quarta-feira, 21 de setembro de 2016

POLÍTICA: Temer diz que opinião de Geddel a favor da anistia para caixa 2 é ‘personalíssima’

OGLOBO.COM.BR
POR HENRIQUE GOMES BATISTA, ENVIADO ESPECIAL

Presidente nega orientação do governo sobre o tema e minimiza protestos na ONU

Michel Temer está em Nova York onde participa da 71ª Assembleia Geral da ONU - Mike Segar / Reuters

NOVA YORK — O presidente Michel Temer afirmou, em entrevista coletiva em Nova York, que tomou conhecimento das opiniões do ministro Geddel Vieira Lima, que defendeu a anisitia a políticos que fizeram caixa 2, “lendo os jornais”, mas que isso se trata da “opinião personalíssima” do ministro, e não um posicionamento do governo. Questionado como seria a orientação que daria ao seu governo, ele afirmou que ainda vai decidir:
— Isso foi surpreendente para mim. Quando eu chegar no Brasil, vou examinar esta questão. Não tem orientação nenhuma, não daria uma orientação daqui. Pessoalmente, eu acho que não é bom, mas vou chegar lá, quero esclarecer isso, senão parece interferência minha no Poder Legislativo e eu não faço interferência. Registrem bem que vou examinar essa questão lá no Brasil, mas não vou interferir no Legislativo.
Temer também minimizou o protesto que as delegações de seis países —Venezuela, Bolívia, Equador, Nicaragua, Costa Rica e Cuba — durante o discurso dele na abertura da Assembleia Geral da ONU. As delegações saíram do plenário ou só entraram após o discurso do presidente, por considerarem que o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff não foi legítimo:
— Essa questão de quem sai ou não sai, em 193 países, confesso que nem percebi a saída. E lamento, porque as relações não vão ser governamentais, vão ser institucionais, de Estado para Estado, e não de um governo para outro.
Ele afirmou que sua legitimidade não está sendo questionada por quem "simplesmente lê" a Constituição brasileira:
— Primeiro, recomendo que leia a Constituição brasileira. Não precisa mais do que ler, não precisa interpretação, para verificar que o governo é legítimo, né - disse Temer.
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre sua baixa popularidade, o presidente disse que não se importa com isso:
— Se a minha popularidade cair para 5% mas eu salvar o Brasil nesses dois anos e quatro meses, e colocar o país nos trilhos, eu me dou por satisfeito — disse ele, que completou, quando questionado quando sua popularidade ia subir: — Sabe que eu não tenho essa preocupação? Eu tenho preocupação com o país. Tudo o que nós estamos fazendo é pelo país. Até, convenhamos, em medidas supostamente impopulares. Porque impopulares elas não são. Elas visam melhorar a situação do país e dos brasileiros.
Questionado sobre se o novo indiciamento de Lula pode piorar o quadro político no Brasil — que ele clasisficou como extraordinário, minutos antes, a investidores — Temer disse que não sabe qual será o impacto disso na sociedade. Ele afirmou que não queria dar sua opinião, até por sua história como jurista.
— Não sei quais serão as reações. Acho que deve polarizar no plano jurídico. Certa e seguramente, eu espero que seja assim, pois o senhor ex-presidente tem condições de ir ao Judiciário e, aí sim, polarizar com argumentos — disse Temer, que foi questionado sobre como recebeu a notícia: — Recebi como quem acha que... Se estivesse no lugar dele iria ao Judiciário para debater.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |