais ativos de risco. Igualmente pesa sobre os mercados o temor cada vez mais acentuado de uma recessão, ou prolongamento de taxas de crescimento pífio, no mundo desenvolvido.
As dúvidas sobre a situação dos bancos atingem, agora, as instituições suíças. Isso porque, ontem, o banco central do país recorreu à linha de liquidez que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) colocou à disposição de diversos países no início da crise financeira, detonada em 2008. Ainda na Europa, circulavam informações de que o Banco Central Europeu comprava títulos espanhóis e italianos e isso ajudava a segurar o euro que, às 9h14, estava em US$ 1,4388 ante US$ 1,4334 no final da tarde de ontem em Nova York.
Com relação aos EUA, a novidade de hoje é a redução nas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre deste ano feita pelo JPMorgan, de 2,5% para 1,0%. A previsão para o primeiro trimestre de 2012 passou de 1,5% para 0,5%. O banco disse ainda que os riscos de uma recessão são claramente elevados. Ontem, as perspectivas de crescimento já tinham sido esfriadas pelo Morgan Stanley, que revisou para baixo também a expansão da Europa e global.

POLÍTICA: 'The Economist' diz que Dilma Rousseff tenta secar o pântano de Brasília

De O GLOBO.COM.BR

Laura Rodrigues (laura.rodriguess@oglobo.com.br

RIO - Os recentes escândalos de corrupção nos ministérios, com o afastamento de ministros e de outros funcionários do alto escalão em Brasília, são destaque na edição desta semana da revista britânica "The Economist" , que analisa as consequências que a reação da presidente Dilma Rousseff às denúncias pode causar ao seu governo. Segundo o artigo, "Dilma chegou ao Palácio com a reputação de uma gerente 'no-nonsense', mas que nunca havia ocupado o cargo anteriormente. Quase oito meses depois do início de seu mandato, Dilma Rousseff se viu sugada para dentro do pântano político que é Brasília".
A revista, porém, elogia a atuação da presidente diante dos escândalos, que levaram à saída de ministros como Antônio Palocci, da Casa Civil, Alfredo Nascimento, dos Transportes, e Wagner Rossi, da Agricultura, além de dezenas de diretores e servidores dos Transportes.
A prisão de 30 funcionários do Ministério do Turismo, incluindo o homem de confiança do ministro, por suspeita de roubo de dinheiro público também é destaque no artigo. "No meio de tudo isso, a presidente demitiu o ministro da Defesa", destaca a publicação.
"Ela reagiu com firmeza aos escândalos de corrupção, e está se esforçando para preencher as vagas do governo pelo mérito e não através de conexões políticas. Sua recompensa tem sido sinais de motim em sua coligação. Com a deterioração da economia mundial, a capacidade de Dilma Rousseff em impor sua autoridade sobre seus aliados importa bastante para as perspectivas do Brasil", analisa "The Economist".
A revista diz ainda que, lentamente, "Dilma está colocando sua própria marca em um governo que ela herdou de seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva". A publicação destaca também a retirada de apoio do PR, após a demissão do seu presidente, Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes. "Mais perigoso, porém, é o descontentamento do próprio PT e do seu maior aliado, o PMDB, do vice-presidente Michel Temer (...) Ambos consideram Dilma perigosamente ingênua", afirma o artigo.
Segundo o "Economist", porém, o maior teste legislativo para Dilma Rousseff será a votação, antes do final do ano, de uma provisão, em vigor desde 1994, que dá ao governo autonomia de remanejar até 20% do orçamento federal. Para conseguir a aprovação, a presidente precisa do apoio de três quintos de ambas as casas do Congresso.
"O mais importante para a popularidade geral de Dilma Rousseff será manter a inflação sob controle e garantir que um esfriamento necessário da economia não acabe em estagnação", encerra o artigo.

POLÍTICA: Petistas temem que ‘faxina’ de Dilma carimbe gestão de Lula como ‘corrupta’

Do ESTADÃO.COM.BR

Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo

Parlamentares e ministros da sigla, sob reserva, criticam estilo da presidente e afirmam que ela está comprando brigas com partidos e sindicatos que poderão prejudicar projeto eleitoral para 2014
BRASÍLIA - A "faxina" no governo da presidente Dilma Rousseff, que já derrubou quatro ministros em dois meses e doze dias, causa extremo desconforto no PT. Dirigentes do partido, senadores, deputados e até ministros temem que, com a escalada de escândalos revelados nos últimos meses - especialmente nas pastas dos Transportes, do Turismo e da Agricultura -, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acabe carimbado como corrupto. Todos os abatidos foram "herdados" de Lula.
Em conversas a portas fechadas, petistas criticam o estilo de Dilma, a "descoordenação" na seara política e o que chamam de "jeito duro" da presidente. Uma das frases mais ouvidas nessas rodas é: "Temos de defender o nosso projeto e o Lula." Mesmo os que não defendem abertamente a volta de Lula na eleição de 2014 dizem que Dilma está comprando brigas em todas as frentes - do Congresso ao movimento sindical -, sem perceber que, com sua atitude, alimenta o "insaciável leão" do noticiário e incentiva o tiroteio entre aliados.
Na avaliação de petistas, o poderoso PMDB - que na quarta-feira, 17, perdeu o ministro da Agricultura, Wagner Rossi - não é confiável e acabará dando o troco a qualquer momento.
Convocação. Dilma chamou ministros do PT e dirigentes do partido para uma conversa no domingo à noite, no Palácio da Alvorada. Chegou a telefonar para os que estavam fora de Brasília e ordenou que todos chegassem mais cedo à capital. A presidente pediu o encontro para ouvir a avaliação dos auxiliares sobre a crise na base aliada.
Ela contou ali sobre a reunião com Lula na semana anterior, admitiu a necessidade de se reaproximar dos partidos que compõem a coligação e avisou que teria um tête-à-tête no dia seguinte com o vice-presidente Michel Temer e com os líderes do PMDB na Câmara e no Senado. Àquela altura, a situação de Rossi era considerada complicada, mas ainda não havia sido divulgada a notícia do uso do jatinho de uma empresa que tem negócios com o governo pelo então ministro, afilhado de Temer.
Com receio da reação de Dilma - conhecida pelo temperamento explosivo -, alguns ministros pontuaram, com todo o cuidado, os problemas de relacionamento no Congresso após as demissões e citaram o PMDB e o PR. As alianças para as eleições municipais de 2012 também entraram na conversa.

COMENTÁRIO: Treme-treme

Do ESTADÃO.COM.BR

Por Celso Ming - O Estado de S.Paulo

Ontem, o primeiro presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, fez duas afirmações demolidoras sobre a crise da Europa: (1) as decisões anunciadas terça-feira pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, "não valem nada"; e (2) "a Europa e o euro estão à beira do precipício".
Delors não é um nativo gaulês qualquer. É um dos personagens-símbolo da integração europeia. E fala pouco. Quando o faz, produz conteúdo e consequência. E o principal resultado de sua fala, repercutida ontem, foi o treme-treme dos índices das bolsas em todo o mundo e a derrubada das cotações dos bancos europeus.
Esses efeitos aconteceram apenas secundariamente por essas declarações. As causas principais são conhecidas: a percepção geral de que a estagnação das economias dos países ricos se aprofunda; um aumento desanimador do desemprego nos Estados Unidos e na Europa; e a visível deterioração dos ativos dos principais bancos americanos e europeus, à medida que as dívidas dos grandes clientes vão sendo rebaixadas.
Sobre a estatura dos atuais chefes de Estado, também dessa vez Delors deu a entender coisa com coisa. A impressão geral é de que os dirigentes europeus são pequenos demais diante do tamanho da tarefa a cumprir. Seu campo de visão não ultrapassa o calendário das campanhas eleitorais regionais seguintes.
Terça-feira, Merkel e Sarkozy ainda foram na direção correta, a criação de mecanismos que garantam um mínimo de governança comum da área do euro e do aumento de receitas do bloco. Mas apontaram para um cronograma muito esticado ante a urgência de uma solução. Delors resumiu tudo com uma frase contundente: "São decisões que não valem nada".
É por isso que a pretendida criação de um eurobônus, rechaçada por Merkel e Sarkozy, forçaria um desfecho. Em princípio, não seria preciso esperar até que todos os parlamentos nacionais da zona do euro sacramentassem a novidade - o que já não seria fácil. Se Alemanha, França e mais dois ou três sócios aderirem à criação de uma dívida comum, seria altamente provável que os outros corressem para tomar o mesmo trem.
Uma dívida comum exigiria administração orçamentária integrada e, além disso, coordenação política muito mais estreita. Em compensação, os juros dessa dívida poderiam cair para menos de 2% ao ano, muito abaixo dos mais de 6% ao ano que vêm sendo cobrados das dívidas da Espanha e da Itália, por exemplo.
Paradoxalmente, um precipício a dois passos pode ajudar. A Europa quase sempre avançou quando movida a catástrofes. Foi a ameaça dos horrores de novas guerras, de novas ditaduras avassaladoras e de novos processos de hiperinflação que levaram ao atual estágio de integração que começou em 1951, com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.
É por isso que a visão do abismo apontado por Jacques Delors pode ser a ameaça capaz de, finalmente, empurrar os 17 países do arquipélago do euro para uma integração de soberanias: "Ou os Estados-membros aceitam a cooperação econômica reforçada, que sempre reclamei, ou se transferem poderes suplementares à União", disse ele.
Enquanto essa integração não chega, o euro e o resto do mundo viverão aos solavancos, de turbulência em turbulência, até o desfecho final.
CONFIRA
Mais devagar
Tampouco significa que o bom desempenho seguirá nos próximos meses. As receitas atípicas da Cofins e da CSLL não deverão se repetir. E, se a desaceleração do consumo e da produção se confirmar, a arrecadação também crescerá menos.

