segunda-feira, 24 de abril de 2017

ECONOMIA: Eleição na França traz alívio aos mercados; Bolsas sobem e dólar cai

FOLHA.COM
EULINA OLIVEIRA, DE SÃO PAULO

Charles Platiau/Reuters 
Os candidatos Emmanuel Macron e Marine Le Pen, que disputarão o segundo turno na França

A vantagem do candidato centrista Emmanuel Macron sobre a ultra direitista Marine Le Pen no primeiro turno da eleição presidencial francesa trouxe alívio aos mercados nesta segunda-feira (24). Isso levou as Bolsas mundiais a registrarem altas expressivas e o dólar a perder força frente às principais moedas.
Na Europa, o principal índice da Bolsa de Paris subiu 4,14%; a de Londres ganhou 2,11%; Frankfurt, +3,37%; Madri, +3,76%; e Milão, +4,47%.
Em Nova York, os índices acionários subiram mais de 1%, e a Bolsa Brasileira ganhou 0,99%.
Macron teve 24,01% dos votos, enquanto Le Pen recebeu 21,3%. Eles disputarão o segundo turno no próximo dia 7.
O centrista já recebeu o apoio de diversas figuras tradicionais e é o favorito a vencer o pleito.
Segundo analistas, o favoritismo de Macron afasta os temores de mais protecionismo no mundo, depois do "brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia, e de o republicano Donald Trump ter se tornado presidente dos Estados Unidos.
Analistas ressaltam que, ao contrário de Le Pen, Macron é um candidato pró-mercado, favorável à União Europeia.
"O desempenho de Macron trouxe um importante alívio ao mercado e ao mundo como um todo, que enxerga nesse resultado um revés de peso à onda protecionista que tanto preocupa", escrevem analistas da corretora H.Commcor, acrescentando que as probabilidades de derrota de Le Pen são altas.
No campo doméstico, a menor tensão em relação à tramitação das reformas no Congresso, principalmente a da Previdência, contribuiu para os ganhos da Bolsa e do real.
"O governo Temer tem se mostrado mais agressivo para aprovar as reformas, e sinalizou que não haverá mais recuos no texto da nova Previdência", destaca Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
Nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer afirmou que o governo fez as mudanças que eram possíveis no texto da reforma da Previdência.
BOLSA
Contagiado pelo bom humor no cenário externo, o Ibovespa fechou em alta de 0,99%, aos 64.389,01 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões.
As ações da Petrobras subiram 1,08% (PN) e 0,84% (ON), apesar da queda do petróleo no mercado internacional. A estatal anunciou na noite de quinta-feira (20) o reajuste dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias.
Os papéis da Vale ganharam 0,80% (PNA) e 0,62% (ON), mesmo com a queda do minério de ferro na China.
Entre os bancos, Itaú Unibanco PN subiu 1,93%; Bradesco PN ganhou 1,83%; Bradesco ON, +1,90%; Banco do Brasil ON, +2,86%; e Santander unit, +1,26%.
As ações ordinárias da empresa de produtos farmacêuticos Hypermarcas lideraram as altas do Ibovespa, com ganho de 3,83%, após notícia, veiculada pelo jornal "O Globo" neste domingo (23), de que a companhia tem três propostas de compra por empresas internacionais. A Hypermarcas negou a informação.
Nesta segunda-feira, a agência Reuters informou, citando fontes, que Johnson & Johnson, Novartis e Takeda estariam em negociações com o bloco de controle da Hypermarcas para compra da companhia brasileira.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial encerrou em baixa de 1,01%, a R$ 3,1270.
Pela manhã, o Banco Central rolou mais 16 mil contratos de swap cambial que vencem em maio, no montante de US$ 800 milhões. A operação equivale à venda futura de dólares.
No exterior, com o alívio dos investidores em relação ao primeiro turno da eleição presidencial francesa, o euro foi uma das moedas que mais subiu frente ao dólar.
No mercado de juros futuros, as taxas caíram, reagindo ao câmbio, à menor percepção de risco e ao boletim semanal Focus, do BC. O levantamento com uma centena de economistas continuou apontando queda nas expectativas de inflação para 2017 e 2018. Além disso, houve ligeira melhora na projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano.
O contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2018 caiu de 9,545% para 9,500% ao ano; o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 9,940% para 9,910%; e o contrato para janeiro de 2026 cedeu de 10,390% para 10,350%.
Neste mercado, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.
O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 2,81%, aos 217,725 pontos.

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