De OGLOBO.COM.BR
Com agências internacionais
Em resposta, fontes do governo israelense dizem
levar a ameaça a sério
JERUSALÉM - Enquanto os EUA tentam segurar impulsos do governo de Israel de
iniciar uma guerra com o Irã, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei,
continua a alfinetar o Estado judeu. Em um encontro na quarta-feira com
veteranos da guerra com o Iraque - em comemoração ao Dia de Jerusalém (Al Quds)
- o religioso disse que está confiante de que Israel deve “desaparecer do
registro dos mapas” e que “a luz da esperança irá brilhar pela causa palestina e
o território muçulmano será devolvido”.
Na mesma linha, Gholam Reza Jalali, chefe da Organização de Defesa Pacífica
do Irã, acrescentou que a comemoração de Al Quds é uma prova de que a
resistência é o único caminho para frear as agressões israelenses e para a
“destruição de Israel”.
Em resposta, um funcionário do governo israelense disse ao diário “Jerusalém
Post” que as ameaças de líderes iranianos são levadas a sério pelas autoridades
e que todos os membros da comunidade internacional devem fazer o mesmo. Sem se
identificar, a fonte ressaltou, porém, que os iranianos usam uma linguagem
ambígua, mas que “as palavras falam por si só”.
Nas últimas semanas, a tensão entre os dois países têm aumentado, alimentadas
pelo impasse sobre o programa nuclear iraniano. Os EUA e aliados acreditam que o
Irã esteja enriquecendo urânio com o objetivo de criar um arsenal nuclear,
enquanto o governo de Teerã argumenta que suas pesquisas são apenas para fins
médicos e de produção de energia nuclear.
Autoridades israelenses têm usado declarações polêmicas para justificar uma
possível ação militar contra o Irã. O premier Benjamin Netanyahu ressaltou que
“uma república cujos dirigentes pregam publicamente a destruição de Israel não
pode ter acesso a armas nucleares”, na intenção de pressionar aliados por uma
ação contra o país.
Na semana passada, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, defendeu a
política de sanções e os esforços diplomáticos para impedir que o Irã desenvolva
armas atômicas. Carney disse ainda que os EUA “têm visibilidade dentro do
programa (iraniano) e nós saberia quando e se o Irã tivesse um avanço rumo às
armas”.
No fim de semana, a imprensa israelense divulgou diversas notícias sobre um
ataque iminente ao Irã, repletas de “fontes governamentais”, mas, até um
momento, nenhuma das ameaças foi oficialmente confirmada.
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