quinta-feira, 22 de setembro de 2016

INVESTIGAÇÃO: Mantega é investigado na Zelotes por decisões suspeitas do Carf

OGLOBO.COM.BR
POR THIAGO HERDY


Ex-ministro já teve seu sigilo bancário e fiscal quebrado pela Justiça

SÃO PAULO - O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega - preso nesta quinta-feira em nova fase da Operação Lava-Jato - já foi alvo de condução coercitiva na Operação Zelotes. Mais longevo ministro da Fazenda da história em período democrático, entre 2006 e 2015, Guido Mantega passou antes pela presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDES (2004-2006) e pelo Ministério do Planejamento (2003-2004).
Discreto e de perfil técnico, foi um dos autores do plano de governo de Lula quando o ex-metalúrgico chegou à Presidência, mas sempre se manteve afastado da vida orgânica do Partido dos Trabalhadores, mas próximo da elite empresarial, em especial depois do ingresso no governo federal.
Em novembro de 2015, o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira,autorizou a quebra de seu sigilo bancário e fiscal em investigação da Operação Zelotes, ao lado de outros investigados.
A investigação buscava apurar as circunstâncias de nomeações de conselheiros do Carf - órgão vinculado ao Ministério da Fazenda responsável pelo julgamento de recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita Federal.
É investigada, também, a relação do ex-ministro com o empresário Victor Sandri, um dos donos do Grupo Comercial Cimento Penha, beneficiado por decisões suspeitas do Carf.
A Polícia Federal apurou que o grupo se livrou de uma dívida fiscal de R$ 106 milhões graças à ação de uma empresa de consultoria. Não há indicativos de que Mantega tenha recebido qualquer tipo de vantagem material das empresas, mas o entendimento do MPF e da PF era de que as investigações deviam ser aprofundadas. O ex-ministro nega qualquer irregularidade.
CONSULTORIA
Depois de deixar o governo federal, em 2015, e cumprir quarentena, Mantega abriu com a irmã uma empresa de consultoria em gestão empresarial e administração de bens. Por pelo menos três vezes ele foi agredido verbalmente em locais públicos de São Paulo e na presença da família, em função de seu vínculo com o PT, em meio às investigações envolvendo o partido.
As agressões ocorreram pela primeira vez na lanchonete do Hospital Albert Einstein, onde a esposa dele passava por tratamento. As outras duas foram no restaurante Aguzzo, em Pinheiros, e no restaurante Trio, na Vila Olímpia.
Depois que o advogado do ex-ministro apresentou uma queixa-crime por injúria, calúnia e difamação contra empresários identificados entre os agressores, eles pediram perdão ao ex-ministro e, com isso, o caso foi encerrado na Justiça.

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