Do UOL, em Brasília
Foto 10 de 10 - "Diante do pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas", disse o senador ao anunciar sua desfiliação do DEM Mais 20.mar.2012 - Lula Marques/Folhapress
Foto 10 de 10 - "Diante do pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas", disse o senador ao anunciar sua desfiliação do DEM Mais 20.mar.2012 - Lula Marques/Folhapress
O Conselho de Ética do Senado aprovou nesta quinta-feira (19) um requerimento
ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ter acesso às informações referentes à
investigação sobre o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido,
ex-DEM-GO) com o empresário Carlos Cachoeira, acusado de exploração de jogos
ilegais e corrupção.
A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho, Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE), com objetivo de alinhar os últimos detalhes do pedido formal à Suprema
Corte.
A diferença entre o pedido anterior, rejeitado pelo STF, e o novo, aprovado
hoje, é o enfoque exclusivo no que diz respeito ao senador goiano.
O pedido de autoria do senador Wellington Dias (PT-PI) solicitará trechos do
processo que possam auxiliar nos trabalhos da comissão, que analisará se o elo
entre o contraventor e o parlamentar se configura como quebra de decoro
parlamentar.
Diferentemente de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), o Conselho tem
a limitação de não poder incluir entre suas informações dados referentes aos
sigilos bancário e fiscal do senador e dos envolvidos na investigação.
A vice-presidente do Congresso, a deputada federal Rose de Freitas (PMDB-ES),
leu em plenário, na manhã desta quinta-feira (19), o requerimento que pede a
criação da CPI mista --formada por deputados e senadores-- para investigar o
suposto esquema criado por Cachoeira.
Com a leitura do documento, fica formalizada a criação da comissão. Na noite
da terça-feira (17), os parlamentares reuniram as assinaturas necessárias e
protocolaram o pedido. Até ontem (18) o último balanço apontava que havia o
apoio de 67 senadores e 362 deputados.
Após a leitura, abre-se o prazo até meia-noite para a retirada ou a inclusão
de novas assinaturas.
O objetivo da comissão é investigar os negócios de Cachoeira com
parlamentares, autoridades e empresas públicas e privadas envolvidas nas
operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal.
Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro durante a Operação Monte Carlo. O
empresário, que estava no presídio federal de Mossoró (RN), foi transferido
ontem para o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, após decisão
judicial.
Os partidos têm agora cinco dias úteis para indicar 15 senadores e 15
deputados --e um número igual de suplentes– para a comissão, respeitando a
proporcionalidade partidária nas duas Casas, mas os líderes partidários prometem
anunciar seus escolhidos antes do prazo.
A comissão tem o prazo de seis meses para concluir seus trabalhos, com
possibilidade de ser prorrogada. Segundo a Constituição, uma CPI tem poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais e pode, por exemplo, ouvir
testemunhas, investigados e indiciados, requisitar informações e documentos
sigilosos a instituições financeiras, além de quebrar os sigilos bancário,
fiscal e de dados. Ao término das investigações, as conclusões devem ser
encaminhadas ao Ministério Público.
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