GESTÃO: FGV foi usada para fraudar licitação na Agricultura

Da FOLHA.COM


O nome da FGV (Fundação Getúlio Vargas) foi usado indevidamente no ano passado para fraudar uma licitação do Ministério da Agricultura que terminou com a vitória da fundação mantenedora da PUC de São Paulo, informa reportagem de Andreza Matais e José Ernesto Credendio publicada na Folha desta sexta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
O contrato está no centro de um dos episódios que levaram nesta semana à queda do ministro Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão quarta-feira em meio a uma onda de denúncias de irregularidades no ministério.
Nesta semana, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as denúncias de suposta corrupção no ministério. Há suspeitas de direcionamento de licitação e pagamento de propina.
No lugar de Rossi, o Planalto confirmou ontem a indicação do deputado gaúcho Mendes Ribeiro (PMDB-RS), indicado pelo seu partido.
OUTRO LADO
A Fundasp (Fundação São Paulo), mantenedora da PUC (Pontifícia Universidade Católica), informou por meio de nota que sua participação no processo de contratação seguiu todos os trâmites legais e que o serviço vem sendo prestado normalmente.
O Ministério da Agricultura informou ter enviado toda a documentação do processo de licitação para a CGU (Controladoria-Geral da União).
Além disso, a pasta afirmou, em nota, que pretende colaborar no inquérito da Polícia Federal para apurar suspeitas de irregularidades no contrato da Fundasp.

ECONOMIA: Bovespa acompanha Europa e abre em queda

Do ESTADÃO.COM.BR

E&N TEMPO REAL

Yolanda Fordelone

A aversão a risco que dominou os mercados ontem deve continuar nessa sexta-feira. Dados fracos da economia americana, o aumento da preocupação com instituições financeiras e as dúvidas quanto à recuperação global são o tripé que puxam as bolsas para baixo. O Ibovespa – principal índice do mercado acionário brasileiro – abriu o pregão em queda de 0,15%, a 53.053 pontos.
“A Bovespa acompanha os mercados internacionais, principalmente Europa e EUA”, diz o operador da mesa institucional da corretora Renascença, Luiz Roberto Monteiro. Os índices futuros nos EUA caem nesta manhã. Na Europa, Londres recua 1,73%, Frankfurt cai 3,08%, Madri desvaloriza-se 2% e Paris tem baixa de 1,96%.
Ontem, foram vários os indicadores que apontaram para um cenário de recessão nos EUA. Monteiro destaca o índice de atividade do Fed da Filadélfia. O indicador caiu 30,7 pontos, enquanto analistas esperavam alta de 1 ponto.
“Cresceu também a preocupação com alguns bancos”, afirma. O operador conta que no final do pregão de ontem correu um boato no mercado de que o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) iria convocar uma reunião extraordinária para anunciar ajuda a duas instituições financeiras. “Isso não se concretizou, mas permanece esse clima derrotista.”
Pela manhã, o Ibovespa Futuro já apontava baixa. Na abertura, às 9 horas, a queda foi de 0,93%, a 53.400 pontos. O operador acredita em novo dia de desvalorização entre 2% e 3%, “nada muito forte como na segunda-feira da semana passada”. Apesar disso, Monteiro se mostra otimista: “O cenário da preocupação de baixo crescimento da economia americana não é o fim do mundo. Já absorvemos grandes crises”.
Ásia
Na Ásia, o tom das bolsas foi negativo durante a madrugada. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 224,52 pontos, ou 2,5%, nova mínima de cinco meses. Foi a maior perda porcentual desde 5 de agosto. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 3,1%. Na China, as Bolsas apresentaram queda pelo quarto pregão seguido.

DIREITO: Censura - I

Do MIGALHAS


O Estadão está sob censura há 748 dias ; nos últimos deles, o matutino não faz mais uma materiazinha para falar do caso, resumindo-se a colocar um quadradinho negro na seção de cartas marcando os dias de censura. O destravamento da questão está nas beneditinas mãos do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, uma vez que é ele o relator do REsp que questiona a autodeclaração de incompetência do TJ/DF para apreciar a questão. (1189247 - clique aqui)

Censura - II
A propósito da censura, impressionante notar que no meio jurídico ainda surgem vozes dizendo que fez bem o Judiciário brasiliense ao censurar o centenário matutino, para que não injuriasse o filho do ex-presidente Sarney. Esquecem-se estes praticantes da pesporrência, no entanto, que, ao apreciar previamente a questão, julgando que seria calúnia o que nem se publicou, estão praticando a mais mefistofélica censura, que não difere em nada daquela dos anos de chumbo. Ora, ora. A análise criminal da conduta do jornal tem que ser feita a posteriori. Aí, dir-se-á, o estrago já estará feito. De fato. Mas este é o ônus da democracia. E, para tolher exageros, se houver, puna-se com exemplaridade. Mas, sempre, depois. Antes, nunca.

FRASE DO (PARA O) DIA

Do MIGALHAS


"As convicções políticas são como a virgindade ; uma vez perdidas, não voltam a readquirir-se."
Pi y Margall

DIREITO: TST - Servidor celetista não tem direito a licença-prêmio

Da CONJUR


O Tribunal Superior do Trabalho julgou improcedente o pedido de servidoras públicas celetistas que alegaram fazer jus a licença-prêmio, direito este concedido a servidores públicos estatutários. Para o TST, os servidores celetistas e estatutários não possuem os mesmos direitos, pois pertencem a regimes jurídicos distintos e, no caso específico dos autos, não há norma legal que contemple as autoras da ação com igual direito.
Em seu recurso, as reclamantes argumentaram que os empregados públicos regidos pela CLT são considerados pela legislação estadual como servidores públicos estaduais para todos os efeitos legais. Desse modo, afirmaram fazer jus ao recebimento da licença-prêmio prevista no artigo 209 da Lei Estadual 10.261/68.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), porém, negou provimento ao recurso e manteve a sentença inicial de improcedência do pedido. O TRT considerou em sua análise que os servidores estatutários e celetistas não possuem os mesmos direitos, pois pertencem a regimes jurídicos distintos e, no caso específico dos autos, não há norma legal a contemplar as recorrentes com igual direito. E ainda: à época da admissão das servidoras, 15/6/1989 e 26/10/1988, respectivamente, o direito ora pretendido já havia sido suprimido nos termos do artigo 1º da Lei Estadual 200, de 13/5/1974.
Em análise da apelação interposta, o ministro José Roberto Freire Pimenta, relator do acórdão na 2ª Turma do TST, ressaltou que a matéria em discussão já foi objeto de apreciação Corte Superior, cujo entendimento tem sido o de que a licença-prêmio prevista no artigo 209 da Lei Estadual 10.261/68 tem incidência restrita aos servidores públicos estatutários, não contemplando os servidores públicos celetistas. Assim, entendeu superados os arestos passíveis de confronto, nos termos do artigo 896, parágrafo 4, da CLT e da Súmula 333 do TST. Em consonância com o entendimento da relatoria, a 2ª Turma, por unanimidade, não acolheu o pedido das recorrentes. Com informações do Tribunal Superior do Trabalho.
RR 134600-67.207.5.02.0054

ARTIGO: Quem são os culpados pela morte da juíza de São Gonçalo

Da CONJUR



O que se investiga hoje no Rio de Janeiro não é apenas o assassinato cruel e covarde da juíza Patrícia Acioli, mas todo o contexto que envolve a criminalidade — em especial a criminalidade policial — e o sistema judiciário.
Logo se vê, é um quadro complexo. E quando as coisas são complicadas, o que não faltam são hipóteses e palpites. Reina a confusão. Ocasião propícia para todo tipo de oportunismos e ajustes de contas.
Nessas horas, pistas falsas e equívocos fazem sucesso, por proporcionarem emoções mais fortes e mais atrativas que a monotonia da vida real. Esse impulso serve para animar as conversas, mas é ruim para quem quer apurar, de fato, o que aconteceu.
Um possível engano desse caso pode ser a discussão que tenta verificar se a culpa é do tribunal ou da juíza. Toneladas de papel e tinta estão sendo gastas para ver se a morte se deve à suposta omissão da administração judiciária. Outras tantas entram pelas intimidades de Patrícia Acioli e varrem a sua relação com o 7º Batalhão da Polícia Militar de São Gonçalo, onde atuam ou atuaram muitos policiais militares furiosos com decisões da juíza. Em uma ponta, reclama-se a falta de proteção policial. Na outra, suscita-se a suspeita de que a servidora pública possa ter sido vítima de policiais.
Os assassinos de Patrícia Acioli devem estar satisfeitos com essa situação. Afinal se a culpa pela morte é do tribunal ou da própria juíza, isso significa que eles não são tão culpados. Ou pelo menos não são os principais culpados.
Essa discussão lembra a noção de que quando um ladrão atira em alguém, a culpa é da vítima que reagiu. Como se roubar fosse certo e tentar se proteger, errado. É o teatro do absurdo. Os cidadãos de bem passam a cobrir os vidros dos carros com películas escuras, os condomínios viram presídios enquanto os criminosos e assassinos passam a ser tratados quase como protagonistas legítimos da indústria da segurança.
Parece mais lógico e produtivo que toda energia, tempo e inteligência sejam destinados a combater quem realmente dá causa a essas desgraças que todos queremos evitar. Quem deve responder por um assassinato é quem o praticou. O mesmo grupo que arquitetou a morte de Patrícia Acioli tanto pode ter agido antes, como pode agir depois. Divulga-se que existe uma lista de alvos. A vítima teria registrado que foi alvo de ameaças de policiais militares. O jornal O Globo publicou que houvera avisos pelo disque-denúncia. Noticia também que os mandantes do crime são detentos do presídio Ary Franco, em Água Santa. É nesses endereços que se deve buscar os culpados pela morte de Patrícia.

Márcio Chaer é diretor da revista Consultor Jurídico

DIREITO: STF - Conheça o passo a passo do novo peticionamento eletrônico do STF

A segunda versão do peticionamento eletrônico do Supremo Tribunal Federal (STF) já está disponível na página principal do site (www.stf.jus.br) da Corte. Para auxiliar os usuários, foram divulgados dois vídeos no YouTube que explicam, de forma didática, o passo a passo do peticionamento inicial e do peticionamento incidental (para petições em processos que já tramitam no STF).
Os dois sistemas (antigo e novo) funcionarão simultaneamente durante o período aproximado de 45 dias e, em seguida, com previsão para o início do mês de outubro, apenas a nova ferramenta poderá ser utilizada pelo usuário. Assim como na primeira versão do sistema, as peças devem estar previamente assinadas eletronicamente. O usuário deve usar um dos assinadores recomendados pelo STF ou um de sua confiança.
Etapas
Estão disponíveis oito passos para o peticionamento inicial. São eles: Tipo de ação > Classificação > Informações > Origens > Partes > Assuntos > Documentos > Resumo. Para o peticionamento incidental, há apenas cinco passos: Tipo de ação > Classificação > Partes > Documentação > Resumo, uma vez que já foram cadastradas as informações do processo principal.
Na tela principal, o usuário deve clicar em “peticionar” e depois escolher o tipo de petição desejada, se “inicial” ou “incidental”, a fim de começar peticionamento eletrônico no STF. Este é o primeiro passo.
Peticionamento inicial
O segundo passo é a “Classificação”, no qual deve ser indicada a “classe processual” (Ex.: ADI, MS). Algumas delas necessitam da indicação de sua hipótese de cabimento, cujas opções aparecerão logo após feita a escolha da classe processual. Após, quatro marcações devem ser feitas: “segredo de justiça”, “justiça gratuita”, “liminar” e “criminal”, caso se trate de feito de natureza criminal.
Em terceiro lugar, estão as “Informações”. Nesse momento, deve-se indicar se se trata de processo que envolva pessoa “maior de 60 anos ou portador de doença grave”, “réu preso” ou trate de matéria “eleitoral”. Nesta tela, também devem ser informados, caso a classe processual assim o exija, quem são “legitimados” a propor a ação perante o STF.
A próxima etapa refere-se à “Origem” da ação, isto é, sua “procedência”, “número do processo” e a “sigla do processo” na origem, e o “número único”, se houver.
No quinto passo, “Partes”, o usuário deve fazer o cadastro das partes e advogados envolvidos no processo. Informações com preenchimento obrigatório são informadas. As categorias permitidas pelo sistema variam de acordo com a classe processual que se deseja peticionar. Já para os “tipos de parte”, são apresentadas as opções “pessoa física”, “pessoa jurídica”, “pessoa pública” e “pessoa sem CPF”. Ainda nessa etapa, devem ser informados número de CPF, nome, email, endereço, tanto do autor do processo como dos advogados, além da informação se a pessoa peticiona em causa própria. O preenchimento do CPF é de natureza obrigatória e os dados serão recuperados direto da base da Receita Federal. Caso não se saiba o CPF da pessoa, deve ser escolhido o tipo de parte “pessoa sem CPF”.
“Assuntos” é o sexto passo. Nele, mais de um assunto pode ser escolhido. Os tópicos são sensíveis ao contexto. Dessa forma, já no início do preenchimento o próprio sistema sugere o assunto que o usuário pretende escolher.
A sétima etapa está relacionada à inclusão de “Documentos”. As peças devem estar previamente assinadas eletronicamente e, para isso, o usuário deve usar um dos assinadores recomendados pelo sistema de peticionamento do STF ou um de sua confiança. Todos os documentos devem ser classificados de acordo com as opções oferecidas pelo sistema, que indicará, ainda, quais tipos de peça são obrigatórias. É possível, ainda, de forma a facilitar a visualização do processo e a identificação da peça dentro dos autos eletrônicos, dar nome ao documento que se deseja juntar.
O último passo do peticionamento inicial é o “Resumo” da petição, oportunidade para o usuário verificar as informações fornecidas ao sistema e alterá-las, caso seja necessário. Será exibida uma mensagem de confirmação avisando que a petição foi realizada com sucesso. Em seguida, é gerado um recibo da petição eletrônica com o número único, a identificação da petição e o processo (classe processual e número).
Petição incidental
A petição incidental é aquela que ocorre nos autos de um processo já em trâmite na Corte. Nesse caso, devem ser percorridos cinco passos para peticionar com sucesso. Inicialmente, o usuário informa em qual processo deseja peticionar e depois indica qual o tipo de pedido, como, por exemplo, um “agravo regimental”.
Observações
Em cada etapa, após o preenchimento dos dados, o usuário deverá clicar em “próximo” para que seja apresentado o passo seguinte. Em algumas fases, é necessário clicar em “adicionar” para gravar as informações e prosseguir no peticionamento. Campos com asterisco (*) devem ser preenchidos obrigatoriamente.
Quando houver possibilidade, o sistema permitirá ao usuário adicionar mais itens ou remover informações. Neste caso, para excluir algum item adicionado, o usuário deverá clicar no “x” ao lado da linha desejada.
O novo sistema de peticionamento eletrônico verifica as configurações mínimas do computador do usuário, tais como: versão do Java, navegador compatível, sistema operacional e certificado digital válido. Tudo com o objetivo de facilitar a utilização da ferramenta pelo usuário. A ferramenta também dispõe de um alerta de vírus que informará se algum documento juntado aos autos está corrompido, caso em que não poderá ser anexado ao processo.
O programa coloca os documentos em uma ordem definida, de forma que os gabinetes já recebem todos os autos com informações na mesma ordem.
Sugestões
A participação do usuário no aperfeiçoamento do novo sistema de peticionamento eletrônico do STF pode ser feita com o envio de sugestões e críticas para o email
petv2@stf.jus.br. Problemas e dificuldades na utilização do sistema devem, no entanto, ser encaminhados para o email atendimento@stf.jus.br.

DIREITO: STJ - Tolerância social não descriminaliza manutenção de casa de prostituição

Manter estabelecimento em que ocorra exploração sexual é crime, ainda que haja tolerância social e leniência das autoridades. O entendimento é do desembargador convocado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Adilson Macabu e reforma decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) que, no julgamento de apelação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), desconsiderou o tipo penal.
Tanto o juízo de primeiro grau quanto o TJRS julgaram que “à sociedade civil é reconhecida a prerrogativa de descriminalização do tipo penal”. No caso, uma mulher mantinha outras mulheres em sua casa, fornecendo abrigo, alimentação, cobrando dos clientes o aluguel do quarto e vendendo bebidas alcoólicas. O TJRS entendeu que o fato se enquadraria no artigo 228 do Código Penal (favorecimento à prostituição).
A conduta de manutenção de casa de prostituição está tipificada no artigo 229 do Código Penal, porém, o TJRS entendeu que esse tipo penal não é mais eficaz, por conta da tolerância social e da leniência das autoridades para com a “prostituição institucionalizada” (acompanhantes, massagistas etc.), que, embora tenha publicidade explícita, não sofre nenhum tipo de reprimenda das autoridades.
No recurso ao STJ, o MPRS alegou que a decisão do tribunal gaúcho viola o artigo 229 e vai de encontro à jurisprudência firmada pelo Tribunal superior. Argumentou, ainda, que “a tolerância ou desuso não se apresentam como causa de despenalização”.
Alinhado às alegações do MP, o desembargador convocado Adilson Vieira Macabu reafirmou o entendimento do STJ de que a tolerância social ou mesmo das autoridades públicas e policiais não descriminaliza a conduta tipificada no artigo 229 do CP. Sublinhou, ainda, que a lei penal só pode ser suprimida por outra lei penal que a revogue; a indiferença ou tolerância social não excluem a ilicitude.
Por esse motivo, o magistrado reconheceu a conduta como típica, cassando o acórdão estadual. Dessa forma, o processo retorna ao primeiro grau para que outra sentença seja proferida.

DIREITO: STJ - Não cabe adiantamento de honorários periciais em ação popular

Na ação popular, não haverá, em regra, o adiantamento de honorários de perito. Esse foi o entendimento da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar recurso que questionava a antecipação dos honorários em uma ação popular contra a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A ação popular foi promovida com o intuito de que fosse declarado ilegal o contrato de fornecimento de energia elétrica. Em primeira instância, entendeu-se pela necessidade da produção de prova pericial para solucionar o mérito do caso. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a decisão e condenou o autor da ação e a Cemig a anteciparem os honorários periciais. Em recurso especial submetido ao STJ, o autor da ação popular se insurgiu contra a determinação de adiantar os honorários.

O relator, ministro Mauro Campbell Marques, considerou que, conforme o artigo 18 da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), também aplicável ao caso, “nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais”.

Desse modo, o ministro conheceu parcialmente do recurso e lhe deu provimento. Os demais ministros da Segunda Turma acompanharam a decisão do relator. O mesmo tema será apreciado pela Primeira Seção do STJ, em sede de recurso repetitivo, após a submissão do REsp 1.253.844, de Santa Catarina, também pelo ministro Campbell, ao rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil (CPC).

DIREITO: STJ - Agiotagem não implica nulidade da execução de contrato de empréstimo

O reconhecimento da prática de agiotagem, por si só, não implica a nulidade de contrato de empréstimo que embasou execução. A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou que é possível a anulação da cobrança de juros abusivos com a redução da execução ao que permite a lei. O entendimento seguiu voto do relator do recurso, ministro Sidnei Beneti.
O recurso julgado diz respeito a um empresário, tomador de empréstimo, que contestou a execução promovida com base em três notas promissórias. Ele afirmou que os documentos seriam nulos porque contêm juros superiores àqueles legalmente permitidos, o que caracterizaria agiotagem.
Em primeira e segunda instâncias, a prática da agiotagem foi reconhecida, mas a execução foi mantida com a readequação dos juros aplicados à dívida. Para o Tribunal de Justiça do Paraná, ainda que a agiotagem esteja caracterizada, não há necessidade de decretação de nulidade da execução, pois é possível a anulação apenas da cobrança de juros usurários com a redução da execução ao nível permitido por lei.
O empresário recorreu, então, ao STJ. Insistiu na tese de que a execução seria nula e que, por isso, não poderia ter prosseguimento sequer pelo valor real da dívida, com a exclusão dos juros abusivos. Para o empresário, o ato jurídico deveria ser considerado “nulo de pleno direito”, uma vez que seu objeto seria ilícito.
Ao decidir a questão, o ministro Beneti concordou que tanto o Código Civil de 1916, vigente para o caso, quanto o CC atual, estabelecem que “é nulo o ato jurídico (lato sensu) quando ilícito for o seu objeto”. No entanto, o ministro ressalvou que a ordem jurídica “não fulmina completamente atos que lhe são desconformes em qualquer extensão”.
Beneti esclareceu que o CC tem vários dispositivos que celebram o princípio da conservação dos atos jurídicos. E essa orientação já existia no CC/16: o artigo 153 afirmava que “a nulidade parcial de um ato não o prejudicará na parte válida, se esta for separável”. “Sempre que possível, deve-se evitar a anulação completa do ato praticado, reduzindo-o ou reconduzindo-o aos parâmetros da legalidade”, ressaltou o ministro.
Sendo assim, no julgamento do caso, o relator entendeu que deve ser aplicada a regra do CC que autoriza a redução dos juros pactuados em excesso, independentemente do que teriam as partes convencionado se soubessem da ilegalidade do contrato. “Essa é a razão por que se admite a revisão de contratos de mútuo bancário para redução de encargos abusivos”, explicou.
Além disso, o ministro citou artigo 11 da Lei da Usura (Decreto 22.626/33), segundo o qual, nos contrato nulos, fica assegurado ao devedor a repetição do que houver pago a maior. “Se ao devedor é assegurada a repetição do que houver pago a mais é porque o que o foi corretamente, dentro do que autorizado na norma, não deve ser repetido. E se não deve ser repetido é porque deve ser mantido”, concluiu.

DIREITO: STJ - Corte Especial decide que amicus curiae não tem direito à sustentação oral

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em questão de ordem, nessa quarta-feira (17), que o amicus curiae não tem direito à sustentação oral. A orientação do colegiado deve prevalecer em todas as Seções do STJ.
A questão foi levantada pelo ministro Teori Albino Zavascki, que considerou importante o posicionamento do Tribunal a respeito da sustentação oral realizada pelo amicus curiae, uma vez que o regramento do STJ somente admite as que são realizadas pelas partes e seus assistentes.
“Nós não temos previsão de sustentação oral por parte de amicus curiae. Ele não pode ser identificado com qualquer uma das partes. Quem chama o amicus curiae é a Corte. Ela chama e pode se satisfazer com a manifestação escrita. Eu acho que não existe uma prerrogativa do amicus curiae de exigir a sustentação oral”, avaliou o ministro Zavascki.
O decano do Tribunal, ministro Cesar Asfor Rocha, destacou que o tratamento, sempre dado ao amicus curiae, estava sendo muito extensivo. Segundo ele, até mesmo porque, eventualmente, a participação do amicus curiae pode até não ser bem aceita pela parte.
“Ele pode se manifestar com memoriais, pode apresentar suas colocações por escrito, mas isso não lhe dá o direito – não vejo em nenhum dispositivo legal – de ser igualado às partes do processo para fazer a sustentação oral que bem entender. Ainda que reconhecendo o papel valioso do amicus curiae e sua participação elucidativa para o destrame da controvérsia, mesmo assim, não consigo enxergar que possa ele ter o direito de fazer sustentação oral no mesmo pé de igualdade que as partes de um processo”, ressaltou o decano.
O ministro Massami Uyeda, ao pedir a palavra, destacou que na Segunda Seção, devido à grande quantidade de recursos repetitivos e de partes interessadas e amici curiae, decidiu-se simplificar. “Como o interesse está em assistir uma das partes, o autor ou o réu, sugerimos que os amici curiae se reunissem e fizessem que um falasse por todos. Todos concordaram”, afirmou o ministro.
Os ministros Felix Fischer, Gilson Dipp, Francisco Falcão, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Teori Albino Zavascki e Castro Meira seguiram o entendimento do ministro Cesar Rocha.
O presidente do Tribunal, ministro Ari Pargendler, e os ministros João Otávio de Noronha, Arnaldo Esteves Lima, Humberto Martins, Maria Thereza de Assis Moura e Benedito Gonçalves, votaram com o ministro Massami Uyeda, pelo direito à sustentação oral dos amici curiae.

DIREITO: STJ - Relevância social orienta avaliação de inadimplemento em contratos

A apreciação valorativa de um inadimplemento contratual deve levar em conta a análise global do pacto, como suas cláusulas, o comportamento das partes durante todo o contrato e o quanto já foi cumprido. Tal fundamentação foi aplicada pelo ministro Luis Felipe Salomão ao julgar recurso movido por empresa de leasing em demanda com um cliente. A maioria da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) seguiu a decisão do relator.
O cliente pactuou com a empresa um contrato de arrendamento mercantil para aquisição de veículo e chegou a pagar 31 das 36 parcelas acertadas. A instituição financeira entrou com pedido de reintegração de posse, mas a 5ª Vara Cível de Porto Alegre negou o pedido. O juiz considerou que, como houve o adiantamento do valor residual garantido (VRG), descaracterizou-se o leasing.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), ao julgar apelação da empresa, considerou que a reintegração de posse representaria “lesão desproporcional” ao consumidor, depois de tudo o que foi pago, e aplicou a teoria do adimplemento substancial.
A empresa recorreu ao STJ, alegando que, nos termos da Lei 6.099/74, que regulamenta o arrendamento mercantil, a ação de reintegração de posse seria procedente, pois o devedor se acha em mora. Segundo a empresa, a decisão do TJRS teria desrespeitado o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e também os artigos 422, 394 e 475 do Código Civil (CC) – esses últimos se referem ao cumprimento de cláusulas contratuais e à resolução do contrato em caso de inadimplemento.
Cautela
Entretanto, para o ministro Luis Felipe Salomão, o direito da extinção do contrato a pedido do credor deve ser reconhecido com cautela. Ele apontou que o contrato hoje é prática social de especial importância e, consequentemente, o Estado não pode relegá-lo à esfera das deliberações particulares.
“A insuficiência obrigacional poderá ser relativizada com vistas à preservação da relevância social do contrato e da boa-fé, desde que a resolução do contrato não responda satisfatoriamente a esses princípios”, ponderou o ministro relator. Essa é, segundo ele, “a essência da doutrina do adimplemento substancial do contrato”.
O próprio artigo 475 do CC, salientou o magistrado, ao autorizar a extinção do contrato, abre as portas para outras formas de cumprimento do que foi pactuado (a parte lesada pelo inadimplemento tanto pode pedir a resolução como exigir o cumprimento do contrato, além de reclamar indenização por perdas e danos). O ministro lembrou ainda que essa orientação é seguida em códigos civis de outros países, como o italiano e o português.
No caso, destacou o relator, é cabível a aplicação da teoria do adimplemento substancial. Ele asseverou que essa teoria visa impedir o uso desequilibrado do direito de resolução por parte do credor. Segundo os autos do processo, 86% da obrigação já foi cumprida e ainda haveria o depósito de R$ 10.500,44 a título de VRG.
O ministro Salomão também destacou que a dívida não “desaparece”, o que abriria as portas para fraudes. Segundo ele, a instituição financeira deve “se valer de meios menos gravosos e proporcionalmente mais adequados à persecução do crédito remanescente”. A Quarta Turma negou provimento ao recurso da empresa de leasing, ficando vencido o ministro João Otávio de Noronha.

POESIA

O amor

"Amo as pedras, os astros e o luar
que beija as ervas do atalho escuro.
Amo as águas de anil e o doce olhar
dos animais, divinamente puro.

Amo a hera, que entende a voz do muro
e dos sapos, o brando tilintar
de cristais que se afagam devagar,
e da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam
de corações que sentem e não falam,
tudo o que é infinito e pequenino!

Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
do nosso grande e mísero Destino."

Florbela Espanca

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ECONOMIA: Bovespa tem forte queda e dólar sobe nesta quinta-feira; acompanhe

Do UOL Economia


O principal índice das ações brasileiras operava em baixa no pregão desta quinta-feira (18). Por volta das 13h05, o Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) tinha queda de 4,16%, aos 52.782,33 pontos (siga no UOL Economia gráfico da Bovespa com atualização constante). Mais cedo, a Bolsa chegou a cair mais de 5%.
O aumento da aversão a risco no exterior por preocupações com o crescimento global e com a crise da dívida na Europa derrubava o principal índice das ações brasileiras.
O banco Morgan Stanley reduziu as
previsões de crescimento global em 2011 e 2012, dizendo que os Estados Unidos e a zona do euro estão "perigosamente perto de uma recessão" e criticando as autoridades de Washington e da Europa por não agirem de forma mais decisiva para conter a crise de dívida pública.
Em Wall Street, o índice Dow Jones tinha queda de 3,68%.
A cotação do dólar comercial tinha alta de 1,32%, a R$ 1,605 na venda, (veja no UOL gráfico com as últimas atualizações). O euro seguia quase estável, com valorização de 0,24%, vendido a R$ 2,299.
As Bolsas da Europa têm queda, acompanhando as perdas registradas na Ásia. Os investidores voltam a dar espaço para as inquietações com o quadro econômico internacional e para a crise da dívida.
Em entrevista a uma rádio da França, a representante da agência S&P naquele país confirmou que a nota "AAA" e perspectiva estável. Muitos investidores temiam que o país perdesse a nota máxima de crédito em meio aos problemas da dívida na zona do euro.
Bolsas da Ásia fecham no vermelho
As inquietações com as perspectivas econômicas, principalmente com o futuro da economia americana e europeia, o movimento do câmbio e as ações de empresas voltadas às exportações influenciaram as operações nas bolsas da Ásia nesta sessão.Os investidores avaliaram ainda o resultado da balança comercial japonesa, que foi superavitária pelo segundo mês consecutivo. O saldo comercial foi positivo em 72,5 bilhões de ienes em julho (US$ 946 milhões), acima das projeções de alguns economistas, que esperavam um resultado da ordem de 70 bilhões de ienes.

Veja ainda no UOL a cotação das ações e fechamentos anteriores da Bolsa.
(Com informações de Reuters e Valor)

DIREITO: TJ-RJ tende a afastar pena alternativa em tráfico

Lançado nessa terça-feira (16/8), no Tribunal de Justiça fluminense, o Anuário da Justiça do Rio de Janeiro auxilia, como afirmaram os operadores de Direito, a aproximação da Justiça com a população. É por meio dele que é possível saber a opinião dos desembargadores sobre os mais variados temas que envolvem o Judiciário.
Um deles, apresentado na publicação, diz respeito a um assunto já debatido pelo Supremo Tribunal Federal. É possível substituir a pena privativa, ou seja, cadeia, por restritiva de direitos como prestação de serviços à comunidade a condenados por tráfico de drogas? O STF entendeu que impedir a substituição é inconstitucional por ferir o princípio da individualização da pena.
No TJ do Rio, essa questão divide os desembargadores. O pedido de substituição é recorrente no tribunal, que lida com muitos processos relacionados a furtos e tráfico. Há uma divisão entre os que entendem que cabe a pena alternativa para o tráfico e os que não a admitem, independente do caso concreto. Antonio José Carvalho, que participou da cerimônia de lançamento do Anuário, conta, na publicação, que não cabe a substituição. “A lei proíbe expressamente a pena alternativa”, diz.
Nilza Bitar, também presente ao evento, explicou no Anuário que é entendimento pacífico na 4ª Câmara Criminal, da qual ela é presidente, que o artigo 44, do Código Penal, não se aplica a crimes graves como o tráfico de entorpecentes, que são equiparados aos hediondos, dada a “periculosidade da conduta dos agentes, voltada contra a saúde pública, independentemente do quantum de pena aplicada”. Presidente da 1ª Câmara Criminal, o desembargador Luiz Zveiter, em seus votos, também leva em conta o dispositivo, além do artigo 33 da Lei 11.343/06.
Já o desembargador Geraldo Prado, da 5ª Câmara Criminal, afirmou na publicação que, desde que era juiz, já aplicava pena alternativa em crime de tráfico. Antonio Carlos Amado explicou no Anuário que, mesmo que entendesse diferente, diante da decisão do Supremo, passaria a conceder a pena restritiva por uma questão de isonomia. Afinal, se negasse, quando o recurso chegasse aos tribunais superiores, a pena já teria sido cumprida.
Claudio Dell Orto diz que, em caso de pena alternativa para crime de tráfico, não teria dificuldade de aplicar, embora ainda não tenha feito a substituição da pena em nenhum processo. Afirma que não se deparou com uma ação em que o réu preenchesse os requisitos subjetivos necessários para obter a substituição.
Publicação abertaAlém dos desembargadores que atuam em Câmara Criminal, estiveram presentes no lançamento do Anuário, evento realizado em parceria com a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, desembargadores que atuam na área cível. Na publicação deste ano, são apresentados alguns temas polêmicos no tribunal, como em que medida o Judiciário pode obrigar uma concessionária de serviço público a instalar ou reparar a rede de saneamento básico, por exemplo.
Outra questão apresentada aos desembargadores foi quanto à ideia de padronização dos valores de dano moral. A maioria se mostra contra a fixação, ainda que de valores máximos e mínimos, como orientação. “Cada caso é um caso”, costumam dizer.
Antonio Cesar Siqueira, presidente da Amaerj, afirmou, em discurso, que o Anuário consegue mostrar o Judiciário a advogados e juízes e, ao mesmo tempo, prestar um serviço à população, que exige e necessita de uma Justiça transparente. “Felizmente o Rio saiu bem na foto”, disse. O presidente do TJ-RJ, desembargador Manoel Alberto, afirmou que a publicação tem o mérito de traçar um perfil “muito fiel” à realidade do Judiciário do Rio. Durante o evento, o corregedor Azevedo Pinto disse que o Anuário é mais do que uma fotografia, representa uma radiografia.
Márcio Chaer, diretor da revista Consultor Jurídico, que publica o Anuário, disse que a ideia é, por meio dessa radiografia do Judiciário brasileiro, criar um veículo utilitário.

CIDADE: TJ cassa liminar contra carga e descarga

Do BAHIA NOTÍCIAS


O Tribunal de Justiça cassou, nesta quarta-feira (17), a liminar impetrada pela Associação dos Distribuidores e Atacadistas da Bahia (Asdab) contra o decreto 20.714, de Carga e Descarga, em Salvador. A decisão, garantida por 2 votos a 1, determina a liberação da legislação municipal. A associação havia entrado com a ação por se declarar prejudicada com o decreto que regula a carga e a descarga de produtos por veículos em horário comercial. Agora que o 20.714 volta a ser cobrado, a prefeitura informa que já acionou a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) para que seja cumprido com a devida fiscalização. O prefeito João Henrique comemorou a decisão. “É uma vitória da cidadania. Agora a Transalvador vai retomar a fiscalização do Decreto de Carga e Descarga. E se eu encontrar na rua alguma carga e descarga em horário inapropriado, imediatemente determinarei as sanções legais”, disse. A legislação prevê que as operações só podem ser feitas nos períodos compreendidos entre 21h e 6h, das segundas às sextas-feiras, de 0h às 6h nos sábados, e das 14h às 8h entre os sábados e os domingos. Na orla de Salvador, aos domingos e feriados, só podem ocorrer nos períodos compreendidos entre 0h e 8h e das 16h às 24h. (Juliana Almirante)

MUNDO: Plano de Obama para gerar emprego inclui incentivo a pequenas empresas

Do ESTADÃO.COM.BR

Alexandre Rodrigues, da Agência Estado - MINNEAPOLIS, MINNESOTA
Carolyn Kaster/AP


Segundo a Casa Branca, duas de cada três das poucas vagas que a economia americana tem gerado recentemente vieram de pequenas empresas
Ainda sob intenso fogo cruzado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, terminou nesta quarta-feira, a sua caravana pelo interior do chamado meio-oeste americano deixando um recado no ar: continuará insistindo num papel mais forte do governo para estimular a economia. E quer arrecadar mais impostos dos ricos para fazer isso sem deixar de cumprir os cortes estabelecidos no acordo com o Congresso para aumentar o teto da dívida americana.
Assessores de Obama prometem para setembro, após as férias do Congresso e do presidente, o anúncio de um novo pacote de estímulos. Um de seus objetivos é estimular investimentos de pequenas empresas, produtores rurais e projetos de infraestrutura, três segmentos vistos pelos democratas como os de maior potencial gerador de vagas na combalida economia americana.
O desemprego de 9,2% é o que lança ladeira abaixo a popularidade de Obama, que agora goza da aprovação de apenas 39% dos americanos. Ao percorrer a zona rural de Minnesota, Iowa e Illinois em três dias num reluzente ônibus blindado, Obama pediu à população e aos empresários com quem se reuniu para lhe enviarem sugestões sobre como deve agir contra o desemprego.
Obama também pediu pressão sobre o Congresso, de maioria republicana, para facilitar a sua vida na aprovação de medidas como a criação de fundos públicos para financiar investimentos em infraestrutura, especialmente em rodovias, cuja proposta ele promete enviar aos parlamentares após o recesso de verão. O presidente também quer colocar dinheiro em inovação, no desenvolvimento de novas tecnologias para a produção agrícola e combustíveis alternativos.
Para Dick Senese, reitor associado do departamento de extensão da Universidade de Minnesota, Obama não tem motivos para seguir a receita dos republicanos, que pregam cortes de gastos públicos e impostos como forma de deixar mais dinheiro nas mãos das empresas para investir.
"O estímulo do governo até agora fez bem para a economia, mas precisaria ser maior. O problema é que, com a posição do Congresso, é impossível ter mais recursos. Nesta viagem, o presidente apontou o seu plano de financiamento de infraestrutura, o que pode movimentar muitas construtoras que estão ociosas a voltar a contratar num setor que gera muito emprego", disse Senese ao Estado, um dia depois de encontrar-se com Obama em Cannon Falls, a primeira parada do giro presidencial.
Integrante do diretório local do partido democrata, que em Minnesota é bastante identificado com empresários e trabalhadores rurais, Senese foi um dos correligionários de Obama que levaram a ele diagnósticos e sugestões do que oferecer à platéia do meio-oeste americano que enfrentou nos três dias em cinco cidades.
Apesar das acusações da oposição de motivação política, Senese diz que o roteiro iniciado por Minnesota, estado da estrela do Tea Party Michelle Bachmann, tem mais a ver com economia. O meio-oeste, que tem forte produção agrícola e investimentos em inovação, tem uma taxa de desemprego menor do que a média nacional, em torno de 6%.
"Obama estava relaxado, confiante, muito interessado em ver e ouvir. Ele deixou claro que é preciso superar os embates políticos e resolver os problemas que temos como nação", disse Senese. Para republicanos como Bachmann, que venceu uma consulta entre republicanos em Iowa no fim de semana, e o governador do Texas, Rick Perry, que também circulou pelo meio-oeste nos últimos dias, Obama só está fazendo política em favor de sua reeleição.
Segundo a Casa Branca, duas de cada três das poucas vagas que a economia americana tem gerado recentemente vieram de pequenas empresas. Metade dos trabalhadores americanos hoje dedica-se ao próprio negócio ou é empregado de um pequeno empreendedor. Por isso, na passagem por Iowa, Obama anunciou que o governo entrará com US$ 1 de cada US$ 10 tomados pelas empresas para investimentos de micro e pequenas empresas, o que multiplicará o orçamento de US$ 360 milhões do programa em cinco anos.
Mesmo assim, parece pouco para animar aquela que ainda é a maior economia do mundo. No Brasil, uma economia bem menor, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou R$ 23 bilhões para pequenas empresas só no primeiro semestre deste ano. Mas diferentemente do governo brasileiro, que não tem dificuldade para fortalecer o BNDES a despeito do impacto dessa política na dívida pública, Obama já teve provas mais do que suficientes de que, se depender do Congresso de maioria republicana, não terá um centavo a mais para gastar.
Forçado a fechar um acordo com a maioria republicana no Congresso para cortar US$ 2,4 trilhões em uma década em troca da elevação do teto da dívida americana, cuja definição no último minuto não impediu o primeiro rebaixamento da classificação de risco do país em décadas, Obama ainda deixou muitos insatisfeitos em seu próprio partido. Para Senese, a retomada dos seus princípios nos discursos pelo meio-oeste americano, inclusive usando o inusitado apelo do bilionário Warren Buffet para pagar mais impostos, também ajudou a curar feridas entre os democratas.
"Conversei com muitos democratas após o encontro em Cannon Falls. Claro que há dissidentes, mas a maioria gostou do que Obama disse sobre como reagir nesse tema fundamental, que é a criação de empregos. Nosso partido também precisa entender que é possível manter políticas sociais e fazer acordos, com equilíbrio", afirmou Senese.(Alexandre Rodrigues - o repórter viajou a convite do World Press Institute - WPI)

EDUCAÇÃO: Para cumprir metas do novo PNE, serão precisos R$ 100 bilhões a mais do que prevê o MEC, diz estudo

De O GLOBO.COM.BR


RIO - Uma nota técnica divulgada nesta quarta-feira pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE) defende a destinação de 10% do PIB para a área, e não 7% como prevê o projeto do Plano Nacional de Educação II (PNE II), enviado pelo Ministério da Educação (MEC) ao Congresso Nacional. De acordo com o estudo, se forem mantidos os valores atuais, continuará a dissociação entre acesso e qualidade.
Após o processo de democratização da educação básica, iniciado nos anos 1990, o desafio agora é melhorar o ensino. O CNDE afirma que o custo anual, nos próximos dez anos, para o atendimento das metas do PNE II, precisa ser de R$ 16,9 bilhões, e não R$ 6,109 bilhões como estabelece o MEC. No decênio, serão precisos R$ 100 bilhões a mais do que o previsto.
Para chegar nesse resultado, foi utilizado o cálculo chamado Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi), desenvolvido pela campanha desde 2002. Ele, aponta o valor mínimo necessário para uma educação de qualidade. E ainda está abaixo daquele praticado pelos países desenvolvidos. Sua utilização na elaboração do novo PNE foi aprovada na Conferência Nacional de Educação, mas desconsiderada pelo MEC.
A nota técnica aponta ainda discrepâncias entre a realidade e o texto do plano. Por exemplo: no caso do ensino médio e da educação especial, não há indicação de nenhum incremento nas verbas. Já para a implantação da educação integral, o valor adicional proposto pelo ministério, por aluno, é de apenas R$ 369,75, enquanto, pelo CAQi, deveria ser de R$ 2.396,44. Neste caso, a demanda de recursos, em dez anos, seria de R$ 20 bilhões maior.
O texto em discussão no Congresso também não prevê a ampliação de espaços físicos das redes municipais e estaduais, pois haveria um equilíbrio em função da menor pressão demográfica: com uma menor população em idade escolar, sobrariam vagas que seriam ocupadas no aumento do número de matrículas. Esse raciocínio, entretanto, não permite concluir que haverá um casamento geográfico entre oferta e demanda.
A CNDE critica algumas incoerências do PNE II. Uma delas, é a falta de uma divisão de responsabilidades entre União, estados e municípios. Também não foi realizado cálculo de custos para o atendimento de três metas: expansão do ensino superior, alfabetização de 14 milhões de jovens e adultos e a melhoria do Ideb.

GERAL: Zara é envolvida em denúncia de trabalho escravo

Do ESTADÃO.COM.BR

Naiana Oscar - O Estado de S.Paulo

Empresa espanhola corre risco de entrar na 'lista suja' do Ministério do Trabalho e pode receber multa de R$ 1 milhão
A Zara, uma das marcas de roupas do grupo espanhol Inditex, foi denunciada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por uso de mão de obra escrava em oficinas de costura "quarteirizadas". As investigações iniciadas em maio levaram os fiscais a duas casas na periferia de São Paulo, onde 16 bolivianos recebiam R$ 2 por peça produzida, num ambiente insalubre e sem condições mínimas de trabalho, segundo o relatório.
Embora as oficinas fossem contratadas por uma empresa intermediária da Zara no País - a AHA -, a multinacional foi responsabilizada pelas irregularidades. "Essa empresa terceirizada não existiria no mundo econômico sem a Zara", diz Luis Alexandre de Faria, auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo. "As ordens de costura, definição de peças piloto e até a escolha de tecidos vinham diretamente da matriz, na Espanha."
Os auditores fiscais lavraram 48 autos de infração contra a rede espanhola e estipularam uma multa de R$ 1 milhão. A denúncia ainda será julgada. A empresa também corre o risco de ser incluída na chamada "lista suja" do Ministério do Trabalho, que, entre outras penalidades, bloqueia financiamentos.
O primeiro indício de que roupas da Zara estavam sendo fabricadas em oficinas irregulares veio da cidade de Americana (SP). Numa operação local, fiscais encontraram um lote de peças com etiquetas da marca espanhola. A partir daí, o MTE fez uma auditoria na sede da Zara em Barueri e começou a investigar o mais suspeito de seus 30 fornecedores brasileiros. "A AHA chamou a atenção por seu volume de produção e falta de estrutura."
Bolivianos. As diligências foram feitas em duas das 33 oficinas de costura da empresa. Lá, os fiscais encontraram 16 bolivianos adultos e cinco crianças, que viviam e trabalhavam no mesmo ambiente: sem ventilação, com fiação elétrica exposta, cômodos apertados e sujos. O chuveiro não tinha água quente e as cadeiras usadas pelos costureiros eram improvisadas com espuma e almofadas.
Sem registro, os trabalhadores eram submetidos a jornadas diárias de 14 a 16 horas. Segundo as investigações, a AHA pagava à oficina, em média, R$ 6 por peça. As anotações encontradas no local mostram que esse valor era dividido em partes iguais para o costureiro, o dono da oficina e para a manutenção da casa.
Entre maio e junho, de acordo com as investigações, essas oficinas produziram 50 mil peças de roupas para a Zara, rede com 1,5 mil lojas no mundo e 30 no Brasil. "Essas roupas eram vendidas aqui e na Argentina", afirma Faria. A equipe da ONG Repórter Brasil, que acompanhou os fiscais na operação, foi até uma loja da marca no dia seguinte e encontrou na unidade uma peça semelhante à que foi apreendida, à venda por R$ 139. "Essas cadeias só se sustentam porque existe encomenda por parte das grandes varejistas", diz Leonardo Sakamoto, fundador da ONG. "O processo surpreende porque a Zara abastece a classe média e esses consumidores se incomodam com isso." Ontem, o assunto ficou entre os tópicos mais comentados nas redes sociais.
Na oficina irregular flagrada em Americana, onde a investigação começou, também foram encontrados produtos de outras marcas, que também terão de prestar esclarecimentos, segundo a procuradora do Trabalho, Fabíola Zani. Entre o ano passado e este, o MTE também identificou uso de mão de obra escrava em oficinas de costura que produziam para as redes Marisa, Pernambucanas e Collins.

COLABOROU TATIANA FÁVARO

GERAL: Capital da Varient, empresa investigada em megaoperação da Receita, cresceu 1.420.616 % em menos de dois anos

De O GLOBO.COM.BR


RIO - A Varient Distribuidora, uma das empresas investigadas pela Polícia Federal na operação Alquimia por suspeita de sonegação fiscal, teve uma ascensão milionária em valor de patrimônio. Fundada com apenas R$ 800 de capital social em 1º de julho de 2008 pelos sócios Eduardo Duarte (com R$ 799 de participação) e Simone Burck Silva (com R$ 1 de participação), a empresa foi vendida pela Braskem para a Sasil em 11 de junho de 2010 com um valor de capital social de R$ 11.365.725, um crescimento de 1.420.616% em menos de dois anos. Tanto Sasil quanto Varient possuem o mesmo endereço como sede, no bairro do Ibirapuera, na capital paulista, segundo documentos arquivados na Junta Comercial de São Paulo.
A Sasil, que também tem a atuação investigada pela polícia, é controlada pela Stahl Participações. Por sua vez, a Stahl tem o controle dividido entre: Daniela Stahlberg de Moura Lacerda (com R$ 31.625 do capital social), Fernanda Stahlberg de Moura Lacerda (R$ 31.625 do capital), Penido Stahlberg Filho (com R$ 63.250 do capital) e Rosa Generosa Arcaro Stahlberg (com R$ 379.500 do capital). Mas quem assina pela empresa, segundo a Junta Comercial de São Paulo, é Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti, um dos fundadores, que ainda está foragido. A Stahl Participações é sediada no bairro de Graminha, em Limeira, e tem R$ 506 mil de capital social. A Polícia Federal informou que conseguiu cumprir até o momento 23 dos 31 pedidos de prisão temporária expedidos pela operação.
Originalmente, a Varient foi fundada como Arecaceae Participações. Foi rebatizada como Varient quando foi adquirida pela Braskem em 29 de maio de 2009. Na ocasião, foi vendida a participação de Simone e Eduardo para a IQ Soluções & Quimica, um dos braços da Braskem desde que a Ipiranga Química foi adquirida. Com a compra, foi mantido o valor do capital social em R$ 800. Foram nomeados Fabiano Bianchi dos Santos, Denis Borges Fortes Rocco Junior e Fernando Andre Butze como administradores da empresa, ainda segundo os registros da Junta paulista.
Mas o site da Braskem conta outra história para o início das operações da Varient. Diz que a empresa só começou a operar em setembro de 2009 com investimento inicial de R$ 20 milhões, bem acima do capital social declarado à Junta. Em comunicado, a Braskem negou ter qualquer vínculo com as empresas investigadas pela Polícia Federal por sonegação fiscal e diz que nunca esteve envolvida em qualquer irregularidade enquanto controlou a Varient.

