sexta-feira, 11 de maio de 2012

ECONOMIA: JPMorgan perde US$ 2 bilhões com aposta errada em derivativos



De OGLOBO.COM.BR

Banco pode perder mais US$ 1 bilhão. Operador responsável por erro foi apelidado de ‘Baleia Branca’ e ‘Voldemort’
NOVA YORK — O JPMorgan Chase, que emergiu como o maior banco dos Estados Unidos em ativos após a crise de 2008, perdeu pelo menos US$ 2 bilhões com uma tentativa equivocada de proteção contra perdas financeiras, chamada tecnicamente de “hedge”. O prejuízo ocorreu com uma operação com derivativos — instrumentos financeiros que o valor está vinculado a ações, contratos, empréstimos e outros ativos. O caso prejudicou a reputação da instituição financeira e do presidente-executivo Jamie Dimon.

Os negócios com derivativos faziam parte de uma estratégia para compensar eventuais perdas com empréstimos e títulos de dívida. Mas, como em um pesadelo para qualquer banqueiro, a ideia saiu pela culatra e gerou na verdade muito prejuízo.
O banco estruturou o negócio de uma maneira que, na prática, turbinou as perdas. Comprou seguro contra prejuízo em títulos de dívida privada, por meio de um tipo de derivativo de crédito que ganha valor quando aumenta o risco de crédito (calote) de determinadas empresas. Mas, ao mesmo tempo, também apostou com derivativos no evento contrário (na redução do risco de crédito dessas empresas).
Dimon, presidente-executivo do JPMorgan, assumiu só agora, na divulgação do prejuízo, que a estratégia “para reduzir o risco de crédito” foi “fraca”.
No mês passado, esses negócios equivocados no escritório de Londres da divisão de investimentos do JPMorgan já tinha vindo à tona e preocuparam o mercado, mas não se sabia a real dimensão. Foi noticiado à época que as apostas com derivativos eram tão vultuosas financeiramente que o operador responsável, Bruno Iksil, foi apelidado por investidores de “Baleia Branca” e também de “Voldemort”, em referência ao vilão do filme “Harry Potter” cujo nome não deve ser pronunciado.
Para um banco visto como um grande gestor de risco que passou pela crise financeira sem ter prejuízos, os erros são vexatórios, especialmente levando em conta as notórias críticas de Dimon à proibição de que grandes bancos realizem negócios com ações e derivativos com recursos próprios, conhecido em inglês como “proprietary trading”.
"Estamos com a cara no chão", disse Dimon em teleconferência com analistas.
O banco afirmou ao órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) que desde o fim de março a vice-presidência de investimentos estava tendo grandes perdas em carteira, principalmente no uso de derivativos para tentar antecipar o comportamento das ações.
Embora outros ganhos tenham em parte compensado as perdas nas operações com derivativos, o banco estima que a divisão de investimentos terá um prejuízo de US$ 800 milhões no atual trimestre, excluindo resultados com investimento em participações societárias de empresas (private equity) e despesas com disputas judiciais. O banco antes previa que a unidade teria um lucro de cerca de US$ 200 milhões.
"Isso pode custar US$ 1 bilhão ou mais" além do prejuízo estimado até agora, segundo Dimon. "É um risco que vai durar por trimestres", afirmou.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |