Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Não por gosto, mas por necessidade, o fato é que a
presidente Dilma tem procurado afastar cada vez a imagem de seu governo da de
seu antecessor. Não passam despercebidos de nenhum bom observador da cena
política nacional os movimentos da presidente, iniciado com a história da
"faxina" - amainado em seguida porque, insegura politicamente ainda, ela
precisou de Lula para acalmar muitos aliados - agora a faxina é retomada. O
tiroteio contra os bancos, a firme determinação de forçar o BC a continuar
empurrando os juros básicos para baixo e a ousadia política de alterar as regras
de remuneração das cadernetas de poupança, contrastam com a timidez de Lula
nesta área. Auxiliares de Dilma discretamente chamam a atenção para esta
diferença entre os dois. Ousa-se até dizer que o padrinho dela era um tanto
submisso ao interesse do mundo financeiro e à vontade do BC lembrando que o dito
guardião da moeda era dirigido por um ex-banqueiro, Henrique Meirelles, e hoje o
é por um homem da instituição e com uma diretoria de funcionários públicos
comprometidos com a questão de Estado.
Mais evidências da "faxina"
A ofensiva da Dilma (com Graça Foster na
presidência da Petrobras) para reduzir a influência política na empresa, também
é apresentada - e visto externamente - como parte desse processo de
"desconstrução" de certa herança lulista. Um processo que atinge também parte do
PT mais ligado ao ex-presidente, especialmente sua vertente paulista. Dilma,
avalia-se, continuará prestando todas as homenagens que Lula merece, como a
participação direta nas homenagens que ele recebeu no Rio de Janeiro, das
universidades públicas, na sexta-feira. Até com direito a choro presidencial.
Mas o distanciamento do estilo Lula de governar será marcado cada vez mais.
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