Da FOLHA.COM
ESTELITE HASS CARAZZAI
DE CURITIBA NATÁLIA CANCIAN
Escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal mostram que Carlinhos
Cachoeira, empresário acusado de explorar jogos ilegais, chegou a marcar
encontro com o governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB).
O diálogo foi divulgado pela Rede Record. Na conversa, Cachoeira conversa com
Gleyb Ferreira da Cruz, apontado nas investigações da operação Monte Carlo como
um dos articuladores da suposta quadrilha.
Durante a conversa, Cachoeira diz que tem um encontro com Siqueira e que essa
era a hora de tratar de negócios que envolviam Deuselino Valadares, delegado da
PF em Goiânia e um dos denunciados na operação.
Na segunda, o Ministério Público instaurou inquérito para investigar se houve
eventual favorecimento à Delta pelo governo do Tocantins.
A decisão ocorreu depois da divulgação de escutas que mostram um diálogo
entre Cachoeira e o então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Na
gravação, Abreu diz que Eduardo Siqueira Campos, filho do governador, prometera
repassar o serviço da inspeção veicular no Estado.
Eduardo, que é secretário de Relações Institucionais no governo do pai, nega.
OUTRO LADO
Em entrevista na segunda-feira, durante encontro de governadores do PSDB, em
Curitiba, Siqueira Campos negou relacionamento com Cachoeira.
O governador também disse não ter contratos firmados com empresas citadas por
Cachoeira no inquérito.
Sobre sua reunião com o empresário, afirmou ter sido um "encontro fortuito".
"Uma vez, quando eu estava em companhia do dr. Ataídes Oliveira [ex-senador
do Tocantins e empresário do Estado], cruzamos com esse cidadão. Ele me
apresentou fortuitamente, nunca mais tive contato, não tenho relacionamento",
disse Siqueira.
"O relacionamento dessa figura não é comigo nem com os meus partidários, é
com os nossos adversários", disse.
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