Da FOLHA.COM
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), procurou a cúpula do seu partido
em busca de apoio para evitar que seja convocado a prestar esclarecimento à CPI
do Cachoeira sobre suas relações com a construtora Delta, um dos alvos da
comissão.
Dois requerimentos foram apresentados à CPI pedindo a convocação de Cabral
depois da divulgação de fotos e vídeos em que ele aparece ao lado do dono da
empresa, Fernando Cavendish, em Paris e Monte Carlo.
A Delta entrou na mira da CPI porque investigações da Polícia Federal
mostraram ligações entre ela e o empresário Carlinhos Cachoeira, preso sob a
acusação de explorar jogos ilegais e comandar um esquema de corrupção.
Rafael Andrade - 23.dez.11/Folhapress | ||
Cabral pode ter de depor na CPI devido ao crescimento da Delta no Rio e sua relação com o dono da empresa |
Os requerimentos que pedem a convocação de Cabral devem ser votados no dia 17
e podem ganhar força se a Procuradoria-Geral da República abrir investigação
sobre o governador e a Delta.
O blog do jornalista Josias de Souza informou ontem que o procurador Roberto
Gurgel fará uma análise preliminar dos negócios do governo com a construtora.
Segundo o blog, Gurgel também decidiu pedir ao STJ (Superior Tribunal de
Justiça) que investigue o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que
também manteve relações com Cachoeira nos últimos anos, segundo a PF.
A Folha apurou que o governador do Rio procurou o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros
(AL), além de membros do PSDB, partido ao qual foi filiado anteriormente.
A assessoria de imprensa de Cabral afirmou à Folha que o governador "mantém
diálogo com lideranças nacionais e regionais do PMDB", mas não quis fazer
comentários sobre o teor de suas conversas mais recentes.
O movimento de Cabral surtiu efeitos ontem. "Não é uma CPI social para
investigar jantar de governador", disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique
Alves (RN).
"Você acha que deve se convocar um governador só porque foi a Paris? Tem
gravações dele com Cachoeira? Também não há nada contra o Cavendish", afirmou o
deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), que dita a posição do PT na CPI.
Nesta semana a CPI vai ouvir em sessões fechadas dois procuradores e dois
delegados que participaram das investigações sobre o grupo de Cachoeira.
(andreza matais, erich decat e gabriela guerreiro) .
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