Como o capital da Varient se multiplicou
O primeiro aumento de capital da Varient foi divulgado em 1º de setembro de 2009, de R$ 800 para R$ 2.831.694,00 ou R$ 2,8 milhões. Em menos de um mês, o capital social foi novamente elevado, para R$ 12.684.758,00 (R$ 12,6 milhões).
Em 3 de novembro de 2009, o braço da Braskem (IQ Soluções Químicas) deixou de ser o acionista e a holding Braskem Participações passou a responder como sócia diretamente. Em 24 de março de 2010, Fabiano Bianchi dos Santos deixou o cargo de administrador da empresa.
Em 23 de junho de 2010, a filial de Recife da Varient foi repassada para a empresa Alcácer Distribuidora de resinas, da qual a Braskem também era sócia. Em 12 de julho de 2010, o capital social da Varient foi diminuído para R$ 11.365.625,00 (R$ 11,3 milhões).
Em julho de 2010, foi concluída a venda integral da Varient pela Braskem para a Stahl Participações, holding que controla a Sasil. Foi nomeado Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti, o fundador da Sasil, como administrador da empresa.
Em 17 de janeiro de 2011, o capital social foi aumentado em R$ 100, para R$ 11.365.725 (R$ 11,3 milhões), com a entrada de Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti ao corpo de acionistas (com participação equivalente ao aumento). Fundador da Sasil controla empresa até hoje
Já a Sasil Distribuidora de produtos químicos teve a sede transferida da Bahia para São Paulo em 4 de junho de 2001, segundo documentos da Junta Comercial. Na época, o capital da empresa era dividido da seguinte forma: Ismael Cesar Cavalcanti Neto (com R$ 134 mil do capital) e Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti (com R$ 2.555.559 do capital ou R$ 2,5 milhões).
Mas em 2 de janeiro de 2002 as participações acionárias de Ismael Cavalcanti e Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti foram repassadas para Fall Participações (com R$ 1.345.031 do capital) e Andaluz Participações (com R$ 1.345.031 do capital), sendo nomeado Osnevaldo Costa de Oliveira como gerente-delegado pela Fall e pela Andaluz.
Só que em 8 de dezembro de 2008 a empresa foi devolvida pela Fall Participações e pela Andaluz Participações para Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti, que retomou o controle integral das ações.
Em 26 de maio de 2009, o capital foi elevado para R$ 2.831.644 (R$ 2,8 milhões). Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti deixou de ser sócio como pessoa física e passou a responder como administrador responsável pela StahlStahl Participações. Entrou como sócio Fernando dos Santos Caribe Filho (com R$ 141.582 de capital) e a Stahl Participações (com R$ 2.690.062 de capital).
Em 20 de outubro de 2009, saiu da sociedade Fernando dos Santos Caribe Filho e entrou a FCF Participações LTDA (com a participação restante de R$ 141.582).
Em 16 de maio de 2011, foi elevado o capital social da Sasil para R$ 3.000.000 (R$ 3 milhões). Parte da Varient revendida em junho de 2010
Já a Alcácer, uma divisão originada da Varient, foi constituída em 21 de maio de 2009 com capital social de R$ 800, pelos mesmo sócios da Varient (Eduardo Duarte com capital de R$ 792 e Simone Burck Silva com capital de R$ 8). Mas em 29 de abril de 2010 eles passaram as ações para a Braskem. Foram nomeados como diretores Denis Borges Fortes Rocco Junior e Fernando Andre Butze.
Em 12 de julho de 2010, o capital social da Alcacer foi elevado de R$ 800 para R$ 1.319.933 (R$ 1,3 milhão).
Já em 18 de agosto de 2010, a Braskem concluiu a venda integral do controle da Alcácer para a Nova Piramidal Thermoplastics que fez a incorporação da Alcacer.

ECONOMIA: Bolsas na Europa têm forte queda

Do ESTADÃO.COM.BR

Yolanda Fordelone

As bolsas na Europa têm mais um dia de queda nesta quinta-feira, 18. às 8h30, a bosla de Londres caía 2,06%, Frankfurt recuava 3,47%, Paris tinha baixa de 2,59% e Madri desvalorizava-se 2,96%.
Investidores ainda temem a desaceleração da economia global. O receio foi ampliado com a divulgação de um relatório do Morgan Stanley em que cortou a projeção de expansão para a zona do euro em 2011 para 1,7%, de 2% no cálculo anterior, e para 0,5%, de 1,2%, a estimativa para o crescimento em 2012. A instituição disse não esperar que o Banco Central Europeu (BCE) eleve o juro. Pelo contrário, ele acredita que a autoridade irá cortar a taxa no ano que vem.

MUNDO: Brasileiros são acusados de saques na Inglaterra

De O GLOBO.COM.BR

Fernando Duarte (fduarte@oglobo.com.br), correspondente

LONDRES - Pelo menos dois brasileiros estão entre os acusados de participar de saques e depredações no Reino Unido. Segundo um tribunal de Manchester, no norte do país, Leandro Santos e Anderson Fernandes, de 21 e 22 anos, respectivamente, têm apenas em comum uma acusação de arrombamento e o fato de estarem presos à espera de julgamento.
Fernandes está em situação mais complicada. Seu caso foi mencionado por alguns jornais britânicos como exemplo do excesso de rigor do Judiciário - foi visto roubando duas bolas de sorvete numa delicatessen - mas o brasileiro também foi identificado por receptação de objetos roubados. No dia 8, quando participou das manifestações violentas, tinha acabado de sair de um audiência na qual fora indiciado por porte de armas e drogas.
A ironia é que, segundo o promotor do caso, Kevin Rodgers, o brasileiro acabou dando o sorvete para uma mulher que também participava dos saques, por não gostar do sabor que roubara (café). Ainda de acordo com o relato do promotor, Fernandes originalmente tinha pensado em distribuir sorvete para os saqueadores.
Santos, por sua vez, é acusado de tentar saquear uma joalheria do centro de Manchester. Segundo o tribunal, o brasileiro foi preso em flagrante em meio a um grupo de cerca de 40 pessoas que teriam roubado quase US$ 50 mil em mercadorias da joalheria. Assim como Fernandes, ele também teve fiança recusada pelo juiz.
A condenação a quatro anos de prisão de dois jovens que publicaram comentários no Facebook incitando saques e depredações em Warrington, no norte da Inglaterra, despertou o argumento de que o Judiciário britânico está usando rigor demasiado na punição dos acusados de participação nos distúrbios da semana passada em Londres e outras cidades do país. E as críticas não vêm apenas de grupos de defesa dos direitos humanos, mas até de políticos do governo de coalizão.
Além da pena aplicada a Jordan Blackshaw e Perry Sutcliffe Keenan - cuja duração é a mesma para casos de estupro e assalto a mão armada - advogados vêm se queixando de uma falta de proporcionalidade nas sentenças expedidas por juízes, sobretudo nos casos em que as penas são maiores que as normalmente aplicadas para os delitos em questão. O porta-voz dos liberais-democratas para assuntos de Interior, Tom Brake, revelou o desconforto de seu
partido (ao qual também pertence o vice-premier Nick Clegg) com a situação.
- A Justiça não pode ser revanchista - ponderou. Penas sugerem ingerência política na Justiça
Entre os exemplos citados estão Nicolas Robertson, um estudante universitário condenado a seis meses de cadeia por ter roubado um engradado de água mineral num supermercado de Brixton, no sul de Londres; e o de Ursula Nevin. Mãe de dois filhos, de Manchester, ela aceitou um short de presente da companheira de apartamento - sendo condenada a cinco meses por receptar objetos roubados.
Outro caso também envolve as mídias sociais: um jovem de 17 anos, residente em Bury St. Edmunds, na costa leste britânica, e cujo nome não foi divulgado, recebeu uma pena que o proíbe de acessar sites de relacionamento social durante um ano por ter publicado mensagem de apoio aos saqueadores em sua página no Facebook. Além disso, o jovem, que tem condenação prévia por agressão, deverá cumprir 120 horas de serviços comunitários e prisão domiciliar por três meses entre 19h e 6h.
Para especialistas em direito penal, o Judiciário está sendo perigosamente influenciado por pressões políticas e populares. E um dos indicadores é o fato de que 65% dos mais de 2.600 detidos tiveram negado pedido de fiança e permaneceram em custódia. Um índice que se manteve na casa de 10% durante o ano passado.
- É compreensível que os distúrbios sejam considerados um fato agravante pelos magistrados, mas algumas das sentenças não estão levando em conta
a gravidade real dos delitos e acabam fazendo troça do princípio da proporcionalidade, que é fundamental no direito - afirma Andrew Neilson, do grupo de estudos Liga pela Reforma Penal.
Porém, o premier David Cameron defendeu ontem o rigor na aplicação das penas, alegando a necessidade de enviar um duro recado para a sociedade britânica:
- A decisão de aplicar penas com rigor é do Judiciário, mas é bom ver que as cortes se sentem à vontade para adotar uma postura mais dura.

