quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MUNDO: Na Grécia, 50 mil vão às ruas contra pacote de austeridade

De OGLOBO.COM.BR

Manifestantes protestam contra corte nos salários, e sindicatos fazem greve
Manifestação. Mais de 50 mil gregos vão às ruas protestar contra a crise no país e o corte dos salários - REUTERS

ATENAS - Mais de 50 mil pessoas foram às ruas de Atenas para protestar contra a crise na Grécia e os pacotes de austeridade, na primeira grande manifestação contra o novo governo. Os manifestantes marcharam em direção ao Parlamento cantando "Não vamos nos submeter à troika” e “UE (União Europeia) e FMI ( Fundo Montetário Internacional) fora”, em um dia de ataques contra uma nova rodada de cortes exigidos pelos credores da UE e do FMI.
Dezenas de jovens vestidos de preto atiraram pedras, bombas de gasolina e garrafas contra a polícia, que respondeu com várias rodadas de gás lacrimogêneo. A polícia perseguiu os manifestantes ao longo da praça Syntagma, em frente do parlamento, com o uso de helicópteros. Os serviços de transporte e de aviação também entraram em greve. Os oficiais da polícia estimaram que essa foi a maior manifestação desde maio de 2011.
- Nós não podemos mais aguentar. Assim, não podemos criar nossos filhos - disse Dina Kokou, uma professora de 54 anos de idade e mãe de quatro filhos que vive com 1.000 euros por mês. - Esses aumentos de impostos e cortes salariais estão nos matando.
Yiorgos Harisis, um sindicalista do setor público, disse que a ideia é enviar uma mensagem forte para o governo e a troika, de que as medidas vão afetar a população:
- Ontem, os espanhóis tomaram as ruas; hoje somos nós; os italianos, amanhã; e no dia seguinte, todos os povos da Europa.
O governo usou 3 mil policiais, o dobro do número usado geralmente. A última manifestação ocorreu em fevereiro, quando manifestantes quebraram lojas e bancos. Na ocasião, o parlamento aprovou um projeto de lei de austeridade. A polícia formou uma barricada em frente ao Parlamento, e os agentes bloquearam uma pensionista que tentou se mover em direção ao escritório Samaras, segurando uma bandeira com fotos de primeiros-ministros gregos, sob o título: "Os maiores traidores da história grega".
Como precaução, museus e monumentos foram fechados para os visitantes. Os controladores de tráfego aéreo abandonaram o trabalho para uma paralisação de três horas.
O país terá de cortar gastos no valor de quase US$ 15,550 bilhões ao longo dos próximos dois anos. Esse valor foi prometido à UE e ao FMI. A maior parte desses cortes virá da redução de salários, pensões e benefícios sociais, o que pode elevar a pobreza no país.
Uma pesquisa feita pela agência MRB na semana passada mostrou que mais de 90% dos gregos acreditam que os cortes planejados são injustos.
Dimitra Kontouli, de 49 anos, é funcionária do governo local. Ela diz que seu salário foi reduzido de 1,6 mil euros para 1,1 mil euros:
- Meu marido perdeu o emprego. Com isso, não consigo pagar as despesas.

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