De OGLOBO.COM.BR
Mercado estima que BC quer levar moeda mais
próximo de R$ 1,90
SÃO PAULO - O dólar comercial abriu as operações em alta nesta quinta-feira e
às 11h01m a moeda americana se valorizava 0,31% cotada a R$ 1,8860 na venda e R$
1,8840 na compra. Nesta quarta-feira, o dólar fechou a R$ 1,88 na venda, a maior
cotação do ano e o patamar mais elevado desde novembro do ano passado. O
Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abriu os
negócios em queda, mas por volta de 11 horas inverteu a tendência e passou a
subir. No horário, o índice se valorizava 0,15% aos 63.107 pontos.
Nesta quarta, o Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio,
comprando dólares em dois leilões. Operadores estimam que com atuações mais
agressivas, comprando dólares duas vezes por dia no mercado de câmbio, o Banco
Central quer a cotação da moeda americana mais próxima de R$ 1,90, um patamar
mais favorável aos exportadores.
- O BC tem atuado quando a moeda americana sobe. O mercado entende isso como
um sinal de que a autoridade monetária quer chegar a uma cotação ainda mais
elevada. Há muito movimento de Tesouraria de bancos comprando dólares. Os
investidores acreditam que o BC quer o dólar flutuando entre R$ 1,88 e R$ 1,90 -
diz Felipe Pellegrini, gerente da mesa de operações do Banco Confidence.
No mercado futuro, também há reforço das posições de hedge (proteção contra
variação cambial), puxando o mercado à vista.
Na noite desta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), derrubou
a taxa básica de juro (Selic) em 0,75 ponto percentual para 9% ao ano. Foi o
sexto corte de juro desde o início do governo de Dilma Roussef. Em comunicado, o
BC apontou o cenário econômico internacional delicado como um dos motivos pelos
quais decidiu cortar a Selic. O mercado agora especula se o ciclo de corte de
juro terminou na reunião de ontem ou vai continuar em maio. A expectativa de
queda contribuiu para a alta da moeda.
- A lógica é que quanto mais a Selic cai, menos capital externo vem especular
com o juro alto no curto prazo. No longo prazo, entretanto, isso não faz
diferença porque o Brasil ainda tem a maior taxa de juro real do mundo e o ganho
acaba sendo elevado - diz Pellegrini.
Na Europa, as principais Bolsas operam em queda, com exceção de Londres. O
índice Ibex, da Bolsa de Madri, cai 1,94%; o Dax, do pregão de Frankfurt, perde
0,10% e o índice Cac, de Paris, tem desvalorização de 0,66%. Em Londres, o
principal índice da Bolsa, o FTSE, sobe 0,42%. Nos EUA, os pregões operam em
alta. O Dow Jones sobe 0,17%, o Nasdaq tem alta de 0,37% e o S&P 500 se
valoriza 0,29%.
Na Europa, o Tesouro espanhol vendeu, nesta madrugada, um volume maior que o
previsto de títulos com vencimento em 2014 e em 2022, registrando declínio na
taxa de retorno dos papéis de menor duração e aumento na dos bônus de prazo mais
longo.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou que o número de pedidos de
seguro-desemprego da última semana caiu para 386 mil, 2 mil a menos que os
pedidos da última semana. Analistas esperavam queda para 375 mil pedidos. Também
nos EUA, os indicadores antecedentes apresentaram alta de 0,3%, contra uma alta
anterior de 0,7%. A alta do indicador mantém o precedente positivo para a
economia americana nos próximos 60 dias. Este dado é a compilação de dez
indicadores que devem liderar a atividade econômica como um todo no próximo
bimestre e é a terceira alta consecutiva do
índice.
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