quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ECONOMIA: Salvador tem quase 39 mil imóveis à venda e incorporadoras reduzem preços dos apartamentos

CORREIO24HS
Juliana Montanha e Priscila Natividade (mais@correio24horas.com.br)

Com imóveis prontos ainda no estoque, incorporadoras reduzem o preço dos apartamentos na tentativa de esquentar vendas

Para quem quer sair do aluguel e realizar o sonho da casa própria, o que não falta é opção. Segundo o levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-BA), a capital baiana possui 38.909 unidades habitacionais usadas disponíveis para venda. A grande quantidade de imóveis à venda favorece o comprador, que ganha maior poder de barganha para negociar valores e condições que lhe sejam favoráveis.
Na avaliaçao de Kelsor Fenrandes, presidente do Secovi-BA, o número de imóveis disponíveis em Salvador é fruto do atual momento econômico, quando, por um lado, muitas famílias precisam se desfazer de bens para dar conta de suas despesas e, por outro, há uma cautela de compradores em se comprometer com um financiamento de longo prazo.
Dos apartamentos negociados pela corretora Susana Sampaio, a maioria está na Pituba
(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

De acordo com Fernandes, esse é o segundo mês em que a pesquisa é realizada e, por isso, ainda não há base de comparação para apontar se houve aumento na oferta ou se os imóveis se valorizaram ou se desvalorizaram.
Ainda assim, o estudo deixa claro que o momento é de oportunidade para os compradores, como assegura o corretor Ederson Galeno: “Os imóveis que são anunciados já estão dentro do valor de mercado, mas, mesmo assim, o cliente pode conseguir barganhar e fechar o negócio por um preço ainda mais baixo”, considera. “Um dos imóveis que temos no Caminho das Árvores custava R$ 295 mil e já baixou para R$ 270 mil. Acredito que um possível comprador ainda consiga negociar esse valor”, completa. 
Três quartos 
O levantamento mostra que o bairro da Pituba concentra a maior parte das ofertas captadas pela pesquisa, com 5.258 apartamentos disponíveis, 13,51% do total, seguido pelo Caminho das Arvores, com 2.563 (6,59%), e Costa Azul, com 1.989 (5,11%). Há imóveis de até R$ 250 mil nessas localidades e em outros bairros.
“Os imóveis com três quartos estão com maior oferta e isso a gente vê bastante entre os bairros com maior disponibilidade”, aponta Kelsor Fernandes, presidente do Secovi-BA. Na Pituba e no Costa Azul, por exemplo, os imóveis com três quartos representam 38,8% e 53,19% do total de cada bairro, respectivamente.
O corretor Paulo Souza vende imóveis principalmente nos bairros da Pituba, Costa Azul, Itaigara e Armação, sendo que a maioria deles – quase 30 –está localizado entre a Pituba e o Itaigara. “Estas são as localidades não apenas com maior oferta, mas também com maior procura”, aponta. A maioria dos imóveis da sua carteira tem entre dois e três quartos, com preços que vão de R$ 250 mil a R$ 400 mil.
A Pituba também concentra a maioria dos imóveis negociados pela corretora Susana Sampaio, que tem um escritório no bairro com outros dois colegas. Segundo ela, os imóveis mais procurados são os médios – de quarto e sala a três quartos, com uma média de preço de até R$ 300 mil.
Oferta em alta
Para o diretor do Creci-BA e dono da Nova Imobiliária, José Noel Santos Silva, o cenário de grande oferta de imóveis deve acabar nos próximos meses. “Não tivemos muitos lançamentos neste ano e os imóveis que estavam em estoque estão acabando. A oferta está acabando e consequentemente a demanda vai aumentar. Acredito que novos lançamentos em Salvador só devem surgir no ano que vem porque o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) acabou de ser aprovado pela prefeitura, e isso era um entrave muito grande para as construtoras”, diz.
O diretor de Marketing da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), José Azevedo, também confirma o bom momento para a compra da casa própria, sobretudo por conta do valor cobrado pelo m² em Salvador. “É um valor que está supervantajoso em comparação com outras capitais do Nordeste, como Fortaleza. Tudo isso mostra que o momento é realmente favorável”, ressalta. 
Ainda segundo ele, fatores como a alta oferta no mercado de imóveis prontos e as ações promocionais que estão sendo feitas pelas incorporadoras para zerar este estoque também têm contribuído para o cenário. “Os imóveis que estão sendo construídos agora estão com perços mais caros. Quem tem imóvel pronto acaba arcando com custos como condomínio e IPTU e por isso coloca esse apartamento em oferta com preços bem atraentes”, acrescenta.

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