Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Depois de um princípio de governo em que precisou
recorrer algumas vezes ao ex-presidente Lula livrar-se de algum aborrecimento, a
presidente Dilma Rousseff, a partir da série de demissões em que se viu obrigada
a fazer por "malfeitos" praticados por auxiliares herdados do antecessor, deu
cara própria a seu governo e firmou seu papel e sua liderança. Para desgosto de
muitos petistas e lulistas, ela se livrou da sombra do ex-presidente. O governo,
que começou Lula-Dilma, passou a Dilma-Lula e de um ano para cá, Dilma apenas.
Lula virou quase uma "fotografia na parede", respeitado, mas com pouca
influência.
Uma relação inamistosa II
A greve dos servidores públicos em plena
efervescência, trouxe uma reviravolta. Na semana passada Dilma procurou Lula em
SP e pediu a ele que interferisse junto às centrais sindicais para acabar com o
movimento. Lula que sempre teve total ascendência sobre a CUT, o braço sindical
do PT, também ganhou influência sobre as outras centrais depois que
generosamente cedeu a elas, sem necessidade de nenhuma prestação de contas, uma
fatia do imposto sindical. Um dinheirinho hoje que passa dos R$ 100 mi anuais.
De novo a presidente volta a ficar dependente de Lula e do PT num momento em que
parcela significativa do petismo ligada a Lula também está insatisfeita com a
presidente. Isso porque ela está formando o seu próprio petismo (ou dilmismo) e
está se envolvendo menos do que eles gostariam na campanha eleitoral em favor
dos candidatos do partido. Ainda mais : mandou o governo publicamente ficar
longe do mensalão.
Uma relação inamistosa III
A presidente também tem queixa : ninguém entende a
força das greves Federais, com ânimos cada vez mais acirrados quando se recorda
que a grande influência no sindicalismo público é da CUT. Dilma e Lula não se
desentendem, mas seus partidários já não rezam sempre pela mesma cartilha.
Passados o mensalão e as eleições haverá naturalmente uma reacomodação de forças
no PT e na base governista.
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