sábado, 22 de agosto de 2009

POLÍTICA: DEMISSÃO EM CARÁTER IRREVOGÁVEL

Do BAHIA NOTÍCIAS

O caso da reúncia do líder Aloízio Mercadante da liderança do PT no Senado é de tamanha hipocrisia e cinismo que foi encenado para não renunciar e, ao mesmo tempo, dar uma satisfação aos seus eleitores, posto que é candidato à reeleição e teme perder votos. O episódio de Mercadante passou a ser tratado como galhofa, de tão piegas, pela opinião publica. Especialmente no Twitter. Ele fez que ia e voltou. Disse que seus familiares - mulher e filhos pediram para que ele saisse, mas o presidente Lula "a quem não pode negar nada" (até vender, se for preciso, sua alma a satanás). Ainda mais que o presidente lhe enviou uma carta (acertada entre os dois) pedindo paa que retrocedesse da sua "renúncia em caráter irrevogável". A ópera bufa encenada por Mercadante me fez voltar no tempo. Lembrar a época em que eu, praticamente menino, iniciei o meu jornalismo no Jornal da Bahia, que ficava na Barroquinha. Cobria o governo do Estado cujas secretarias ficavam no centro da cidade, na rua Chile e imediações, além do gabinete do prefeito, então Antônio Carlos Magalhães. ACM tinha um assessor de primeira linha com quem se desentendeu. Aliás, os assessores de ACM, quando prefeito e governador, eram chamados de "cabeças de cata esporro". Humilhava-os a todos, sem mais nem menos, e, quando estava "atacado", o primeiro assessor que encontrava na frente, levava, mesmo sem nada ter feito. O tal assessor especial foi vítima de um desses acessos humilhatórios. Quase choramingando, alegando extrema humilhação, se trancou no seu gabinete e redigiu uma carta de "renúncia em caráter irrevogável". Esperou por um momento em que o chefe parecesse tranquilo. Demorou mais de um dia. Pirraça pura de ACM, que tivera conhecimento da tal carta de demissão. Enquanto isso, o assessor ficava nervoso. O prefeito, propositadamente, um doce de coco, de bondade infinita, (o que, no fundo, era pura pirraça). O assessor, então, entendeu que a hora havia chegado. Esperando desculpas, tomou coragem, pediu um tempo com o alcaide através do chefe da Casa Civil (então o saudoso Rosalvo Barbosa Romeu), e entrou, tremendo, no gabinete do prefeito que o esperava. Postou à frente, de pé. ACM sentado. Rogou mil desculpas e o entregou a carta. Sério e "bondosamente", o prefeito dirigiu-se ao assessor: "Sinceramente, não gostaria de perdê-lo. A sua carta é educada e agradeço os termos colocados e os seus serviços prestados. Aceito-a porque o senhor não me deixou saída, ao acentuar que se tratava de um pedido de demissão em caráter irrevogável." Levantou-se, estendeu a mão para cumprimentar o assessor demissionário que, atônito, de pronto, rebateu: "Se for pelo termo caráter irrevovável, retiro-o". E ACM: "Agora já não tem jeito. Foi assinada e entregue". É, o "em caráter irrevogável" de Mercadante, e discursos de renúncia anunciados, foram retirados. E segue o governo "republicano" petista...
(Samuel Celestino

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