terça-feira, 2 de agosto de 2016

DIREITO: Assessor de Teori que apoiou Lula e criticou Moro pede para sair

OGLOBO.COM.BR
POR ANDRÉ DE SOUZA

Ministro relator dos processos da Lava-Jato deu a notícia nesta terça-feira

BRASÍLIA - Manoel Lauro Volkmer de Castilho, assessor que trabalha no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pediu exoneração do cargo. A decisão foi tomada após o mal estar provocado por ter assinado manifesto de apoio à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recorreu ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro é responsável por alguns processos da Lava-Jato que investigam Lula.
Além do trabalho no gabinete de Teori, Castilho também é casado com a vice-procuradora-geral Ela Wiecko, segundo posto mais importante no Ministério Público Federal (MPF), atrás apenas do procurador-geral, Rodrigo Janot. O MPF, por meio de Janot e do procurador da República Ivan Cláudio Marx, já denunciou Lula por obstrução às investigações da Lava-Jato. A notícia da exoneração foi dada pelo próprio Teori. O ministro afirmou que não sabia que seu assessor tinha assinado a petição.
— Ele não trabalha na área criminal até porque é casado com a doutora Ela Wiecko. Então ele não trabalha, nunca trabalhou. Ele exercia no meu gabinete um papel importantíssimo que era de coordenar uma área não criminal. Ele vai me fazer muita falta, é evidente. Mas para todos os efeitos o importante não é só ser, mas parecer também. Não parecer que, num gabinete que trata de questões criminais importantes, possa haver qualquer dúvida a respeito da isenção — disse Teori.
Castilho é ex-desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo se aposentado em 9 de setembro de 2003. Depois disso, também já foi consultor-geral da União durante o governo Lula e trabalhou em outros gabinetes de ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Teori destacou a amizade que tem com Castilho, que foi inclusive seu colega de faculdade, e disse que é uma excelente profissional e uma excelente pessoa.
O ministro evitou comentar a petição. O texto, com críticas a Moro, diz que o ex-presidente está sendo "criminalizado de forma vil", porque tem origem humilde e fez um "governo voltado para os pobres". Para os signatários do manifesto, se "fosse Luiz Inácio Lula da Silva um homem de posses, sulista, “doutor”, poliglota, bebesse vinho e tivesse governado para os poucos que detêm o poder e o capital em detrimento dos que lutam sofregamente para ter o mínimo necessário para uma vida com dignidade, certamente a história seria outra".
— Eu não vou me manifestar sobre esse assunto, porque realmente acho que é impertinente eu me manisfestar. Eu vou continuar seguindo meu modelo de trabalho. Vou procurar resolver os problemas de maneira muito clara. As minhas decisões são decisões que procuro fazer para que todas as pessoas entendam os fundamentos que eu adoto — disse Teori, concluindo:
— Agora sobre outros assuntos eu prefiro não me manifestar porque cada macaco no seu galho.

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