segunda-feira, 19 de setembro de 2016

ECONOMIA: Bovespa sobe 0,5% em pregão instável, seguindo exterior; dólar vale R$ 3,27

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Investidores aguardam reunião do Fed sobre juros, esta semana

- Xaume Olleros / Bloomberg


RIO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,47% em uma segunda-feira de pregão volátil, refletindo o nervosismo dos investidores pelo mundo a poucos dias da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) que decidirá sobre os juros do país. O índice de referência Ibovespa encerrou aos 57.350 pontos, depois de ter passado dos 58 mil ao longo da sessão. No câmbio, o dólar comercial, que abrira em baixa, inverteu o sinal e fechou com alta de 0,21%, vendido a R$ 3,278, ganhando força com a maior aversão a risco que marcou o fim do pregão.
— As Bolsas americanas, que também estão bastante voláteis por causa da reunião do Fed esta semana, também perderam força no fim do pregão. A gente acompanhou essa piora. Aqui no Brasil, houve maus sinais, no fim de semana, sobre a capacidade do governo de aprovar o teto de gastos, uma das medidas pareciam ser de mais fácil aprovação. Essas questões pesaram um pouco — disse Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut.
O Banco Central vendeu esta manhã todos os 5 mil contratos de swap cambial reverso (o equivalente a US$ 250 milhões). A operação equivale à venda futura de moeda estrangeira e tende a sustentar sua cotação. Até a terça-feira, quando a moeda americana subiu 2,09%, a R$ 3,317, a autoridade monetária vinha ofertando dez mil contratos. A redução foi entendida pelo mercado como uma postura mais flexível por parte do BC, que estaria antevendo cenário de apreciação do dólar, num momento em que o Fed considera a elevação de juros no país.
Na Europa, a Bolsa de Londres teve alta de 1,54%, enquanto a de Paris registrou valorização de 1,43%. Em Frankfurt, a alta foi de 0,95%. Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 terminaram praticamente estáveis após passarem o dia em alta. No Nasdaq, a desvalorização foi de 0,18%.
— Hoje, há um grande fator de volatilidade, em uma semana com dois eventos importantíssimo, que são as reuniões do Fed e do Banco do Japão. O mercado está bastante atento a esses dois eventos. Com a saída do Reino Unido da União Europeia, os BCs vieram com um discurso muito frouxo sobre juros. Isso fez com que o mercado começasse a precificar taxas até negativas no longo prazo. Isso foi a principal razão da alta recente da Bolsa. Mas isso acabou mudando um pouco na última semana, com comentário um pouco mais duro do BCE. Além disso, o Fed tem falado bastante em alta de juros, embora eu não acredite que isso vai ocorrer agora — disse Hersz Ferman, da Elite Corretora.
O barril de petróleo do tipo Brent teve alta de 0,33%, cotado a US$ 45,92. A commodity avançou um pouco além do seu menor patamar em mais de um mês, com o conflito da Líbia impedindo que houvesse a retomada das exportações do terminal Ras Lanuf, um dos mais importantes do país, após dois anos de interrupção. Na semana passada, a notícia sobre o recomeço dessas exportações pressionaram a cotação do produto para baixo, com investidores temendo incremento na oferta do petróleo. Mas, assim como os outros ativos de riscos, seu encerramento foi bem abaixo da máxima do dia (US$ 46,93).
Na Bovespa, o Itaú Unibanco PN subiu 0,25% (R$ 35,23), e a Ambev ON teve alta de 0,10% (R$ 19,45). O Bradesco ON ganhou 0,53% (R$ 28,24). A BRF ON subiu 0,24% (R$ 53,59).
Na Petrobras, as ações chegaram a saltar mais de 2,5%, mas perderam força ao longo do pregão. Segundo analistas, o motivo de tamanha oscilação é a expectativa sobre o novo plano de negócios da Petrobras, que é discutido hoje pelo conselho de administração da petrolífera e será oficialmente apresentado na terça-feira. A ação PN teve perda de 0,84% (R$ 13,05), enquanto a ON caiu 0,07% (R$ 14,89).
As ações da Vale subiram 1,52% (R$ 16,66, ON) e 2,15% (R$ 14,25, PNA). A maior alta do pregão foi da CSN, que subiu 6,12%, aos R$ 8,50, depois de O GLOBO noticiar que a companhia negocia com a estatal chinesa CBSteel a venda de uma participação minoritária na Congonhas Minérios, braço da siderúrgica que reúne ativos de logística e mineração — como a mina Casa de Pedra.

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