MUNDO: Série de ataques em Israel deixa várias vítimas

De O Globo

Com agências internacionais

JERUSALÉM - Ao menos três ataques atingiram civis e soldados israelenses nesta quinta-feira na cidade de Eilat, no sul do país, deixando cinco mortos e dezenas de feridos no que o ministro da Defesa classificou de "grave incidente terrorista". No primeiro ataque, homens armados abriram fogo contra um ônibus. Logo em seguida, os criminosos atiraram um míssel contra um carro particular, e, em uma terceira ação, detonaram uma bomba próximo a soldados israelenses que faziam patrulha perto da fronteira com o Egito.
- Este é um grave incidente terrorista em diversos locais - afirmou o ministro da Defes, Ehud Barak. - O incidente revela a fraqueza do Egito em controlar o Sinai e conter a expansão de elementos terroristas.
A rede de televisão israelense Canal 10 já relatou um quarto ataque de homens armados na fronteira com o Egito, mas ainda não há relatos oficiais sobre a ação. O Exército disse que um "grande número" de criminosos estavam trabalhando em equipes múltiplas.
- Estamos falando de um pelotão de terror que se infiltrou em Israel - disse o porta-voz militar israelense, tenente-coronel Avital Leibovich. - Este é um ataque combinado terroristas contra israelenses.
O ataque contra o ônibus ocorreu em uma rodovia no deserto de Israel, cerca de 30 quilômetros ao norte da cidade turística de Eilat, na costa. A estrada passa a metros de distância da fronteira aberta com o Egito.
A Rádio Israel disse que alguns atiradores em um carro realizaram uma emboscada contra o ônibus civil. O serviço de ambulância Magen David Adom informou que ao menos cinco passageiros ficaram feridos.
- Foi um ataque terrorista - disse um jornalista da Rádio Israel que estava no local.
Fotos na televisão mostravam marcas de bala no pára-brisa do ônibus e janelas quebradas na lateral."
A rádio informou mais tarde que os agressores e as forças de segurança israelenses estavam travados em uma troca de tiros próximo ao local da emboscada e que havia alguns feridos.
O Egito aumentou as atividades de segurança no deserto do Sinai, que faz fronteira com Israel e a Faixa de Gaza.
Fontes de segurança egípcios disseram na terça-feira que a repressão contra grupos armados no norte do Sinai havia capturado quatro militantes islâmicos que se preparavam explodir um gasoduto.
Autoridades da inteligência no Egito disseram que grupos militantes no Sinai estavam se aproveitando do vácuo na segurança deixado pela derrubada do presidente Hosni Mubarak em fevereiro.

COMENTÁRIO: Tratamento vip

Por Dora Kramer - O Estado de S.Paulo


Enquanto permaneceu no cargo de ministro da Agricultura, Wagner Rossi foi a expressão viva do ditado segundo o qual quem tem padrinho não morre pagão.
Seu braço direito e amigo há 25 anos foi demitido por conta de relações perigosas com um lobista que transitava livremente com autonomia e autoridade dentro do ministério.
Contra Rossi pesam suspeições de irregularidades não só no posto atual, mas também relativas à época em que ocupou as presidências da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
O Estado mostrou que cooperativas agrícolas que receberam dinheiro da Conab financiaram campanhas de parlamentares, entre eles o filho do ministro, Baleia Rossi. O jornal Folha de S. Paulo publicou entrevista do ex-chefe da comissão de licitação do Ministério da Agricultura falando sobre "licitações corrompidas" na pasta.
Isso para não falar sobre a frase - "lá (no ministério) só tem ladrão" - do irmão do líder do governo no Senado, demitido da Conab por ter saldado uma dívida de R$ 8 milhões para uma empresa de fachada.
Nesta semana se descobriu que o já ex-ministro Rossi se valeu dos favores da Ourofino Agronegócios - com negócios no ministério e doadora da campanha de Rossi júnior (Baleia) - para ir de São Paulo a Ribeirão Preto no jatinho da empresa.
Wagner Rossi admitiu que viajou de carona no Embraer Phenon da Ourofino algumas vezes. Na verdade, ele falou em "raras vezes", na tentativa de amenizar o evidente conflito de interesses.
Por muito menos Eliseu Resende foi demitido do Ministério da Fazenda no governo Itamar Franco. Ficou sob suspeição de ter tido diárias de hotel em Nova York pagas por uma empreiteira, mostrou que pagara do próprio bolso, mas Itamar considerou impróprio até o fato de seu ministro ter se hospedado no mesmo hotel que os diretores da construtora.
Eram outros tempos, outra gente.
Na quadra atual da nossa história, a Wagner Rossi foi dada a prerrogativa de pedir demissão dizendo-se injustiçado e perseguido. Por quê? Porque é do PMDB e Dilma Rousseff não quer confusão com o partido. Porque Rossi era indicação pessoal do vice-presidente Michel Temer.
Entrelinhas. O diabo mora nos detalhes também na pesquisa CNT/Sensus que aponta 70% de popularidade para a presidente.
1. Dos 49,5% que aprovam o governo Dilma, apenas 10% o qualificam como "ótimo".
2. Dos pesquisados, 45% disseram que o governo Lula era melhor.
3. A expectativa de que a presidente fará uma boa gestão caiu de 69% para 61%.
4. A avaliação positiva sobre a composição do ministério era de 45% em dezembro. Em agosto desabou para 24%.

Muito cedo

A "saída" do PR da base governista no Congresso não quer dizer nada se o parâmetro for o prejuízo concreto ao governo. Até porque não é uma decisão unânime: cinco dos sete senadores do partido já avisaram que não largam o osso, sendo o mais vistoso composto pelas superintendências regionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Porém, nem só de objetividades se faz a política. E no campo do simbólico não é interessante a governo algum que, antes de completados os primeiros oito meses de quatro anos, aliados já se sintam à vontade para transformar suas intenções em gestos de rebeldia.

Êxodo

Nunca tantos ministros do Supremo Tribunal Federal ficaram tão pouco tempo na função que, pela lei, poderiam exercer até completarem 70 anos de idade.
Nos últimos tempos já pediram aposentadoria antes do prazo regulamentar Nelson Jobim, Eros Grau e Ellen Gracie. Celso de Mello e Marco Aurélio Mello são agora os únicos dos 11 ministros que não foram indicados pelo ex-presidente Lula.
Marco Aurélio seria a estrela solitária se Celso de Mello, o decano, tivesse feito o que disse amigos o ano passado quando manifestou desejo de sair.

POLÍTICA: O recado na saída: 'Isso não vai parar'

Do ESTADÃO.COM.BR

Tânia Monteiro, Rafael Moraes Moura e Vera Rosa - O Estado de S.Paulo

O roteiro de despedida de Wagner Rossi da Agricultura incluiu uma primeira escala no gabinete do vice-presidente Michel Temer, seu padrinho político. Passava das 17 horas e a presidente Dilma Rousseff acabara de sair do Planalto para participar da cerimônia de encerramento da Marcha das Margaridas, no Parque da Cidade, quando foi avisada de que, assim que retornasse, Temer e Rossi gostariam de encontrá-la em seu gabinete.
Foi o suficiente para Dilma prever o que a esperava, a ponto de, ao discursar, confundir o nome do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), chamando-o de Agnelo Rossi.
Ao chegar de volta ao Planalto, antes das 19 horas, Dilma recebeu Temer e Rossi. Na conversa, a presidente voltou a avalizar, quase protocolarmente, o trabalho de Rossi à frente da pasta, mencionando a defesa do agronegócio.
Mas, pressionado e assustado com o cerco do noticiário e com o ingresso da Polícia Federal no caso, Rossi disse "não aguentar a pressão". Adicionou à conversa no gabinete presidencial reclamações contra a imprensa, sem que, no entanto, Dilma tenha reverberado a queixa.
Depois de entregar a carta de demissão a Dilma, os dois se despediram e a presidente permaneceu em seu gabinete, em reunião apenas com seu vice. Dilma informou a Temer que o cargo continuava sendo do PMDB e que aguardaria o nome a ser apresentado por ele. Preocupada, Dilma pediu a Temer que a ajudasse a manter o partido articulado, para que não fosse desperdiçado todo o processo de recomposição da base.
Dilma havia transferido para o PMDB a responsabilidade pela manutenção de Rossi no Ministério da Agricultura, mas foi o próprio Temer quem enxergou a situação insustentável depois da denúncia de que seu afilhado político usara o jatinho de uma empresa que mantém negócios com o governo.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, o comentário era que Ricardo Saud, amigo de Rossi e seu assessor na Agricultura, tem uma complicada rede de conexões.
Na avaliação do próprio PMDB, as suspeitas ligações de Saud - que seria o fundador de uma subsidiária do Grupo Ourofino - poderiam causar muito mais problemas ao governo, atingindo escalões superiores. Rossi chegou a dizer a Temer: "Isso não vai parar".

POLÍTICA: Mendes Ribeiro vai assumir Ministério da Agricultura

Do ESTADÃO.COM.BR


Andrea Jubé e João Domingos


De acordo com lideranças do PMDB, a presidente Dilma acolheu a indicação do partido; definição resolve saída de Wagner Rossi, apadrinhado de Michel Temer
BRASÍLIA - O líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), será o novo ministro da Agricultura. Uma fonte próxima ao vice-presidente Michel Temer afirmou à Agência Estado que a presidente Dilma Rousseff acolheu a indicação do PMDB e formalizou o convite ao peemedebista, que foi aceito. O Planalto ainda não definiu a data da posse, mas deve ser já na próxima segunda ou terça-feira.
A Agência Estado havia adiantado que o nome do líder governista era o favorito do PMDB para a sucessão de Rossi, mas seu nome teria que ser submetido a Dilma. O processo de escolha do sucessor de Wagner Rossi foi concluído por volta de meia-noite desta quarta-feira, 17, quando Dilma já havia aceito a indicação e formalizado o convite.
O nome de Mendes Ribeiro foi definido pela cúpula do PMDB, que se reuniu na noite de quarta no gabinete da vice-presidência. Em seguida, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), levou a indicação ao conhecimento dos deputados no gabinete da liderança na Câmara. Parte da bancada irritou-se por não ter sido consultada previamente. Alguns deputados, como Danilo Forte (PMDB-CE) e Darcísio Perondi (PMDB-RS), chegaram a defender que o PMDB deixasse a base governista, como fez o PR. "Ficam nos humilhando por causa desses ministérios medíocres", criticou Danilo Forte.
Mendes não tem experiência na área de agricultura. No entanto, é próximo a Dilma, que o nomeou líder do governo. A escolha resolve várias equações políticas com a saída de Rossi, que era apadrinhado por Temer. Em primeiro lugar, abre vaga na Câmara para o suplente de Mendes, Eliseu Padilha (PMDB-RS). Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Padilha é amigo de Temer e integrante da Executiva do PMDB. Além disso, a vaga do ministério continua com o PMDB da Câmara.
Por último, a escolha de Mendes reabre a vaga de líder no Congresso, que será negociada. O PMDB do Senado estava de olho no cargo. Um dos candidatos para o posto era o senador Eduardo Braga PMDB-AM).

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